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PRTC nPRENDIZADO Prof José Elia de Proenea Mestre em Edueago Fisica da USP Preparadorfisico do Banespa —== “= V DAP nae urante o ano de 1994, juntamente com alguns colegas que gostam e atuam profissionalmente no voleil propusemonos a fazer uma reristo da literatura, principalmente das publicagSes em periédicos, buscando, com isso, uma compreensio tedrica que fundamentasse 0 desenvolvimento da técnica, tanto para o atleta, com 0 objetivo de melhorar a sua performance, como para o jovem praticante que ainda se encontra na fase de aquisigao das habilidades necessérias irios artigos fazendo referéncia aos conhecimentos de aprendizagem motora, nos quais 08 autores explicavam 0 seu trabalho. Chamou-nos atengao o relato de McGown: (1991), treinador adjunto da equipe masculina dos Estados Unidos nos mundiais da Argentina (1982), Franga (1986) ¢ do Brasil (1990) e nos Jogos Olimpicos de Los Angeles (1984) e de Seul (1988) para a prética do voleibol Para nossa agradével surpresa, deparamo-nos com Abordado por um jornalista canadense em Seul, que fez referéncia aos diferentes métodos de treinamento empregados pelos Estados Unidos em relagéo aos que havia observado nas equipes daqueles Togos Olimpicos, McGown dig ter respondido que essa diferenca era mareante porque 0s treinadores conheciam e aplicavam os principios de aprendizagem motora, destacando que Doug Beale Bill Neville Tecorreram a esses principios para melhorarem a realizagéo dos seus planos de treino, Aproveitandose desses argumentos, McCown lanca desafios como “por que a sua equipe nao se heneficia dos mesmos princfpios?”, “por que ensinam técnica da maneiru que o fazem?", “por que seguem uma determinada seqiiéncia no treino dos fundamentos?”, ‘por que utilizam lais exercicios € niio, 0s outros?” e “por que treinam essa quantidade de horas?” Talvea as respostas de muitos treinadores para essas perguntas possam ser do tipo “porque assim me ensinaram a fazer” ow “porque vi esse exervicio num curso e me pareceu ser bom” ou, ainda, “porque tenho feito assim e tem dado certo”, Essas respostas, sem diivida nenhume, tém poueo significado, pois ser treinador é muito mais que isso. Entendendo a aprendizegem motora como uma area que busca compreender e explicar 0 que ocorre internamente quando a pessoa adquire uma habilidade, muitos principios podem utiizarse delas para responder is perguntas feitas por McGown, ODIND31 13704 a BS scsi /r 84/1995. TECNICO » Apratica ‘Uma das expresses que mais vezes se recorre no esporte é a “a prética leva sempre ao aperfeigoamento”. Desde os mais jovens praticantes até 10s considerados atletas de elite, existe a idéia segundo a qual um sumento do tempo de pratica vai certamente conduzir « melhores resultados (Singer, 1991). Nossa opinidi é diferente dessa coloeagio, pois tanta prética pode ni levar ao desejado aperfeigoamento e, em condigées adversas, pode até mesmo provoear ‘uma quebra no rendimento esportivo dos atletas. Se as condigfies em que essa pritica se realiza sfo favordveis, o atleta é motivado a aprender, 0 trabalho passa a ter para ele um ‘maior significado e todo 0 seu potencial se aproxima da realizagao réxima, Porém, nem sempre & a quantidade de treino o que mais se conta, mas sim, a qualidade do treino que esta sendo realizado. A. Na aprendangen, mais que a (pant, uated de recap do findamento€ cam inners) Sio muitas as varidveis que podem ser consideradas ao planejar a pritica de habilidades motoras. A interagdo dessas variéveis bem como as suas influncias nos desempenlios momentineo (performance) ¢ duradouro (aprendizagem) sio altamente complexas, Exatamente por iso, 08 estudiosds tém buseado caracteristicas comuns nas sessbes de pritica e encontrado