You are on page 1of 11
Sumério Apresentagto a digo Brasileira, 1972 ~ Armadithar Sua Prépria Cultur 1972. Teoriase Institusgies ena, 1973 ~ Convocados a Ps Cidade & uma Forea Prodatva ou de 1974—Loueura, uma Questo de Poder 1075_~A Politica & a Continuacio da Guerra por Outros Melos 1975 Dos Suplicios ta Cea 1976 ~ As Cabocas da Politica 1976 — Miche! Foucault, o egismo €a Arte de Punie 1976 Pontos de Visla 197A Angistia de Julgar 1977 = Uma Mobilzacio Cultural 1977 - Vio Extraditar Klaus Croissant? 1877 — Michel Foucault: “Doravante a seguranga esta 1975=Do Bom Uso do Criminoso 1878 —Desafo & Oposicio. 1979 —Preticio de Michel Foucault LIL see Fone sores 8g ewes XL ‘da natureza, um pier que se pensa come regulago, como ele pode operar? Ele so pode operer apolando-se na iberdade de Baca un Foucault ve al algo que € absoutamente fundamen fal nao se trata de uma ieologla. ndo € primiramente wma cologia, Para ee, trace “antes de tudo de uma tecnologia fie poder, c¢ asst que podemoa ea" (iid. p. 50) Da pena de morte ¢ dos flagrantes delitos & angis tia de julgar ‘Ames intl, primeira do governo Miterrand, ft a abo tig da pena de morte. Eatava a frente do miniterio da Jus fe Robert Badinter que fora advogado de defesa de P Henry, Ge, depots de raptar um menino, o enforeara em Troyes. Hise eplocdio tou enormemente o conjunto da opinio pa fies Tancese, mobllzando Inuanerivela defensores da pens fatal, do uso da gullotina,herdira da reolugio de 1788 Papuctparem asin. de um debate sobre ato de ular ep icto em que a quesiao da pena capital era bem grande Jean Tmplanche"pstcaallsta que fora dscpulo de Lacan. Robert Batinter emchel Fuca Laplace eamega por dinar os mottos que © evra fa deender m aboigao da pena capil. Como pena absolute Se certezas da clog, to 0 abate. no tm mats Hagar ‘Da de “tastarme i aber que, enge mil condenados, ha Wi aor inico nocente. para que a abolic da pena de morte fa nope trp. dete votune) Devo sum ere peefaplanche oe opee 20 wtarisno em matria penal. El 1 tomato por uma surpresa ngulta diate dos que ve recone fem de dire ede cxqurda © provaram a aolico da pena tt den pena de morte ser encarada apenas pelo seu cfetlo Gietemor ou de terror sobre o indvidwos. ober Badiner vat lembrar que Laplanche oertcara por qu. na defese, ecorera a argnentosllarisas no proceso le Patrick Henry a defen se aeazoado tha mas carder fle wma aga, nho reflesto (ver p. 74 est ole] Ele acred XLIV at Foucault embra a pouca vsbildade da justice ainda hoje, ‘mesmo que tm "processo, a principio, Ieeelpaltee” (ver P 74 neste volume). "Na monarquia absolua, a justiga era um dirito exclusive do soberano. Segredo do processo ¢ mesmo do dello part o ‘scwsado, de umn lado: publeidade e earster pablco do cast, {que se desenrolava em tm grande teatro, queimanido, conten 4o,torturando, por outro. a deseonflana dos seredos na monarquia que vou & ve lorizaro carer pablo da jsig, que desde 1794 pass para ‘outro estilo de “teatro no qual a erseiencia pablcn deve tte resent”, Foucault ressalta que apenas uinas 30 psoas entre “alginsjornalsts um Juiz apressadoejuradon sobrecargutoe ‘ssistem a ele”. Foucault termina conlunda que: Nae hi das na Franca, a Justia € secrets ver p. 74 note volume} ha por dia dezenas de requlstriosfettos em nome do ovo, que os igiors Por isso a inensa dramatieagto do caso Patrick Henry fo “erciveimente importante" (ver. 74 neste volume). Nek ee feve em Jogo a histéria da pena capital Por iso Foucault se ‘lama a publicacdo integral dos debates que Badintersecofhca tntegralmente Nem Laplanche nem Foucault jamals assistiram & um pro: ‘rsbo Judicial, dierentemente de Gide, que st tornou durante ero tempo jurado, Para Badinter, onde Laplanehe via 0 artifilo dos debates. havia outa cosa: odestjo de “evar os jurados hte sabre ‘2 querepreseniava, para eles, como homens, a pene de morte Fora.o que Badinter dissera para sem uin mondloyo terior “e verdadero problema para o jurado ¢ sua relagao pessol secrets, com a morte (ver P75 neste wolume) ‘rata. de fazer os Jurads sentirem que "anal, 36 repre Ssentavam a si mesmos".dispondo da “porter aberrant, tor batante. de probir esse homem de eoatinuar a vive” (ts p75 nest volume. Ao relertr-se ao sueto submetio a gullhotna como & “umn ‘homem cortado em dois, nes imagem ctoca-s tina novi fundamental da paieanais, 2 da eastagto, Laplanche chega a dlzer que nto teveimportincta (ter ‘ou nfo assistido ao grande processo de Troyers. pore oe stands processos “so prootssos-estemunlas ch ge sao OE ee ee tovos os ead que al so nterpelados, para além da asi tenci® erp 75 ete volume). “Laplanche preende que. quando Bainter engajou una gd contra a pena de morte, pbs em questo a propria ques {Bo da pena. Ao ressaltar na era da pena de morte a ~inutdade, presse que justga no tena por objeto no a administragio, a melhor pose, das rlagos entre os Ihomens (erp. 76 neste volume) Banter considera ese argimentao astra, Para ele fem um carter conreo quando nomen que ets pesto de os correo rica de ser condenado A morte" er p. 7 neste Yolumel Laplanche considera o argument de Banter como lima autorepreventago. Ele valeria