You are on page 1of 5
Humanizagao do Parto em Adolescentes ~ Aspectos Emocionai Rees: Rev, Cent Cline. Sade, Forulez, v.15, m2, p. 11-15, abr fun. 2002. Human Care to Adolescent Delivery - Emotional Aspects Marilia Silveira de Mello! Josefa Vieira de Lima Resumo Estudo exploratério descritivo, de natureza qualitativa, tendo em vistao ale 1ce dos seguintes objetivos: identificar as necessidades ‘emocionais das adolescentes, no transcurso do trabalho de parto; contribuir para a assisténcia de Enfermagem humanizada 3 adolescente em trabalho de parto ¢ incentivar a presenca ce um familiar da escolha da adolescente na ocasiao do panto, A ‘éenica uilizada para a coleta de dados foi a entrevista, A coleta de dados ocorreu nos meses de novembro e dezembro de 2001: teve como censrio o Centro de Parto Normal (CPN) de uma maternidade-eseola, pablica, federal, na cidade de Fortaleza, Cea ‘A amostra do estudo ficou constitufda de dez adolescentes que estavam em trabalho de parto, com idade entre 14 ¢ 19 anos. Através das falas, foram evidenciadas as seguintes categorias: a vivencia do parto é revelada com o medo de parir; necessidade de acompanhante; sentindo-se insegura; buscando ajuda no ser superiors Consideramos relevante 0 estudo, no sentido de refletir sobre 0s aspectos emocionais, ¢ a participagdo de familiares que possam acompanhar as parturientes adolescentes em trabalho de parto, Palayras-chave: Humanizacio do parto; adolescentes; aspectos emocionai Abstract ‘This is a descriptive and exploratory study with a qualitative nature, which aims to identify the adolescents” emotional needs during delivery, contribute to the humanised nursing care to adolescents on the delivery occasion and encourage the presence of family member of choice while giving birth. The data was obtained through interviews in the period between november and december, 2001, which took place at a natural birth center ofa public federal maternity school in Fortaleza, Cears. The studied population consisted of ten adolescents near to give birth, with ages between 14 and 19. The interviews revealed that the experience of giving birth brings fear to ones, others need to have someone known close to them and some feel insecure and look for superior help. We consider relevant the study, meaning to discuss the emotional aspects and the family’s participation during the process of birth eare Keywords: Human delivery; adolescents; emotional aspects. Introdugao A adolescéncia & um periodo espectfico dentro do desenvolvimento humano, quando ocorrem mudangas relacionadas aos aspectos socioecondmico, psicol6gico, familiar e cultural. S20 indmeros e diversificados os problemas relacionados a essa fase do ciclo evolutivo, sendo produzidos Por complexos fatores, dentre os quais se destaca a gravider *Espevaltacm Eafernagem Otic, Enfenra da Mitre Escola Assis ‘Chateaubriand da Universidade Federal do Cearé- UFC. ‘emai: slvira_mmils@ yahoo com. br "Doutoraem Enfermagem, Profssoca Adjmto do Departamento de Enfernagen di Universidade Estadual do Cearé -UECE. na adolescéncia. Esta tem sido objeto de estudo de autores ‘que abordam os mais variados aspectos, na tentativa de interpretar as reais conseqtncias que tal acontecimento cocasiona neste perfodo do desenvolvimento humano. Cora de 20% das eriangas que nascem no Brasil so filhas| de adolescentes. Comparativamente & década de 1970, trés vyezes mais garotas com idade inferior a 15 anos engravidam hoje, (PAULICS, 2001), um fendmeno que, \depende da classe social da menina. Consoante Dytz.; Rocha (2000), no Brasil, estima-se que em cada trés adolescentes de 19 anos, uma ja & mae ou jé esti gravida do primeito filho, Desta forma, estamos vivendo na Idade Média, visto ser significativo o mimero de gestantes adolescentes gravidas se comparado com as princesas medievais que se casavam ainda meninas com ini jo de vida Marti Stveia de Melo, Josefa Viera de Lima sexual € procriagiio no comego da adolescéncia, fadadas auma morte precoce. © parto pode ser considerado um evento emocional, fisiolégico, permeado por momentos de softimento, satisfacio, prazer, ficando para sempre uma lembranga na vida do ser mulher. De proceso natural, 0 parto evoluiu para ser um acontecimento controlado. Passou do domictlio para o hospital ganhou