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DIREITO COLETIVO

DO TRABALHO
AULA – 01
PROF. FABIANA SANTANA SILVA
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO:

• Maurício Godinho conceitua o Direito Coletivo como o “ ramo jurídico construído a


partir de uma relação entre seres teoricamente equivalentes: seres coletivos ambos, o
empregador de um lado e, de outro, o ser coletivo obreiro, mediante as organizações
sindicais.

• O Direito Coletivo do Trabalho é o segmento do Direito do Trabalho encarregado de


tratar da organização sindical, da Negociação Coletiva, dos contratos coletivos, da
representação dos trabalhadores e da greve
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:

• ARTIGO 7°, XXVI, CF/88;


• ARTIGO 8°, CF/88;
• ARTIGO 114, CF/88;
• ARTIGO 611-A CLT
DIREITO TINDIVIDUAL X DIREITO COLETIVO

• DIREITO INDIVIDUAL DO • DIREITO COLETIVO DO TRABALHO


TRABALHO
• Rege as relações coletivas de trabalho: Acordo
Coletivo; Piso da Categoria; Reajuste Salarial;
• Rege as relações individuais de trabalho;
Benefícios (prêmio assiduidade; participação
Contrato de Trabalho; Salário; Função; dos lucros).
Horário.
• Grupo de empregados (categoria profissional) x
grupo de empregadores (categoria econômica)
• Trabalhador x Empregador
NEGOCIAÇÃO COLETIVA – DEFINIÇÃO:

• A Negociação Coletiva é um processo de auto composição em que, de um lado tem-se os


representantes dos empregadores, ou mesmo empresas, buscando a defesa de seus
interesses por meio de entendimentos que lhes permitam firmar convenções coletivas
(entre sindicatos) ou acordos coletivos (entre trabalhadores e empresas), para a fixação de
condições de trabalho em determinada atividade econômica.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
GRUPO DE EMPREGADOS

REPRESENTADOS POR SINDICATOS

CRIAÇÃO DE NORMAS COLETIVAS DE TRABALHO


NEGOCIAÇÃO COLETIVA – DEFINIÇÃO:

• A negociação coletiva regula as condições de trabalho, os termos de emprego e as


relações entre empregadores ou organizações de empregadores e um ou mais sindicatos.
• As condições de trabalho e os termos de emprego podem incluir aspetos como os salários,
horas de trabalho, bónus anual, férias anuais, licença de maternidade, segurança e saúde
no trabalho e outros assuntos.
• Negociação Coletiva pode ser feita de duas formas, Convenção Coletiva e Acordo
Coletivo.
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:

• Aa Negociação Coletiva é obrigatória por força de lei: art. 616 da CLT - “Os sindicatos
representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que
não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à
negociação coletiva”.

• Sindicatos são obrigados a participar das Negociações Coletivas de Trabalho: art. 8, VI da


CF/88.
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS
POR MEIO DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA:
• A Lei 13.467/2017 traçou novos rumos à negociação coletiva no Brasil e abriu espaço
para que as entidades sindicais, na qualidade de corpos intermediários responsáveis pela
defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, normatizem diversos
institutos que regulam as relações de trabalho no Brasil, com explícita determinação de
que haverá a prevalência do negociado sobre o legislado quando dispuserem sobre os
temas descritos no art. 611-A da CLT.
FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS
POR MEIO DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA:
• No art. 611-A CLT, estão enumerados alguns direitos que podem ser livremente
negociados, prevendo-se expressamente que os instrumentos coletivos prevalecem sobre
a lei durante a sua vigência (no máximo dois anos).
• No art. 611-B CLT, estão elencados os direitos sobre os quais não pode haver negociação
para suprimi-los ou reduzi-los - todos eles resguardados pela Constituição Federal.
• Com isso, a nova lei reforçou a segurança jurídica da negociação coletiva, dando
confiança para as partes estabelecerem regras comuns e, com isso, reduzirem os conflitos,
a litigância e o risco de passivos trabalhistas.
ART. 611 – A

• Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Exemplos:
• Jornada de trabalho
• Banco de horas anual;
• Intervalo intrajornada, respeitando 30 minutos
• Adesão ao programa de seguro-desemprego
ART. 611 – B

Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a
supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Exemplos:
• Salário mínimo;
• Valor nominal do 13°
• Normas de identificação e anotação na CTPS
• Valor dos depósitos mensais e indenização do FGTS
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO:

• Convenção Coletiva de Trabalho é um acordo de caráter normativo (gera obrigações entre


as partes) assinado entre o Sindicato dos Trabalhadores (empregados) e o Sindicato da
Categoria Econômica (empregadores), obrigando todas as pessoas que compõem a base
territorial dos respectivos sindicatos.

• O artigo 611 da CLT, “Como o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais
sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de
trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de
trabalho”.
ACORDO COLETIVO:

• Acordo Coletivo, como o próprio nome já diz, é um acordo também de caráter normativo
(gera obrigações entre as partes), assinado entre o Sindicato dos Trabalhadores
(empregados) e uma ou mais empresas individualizadas.

• At. 611 § 1º da CLT define “É o acordo que estipula condições de trabalho aplicáveis,
no âmbito da empresa ou empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho. A
celebração dos acordos coletivos de trabalho é facultado aos sindicatos representativos
das categorias profissionais”
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA CRIAÇÃO DE ACT E CCT

• Acordo Coletivo e Convenção Coletiva devem estar enquadrados nos requisitos e


formalidades dispostos no artigos 612 a 617 da CLT. Confira abaixo quais são esses
requisitos:
• Obrigatoriedade da Assembleia Geral;
• Quórum mínimo de 2/3 dos associados (CCT) ou interessados (ACT), na 1ª reunião;
• Quórum mínimo de 1/3 dos associados (CCT) ou interessados (ACT), na 2ª reunião;
• Menção aos Sindicatos e empresas;
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA CRIAÇÃO DE ACT E CCT

• Categorias e classes abrangidas;


• Condições;
• Normas de conciliação, em caso de dúvida na aplicação;
• Procedimento para prorrogação, revisão total e parcial dos dispositivos;
• Direitos e deveres mútuos;
• Penalidades;
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA CRIAÇÃO DE ACT E CCT

• Registro no Órgão Regional do Ministério do Trabalho, nos demais casos;

• Empresas e sindicatos devem afixar cópia autenticada nas sedes;

• Após três dias da data de entrega do instrumento ao órgão competente, os recursos entram
em vigor.
CASO CONCRETO

• A empresa ABC Ltda. e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo firmaram Acordo
Coletivo de Trabalho prevendo o elastecimento da jornada de trabalho realizada em turnos
ininterruptos de revezamento de 6 (seis) para 8 (oito) horas diárias, conforme autoriza o art.
7º, inciso XIV, da Constituição Federal de 1988.
• Ocorre que o Acordo Coletivo de Trabalho, embora assinado pelas partes, não foi registrado
no Ministério do Trabalho.
• O representante legal da empresa ABC Ltda. procura você para saber se o instrumento de
negociação coletiva tem validade jurídica mesmo sem o registro no Ministério do Trabalho.
Art. 614 da CLT - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou
separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via
do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de
instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e
Previdência Social, nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no
órgão referido neste artigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 2º Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixados de modo visível, pelos
Sindicatos convenentes, nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das empresas compreendidas no
seu campo de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto neste artigo. (Redação
dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos. (Redação
dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Não há menção, por exemplo, de que a validade jurídica do Acordo ou Convenção Coletiva está condicionada
ao registro.

Assim não o faz em razão da liberdade que as partes têm em negociar coletivamente, devendo o Estado
somente intervir para garantir a observância das normas de ordem pública.

Ademais, o art. 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal de 1988, prevê o “reconhecimento das convenções e
acordos coletivos de trabalho”, sem condicioná-lo ao registro.

