(1999) RODRIGUES. Psicologia Social Cap 10 Comp Grupal

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ALGUNS PROCESSOS GRUPAIS Da discussio entre amigos é que floresce a verdade, David Hume a) Coestio Grupos psicoldgicos diferem entre si no que tange 4 quantidade de coesio stente entre eles resultante das forcas que agem sobre um membro para que ele permanega no gru- po as razOes capazes de levar uma pessoa a pertencer a um grupo, Atragio pelo grupo ou por seus membros pode ser uma delas; forma de obter algum obje- tivo através de filiaco ao grupo pode ser outra razio de atragio pelo mesmo, Apesar de varias serem as raz6es conducentes a atragio despertada por um grupo em seus membros, Back (1951) demonstrou que varias formas de atragio grupal conduzem a resultados comportamentais semelhantes por parte de seus mem- bros. Back criou experimentalmente trés fontes de atr Gao grupal, a saber: atra- Ao pessoal entre os componentes, atracio pela tarefa a ser executada pelo grupo, ¢ atracao devido ao prestigio que derivaria para seus membros Por pertencer ao grupo. Foi verificado que as diversas bases de atracio pelo grupo influenciavam o tipo de comunicagao prevalente, mas nio influiam em aspectos como 0 poder do 376 Digitalizado com CamScanner Festinger, 1950), 1 e Kelley (1959), a tendéncia de um membro de umn grupo “fingio da positividade dos resultados por ele obtidos n0 nitude «as recompensas oferecidas por outros prtpos. pados na risfatd- phi coe? & mag obtidos no grupo forem gratificant ativas disposigio do individuo for tragio pelo grupo. Se todos os membros encont {io do grupo seri elevada. md 2 tos os ante ctl m pouco s re ; jasaltet oe ger grande is cm qute coesio grupal figura como varidvel inde- sultados bastante dbvios tais como: najor a coesio do grupo, maior a satisfagio experimentada por mi 7. Marquis, ae, 1987; Marquis, Guetzkow & Hlins, 1951); ¢ quanto r ye : a a py A aucune rane nos CP ym grupo sesentem atta pelo grupo, maior serine 8 ct ce nia (Lott & Lott, 1961; Sakurai, 1978); yrs jaior a coesTo grupal, maior a quantidade de comunicagio entre nat mack 1981; Dittes & Kelley, 1956; Lote & Lore, 1961); nt ae i : ot maior a cocsio, grupal, maior a quantidade de influgneia exercida ges mebros (B2ek, 1951; Berkowitz, 1954; Crandall, 1988; grea 1951); Pcie! js se aiora coesio grupal, maior produtividad do grupo (Bjerstede, gsm tS Campbell, 1957). 3 Cham 95 : serescertar tnd qu o8estus levados a cabo na década de 80e inicio oe Se 90 comaram das ditegoes distintas. A primeira, coerente com 0 re apontott part novos fatores envolvidos no proceso de coesao, fo acim’, Oe ém dbvio, de que i : pal BO plocofto ambem vo, de que quanto mais tempo as pessoas de ca Por panecem juntas, maior sera coesio resultante (Griffith & Greene ans forma, qua mals ecompensidora atividae grpal ative 1993) . seamente prazerosas, objetivos do grupo atendidos com sucesso, etc.), sei maior seria coeso (Stokes, 1983), Finalmente, a ameaga de perigos a grupo gu possim atingir arodos os cus membros eo papel exercido oe também se mostraram variéveis de peso no proceso de fortale- gg da cosio grpal (Harrison & Connors, 1984; Smith, 1983). sas Liderangas Digitalizado com CamScanner to de métodos destinados q on relativos & -miitua demonstrg : -se mais proximos, sina: Gao de aprego. Assim, medidas nio-verbais (sentat a am-se 35 is ‘ida i nio-verbais de afeto, movimentos coordenados) be ae rk ais (aumento do ntimero de conversas, eriagao de ee cae » maa vas pessoais de narureza mais intima) para aferi6s cis de coesio de um grupo (Budnan & cos, 1993; Tiekle-Degen 7 i 1987), . ‘ yém alertando para o fato de que o fe. De outro lado, muitos pesquisa eo Sem incre”, HO Que diz, némeno em questio ainda esta bastante env n i : 1990). Isto se daria tanto em virtude de my. peito & sua real natureza (Brawley, + stas — ora como “solidariedade” tos estudos definirem coesio de formas distintas ~ OF ee Es os Ora como “moral”, ora até como “clima geral” - , como ia = 7 eer ae tructo em siser, na verdade, bem mais complexo do que se pensava (Levine & Moreland, 1998). A segunda diregio refere-se 20 desea Tes dir outros aspectos da covsio grupal, além dad) F Spicos psicossociais, contr: cro aqui, como em outros t6picos P iais, contri. "750). Os dois conceitos diferem, pois, em ia base funcional, Para man- 18 congruencia de status