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REVELL — Revista de Estudos Literdrios da UEMS, Ano (01, mimero I. ISSN: 2179-4456 O SILENCIO DA LINGUAGEM EM A PAIXAO SEGUNDO G.H. Luiza de Oliveira (PG'UFMS) Edyar César Nolasco (UFMS) Resumo O arligo visa analisar a linguagem em 4 patxdo segundo G.H., de Clance Lispector. tendo por eslofo teérico- critica © que propds o fikisofo da linguagem Ludwig Wittgenstein, Em tal estudo dar-se-i atengdo especial para a questio do silencio como um trago diferenciador da linguagem empregada no livro, Algm de Wittgenstein, outro fikisofo ¢ estudioso da obra clariciana embasara nossa discussio, Benedito Nunes. principalmente com os livros O cdo tigre, O drama da finguagen: uma leitura de Clarige Lispector ¢ também a Edigo Critica do romance organizada pelo autor pector: Palayras-chave: Clarice J gage, ‘The article aims to analize the language in 4 parxdo segundo GH. of Clarice Lispector, having as a base review-theoretical what the philosopher. Ludwig Wittgenstein, proposes This study will give special attention to the silence question as a distinguish trace of the lenguage expended on this book, Like Witlgenstein, another philosopher and studious of Clarice Lispector’s works will be also a base on our discussion, Benedlito Nunes, mainly with O dorso do tigre, O drama dla lingnagem books: a Clarice Lispector reading and also the novel review Edition organized by him Keywords: Clariee Lispector, silence: language. 1. INTRODUCAO: nstein, os limites do mundo os Segundo a teoria da linguagem de Ludwig. Witty limites da linguagem. Para o filésofo, © que se exprime na linevagem, esta nfo pode representar em sua totalidade, ou seja, nd pode exprimir por meio dela, Wittgenstein chamou de mistico ao mostrar que hina linguagem. algo que ¢ indizivel -o siléncio. Sua defesa seria que aquilo que ele chama de mistico pode, em sua terminologia, ser mostrado, porém nao 10 ha em Wil pode ser dito, ou seja, expresso via linguagem nnstein um misticismo particular ou douttinario, como poderia sugerir algum leitor “desavisado 2. DESENVOLVIMENTO fo GH, Clarice Lispector ealoca a li m num embate No romance patsito se decisivo com a realidade, que pode ser observado ao longo da narrativa, onde a personagem GI. dado 0 entendimento sobre a limitagao da linguagem, uma linguagem que se esforga por ing REVELL — Revista de Estudos Literarios da UEMS, Ano OL, numero 1, ISSN: 2179-4456 dar conta de uma experigneia que the escapa, tenta reproduvir a experincia da conquista do que ¢ onginanio, o sacrificio da perda da identidade para ir em busca do indizivel © trecho do romance 4 Pairdo Segunio GH. que wansotito a seguir, far ver como Wittgenstein e Clarice Lispector pensam a linguagem de maneira semelhante, como 0 modo de buscar a realidade A walidade € a materiaeprima, a linguagem & @ modo como vou buseiela ~ e como no acho. Mas ¢ do buscar e do no achar que nasee & que eu mio conbwcit, © que m & meu esforge human, Por destin tea instantaneamente recorheeo A lin jue it buscar e por destino vollo com as mos Vazias. Mas volto eon 0 indizivel, O indisivel so me poser ser dado attavés do trawasso de sinha linguagem, $6 guint Talha a consttugio € que oblenino e que ela nie eonsegia CLISPECTOR, 1988; pls) igre, mostra a partir do conceito Benedito Nunes em seu livto O Doro do ‘willgensteniano de jogo de linguagem. que a obra literaria de Clarice Lispector faz parte de um dominio da linguagem que se da sem pretensio de ser verdadeiro ou falso, de um jogo de linguagem antistico. Nunes abre o ultimo capitulo do listo com a passagem GK. que Clarice Lispostor leva ao extrem 0 joa de ‘eto do Coragtio Selvagent. ¢ ja plenamtente desenvalvido sniviado em vr. Nig empregamos aqui a paltta jogo, e a expresso jogo de avn sentido commun, em ger deprecativ, que 0 que prevalece

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