O registro no Ministério do Trabalho, portanto, não é condição essencial à validade e eficácia dos
instrumentos coletivos, uma vez que se trata de mero ato administrativo vinculado.

Os instrumentos de negociação coletiva começam a surtir efeitos a partir de sua assinatura (se assim
previstos), independentemente de registro.

Dessa forma, é plenamente válido o Acordo Coletivo de Trabalho firmado pela empresa ABC Ltda.
RECUSA À NEGOCIAÇÃO COLETIVA?
RECUSA POR QUALQUER DAS PARTES À
NEGOCIAÇÃO COLETIVA:
• Havendo recusa à Negociação Coletiva, cabe aos Sindicatos ou empresas interessadas,
informarem ao órgão competente para que haja a convocação compulsória de quem se
recusou.
• Se persistir a recusa, pelo desentendimento às convocações, é facultada ao Sindicato ou
empresa interessada a instauração do dissídio coletivo, art. 616, § 2º CCLT.
• No caso de dissídio de natureza econômica, este só poderá ser instaurado após se
esgotarem as medidas relativas à formalização da Convenção ou Acordo correspondente.
RECUSA POR QUALQUER DAS PARTES À
NEGOCIAÇÃO COLETIVA:
• CF, art. 114, § 2º: “Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de
natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente”

• Dissídio coletivo e “poder normativo” da Justiça do Trabalho (com tentativa de


conciliação obrigatória)
PRINCÍPIOS DO DIREITO
COLETIVO
AULA 02
PROF. FABIANA SANTANA SILVA
HIERARQUIA DAS FONTES:

• Como nos demais ramos, as fontes de Direito do Trabalho apresentam hierarquia


entre si. A Constituição Federal é a norma fundamental, sendo hierarquicamente
superior às outras. Abaixo dela estão as leis. Então em hierarquia decrescente: atos do
poder executivo, sentenças normativas, acordos e convenções coletivos e, por fim,
costumes.
É válido dizer que, apesar de existir uma ordem entre as fontes, ela é peculiar e
flexível. A Reforma Trabalhista possibilitou a prevalência dos acordos sobre
convenções e deles sobre as leis, sem a necessidade de que fossem mais
benéficos ao trabalhador. Na CLT:

Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre


prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm


prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: [...].
Com a Reforma Trabalhista, as normas coletivas ganharam mais força, o
que se depreende, por exemplo, do artigo 8º, § 3º, da CLT, que estabelece
que, ao examinar uma norma coletiva (ACT ou CCT), a Justiça do
Trabalho limitará sua análise aos elementos essenciais do negócio
jurídico (agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou
determinável e forma prescrita ou não defesa em lei), intervindo
minimamente na autonomia da vontade coletiva.

“Art. 8º, § 3º, CLT – No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo


de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a
conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o
disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da INTERVENÇÃO
MÍNIMA NA AUTONOMIA DA VONTADE COLETIVA.”
O art. 611-A da CLT traz nos seus parágrafos algumas normas
importantes a respeito da negociação coletiva. O primeiro deles trata da
Intervenção Mínima:

Art. 611-A [...]


§1° No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho,
a justiça do Trabalho observará o disposto no §3° do art. 8° desta
Consolidação.
Os princípios do Direito do Trabalho são importantes componentes
do sistema jurídico, pois ajudam decisivamente na formação e
interpretação das normas jurídicas. Além disso, são diretrizes e
postulados que inspiram o sentido das normas trabalhistas e
regulamentam as relações de trabalho.

Os princípios têm algumas funções, dentre elas:

Função Normativa: os princípios integram o ordenamento jurídico,


ou seja, são fontes supletivas, que atuam quando há lacunas ou
omissões na lei (art. 4º LINDB/art. 8º CLT)
Art. 4º, LINDB. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Art. 8º, CLT. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta


de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais
de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os
usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
•Função Interpretativa: os princípios servem como orientadores
aos intérpretes e aplicadores das normas, quanto ao seu real
alcance e sentido.