resultados interessantes, que muito eontribuem orientam na diregfo de um planejamento mais eficiente. Neste trabalho, serio enfocados os seguintes vipicos: pratiear para aprender a téeniea em conigdes de fadiga, pratica maciga e pritica distribuida, pritica em bloco ou pritica intercalada de habilidades ou fundamentos ¢ pratica variada, fot oC Praticar muito nem sempre & sinénimo de perfeicao Como jé nos zeferimos no primeira parigrafo deste tépico, € de acsitagio daqueles que trabalham com atividades fisicas que quanto maior 0 imero de tentativas de pritica de ‘uma habilidade motora, melhor sera ‘ desempenho da pessoa. Se o treinador de voleibol quer que seu atleta sea um bom atacante, entdo a sua orientagio indicard que quanto ‘mais esse atleta praticar, melhor. Se ‘ passador se sente inseguro em doterminado tipo de saque, deve ser encorajado a repetir indefinido avimero de passes no treinamento. Assim, quando consideradas as necessidades em cada situagao, existe ‘uma razoével aceitacéo de que se deve treinar cada vez mais, No entanto, embora essa orientagao oferega indicadores de que funciona bem, serd esta a melhor alternativa? Para responder essa questio, podem ser tomados como base dois aspectos importantes na pritica de habilidades motoras. primeiro relaciona-se & aprendizagem e diz respeito & questiio do tempo utilizado para a pritica em relagio aos beneficios derivados desse tempo. A plementagdo desse aspecto por parte do professor, consiste em estabelecer um critério para o desempenho, determinar a quantidade de tempo de prética para s atingiro ertério e, com a intengso de reforcar a aprendizagem que correu, adotar um tempo extra. Apés esta pritica intensa, continuar treinando, considerando, porém, uma possfvel reduesio no tempo aplicado. tempo aqui considerado pode ser expresso em minutos, horas, dias, semanas, meses ou qualquer outra unidade. Nao importa qual unidade esta sendo utilizada, a necessidade de se considerar a cficiéncia da instrugo é muito importante no processo de ensino 1 NZPA 0 segundo relacionase & fadiga ¢ parece ser caracteristice de muitas habilidades motoras. Sao atividades como a gindstica ¢ a natagio, que requerem muito do executante em termos de energia fisica, colocande 0 treinador ou professor em collfronto com a continuidade da prética devido ao eansaco dos participantes. Estudos tém demonstrado que niveis leves ou moderados de fadiga produzem decréseimo de desempenho, embora a prética dessas condigdes nfo prejudique a aptendizagem. Isto quer dizer que se © individuo continuar praticando, ainda apresentard possibilidades de melhorar a execugio futura da habilidade que esta sendo aprendida A questio que se levanta € com a continuidade da prética, a pessoa poderd atingir niveis extremos de fadiga e, consoqiientemente, correr 0 risea de se machuear, além de prejudicar tanto 0 seu desempenho momentineo como a aprendizagem. As condigées de pritica devem contribuir para se aleangar, com meios réipidos ¢ seguros, os niveis ‘mais altos da habilidade motora em destaque. Ksses dois aspectos (tempo ¢ fadiga) destacados neste t6pico so indicadores importantes e devem ser suficientemente controlados pelo treinador ou professor, para que 0 individuo detenha uma maior probabilidade de éxito nos resultados. Freqiiéneia da pratica Programar a pritica tem-se constitufdo em aspecto importante para todos aqueles que trabalham com habilidades motoras, Ao planejar a prética de habilidades ‘téenicas de uma equip, o treinador tem levado em conta a quantidade de horas previss para a presente semana, sem deixar de considerar a carga utilizada na semana anterior e a possivel carga para a semana posterior. ‘Tratandose de um trabalho a longo prazo, uma das devises a ser tomada relacionase & qual