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mentalidade inquisitdria e processo penal no Brasil ESCRITOS EM HOMENAGEM AO PROF. DR. JACINTO NELSON DE MIRANDA COUTINHO = Marco Aurélio Nunes da Silveira - Leonardo Costa de Paula cna (organizadores) ° 4 ad ea £8 a5 si ao 32 Eg fg ge Z Bo 33 as £36 £8 Be 25 D Seem Rad chataade ngs ow caraoonancs ‘OBSERVATOMI DA MENTALIDADE NQUITORIA Fetranca = Lopes tage feeeaetm Marco Aurélio Nunes da Silveira ‘Leonardo Costa de Paula Xorganizadores) MENTALIDADE INQUISITORIA E PROCESSO PENAL NO BRASIL Escritos em homenagem ao Prof. Dr. Jacinto Nelson de Miranda Coutinho VOLUME 5, @ ‘Curitiba 2019) NOTAS SOBRE A PRETENDIDA REFORMA DE CARNELUTTI AO CODIGO DE PROCESSO PENAL! ITALIANO! Giovani Frazso Della Villa! Paulo Silas Taporosky Filho? Francesco Carneluti inicio se escrito com um aviso sobre come se eu a elaboragio do projeto que fez por conta propria. Apés evidenci- ara nocessidade de eforma do cédigo de processo penal, destaca que ‘© primero passo sinificativo nesse sentido se dev em 1961, quando de um importante congresso que reuniu notrios nomes, a saber, "Fano pedo came sve de ein natin tao mina eo por: sce cis Nelion de tind Couto (® semeste de 201), mamta de Deo Feces Fos! Comoperne 9 PPGD de UPR. one ar scutes usm era {sre do conde pooseo pa ain eats de 60 = ensote um com Foc pal Gani, tonando como bse da as gue dio cota da tetion EGGR, anege De (itr) Print Probln! dal Rooms de! Proceso Peale Vereales Sean Biter oe: e CARNELUTT, Fee, Pero a forme del ‘rcs pal Napali Morano for, 1963 O preset argo war sobre ade de proc pal corte pao pepo Sextormas em Crea Cmte Poni Universidad Catia do Rio Grane o St PUCES). beste em Diet pols Unters Federal 40 Pant (UPR. ipsa em Dito Cle Pron Ci Expecln em Deo Caner fi: slovaca com J Mate um Dien pla Oso Unveni ntemasanal(UNINTER) rfesr de roca Pal ns Universe do Conte (Use) Eesti em Cine Pes {1 Disio oss otal eo Foi, Mento da Comist d Preopts da ‘GARR: an Ge ee Bruty de Baste s Litratn (ROL). Advoped. iosnstibe@heawi. cm ‘aquele que oi reproduzido fielmente na obra “Prim! Problem Della Rforma Del Processo Penale” © intento era ode estabelecer uma comissio para elahorar um projeto 4a pretendida e necessria reforms, Entretanto algumastantasdiical- ddades surgiram nesse processo,o que levou Carnelut elabora soz ‘ho um esquema original do projto, tendo a pretenso de submet®-lo ‘exame de um comit® resvto(composto por Reale, Vasselie Foschi- ni). Porém, nfo foi possivel que Foschin!fizesse parte do comit, 0 ‘que levou Cameluti a poder contar com o exame de seus trabalbon realizado apenas por Reale e Vassali Anda assim, outros problemas surgram: nas reunides para discussio sobre 0 projeto, « presenca de Reale © Vastli era apenas parcial ¢ ccasional, além des discordincias surpiéas, o que acabou levendo CCamelue 8 elaborar um segundo esqueme, uma vez que acabou se fazendo necessirio proceder algo modificado com relacto a0 se pro. Jeto original e também por estar expirando 0 prazoestabeleci pata & ‘laborapo do projet, Foi por assim ocorrer que Camnelutti publicos o projeto origins! ¢ 6 ‘modificado conjuntamente, incluindo vérios comenticosintrodutérion com o fito de trazer ao debate a temiética, ou see, conclamando os ‘estudiosos para que se debrugassem sobre o tema, a saber, a necess dade da reforma do ego de processo pena italiano em sentido ae satério. Cameluti produz entio seu rolatério inrodutério, onde destaca os rineipais prontos sobre o sx projeto Logo no inicio, Cametuti pontua estar convencide de que 0 estudo do eito processual penal na Ila nos titimos 30 anos permitrn ua, ‘modificago dos principios em que se baseava o e&digo eno atual,¢ ue essa modificasto deveri ser to profundn a ponto de nfo ser pos. sivel a realizagio de uma restauraglo do proprio cbdigo entfo em vi- ‘énia, sendo necesséra, desta forma, ume recenstruglo corajoss, 08 sj, uma reforma por completo, © primeiro requisito para um eddigo bem estruturado © modemno seria, © da ordem, permitindo-se um manuseio mais fil. Deste