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3. Concentragao e centralizaciio do capital g.1 Introdugiio Aandlise do desenvolvimento das sociedades capitalistas fun- damenta-se na observaciio do crescente processo de concentragao Qo capital, que implicou a elevagao do tamanho médio da uni-dade rodutiva e em crescente oligopolizagao das firmas. Esse pro-cesso conduziu a uma visdo sobre as estruturas de mercado que se diferencia da teoria microeconémica marginalista tradicional. Entender a moderna teoria da estrutura oligopélica 6 obser- var as raizes dessa concentragio de capital. Marx' foi um dos primeiros estudiosos a esmiucar esse processo de concentragao, e seus conceitos foram a base para a critica e posterior desenvol- yimento das idéias sobre o funcionamento dos mercados capita- jistas. Em sua observacao sobre o desenvolvimento do capitalis- mo, Marx distingue os conceitos de acumulagao, concentragao e centralizacao do capital, como serfo examinados aqui inicial- mente. ‘Em seqiiéncia, o capitulo analisa o papel do sistema de crédito edas empresas de capital aberto no proceso de centralizacao eas tonseqiiéncias da concentragao de capital sobre a formagio de cartéis, trustes e fuses, detendo-se ainda sobre o exame de suas implicagdes sobre a competigao entre empresas. Finalizando, sfio apresentadas formas de mensuragao da concentragao em indiis- irias, utilizadas como ferramentas empiricas para a andlise das empresas. 3.2. Acumulagdo, concentragiio e centralizacao do capital Apartir da conceituagao da mais-valia comoa parte do capital produzida pela forca de trabalho que excede o valor do salario que Theé pago no processo de produgéo, Marx define a acumulagao de 47 sendo a apliengiio ou retransforma,. q capital copital, como recomego do Processg pale deg, aia 2 ei Gain se arin do capital eromige My, sentido, £2 TM peuimulngdo surHe da transfor day, Nee de produca Mi capital’, Deasa forma, qmnt40 dara" mais pred’ Fi ofinin a acumulagiio de eng ms feo! Malta do parte cn rena como empltal oa pay? dy empreny capital". ; format rena or acho dopende da composi¢ao docapieg "tin? Age can terminologia marxista), ou soja, alee ota, conscio, ¢ capital varitivel — valor da forga dg trot eit Pobal ‘dos salirios. Quanto pnniae parte destinagg , son slohtinte, maior a parcela destinada A acumuagar’ 20 yh eine camposigao téenien do capital oerescimae Ean da. dane ai arada a Gos meios de produgio comp A massa da foron sy! Man ivi veflete-se em sua composicg de ty, quece viens om Su comosiio om at ay cimo dmonte varidvel*. O crescimento do capital cut dec eefletido na utilizagdo da maquinaria, animais de erestange Exmos, prédios, meios de transporte ete.— por um imal" an Guaneia e por outro é condigio da erescente prog tons Qui paho, porémreflete apenas uma divisdo diferent ade, fa existentes. Marx descreve a existincia de uma ley siti que se refere ao crescente aumento da parte constant, “ong em relacdo 4 parte varidvel em razao direta do Droge caPital gcumulagéo docapital. = tec A concentracao de capitais é explicada pelo erescime capitais individuais, a medida que 03 meios sociais de pret subsisténeia sao transformados em propriedade privat %°8 talistas. E considerada pelo autor como situando-se ns fe produgao de mercadorias, que s6 na forma capitalist sustentar a producao em larga escala. Acontinua. retransfornmet® de mais-valia em capital apresenta-se como grandeza wen do capital que entra no processo de produgio para uma weal ampliada de produgao. Marx descreve a ‘concentragio cons “Todo capital individual é uma concentragéo maior ou menor de meios de produgéo com comando correspondente sobre um exit cito maior ou menor de trabalhadores. Toda acumulagio torna-se nova acumulagao. Ela amplia, com a massa multiplicada da riqueza, que funciona como capital, sua concentragionas miosde capitalists individuais e, portanto, a base da produgio em larga escala e dos métodos de produgao especificamente capitalistas* Acentralizagao do capital, por outro lado, resulta da lute da concorréncia em busca do barateamento das mercadoriasaue,Po! sua vez, depende do aumento da escala de produgio e da proti- tividade. A partir disso, o desenvolvimento docapitalismo pres 48 __- aumento do tamanho minimo . vaio maiores derrotam, portant, capital indi caphires, por isso, disputam esforas da prodeegg: cs capitais mengje induistria se apoderou apenas dle mode eee uals Fyeompleto™. tealteacn ® esporddico oy ym suma, a contralizagio ocorre através da mud qistribuigae de oe existentes, crescendo em ihe langa na anak massa erandiosns, poraue & retimado de muna oe forjviduais. Dessa forma, eentralizagao complomenta e® jagaio 0 permitir que og capitalistas expandam ‘acscala aot operagoes industa ae concentragio de capitais j4constituidos, ckpressio de stia autonomia individual, expropriagdo de caplet uh por capitalista, transformagao de muitos capitais mera, fm poucos capitais maiores... O capital se expande aqui site shzo até atingiy grandes massas, por que acolé ele é perdido ex muitas maos. Eacentralizacao propriamente dita, distinguindo- mje acumulagao e da concentragao”. vidual ¢ “og 3,3 0 sistema de crédito na centralizagao Salientava Marx queo sistema de crédito constitui-seemuma