freqiiéncia na semana os individuos devem praticar. Dependendo do periodo do treinamento, essa semana pode estar caracterizada pela neoessidade de se praticar diariamente. Conforme o tipo de hhabilidade que esté sendo praticada, © tempo disirio pode ser de duas horas. Porém, esta afirmagio néo pode ser adotada como uma regra rigida, uma vez que o tipo de habilidade a ser praticada ¢ fator condicionante para a definigéo do tempo de pratica didria Considerando-e a pritica em que predomina a repeticao de um sé fundamento, ndo hi drivida de que 0 tempo limite se restringe a duas horas, Por outro lado, se a prética sofrer interrupgies, como no tteinamento de uma jogada, a quantidade de horas no dia pode ser ‘maior, sem contudo interferir na eficiéncia, ne 4/1995 Ler Tecwico ——fh V Aetna 0 [A pritica maciga 6 aquela em que @ quantidade de repouso & menor que a atividade, ou seja, 2 quantidade de repouso entre as tentativas € muito pequena ou inexistente, caracterizando uma pritica continua. Por exemplo, um minuto de prética de defesa por 5 segundos de descanso. [A pritica distribuida ¢ dividida por intervalos de repouso ou intervalos de pritica de habilidades alternativas, caracterizando um intervalo de tempo relativamente grande entre as tentativas. Por exemplo, tentativas com 5 segundos de duragéo, como ¢ 0 caso do ataqque, por 30 segundos de repouso ‘Uma das erfticas em relagio & pritica didria, prineipalmente se esta ddurar meses, 6 que pode levar 0 desinteressee o tédio ao individuo, Por essa raziio, os estudiosos tém Duseado respostas na relagio atividadle/deseanso, tanto na pratica durante a semana como na mesma sessio de pritica. Para a pratica durarite a semana, a orientagio relacionase as mudangas que devem cor produzidas, variando as hhabilidades a serem praticadas a cada dia, ou sea, se num dia praticamse fondamentos, no outro, praticase tétiea, procurando, com isso, amenizar a repetigio didria de ‘uma mesma caracteristica de treino, No que diz respeito & pritica na ‘mesma sessfio de treinamentos, isto é,a preocupacao da quantidade de atividade e descanso, duas orientagdes podem ser citadas, sendo ‘uma delas eonhecida como prétiea macica e a outra, pratica £ dificil estabelecer uma linha diviséria entre esas duas condighes de pritica. Para os pesquisadores, 2 preocupagéo relacionase com 08 efeitos da fadiga fisiea e mental nas respostas de eficitncia relacionadas com a pritica, Ao se considerar um certo ntimero de tentativas, toma-se importante determinar a quantidade de descanso ideal, pois, se 0 tempo for muito reduzido, poderé no favorecer a recuperagio, ¢, diante disto, o praticante desenvolverd. a fadiga, empobrecendo o seu desempeaho téenico nas préximas tentativas. A medida que 0 executante ganha condigio fisiea dliante da pritica, essa relagéo pode ser modifieada, Portanto, @ decisio pelo treinador ou professor de como organizar o tempo disponivel em perfodos ou sessio de pratica 6 diffi. Se © tempo no for utilizado de forma adequada, muitos cerros podem aparecer refletindo no desperdicio de tempo, na sobrecarga dos praticantes e no empobrecimento da téenica. Os profissionais responséveis pela preparacio de equipes ttm esse grande desafio e, sem diivida nenhuma, aqueles que se aprosimam de uma boa adequacio io merecidamente reconhecidas. Pritica coneentrada ou interealada de fundamentos Outras dessas caracterfsticas relacionase & mancira pela qual uma habilidade motora ou fundamento de um determinado esporte 6 organizado pelo treinador para a pratica, dos seus atletas, E propésito de muitos treinadores trabalhar com mais de um fundamento durante a semana. No caso do voleibol, o treinador organiza 4 pratica objetivando a melhoria téenica dos fundamentos de saque, recepefo, levantamento, ataque, bloqueio