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Editora Quartier Latin do Brasil Rua Santo Amaro, 316 - CEP 01315-000 Vendas: Fone (11) 3101-5780 Emil: quartierlatin@quarirlain.arcbr Site: wwra.quartiesatin.art br ‘TODOS OSDIRETTOS RESERVADOS. Pris spoon ou pr pe queers ov prose peal stems gro celine pois oe der Vlaiarniio co eo ‘walouprle como sinha de uur pada em ur site de patent de dake Ea pigs pane nim cancers rata eit A veld dior ori publ noc 14 pagal Cio Peal on perce piso emt bear dering dena 10a Oda 961, (4£19023998, Leds Dre Ars). Coordenadores RENATO BURANELLO Awpr£ Ricarpo Passos DE Souza Ecio Perin JUNIOR DIREITO DO AGRONEGOCIO Mercapo, REGULAGAO, TRIBUTACAO, § MEI0 AMBIENTE Volume 2 Prefiicio Caro LovareLut Editora Quartier Latin do Brasil Sao Paulo, verio de 2013 quartierlatin@quartierlatin.art.br ‘www.quartierlatin.art.br Rooaco Maro 04 Suvi 839 ‘A PRESERVACAO AMBIENTAL & A TRIBUTAGAO DA PROPRIEDADE RURAL Roprico Marto DA SIVEIRA Intropucko ‘Com o advento da Lei n° 9.393/96, a tributagio pelo Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ~ ITR! passou a ser disciplinada de forma a respeitar as diretrizes consignadas no art. 153, § 4°, da Carta Constiturional de 1988, as quais determinam a utilizaglo desse tributo como instrumento de politica econdmiea e social, dotado de nitida natureza extrafiscal. De um lado, o referido dispositive constitucional (art. 153, § 4%, 1) estabeleceu 0 cardter progressivo da tributaglo das propriedades rurais e determinou a fixagdo de aliquotas do imposto de forma a desincentivar a rmanutengio de propriedades improdutivas. Em sentido oposto (art: 153, § 4», II), ressalvou da incidéncia do imposto—imunizando, portanto ~a pequena sgleba rural? explorada por proprietirio ndo possuidor de outros iméveis, A luz dos arts, 184 ¢ 186 da Constituigio, a Lei n. 9.393/96 revela-se, ainda, como importante instrumento de politica agréria, quando estakelece, 1 Trtando-se © IT de tbo eja compatinca para insuico fol conferida 2 Unio Federal pela Conettuicio de 1988, 6 importante mencsnar qu de sorda com 9 an. 158 2 Cara Politica, cera de 50% do odio da anecadagio deste importa €destnado aos Marciior aque se relcem os nivel situados A Emenda Constucional n. 42003, 20 altar 0 § izarem cobraren oT, §o art 153, facltou aos Municipio, a forma dale is Iipetene cm ques produto de areendagbo do imposto & dest “Municipion. A compeéncia para istituigao da tibuto, contd, continua pevtenendo Unio Feder, 2 —Acaracterzaglo de pequena glebs curl enconta- no a. 2, Parsgrato Gnico, dt Le 5.30396, in verbis "Am 2 Nos temas do at 153, § 4 infin, da Conta, 0 posto nso ince sebve Pequenaeglebae uri, quand ae explore, x8 au com sua fama, © propel que 930 Pont uta ime, Figrafo dic, Para os eetos deste argo, pequens slebas rr so os ives com rea Igual ou ner 1100 fa, 5 localiado en Mnicpiocompreendido na Amazin Oxide ou no Pantanal mato possense © sulmatogrosens | 50 ha, 3 lcaizado em Municip comprendido no Pligao das Secas ou na Anarén Orient l= 30 ha, se loalzado em euslquer outro Municipio” (B40 - A PerservacAo AmNTAL€ATIBLTAGAC DA PROPRIA RURAL em seus arts. 8°, § 2°, € 22, que o valor da terra nua a ser declarado pelo contribuinte também serd utilizado como base para fins de cilculo de indenizagao justa e prévia, em caso de eventual desapropriacio visando distribuigao de terras. Diante do nitido cariter extrafiscal do ITR, o presente estudo tem por foco as isengées relativas a tal imposto, especialmente aquelas que beneficiam Areas rurais destinadas& preservacdo do meio ambiente. Serio analisados,xinda, 08 eventuais requisitos cujo cumprimento se faga necessério para a fruigio dessa espécie de beneficio, 1. A ExTRAFISCALIDADE DO ITR E A PRESERVACAO DO. Meio AmpieNTE © balizamento constitucional para fins de tributagio do ITR