forga propulsora da centralizagao, desenvolvendo-se paralela- mente a produgao, 4 acumulagao do capital e concorréncia entre capitalistas. Se inicialmente o crédito surge como mero auxiliar da acumulago levando recursos monetarios dispersos pela socie- dade as maos de capitalistas individuais ou que se associam, em im segundo momento torna-se “uma nova terrivel arma na luta da concorréncia e finalmente se transforma em enorme mecanis- mo social para a centralizacdo de capitais”. Por outro lado, a intermediagio para a aplicacao do capital monetario, via crédito, possibilita o emprego deste capital para fins produtivos diversos aos docapital individual que olibera. Por exemplo, o capital acumulado em Areas agricolas é liberado e levado para areas industriais, quando processos de produgao que dependem de estacSes do ano exigem um tempo de espera para sua reutilizagéo em agricultura, ou quando sio esgotadas as possibilidades de sua reaplicacao produtiva na area rural. Outras realocagées setoriais de capital dentro da prépria industria po- dem ocorrer pelo sistema de crédito, quando a mercadoria produ- zida em pouco espaco de tempo pode ficar armazenada para distribuigdo durante um espago de tempo maior. Nesse caso, pode ocorrer o fato de que a entrada de grandes somas de capital se realiza em um tinico periodo, e estes montantes s6 serdo nova- mente utilizados apés um periodo de inatividade. Assim, essas somas entregues ao sistema bancario so repassadas, via empres- 49 timos, a outros enpitaliatas industrinis g reforen a possibilidade de centralizncne \t® ty Hilfording, desenvolvendo ag ante, Capit 1910 seu estudo sobre o capital fin 88 de yl Ancoiy, a 4% encarndo como um volume adicional 7°: or sg nogao de que o desenvolvimento do capt, © Capon stn, caracteriza por uma relagito intrinee. ene Ringtant © capital industrial, quando o capital gt 0 enn voy ting” a financeiro. A finalidade do erédi uma soma de dinheiro q capital para nlyguém que protente « formando assim o capital monet: instituicao banciiria a funga esse Dita? Mat 8 atime q pital ye aig 8 to do capital g® rma rmein% lonag TAaNsfors Pode, eMprewé\yel monetiirio ociogg tain! : ia ¢ 0 de receher. n° atin pital monetario. Assim, além dens eMent eat 1W60 proprietir "an, nistrado pelos bancos, os capital CU DrSprign,© Hina ‘ stas prod Dita, ios nheiro ocioso de todas as outras clare ro Utonas. «ital in produtivo®. ‘ 885, visand lan A Com a expansio da indastria, o ban, em peag mediar 0 crédito, busca a concentragao precig@ M0 omy « préprio no sentido de maior garantia a seers" oe), necessidade de levantar e centralizar com soko, po “Abi vex maiores. Com o desenvolvimento donee aa son a centralizagao ereseente de capitais monroe i ere a empresa industrial deixa de depender dos sro ethane tes de produgio e, dessa forma, toma-se 1. Pts tempos de conjunturas mais favoraveis ode Poti intensas e imediatas de capital, a rpida expanc ms nan Cabe ainda ao sistema de’ crédito o contrite U2 Piss capitais originados nao apenas da acumulaen s¢° Hta menores, como também da poupanga de passe’ {ial niveis de renda pessoal que permitam oo ° um volume de seeac™ monetarias a serem gastas no futuro. serves 3.4 As empresas de capital aberto A necessidade, advinda com o desenvolvimento do capitalis mo da busca de economias de escala através de investimentos volumosos que requerem a yeuniao eutil Hizagao conjunta, emum mesmo empreendimento, de muitos capitais individuais, dew origem e rapido desenvolvimento a forma de organizagioompe sarial representada pelas sociedades andnimas, ousocedals® capital aberto, que sao definidas como: “uma assocar' pessoas formando uma unidade legal auténoms oo yore, dade legal distinta que a capacita a realiza’ ap 8 capacy propriedades e contrair dividas™”. 50 Marx reconheceu o papel essencial des com instrumento para a centralizagiio do ea corarater da produgao eapitalista em 4 o carrncteristions relevantes da societlade dees rear eee geja: a) propiciar uma enorme es ai le capital abert Seapresas, que individualmente nfo soir noes produgao das torna-se wma forma de capital social e ria possivel; b) o capital vvado, € AS EMPTESAS a ‘ocial em contraposiga privado, ¢ as empresas assumem a forma de er e000 cauitall tontraposigao As empresas individuai Nor ‘mpresas sociais em transforma-se num simples gerente ou admi pitalista industrial de outras pessoas, ¢ os proprietar administrador do capital puts © 08 proprietirios do capital t. sie capitalistas monctavion pital tornam-se meros ‘Além de empreender proce: alcance do capital individual, eave tipo de socicdads cams cares aleatea de protoger 0 fornecedor de capital: trniterds ova teristic ilidade na proporgaode seusnv capital, limitando sua 2 Pee a, gatantinds Ihara porsilidade de yoeoare eave decisivos da empresa, cabendo a responsabi a ae nos assuntos decisdo rotineiros aos diretores e —_ Como salienta Hilferding —que completou e ampliou a visa marxista sobre as sociedades anénimas—,na prati mite Ye capital suficiente para o controle d pedsica bmanten 1 ole da sociedade anénima geral- mente nao ultrapassa 1/3 ou 1/4 do capital global, e com a mengente concentragao da propriedade vem aumentandoomtime- ro de grandes capitalistas que investem seu capital