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Miasmas ou Doengas Cronicas Verdadeiras- Apds longo periodo de observagdes e reflexdo Hahne- mann publica a 1? edig&o de sua obra "Doengas Crénicas, Sua Natureza Peculiar e Sua Cura Homeopatica" em 1828, onde estuda de forma com- pleta as doengas crénicas. Hahnemann até essa fase propunha uma terapéutica ho meopatica fundamentada exclusivamente sobre a lei dos semelhantes.No entanto, a observacdo repetida e cuidadosa dos pacientes e a refle- xo sobre essa observacdo por mais de trinta anos de exercicio da Ho meopatia o levam a completar a doutrina homeopatica pela introdugio do principio da doenga crénica verdadeira. A) Conceito- Miasmas ou doengas crénicas verdadeiras so altera gdes de energia vital de carater evolutivo e crénico, que se mani- festam por um conjunto determinado de sintomas e que nado se curam completamente a ndo ser por um tratamento homeopatico especifico. B) Instalacao- © inicio e a evolugdo desses estados crénicos se ca Facterizam por duas fases bem definidas: 0 cont&gio ou infecgdo e a primeira leso externa ou leséo primaria, Entre esses momentos facil mente verificaveis, hA um perfodo de laténcia © primeiro momento, de infecco, é instantaneo, se © to, quando ocorre o desequilibrio da energia vi- "A infec¢&o com miasmas das doengas agudas | citada acontece sem diivida num Gnico mo: La uma infecgao. ...nessa oca- te comunicada 4 forga vi- ++-Podemos com ra miasma do mun é verdade que © tipo de febre provocada ~ sinal de que a doenga esta completa - aparece mais tarde ainda, quando a cicatriz protetora 4a estiver completamente formada, isto é, no sétimo ou oitavo dia?" (pa ginas 66/67 Hahnemann, S., Doengas Crénicas) Em seguida, no mesmo local da mesma obra, Hahnemann fala das demais fases do desenvolvimento miasmatico "N3o serfo ne- cessarios de dez a doze dias aps a infecgao com varfola para que a- contega a febre inflamatéria e a irrupgSo da varfola na pele? 0 que ficou fazendo a natureza, nestes dez ou doze dias apés a infeccdo ter sido recebida? Nao foi necessério primeiro incorporar a doenga no or ganismo todo antes de a natureza conseguir desencadear a febre e fa- zer a erup¢do brotar na pele? © que foi que a natureza fez nessa ocasido com o miasma recebido, ao longo desses dias intermediarios ? © que, além de incorporar a totalidade da doenga de sarampo, ou de febre escarlate no organismo todo, antes de haver completado seu tra balho, de modo tal que fosse capaz de produzir o sarampo e a febre escarlate com suas erupgées? A partir da evolugao de todas estas doengas miasmaticas podemos ver claramente que apés o contagio exter no, no interior da totalidade do individuo, isto é, 0 interior todo da pessoa deve primeiro ter-se tornado completamente doente com va~ riola, sarampo ou febre escarlate, antes que estas varias erupgées Possam aparecer na pele. ... Nas doengas miasmaticas crénicas a natu reza observa o mesmo curso com respeito ao modo de contagio e 4 for- magao antecedente da doenga interna, antes que os sintomas exterio- res, patenteadores do seu completamento interno se manifestem na su- perficie do corpo; ...". C) Classificacao~ Pela observagio e segundo os critérios por ele esta belecidos, Hahnemann classifica as doengas crénicas em trés tipos di ferentes: Duas, sdo patologias dependentes de infecgao vené- xea e se correspondem a moléstias finicas e bem determinadas; sio a Sycosis e a Syphillis. A terceira, a mais comum das trés, e & qualse relacionam os mais diferentes tipos de moléstias, chama de Psora. D) Generalidades- A andlise cuidadosa da doutrina das doengas crénicas de Hahnemann nos mostra que ele observou a existéncia de certos esta- dos patolégicos crénicos especificos, cujos sintomas clinicos e res- pectivos substratos anatomo-patolégicos eram repetitivamente iguais com pequenas variagdes esquemiticas e que respondiam também a um tra- tamento homeopatico especifico e independente dessas pequenas varia- gées individuais; eram ainda patologias de contagio preponderantemen- te sexual, venéreo, e que levavam a alteragdes crénicas de carater lo eal e geral. Estas sao o miasma Syphillis, que sempre evolui para a moléstia sifilis e o miasma Sycosis que sempre evolui para a moléstia Hahnemann também observou um outro grupo de doengas erénicas verdadeiras, que corresponderia na sua evolugdo a uma enor- me variedade de formas patolégicas - de moléstias -, de contagio mui to facil e sd acidentalmente venéreo e ao qual corresponderia um gru po especifico de sintomas que seriam determinantes do remédio mais in dicado ao seu tratamento, independentemente da forma anatomo-patolé- gica da moléstia de que se viesse a revestir. Essa chamou