e defese, A meta é garantir, no tempo destinado para isso, um resultado em que o desempenho seja duradouro {aprendizagem). Para que esse feito ocorra, 03 estudos tem demonstrado destacadamente duas formas de trabalho: a prética de um sé fundamento esportivo (coneentrada ou em bloco} ea pritica intercalando os fundamentos esportivos (intercalada ou rand6nica) Q | Warr) wea Na pratiea concentrada, 0 praticante executa as varias tentativas relativas a um fur¥amento esportivo para depois passar a cexccutar o outro. E um tipo de prética em que a tarefa motora & repetida muitas vezes, sem serem incluidas outras atividades durante cessas repeticses. Por exemplo, realizar durante 3 horas um treinameto unicamente de bloqueio. Muitos treinadores utilizam esta forma de trabalho argumentando que o atleta se concentra mais em um fundamento por mais tempo e isto permite refinamento ¢ facilidade de corregies. Na pratica interealada, as habilidades ou fundamentos sio executados de forma misturada, sem se deter em um s6 tipo, por duas veres em seguida. & comum 0 praticante passar por rodizios na prética dos fundamentos. No voleibol, o exemplo estaria relacionado & condigdo pritiea do saue, passe ¢ levantamento, exeeutando uum fundamento de cada vez Entre essas duas formas de pritica, a questo fundamental que vem preocupando 0s estudiosos diz respeito aos diferentes efeitos que clas podem eausar no desempenho durudouro do fundamento esportivo. As investigagdes tém demonstrado que a prética intercalada se mostra mais eficiente no desempenho duradouro, embora o desempenho ‘momentineo ou ao final da sesso concontrada possa se mostrar amelhor, Isto quer dizer que 0s efeitos da pritica concentrada so passageiros, nfo so retidos na rmeméria do excoutante por muito tempo devido & semelhanga em que cocorrem essas execugies. No voleibal, costume pedir ao atleta para realizar 30 saques ditigidos a um Jugar previamente determinado na quadra e orientado para contar o8 acertos em cada 10 tentativas, Na primeira série de dez, consegue 4 avertos, na segunda, 6 e na terceira, 9 acertos, ou seja, apresentou um claro ajuste evolutivo as condigies apresentadas, sintonizando as caracteristicas do movimento para 0 padrtio do saque em cada tentativa executada, deixando o praticante com um sentimento de éxito. Porém, 0 utilizar esse saque na situagio do jogo, verifiease um desempenho inferior ao do treino dos 30 saques. ‘Essa queda no desempenho ocorre devido &s mudangas ambientais que se apresentam na hora do jogo, com certeza, bem diferentes das condigdes da prética concentrada em um fundamento, Podese afirmar que dificilmente um atleta de voleibol realizard uma série de 10 saques seguidos sem que, no meio destas repetigies, nflo execute qualquer outro fundamento. NE a/1995, | Tecnico Uma boa explicagio apresentada para a pritica intercalada relaciona- se A possibilidade de esquecimento, ou seja, a0 mudar a prética do fundamento saque para 0 fundamento recepedio, 08 provessos solicitados para a execucio desse segundo fundamento pelo atleta causam 0 esquecimento do primeiro, ‘Ao voltar ao saque terd que, novamente, acionar todos os mecanismos necessdrios para gerar a resposta. Aveita-se que esse provesso seja benéfico para 0 desempenho duradouro, Ao contrério, na prética concentrada, o excentante, realizando uma tentativa logo apés a outta, nfo tem que se esforgar para se lembrar das solugSes necessérias para cada tentativa, ou soja, uma vex gerados os processos para uma. exccugio, serdo também utlizados 2 uma série de tentativas Prética variada de um fundamento Pritica variada significa a realizagio de muitas possibilidades de ensaios para uma mesma habilidade, como 1no caso do saque, fundamento que envolve a capacidade