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Resenha bibliogrifica 1 Indiistria brasileira: origem e desenvolvimento Suzigan, Wilson, Indiistria brasileira: origem e desen- volvimento, $40 Paulo, Brasiliense, 1986. 1038 p. Mania Treisa R. ve O. Verstani # Este fivro de Wilson Suzigan estuda a evolugio do investimento na inddstria brasileira de transformagio no periode anterior & 1 Guerra Mundial, com base em novos daclos € evidéneias empiricas, © propoe uma teoria altemnativa para interpretar a génese da industrializagio no pals. © primeiro capitulo discute criticamente as interpretagdes.correntes sobre as origens do desenvolvimento industrial brasileiro, apresenta uma interpretagio alternativa e explicita a hipotese de trabalho. No capitulo que se segue, sio analisadas as tendéncias do investimento indust nivel agregado ¢ setorial ¢ examinadas as interrelagées entre investim € estoque de mocda, receitas de exportacio ¢ variiveis de politica co cial. O exame da evolugio do invest em indiistrias especificas leva © autor # identilicar dois padrdes distintos de crescimento industrial: tum ocorrido antes da T Guerra, 2 ser estudado no terceiro capitulo, ¢ outro que se inicia com a Guerra, examinado no quarto capitulo, Os apéndices sio constitufdos de «res tabelas, as quais apresentam: dados Felativos as exportagdes anuais de maquinaria industrial para o Brasil; io da tarifa aduaneira ad valorem equivalente agregada; indices importagdes e da taxa cambial, indices de pregos dos produtos domeésticos e do custo real das importagdes; uma listagem das fabricas de tecidos estabelecidas no Brasil antes de 1905, datas de fundacio, valor do capital, nimero de ceares, fusos e operirios ¢ forca motrin, Com base nas evidéncias produzidas ¢ na andlise das relagdes entre investimento industrial, receitas de exportagio e varidveis de politica econdmica, © autor chega as seguintes conclusies: a) 0 investimento na indiistria de transformagzo brasileira, no perfodo que amtecede a Grande Depressio, relacionava-se diretamente com © desempenho do setor expor tador, em especial antes da 1 Guerra; b) a partir da década de 530, esta a + Da Universidade de Brasilia, eg Pan Bae Wo A ahs) relacio é interrompida, na medida em que a demanda interna substitui ‘a externa como principal fator determinante do investimento industrial; varias nas receitas de exporiages ¢ no estoque de moeda expli- cam, significativamente, as tendéneias do investimento até o final da década de 20, Podese dizer que a maior contribuigio original do autor reside no amplo levantamento de dados sobre exportugdes de maquinaria industrial estrangeira pata o Brasil, nos estudos sobre a origem ¢ desenvolvimento indiistrias que se desenvolveram no pais antes da IJ Guerra io de datas de fundagio de fibricas téxteis criadas até 0 inicio do século XX, Dados sobre © valor das export sis de maquinaria industri Gri-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha e Franca para 0 Bra do. 1851/1939, desagregados por indistrias especiticas a gue se destina. vam, sio apresentados, em libras, & precos constantes de 1915, na Tabela. 18 do Apéndice 1. A apresentacio desses daclos, que podem ser usados, fidedignamente, como indicadores do investimento industrial agregado ¢ setorial, coloca’& disposicio dos pesquisadores uma fonte inestimivel de informagées sobre o crescimento industrial no periodo ¢ representa um importante subsidio do autor uo estudo da industrializagio brasileira Os estuclos de casos, 0s Capitulos 8 ¢ 4, constituem, também, valios 0 do autor 20 estuido do periodo. A origem e 0 desenvolvimento mais indistrias de transformacio do periodo sio analisados com ntagio, propiciando ao leitor uma nova visio do crescimento industrial ecorride mo pais antes da II Guerra. Este é um trabalho pionelro. Com excecio da indiistria de bens de capital ¢ da indiistria txtil, os dados € inlormagées gerais sobre us demais indiistrias eram, até agora, pouco disponiveis, em especial para o piblico nao espe- cializado, No Capitulo 3, sio apresentudos os estudos de casos das indiistrias que se desenvolveram no primeire perlodo: xtil (algodio, juta e 13), chapeus, cealgaddos, moagem de