de Psora a doenga crénica que se apresenta por praticamente qualquer dos ti- pos de moléstias por nds conhecidos, exceto aqueles dois especificos dos miasmas venéreos. Ainda hoje, esta concepgao resiste inteiramente a qualquer analise, pois, qualquer das mais de mil formas de moléstias descritas pela patologia atual nao miasma. Analisando especificamente propostos por escolas homeopaticas -se serem ambas formas patolégicas justificaria a criagdo de um novo © tuberculinismo e 0 cancerinismo modernas como novos miasmas, vé- 34 conhecidas de Hahnemann; ambas variaveis, principalmente o cancerinismo, na forma anatomo-patolégi~ ca em que se apresentam, de acordo com o terreno em que se desenvol- vem; ambas respondendo, no seu tratamento, no s6 remédio, como nos casos da Syphillis e da Sycosis, mas a um dentre uma gama enorme de- les, indicado, sempre que se tratar de doenga miasmatica verdadeira pelo mesmo conjunto de sintomas da Psora; e finalmente observa-se que a tuberculose e os varios tipos de cAncer podem nfo ser doengas cré- nicas verdadeiras, apresentando-se As vezes como falsas doencas cré. nicas, agravadas ou ndo pela Psora ou por outro miasma, o que nunca ocorre com a Syphillis e com a Sycosis, paradigmas da doenga miasma- tica crénica especifica. E) Psora~ Pelo jA visto anteriormente, pode-se conceituar Pso ra como: Psora & a alterac&o da energia vital de —cardter crénico e evolutivo, nao venérea, e que sd podera curar mente pelo tratamento homeopatico especifico e que se completa~ manifestara na sua evolugdo por varias formas diferentes de moléstias, de acor do com as potencialidades préprias do terreno por ela sensibiliza- ao. “... A Psora, a Gnica causa fundamental real, produ tora de todas as demais numerosas outras, direi mesmo incontaéveis , formas de moléstias, que com os nomes debilidade nervosa, histeria hipoconéria, mania, melancolia, dem&ncia, furor, epilepsia e convul- sdes de toda a sorte, amolecimento dos ossos ... etc., figuram nas o- bras sistematicas de patologia como doengas peculiares e independen- tes." (§ 80 do “organon A Psora, como miasma, apresenta uma fase evolutiva i nicial de instalagao. Apds a infecgSo inicial e o posterior desenvol- vimento da doenga por todo o organismo interno, a Psora exterioriza- ~se por uma erupgao pruriginosa, que 6 a sua forma primaria “Incalculavelmente maior e mais importante que os dois miasmas crénicos que acabamos de mencionar, é o miasma crénico da Psora que ( ) também se revela, apés o término da infecgdo interna de todo o organismo, por uma erupcao cutanea peculiar, consistindo,s vezes, de pequenas vesiculas acompanhadas de prurido forte e voluptuo so (e de odor caracteristico) ... " (§ 80 do “Organon"). Esta forma primfria da Psora, a primeira forma de mo léstia pela qual esse miasma pode ser reconhecido, foi chamada por Hahnemann de sarna, pelo seu aspécto clinico e independente da presen ga ou no do dcaro, j4 na sua época descrito em muitas lesdes sarno- sas. Deve-se atentar para o fato de que essa erupgao pruriginosa ini- cial 6 a primeira manifestagao da Psora verificdvel e caracterizavel clinicamente e anatomo-patologicamente, mas ndo a causa da Psora, co- mo facilmente se podera entender nas obras de Hahnemann e especialmen te nas pags. 41 4 44 das Doengas Crénicas. Para ele a Psora é uma a- fecgao da energia vital, que se inicia pela infecgao, toma o organis- mo todo internamente e sé numa terceira fase exterioriza-se, entéo por essa erupgdo pruriginosa da pele, a sua forma primaria. Essa lesdo primaria ficara definitivamente na pele e dessa forma impedira o desenvolvimento interno da Psora, a néo ser que seja dalf tirada por um tratamento externo local, ou devido a uma intercorréncia como o sarampo, ou por excessos higiénicos ou _—ainda por um tratamento interno correto que venha a debelar toda a Psora. ' Caso essa erupgfio venha a desaparecer por uma supressio ou seja, por um tratamento externo indevido ou por qualquer outra causa que nio o tratamento homeopitico especifico, volta a se desenvolver a doenga crénica interna que mais cedo ou mais tarde explodira na forma de qualquer uma das injimeras patologias catalogadas e de acordo com a Predisposigao individual. Essa gama toda de patologias que se sucedem & supressao da Psora e que podem atingir tanto os Srgdos internos co- mo a parte externa do corpo, a prépria pele novamente, em novas erup- ges sarnosas ou nao, sio chamadas por Hahnemann de sintomas secunda- rios da Psora. Nas Doengas Crénicas pags. 44 e 45 lé-se: “Agora, a- ser mais facilmente reprimida, a doenga cresce internamente ainda assim, nos filtimos trés séculos, apés a destrui-

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