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90 POR QUE AS NAGOES FRACASSAM absoluramente inédito — assim como uma série de desafios especificos para os r curopeus, que por sua vez deu origem a uma nova sucessio de confli riam na Revolugio Francesa. Esta consticuiria uma nova circunstin cuigdes da Europa Ocidental irem a0 encontro das inglesas, a0 passo que 0: Europeu distanciava-se ainda mais. resto do mundo seguiu outras trajetérias insticucionais. A colonizagao cur abriu caminho para a divergéncia institucional nas Américas, onde, em contraste as instituigbes inclusivas surgidas nos Estados Unidos ¢ Canadé, a América Lati caracterizou-se pelas extrativistas, 0 que explica os padroes de desigualdade ob: inente. As instituigdes pol tas implement pelos conquistadores hispanicos na América Latina perduraram, condenando a pparce da regito A pobreza. Argentina ¢ Chile, no entanto, sairam-se consideravelm melhor do que a maior parte dos demas paises latino-americanos, Sem uma grande pulagio naciva nem riquezas minerais, foram ambos “negligenciados” pelos espanl {que preferiram concentrar-se nas tertas ocupadas pelas ci jae No é coincidéncia que a érea mais pobre da Argentina seja 0 noroest pais integrado & economia colonial espanhola. Sua pobreza persistente ¢ o logado instituigoes extrativistas sio andlogos aqueles criados pela mita de Potosi na Bolt no Peru (paginas 12-13). A Africa foi a parte do mundo cujas instituigées mostraram-se menos ca titar proveito das oportunidades propiciadas pela Revolugao Industrial. Di menos os tiltimos mil anos, exeeto por bolsées localizados e por periodos limit de tempo, a Aftica ficou muito atrasada, em relagio a0 resto do mundo, em tei de tecnologia, desenvolvimento politico e prosperidade. Nessa regiéo do mundo, Estados centralizados se formaram muito tarde ¢ com contornos muito téntues. cfetivamente se constituiram tendiam a ser altamente absolucistas, como 0 cm geral logo entravam em colapso. A Africa compartilha essa trajetoria de fal centralizagio com paises como Afeganistio, Haiti c Nepal, que também tém se trado incapazes de impor a ordem em seus tertitérios e instaurar um quadro aproximasse minimamente da estabilidade e Ihes permitissealcangar o mais médico _progressos econdmicos. Apesar de localizados em partes completamente distintas dom do, Afeganistio, Haiti e Nepal tém muito em comum, em termos institucionais, a maioria dos paises da Africa subsaariana, figurando portanto entre os mais paises do mundo hoje. A transformagio sofrida pelas instituigées africanas até chegarem & sua atual cxcrativista mais uma vez ilustra 0 processo de diferenciagio institucional pon por circunstancias crticas, sé que dessa vez em geral com resultados aleamente vers0s, sobretudo no periodo da expansio do trifico de escravos através do as e econdmicas extrati PEQUENAS DIFERENGAS & CONJUNTURAS CRETICAS on iniciais izeram toda a diferenga. O absolutismo congolés transmutou-se de um regime com total dominio da sociedade, por meio de instiuigbes econdmicas extrativstas que se apropriavam da produgio agricola de seus cidadios, a um governo que escravizava € vendia em massa a sua populacao para os portugueses, em troca de armas e artigos de Juxo para elite local. sentido de instieuicées politicas pluralistas; ao mesmo tempo, no segundo, puseram fim a toda e qualquer esperanca de extingio do absolutismo. Em grande parte da Afri- «2, 05 lucros substanciais obtidos com o trifico de escravos promoveram no s6 st incensificagio ea exacerbagio da inseguranga dos direitos de propriedade da populagio como também conflitos violentos e a destruigao de muitas das instivuigdes exiscentess em poucos séculos, todo e qualquer trago de centralizagao do Estado foi revertido por completo, ¢ muitos dos Estados africanos estavam aniquilados. Ainda que alguns Es- tados novos, ¢ 3s vezes poderosos, tenham surgido para explorar o trafico de escravos, ‘ram baseados no belicismo e na pilhagem. A mesma citcunstincia critica da desco- berta das Américas, que tanto ajudou a Inglaterra a desenvolver instituigdes inclusivas, apenas