trigo, cervejas, agiicar, fésloros © metal-mectnicas (eves). No capitulo seguinte, estio os estuddos de casos das gue se desenvol- veram a partir da I Guerra: eimento, siderurgias, metal: mecinicas (pest das), papel e celulose, artefatos de borracha, quimicas ¢ farmacéuticas, leo de carogo de algodio, téxtil (seda € raiom) € processamento de carne. Cada estudo de caso compreende uma descricio relativamente minuciosa da origem e evolugio da indiistria em exame € uma andlise dos principais fatores que determinaram sua evolucio ¢ localizagzo. A origem do capital a natureza dos investidores so investigadas a luz das evidéncias apre- sentadas. A despeito da extensa pesquisa reatizada pelo autor, o trabalho, nesses capitulos, se ressente, entretamto, de iniormacdes mais detalhadas sobre as tarifas de importagio de produtos manufaturados competitivos, insumos fe maguinaria importada, relativas as diferentes indastvias estudadas ‘Ouvia importante contribuicio do autor consiste na localizagio de datas de fundacie de diversus fabricas téxteis criadas antes de 1903, permitindo ms Pesg. Plan, Fcon, 1603) des. 1986 assim ampli a listagem prodozida. por Versiani (1980). Fssas datas, Uisponas ha "Tabela 20 do Apendice resultado de tn extenso taballts de pesquisa, constitaemse em importante fonte de informa. pata. 9 eotado das origens da indistria teil no Brau, Diserepancias ence alg as datas fornecdas pelo autor e por outras fontes indicam que’ esa Tstagem ainds poder vie a ser aperteiconds. ‘Os Capiculos 1 ¢ 2 contém pontes interessantes que podem favorecer uma melhor compreensio do processo de crescimento industrial brasileiro. Nao se pode afirmar, entretanto, que tagam subsidios suficientes para justificar uma nova interpretagio da industrializagio do pais, como se ver’ a seguir No primeiro capitulo, as interpretagdes correntes sobre as origens da industrializagio brasileira sio apresentadas em quatro grupos: a teoria dos choques adversos, 2 dtica da industrializagio liderada pelas exports. gies, a visio do ca ardio € a tica da industrializagio promovida tencionalmente por politicas do governo. A teoria dos chogues udversos corresponde 2 interpretacio da industrializagio brasileira como resultado de estimulos & producio industrial provenientes de dificuldades no comé: cio internacional € de implementagio de politicas internas expansionistas. Ess teoria € subdividida pelo autor em duas verses: uma versio extre- mada atribuida 4 CEPAL e outra atribuida 2 Furtado (1968) © Tavares (1972). Sob a dtiea da industrializagio liderada pelas exportagies, origem c o crescimento inicial da indistria brasileira relacionamse linear mente com as exportagies. O creximento do setor exportador implicava, pois, uma expansio do mercado interno e das importagies de maqiainaria, fe se taduzia em um aumento dos investimentos industriais. Uma retracio no setor exportador, uo contririo, provocava uma redugio nesses investi- mentos. Dean (1976) € Nicol (1974) sio citados como os principais utores « wtilizatem esse enfoque, Na visio do capitalismo tardio, a emer géncia © evolugio de uma inddstria manufatureira em Sao Paulo é analisada como uma etapa do desenvolvimento ce uma economia agricola exportadora capitalists e determinada, portanto, em primeiro lugar, por fatores internos. Essa interpretagio ¢ associada x0 “Grupo de Campinas”: Tavares (1974). Silva (1976), Aureliano (1981) © Mello (1982). Final- mente, a. dtica da industrializagio intencionalmente promovida por politicas do governo dé énfase 4 protecio concedica a indtistria como um lator que teria propiciado a emergencia ¢ 0 desenvolvimento de um setor manufacureiro num pais agricola exportador, identificando, ainda, ciclos alternados de investimento e de producio, determinacias por alteracdes na taxa de cimbio, As contibuicdes de Versiani (1980) ¢ Versiani ¢ Versiani (1975) sio associudas a essa dtica Fundamentandose em dados empiricos € outras evidéncias relativas & evolucio agregada © setorial dos investimentos industriais, o autor avalia @ wdequagio dessas interpretagdes para explicar a genese € evolucio da indiistria de wansformagio no periodo e, em especial, para esclarecer 0 desempenho do setor industrial