•Função Informadora: são fontes de inspiração ao legislador e


de fundamento para novas disposições normativas.
PRINCÍPIOS DO DIREITO COLETIVO:

PRINCÍPIO DA LIBERDADE ASSOCIATIVA E SINDICAL:


• O princípio da liberdade sindical está na base da criação dos sindicatos, de acordo com
o art. 8º da Constituição Federal. A criação de sindicatos é livre, conforme as regras
constitucionais e desde que respeitada a unicidade sindical (existência de apenas um sindicato
em cada base territorial).
• Pela liberdade associativa, o trabalhador fica livre para se associar (sindicalizar), ou não, ao
sindicato de sua categoria. Assim, não são permitidas cláusulas contratuais a respeito de
sindicalização forçada (estimular ilicitamente a sindicalização dos funcionários) ou de práticas
antissindicais (desestimular a sindicalização do empregado).
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA SINDICAL
• Por meio do princípio da autonomia sindical, os sindicatos possuem liberdade
em relação a sua própria organização (elaboração de seu próprio estatuto, por
exemplo, sem necessidade da presença de um membro do ministério do
trabalho ou do ministério público).

• À proibição da interferência e intervenção estatal na criação de sindicato vem


consagrado no artigo 8º, inciso I, da CF, ao dispor que:

“a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de


sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público
a interferência e a intervenção na organização sindical”.
PRINCÍPIO DA INTERVENIÊNCIA SINDICAL NA
NORMATIZAÇÃO COLETIVA
• Deve haver intervenção sindical para que haja convenção ou acordo
coletivos. O sindicato dos trabalhadores deve, obrigatoriamente,
participar da negociação - artigo 8º, incisos III e VI, da CF,.
PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA DOS CONTRATANTES COLETIVOS
• Os sindicatos (representantes dos trabalhadores) agem em pé de igualdade
com os empregadores durante as negociações.

PRINCÍPIO DA LEALDADE E TRANSPARÊNCIA NA NEGOCIAÇÃO


COLETIVA
• Boa-fé de ambas as partes e clareza nas condições negociadas, em benefício
da proteção ao trabalhador durante as negociações.
PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA DOS CONTRATANTES
COLETIVOS

Os sindicatos (representantes dos trabalhadores) agem em pé de


igualdade com os empregadores durante as negociações.
DISSÍDIO COLETIVO
AULA 03
PROF. FABIANA SANTANA SILVA
DISSÍDIO COLETIVO – DEFINIÇÃO:

• Trata-se de instrumento jurídico, de natureza coletiva, que emana da negociação coletiva de trabalho
infrutífera, com previsão nos arts. 856 e seguintes da CLT, bem como assento constitucional, consoante
art. 114, § 2º, da Constituição Federal de 1988.

O § 2º do art. 114 da Constituição Federal de 1988 atribuiu novos limites ao poder normativo dos tribunais,
ao estabelecer:
“§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.”
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:

• Artigo 114 § 2º da CF/88;


• Artigo 856 a 876 da CLT;
CLASSIFICAÇÃO DOS DISSÍDIOS COLETIVOS

DISSÍDIO COLETIVO
DISSÍDIO COLETIVO DISSÍDIO COLETIVO DE
NATUREZA
NATUREZA JURÍDICA GREVE
ECONÔMICA

São aqueles em que os São aqueles em que têm São aqueles em que há
trabalhadores reivindicam finalidade a interpretação paralisação do trabalho;
melhores condições de de determinada norma pode ser instaurado pelo
trabalho jurídica MPT
CLASSIFICAÇÃO:

• Dissídio coletivo de natureza econômica: são aqueles nos quais o pedido refere-se a normas e
condições de trabalho. Ressalta-se que a sentença proferida produzirá efeitos para todos os
trabalhadores das empresas representadas pelos sindicatos litigantes, filiados ou não ao sindicato.