para qualquer games to independent da peta de morte cago tla Tose abla Ele considera arelagao proposta por Badinter de homem Ihome como un reorna ft vangnne. Pare Laplanche, a Jos {ia 9 ¢ posse! se for feta ‘em nome d= erp. 78 nese Nolume) Ro se suprimr essa referencia, suprise Juste Eo que se subsite nto berdade, mas a burocraca, "oa Ininitraco constrangedor dos homens, com seus milipiow fost: tence poll, pagultrico" (erp. 76 nents vole) Badintr coment adsense enorme de poder que ps in Ihomem quando decide o que fazer no aivel peal Mandar para Acenra? Quantos anos? De, cinco? No que dz reset pen de prio, cla pode ser modula, mas, no caso da penn ce mort a deiso ¢ race, bool Sua natures éontra, Bader lassen fato de que a morte Aue cha de rete ox radon excemoteada, epg, mse Fas por odo o cerca dire (erp. 77 neste volume). laplanche Fecrte. elo. a otro po de exemplariade que chama de sinblie. Ele recor ao conetolacanlane de Simbstce de lel smbolien, que articalan relgio do suelo Gomori Fa incon a 9 smpliica do que sera a concepceo de Lacan Nese se Tio, a dvanesoiterean de forma ade a peaous ee rotstam {Que descjam as pessoas que protest contra o“pouco de castigs"? Diz Laplanche que las querest apenas que o crime Sejapunido. 0 exemplo is pena lt est apenas para slestar @ Peetidade de lgumasinterdiges, até mesmo agano bus” Iver p. 78 neste volume) Para Laplache,Badnter ne respon XLVI sat enn aoe de a esas quesides. A resposiaseré de peru 8 os Jura dos sabem 0 que é a punigio e por gue tanto a desejam, Fou aul arma que Badinter apresento, no processo de Troyer, argumentos forte, prineipalmente nos pants contestados por Laplanche. No entanto ele apresentow ama interpreta i rma do que fez. Foueasll form, eno, a iterpeagio dos Jurados: “Mas, afin, sa conscncta aio pode autoreios ‘condenar alguém & mort!” (ver p. 79 nest volume}. embra ‘que Badintr disse também: "Vacts no conhecem este inv ‘duo, os psiquitras nada puderam thes dlzer sobre ele e voces trio condentlo & morte (wer p. 79 neste volume), Laplanche, referindo-se a agao de Bainter no pretrio, que ‘le conhece bem, teria redusido a necessidade de justia do corpo social. Ele tera limltado & neeessidade de vnganga, Para Laplanche, ha duas exemplaridades do ato penal. uma senda ullitarsta, Ele a compara a um dispositive experiien. {a em que “o homem ¢ comparado am rato que se adestra fem um Iabuinto (ver p. 78 neste volume). Nesse dispostvo, sa resposta € meena: como a rato, o omen “nso sera uma dlregio se, nla, reeeber uma descarga” (er p78 neste volume). Laplanche alrma que esse condletonamento¢ ttl mente teleaz no ote, Foucault reamalta que Badinter eriticon o carter exemplar 4a pena. © que tora possivel esses arguentos € 0 modo de funeionamento da jstiga penal. Ela nio funciona pelaaplie ‘lo de ua lel ou de um ebdgo” Iver p. 79 neste volume) mas Como um mecaniamo corretivo na qual Interfere a consléncie ‘Acsiratégja de Badinter, segundo Foucault pe em questio 2 jusica penal no seu funcionarento deste o secu XIX Ba diner tomeu ao pé da letra sex dscurs0 oficial que supe se Tem o8 Jurado a conscténcia ualversal. a consciencia do pow. Mas nao haveria neahuma razio para que os jurados agsnem assim. Badinter 0s interpelou a partir do cardter coningente ‘otdiano, de cada um, com sa iin, sogra e caprichos, Ele 9s interzogou perguntando se eles aceitariam mata alge. © famcionamento da jstiga ae ordena em um equivoco: ene “© jurado-conseiénla universal, cdadio abstato, © 0 jurado. Aivdo,euldadosamente esealhid com base em certo nur de eritrios” (ver. 79 neste vol) Aeremsao Et reien XLVI Foucault records, ainda, outro angumento de Bader: 0 fato de qe se Julgam as pessoas nao por ses aos, mes DOT sua personalldade- £0 que leva a apelar para umn pslquata Julgmno mals a personalidade do criminaso do que o exe Bane nos gn do stn pal contra anestn F Taplanche, neste pont, dz que o sistema funciona segundo ‘um conformist pir do que o da leo que leva conforma ‘se. uma norma pretensameneractonal Foucault considera que se vive ene dos sistemas super poston “punlinos de acordo com ae, mas «fim de cori. nants ascrmala (erp 80 ne welt) Taplanche acha rig a texe de que se entrou no regime da norma ¢ se deiou oiperio dale, Para ele 0 povo dese que mal ora punidoe ae choca com a aide desdenhosa dante do carer ‘redstrbut da justia Foucault exempliia que quer dizer o functonamento da Jastica de forma exclusiva a partir da fel. O exemplo que el tn pee ented cm ore on ain coors Gi ellie ae roubares, ta mo te se amputada: st foresadlteo, tris teu sexo cortado, se assassins, ses dlecapitado” (erp. 60 deste volume). Foucault define ese li tema pelo carter arbitrrio da relagi entre o ato ©» unio. Ee senciona oer na pesnon do criminoso (erp. 80 neste Wolume): Nessestrmos,&condenagao a more € possivl Dperininane “aprocndete oo fundo de sums Pomc a Fomenta que ac muda de reine, tado € divers, Neswe sistema fem que se em "um home juando outro homem. « pena de tort €sbsurda” (ver p. 80 neste volume. Taplanche, no entanto, val dizer que considera “wm tanto sie io ner anor boii apa. fro sistema: “punimoe de actdo com a ey fas © fm Se crip. moder, lear a bom easinho, pols tetos de 225 ves com deavanirs, aormas” ver p 0 neste vue). O is al fwoconar,nesse modelo, com terapesta do c0"P0 focal, trabalhadr da sade pabiiea em sentido lato” (ve 0 neste volume). Voltando a Laplanche, ele pensa ser rigida a anise que arma que “acabamos com a et para entrar no uverso da ‘norma Ele considera que a nocdo de Jisticapermaneee para ' populacto: “Isto € justo, isto nao € Justo. (." Ouvimas isso por toda parte nossa volta, £ a necesidade de wma ll que se ‘unifeta nesse murmtriacoletv [er 80 neste volume). Para Laplanche, no nivel da materaidade co sofement, “nada ssea que se acrescente ao erie outro ma, outro sate to" (verp. 81 neste volume) pols o morto nao éressuseltado. A ‘essa poerosa object a6 outro nivel dalla ultrapassa Laplanche eta Hegel “A pena (..) 56 tem seniido se abot simbolieamente o crime." Assim. é no nivel simbslca que se ‘tua sujetto erminaeo, porque “somos animals votados aos Simbolos, e 0 erime € aderente A nossa pele. assim como lek." (ver p81 neste volume, Porém. Badinter diz que, no que respeita Ie. “ao deve ‘mos esquecer ojo das rreunstincias stenantes” (er. 81 neste volume). (mesmo crime pode Ivar alguém & pena de morte ou a lets meses de reclusdo. HG. assim, gragat a0 leque das coco. Thas, milplas possiblidades que conferem “ao Juiz um grat de poder (ver p. 81 neste volume). Se, para Mantesquies,ojuir era “a boca da le, a decisio Judicial era simples. Cabla no Juiz pronuncat “a pe previa pelos textos" (ver p. 61 neste volume). ‘A ampliagio das possibllidades de modular @ pena fot 0 resid de tuna retvndicagso das insttlgoes fdictsrias Para Datlnter, a posieao de Montesquien era econfortaate © ‘boda. No sistema atl, jute quem assume a response balidade da deisio" (ver p. 81 neste volume). Crise, ssi tum espago de inerteza em que se tal ‘Acritiea de Hadinter € de que a jusica nao leva até o sea limite © processo de personalizacto, de atengao 20 detent: “falas de rata educa. cuar- Mas dao-mos ama eareat rade tratamento,Fala-se de readaplagao, de reinsersio socal os condenados” (erp. 81 neste volume ‘plano geral da questo da pena ¢tomado, segundo Badin ter, pela exploragio polities da batalha contra crimialidade Sua conclasio resume bos parte da histria da penalldade, ‘que, porlemos dizer. toca também a experiencia braslira, ‘como pace estudar na miata Critica da razdo punta: nas. Acuna ears XLIK ‘imento da prsto no Brast* O proprio Badinter, mais ta. {e,em sua obra La prison republieaine (Pars, Fayar, 1982), pretend que, do nascimento da Replica de 1871 aio ink ‘io da Primetra Gxerra Munda a pris devia sero lugar da ‘pena assim como lugar de eorregio, de emenda. Mas ela no 0 far por falta de metos, mals do que de boas intencoes. Badinter rostrot o carer sempre secur aribuido 3 justi rim fal nos debates pariamentares «nas dolagoes orcamentarias I prinio, avid carcerdria vas permanecer marcada pela mise "ia, pela eorrupcoe pela promiseuldade. Ele conlul: "Nunes heninum governo quis se prover dos recursos de todos esses ‘elon seursos” erp. BI nest volume). TLaplanche ne expanta diante da urglncia gerade tratar, ‘conluindo que se eariaha para “uma psiquistrizaco otal da |ustica (ver p- 81 neste volume) Diz qe se podera falar, tam ‘bem, de picnalizagio, que parece ele to grave quanto, Para le, a“psieandlive no est al para wr, de encomends, cura a ‘elinguéneia” (ver p. 62 neste Flue ara Michel Foucault «sitomatizagho do erime € proble: matics B uma questo compleza, Jacques Lacan, na décoda ‘de 1950, tratara dela em seu arigo “Functo da psicandlise fem eriminologa’. A ortentagao do pensamento de Lacan aa tes do discurso de Ranma, em 1980, € determined por teses Secoligeas. 0 ilo mesma de uma parte de seu artigo o di: “Da realidade socioléga, do erime e da lel. Das relagoes da picnilise com acu fundamenta dlaledeo" A dala, aq Se deve ao impacto do pensamento de Kojeve nessa etapa do fensino de Lacan. Aconex do crime e da sociedade ¢expic. ta: "Nem o erime nem o eriainoeo sto objetos que se possam ‘conlcer fore de sa refertnela socilegia”(introdeeao les fa ts fncoes da psleanlige em eriminologa. In Eserttas, lo ‘de Janetro- Jorge Zaner. 1998, p. 127). sce texto € um dos (rabaltios de Lacan que mats se apro: imam do Mal-star na cultura, de Freud. (ese central cle formulada € de que o grupo fz lel, Isto & 0 grupo social @ Sociedade. Para Lacan, € Jacques Alain Miler quem diz que essa elaboragio da lel no se fiz apenas no parlamento, mas também entre os jairs © nos melon de comatieagao de massa [len est plus main que le crime. Mental, 21, p. 14) A dlscussdo sobre a posicio de Lacan quanto ao humanity isto, & penologia eA eriminologa tem como pano de Tendo fs tees de Aleeandre Kojve, uma espécle de neomarxismo. Referindo-se ao humantarismo da década de 1050, Lacan dle {que a sociedade "se volta para um buamanilrtsmo em que se ‘hpresean igualmente tanto a rebelfa ds explorados quanto {Tima consenela dos exploradores" (Da please em erm nologa n: Funcdes,p. 139). Bsses dots elementos converge ‘para o humanitarism. Na perspectva de Lacan. ent. a Ps Eanalise nio