nos periodos 1886/91, 1 Guerra ¢ década dde 80. Sirs criticas 8s interpretagbes correntes centramse em trés pontos Resenha bibligrilion 1 1 a nfo identificagio de wm erescimento industrial induzide es no periodo que antecede a década de 30° (critica a cepalina) ou a subestimacio da diversidade industrial ocorrida nesse periodo (critica dirigida 4s imterpretacdes de Furtado © ‘Tavares e 20 “Grupo de Campinas”); 6) a conclusio de que crises no comércio exterior, no pe década de $0, favoreciam crescimento da producto i atribuida & visio do capitalism lio) € a anilise simplista dos efeitos da Grande Depressio sobre a inddstria na década de 40, realizada pela CEPAL; e ¢) 1 caracterizagio de ums politica explicitamente protecionista no perfodo que antecede a I Guerra e a eficicia dessa politica em explicar © crexcimente industrial diversificado, observado na década de 20 (critica dirigida 4 interpreta sob a dtica da industrializagio intencionalmente promovida por politicas do governo) ‘A seguir, 0 autor apresenta uma avaliago do desempenho do setor industrial em periodes controvertides, chegando as seguintes conelusoes: 4) a despeito de uma expansio industrial relevante na década de 80, a génese da industrializagio é anterior a esse periodo; 6) 0 investimento industrial durante os anos do Encilhamento cresceu significativamente; ©) 0s investimentos industriais decresceram substancialmente no period da I Guerra, e a taxa média anual de crescimento da produgio industrial foi inferior as taxas de perfodos anteriores: © d) 2 interpretagio de Furtado para o crescimento industrial na década de 30 € correta em seus pontos essenciais. As abordagens de Watkins (1963) @ Hirschman (1981) — teoris do crescimento econdmico induside por produtos hisicos ¢ © enfoque dos efeitos de encadeamentos generalizados — so entdo apresentadas como uma interpreiacio alternativa para o estudo da industrializagio brasileira fem seus estigios iniciais, O autor explicita a seguir sua hipotese de trabalho, segundo 4 qual a industrializagao do século XIX pode ser explicada de acordo com os enfoques de Watkins e Hirschman. A genese ¢ a evolugio de um setor manulatureiro teriam sido, assim, induzidas por efeitos de encadeamento originados do setor exportador. Essa de| déncia do setor industrial face a0 setor exportaor diluise a partir da T Guerra, como resultado dos efeitos de encadeamento produzidos pelo préprio setor industrial, os quais originam uma diversificacto no setor que se amplia na década de 20, como resultado, em parte, de uma politica protecionista. Na década de 80, 2 dependéncis do setor idustrial em relagio a0 setor exportador se modifica: os invest histria de transform ais induaidos pelas expor Entretamto, persiste a dependéne tages como fonte de divi para a importacio de maquinas, equipamentos ¢ insumos, dando ini 2 uma industridlizacio substitutiva de importages No que se refere a sintese das interpretagSes correntes, algumas obser- vagées sio necessinias, O autor agrupa diferentes visdes de diversos autores em quatro grupos, sos quais se refere, ao longo do texto, como escolas de pensamento, termo que s6 poderia set aplicado com propriedade aps enfoques cepalino e do capitalismo tardi 18 esq. Plan. Econ. 1603) des 1986 A apresentacio das interpretagdes de Furtado ¢ Tavares como contra- pondose a interpretacéo cepalina também nfo é coneta, Un exame da literatura publicada pela CEPAL deixa clara a identificagio de um processo de industrializacéo induzido pelas exportagdes no period que antecede a Grande Depresfo € a énfase 3s modificagdes estrutu processo de industrializagio dos paises Intino-americanos, em fui efeitos de uma crise no ‘comércio exterior sobre uma industria relativa mente diversificada, A I Guerra teria cabido apenas o papel de revelar sos paises Tatino-americanos suas possibilidades cle crescimento inclustrial, io se identificando no periodo qualquer ponto de inflexdo importante em sua trajeisria de industrializacio, Quanto as contribuigdes de Flivio R. Versiani ¢ Maria Teresa R. de . Versiani, ¢ de se acrescentar que os autores nao se propdem a fornecer ma explicacio geral para a industrislizacio brasileira, mas sim a iden- ‘ar