• Isso porque, no conflito econômico, o que se objetiva não é simplesmente a aplicação da


legislação pré-existente na solução de um conflito de interesses, tampouco a interpretação sobre
determinada norma do ordenamento jurídico. O que se busca é a criação de novas condições de
trabalho para a categoria envolvida no conflito, ou seja, a criação de verdadeiras normas jurídicas.
CLASSIFICAÇÃO:
• Dissídio coletivo de natureza jurídica: é aquele em que o objetivo das partes é apenas a
interpretação de cláusulas previstas em instrumentos normativos coletivos já existentes no
âmbito de uma determinada categoria.
CLASSIFICAÇÃO:
• Dissídio coletivo de greve: em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do
interesse público, o Ministério Publico do Trabalho poderá ajuizar dissidio coletivo, competindo à Justiça
do Trabalho decidir o conflito (art. 114, § 3º da CF/88)

• De acordo com a lei da greve (Lei n. 7.783/89), existem serviços considerados essenciais (art. 10: saúde,
energia elétrica, transporte coletivo etc.). Em relação a tais serviços, o dissídio coletivo poderá ser
ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho, conforme previsão do § 3º, do art. 114, da CF:
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito.
DE QUEM É A COMPETÊNCIA PARA JULGAR
UM DISSÍDIO?
• A competência originária para processar e julgar o dissídio coletivo é dos Tribunais
Regionais do Trabalho (TRTs) (Vara do Trabalho não julga dissídio coletivo).

• Se a discussão envolvida no dissídio se estender por mais de um TRT, a competência será


do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
RESPONDA
• Os empregados de uma empresa com filiais em São Paulo e Rio de Janeiro estão tentando
negociar com a empresa, mas as tentativas não deram certo. Eles decidem, então, ajuizar
dissidio coletivo. De quem será a competência?
RESPONDA
RESPOSTA: Do TST, uma vez que o conflito envolve tanto a base do TRT-2 quanto do TRT-
1.
PROCEDIMENTO:

I. A petição inicial do dissídio coletivo deverá ser sempre escrita.

Art. 858 - A representação será apresentada em tantas vias quantos forem os


reclamados e deverá conter: a) designação e qualificação dos reclamantes e dos
reclamados e a natureza do estabelecimento ou do serviço; b) os motivos do dissídio e as
bases da conciliação.
OBS. Para que o dissídio possa ser ajuizado, é preciso que tenha sido realizada uma assembleia no
sindicato para deliberar sobre esse ajuizamento. E o quórum para aprovação é aquele previsto no
art. 859.
PROCEDIMENTO:

II. Assim que for ajuizado, o TRT deverá designar audiência de conciliação no prazo de 10 dias (Art. 860
da CLT). (ATENÇÃO: a audiência é apenas para tentativa de conciliação e é presidida pelo Presidente do
TRT.
Trata-se de uma única audiência e com o intuito exclusivo de tentar uma conciliação entre as partes). O réu
será notificado para comparecer à audiência e apresentar defesa.

Aberta a audiência, segue-se o já citado art. 862 da CLT: Art. 862 - Na audiência designada, comparecendo
ambas as partes ou seus representantes, o Presidente do Tribunal as convidará para se pronunciarem sobre
as bases da conciliação. Caso não sejam aceitas as bases propostas, o Presidente submeterá aos interessados
a solução que lhe pareça capaz de resolver o dissídio
PROCEDIMENTO:

III - De acordo com o art. 863 da CLT, se houver acordo durante a audiência de conciliação,
o Presidente submeterá esse acordo ao Tribunal para homologação na primeira sessão.

IV - Se não houver acordo (seja por ausência de uma das partes, seja por não terem chegado
a um consenso) o processo será julgado, após a oitiva do MPT.

V - A decisão proferida no dissídio coletivo, tanto de natureza jurídica quanto de natureza


econômica, é chamada sentença normativa
SENTENÇA NORMATIVA:

• A sentença normativa é a decisão que encerra e soluciona o conflito coletivo, que


postulará normas ou condições de trabalho. Tal sentença objetiva a fixação de direitos e
obrigações para todos os empregados e empresas diretamente ligadas à base territorial dos
sindicatos litigantes.