tecnologia, mas perdeu 0 calor humano, perdeu a presenca da familia, excluida totalmente de fazer parte do grande evento que € 0 nascimento de um filho. Sabe-se que, desde o momento da internagao da parturiente, nos servigos pablicos, ao acompanhante nao & permitido permanecer para assistir ao parto de sua companheira Concordamos com Balaskas (1993), quando diz que 0 arto, uma experiéncia fundamental, profunda e marcante, sendo importante que a familia faca-se presente. ‘Segundo a Organizagdo Mundial da Saude -OMS (1996), uma parturiente deve ser acompanhada pelas pessoas em que confia ¢ com quem se sinta a vontade: seu parceiro, sua melhor amiga, Em geral, as pessoas que conheceu ou conviveu durante a gravidez, como a mde ou mesmo uma amiga com quem tenha ‘mais afinidade em relacionar-se. Assim, poderi ajudé-ta por todo 0 perfodo do trabalho de parto e nascimento. Conforme 0 Estatuto da Crianga e do Adolescente ~ Capitulo I - Do Direito Vida e & Satide. Art.12, fica assegurado que: os estabelecimentos de atendimento & satide deverdo proporcionar condigdes para a permanéncia em tempo integral de um dos pais ou responséivel, nos casos de internagdo de crianca ou adolescente. Embora isso seja preconizado pelo estatuto, a verdade € que nem todas as maternidades cumprem as determinagdes da lei, acarretando miltiplas conseqiéncias negativas, em detrimento do momento especial, tinico © pa que é 0 parto (BRASIL.2002) Concordamos com Largura (1998), quando se refere a0 reconhecimento das necessidades afetivas da mie: a familia reunida vive uma experiéncia maravilhosa que marca a cexisténcia e que tece ligacdes entre seus membros para sempre. Diante dessas afirmagoes, cremos que esse momento deva ser prioritério, incentivado e apoiado, por trazer mudangas profundas, to necessérias & sociedade atual. As atitudes profissionais que integram o mundo da maternidade sio cconsideradas fundamentais para a humanizagio do cuidado, na opinigo de Oliveira (2001). Por conseguinte, esses profissionais devem estar capacitados ¢ disponiveis para mudangas © novos conhecimentos. ‘A humanizago do parto e do nascimento tem sido uma temiética bastante discutida em todo o mundo. Vale ressaltar a Conferéneia Internacional sobre Humanizagdo do Parto € Nascimento, realizada em Fortaleza, no ano 2000, a qual trouxe coniribuigdes e trocas de experiéncias entre os participantes 12 de virios paises, motivando 0 interedmbio de modelo por modelo assistencial com enfoque natural e humanizado, Neste contexto, é necessdrio que ocorram transformag&es no provesso de acompanhar as adolescentes. Espera-se que sejam ccumpridos os artigos pertinentes ao parto, conforme determina, o Estatuto da Crianga e do Adolescente. Assim sendo, este estudo objetiva identificar as necessidades emocionais das adolescentes no transcurso do trabalho de parto; contribuir para aassisténcia de Enfermagem hhumanizada & adolescente em trabalho de parto e incentivar a presenga de um familiar da escolha da adolescente na ocasiio do parto, assistencial tradicional, tecnicista ¢ “medicalizado, CAMINHO METODOLOGICO Natureza do Estudo Este € um estudo exploratorio-descritivo, desenvolvido a partir de uma andtise qualitativa, Lidke; André (1986) relatam que os dados qualitativos possibilitam aprender 0 carter complexo € multidimensional dos fendmenos em sua manifestagio natural, podendo, ainda, captar os diferentes significados das experiéncias vivenciadas no cotidiano, de forma a auxiliar o entendimento das relagdes entre indi duos. Segundo Minayo (1994), este tipo de estudo corresponde a um aspecto mais profundo das relagdes, dos processos e dos fendmenos que nio podem ser reduzidos & operacionalizagio de varidveis. Para Gil 1991), osestudos exploratérios tém como objetivo proporcionar familiaridade com 0 problema, com vistas a torns- lo mais explicito. Possuem um planejamento bastante flexivel, de modo que possibilitam. os mais variados aspectos relativos a0 fato estudado. A pesquisa exploratéria , desta forma, busca explorar as dimensdes do fenémeno, a mancira pela qual se manifesta c 0s outros fatores com os quais se relaciona. Polit; Hungler (1995) referem que a pesquisa descritiva é utilizada quando 0 estudo tem por propésito exigir dos investigadores uma série de informagies I6gicas sobre 0s mais dliversos fatos situagdes que ocorrem em torno do fendmeno abordado, podendo descrevé-lo sistematicamente em busca dos objetivos programados, Local de Estudo A pesquisa foi realizada em um Centro de Parto Normal (CPN) de uma maternidade publica federal, na cidade de Fortaleza, considerada de grande porte e de referéncia terciéri do Estado do Ceara. O-CPN conta com dezoito leitos unificados para pré- parto e parto (PP), com camas apropriadas para repouso e part. Cada leito € separado com cortinas a fim de manter a individualidade e privacidade da parturiente Reecs: Rev. Cen Cine, Sade, Foleza, v. 15,0. 