duas pessoas de posigdes diferentes numa organiza- 300 : ; ser gr exemplo, quando engajadas numa mesma trea, deverio exibir compor- ar-se mais a fim de manter a ors diversos; a de status superior devers esforg: vencia entre a nocao subjetiva de seu status eo seu ‘comportamento exterior am cot qio 20 da pessoa de status inferior. Vos simbolos indicadores ee satus Ho de automvel, aparéncia do escritdrio de trabalho, etc.) se desenvolvem em | réncia coma nosio de congruéncia de status. Tais simbolos reforgam a nogio | Speongruencia de Stats para Os ndividuos que dees se utilzam, caactetizando ma posigio superior no grupo a que pertencem, ‘tribaut ¢ Kelley (1959) salientam a importincia decorrente da comparagio gos casos ¢ Fecompensas recebidos por pessoas do mesmo status. Com dois it ee ; rans ¢ competigio com outras, Os resultados foram contraditorios. Alguns experimen. tos indicaram superioridade de desempenho na presenga de se pessoas ¢ oy. tros mostraram 0 oposto. Finalmente Zajonc, ¢m 1968, conciiog Os resultados conflitivos, interpretando-os & luz da tcoria psicol6gica de Hull. Segundo Hult, as respostas dominantes, ou seja, aquelas respostas bem aprendidas, sio facilia. das quando a pessoa se encontra em estado de excitacao; € as respostas nao domi. nantes sio prejudicadas por este mesmo estado. Para Zajonc, a presenga de outras pessoas gera excitagio emocional ¢, conseqiientemente, deve prejudicar o desem- penho de comportamentos no dominantes ¢ facilitar o desempenho dos com. portamentos dominantes. Se revemos os resultados experimentais obtidos & luz deste esclarecimento, todos sio perfeitamente coerentes. Conclui-se, pois, que a presenca de outras pessoas facilita o desempenho quando a pessoa domina bem a resposta a ser emitida; caso contrério, a presenga de outros inibe o desempenho, Portanto, 0 trabalho em grupo deve ser incentivado quando as pessoas estio bem treinadas na tarefa a ser desempenhada (Jembramos que no Capitulo 1 hé uma se- do onde este tema ¢ abordado). desempenho das pessoas numa d do pela presenga de outras pessoa psicdlogos sociais desde o final do sécu Posteriormente, Latané (1981) desenvolveu uma teoria 4 qual denominow de “teoria do impacto social”. Esta teoria tem aplicabilidade ao fendmeno de faci- litacZo social que estamos considerando nesta seo. Segundo Latané (1981), 0 impacto social de outras pessoas sobre o individuo depende de: = mimero de observadores do comportamento ~ magnitude das forgas sociais (status, idade, nivel de conhecimento) — proximidade fisica da audiéncia 386 Digitalizado com CamScanner go maior o ntimero de observadores, menor a magnitude das forgas so- al QM nor ap proximidade fisica, maior a probabilidade do que Latané chara js pafing”, 042, de uma “preguisa social”, uma rendénciaa descansare 00 Fogg canto a0 fazer a sta parte. Aluz da teoria de Latané, concluimos 0 a pessoa cujo descmpenlo estamos avaliando & tinicoalvo ds for- ya « fendmeno de facilitagio social ovorre de acordo com 0 que vimos i sot avi, a pessoa € apenas um de muitos alvos destas forgas, entio as Meameno de “Preguiga social” ou “lescanso nas cosas dos outros”. 20 soe ida de decisio p _“Gatinho, podia me dizer, por favor, qual é 0 caminho para sair daqui? ~ Jgso depende muito do lugar para onde vocé quer ir = disse © Gato. ~ Nio importa muito onde... disse Alice. ~ Nesse caso nio importa por onde voce vi — disse 0 Gato. Alice no Pais das Maravilbas, de Lewis Carroll Nio adianta nada correr, quando se esta no caminho errado. Provérbio Inglés Escolhe entrar no mar pelos pequenos riachos, Santo Tomds de Aquino Decis6es tomadas em grupo ~ respeitadas as devidas variag6es resultantes do tipo de tarefa ¢ da natureza do grupo - tendem aser mais arriscadas, mais audaci- agas € menos conservadoras que as decisSes tomadas individualmente. Isso se deve principalmente a0 fato de nas decisGes tomadas em grupo verificar-se uma difusio de responsabilidade. Outra possivel explicagio decorre da teotia dos pro- cessos de comparagio social de Festinger (1954). Como argumentam Goethals & Zanna (1979), nas discussdes grupais os membros do grupo comparam suas posigées com as dos outros membros. Ao verem que certos membros tomam po- sigges mais arriscadas, os mais conservadores passam a ser mais parecidos com agueles. Janis (1971) apresenta uma interessante ¢ detalhada andlise de um