• A sentença normativa produzirá efeitos erga omnes, ou seja, beneficiará ou prejudicará


todos os membros das categorias profissional ou econômica representadas,
independentemente de serem ou não filiados aos sindicatos.
SENTENÇA NORMATIVA:
• A sentença normativa tem prazo de quatro anos, de acordo com a CLT.

• Em caso de descumprimento das cláusulas avençadas nesses


instrumentos normativos, o trabalhador prejudicado em seus direitos, ou
o sindicato da categoria profissional poderão ajuizar ação de
cumprimento nas Varas do Trabalho, de acordo com o art. 872 da CLT.
PROCEDIMENTO:
• Quem pode ajuizar o dissídio coletivo?
• Em regra, os sindicatos. Quem deve ajuizar são os representantes da categoria (sindicato
profissional ou sindicato patronal) – art. 857 da CLT.
RESPONDA?
Um grupo de empresas ajuizou dissídio coletivo de natureza econômica, argumentando que, nas
negociações do acordo coletivo, houve resistência do sindicato dos trabalhadores da categoria em
acolher as alterações propostas para reajustes salariais, descontos da contribuição assistencial e para a
implementação de outros benefícios.

No caso, o sindicato dos trabalhadores da categoria chegou a se manifestar concordando com o


ajuizamento do dissídio coletivo pelas empresas.

Responda: O grupo de empresas, são parte legitima para propor dissídio coletivo de natureza
econômica?
PROFER
NO E CABE
TRT RECURSO
ORDINARI
O NO TST
DISSIDIO SENTENÇA
COLETIVO NORMATIV
SINDICATOS A
EMBAARGOS
TST INFRIGENTES
NO
AJUIZA CABE
PROFERE
SINDICATOS
AULA 04
PROF. FABIANA SANTANA SILVA
ORGANIZAÇÃO: ESTRUTURA E UNICIDADE

Conforme disposto no artigo 8º, inciso II, da CF, o modelo adotado


pelo legislador brasileiro é o da unidade ou unicidade sindical.

A lei proíbe a criação de mais de um sindicato na mesma base de


atuação.
ORGANIZAÇÃO: ESTRUTURA E UNICIDADE

Art. 8º (...)
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica,
na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município
SINDICATOS: DEFINIÇÃO

• Sindicatos seriam entidades associativas permanentes, que


representam, respectivamente, trabalhadores “lato sensu”, e
empregadores, visando a defesa de seus correspondentes
interesses coletivos.
ÓRGÃOS PRINCIPAIS:

- Diretoria é o órgão colegiado, administrativo, constituída de um presidente e outros membros, da


cumprimento às deliberações da assembleia (art. 522 da CLT)
- Assembleia é a fonte de decisões, discute, delibera; traça limites e o modo de exercício da
representação sindical;
- Conselho fiscal é competente para aprovar as contas da diretoria e dos demais atos de controle da
gestão financeira do sindicato.
ESTRUTURA SINDICAL
ESTRUTURA SINDICAL

• CLT. Art. 533 - Constituem associações sindicais de grau superior as


federações e confederações organizadas nos termos desta Lei. CLT.
• Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5
(cinco), desde que representem a maioria absoluta de um grupo de
atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se
em federação. CLT.
• Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três)
federações e terão sede na Capital da República.
CONFEDERA-
ÇÃO
SINDICATOS - ÓRGÃOS SINDICAIS DE GRAU
SUPERIOR

• Confederações: são entidades sindicais de grau superior e têm


representação nacional. Atuam como órgãos representativos
situados no âmbito de uma categoria.
Ex.: Confederação nacional dos Trabalhadores na Indústria; no
Comércio; na Agricultura.
Artigo 535 da CLT: nº mínimo para sua constituição = 3
federações.
SINDICATOS - ÓRGÃOS SINDICAIS DE GRAU
SUPERIOR

• Federações: são constituídas por Estado e consideradas


entidades sindicais de segundo grau, acima dos sindicatos da
respectiva categoria.
Artigo 534 da CLT: nº mínimo para sua constituição = 5
sindicatos.
SINDICATOS - ÓRGÃOS SINDICAIS DE GRAU
SUPERIOR