desumanicao eriinoso. Hana postgéo buna nitira una reagao & pation do castigo. Mas. quanto asso fin seu texto Lana renal que © eriminoso pode descjar © cstig. Retirartheo eatin € como rerar-be a humanidade, tconsiderando-otresponsave a uma dferenga entre a posigio de Lacan dante das dre: tos tumanos ea que val predominar deforma maciga desde que 0 Bstado american e a comunsdade internacional transform aos drtios himanos em um elemento da politica entre os “Extdos, mas também da gio das organizagdes nao governs ‘rentals ara Lacan, desde 0 Seminno da etea da pstcand- lise. posgio de respita ox amor ao Outro. ao pein deve Jevar em cont, também, 2 pesigio do Outro diane do mal Tacan estabelece a determinagao socal do crime a partir de ‘Sto Palo“ ll que faz 0 pecada™ (Lacan. Escrts,p. 128) Ele pretende sitwsla do ponto de vita elentieo. dz, Tora da perspectivaescatoldgea da graga em que So Pau a forma” {Esenn, id) A comttrmagso dessa tese de Lacan est 90 fato fle que “alo ha soctedade que no comporte uma let post. vas sje ela tradiconal ou escria, de costume ou de dict” {Usean tia), quanto a0 grupo socal. no existe, também, sociedade em que nao aparegam ls. [Lacan rejetta tose de que o "primitive", com sua ment lidade inconscente, ou, como chatnou Lév-Bruhl pre-e. ‘bedeca de mancira"Torgada ou snuliva as regras do grupo" seo constitu, ainda segundo ele, “uma concepeao ctnoloa cn foreads,truto de uma insletnia imagine (ungoes, p. 126), Para Lacan, o8veflexos que essa concepeiolangou sobre ‘otras eoncepgées da organ S80 to mtios quant ess. Ele Feosalta que toda Sociedade mantfesta a relagio do etme com et por mo do castigo, eujarellzgio, sejam quate fore Sas modalldedes,exge wm aasentimentosubjetvo. Lacan referee a dass posstbidades: na primelrs. 0 pré prio criminoso se consti no exeeor da panieso.a pari de fin exemplo de incesto nae has Trobland narrado por Ma. Tnowiskt em seu liv Crime ¢ o8 costumes nas socedades selvagens. A segunda via € aquela em que “a sancio prevsta pelo Caco Penal comporta um processo que exige sparellios Socials tierenciados” Sscritos, p. 126). in ambos os cass, Tenbea Lacan que 0 assentimento subjeuvo €esseneal para a Fealizacto da punigso. “Tear da questio do erime do ponto de vista da pstcanlise requer, lambesn. a elerénla 8 obra de Freud. Jacques-Aain Mille. es sua conferencla feta em Buenos Aies (Rien de plus Thumain que le erime. Mental, n. 21), rlere-se a um texto de Freud de 1925, -Algins aditammentos ao confunto da interpre: fagio dos sontiow” (Freud. Quelques ais & Tensemble de Tinterpreation des reves in: Rsullats, tees. problemes. Pa fis: PUR, 1985, v. lp. 144-148), Miller se dm ao segundo pardgrafo, que trata da responsabilidade moral do contedo {los sonhcs,Preud esereveu ese trabalho depos de claborar a Traumeeutung. Trata-se de uma relexao sua sobre os sonhos de natareza moral, Freud alo julga que esses sonbos seam fimnosos. Ele chega mesmo n dizer que a qualiicagto do tne néo € do dominio ds psleanalise™ (iler- Rien de plus Thumnaun que le crime. Mental. 21. . 8) ecm 1m jue nao deveria ser punldo se tivesse soos moras, mesma se ele pdesse ae questonar © eridearse a s ‘A questio de Freud 6 a da tmplicacto do sujetto no que lange ao contetdo dos soos. Cabe so sujeltosent-se res [Ponsével por ele F possivel que no sono sonhador jaw Ssoassino, qu ee hate, o que na mtindo eancreto real impli (aria, para o suelo, castyos duros estabclecidos pela Ie rend considera que. @ parir de sua descoberta, ques to do crime como aparece nos souls se apresenta em novas hase, Se ha um contesdo supostamente oulto nos sonhos. 2 Traumdeutung fendina nos mostra como interpretvios. O fqueo sonho manifesta e parece moral mesmo inocente, pode Sfissimular un contetco mais ox menos mora” ibid. p. 9) eve que Miler lola c que extend sos analisas conte Dporneos ¢ de que“o conte Intente da maioria dos somos € Fetlo da realizagdo de desejos tmoras”, Ble generaliza: “Todos {9 sonhossio sonos de wansgressio. ‘A questio pode, enti, ser assim formulada: contra que se souha para Freud Sonhise contra odrltoe contra ale. © ‘leo do sono € uma Wansgressto da l(b). No conte {dodo sonho, tatase de “sadismo, cruedade, perversio, tn ‘esto (bid), Miller no considera exagerar ao formar assim ‘ponte de vista freudlano. Os sonhadares, como o formula Fred, si0 “eriinosos mascarado” ibid, p. 0}. Assim, nos fontios do ponto de vista mnalitio, quando se fla de erime, “pest histor trate de steno do outro”, dz Miler. “Qual é. fname, a posigho de Prewd em face da respon: sabilidade dos sonhos imorais? Devemos ssum-la. Do ponto devisia analitco,"otmoral uma parte de nose ser" (i. € ‘io apenas a parte de que nos orgulhamos, a parte nobre, mas fambem nos pertence a porte horivel. Noo apenas a “hones ‘mas tarbem 0 horror” (bid ‘ess forma, please melfia o ponto de vista sobre rosso ser Na parte que se aga para alem de nossa figura so ‘al bem edeada, ht outa parte desconhecida, inconseente ‘Tecan, o ss frediano, que est no meu interior eque est ‘em continuldade com o Ego ‘Na obsess, ss val aparece como sentimento de cupabil dade Asin. a consclénea moral 0 dieto vo ser