em diversas Sociedades andnimas. A posse dessas agdesem valores suficientes Bermite que esses detentores de capital tenham 0 poder de Pomnear uum representante para a diregao da sociedade, sejam membros do conselho fiscal, influindo na administracdo ou wa Molitica das empresas. Neste sentido, os maiores detentores de agoes tém a possibilidade de atuarem concomitantemente em savas indiistrias e em setores diferenciados. Per outro lado, para os detentores de capitais individuais em menores montantes, 0 advento da sociedade andnima industria] Hanificou uma profunda alteracao da funcao exercide pelo capi- seni padustrial 20 liberé-lo das fungdes de empresirio indus. sae O capital investido do capitalista passa assim a se revestir ee ma fungao puramente monetria: “O capitalista monetario, grquanto credor, nada tem a ver com o que é feito com Set capital no processo de produgao, embora esse emDpr ego seja,emrealidade, a condicao necessdria da relagao de empréstimo”™. O capitalista aoe tinheiro para receber um rendimento depot de certo tempo, resumindo-se sua fungao numa transact juridica, © capital assim investido é simbolizado em. Oc que repre- sentam uma cota da sociedade na empresa, e pode ser yrecuperado através da venda dessas acoes em um mercado proprio, a Bolsa de forma de soci 1 de sociedade pital, influenciando 51 Valores. Dossa forma, 0 capital mone alores. Hirke og ivo no investimento em agdes, mI ode meet prone eapital de empréstima qu anda aaa Tomo, rede bancaria. , Me ah May Aaconseaiténeins ternis da propagagig 4 vee dade revelam-so ni intensifiengio dea numa accleraciio da aeuinulagho, bom ere parcela relativamente pequenn de grandee 8 trole se estende muito além dos limite: ‘Ap Como salientam Berle © Means! e 80 americanos que desenvolyeram intensog sas que adotam essa forma de or sociedade andnima na economia indy somente um dispositivo leg; comerciais privadas dos ind adquirix a importancia maior ¢ organizar a vida eeonémica em oderes. O poder resultante da eo 8 ay verlag individuos para.o contecle de ures TAG: de Ae as antigas relagées de propriedade, levang. "920 tint M220)! essas relagdes em termos de direcao ¢ distri SOcieda, a Tom, empreendimentos. Uicag os | Ade Historicamente, o sistema acionério co) Nets i empresa semiptblica, em que se defini nitige 3 buy entre propriedade e controle por meio da mult; ‘amente aga tarios, e que constituiam os impérios mereay Pani de Mine, Holanda no século XVII, re nits d p comércio de capital social. N. ap Propri Novas basi dade patie, geet 8 es qa Pong ei, “in Dn Presentados pela later ‘ed, © entanto, apenae Oban Sena ee aPanki, forma de organizacao aciondria comegou.« NSéculo 1x, dy atividade produtiva ou manufat ; 6 ing] Reta aa ine “ureira. Desa Toduzi, ja era utilizado na América do Norte ene 2800, esteo2" 1 este envolviam interesses piblicos diretos, cout einen 8 Pontes, canais, postos de pedégio, no funciona -Ositua companhias de seguros e na cria¢ao de compart de be A primeira grande empresa manufatureirg ponbei com um grande nimero de acionistas nos moldes a formas de organizacdo aciondria foi a “Bostoe Ms, sh Company”, inddstria téxtil fundada em Massachy ont Inglaterra, em 1813. Até 1860, as sociedades aniniseg tureiras restringiam-se quase totalmente vane alee no final do século XIX e no comeco do séeulo XX é que ottem aciondrio passou a desenvolver-se crescentemente de forma orga nizada, inicialmente em outros ra: mos de servigos (Dancarios, de seguro, ferrovias e outros publicos) e indistrias (principalmente na extragéo de pedras e minérios como cobre, chumbo, zinco, én ess @ ios! 52 gepetréleo e gés natural), Setores jd NA primeira déond Com 0 desenvolvimen eo ore [8 propriedade ISSOU A ser defini. i console Rape a (lefinida através fe tministragio © ui ralog: Se) i da propriedade da riquonn, on ainda Com forman den Para ofeito de anilise, 6 oimae Herivedag principais de controle" pandind lo-s0 nda do século, velozmente em todas o. 8 to das soci sociedad, 6 da riquoza, atin aes 8 separ eu de poss{vi H ol distinguir-se cinco tipo: a) controle Per meio da pre ™ ainico individuoou a ns rs . aus todos ae actos, Nest cso, «propriate eo contol p) controle majoritario, ou se} das agbes, eos poderss Legale decom volve ocontrole da maioria tinico individuo ou um gruy le controle estdo nas maos de w mente) uma minoria que vapdees waa porém existe (teoriea. desta maioria; lera e questiona as politicas e atos ©) controle por meio de ‘ posse da maioria das-apiea-pele legal, quando nao existe a Possanismos logais 0 garaniem. Um exemplo é 5 mecasismo mre am inado pisamidal onde 0 que contra detém a Posse da devforia das agoee de uma ie vata rola detém a posse da maioria das agdes de outra aivgicca-e' ests proceso detent repetido muitas vezes, de modo que uma process pode Tente a 1/4, 1/8 ou 1/16 pode ser | be isc aang Seb . pode ser legalmente dominante. Outro mmecanismo legal refere-se A atribuicdo de direitos as acdes, de jnodo que somente determinada parcela muitopequena destas concede direito a voto, ou ainda o poder de voto é desproporcio- Gal ao capital investido, Outro mecanismoconsiste no voto por procuragao, envolvendo um grupo de procuradores que em peval so membros da administragéo,e que passer & deter 0 Bera] poder de voto sobre as agdes a eles confiadas; @) controle minoritério, quando um jndividuo ou um pequeno grupo possui uma participagio om ages, suficiente para cominar a empresa, através de um controle operacional, & para isto se vale da atracao de procuragdes de proprietérios Hispersos, para se juntarem a sua participagao minoritézia; e) controle: administrativo, quando. propriedade esta tao disper- sa que nenhum individuo ou grupo tem interesse em dominar os negécios da empresa, € a ministragao vigente designa ® comité de procuradores que legerdo os diretores pars © perfodo seguinte. 