Em nosso sistema legal não é função principal das federações ou


confederações negociar convenções coletivas. Essas associações
sindicais só aparecerão nas negociações para suprir lacunas
sindicais, cobrindo espaços representativos quando não há
sindicato constituído – artigo 857 da CLT.
ENQUADRAMENTO SINDICAL

• O enquadramento sindical traz a ideia de uma atividade preponderante. Ou seja, a


atividade preponderante é a atividade econômica preponderante, a que gera maior lucro
para a empresa.

• O enquadramento sindical consiste na definição de que sindicato detém legitimidade para


representar os interesses dos trabalhadores (categoria profissional) e de qual sindicato
representa os interesses de uma ou mais empresas (categoria econômica).
ENQUADRAMENTO SINDICAL

• Categoria Econômica Empregadores: Corresponde à categoria dos empregadores com


mesmos interesses econômicos e que desempenhem atividades idênticas (mesma atividade),
similares (atividades semelhantes) ou conexas (atividades que se complementam). Art. 511,
§1º da CLT.

• Categoria Econômica Trabalhadores: A categoria profissional abrange trabalhadores com


base nas atividades desenvolvidas por suas respectivas empresas. Pouco importa se a atividade
do trabalhador corresponde à atividade econômica desenvolvida, ele fará parte da mesma
categoria profissional que os demais trabalhadores da empresa. Art. 511, §2º da CLT.
ENQUADRAMENTO SINDICAL

• Categoria Profissional Diferenciada: É a categoria diferenciada com base na atividade


exercida. É o caso de advogados e motoristas. Conforme previsto pela Súmula nº 374 do
Tribunal Superior do Trabalho (TST), a empresa não está obrigada a cumprir normas
coletivas da categoria se não participou da negociação coletiva. Art. 511, §3º da CLT.

• Um vigilante que trabalha em uma farmácia não estará vinculado ao sindicato que abrange os
trabalhadores que prestam serviços em um comércio varejista de medicamentos, como se pode
imaginar por conta da regra geral. Na verdade, o que acontece é que, mesmo que trabalhe em
uma farmácia, estará associado a outro sindicato, o de vigilância.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL:

A contribuição sindical é destinada à própria entidade sindical, à federação,


à confederação, às centrais sindicais e ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT).

A contribuição sindical é um valor descontado do salário do funcionário,


contratado sob regime CLT, destinado ao sindicato da categoria profissional
pela qual ele é representado entre outras entidades.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL:

Após a Reforma, a contribuição sindical passou a ser facultativa, sob prévia e


expressa autorização do trabalhador, nos termos do art. 579 da CLT.

Atualmente, os recursos da contribuição sindical são distribuídos da seguinte


forma:
60% para os sindicatos,
15% para as federações,
5% para as confederações
20% para a chamada “conta especial emprego e salário”, administrada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego.
COM APOIO DE LULA, CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL DEVE VOLTAR A SER OBRIGATÓRIA

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende retomar a


cobrança do imposto sindical obrigatório que, segundo a minuta do projeto a
ser enviado ao Congresso até setembro, terá um limite três vezes e meio
maior do que o extinto em 2017.

Segundo a proposta, a taxa seria vinculada a acordos de reajuste salarial


intermediados por sindicatos e limitada a até 1% do rendimento anual do
trabalhador, a ser deduzida diretamente do salário.
CENTRAIS SINDICAIS

Lei Federal nº 11.648, de 31 março de 2008 – Dispõe sobre o


reconhecimento formal das centrais sindicais para os fins que especifica,
altera a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências.
As centrais sindicais são entidades que fazem parte da estrutura sindical
brasileira, de representação geral dos trabalhadores e de abrangência nacional.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma central sindical brasileira de


massas, em nível máximo, de caráter classista, autônomo e democrático, cujo
compromisso é a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe
trabalhadora.

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