rearbes 0 fal presente no Iss, direlto, asim. wma formagao Feativa Tirando uma consequncia extrema diate disso, o erm ‘nose Miller (bid p10), algutm que nao recua dante de ‘seu deseo, O que explora @faseinagao pelos grandes crim fhosos, os monstros, Para Miller. somos “pequenos monsios, ‘monstrs tndos ‘Asim, no ae humano exstem simpatia, compat ou ple dace, ha taabéan exe lado insmao itroduzido por Fred, dive desmaseara esse lado da natura humana. Ha, no entanto, os que no fazem parte do lote comam da humane, porque no ta confit, como os sera kere hhesse caso e trata de cles do goz0, sem sfiidade ou ine fesse algum. Tratando-se da questo do casi, ha o aspecto muito par dear quando se excita a pena de morte. Matar pode ser ua frime, mas, serve Miler, tar Iegalmente supoe acrescen tar alums palaveas a0 matar selvagem, um enquadramento Insttuconal wna rede sgnleant, que transforma o malar. Sgifleagio mesma do ato mortero" (bid, p. 1) syrcnagi8 eorteLL Retomando a angumentagio de Badinter, 0 tatamento do ‘rtminoso¢ apenas um melo A disposigio dos julzes. Para ele 0 crime "é uma doenee socal” (er p82 neste volume). Mas ho sera pela morte ou eonfinamento do doente ott dos nio Conforms que se chegara a uma solucao. Ele protesta contra © ae srfa ma cricatura de seu pensamnento. Mas Foucault Fesponde que ess proposta €aeariatura do que fat dio por toda 8 erminologia dente 1860. Foucault descreve, ent, 0 que considera sero fancionament aul da jusica na socieda de, agora reguada pela norma: “Aparentemente, ainda temos fam sistema de lel que pune oerime” (ver p. 82 neste volume). No entanto, no se fancionamento atual.“lemos uma Justisa {que se inocenta de pune pretendenda trata ocriminoso” (ver 1. 82 neste volume), Ocorre uma substiuicto do crime pelo fiminaso, abida quando se comecou a pensar: "Se dvermos Ser que a punicio se Inscreva em wma tecnologia do comporta. Iento humano” ver p. 42 neste volume). Foveaul formula 0 {gue sera proposta da crminologia dos anos 1800-1900, que Stra, para ele, cxtranhamente moderna: “Para oeriminoso, 0 rime spo ser ma conduta anormal, perturbada.Portanto {precan tratilo” (ver p. 82 neste Volume). & Foucault extra fat consequéncias leas extremas desea posta na crimino legia. Em primelro lugar, que "o aparelho jdicirio nao serve mas para nada” (erp. 82 heste volume) jlz. homer de a Feit, nfo tem, asim. competéncis dlante do que se apresenta ‘como "matéria to diel, Io poueo Juridica. to propriamente palcoldgea: 0 criminoso” (ver p- 62 neste volume. Porém. hk fate: nto apenas € preciso traior esse indlvido, que or a fdoencs pergoso, mas tami “epresiso preg a socieda de contra ele" [ver p- 82 neste volume) Disso decorve que o encarceramento tem uma dupa fur 0, a0 mesmo lempo “terapeueae (de] preserva social Iver p. 8 neste volume) ‘Ezsas teses prodsiram miluplas reacoes na Europa nas lstincias poliease jadicrias Maso seu campo de splea to, que se estende ate os anos 1980, sera na URSS ~ “exem pla diz Foucault, mas cua situagio nfo €excepeonal. Allis ‘uso politico des prisioneiros, sua palquatrizagso, seré oble- fo de erica internacional e um dos fatores da crise que leva- am a desmontagem ¢ a0 fi do "soealismo real” na Europa LUV et ont =D ron Crfental. As intervengtes ea obra de Michel Foucault foram, ‘Sem divide, importantes nesce proceso [ver este volume, O Primelro Passo da Colonizagde do Oetdente, "Ao abandonar tu poloneses, renunelames uma parte de nés mesmes™ Mt het Foucault "A experténelz morale soctal das poloneses ho pocte mats ser apagada”.A Polonia. e Depots Badnicr insite ne ene de que €o ertminoso, eno oer aque se jul, Diz ee: "Podemos telat repararasconsequénci etm crime, mas ¢ crminoso que panimos (ver p 89 neste ‘otumel, Dergunta se € recusdvel "ile de que se mudaria 0 ‘riminoso para trezé-o’ norma", Apresenta 8 questao:"O que ‘er com ele? Jogiro em um buraco durante 20 anos?. a que Feopondecnlatiesmente nfo. nio. Anicaresposta€"einserHo hormalizando-o" (ver p. 89 neste volume). Chega dizer que tno hd outra abordagem posse, e que essa Torma de tn (ervie da tecnocracia judieria "no ¢ forgosamentepraticada segundo o modelo soviéueo” (ver p, 83 neste volume). Mals {are como dissemos, Badister val esta 0 carder secund- ‘Ho afrlbuido & questo penal na Il Republi francesa. El tr ‘ruanizar nspirado em parte a obra de Mel Foucault na eole des Hautes Etudes en Selences Sociales, um seminirio bre «prisio republican, em que um amplo leque de comt- ‘lcagoes cobra quests importantes da histria eda polities penal na Franca moderna, ‘Bhdinter levanta no debate a outra questo que o apaixona 6 problema da pena de morte “esse clamor que sabe aos Gets 'A morte! Amore! Que eles selam enforeados! Que sejam forturados! Que selam castrados!” (ver p. 89 neste volume) Ele se pengunta por que esse clamor pela vinganca, pela tor fra pela morte iz que sua grande decepeao com o artigo te Laplanche sobre a condenagéo a morte de Patrick Henry ft Dor ee io responder a essa questio crucial. Badinter diz 36 ‘Rist uma abordagem interessante do problema da pena de ‘norte, Bla io a losofia, dos moralistas ox dos téenleos da Justice. “E