53 Dessa forma, 0 sistoma acionfria poss; “ ecentralizagao do capital em empresne da tlitou e ao mesmo tempo passando o control © Porte nee, mnimero cada vex menor de pessons, rome?" 10 Yer , *, * "si capital. among, tn te iy io "an 3.5 Cartéis, trustes e fusées Aconcentragao e centralizaciio do ca pit; vimento de estruturas de mercado cada yeu eva du monopolistas, com a formagao de combinaent® ° que visam a dominar a concorréncia. Dessafan® centralizagao acaba por resultar em um nin” empresas em determinado setor de produgao ae reduy sdnpia e tornando mais vantajoso ocaminko dae 240 aca’ as empresas, ou seja, do surgimento dos cartéis ne ™ACio (O cartel baseia-se em um acordo entre emper tS fis agéio comum nos negécios, a fim de dominar o Presa riy ia Jecer comportamentos de controle mais rigido monet estaba mmombros do cartel mantém independéncia finance ?™™. 0s Pubmetendoa um controle central e apenas se compen't® Mio se politicas comuns de pregos e de oferta nos negécios, "**?™ "im ‘As organizagdes em cartéis podem apresentar-se q, organizada, representadas por uma instituicao ou eseritsqt opera como 0 representante comum, estabelecendo os *Srio que Speribuigao das cotas do mercado de forma conivente eeoe® empresas, 0 exemplo mais atual pode ser dado pela OPEP.9¢> caie os maiores produtores mundiais de petréleo. Outra fy de operacionalizacao dos cartéis, ainda conivente, Bergin ane ceeanizada em uma instituigdo, realiza-se através d “acordos de orga Minos’ entre as empresas. Observa-se comumente entre paises produtores da mesma mercadoriaa formacao decartéissoh a alegacao de regularizagéio do mercado ou estabilizagéo dos pregos, como por exemplo os Acordos Internacionais do Café, do Kodear, do Estanko e, na Europa, do Ago e do Carvao. O truste resulta de luta em que 0 mais fraco renuncia a independéneia econdmica. Historicamente, a literatura reata « sn gncia dessa pratica na Inglaterra medieval como métedo legitimo de administragao de propriedades de senhores feudais, livrando os proprietarios de terras de impostos e transferindoa inatituigdes religiosas os benoficios da terra, que nao podiam dorivar diretamente, Posteriormente, a designagdo de truste para essa pratica teve origem em 1822 nos ‘Estados Unidos, quando varias empresas de petrdleo entregaram suas ages 81 comité (“Board of trustees”), formand Mao d io. a Standard Oil. 54 Nestas formas de organizagiiomencionadas no iltimo item, as comunidades de intoresses, operando via acordos, observam uma fanitacdo nn indopendéneia das empress, enquinto as fusées a guprime. Essas limitagies sfio fixndas contratualmente quandoa Hfregio dn empresa dove se submeter 4 fisealizagio de um drgio comm, que determina condigios le concorréncia, de cireulagio cM yrodutos, de pagamentos, e ns limitagies estendem-se no fmbito do comportamento econdmico ¢ empresarial. As comuni- dadesde interesses deseritas por Hilferding, por sua vez, definem Secartéis, Cujo objetivo é0 aumento do lucro mediante acordos de pregos, da regulagio da oferta do contingenciamento da produ- gio. Quando, de uma composigfio puramente contratual, o cartel passa a uma unidade comercial, por meio da supresséo da Fitonomia comercial das empresas, recebe a denominacao de tindicatos. Nesse caso é indiferente aos clientes comprarem de qualquer das empresas componentes do cartel, o que pressupée uma homogeneidade da produgao. Realiza-se uma passagem gradual do estagio de mera regula- mentagao comum dos precos para fases de fixagao comum da oferta e da produco, de criagéo de um escritério conjunto e da perda da independéncia comercial pelas empresas. Podem ocor- Vor formas de cartelizagao em que a compra de matérias-primas yealiza-se conjuntamente e, finalmente, podem verificar-se tam- pam intervengdes na autonomia técnica da empresa individual”. ‘Na fusdo, a independéncia das firmas é totalmente abolida e as antigas firmas desaparecem para dar surgimento a uma nova entidade comercial, com uma unidade organica sob diregio tunica, pela compra de uma firma por outra, com unificagio do capital. Se Mt ondencia da moderna economia industrial é do crescimento das fusdes com o desenvolvimento do mercado, em periodos de recessio econémica as empresas tendem a se “rearrumar” no mercado Sendendo sua participagdo acionaria e a oligopolizagao se acentua. ‘Ag firmas adquiridas no processo de fusdo sao conduzidas & vyenda de sua participagao aciondria por razdes como a iminéncia Ye faléncia, obrigagées tributdrias ou outras acima de suas condigdes de pagamento, desvantagens técnicas relacionadas a0 pequeno porte, ou desvantagens administrativas pelo fato de eerem muito grandes para serem comandadas por uma sé pessoa. Em qualquer dos casos, as dificuldades podem baratear os pregos de vendas dessas empresas, facilitando a aquisigdo para a firma adquirente. 