tornou as instituigdes africanas ainda mais extrativistas. Embora o trifico de escravos estivesse basicamente encerrado a partir de 18( colonialismo europeu subsequente nao s6 reverteu a incipiente modernizagio ec algumas partes do sul do oeste da Africa como também eliminou qualquer igdes locais. Por conseguinte, mesmo fora de regides zada eo genocidio eram a regra a Afi institucional. Pior ainda: as estrucuras color um legado instieucional ainda m: desenvolvimento de instituigbes politicas e econémicas,em muniram 0 continente, na década de 1960, de ‘complexo ¢ pernicioso do que o dos primérdios do .oramento institucional, a independéncia abriu uma brecha para qu 0s asstumissem 0 poder eintensificassem a explorago até entio promovida, pelos colonialistas europeus. Os incentivos politicos proporcionados por essas estru- turas criaram um estilo de politica que veio apenas reproduzir os padroes histéricos de direitos de propricdade inseguros ¢ ineficientes, sob Estados com fortes tendéncias absolutistas mas, ndo obstante, desprovidos de qualquer aucoridade centralizada sobre ‘A Revolugio Industrial ainda nio se disseminou pela Africa porque o continente atravessou um longo circulo vicioso de persisténcia e recriagio de insticuigdes p eas ¢ econdimieas extrarivistas. Borsuana é uma excecio. Como veremos (paginas 31) 9 POR QUE AS NAGOES FRACASSAM PEQUENAS DIFERENGAS E CONJUNTURAS CRITICAS % sentido de modernizar as instituigSes politicas ¢ econdmicas de sua tribo, Caso tint tais mudangas nao chegaram a ser destruidas durante o periodo colonial, em parte ‘a5 A inceligente citica de Khama e outros chefes de desafiar a autoridade da metré ~ € sua inter-relagio com a circunstancia critica gerada pela independéncia langow. (Os Bakers (padciros) faziam pio; 0s Coopers (tanoeiros) fabricavam tonéis; os Smiths (Ferreiros) erabalhavam o ferro, Entrevanto, essas categorias nunca foram tio rigidas {quanto a divisio de castas indiana, e foram aos poucos perdendo o sentido como in- dicadoras da ocupagio de cada um. Na India, ainda que houvesse mercadores que se dedicavam ao comércio por todo 0 Oceano Indico ¢ tenha surgido uma ativa indiistria téxtl,o sistema de castas ¢ 0 absolutismo mogéis constituiram sérios impedimentos 20 desenvolvimento de instituigées inclusivas econémicas no pals. No século XIX, a __ situagio tornou-se ainda menos propicia 3 industrializagio, visto que a India tornou-se ‘uma colénia de exploragio da Inglaterra. A China nunca chegou a ser formalmente co- Jonizada por uma poréncia europeia ~ muito embora, depois da derrora para os ingleses nas guerras do dpio, entre 1839 ¢ 1842, ¢ de novo mais adiante, entre 1856 ¢ 1860, os chinesestivessem de assinar uma série de tratados humilhantes, permitindo a encrada das exportagées curopeias. A medida que a China, a {ndia ¢ outras regiées foram se mostrando incapazes de tirar vantagem das oportunidades comerciais ¢ industrais,a Asia, exceto pelo Japao, foi ficando para trés, enquanto a Europa Ocidental ganhava a dian- tciraa todo vapor. bases do éxito econdmico e politico do pais. Mais um caso de peculiatidades histori diseretas que fizeram a diferenca. Hé uma tendencia a encarar os acontecimentos histéricos como consequéncias: vitaveis de forgas arraigadas. Contudo, por mais énfase que demos & criagio de Jos viciosos e virtuosos pela histéria das instituigbes econémicas ¢ politicas, 0 como salientamos no contexto do desenvolvimento das instituigécs inglesas, semy pode ser um fator. Seretse Khama, que foi estudar na Inglaterra na década de I apaixonou-se por Ruth Williams, uma branca. Diante disso, o regime racista do, sheid sul-afticano persuadiu 0 governo inglés a bani-lo do protetorado, entao cha de Bechuanalindia (cuja administragio encontrava-se a cargo do Alto Comissério Africa do Sul), ¢ ele abdicou da coroa. Ao retornar para comandar a resisténcia colonialista,tinha a firme intengio, nao de reforgar as instiuigbes tradicionais, mas adapti-las 20 mundo moderno. Khama foi um homem extraordindtio, sem inter no enriquecimento pessoal ¢ devotado 4 construcio de seu