outa zee, afirmando haver uma “ncio secre ta da pena de morte” (erp. 9 nest volume! ‘le desdobra, enti, os areanos dease segredo. A pena de morte. ne Franga, concerne @ wma realidad politica bem co ‘elas ela de respelt "umn nmero muito pequeno de cr Innosos’ (ver p. 89 neste volume) Reerindo-se ima déca- ‘a Badinter observa que houve cinco exeeugtes. Ele ressalia Aroma Rae ators LV amplitude das panies mobilzedas, desencadeadas, dante esses nimeroe, Penginia-se por que recebeu "200 cartas de Insultos ou de deli” por eacrever um artigo contra a pena fle mort, Sobeeo caso de Patrick Henry, diz ser tncivel aor espondéncia, Os insults yao de “calhords” a ameacas de que tle nao val escapar por "ter levado esse monsiro& absolve" fa que sogitram smeagus ua mulher, Blsabeth a histriado are ses fihos. ‘Para Badinter, est € a questio: a da angistia de jul por que os néo eriminosos tm lal secessdade de sacrifiio xpiatrio? Podemas lembrar aqui a poaigao de De Maistre, ‘Tratando-se da questio do astgn. ho aspecto mutto part ular quando ele exeeutaa pena de morte. Matar pode serum rime mas, observa Miller no artigo a que J& nos refers, malar Iegamente supe acrescentat aguas palvras a0 mar tar selvagem, um enquacramento instilucional, ua rede sig hifleante- qu transforma o ma(ar a siiicacko mesma do ato tmorifero” (Menta, p. 11) Miller reeorre ento, a Joseph de Matsre,escritr ¢ tds Jogo politico tracts que se ope A Revolugho Francesa. De Maistre escreveu em seu exflorusso “Les soiréea de Saint Petersbourg” (Ocuores de De Maistre. 2. Bougutns). Miller Isola duae ou trés paginas “incandescentes” (Mlle. bit p 11} de De Maitre, para quem a Ngara mésimna da cilizagio 0 earrasco, 9 homem que mala em nome da lel e da hu ‘mania (ier hd). © texto fundamental de De Maistre € ‘Pelarcinsennent sur le sacrifices” (Oeuvres de De Maistre. Ba, Boweqins), que fi composto na mesma epoca que “Les soirée de Saint Petersbourf, em 1810, na Rissa, De Maisire pretend responder ax politieas de reforina que, sob impacto fo luminismo, desejam concliar o humnanismo eo progresso Social com ae, Ele vl aftrmar que base fundamental da au loridade encontrase nos rit de series. De Maitre presen- Gara guerras na Sabola,tomara conhecimento das execugoes hho perodo do teror na Franga, do nso Intenso da gllbouna tna Revolugao Francesa e, anda, do grande mimero de mortos das guerras do periodo napolebaico. Para le, © sangie humane possul um valor socal. Ee a religio diz que ndo se deve matar. De Maistre pena que Osa five mano & necessdio para paciicar os deuses em cera Mesmo 0 Deus cristo tem hecesidade de sang, qu val até 0 VT ett nation artoe sngue de Cristo, O deseo de Deus precisa dee, Ness perspec tira extrema, o desejo de Dens ¢ deseo de sangue humano ‘Do ponto de vista de De Maistre ler observa que hum a mais” (en top] da humanidade que a sociedade requer que soja clminado. As guerras ou exlgincias da ordem, como 0 fascism, respondem asso. ‘Deses manera, quando um ato criminoso produz un gran de nlimero de mortos cle ae situa fora e para além do dominio fo diretoe aleanga a esfera plies. ‘0 exetplo a que alu Miller €2 dectsto de Harry Truman. 4 langar & bouba atémica sobre o Japao, em Hiroshima ¢ Nagas © edleulo de Truman supalia que fosse preferivel ‘Que morressem sllares de Japoneses A morte de mallares de Sierieanos,Trafarse, essa dels Go, de um ao ull. Aut Tidade foto signifiennte Iniroduzide por Bentham para defnir 0 i para o malor ntimero. “Antes do cilelo da eastigy realizado pelo tempo, pag em dias de pris, exceugio dos criminosos era uma festa popt lar, como desereveo propria Michel Foweault em Viglare pu ft Com s aboigao da pena de more, o dlinquente se tna tu rest, perde ses carateragalmatico* ‘O outro dale definida astratamente a partir de Beccarta tratase de um Outro da let que nao goza mats (Miller bid) ‘Ocriminoso é destituide de sin subjevidade e mesmo de sua Ihomanidade Mas, em face da questio dos crimes que provocam a reagio popula a vontade de explacso, Foucault diz que, na argumen: fagha de Badinter, ee integra “duas colsas em uma mesma queso" (ver p. 88 neste volume) Em printro ugar, ¢ verdade que “os crimes expetacuares desencaean um panico geal” ver p. 88 neste yume). Eo Deri que irompe no catdlano © que a imprensa sem pudor Explor He latraduz o que considera “overdadetro problema ‘dapenalidate, so 6,08 dagrantes delts” (erp. 84 neste vol tel Diese diel magia oexforgo que fl nevessério realizar pra interessar im posco a pessoas pela “correcional minim, ts procedimentos smérios" (ver p. 84 neste vlumel mcm tm pena a pr veto tage eaters LVL Miche! Foucault desereve, entio, um pequeno deito: do su Jeito que, por ter roubado um pedago de sucata em tm terre fo baldo, tem de cumprir 18 meses de prsdo,o que olevafor- osamente'arecomecat” Parade, existe um uso politico pelo Ststemn da intensidade com que sao mantidos os sentimentos fquecavolvet a pena de morte- Para Foucaull, isso mascara os Serdadeirosescandalos” (erp. 84 neste volume). Tavera, entio, tre fendinenos suiperpostes, dlssonantes, iscordantes, que nio combina: den lado, 0 nivel do dis feuvo da