'A empresa adquirente, por sua vez, tem como razdes, para a compra de outra empresa, objetivos ou motivos como: a) possibi- Iidade de obter ou de ampliar as economias de escala quando se encontram em um tamanho abaixo do étimo com relacio 20s custos, Nesse caso, as vantagens se mostram na diminuigao da 55 ncia, nas economias de markorjy, a | we concorré in complementariedaces: que. gy Moy buigao; b) Gas 7 aut s, eno caso inicia-se UM procegs,, ql ging uulta na realizaciio de viirins fagoy gl integte res Aifstribuigao de um produto por diferente? © Ais intogradas; ¢) possibilidade de crage Uaade o seguranga quando n nquis agiio economiza o tempo necass ntos e de conhecimentes | Par; 5 ) bog . operacional Ge novos equipame Jominagio do mereado climinando rivai.’,! monopolizacio da produgao; ©) quando fate, promocionais favorecem 0 prego das agdes nom 8 fin, go se reunirem capitais em uma tinica empresais™ 3.6 Concentragéio e competigaio Aconcentrasiio industrial é visualizada como y nantes estruturais mais relevantes da compe: ice: 05 deter neoclassicas, estabelecendo um conjunto de ‘supose se? om vas, sugerem que uma indtistria mais concentradg o> "str: tituida por um ntimero pequeno de grandes firmas isto ¢ cons, competigao pelo fato de que estas sao encorajadas fe ttiea g forma interdependente no que se refere & tomada qat’™ te sobre pregos, producgao e assuntos correlatos, lecisiag Aconcentragao, no contexto da moderna teoria das ¢, 6 examinada a partir de dois enfoques diversos; MprEsas a) aconcentragao global, que se refere a parcela da produes, das vendas da economia como um todo, que é response! um niimero relativamente pequeno de firmas, como por en plo a parcela das 200 ou 300 maiores firmas, 0 que dé ink des sobre as estruturas eo potencial de poder da economin, b) a concentragao de mercado, que se relaciona & parcela de mercado abrangida por um ntimero relativamente pequeno de firmas em uma industria ou em um mercado individual. Esta concentragéio de mercado pode ser avaliada de uma maneira estatica, em um determinado ponto no tempo, ouem seus aspectos dindmicos, observando seu crescimento ou decréscimo no tempo. Neste sentido, os efeitos sobre a competicao em um mercado podem ser observados e avaliados nao apenas com relagao ao numero de firmas envolvido e nos impactos sobre a formagao de pregos e os niveis de produgdo, mas também sobrea desigualdade nos tamanhos das firmas, sobre a capacidade de Anovacao e sobre as barreiras 4 entrada de novas firmas. Assim, mudangas nos niveis de concentragao de uma indtstria resul Pa res que induzom mudangas no pod aon. do {at0Ee oor exemploaltorngoee non rolitee eee iekargneTidores, nas eeonomnina de eaealn da fires; ao ayo e no creseimento do merendo, ou ainda a ovorréncia de cama Gatros fntores, quo afetam ns condigdos do entrada a fusoe® armas naquele mercado, e nowas Myra aalea concentrngio na indistria usualmente resulte sma conduta interdependente das firmas em relagio a pregos gio, observam-se conseqiiéncins desfavordveis resultan- tes da falta de competigaio neste caso. Um dos fatores primordiais tefore-se & nido-obtencao da alocagao mais eficiente de recursos, wade que os precos tendem a ser superiores ea produgao inferior, om relagao a situagoes competitivas, pois os pregos sao estabele- Sdos em niveis que possibilitem a sobrevivéncia das firmas menos Sfeientes. Por outro lado, a falta de competigao que assegura a ob- fengao garantida de lucros afeta a eficiéncia interna das firmas, wis pode ocorrer uma falta de estimulo para a inovagao e para a Melhoria dos processos de produgdo e dos produtos, bem como para desenvolvimento na eficiéncia organizacional e gerencial. Em contraposicao a estes aspectos, observa-se que a alta concentragao pode refletir o crescimento das firmas até um tamanho suficiente, para garantir o nivel mais eficiente de produgio que reflita economias de escala, proporcionadas parti- Pularmente pelo desenvolvimento tecnolégico, e que acarretem menores custos e precos com um nivel mais elevado de producao. Apesar disto, um nivel superior de concentracao nao é resultado apenas de economias de escalacom plantas maiores, mas também de um niimero maior de plantas sob uma propriedade comum, o que por sua vez implica economias de escala em marketing. Ainda que esgotadas as condigdes de obtengao de economias de escala, a goncentracao pode ser estimulada a permanecer ou a aumentar, no sentido de possibilitar as firmas maiores a preservagao de sua posicao quanto 4 formagao de barreiras a novos entrantes, impe- dindo oacesso a fornecedores de insumos ou a mercados consumi- dores potenciais. A existéncia de alta concentragao nfo envolve necessaria- mente ineficiéncia ou praticas oligopolistas, pois as firmas lfde- res, além da obtengiio de economias de escala, podem ser motiva- das 4 busca da inovago tecnolégica e da modernizacao, encon- trando condigées favoraveis para isto face 4 condig&o privilegiada de poder. Um numero de limitagées pode ser observado no poder de mercado pelas grandes firmas em indtistrias