pro- cesso que ele denominou de “grouprhink” e que poderfamos traduzir por “pensa- mento grupal”. Consiste este fenémeno na tendéncia de os membros de grupos coesos se deixarem levar pelo entusiasmo do grupo e passarem a agit mais emocio- 387 Digitalizado com CamScanner > | a pasta SCOR do gr ji q esmas, Jan a das mesmas. Janis cita g ¢,¢"% nal do que racionalmente, O objetivo princip: tomo de certas idéias, ¢ nfo a anilise racional das mesm Jar soem Xo fiasco da invasio em Cuba, conlecida como “2 invasio ¢8 Bala dos p00 {abril de 1961), como sendo um excelente cexemplo do fendmeno de Pensa, Jevadas pelo entusiasmo cm manter 4 ¢, Ito srupal, Pessoas intligentes foram . deisando eseapar detalhes im do grupo ¢ passaram a agi irracionalmente, ar - tissimos apenas pelo desejo de manter 0 grupo unido cm torne de uma iia ‘ atragio por manter a coesio grupal ofusca o raciocinio critico dos memo, te Stupo e pode levar seus membros a decisoes desastrosas. Um aspecto igualmente interessante diz respeito 20 grau de "isco envoligg na tomada de uma decisio (que abordamos rapidamente no inicio desta ges Conquanto se pensasse que individuos sozinhos é que estariam mais propenss.” tomar decisées mais ariscadas,intimeros estudos indicaram a presenca do que convencionou chamar de polatizagio grupal: a tendéncia de um grupo vie yy mar decisdes mais atriscadas do que aguelas defendidas inicialmente por sa. membros (Brown, 1965; Burnstein ¢ Vinokur, 1977; Myers ¢ Aronson, 1979) Isto se daria pelo somat6rio de opinides sobre um dado assunto, na mesma dire G40, que nao teriam sido levadas em consideragZo por scus membros, isolg,, mente. Estes, a0 ouvirem os novos argumentos em favor de determinada pos. 40, se tornariam ainda mais inclinados do que antes a apoié-la. O resultado serig a adocdo de medidas ainda mais artiscadas do que aquelas porventura tomadss isoladamente de inicio por seus membros. Cabe observar, no entanto, que quan, do um grupo se encontra dividido quase que igualmente em torno de alguma si¢Z0, o efeito polarizacao tende a nfo se manifestar (Brauer & cols, 1995), No sobe-e-desce das descobertas sobre 0 tema em questo, as pesquisastém enfocado primordialmente o estudo de modos efetivos para impedit que os gy. pos reduzam sua prematura adesfo a uma dada posicio, deixando de levar em conta alternativas igualmente relevantes, que poderiam contribuir para a tomada de decis6es mais cficazes e produtivas (Bartunek & Murnighan, 1984). Curiosa- mente, um destes métodos, 0 festejado e famoso brainstorming — em que os membros do grupo sio encorajados a emitir suas opinides ¢ idéias sem se preocuparem antecipadamente com a avaliagio dos outros ~ encontra-se momentaneamente “em baixa”: apesar de sua popularidade, as pesquisas nio tém atestado sua superioridade sobre outras técnicas no sentido de levar um grupo a tomar decisées mais acertadas ¢/ou produtivas (Gallupe 8 cols., 1994; Strocbe & Diehl, 1994). 388 at __— et Digitalizado com CamScanner _ fo, grup agli 5 pent i ; f {quando as pessoas se sentem livres para fazer o que bem quserem, af mes : tog que esteem a imitar uns s outa, E, Hoffer Eu adoro a humanidade, O que ew nao suporto, sio as pessoas, Charles M, Schulz jos de um grupo psicoligico muitas vezes se ientificam com os obje- emi do grupo. Exemplos lisicos do fenémeno de identificagio gru- oreo ‘er + encontrados nos estudos de Newcomb (1943) ¢ de Zimbardo 2 Pot agcomb estudou durante quatro anos as alunas do Benington College, {197 ea faculdade de estudantes do sexo feminino. Esta faculdade tinha unt POR erfsticas principais 0 fato de ser uma faculdade nova, com a maioria 2 os joven identificndos com os ideas liberais do presente Frank- 05 ont A faculdade estavasituads, porém, numa cidade dominada por jn Roos ensamento conservador, Newcomb verificou que as ana que mais peso gram com a atmosfera da faculdade abandonaram 0 pensamento con- «cident que haviam sido educadas ¢ aderiram ao pensamento liberal domi- «ead dade, Esta forte identifcagio grupal foi tio significaiva que em es- atten rido 25 anos depois (Newcomb & cols, 1967) verificou que as 2 dss facade continsavam com seu pensameno liberal e ota o iricamente ris candidatos liberais& presidéncia dos Estados Unidos, siscem* outro cxemplo de identiticagio grupal nos & dado por Zimbardo (1970) em

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