possui ‘como fundamento a concretizagio do principio da fungao social da propriedade rural, previsto nos arts. 184 e 186 da Carta Politica®. Segundo o art. 186, a fungio social da propriedade rural & alcangada a parti: i) do aproveitamento racional e adequado do imével, il) da observncia das disposigées que regulam as relagdes de trabalho, iii) da exploragao que favoreca o bem-estar do proprietirio edos trabalhadores e, ainda, iv) da utiizagio adequada dos recursos naturais nele disponiveis, ev) da preservagio do meio ambiente. Pode-se dizer, entdo, que diante dos requisitos de utilizacio racional dos recursos naturais ¢ preservasio do meio ambiente surge um subprincipio, 20 «qual a doutrina especializada denominou “principio da fungio socioambiental da propriedade”, - A respeito dele, Edis Milaré assevera ser a fungi ambiental um elemento limitador do direito de propriedade, na medida em que tal dieito, de acordo com o § 1° do art. 1.228 do Cédigo Civil, deve ser exercitado em consonsncia com as suas finaldades econdmi- ‘ase sociaise de modo que sejam preservados, de conformidade como «stabelecido em ei especial flora, fauna, as belezasnaturas, 0 equ- 3. Nese sentido, vide: SCHOUER, Lue fduardo, Canubuido a0 Est do Reine jr das "Nonna butt ndutoret cos Isrtenta de intervencto salve 0 Domino Econdnic. 2002 Tse (Professor Trular de Diet) Universidade de a0 Paulo, Sdo Paul. p. 117. Ronco Mato 04 Suvena BT ibrio ecoligico «0 patriménio histdrico e artistic, bem como evitada a poluigio do are das iguas* Esmiugando 0 contetido desse subprineipio, Alvaro Luiz. Valery Mirra, por sua ver, atesta que a fungio socal e ambiental nao constituium simples limite ao exericio do diteito de propriedade, como aquela restrgio tradicional, por meio «da qual se permite ao proprctirio, no exercicio de seu dreto, fazer todo ‘que no prejudique coletividade eo meio ambiente. Diversamente, angio social e ambiental vai mas longe e autoriza até que se imponha 430 proprictirio comporta-mentos positivos, no exerccio do seu dieito, para que a sua propriedade conesetamente se adeque & preservagio do meioambiente.? LLevando em conta essa feigio do direito de propriedade, é vilido concluir que a natureza extrafiscal do ITR nao se verifica apenas em relagao a questoes de reforma agréria ou ao desestimulo de laifindios improdutivos*, Paraalém disso, o principio socioambiental da propriedade rural constitui efetivo fundamento para que 0 TTR seja utilizado como instrumento extrafisel, de forma a promover ¢ incentivar a utilizagio racional dos recursos naturas € a preservagio do meio ambiente’. Nessa linha de ideias, encontram-se em conformidade com o principio da fungio socioambiental da propriedade as isengdes que desonerem da tributasao pelo ITR as areas voltadas a preservagio do meio ambiente, sea em 4 CLWARE, fs. Dieta do Ambiente: doting, jurepradénci,glosvio. 3. ed. ex sale ‘mpl. Sio Paul: Revista des Tobunat, 2004 p. M6147 5 MIRRA, Alvaro Luiz Valery. Piciiosfandamsntas do Diteto Ambiental, Revista de Diteto “Ambiental. Sto Paulo, #2. p.59°e 60, abe jun. 1996. apud NILARE, Cals. Divito do ‘Ambiente: doaina, jisprosenca, losin. 3 re ata. amp. Si Paul Revi dos “bras, 2004. 9.147 6 Quanto a esa perspective do carter etic do IT, manitesa-e Misabel Abreu Machado Deri nos sepuintes Lemos: "na progtesidade (ou eeyressividade) do mposto incident solve a propiedade terial rural 0 que se colima € 4 prodtvidade da tera. Na Uibulacao extafscal progessiva, 0 eepretini que cond mal > 8 propria, ans: ‘vando'asociaimente' int, €onerado com encargosTscais mais elevados, pois mantém omportamentainadeqodo so interesse pica cu map pra se adapta este noes Se" (BALEERO, Aims Dveto Truro Bas, 11, ed, ata. por isabel Abe Machado Dera. Rio de fine Foense, 1999p. 234. 