adquirida © que, com uma batida na bola, percorre diferentes distancias (saque Jongo, curt, diagonal e outros) © trajetérias (parabélicas ou retas) para atingir um alvo pre- doferminado conforme a eolocagao dos adversérios, Todas essas possbilidades de saque solicitam 0 ‘mesmo padro motor de execucio, porém diferentes parimetros sio onganizados para ajustar as forcas & mecinicas corporais para bater na bola e provocar uma trajetsria precisa, Para um saque curto, junto a linha de fundo, o jogador deve utilizar parimetros para uma batida de pouca forca; ja para um saque longo, bem distante da linha de fundo, requer pardmetros de forca & preciso bastante altos. Se este atleta seleciona erradamente os parimetros, o saque ou no ultrapassard a rede ou sairé dos limites da quadra, ¢ 0 sacador 56 poderd fazer os devidos ajustes no fundamento na préxima tentativa. Duma sessio de pritiea, o saque deve ser executado de forma variada para que haja uma hoa generalizacho das situagies solicitadas no jogo, ou seja, no treino, o atleta deve adquirir um conjunto de regras para a realizagio do fandamento relacionadas as diferentes situagies para produzi-lo enquanto estiver jogando. Tomemos como exemplo o treinamento em que 6 primeizo saque ¢ realizado junto & linha de fundo, o segundo a 3m da linha de fundo e o terceiro, a 6 m; portanto, para cada saque, existe ‘uma associagdo dos pardmetros com a distancia emprogada. A cada tentativa sucessiva, os parfimetros: sio ajustados, formando uma adequada relagio entre os valores novessérios ¢ a distineia do sacador. Com a centena de exeeugies que seguramente o atleta realizaré, existirao fortalecimento ¢ estabilizagio dos parimetros necessirios A execugio do fundamento. Os estudos tém demonstrado claras evidéncias de que a variabilidade no ‘reino dos fundamentos desempenha importante papel no desenvolvimento de regras que podem ser transferidas nas situagies coletivas de treino titico ou jogo. Para muitos, pode parecer que a pratica varidvel tenha uma certa semelhanga com a prética coneentrada ou em blaco de um fundamento. Isto ndo ¢ verdade, pois, enquanto na prétiea em bloco, existem a repetigio de cada fundamento e a igualdade de condigdes, na pritica variada, essas condigies se alteram segundo @ modifieagio dos critérios para exeeugfo do mesmo fundamento BRASIL! Conclusio x Muitos ganhos no dominio da téeniea podem ser adquirides por intermédio da eficiente organizagio do treinamento. As veres, elaboramos a pritica e, embora sabendo que bons resultados podem ser gerados, nfo conseguimos explicar muito bem porque escolhemos determinadas orientagdes. Como ja foi eolocado no inicio, a aprendizagem motora, como drea de estudo, tem contribuido nos mais vvariados aspectos para essa compreensto, Tratase de mais uma possibilidade de conhecimento a ser considerada pelo profissional em freinamento que, somada a muitas outras jé dominadas por ele, sem chivida nenhuma, resultaré na melhor qualidade de organizagéo da pritica © conseqiiente methora do rendimento dos seus atletas, Referéncias biblograficas McGOWN, C. 0 ensino da téenica desportioa. Revista Treino Desportivo, n® 20,1991, SINGER, R. Temas para o treinador ler e refleir. Revista Treinw Desportivo, n®20, 1991, Curricula Prof. José has de Proenga ~ Licenciado em Educago Fisica pela Universidade de Sio Paulo ~ Doutor em Psicologia pela Universidade de Sao Paulo ~ foi Professor de diseiplina *Processo ensino-aprendizagem de tuubilidades motoras” na Universidade de Sio Paulo TT VASUAAYESHOSRINOSQUEESINOS UMAVVES MOSTRAMOS QUE ESTAMOS ENTRE OS MELHORES DO MUNDO. A te ARACAEATECNICA DO VOLEIBOL BRASILEIRO FIZERAM DE NOSSA SELECAO VICE-CAMPEA DA LIGA MUNDIAL 1995, By S6st/e wn

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