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TEU TEE De [1 k A pedagogia engajada produz aprendizes, professores e estudan- par inteiramente da produ- tes aut6nomos, capazes de parti gdo de ideias. Como professores, nosso papel é conduzir nossos estudantes na aventura do pensamento critico. Aprendendo e conversando juntos, rompemos com a nogao de que a expe- riéncia de adquirir conhecimento é particular, individualista e competitiva. Ao escolher e nutrir o didlogo, nds nos envolvemos mutuamente em uma parceria na aprendizagem. Na maioria das salas de aula, professores apresentam o material e estudan- tes o recebem passivamente — ou confiam 4 meméria 0 que 0 professor diz ou fazem anotagées para se lembrar. A maioria dos estudantes raramente lé essas anotag6es depois da aula. 5 e smecessicadesde seapeganao-conhecimento, utilizado paraatens der as demandas do curso. Ao olhar para tras, quando penso em meus anos de graduagao, o que mais me lembro néoé da _ nésmmaividardiriayporimeiomderconversas) Como ferramen- ta de ensino, dentro e fora da sala de aula, a conversacao € Can huh 8 Mey” a. Todas as pessoas falam, to, dag a onversas. Em Learning Redefines Dennis Rader exalta o Pode T e democratic c avolvem em dizado redefinidol, gislogo, a troca de cOmPreeNsses.e sen, de ém dit ” Aconversagio cont meio a informagio, A Convers, ara con: 7 struir em no empenho Pp: ela incentiva € alimenta a voz individuay : inclusiva; aoe 7 cdo é sempre inc senvolver uma visdo de Comunidade de: enquanto se esforga para classes € generos, todas as pessoas se envol. as, Em todas as ra¢ ersacio. B ' : vem em conv i ci ideias mutuamente compartilhadas incre. indo oriversa qual 1m nossa compreensao, 0 oe een de humor oe estimulou nossa capacidade de pensar criticamente Seite que nos engajdssemos em uma Gos dialética, Grande parte do ensino que atualmente pratico comega com uma longa aula expositiva. Ainda que concorde em palestrar, vejo o monélogo como a ferramenta menos util para a transmissio de ideias. Uma vez que o publico, em sua maioria, nao tem a habilidade de ouvir ativamente, muito da informaco oferecida em palestras se perde. E, frequentemente, o que nao se perde é mal compreendido. O futuro do ensino esta no cultivo de con- versas, de didlogo. Concordo com Rad asagacidade, a0 conversar ler que “a conversa revela ouafalta dela, no apresentador”, Mais importante: Com professores e estudantes sobre como e quando Momentos mais erp; i - . olga: do, repe tidas vezes polgantes do aprendizado, rep e Sains a 'ScUuto sobre a Primazia da conversa, , que Teconhecemos 9 val Para a aquisicx Aquisico de Conhecime: Ocorrem os lor da conversa como chave nto, também sabemos qué 82 a vivemos em uma cultura na qual varias pessoas nfo dispoem de habilidades basicas de comunicagao, porque na maior parte do tempo sio consumidoras passivas de informagio. Tanto a televisdo quanto o computador ajudam a promover o aprendi- zado passivo. Varias teorias feministas que examinam com olhar critico as construgées de masculinidade demonstram que, para fazer garotos se tornarem adultos patriarcas, a sociedade os treina para valorizar o siléncio acima da fala. Eles podem acabar se tornando pessoas que ou nao sabem falar ou, quando falam, pyre somente conseguem se engajar em um mondlogo. Essas so as Y- pessoas que imp6em sua fala, que, ao se recusarem a conversar, promovem € mantém uma hierarquia de dominagio em que a retengao dd a uma pessoa poder sobre a outra. Conversa sempre 0. ASSHVESAEnUHAE compartilhamento de poder e conhecimento; é uma iniciativa de cooperagio. Em uma conversa em grupo com Paulo Freire, ha mais de trinta anos, eu o ouvi afirmar enfaticamente que “nao pode- envolve doag mos entrar na luta como objetos para depois nos tornarmos sujeitos”. Essa afirmagio ressoou em mim. Ela afirmou a impor- tancia de eu me encontrar e ter uma voz. Balarisericapazidep nomear, era uma forma de reclamar para si a posi¢ao de sujeito. Varios estudantes frequentemente sentem que nao tém voz, que nada do que dizem vale a pena ser ouvido. Por isso é que a conversa se torna uma intervencao to importante, porque nao sé abre espaco para todas as vozes como também pressupde que todas as vozes podem ser ouvidas. Um modelo de aprendizado baseado na conversa € util prin- cipalmente quando a sala de