2,p. 11-15, abejun. 2002, Sujeitos da pesquisa (Os sujeitos da pesquisa foram dez adolescentes que se encontravam em trabalho de parto, sem acompanhantes, com lade entre 14 € 19 anos, seis solteiras, duas casadas e duas com unio consensual, sendo oito adolescentes primiparas € duas adolescentes secundiparas. Coleta de dados Optamos pela de entrevista para coleta dos dado Para Cruz (1994), a entrevista € uma conversa a dois com propésito definido, Na entrevista, foram utilizadas as seguintes questdes norteadoras: 1) Como voeé esti se sentindo durante este periodo de espera do parto?; 2) Como voce gostaria que fosse este momento? A coleta de dados foi realizada durante ‘0s meses de novembro e dezembro de 2001 Vale destacar que, antes de iniciar a entrevista, ficou esclarecido para cada partcipante o objetivo geral do estudo & que a participagao seria espontinea, Além do mais, ficou claro 0 fao de que aceitar ou nio participarda pesquisa no teria qualquer influéneia no seu atendimento. Garantimos osigilo eoanonimato das entrevistadas, conforme a Resolugio 196/96 do Conselho Nacional de Saiide em pesquisas com seres humanos Apresentagao e Interpretagio dos Dados A interpretagio dos dados foi realizada atravé construgio de categ da Para Minayo (1994), categorias so caracteristicas relacionadas entre si, estabelecendo classificagdes onde sao ‘agrupadas as idéias, sentimentos € expressaes, geralmente usadas em pesquisa qualitativa, Nesta investigagio, nao € pretensio nossa descrever a totalidade da experiéncia vivenciada pela adolescente no decorrer do trabalho de pré-parto e parto, tampouco enumerar © quantificar as emogdes que emergiram da vivencia desses acontecimentos, mas, através dos discursos, foi possivel identificar aspectos relacionados com 0 tema estudado, possibilitando agrupé-los em unidades de significados. Os significados das falas das parturientes adolescentes cemergiram de suas vivéncias com © momento do trabalho de parto, sendo ressaltadas as suas emogdes, sentimentos © altitudes. Analisando os seus depoimentos, evidenciaram-se as categorias: a vivéncia do parto é revelada com 0 medo de parir; necessidade de acompanhante; sentindo-se insegura; buscando ajuda no ser superior Dessa forma, foi possivel observar que as adolescentes, cestudadas verbalizaram os seus sentimentos, deixando fluir emogdes impregnadas de sensagdes de ansiedade, tensio, angiistiae_medo, entre outras. Na construgio de categorias, foram destacados os pontos mais importantes. Assim, de acordo com © método descritivo-anali temiticas, descritas a seguir. foram construidas Reccs: Rev. Cent. Cién. Sade, Forza v. 15,0. . U5, abejun, 2002 ‘Humana do Part em Adclescenes~ Axpectox Bmacionas Unidades de Significado: A vivéncia do parto é revelada com 0 medo de parir Do ponto de vista das adolescentes, percebe-se que 0 parto {raz inseguranga e medo do que possa acontecer com ela © com bebs. Concordamos com Briggemann (2001), quando diz que: 0 parto € cercado por medos, ansiedades € expectativas. E nesta etapa que a mulher se encontra fragilizada, por desconhecer o grande momento do nascimento. Em seus depoimentos, 0 medo é uma ameaga ao proceso natural de parr. As falasa seguir traduzem bem o que significa para elas o pesadelo do medo na hora de parir,talvez gerado pela interna ambiente estranho e de pessoas desconhecidas por ela. Ziegel; Cranley (1986) comentam a necessidade de a parturiente ser assistida por uma enfermeira que lhe seja familiar desde 0 pré-natal e durante 0 trabalho de partoe que, conhecendo um pouco de sua personalidade ¢ de sua familia, traga apoio, de ‘modo que, assim, diminua 0 tio intenso medo. E