concentradas, como no que se relaciona ao comércio internacional. Se, por exemplo, 0 mercado para determinados produtos é consideravelmente supri- do por importagées, entao a producdo altamente concentrada de ind emu @ produ 57 Spode nai an de mercado. No que se refere A OM ind firmas podem apresentar uma maior ta &Xpoy exterior e, dessa forma, as monoreg ™encia mercado interno, S revelay Osniveis de competicao em indvistrin alterar como resultado de mudangas neo! enty, Entre os fatores favoraveis no aumenta fev dan tacam-se:i)ocrescimentointernonnat 0% e pode diferenciar o tamanho das mean’ formas de concentragio de diferentes firn, comum; iii) 0 declinio do tamanho do me determinado, quando as firmas maiores sobreviver; iv) a formagiio de joint venture dentes. Por outro lado, a concentragao pode diminuiy rem fatores que operam na diregdo contraria, o, °° Manj de novas firmas; ii) 0 crescimento do tamanho ane Dae, fechamento de uma ou mais grandes empresas? "ato mento de firmas médias ou menores; ¢ finalma (Pio en)? noscustos dos transportes, internos owinternasineW® teuge tarifas ou barreiras ao comércio. Pals, edeoutse Steind] examina as caracteristicas das mudancas n concentragao em uma indiistria, salientando as die) de margens de lucro entre firmas de uma mesma indiistnt® "5 influenciando fortemente esta concentragao' Const m0 problema um aspecto de longo prazo, em que tem pape] Tela este 0 progresso técnico com as conseqtientes reducies de ae em empresdrios que dispdem de maiores taxas de lucros detém Os capacidade de acumulagao interna de capital e maior incre novos investimentos. Em determinadas indtistrias, as mies firmas, que reduzam seus custos devido a economias de ecg? advindas de qualquer inovacéo, apresentardo uma tendénis natural a expandir-se em relagdo a outras firmas, dado que acumulagao interna tende a se elevar em taxas crescentes 4 medida do aumento de sua vantagem diferencial. O aumento do grau de concentracao da indtistria ocorreri, de acordo como autor, se a taxa de acumulagao dessas firmas “for de tal ordem que empurre a sua expansao além da taxa de expansio da industria como um todo”. E, neste caso, elas terdo de garantir uma maior participagao relativa no mercado, langando-se em campanhas de vendas especiais através de pregos mais reduzides ou produtos de melhor qualidade, ou campanhas de publicidad Se as grandes firmas se expandirem a uma taxa mais rapida que a consistente com uma participagdo absoluta constante dee fir mas na indistria, a participacao das outras firmas devera dim 19. Om tim. read Para Pri esto mai 8 entro firm 58 m fungiio do tamanho do mercado), aumentando aconcen- W através da climinagio de um mimero de firmas existentes, traci jminagao, segundo Steindl, nao é temporaria; tratn-se de Bate eyémeno de longo prazo e nfo é reversivel porque a relagiio uum Meusto estabelecida nfo permite o reingresso de firmas le efo mais elevadoe menor flexibilidade financeira, quem geral ons representadas por empresas pequenas, forgadas a reduzir sous pregos ol AuMONLAY o custo por meio da competigao de qualidade ou de publicidade mais intensa, Esta andilise ressalta fs ligagdes entre a concorréncia, a acumulagio de capital ¢ 0 proceso de concentragiio industrial, Noentanto, 0 autor salienta que no caso de inddstrias em que os produtores de firmas marginais, que apresentam custos mais clevados, obtém lucros “anormais”, a diminuigio de precos pode ser suportada e haverd maior dificuldade na eliminagao destas. O corte nos presos das firmas “progressistas” (na terminologia do autor) deve, portanto, ser maior do que a margem de lucro liquido das firmas marginais a fim de impedir que estas anulem o esforso de vendas das primeiras. nuir (cl 3.7 A mensuragiio da concentragaio Amensuragao da concentragao fornece os elementos empiricos necessarios para a avaliagio da situacéo de competicdo de um mercado e para as comparacées intertemporais que permitam examinar a dindmica do processo de mercado do lado da oferta. Alguns aspectos podem dificultar a operacionalizacio dessa medida, como: a) a definigao do mercado, que pode se referir a um. produto unico, a bens substitutos, a produtos similares, a regides especificas etc.; b) a inclusiio ou ndo de importacées e exportacdes na medida; c) a distingdo entre estabelecimento e empresa; d) a escolha do indicador adequado para ser tomado como base de mensuragdo; e) a disponibilidade de informacées estatisticas adequadas. Os indicadores selecionados como base de mensuragao usual- mente seguem trés critérios: a capacidade produtiva, o ntimero de empregados eos ativos possuidos. A capacidade produtiva pode se relacionar 4 quantidade fisica de produgdo (no caso de produtos homogéneos) ou a valores monetArios, como por exemplo o valor das vendas, 0 valor adicionado, entre outros (quando a compara- so se faz entre produtos nfo completamente homogéneos). O numero de empregados é freqiientemente utilizado para mensu- rar o poder das empresas, porém esta medida é influenciada pelas técnicas empregadas, pelo grau de automatizaciio de diferentes firmas, o que pode nao refletir adequadamente o grau de concen- tracdo de mercado. Por sua vez, a escolha de indicadores de ativos & 59 possuidos esta ligada A