7 Analtando 3 proto do melo ambiente coro pina de orden econdmica, consunte do fan. 170, 1, da Constugao,Fabwo Nusdco ensna que “at preocupages com © meio ambi ‘nt surat € se incr durante © anscorer do slo Xuan trem era 2 deia de o Estado ter como uma de sie hinge primoriis&impuementacao de cetoe de pltica econimia,e e amb a teas do Eade, coegSa a falas do 1B42- APristwvacho Ampentat£ATRIRUTAGAO DA PaCHREDADE RURAL fangio da mera manutensio da vegetacio nativa, seja em razio de sua utilizagio de forma ecologicamente sustentivel. 2. As IsencOes Do ITR As isenges para fins de ITR nio estZo previstas apenas nas leis fiscais sobre a matéria, A legislacZo ambiental também contempla a concessio de isengées, tendo por objetivo, a partir da climinagao parcial ou total do Gnus fiscal, incentivar a manutengio de Areas rurais ecologicamente relevantes. E fato, todavia, que a fruisio das isenges que serio adiante analisadas esté condicionada ao cumprimento de determinadas exigéncias formais pelo contribuinte. ‘Tratando-se de uma isen licionada,o beneficio (intributabilidade) somente sera auferido nio apenas em fangio do preenchimento dos requisitos previstos na lei isentiva, mas especialmente mediante o prévio reconhecimento dessa situagio por parte das autoridades fiscais competentes. E por tal razio que as isengées condicionadas sio também conhecidas como “bilaterais” ou “onerosas”, ji que exigem uma contraprestagio do beneficiéro para que possam ser Fraidas’ A dlisciplina das isengbes condicionadas encontra-se albergada pelo art. 179 do Cédigo Tributitio Nacional ~ CTN, in verbits Art. 179, A isengio, quando nlo concedida em cariter gral, éfetiva~ da, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa em re- «querimento com o qual oineressado fag prova do preenchimento das ‘condigbes edo cumprimento dos requisitos prevstos em Ii ou contrato para concessio. § 1° Tratando-se de tributo langado por periodo certo de tempo, 0 Aespacho referido neste artigo seré renovado antes da expitasiv de ‘mercado ~ no caso, exenalidadese ben coletvo de cater ambiental ~e a atuagio de una pola econdmica atv, e entelagam ese enovlam num proceso de ineroio tata, enti parece meidanamente claro mtorarseo dicta oribentl no camped sto econ nico, quer sj ee encavad so 0 prisma de ums poiiica ambit este, quer quand et se) iserida~ para 0 bem ou para 9 mal ~ne Snbito maior de uma poliicaeconémiea, fot ours", (NUSDEO, Fabio. Economia do Meio Ambiente. in: PILIPP IR. Ailindo AVES, ‘Alade Cafl: Cars itera de Dieta Area Bares: Manse, 2098. p. 729), © CL. CARRAZA, Roque Anlenio, Cuno de Dist Consitvcona Tibi, 20. vt. Sto Paul: ‘Matheios, 2008.9. 813, Ropaco Muro 04 Savona = 843 cada periodo, cessando automaticamente os seus efeitos & partir do primeiro dia do periodo para o qual interesado deixar de promovera continuidade do reconhecimento da isencio, § 2°O despacho referido nest artigo nfo gera direto adquirido, apli- cando-se, quando eabivel, odisposto not. 155. [Nese contexto, considerando que a lei que outorga isengiio deve ser interpretada literalmente, nos termos do art. 111, inciso II, do CIN, tem-se ‘que, no caso de isengaio condicionada, odireito ao beneficio é assegurado com 0 preenchimento dos requisitos ¢ condigSes previstos em lei, e apenas esses. Além. disso, o beneficio fica pendente de “despacho da autoridade administrtiva”, 0 que significa dizer que, sem a expressa homologagio do Fisco quanto @ implementagio das condigdes previstas nae isentiva,nlo se pode frur obeneficio correspondente. Sio vilidas, contudo, as eriticas de Luciano Amaro 20 art. 179 do CTN, especialmente no que se refere a exigéncias condicionantes do goz0 da isengio. Cite-se: ‘Mingicias buroerticas (que hoje tendem ao desaparecimento) so re- ‘guladas no art. 179,20 disciptinaras sengbes que demandam reconhe- cimento formal pela