pafs. A maioria dos de paises africanos nao teve a mesma sorte. Os dois aspectos — tanto o desenvolviment histérico das instituigdes em Botsuana quanto os fatores contingentes que le sua edificagio ~ fizeram a diferenca, em vez de fazer com que fossem destruidas distorcidas, como aconteceu no resto da Africa. © CURSO DOS RUMOS institucionais seguidos pelos japoneses no século XIX outra vez ilustraa interagio entre as circunstincias riticas e diferengas sutis geradas pela di- fetenciagio insticucional. O Japio, como a China, vivia sob um regime absolutista. A familia Tokugawa subiu ao poder em 1600 e assumiu o controle de um sistema feudal que também baniu o comércio internacional. O Japao também enfrentou uma circuns- tincia critica criada pela intervengio ocidental quando quatro navios de guerra ame- ticanos, sob o comando de Matthew C. Perry, adentraram a Baia de Edo, em julho de 1853, cimpuseram concessdes comerciais andlogas aquelas arrancadas aos chineses pela Inglaterra nas guerras do épio. Todavia, essa circunstincia critica teve desdobramentos muito distineos no Japao. Apesar de sua proximidade e frequéncia das interagées, no século XIX as instituigées de China e Japao ja se haviam diferenciado. Embora o governo Tokugawa, no Japio, fosse absolutista ¢ extrativista, sua ascen- déncia sobre os principais Iideres dos demais dominios feudais era ténue ¢ passivel de questionamentos. Apesar das rebelides de camponeses e de insurreig6es civis, na China oabsolutismo era mais forte ea oposigio menos organizada e autnoma. Néo se encon- travam ai os equivalentes a lideres de outros dominios capazes de fazer frente ao regime absolutista do imperador ¢ tragar uma alternativa institucional. Essa peculiaridade ins- titucional, sob varios aspectos insignificante se comparada As diferencas que separavam 4 China e o Japio da Europa Ocidental, teve consequéncias decisivas durante a cir- cunstincia critica engendrada pela entrada forgada de ingleses ¢ americanos. A China NO SECULO XIX, um absolutismo nio muito distinto daquele que imperaya Africa ou no Leste Europeu bloqueava o caminho da induserializagio na maior te da Asia. Na China, o Estado era marcadamente absolutista, e industriais, me dores e cidades independentes nao existiam ou eram muito mais fracos em te politicos. A China era uma grande poténcia naval, tendo se envolvido em volum comércio de longa distincia muitos séculos antes dos europeus. Eneretanto, hay deixado os occanos justamente no momento errado, quando os imperadores Mi chegaram 3 conclusio, no final do século XIV ¢ inicio do XV, de que a intensi 20 do comércio de longa diseincia e a destruigio criativa que daf adviria talvez ameagasse 0 trono. Na India, adiferenciasio institucional funcionou de oucra maneira, evando a0 senvolvimento de um sistema de castas de rigidez.impar, que restringia o funcios +0 dos mercados e a alocagao de mao de obra pelos diferentes oficios com rigor mi ‘maior que o da ordem feudal na Europa medieval ~ além de sustentar outro forte 4 POR QUE AS NAGOES FRACASSAM 0 o desenvolvimento de novas instituigSes politicas € politica japonesa possi rndmicas inclusiva, langando as bases para o acelerado crescimento japonés subseqh te, a0 paso que a China se arrastava sob o absolutismo. A reagio japonesa & ameaga representada pelos navios de guerra americanos, sgrando um processo de transformacéo institucional fundamental, nos ajuda a enten ‘outro aspecto do nosso contexto atual: as transigées da estagnagio para o répido cimento, Coreia do Sul, Taiwan e, por fim, a China aleangaram indices vertiginosos crescimento econdmico desde a Segunda Guerra Mundial percorrendo uma trajet similar aquela outrora descrita pelos aponeses. Em cada um desses casos, o crescim foi precedido por mudangas histricas nas instieuigbes econdmicas desses paises, {que nem sempre em suas insttuigées politicas, como revela o caso chins. ‘A logica de como episédios de crescimento acentuado encontram um fim abs to ¢ entram em reversio também esté relacionada, Do mesmo modo como das decisivas em favor de instituigdes econdmicas