penalidade. que “pretend tata. mais do que punt” fverp,8¢ neste voune), Mas hao aparelho penal, que no ces- fade punir, Por fi, hao nel da “conseiénca clea". Esta Ighora, io tem acesso, no € nformada sobre o"cotiano do (Sig) slencosamenteexereldo em sex ome” revindieando tlumas punlgGes singalares (ver p. 84 neste volume) Taplanche no aceta a argumentagio de Michel Foucault aque ee deseavolverd atplamente no capitulo “egalismos © etinguénetar, de Vigir e punir, na entrewsta Na Berinda, fiitada neste volume, no arigp sobre Attia; e, ainda, no pre: flcio que escreve para o io de Bruce Jackson, em que este tentrenaiow presos norte americans, editado no quarto volt fhe dos Ditos «escrito: estrategta, padersaber. Mas a argumentacio de Laplanche tem uma lgiea propria. ese refere ao plano em que, no diseurso do mestre os sueltos Se reacionam com o fexdmeno do erime eda le Theferindo-se os delinguentese io delinguentes, dz ele ha- ver, dos dois tados, um fondo de angistiae capa comm’ "Tretn-se de algn mats profanidoe bem mals dil de cing de Greunscrever 0 propria agressividade qu fascia as pessoas, fommadas lamibem pelo que Freud chama de pulsto de morte Shem "de modo eonfuso que resem o crime dentro de sl € fqueomonstro que es € spresentado assemea-se a eas” (er fs neste yume). comentario de Miler que etamos antes Sobre ques Freud sobre os sonhos come iar da ransgres: ‘ho va no mesmo sentido que aeflexdo de Laplanche. “Quanto aos eriminosos estes também possuem tuna re ‘gio com 2 let, iz ele eferindovee no comentario feto de uma ‘ta para outea No € Justa pena for dura demals, on, ln fda "Bem que le procirou tesa Laplanche diz no have. de tim lado, uma populagio “branes como um ganso apaverada fom a transgvessio, (1 ¢, do ost, uma populaao de erm fnosos que 96 vive por iso da transgresago™ Exist wma del LVI rh Font ar sige entre a angistia, cujocariter¢ipominive, que surge de hss pull de ort em sfstema que Inirodua let” (Pr Be neste volume). O equllbrio psiqulea advrin dessa deca fem. Para Laplatche, lel no € um tratamento do eriminoso ‘Se manera agin, pois “existe lnpiletamente, mesmo junto Aaguele que # Woln” (ver p. 64 neste vlume). Por outro ado, “over existe em eaia tm de n6s" [ver p. 85 neste volume). © que €paiquicamente devastdor, diz ce. € “quando algvém tomnou ato esse crime implica €Iratado como ume erianga Inresponsive” (ser p. 89 tesle volume). Laplanehe atribut 8 Tetum fungio subjetia, no seni freadiano. Em eada um de nds la Cem o papel “das tnterdicdes que respeltainos ~ em asso inconsclente~ do parledio ou do incesto™ Laplanche lisse na abordagem redina, para quem, resuindo, have ta dois nits da cla: de um lado ela coexste com a pr pris autoagressto, de outro, "vem simbollzrse nos sistemas Eonstitatvos de nosso ser social: Ungsistens, juridios, re {Bosos" ver p85 neste volume), A necessdade da puntcto € tia manera de fazer passa a asta, que Lapanche chama ‘de “primordia”, para algo expressévele, consequentemente dl le, “negocléver Ha, assim a exp, que permite sbolt ‘ato eriminaso,compenss lo simbolcamente ara Badinte, uma ver que o “pbc fol iformado sobre 1 punigio, comegao segundo axpecto da cola: 0 tratamiento, ft ebordagem personalizada do erminoso” (ver p. 85-86 neste ‘olime), Caberia ustica“slisfazer a necessiadecoetiva de punigio, sem eaquecer a readaptacio” (ver. 86 neste vol ‘il. Mas esens cosas nio funconam exalamente assim e, diz ‘Badinter, por vezes "a cola range” Ha a ndigoaedo popular, ‘que di: ft condenado 420 ctantos anos eberado sete anos ‘epois: ou ainda quanto aoe que supostamente se emendam ¢ ‘Beam muito mai tempo presos Fowenlt seni, ex contraposgto comoa maquina dis ria esta bem brie, Ele figura, ent, o teatro da punigio fn que “o presidente, com seu srmino e sua tog, o gue diz? ese volta para o delinquents e penta: ‘Com fo sua inf fin? E sae relagtes com sis mame, com suas innazinhas? ‘Como foi sa peimelraexperiéncia sein?” (erp. 86 Beste VO- Ime). Ele se perguntao que tertam a ver essa estes com 0 crime cometio pelo sujelio. Para ele, sao discursos exten tea, , a0 cabo da grande tra jridieo-psteolegia, 0 urados que pensar terem realizado um ato de “seguridad esalubride Ae sot” envitno Spo para a pesto por 20 anos. Nas enquc tes sobre as expertises plgularieas qe Foucault realzou para peu curso “Os normals, ele encontou varias formas desse ipo Ge nterenedo, que singe como una careatura da pscandis FFoweault lesa uma circular do pésaqurra na Francs, em {que se penguntaa basieamente ao psiqultra vale da trad ona: Bie estavaem estado de demencia? (.)1- ndvduo ‘perigpsd? 2. aceasvel a sancio penal? 3.F curve ou rea: ‘laptavel?™, So questoes que no dizem respito ao direli, 20 fo que fot cometdo, "A let nenea prtendew punt alguétn por Ser perlapso mas, sim, por ser eminoso" ver p. 87 neste solumel Taplanche observa que, se © psiqulatra se cura a esse Jogo le assuane um duplo pape: de repressao ede adaptacio 2 pelcenis’. Para ele, "a pleanalise ngo tem voeagao nem. para a expertise nem para a readaptaeio". Mas, diz ee, “po fleriamos muito bem tnagina wm delinguente fazendo trata thentoanaiico na piso" (ver p. 87 neste vlume), desde que hj nauralmente, demanda.