autoridade(..). O cariter‘geral da isengio a que o dispositive se refere nfo se opie a rerum cariter‘especal. O que o Cédigo quis expressar foi que algu- ‘mas sengoes, nfo obstante definidas pela ei, poderiam ter sua eficécia sujita aum procedimento formal de reconhecimento perante a autor dade (esse procedimento seria renovivel a cada perfodo deincidéncia, ‘no caso de trbutos langados por periodoscertos de tempo). Ouse nfo bastata se isento; seria preciso provar que o 6, perante aautoidade, B mais: a seferéncia ao art. 155 significa que o despacho de reeanheci- ‘mento oficial da senso nada valetia, pois ea situago conereta no for de isengio, o despacho nao gera direto a ela. ‘xigéncia burocriticainitl? ¢ serem perfeitamente Com base nas ligées acima transeritas, conclu passiveis de questionamento as exigéncias burocriticas instituidas por atos 9 _-AMARO, Luciano da Sika, Dro Yulin Brae, 2d. S50 Fal: Sara, 1988p, 268 268) B44 - A Peesivacho Avenental EA TRIMUTAGKO OX PaorteORDE RURAL infralegais que impegam a fruigao de isengio conferida por Ici, especialmente quando nio haja, nessa mesma le, qualquer mengio expressa acerca da prévia comprovagio do preenchimento das condiges que permitam que uma pessoa, __um bem ou uma situagio sejam beneficiados pela exoneragio tibutéria. condicionadas, vejamos, a seguir, as isengdes de ITR previstas na legislagio ambiental ¢ na prépria legislacdo tributdria, assim como os requisitos formais para a sua fruigao. A luz dessas consideragées preliminares sobre as ise 2.1, ISENGOES PREVISTAS NA LEGISLAGAO AMBIENTAL © Cédigo Florestal anterior (Decreto n° 23.793/34) a0 ora vigente, isentava do pagamento de ITR, em seu art, 17, as dreas de florestas. O Codigo Florestal atval (Lei n° 4.71/65) procurou repetir esse beneficio em seus arts. 38 € 39, cuja redacio original isentava do imposto, respectivamente: i) as florestas plantadas ou naturais, ii) as éreas com florestas sob regime de prescrvacio permanente (neste caso, a isengiio era parcial, de apenas 50%, desde que se tratasse de floresta nativa) ¢ as Areas com florestas plantadas para fins de explorasio madeireira. Os referidos dispositivos do Cédigo Florestal foram expressamente revogados, 0 primeito pela Lei n® 5.106/66 (que estabeleceu incentivos fiscais para fins de IRPJ em casos de empreendimentos florestais, isto é, de reflorestamentos) ¢ 0 segundo pela Lei n® 5.868/72 (que criou o Sistema Nacional de Cadastro Rural). Esta Lei n° 5.868/72, por sua vez, em seu art. 5°, isenta do TTR, condicionando tal beneficio a normas disciplinadoras do INCRA, as freas de preservagio permanente onde existam florestas formadas ou em formagio, € as Areas reflorestadas com esséncias nativas. Apesar da tevogagio dos arts. 38 e 39 do Cédigo Florestal, permaneceu inalterado o seu art. 18, que possui a seguinte redagio: ‘Art. 18, Nas ters de propriedade privads, onde seja necesirio 0 Aorestamento ou o reflorestamento de preservasio permanente, 0 Poder Piblico Federal podert fazé-lo sem desapropris-las, se nfo 0 zero propieticio, § 1° Se ais reas estiverem sendo utlizadas com culturas, de seu valor veri serindeniaado o propretirio, Ropaco Maro.o Suvena +845 § 2° As areas assim utilizadas pelo Poder Publico Federal ficam isentas de tibutagio.