ponto de vist, 0 projeto de Carmelutt se baseou na distingso ene provesso © cediment,entejando asim na sua constupo por “vos? — 0 Frimetredeicado a0 poceto (at 1 oat 73) 0 soguo dedicad Te prosulimento de copute (at 74 ao art 203) cece a0 ro tedmeato de exo 208 0 a 227) ado requto dit respeit a simplicidade. Para Carnlti, 0 fpoblra de snplifsgso de rept distbugSo de wrt ente Tlldore ju A smplicgio aga € in enguano a neesidade Ace o codigo ile os pst do process, oesando ofl paso gost, com eto contre exerplo dado or Camel quando as ‘fangs comoyam banda, Alegilayso no dove corr a aida da janupruncirns near cami. nea iro rout diz epi ainguager (ogi & pose perce bere eos se coma festa ings). Para Carel, 2s paves Go digo tena a feng ds pops par a conto de Sie mecanismo fc. Da que cacolb da palavas wiz 10 Saigo dover va x cota ato tsa apdt semi, quan & Saeco _ Camelot pens a exttura de ods eter penal como un arco, 0 the val char de proces piv se nis com secu Ieylat- sa sobre suns rcs sero tipado, passe a pre proesul De fin, prt excutva eon qu sete en ment ge ap 8 Tote de seu fin prnspalnente, cle em em seu od de pea um ipande cao reigise, Aida de pos criminal como patna ne Ecsta par eons com De, or exp. Fem ato dic qu le a extras su proj de igo de pro ess penal incan com a acne, mas ao termina com ete Ge, unm vee que «execu da pens possum carder proce = ‘Satesivel seado gue neta cap oi J julgamento criminal sia ‘erate do condones da conden Data impordnca que deve sr dada aed exec da pena, Ne fli en sua rgsamenago no pepo bag de proceso pena mela ieconbere entemt, a difcldade gue surgem esse finbito ~ no eo, teglamentagao legal pelea era mio rece, nfo send possvel su inooporaglo ao prjelo sem que houvessem inconvenient e mod que ao terciro Hv fram ae ‘ides menos quests do ue se vera gostaria © primero Ivo do pojetodesceve a fino ea exruura do proces $0 penal como pressupestos do procedimenta de cognigio, eu rel, éstpula-so.o que € process penal ¢ coma & fio. ‘A cortez, colocads no lugar d pretensa verde, 6 um dos motes que ‘igem 0 proceso, uma vee que Came diz que o juz busca a vo, ade, mas devidoalimitagdo do conhesinento humane, no pode co. contra nada mais do que a cetera — data necessidade dese defini a certeza, colocand-aenquanto peda anguir do proceso. E por es rao que também se etaelece que quando hi divide (ois esta 6 antes da cetera), esa deve se dar d forma mais be: ‘éfica ao acwsado. Como 0 dover de provar€ sempre da Acusast6, para Carmela nfo averasoqur que ae falar erm Saus da prova (ne Plicvel ao proceso peal). Exch vida € pressupore da conde. ago. Nessa lopic & que o projcto busou extipar a figura do prosciogi- ‘mento com meisfandamentagt, ist & denar de exist o preselogl- ‘mento por fala de proves (mats mutans seria para to res ago parecido com a improninca, ums dcisio de nao admissiblade da fscusado da quel sequer exge-se urna mativac complet, e dita @ po da eopada sobre a cabera do acusado Por tempo indefinido, de todo que «quslquer momenta poderia se vr novamenteacusade) Se Estado tem 0 podeldcver de acusarasuctes que pratcaram ci res im de faze aso da mor mania possve,e s dear de Praticaralgum eto ncessrio«provaro casa penal, no pode o acu, fo softer a consequéncia do destino etal Assim, erase 0 dieto do acusado ser ulgado no mério sempre gue for caso de extingao do crime, a 7 Da mesmna form, era a posibiiade de uma espécie de revisto eri- minal em caso de supervenincia de noves proves relevantes pa em Jilgamento contro & condenaio ou proscogliento (impronnca). © que ele chama de auctor iudicat (coisa julgada material? — “8 imutvel?), diz respeito ao processo civil eno deve ser transplantado ‘0 processo penal onde nlo hi exigeacia de “composigo da lide” ‘Camelutti pontua que dada a grande diferenga entre 0 processo penal & ‘0 processo civil, esse deveria ser extirpado por completo daquele,jé ave um procesto misto constituria um hibrido cujas desvantagens Seriam muito maiores que as vantagens. A comissto pensava de modo diverso de Carnet. Para conciliar 