necessirio que a mulher sinta-se protegida e afastada do medo. Segundo a afirmagio de Zampieri (2001), quando se eria um vineulo, se estabelece um compromisso com a tarefa em comum. E& esse compromisso que favorece a empatia, a confianga quando se estabelece esse vinculo com a parturiente, assegurando o bem-estar ¢ servindo de suporte emocional, facilitando a jo na maternidade © por se ver em meio a compreensio deste periodo do parto, transformando o medo «em forca e esperanga, to significativos deste processo. Estou com medo de como vai ser 0 parti. Tenho medo da hora do parto. ‘into uma coisa que me dé medo € do bebe morrer. Na hora do parto 0 medo € de como esse menino nascer...acho que ndo tenho passage. Nao quero ficar sozinha na hora dele nascer... vem 0 ‘medo Agora é 0 medo de morrer ¢ do bebé © medo se manifesta em vérias dimensGes, 0 que parece tomar o trabalho de pré-parto e parto mais drduo, em razio da adolescente ter que vivenciar uma experigncia nova a qual ‘gera_preocupagio e expectativa Necessidade de acompanhante A anilise dos dados possibilitou compreender que a cexperigneia do parto para a adolescente ¢ vivenciada com apreensio o que a leva a valorizar a presenga da companhia ‘de um membro familiar, prineipalmente da mae, o gue significa seguranca para vivenciar a experiéncia do parto. Autores como Ziegel; Cranley (1986), Burroughs (1995), Largura (1998), dentre outros, comentam que & necessi promover a autoconfianga da adolescente. De maneira geral, percebe-se que oatendimento a parturiente € voltado para as nevessidades biol6gicas, ficando em segundo plano a maneira de chegar mais perto dela, ouvindo-a, ajudando-a, dando-the 13 Maria Steins de Mella, Josefa Viera de Lima mais atengiio¢ valorizando as suas necessidades. Assim, como descreve Simoes (1998), compreender a presenca dos outros exist; 6refletir no que se possa fazer para melhorar a estada indo uma saida e Fazendo que seja respeitado 0 que rege a legislagdo vigente em relagio ao adolescente, Acho que me sentiria mais segura se tivesse a minha ‘ie perto de mim. dessa adolescente, bus Acko que uma pessoa ao meu lado eu vou methorar. Quero a companhia da minha mae neste momento de tanta aflicao... Gostaria que a minha mde estivesse aqui para me acal- mar e companhia dela seria muito bom para mim. Ex queria o Wellington pai da crianca aqui pra ele Estes relatos demonstram que as adolescentes necessitam de uma companhia familiar que thes dé maior seguran Percebe-se nas falas que a presengamaterna é muito valorizada pelas adolescentes como forma de possibilitar a confianga, Visto ser um momento em que todas as suas emogies so perceptiveis. Sentindo-se insegura Oparto deve ser um momento de grande expectativa, de felicidade e de prazer. No entanto, a falta de informag: ‘que esté acontecendo no trabalho de parto produ situagies negativas para essa experiéncia, principalmente se for 0 primeiro parto. Segundo Briiggemann (2001) [ou] 0 parto é cercado por medos, ansiedades e ex pectativas, decorrentes das experiéncias vividas an- teriormente pela mulher, das informagies recebidas de familiares, de profissionais e de outras mulheres ‘que passaram pela experiéncia de dar a luz. ss sobre esta maneira, a parturiente, ao chegar’ maternidade, jé traz.consigo informagdes negativas sobre o parto, ocasionando fem sua mente situagdes de crise e de ansiedade, interferindo no desenrolar deste processo. Portanto, consideramos ser de ‘grande valia para a parturiente um pré-natal de qualidade, no contexto ao qual ela possa ter acesso a todas as informagdes, ce cuidados de enfermagem sobre a sua gestacao ¢ trabalho de parto, Cabe a nés, profissionais enfermeiros, ver a parturiente de uma forma mais abrangente, holistica, conduzindo-a de forma a sentir esse momento o mais humanizado possivel. Como vou suportar o parto. ‘Nao sei o que eu vou fazer na hora que for ter 0 bebe. Ea primeira vez. no sei o que fafo... Eu s6 sei que vou gritar... como é que vou fazer para ele sair logo. 1“ A adolescente depara com uma situagdo totalmente nova ce axsustadora, passando a experienciar incertezas, inseguranga € apreensio relativas ao momento do parte. Buscando ajuda no Ser Superior Nota-se que a religiosidade se faz presente nesse momento de expectativa, na oeasidio de