(grifarnos) Com o advento da Lei de Politica Agricola (Lei n° 8.171/91), estou consignada a seguinte regra isentiva no seu art. 104, in verbis: Art 104,Sto sentas de tiburagioe do pagamento do Imposto Teitorial Rural as reas dos iméveis rurais consideradas de preservagio per- smanentee de reserva legal, prevstasna Lei n® 4.771, de 1965, coma nova redagio dada pela Lei n® 7.803, de 1989 Parigrafo nico, A isengio do Imposto Territorial Rural (TR) esten~ de-se is éreas da propriedade rural de interesse ecolégico para a protesio dos ecossistemas, assim declarados por ato do érgio com- petente federal ou estadual e que ampliam as restrigdes de uso pre- vistas no caput deste artigo. (grifarnos) Verifica-se do dispositivo legal acima transcrito que foram isentis do TTR nao apenas as areas rurais de preservagio permanente’ ede reserva legal", mas também as reas rurais de interesse ecologico, desde que assim reconhecidas pelo 6rgio competente do Poder Executivo federal ou estadual, e ampliadas as restrigdes de uso que sio previstas para as areas de preservagio permanente € de reserva legal. Observando as diretrizes contidas na Lei de Politica Agricola e no Cédigo Florestal, 0 Decreto n® 1.92/96 foi editado para “regulamentar”, melhor dizendo, instituir, a denominada Reserva Particular do Patriménio Nacional 10 Vide a deinicio exata dis Sreas de presrvagio permanente nos ats, 2° e 3° do Cédigo Foetal (Ut 4.77165). Em nse rai so considera de pesenagio permanente: 3b floras © demas formas de vpetag natural sada: 8) a0 longo dos or ou de gsquer ‘aso dua, a0 rece ds logos agony reservatis gua Ratuas ou aca onas fascetes ainda que intermiteres © nos chamados “lhos @ gua", d) no topo de moro, ‘monts, montanhas sera, e) nas encostas u panes desta, ras renga, como feadras de dinar ou exabiizaccrat de manque, g) nas bards dos tabuleves ou chapadas, eh) rm tude suprir a mile otocentos motos, qualquer que jaa vepeacin; € i as foes © ‘demas formas de vegetago natu, declradas de preservagio permanent por ato de Poder Pablo, quando destinacas 3} teruar a eroso das tern, b).a fant 95 unas, c) formar fas de pote aa long de rexowas fro, da aus a defesa do titi racional 2 citi das autordades militares, «) a proteger sos de excepconal beleza ou de valor ‘entice ov histrco f)2 aula exemplars da fauna ou fra amescados de exis, g) 2 Imater © ambiente neces & vida das populages scl, eh) 2 assur condos de bem-estat publica. 11 Vie at. 16 do Cdigo Floss Lei. 4.77155), com redacz0 dad pela Media Pov 1. 2.166-67101. As eas de reer legal compecendem a6 Noesas © Ouras formas de B46 - A Prstavagto Annona, £4 THRLIAGKODA PROFBEDADE RURAL ~ RPPN, a qual foi mais tarde reconhecida, com o advento da Lei do SNUC (Lei n. 9.985/00)", como uma unidade de conservagao da natureza. Mesmo antes da Lei do SNUC, o Decreto n° 1.922/96 ja previa, em seu art. 11, a isengio do ITR para as RPPNs, nos termos do Pardgrafo tinico do art. 104 da Lei de Politica Agricola, embora condicionando o reconhecimento esse beneficio fiscal a autorizago do INCRA. Confira-se: Art. 1.0 proprietirio poder requerer 20 Instituto Nacional de Colo- nizagio e Reforma Agrisia~ INCRA, aisengio do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ~ ITR, para a drea reconhecida como Reserva Particular do Patriménio Natural, conforme prevé.o pardgrafo. “nico doar. 104, da Lei n? 8.17/91. ‘Além das RPPNs, a Lei do SNUC previ outras categorias"* de unidades de conservacio da natureza tais como a Area de Protegio Ambiental (art. 15, § 1°) ea Area de Relevante Interesse Eeol6gico (art. 16, § 19), que, em sendo \vegeagio nativa (com excacio daqucasstuadas em rea de presenacio permanente) nas Auais € vedada a supressao da cobentua vegetal, admitindose apenas sa utliagio Sob regime de manejo fret sustentivel,obsevada regulamenvacio expecta 9 esse respeto Tats resenas slo delimiadas de acordo com percentais do drea total do imdve, os uals ‘ever correspond, ro minimo ~ emboca sulin a evenuais reduges potato do Feder Executv, desde que ouvidas as autriades ambienals cmpeentes~ 4 () 80% pata propiedad rural stuads em sea de forsta localiza na Amazin Leal (i) 5% pra a propiedad rural situa em dea de cenado locazada na Amazin Leal i) 20% para Propiedad rl stuada em dea de Nove outa forme de vegeta nativa lcaliraa fas demas rides do Pas, ¢(v) 20% para propriedade rural em stea de campos geris focaizada em qualquer repo do is. 12 Aci n, 9985/00, conhecda com Le: do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conse vacio da Naturez} wie reulamerear 0 a. 225, § 1, nce bl I eV, ca Consivigso Fesleral de 1988. 