capacidade produtiva, porém a, também a dificuldade de nao-comparagao entre diferentes te gas de produgio. O uso de diversas varidveis para a mares te dos indices pode dar diferentes resultados, Por gyge't't8ito diferencas no grau de integracdo vertical das empresas pode tornar dificil dividir com exatidao a parte da producgao correspon dente ao produto em questao, particularmente quando uma fir, oie opera em mais de uma indtstria. . a As varias téenicas conhecidas para medir a concentragio 4, utilizadas de modo a focalizar algum aspecto particular qa a? centracao. Algumas medidas se relacionam a um setor industria} como um todo, enquanto outras consideram apenas um née pequenodas maioresfirmas. Quandocomparadasentre si, peda’ revelar resultados conflitantes, no entanto, isoladamente, refle. tem aspectos especificos da situag4o; como uma tinica medida nao revela todos os aspectos da concentragao, usualmente uma an. lise detalhada requer a utilizagdo complementar de varias medi, das. Testes empiricos revelaram um alto grau de correlagao entre as diferentes medidas. Entre as medidas mais utilizadas destacam-se a Relacdo de Concentragéo, o Indice Herfindahl-Hirschman, o Indice de Joly, © Coeficiente de Entropia e o Coeficiente de Gini*”. Presents @) Relagao de Concentragdo (C) Mede a proporgao representada por um mimero fixo das maiores firmas da indistria, em relagao ao total da indistria, tomando-se como base um dos indicadores anteriormente mencio. nados. Usualmente sao consideradas as trés ou quatro maiores firmas, observando-se diferentes critérios entre os paises que utilizam esta medida em suas andlises. n C= = Pi,onde i=1 n= miimero de firmas Pi= participagdo da firma i no mercado. go ¢ medida considera o mesmo peso para todas as firmas, ¢ indicatetada pela mudanga no numero de firmas em Um indlistria. A relacdo 6 de facil interpretagao, ou sea, Se PO! gran plo, um ntimero pequeno de firmas ¢ responsavel POT ua frande proporcao da produgao, das vendae ea do empreee or Drobabilsdentng nivel de concentragiio é alto e existe uma mire Scone itade dese estar diante de praticas oligopolisticas ncia de uma baixa relagho 60 Noentanto, embora a presenca ou desaparecimento de firmas pequenas possa ter efeitos sobre a competigdo da indistria, a yelagao C nao é capaz de revelar essas transformacdes. Outra limitacdo da medida esta no fato de nao levar em conta o numero total de firmas da industria, nao revelandoa distribuicao relativa dos tamanhos, seja entre as maiores, entre estas e as remanescen- tes, ou entre estas tltimas. Além do mais, em comparagées intertemporais nao existe a possibilidade de se verificar a mobi- lidade do tamanho das firmas, ou seja, se a mesma industria se encontra entre as mais concentradoras de mercado em dois periodos diferentes comparados. A Figura 1 revela a interpretagio grafica desta medida, considerando-se a comparagAo entre duas industrias A e B. Figura 1 1 8 8 86 8 8 ° 2 4 6 8 10 12 14 16 n? de firmas Curvas deconcentragio de duas firmas Ae B, utilizando-secomo indicadorarelagao de concentracao. Observando-se as quatro primeiras firmas de cada industria, nota-se que a indtstria A é mais concentrada que a B. Por outro lado, se forem consideradas as oito maiores firmas, a indtistria B é mais concentrada. Desta forma, verifica-se que a comparagao entre indiistrias diferentes depende do n a ser considerado, desde que a indicagéo da concentragao, neste caso, corresponda a apenas um ponto da curva. As informagées da figura podem ser utilizadas para encontrar o ntimero minimo de firmas que repre- Sente uma dada concentragao de mercado. A comparagao entre duas indtistrias pode ser utilizada para decisdes de investimentos de uma nova firma: um mercado mais concentrado, com praticas oligopolistas, pode apresentar mais barreiras 4 entrada emaiores 61 7 dificuldades de sobrevivéncia para uma nov; iniciar a operagdo com um determi: empresa lete o nado tamanho, “que . ita ) Indice de Herfindahl-Hirschman (H) Define-se pela soma d ; 2 los quadrados da part;.; firma om relagao ao tamant total da indtanig ee de odas as firmas da industria, striae leva em cont mta, n H= 5 Pe 1 Quando existe apenas uma firma na industria oh me o valor maximo da unidade; quando as fran 1g nsce asa cao igualitaria, o indice assume seu menor valordeie oe do indice aumenta com o crescimento da desiggainnag a qualquer niimero de firmas, sendo, portanto, tion Janitcagin da reemelto, uss bheran camateeteslitelenmes Pelo fato de o indicador Pi ser elevado ao quadrado, o tamanke relativo das firmas é levado em conta, ou seja, as mezoresfimas contribuem menos que proporcionalmente para o valor do indice (orrespondendo a diferentes ponderagdes). Oexemplo abaixo esclarece a interpretacao dos resultados da medida. Para efeito de simplificagdo, sao consideradas duas jndstrias A e B, constituidas de apenas 5 firmas cada uma Indistria A Indistria B Pi) ey? Pi) ey 40 0,1600 60 0.3600 30 0,0900 10 00100 20 0,0400 10 0.0100 8 0,0064 10 oie 2 0,0004 10 oot Pe 100 2068 100 4000 jor concent Os valores superiores para o indice indicam mos go no interior da industria. dos cada wma d psotuto de cad Wt as bém consider ¢) Indice de Joly (J) o tamanho al ida considera Esta medid: es unidades incluidas na industri firmas da indistria. 