espera pelo nascimento de seu filho. O transcendente é sentido como uma necessidade de apoio, porque, naquele momento, a féem Deus esté presente, acima de tudo, Largura (1998) refere ter 0 parto dimensio espiritual, é ‘o momento que se sente a presenga de Deus. Por conseguint, também um instante sagrado e de muita espiritualidade, por ser um milagre da vida humana, obra do Criador. E através desse estado de fé, foi percebido, na leitura das. falas, 0 sentimento de amparo e de ajuda de Deus, o ser superior Bott (1999) comenta que, nos momentos de petigo, Deus © 0s santos de devogiio so invocados como referencia de confianca e de salvagao, Sé quero Deus ao meu lado, Conto com a ajuda de Deus nessa hora. Deus € pai e sei que Ele vai me dé forgas... nestas horas que custam a passar. Jé rezei para Nossa Senhora do bom parto. Percebemos que o componente religioso no sentido de fé 6 muito presente. Essa dimensio espiritual constitui um poderoso suporte © uma fonte geradora de forga no momento do parto. Consideragées Finais, Considerando a interpretagio da falas das adolescentes, ‘observamos que o sentimento por elas experienciado neste periodo de espera do parto merece uma atengo especial por parte dos profissionais de saiide que estio no seu cotidiano de trabalho, lado a lado com essas adolescentes na perspectiva de dar uma dimensfio humana ao cuidado. Nas falas, as adolescentes deixaram fluir os seus sentimentos e suas emogdes expressas através de ter alguém que Ihes 46 a confianga necessaria relacionada ao equilfbrio temocional, reduzindo suas tensBes e medos. que as instituigdes envolvidas com a assisténeia A mulher ©& crianga no parto e no puerpério possam mudar de atitudes e pOrem prtica o que ja existe sobre as prticas para assisténci a0 parto normal, preconizadas pelo Ministério da Saiide © a Organizagao Mundial de Sade, ist odieito de-os membros familiares acompanharem a sua parturiente como suporte emocional, com a sua presenga estimulandoa parturiente para tum parto mais fisioldgico e natural, Reces: Rev. Cent nc. Sade, Fortaleza, v.15, 2, p. 11-18, abrJjun, 2002, Torna-se necessirio que as instituigdes estejam preparadas, tanto no que se refere a estrutura fisiea como de pessoal qualificado e constantemente reciclado, haja vista que a evolugiio dos métodos e téenicas das eigneias da satide ocorrem com muita rapidez, Consideramos profissional competente aquele que nio paira de se reciclar, sob pena de ficar 4 margem do desenvolvimento do estado da arte das priticas do cuidado, notadamente quando se trata de profissional enfermeiro. Referéncias BALASKAS, J. Parto ative: guia pritico para © parto natural Sao Paulo: Ground, 1993. p.16. BOFF, L. Saber euidar: ética do humano-compaindo pela terra, Petrspolis: Vores, 1999. p, 167, BOURROUGS, A. Uma introduedo a enfermagem materma, Porto Alegre: Antes Médicas, 1995. BRUGEMANN, 0. M. Conhocendo as percepgdes da mulher sobre a assisténeia recebida na maternidade. In; OLIVBIRA, M. Bs ZAMPIERE, M. F. M.; BRUGGEMANN, MO. (Org.). melodia da humanizagao: reflexses sobre 0 cuidado no processo do nascimento, Floriandpolis: Cidade Futura, 2001. p68 (CRUZ NETO, 0. 0 Trabalho de campo como descobertae erage, In: MINAYO, M. C. (Org.) Pesquisa social: teoria, método € criatividade, PetrSpolis: Vozes, 1994, DYTZ, J. LG; ROCHA, S. M.M. 0 Modo de vida e seu impacto na satide reprodutiva da adolescente de baixa renda, In: RAMOS, F. R. 84 MONTICELLI, Mj NITSCHKE’R.G. (Org). Projeto ‘acolher: um encontro da enfermagem com o adolescente brasileiro, Brasilia: ABEn/Governo Federal, 2000. p. 79. ESTATUTO da ct iga.e do adolescente. Dispontvel em: . Acesso com: 24 fev, 2002, GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. S40 Paulo: Atlas, 1991 LARGURA, M. Parto humanizado. Disponivel em: . Acesso em: 4 fev. 2001 POLIT, D. Fx HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. SIMOES, S. M.F. 0 ser parturiente: um enfoque viveneial. Niteri Eduff, 1998. p.15, ZAMPIERI, M. F. M. Humanizar & preciso: escute 6 som desta ‘melodia. In: OLIVEIRA, M.E. A melodia da humanizacdo: reflexes sobre o cuidado no proceso do nascimento. Florianépolis: Cidade Futura, 2001. p. 78. ZIEGEL, E; CRANLEY, M. Enfermagem obstétrica, Rio de Janeiro Guanabara Kogan, 1986, p. 367. 15

You might also like