® Maso tratamento nao pode presentar uma altenatvn para asaneSo.Laplanche considera Sberrante também, a obrigaoriedade do tatamento de droga Gos ou alia tribunals para criangas. Com o que no concord Badiner. para quem tatar pode ser melhor do que “fecha © rondo em uma casa de detengao por muttos meses” Para le nossa justiga nea gus, de fo, Joga Jogo do tra tnento até ofms (ver p. 88 neste volume) A piqularia, para fle fot sempre usa como Alb, “jmals com fins euraivos Foucault, por sua ve, contestam compettnela da psigulatria. Opatlatra en face da demanca Judietal.¢“incapar tanto de Seber se um crime € uma doenga quanto de transformar um Gelinquente em nao delinquent (ver p. 88 neste volume) le conclu sa ttervengso dizendo: “Seria grave se a Jus tiga lvasse as mos no que concerne ao que ela tem de fer liendo-se de sus tespansabiidades sobre os psiquiatras Taso fara da sancio judilal uma transagao “entre ui cio areal © uih saber Injsiicado” (ver p. 88 neste volume), tain rte aaa eens ma pre we miro feat 2th or oth er mae Badiner diz ser uma regresso exclu a psguisria da jus: tiga. Seria retornar aos comegos do século XIX. E cle chegs 8 ‘vocar a telegacdo penal, andar os condenados o mas lo {ge possvel para al detd-los perecer ma Indferengs, Como os franeeses em Galena, os ingleses na Australia © os brasiletros ‘em Femando de Noronta ‘Para Laplanche, 2 pslcanélie ndo pode promuncar-se so bre a iresponsabiidade de um delinguente. elo contri, lum dos postulads da psicanlise "é que os anaisandos de ‘em ser Fesponséveis, sitios de seus tos” No € our cols ‘que dz Lacan "Por nossa posigso de sujet, sempre somos ‘esponsiela” (Jacques Lacan, Bserits, ioe Janeiro Jorge Zahar, 1998, p- 873) Foscault firma que o Juiz precisa da psiquaria para se rant, lta que vu expertses sobre homossexuals: "So Individuos abjetos’“Abjeto. conveahamos, no € sim temo ‘enieo consagrado!” (ver p. 89 neste vauime), Mas, conta, Mola mateea de reintradusir, sob a capa honordvel da ps. Aqulsria, as conotagbes da homossexalidad em im proceso fm que ela nao tina de fgurar" (ver p- 89 neste volume) Para Foucaul. no se trata de iberaro jute de sua angista, porque fle se encontra, como observa Bodner, dlante de uma soe fade meeria em que nao apenas os reyimes politicos madam. mas os valores, o modo de vi, os modos de ozo Todos ¢ ‘ada um devem se interogar em nome de que se juga, de que ‘irtto, de que tos, € quem sé os que jugar, Do discurso incluido nas lutas ao debate sobre 0 uso dos ilegalismos e da criminalidade © problema dos contotes socials a que se liga as questies dia loueura, da mesic eda psiquatta despertava poco ot (es for ats asco so Bra. Quan a an hn ok Issam tm in nn. ni es Ca nentium interesse antes de Maio de 1968, Foucault, respon ‘dendo a J. Bazine para as Nouvelles Litéaires.lembra que ‘seu liv Histéra da foucura no prochizis 0 metior eco nas ‘evista de ilosola na épeca de sua publicagd Foran Roland Dares, que Michel Foneault considera chistoriador, Ma "see Blanchot, além de Laing da anipsigaatis, que por ele St interessaram. Essas questoes pertenclam ao basyond da ‘ealidade social endo posssiam dignidade para a Mlosofia, Cov locar em questo #ordem imposiahistorieamente pela razao 8 Joncura nto parecia dizer respetto 4 lost ‘Ainds que seja una questao Mosofes tratada em termos hnistricos, Foucault diz no ser como fldsofo que el fla do problema, Plante do “postulado” de Enaine, que supe que, a0 "desmembrar 0 dseurso soca” ox fazer desmontagem dos poderes, a flosofla nao farts otra cosa sean reforelos ot levilos a afinar sua estratégia, desmasearvios, Foucault con corda em parte com ele. Se € rerdade que os poderes podem afinar sua estratésla. no se deve ter medo dense efeio, Ha nna esquerda um grande medo, 0 das politics de recuperacio, ‘Trata-se mesmo, segundo Foucault de uma “obsess” (ver 37 neste volume), Para ee, esse efeito € abeolutamete neces Siro, porque o discurso esta Inseito no processo das Tula Como no judd, em que oadversirto pode se spol en guna espécie de dominacao de voce sobre cl. Foucault eta como exemplo as las que se realiaram con tra o sistema penitencirso no governo Giscard Beta de- pols da eriagao do GIP. Giseard eri, entio, ina secreiarta para a quesido penltenciria. Fowcaslt considera que “seria folo de nossa parte ver nlsso uma vitria desse movimento” Iver p. 8 neste volume), mas seria tolotambem ver nisso & Drova da recuperagio desse movimento. Ha una eontramer nnobra do poder, que “permite apenas media lnportinela do ‘combate prowoeato por ele" (ver. 38 neste voltme), Diante ‘isso, o movimento deve binear ours resposta "Em face do paradaxo que ve Enzine entre ajerfelyoamento Ao poder no sentido da opresaz socal eos avangos da demo. ‘racia, Foucault considera que. no momento em que a pesada ‘dquina administrativa da monarqula abso cede agar a lum poder infiaitamente menos brutal ¢ menos dispenciose, ‘menos vsvel,concedeu-se "a erla clase soci pelo menos a seus a seus representantes, lauludes matores na parttpagao Ao poder ena ‘elaboragio das decisoes” (ver p. 8 este vl

You might also like