62 n J = (Xi)? / (Z_ Xi), onde i=l Xi = tamanho absoluto do indicador da firma i No exemplo abaixo o indicador X refere-se ao ntimero de empregados em cada firma, e os valores superiores para os resultados também correspondem a uma maior concentragio na industria. Industria A Industria B Xi iy? Xi (xi? 300 90.000 400 160.000 200 40.000 200 40.000 100 10.000 100 10.000 50 2.500 100 10.000 20 400 100 10.000 670 142.900 900 230.000 a 0,3183 0,2840 d) Coeficiente de Entropia (E) Corresponde a uma medida que permite comparar as diferen- gas no tempo, no grau de concentracao das industrias. a E= = Pilog i=1 Representa oinverso da concentracao, ou seja, ovalor diminui quando a concentragéo aumenta. Pode ser utilizada para deter- minar 0 grau de incerteza de um mercado, no sentido de que quanto maior 0 mimero de concorrentes e a incerteza de uma firma manter um cliente, maior o valor de E, Quando existir ape- nas uma firma, e portanto na situagio de monopélio, E = 0e a incerteza é minimizada; quando todas as firmas apresentam igual Participagao no mercado, a entropia é maximizada e E = log n. ©) Coeficiente de Gini (G) umf 2t*esponde a uma medida da extensfio em que as firmas em ma indtstria sfio desiguais em tamanho; nesse sentido é comum 63 referir-se a este indicador mais como um, de do que de concentragiio. A Medida de dog: A figura abaixo ilustra a representagg “Sita, suragiio. O eixo vertical mostra as porcents desta form, determinado indicador econémico do tomas acum como vimos, pode ser representado por pnho das fir aang, eixo horizontal 6 representada a porcenta, GAO, ating ouAmero de firmas da indtistria, comegandocom ns ne maiores. Dessa forma, é plotada a Curva ‘le L 7 menoresats” pontos que indicam as porcentagens acumuladand? Ue Une og outro indicador), e as porcentagens do ndhifon * Produtin(y industria. Em uma industria em que todas as fini frmas dy sae emo tamanho, a Curva de Lorenz coincidird comedian guia passa pelos pontos 0,0 e 100,100 da figura. Dess aor Hepp tepresenta uma inddistria em que X% do nimero defans vine spondem a X% de producdo da indiistria, ou sj, 2 ins Soe oe Ggualdade na distribuigdo da produgio. Quant nat ffastada da diagonal for a Curva de Lorenz para uma indisti maior 0 grau de concentragao das firmas. Ie possivel sumarizar a informagao revelada pela curva de Lorenz, através do Coeficiente de Gini, que mede a area entrea jinha de igual distribuicao e a Curva de Lorenz e varia entre(e 1, Desde que tanto a Curva de Lorenz quantoo Coeficiente deGint baseiam-se na distribuigao ‘total das firmas, as mudangas em qualquer ponto na distribuigio serdo refletidas nestas medides 38 gpenas as mudangas entre as maiores firmas. Por ‘exempl, se ocorressem fusées entre firmas de tamanho médio ou pequen oe eStagao de Concentragio permaneceria inalterade, enquantoo 8 Figura 2 + a a Ss %acumulada do mercado 8 R 50 Te 10 ada de firmas ys acurnd Coeficiente de Giniea curva de Lorenz, refletiriam estas transfor- magoes. Neste caso, teria ocorrido uma diminuigaio no numero de firmas e na desigualdade de tamanho das firmas remanescentes, oque resultaria em um valor menor para Geem um deslocamento para cima da curva de Lorenz, que a situasse mais proxima a diagonal. . .. . “ Finalmente, é necessdrio se reiterar que a escolha do indica- dor de concentracao industrial, a ser empregado para fins de andlise econémica, esta relacionada ao aspecto especifico da concentracao a ser examinado, requerendo em casos particulares autilizagao simultanea de varias medidas complementares, Sugestées de leitura BERLE, A.A. e MEANS, G.C., A Moderna Sociedade Andnim Privada, Séo Paulo: Abril Cultural, 1984, livro 1. GALBRAITH, J.K., O Novo Estado Industrial, Sao Paulo: Abril Cultural, 1982, cap. Vie VII. HILFERDING, R., O Capital Financeiro, e terceira partes, HOWE, WSS., Industrial Economies, Press Ltd., 1978, MARX. K., O Capital, Sao Paulo: Abril Cultural, 1983, capitulo 23. STEIDL, J., Small and Big Business, Oxford: Blackwell, 1946, cap. 1. SWEEZY, P.M., Teoria do Desenvolvimento Capitalista, S40 Pavle, Abril Cultural, 1983, cap, XIV. 1a € a Propriedade ‘Sao Paulo: Nova Cultural, 1985, segunda an Applied Approach, Londres: Macmillan Notas 1 MARX, K., OCapital, volume, li Paulo: Abril Cultural, 1984. 2. MARX, ibidem, capitulo XXII, p.163, Observe-se que na literatura moderna o Sonceito de mais-valia corresponde a parcela do produto liquide ou da rende correspondente aos lucros do capitalista, 3. MALTHUS, T. R., Principios de Economia Politica, 184, Sao Paulo: Abril Cultural, 1983, MARX, ivro primeiro, tomo2, capitulo XXIII, p.187, Sao capitulo VII, seco IIT, p. q idem, p. 194, . MARX, ibidem, p. 196, MARX, ibidem, p. 196, ENEEZY, P. M., Teoria do Desenvolvimento Capitalista, Sio Paulo: Abril Cultural, 1983, capitulo XIV, iF ob, Capital, op. ct., vol. I, ivro primeiro, tomo 2, p. 197. fs CaERDING, R., O Capital Financeiro, Sio Paulo: Nova Cultural, 1985, apitulo V, p. 93, 0. Hall MANN, H.G., eDOUGALL, H.E,, Financial Policy, Nova York: Prontice Hal, 1948, p 9, ; SWERZY, op. cit, p. 199, 2 BILFERDING, ibidom, eapftulo VIL, p. 111, » EZY, op. cit ., capitulo XIV, p, 202. 65

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