13, Dispse o af. 21 da Lei, 9965/00 scbre a RPP “Aan 21.4 Reserva Particular do Patiménio Natal é uma rea priv, grvads com pete dade, com 0 abjetvo de conserar a dersidade bolic. 51" gravame do que vata ete ago cola de erm de compromiso esknads pine» Sraio ambit, que vera a existncia de intresse pablico,eserd avert marge ca insrigio no Regio Publica de inves, 5 2°56 poder ser penis, na Reser Particular do Paving Natural, cenfome se dspuser em regula 1a pesquisa cinta 8 vistagso com cbjetves trios eceativs e educacionsis; i -(veTADO) 5 5° Os drpiosintegrantes do SNUC, sempre que postvl ¢ opotin, presario arestasio ‘cnica centica 30 propre de Reserva Particular do Famoni Nell pars» elbor ‘0 de um Plano de Manejo ou de regio e de Gestio ds unidade” 14 Dentro do Grupo das Unidades de Uso Sustentvel (at. 14 dt Let do SNUC), a Seas declaradas come Floresta Nacional a. 17, $9), Reserva Barat (at 18, & 19, fesena de Fauna fant 19,8 79 ou Reserva de Desenvovimenco Suentivel ar. 20,5, por seem de RopacoMro os Suvi = 847 las por terras privadas, ficam sujeitas & isengio do ITR, por farsa do supracitado Parigrafo tinico do art. 104 da Lei de Politica Agricola. Da anilise da legislagio acima relacionada, parece-nos razoavel concluir que as dreas rurais de interesse ecolégico, assim entendidas aquelas destinadas a preservasio do meio ambiente, em conformidade com o disposto n0 at: 225 da Constituigao Federal, sao beneficiadas pela isengio do ITR, com fandamento essencialmente no mencionado art. 104, Parigrafo tinico,da Lei de Politica Agricola. (O requisito contido no art. 176 do CTN, a saber, a concessio de Kengo pot lei, foi respeitado, ainda que a fruigio do beneficio esteja condicionada a0 reconhecimento oficial, por parte de drgio competente do Poder Executive federal ou estadual, de que a area rural preenche as condigées psra ser caracterizada como uma unidade de conservagio ambiental. ‘Nao nos parece, entretanto, no caso das RPPNs, ser legitima a exigéncia de ‘ptévia autorizagao por parte do INCRA para que se reconhesa o direito a sengio para fins de ITR, porquanto a norma contida no Decreto n° 1.92/96 exrapola fo que determina a Lei de Politica Agricola. Basta, por assim dizer, mero ato administrativo insttuidor de ura RPPN (ou outra Unidade de Conservagio cuja propriedade seja privada) para que o direto 4 isen¢io do ITR pessa ser plenamente exercido. Tal entendimento é corroborado pelo art. 10, § 1°,11,"b", a Lei n° 9.393/96, cujo teor sera analisado no tépico seguinte. Em sintese, no que diz respeito as propriedades rurais particulars, sia beneficiadas pela isengao do ITR, de acordo com a legislacio ambiental, no apenas as reas de reserva legal e de preservagio permanente, mas também algumas unidades de conservagio da natureza, a saber, as RPPNs, as Areas de Protesio Ambiental ¢ as Areas de Relevante Interesse Ecolégico. dominio péblico, no mais fam, 2 noo ver, sujeitas a0 papamento do TR, parquanto fusente a materalidade para firs de inciécia desse tila (nese sentido, vide TRE 4" Regizo;2*Turma; Apelgio Civel 221.458; Proceso: 199804010157326; Rel. ula VEnia ack de Almeida; 30.09.1999; D/17-1.1985) Anda que se conelua em sentido deo, seria possivelinvocar a sengso de que ia 0 Faigrafodmico do a. 108 da Le de Pica ‘rt. Po eu lado, vale er que a reas prvadse inchs os lites desea unidadee de conservagio devem ser necesatiamene desopopridas ns temas ds lgisagia pce, ‘com exceyao da Reseva de DesenvlvimenSusetivel, en que 2 desapropriogin pods fvertusimerte ocrtr eas segue neces,

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