aula é diversa. Todos nés fomos, em alguma medida, socializados para nos sentir confortaveis em escutar ou falar durante uma conversa, de modo que é 83 ivel que se ergam barreiras defensivas. Nos dep. vel que § menos prova : tes em sala de aula que de que apresentar argumen 6 eleva Ss. de abordar questoes relevante’ ouiten bare . ase sempre convidam a me: s ome flitos quas' OS Provoca a abrip 3 a i ssores temem q te. Com muita frequéncia, professo! ne ate, seun mente, a e iniciar em sala de aula, isso impedira o debate _ Sa St conversa nteressa — pelo menos para = niio s4o conversas, € comum qa ideig tos e refutagées é a tinica Maneirg Discussées baseadas em pa leitura obrigatoria, do que ie No entanto, ealmente ion ' energética, sempre destaca 0 que 7 sis oa uando conversas na sala de aula ea ae . =e , staan. tes se engajam no material obrigatorio. comuma consciéncig aumentada. Rader acredita que a “conversagao rs a verdadeira conversagao — é a forma de limpar venenesal como pressy. postos falsos, preconceitos, ignorancia, desinformagio, falta de perspectiva, falta de imaginacao e teimosia do sistema’, Ainda que nao seja produtivo se envolver em didlogos negati- vos quando a intengao é antes ganhar a disputa que compar- tilhar ideias, conversas que nos ensinam podem acontecer em / alto volume e ser enérgicas; elas podem ser ferozes, No livro | ' Fierce Conversations: Achieving Success at Work and in Life, One | Conversation at a Time [Conversas ferozes: como ter sucesso no trabalho e na vida, uma conversa de cada vez], Scott nos incentiva a re a autora Susan pensar a palavra “feroz”, explicando que nimos Roget [...] a palavra fierce [feroz] tem os seguintes sin6nimos;: robusto, intenso, forte, podero- $9 apaixonado, dvido, desenfreado, i Pode ser o lugar onde o conhecimenti - : Onosco, nos Proporcionando poder P 84 “no diciondrio de sind ncontido, indomavel”. 0 adquirido permanece ara abandonar o medo¢ ran ntrar o lugar da co! eda conexao, a, e encontri gar da compaixao e da c Gay ancia; ela i ifica 0 ain aire yp eria um espirito de tolerancia; ela intensifi tio Acompai: : . - seio por S ooo a Rader insiste que a conversa promove compreensao, 0 q| a comunicar, por compreender. aii iente do Je vé como um “tipo diferente de saber, mais conscien ee ; pee ; icaco, “Todo e de suas varidveis interativas”. Ao expandir a explicag: 1 an ele compartilha este insigh Conversas so poderosas. Elas podem nos redirecionar para dife- rentes definigdes e diferentes caminhos. Elas nos ajudam a olhar para questdes complicadas a partir de diferentes perspectivas & medida que as viramos de um lado para outro e nos esforcamos para construir um novo entendimento. (@oiersasnaS Sas lanidimensionais)clas sempre nos confron- tam com diferentes formas de enxergar e de saber. De acordo com Rader, elas geram “engajamento e contribuigao”, ~ Varias ideias neste artigo e neste livro estiveram presentes em conversas entre mim e o educador Dennis Rader. Quando sentia que meus processos internos de pensamento nio esta- vam to energizados quanto eu queria, eu falava com Dennis © sentia uma energia renovada. Ao escrever este artigo curto, comecei a me preocupar com o fato de que era impossfvel determinar onde minhas ideias terminavam e onde as dele Comecavam. Isso me fez Pensar novamente sobre a natureza democratica do aprendizado Por meio da conversa.4auniuitae obsessaio nos circulos académicos em torno da pri das ideias. A competi vidi opriedade ¢40 pelo respeito académico faz indi- ‘os terem uma necessidade dese: : Sperada de ser “a pessoa” que primeiro teve uma ideia. Na reali lade, ideias esto sempre” 85 circulando. Elas se renovam quando nos envolvemos em y, fl re! pone conversas i 7 le. xes criticas internas, em conversas Internas que dao express Sao nova a.um pensamento comum, Nas oficinas sobre ensino que facilito durante debates em sala de aula, os caminhos para o aprendizado expressog na conversa¢4o sao os que atraem Os ouvintes, nutrindo-og intelectualmente. Tenho esperanga de que futuros educado. res conversem cada vez mais, entre si € com os estudantes, de modo que 0 modelo da conversagdo enquanto caminho para o aprendizado seja considerado legitimo como espago genuino para o pensamento sério e rigoroso. E ; de

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