0s dois posicionamentos, a solu- fo para conclia esse pensar com o opositor,deu-se no sentido de se fazer constar nos artigos 8° a0 10° a possibilidade de a parte lesada usar de seu direto & resttuglo, indenizagdo por danos e reparagio contra 0 agressorno julgamento civil, havendo assim uma desconexso o processo civil para com 0 criminal ‘As regras propostas por Carnlutti sobre as “acurnulagSes™ de casos ‘eaderiam # descongestionar 0 processo penal. Diz-se aqui da repra de conexto, prevista no artigo 12° do projeto, tendo sido uma das mais “Aplin mea xp Cae ou mi porn {h prtevoc ni COUTINIO, ncn Neko J nda Aide 0 Cee do Promo Pout Coir Raa (Cordele pr el ice pre) {igus pal gnats ene apne domed wl mtn di ogg po Conia are 6 feo nto con, a pont oe Sezodota ogee cv oggta epoca er no aa ne o ce {spe ny ce propo domain conden ci chan parte ie ‘x9 (Caan ce apart Sl eae cs) ae oes a mm Seo ot ‘oceno pil I pcenopole ton rothice Sanodo tx ropeinee 6k ‘ie ian nl pone ee psn ismeinn, i agen mods peeve dre age il eH ee ‘EI 10 (Donan easiest prop ge pen) hss mann ron cata pont ina pe forse i poco ive, oan gue co egoanoataons ExecTs Conan dri). — Dero det argon conse a fi el cel, dos aos precede br {Zs et qa adam oma alin d's pou ie i io ioe aga sérias preocupagies de Cameluti, de modo que se fez constar 0 re- _gramento no aludido artigo da forma mais simples possivela fim de ‘aciltar a questo, i também mengdes as regras referentes to processo penal estange , quando Camelutti se esforga para que haja um arranjo légico na estrutura do eédigo, regulamestando nos artigos 15 20 17 quests ‘como extradigdo © reconhecimento de sentengar estrangeiras, assun- ‘fo de prova, pr exemplo, (Gs artigos 18 ao 26 constiniriam uma tentativa de simplifcar os pro- blemas relacionados & competéncia, ‘Na parte que 6 composta pelos artigos 27 a0 32, atrbui-se a qualidade e parte piblica a0 defensor, eva vantagem consstiia num taaiot ‘equilibrio © elo pelo contradtério. Como no hi defensoria publica imsttuida, os advogados sio nomeades pare atuarem nos estos, algo similar a advocacia dativa no Brasil, De igual imporicia seria int. tituigdo do acusador privado, 0 que também tendera a tonificar 0 a8. ecto acusatri, Questo de notéria modificacéo do projeto com o modelo do Codice ‘Roceo que estava vigent diz respeito & imputagdo. Para Camel a imputagio no processo penal sera similar & demanda do processo ci Vil. Com isso, fica definido na letra da lei qual 6 0 conteido da imp ‘ago (at. 84), bem como quem seria 0 imputado (art. 34) - assim ‘como se define parte leside, parto publica, ministétio piblico, juz, responsével civil, te Tnteressante 6 que se 0 Ministétio Pablico, ao receber notitia crimi- ris, tiver condigio de formulae a imputagio. definitiva (art. 108), at (Cotes dtimpvions) ‘Umptaions deve csr sata Stein con extra persona dtisipatata@ lapels fit cof cconesn ng epoca he sisson ia puntons, ele prove, ele pa Fmpuscons& font eis ‘amo al tome delrimpato son inpedice i impattioe geo ei cet it pose enintoaso mode Fhe dp) Mate cea aco el une propre impute prelimi o deta Ae 105 Center pee allan cn) deverd fazer de imediao (art. $2)", caso contri, ele deverd formu far uma imputagio preliminae (at. 83)" para poder realizar a investi- gsi preliminar (inchestapreliminare). Numa comparapio ao modelo de processo penal chileno atual,vé-se a similimade da estrutura que exige uma investigapo a cargo do Ministé- io Piblico, mas conttolada pelo juiz, isto 6, nfo havendo condigdes e imputar definitivamente, hi limites definidos do que seri investi- fgado (com definigdo de prazo, da extensio das imitagdes das garanti- 1s do investigado, das cautelares possiveis, et). A diferenga do mo- {elo chileno com o projeto Cameuti se dé prinipalmente por conts a oraldade, pois naquele modelo o controle se diem audiéncas, © esse se di por esrito. Quanto aos assistentes judicata mudanga mais importante diz res- peito ao regime da consulta tenica (artigo 39!) A tentativa na mu-

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