inclusivas podem provocar rapi crescimento econdmico, um brusco afastamento dessas insticuigoes pode levar & tagnagio econdmica, Com feequéncia ainda maior, porém, o colapso de um de crescimento, como ocorreu na Argentina ou na Unio Soviética, é resultado, esgotamento de um episédio de crescimento sob instituigdes extrativistas. Como. ‘mos, isso pode ser fruto de disputas internas em torno dos despojos do extrativis fazendo o regime it a pique, ou do limite imposto ao crescimento sustentado inerente falta de inovagao e destruigio criativa sob instituigbes extrativistas. O me como 0s sovi no proximo capit ricos se chocaram contra esses limites sera discutido em mais det lo. SE AS INSTITUIGOES POLITICAS € econémicas da América Latina ao longo iiltimos 500 anos foram moldadas pelo colonialismo espanhol, as do Oriente Mé sofieram a influéncia do colonialismo oromano, Em 1453, os otomanos, coman pelo sultio Maomé II, capturaram Constantinopla ea adotaram como capital. No to do século, conquistaram uma vasta fatia dos Baleds € a maior parte do restante Turquia. Na primeira metade do século XVI, o dominio otomano estendeu-se sol todo o Oriente Médio e o Norte da Africa. Em 1566, ano da morte do sultao Solima 1, alcunhado de Magnifico, seu império ia desde a Tunisia, no extremo oeste, pas do pelo Egico, chegando a Meca, na Peninsula Ardbica, até o atual Iraque. O Est coromano era absolutista; o sultéo prestava contas a poucos ¢ nao di ringuém. As instituigbes econdmicas impostas por eles eram extremamente ext vistas, Nao havia propriedade privada da terra, que a rigor pertencia toda 20 Estado, carga tribuciria que incidia sobre a terra e a produgio agricola, junto com os de PEQUENAS DIFERENGAS E CONJUNTURAS CRITICAS 95 no-americana, sofrendo constantes desafios de parte dos beduinos ¢ outras poténcias tribais na Peninsula Ardbica. Faltavam-lhe tanto a capacidade de impor uma ordem cstivel sobre a maior parte do Oriente Médio como também recursos administrativos para a arrecadacao dos impostos. Sendo assim, estes foram “delegados” 0 dircito de coletar impostos foi vendido a individuos, autorizados a cobré-los como bem enten- dessem, Esses cobradores de impostos tornaram-se auténomos ¢ poderosos. A carga butiria nos territérios do Oriente Médio era altissima, variando entre metade ou dois tergos de toda a produgio agricola. Grande parte dessa renda era retida nas mios dos cobradores. Como o Estado otomano mostrourse incapaz de implementar uma ordem estivel na regio, os direitos de propriedade eram inseguros, ea ilegalidade e 0 bandi- tismo grassavam, sob a forma de grupos armados que disputavam o controle local, Na Palestina, por exemplo, a situasio era tio nefasta que, a partir do final do século XVI, os camponeses abandonaram as terras mais férteis e deslocaram-se para as montanhas, que lhes proporcionavam mais protegio contra os bandidos. Nas dreas urbanas do Império Otomano, as instituigées econémicas extrativistas no cram menos esmagadoras. O comércio encontrava-se sob o controle estatal, €08 vi- rios oficios estavam submetidos & rigida regulamentacio de guildas e monopélios. Em consequéncia, na época da Revolugio Industrial as instituig6es econdmicas vigentes no Oriente Médio cram extrativistas ¢ a economia da regiao estagnou-se. Na década de 1840, os oromanos tentaram reformar suas instituigées — por exem- plo, revertendo 0 mecanismo de cobradores individuais e submetendo grupos auténo- mos locais. Todavia,o absolutismo persisiria até o fim da Primeira Guerra Mundial, ¢ as tentativas de reforma seriam frustradas pelos habicuais eemores em relagio a destrui- io criativae pela ansiedade das elites dominantes em relasio & possibilidade de perda econdmica ou politica. Embora os reformadores otomanos falassem na adogio de direi- tos i propriedade privada da terra com vistas a0 aumento da produtividade agricola, 0 status quo se manteve devido a0 desejo de controle politico c tributasio. A colonizasio otomana sucedeu-se a europeia, apds 1918. Uma ver encerrado o controle europeu, instalou-se a mesma dindmica que vimos na Africa