fatores que propiciaram e favoreceram 0 crescimento industrial fem determinados periotlos, Por outro lado, esses autores no defendem a tese de que a industrializac2o brasileira tena sido fruto de uma politica deliberadamente protecionisia, sendo, pois, inadequade enquadrar suas contribuigdes como uma interpretagio soh a ética da industrializagio intencionalmente promavida por politicas do governo, O- argumento central desses autores € que a industrializagio brasileira, em seus estigios lciais, nao se explica apenas em fungio do desempenho favorivel do setor exportador em certos periodos, nem através das crises co. setor exportador em outros: € a conjuncdo dessas duas fases, associada ao eleito protecionista das tarifas, que promiove a industrializagio do pais, © objetivo central do segundo capitulo € identificar as tendéncias «lo Wvestimento industrial — em nivel agregado € setorial — no periodo 1869/1959 © examinar as relagdes entre essas tendéncias ¢ as exportacdes, politicas monetirias © varidveis de politica comercial (pregos domésticos, precos de importacio, turifas ¢ taxas de cimbio), O trabalho realizado ascia-se fundamentalmente em: a) série de indicadores de investimento na industria de ransformacio, construida pelo autor com base em dados de exportacio, para o Brasil, de maquinaria industrial proveniente da Gri-Bretanha, Estados Unidos, Mlemanha e Franc; eb) dados déncias relativas aos investimentos nos principais ramos do sctor manuf tureiro, fornecidos pelos estudos de caso apresentados nos capitulos que se segue Com base nas tendéncias apresentadas pelos indicadores dle investimento, wor estabelece uma periodizagio do processo de industrializacio brasileira. A influéncia do setor exportader ¢ de politicas ceondmicas sobre o crescimento industrial & sugerida, segundo o autor, por uma andlise da industrializagio observada em cada periodo. Dados relativos a taxas médias anuais de variagdes dos investimentos wdustriais, das receitas de exportacio, dos estoques de moeda ¢ do custo I das. importagées, calculados para diferentes subperiocos, indicam uma comelacio direta e positiva entre evolugio dos investimentos € receitas le exportagio ¢ entre investimentos e estoques de moeda. Tais observagies Revenha bibliogrtica 1 m Jevam 0 autor a proceder a uma andlise de regressio do investimento industrial em fungio das exportagies (conentes © defasulas) © estoque de moeda (corrente ¢ defasado), 2 qual apresenta bons resultados, com excecio daqueles relativos a subperfodos que indluem a década de 30. Os dados apresentados os resultados dos exercicios economéicos levam © autor a concluir que: a) o investimento industrial anterior a. 1939 foi determinado pelas exportagies, pelo estoque de moeda € pelos sikiios; D) as politicas eomerciais, embora tenham propiciado protectio eficar industria em enrtos perfodos, € mesmo estimulado o surgimento de detet- minados setores, nio foram capares de, 2 longo pravo, evitar a te continuo declinio do custo real das importagoes:-e ¢) a partir de 1950, as politicas comerciais passaram a tet um papel importante ma industr Tizagio, na medida em que as desvalorizagdes cambiais e restrighes is importagées ampliam o mercado imterno para. a produgio doméstica de manufaturados, dando inicio entio a um proceso. de industrializagio substitutiva de importagdes, ‘Ao final do capitulo, o autor estuda a evoluglo dos investimentos em indistrias especificas do setor de wansformagio © as subdivide em dois grupos: a) indvstrias que surgiram antes da I Guerra; ¢ }) indi trias que surgiram a partir da 1 Guerra, As industrias do primeiro grupo destinavamse, sobrettnlo, & produgio de hens de consumo naoduraveis € dependiam do setor exportacor. Sua produgio visiva abastecer omer cado consumidor aiado, diteta ow indiretamente, pelo setor exportador €mvas importacdcs de bens de capital insutnon depenciam éa capaciiade de importar criada pelas exportacdes. ]é as indvisttias criadas a partir da 1 Guerra dependiam da demands gerida pelo proprio stor industrial, ¢ algumas delas estavam sujeitas & demanda externa Nio obstante o competente trabalho realizado neste capitulo, algumas observagdes so nevessirias. A. andlise das diferentes tendéncias do investimento industrial, em Tuncio de variagdes no desempenho do setor exportador, de efeitos de politicas monetivias restritivas ou expansionistas e de modificacdes no nivel de proteco, ressentese de uma discussio tedrica preliminar sobre as possivels incertelagdes entre essas varidvels. Alteragdes no estoque de moeda poderiam, por exemplo, provocar nio sé alteragées no mesmo sentido nos investimentos, via taxa de juros, como mencionade pelo autor, mas também mudangas, em sentido contririo, mediante efeitos sobre 0 cambio, Em sen exame das correlagées entre as diferentes variaveis © em sua se de regressio, o autor utilizase de dados de reccitas de exportagio deflacionadas por um Indice de pregas de importagio. Desse modo, os dalos, watados pelo avtor como taxas médias anuais de variagio das receitas de exportacia, so, de fato, taxas médias anuais de variacio no poder de compra das exportagdes, ¢ cujas alteracdes ndo refletem, neces Sariamente, modificacdes, no mesmo sentido € magnitude, nas receitas de exportacdes e na demands agregada, Sua utilizagio como uma das variiveis 78 Pesg. Plan. Bean, 16(2)d explicativas do nivel de investimentos exi tedricas adicionais aquelas fornec exportacio. £ importante salientar, também, que a incluso da tarifa ad valorem exquivalente como um dos componentes do custo real das importacdes pode levar a resultados enganosos quando se pretence analisar a evolucio do nivel de protecio concedida a indiistria doméstiea, De fato, a tarifa ad valorem equivalente nao € um bom indicador da protecio alfandegaria & produ it. Além dos problemas mencionacdlos pelo autor, convém ressiltar que « inadequagio da tarifa ad valorem como medida de protecio tornase ainda mais evidente nos estigi quando a diversiticagio in dlades de que alteracdes nas tarifas de importagio de produtos competi ~ com efeitos protecionistas relevantes — transpategam nas tarifas ad valorem equivalentes serdo tanto menores quanto maior for : participagio dos produtes importados niocompetitivos no valor total das importacoes. Finalmente, € importante ressaltar que os resultados cconométicas, que chegou 6 autor, mio trazem maior contribuigio 20 entendimento dos Fatores que determinaram o crescimento industrial no Brasil. Em uma economia agricolvexportadora, como a brasileira antes da Grande De- pressio, € de se esperar que as importagdes de maquinaria variem no mesmo sentido que o poder de compra das exportagées, independente mente do estimuio que esteja na base do processo de industrializagio, © importante é averiguar as rizdes que levaram os capitalistas a invest na inckistria, Por outro lado, seu apelo 4 staple theory of growth © a0 enfoque de Hirschman € pouco convineente, por deixar de ado a abun dante evidéncia contemporanea sobre o papel estimulante da protecto tarifaria ¢ das cises do comércio exterior, ho desenvolvimento da indstria nacional desde suas primeiras fases — 0 que, alids, fica evidente nos estudos de casos apresentadios nos Capitulos $e 4 Nio obstante as ressalvas apresentaclas nessas notas, deve-se deixir claro que 0 trabalho de Wilson Suzigan € uma contribuicio importante to estudo da industeializagio brasileira. A riqueza de dados ¢ informagies apresentados fazem-no um livro basico de xeferéncia a ser amplamente usado por pesquisadores, sendo recomendado a todos os que se interessam pela historia econbmica do Brasil. portanto, explicagies as pelo autor para as receitas. de Bibliografia Auwetiano, LM. No limiar da industrializagaio, Sio Paulo, Brasiliense, 198) CANO, W. Raizes da concentracio industrial em So Paulo. Sio Palo, DIFEL, 1977. Resentin biblivgrétion 1 779 Drax, W. A industrializacio de 1976. io Paulo. 2. ed. Sio Paulo, DIFEL, Furrao, G. Formagio econdmica do Brasil. 5. ed. Rio de Janeiro, Fundo de Culiara, 1963, Formagiio econdmica du América Latina, 2. ed. Rio de Janeiro, Lia Editora, 1970, Hinscutax, A. O. A generalized linkage approach to development, with special references (0 staples. In: Hinscuan, A. O, Essays in tres: Passing: economics to polities and beyond. Cambridge, Cambridge University Press, 1981, 0, J. M. 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