subsaariana, com as instituigées co- loniais extrativistas agora nas maos das elites independentes. Em alguns casos, como a monarquia jordaniana, esses setores da sociedade foram uma criagio diceta das porén- cias coloniais ~ 0 que também ocorreu com frequéncia na Africa, como veremos. Os paises do Oriente Médio desprovidos de petréleo, hoje, tém niveis de renda proximos aos dos paises latino-americanos pobres, mesmo nao tendo softido com forgas gerado- rasde miséria, como o trifico de eseravos,e tendo se beneficiado por um perfodo mais longo dos fluxos de tecnologia provenientes da Europa. Na Idade Média, 0 préprio Oriente Médio também era uma regido relativamente avangada do mundo, em cermos econémicos. No entanto, hoje, embora nio seja tio miserével quanto a Africa, a maior na nahrer 96 POR QUE AS NAGOES FRACASSAM VIMOS QUE NEM as teorias baseadas na ignorincia ou na ordem cultural nem ei facores geogréficos sio dices para explicar 0 atual estado de coisas que nos cerca, 1io oferecem uma explicasio satisfat6ria para os padrées de desigualdade mundial, is 6 0 fato de que o processo de disparidade econdmica teve inicio com a Revolugio dustrial, na Inglaterra, durante os séculos XVIII e XIX, difundindo-se em seguida, Europa Ocidental ¢ colénias de povoamento europeias; a persistente divergéncia entt as diversas partes das Américas; a pobreza da Africa ¢ do Oriente Médio; as difere! entre Europa Ocidental e Leste Europeu; as transigoes da estagnagio para a expansii as interrupgées, por vezes abruptas, de surtos de erescimento, Nossa teoria instieuc nal sim. Noscapftulos restantes, vamos discutir de m +0 dessa teoria institucional ilustrar o amplo leque de fendmenos que ela pode cok ~ das origens da Revolugo Neolitica ao colapso de virias civlizagées, seja devido limites intrinsecos do crescimento sob instituigées extrativistas ou & reversio de poucos passos titubeantes em direcéo a maior inclusio. ‘Veremos como e por que medidas decisivas rumo a instieuigdes foram romadas durante a Revolucio Gloriosa, na Inglaterra, examinando mais es Ficamente os seguintes fatores: era mais minuciosa o funcionamer liticas inchusi + Como as instituigées inclusivas nasceram da inter-relagio da circunstancia tica produzida pelo comércio atlantico e a nacureza das instituigbes inglesas cexistentes. ‘Como essasinstituigées persistiram e fortaleceram-se a ponto de langat as b da Revolugao Industrial, gragas, em parte, 20 circulo vireuoso e em parte ack ‘+ Como muitos regimes dominados por instituigdes absolutistas ¢ excrativs ‘opuseram resistencia ferrenha & difusio de novas tecnologias deflagrada peal volugio Industral. Como os préprios europeus anularam toda ¢ qualquer possbilidade de crs ‘mento econémico em muitas das regides do mundo que conquistaram. Como 0 circulo vicioso e a lei de ferro da oligarquia geraram uma tendé invesistivel& persisténcia das instituigbes extrativista, fazendo as regides para quais a Revolugio Industrial nao se disseminou originalmente permanec relativamente pobres. Por que a Revolugio Industrial e outras novas tecnologias nio se dif dificilmente se difundirao, para regiées do mundo em que, hoje, ainda néo atingiu um grau minimo de centralizagio do Estado. Nossa di io mostrar ramhém ane dererminadas recides ome Ineraram tran: PEQUENAS DIFERENGAS E CONJUNTURAS CRITICAS 97 Unidos ou Austria, mostraram-se mais receptivas a Revolusio Industral esaltaram & frence das demais. Como na Inglaterra, o processo nem sempre fi suave, ea longo do tho foram superados muitos desafios is instituigSes inclusivas, as vezes devido & dinamica do circulo virtuoso, as vezes gracas aos rumos contingentes da historia. Por fim, debateremos também como o fracasso de certos paises, hoje, é profunda- ‘mente influenciado por suas histé icionais, quanto de suas em hipéteses incorretas e é potencialmente danoso, ¢ como os paises ainda sio capazes de aproveitar as circunstancias criticas para romper paradigmas, reformar suas insticui- 56¢s e enveredar por caminhos conducentes a maior prosperidade.

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