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ese eraser asirago te 3 bt ‘euro austen ® APRESENTACAO DA COLECAO ‘Acsperéncia, eno averdae, G0 que dst eset- ‘ura, Digamo, com Foust, que ercevemos para teansformar ‘que sabeinos¢ no para transmit o j sabio, Se alguma ola nos anima a ecrever € a possbiidade de que ese ato de ‘rita, x expeiéncia em palnvss, os perma iberar-nos ke certs verdes, de modo desaemos de ser 0 que somot yt ser outa cis, diferentes do que vimos nde. Tambémaexperiéncis, eno verdade, 0 que di sentido § eucaglo,Edocamor para transormar o quesabemo, no par ttansmitr sabi. Se alguna coisa nos anima a educar €a oibildade de que es ato de eda, esa experéncn em ston, oe permit iberarnos de certs werades, de modo 2 flisarinos de sero que somon, para set ors cosa para além. pave vino edo, ‘colegio Fda: Espendaae Sento propde-s tes snunar experince de esrever na educasf, de educa na Serta. Esa colegio no animada por nekium propésto lado, convertedor on dstsndro:definivamente, mada a vel ninguém a converter, enhoms doueina a wansmiti, como Felsio, em que no hi nenuma necesidade. Nem de tocar a castanholas, nem de escrever. Se no somos capazes ease pes corn aang nolan ‘ote ee agente tes aia per eno iHam em: conta cre rdnaro du cen Mao pelo contro: is & precisamente,o que a univeridade que vem espera de nés. Mas nés no temos nada aver com iso, ¢ ‘que queremos inquiir & se iso que ainda exou chamando de filosfia, sso que earacterize’acima como wma atividade {que tem a ver tlvez com a pensamento, pode fazer algo, de alguma maneira, em algum lugar, em alguan momento, ‘ahve, para “des-aluizar” os alunos, “er profesorizar” os profesores © “des-discplinae” as dscplinas. Algo que nio pode ser (if isemos que tudo segue seu curso € que outta universidade nio & posivel), mas que, contudlo, acontece ‘dos 0 dis, enlo necesariamente nas ahs rtulidas com a palava owt 3 Fi fz mito tempo que li O mete igunant pela primeira vez com uma estranha mistura de perturbagio ¢ deslame bramento, Sou responsive por sa tadusSo 90 espanol e 20 portugues, organize’ algum artigo sabre olivro eo eo ‘mente em diferentes ocasdese a partir de diversce pontos de vista, Mas tenho a sensagio de que ne acabei de Ie-lo ¢ sobretudo de que ese livo nfo acabou deme ler. As vezes 0 Fantasma de Jcotot me aparece pars dizer-me que no € iso, «que ainda no o Ii bem, que ndo preset tengo sfciemte, que nfo se trta de compreender o que o texto diz sim de encarnar © que o texto pode, “de reencontraralém das. Palavea das represeatagdes a poéncia pa qual aspalavras 4 pOem em movimento ese tomans atos”* O louco insite repetidamente: 0 importante & vact pensar no que fz ¢ no ‘que diz, estar atento a0 que acontece com vocé, manter sua ‘apacidade de iniciativa de invengioe de isco contr a lei «da gravidade, contra o curso ondinirio dat cots, contra sa tendéncia natural distaeio, 3 estupide2 e a0 aurdiment, RANCHER Lard pn ee Pat a, 98. E talver ta iso no sea sono uma tentativa (mais out) de caborar o sentido on 3 flta de sentido do que fizemos, do que dizemos e do que nos acontece, levando a sério as tuverténcias do louco, colocando-a$ em movimento e con- vertendo-as em tos, 4 io tenho certera de que as palavrasinvengo iniciatva « vsco combinem com mica estado de Animo. Antes flava de tristeza, de rava ede impoténcia,além diso, sinto-me cada vee mais cansado, Meus amigos me dizem que estou ‘me tomando wm velho rabugento,desses que ficam recla~ ‘mando de todos ¢ de tudo, Ademais, nZo somos nés que ‘ratamos de restr 3 universidade que vem, 20 contririo, & cla que nos venceu relegando-nos a espagos cada vez mais insignifcantes que tentamos ocapar enquanto pudermos ‘com uin minimo de dignidade sem nos atragoatmas mi to, Todavia, nfo ext claro, 20 menos para mim, se tenho tendéncia profesor triste, a professor cansado, 3 professor rabugento, a professor insignificnte, ou a professor a quem seus eansagos, sas tristeza, suas bras suas insignificincias ‘io desprofesorizando cada vex mais, Portano, insito que tio flo a parte da exciagio da novidade (parece-me que jo se trata aqui de inventar nada, esim de manter ou de ftualizar, repetidamente, ese gesto antigo de “parar para pensar), nem da epopeia do risco (jf sei que este jogo & necessariamente perdedore que o que jogamos n6s, 0s pro~ fesores os filvolby, os univeritrios, #20 & muito nem tem ‘demasiadaimportincia, nem sequer da ica ou da esttica da resintncia (na relidsde, a nica coisa a que resistimos & 0 nosso priprie dsaparecimenta ess tampouco é muito importante), mas sna parir de wm incerix sem méveis no ‘qual me snto um veneido: um renegado cada vez mais triste, mais eansido e mais insgnificante © tempo de Eiperando Godot ainda estva orientado pela espera, mas nest Fim de pari no hé nem drama, ‘desde que Clov dise, em sa primeira rplica,“Acabow, eth acabado, acaba, averse acabe.. indo acontece nada mais, ‘ni uma agitagdo vaga, hi um montio de palavras, mae nig Jb drama Tad transcore em um di nico e interminvel fem que uns personagens condenades & extingo repetem, incansavelmente, © mesmo jogo, em uma partida que sa” bem perdida desde seu inicio. Entio, de onde tira as forgas para continuar jogando, pars eontinsar nos pergomtando pelo logar da flosofia no campo educativo (ama pergunta que, visto que nio hi drama, no pode ser uma pergunta dramitic), ainda que sibames que o jogo alvez s6 poss consistie numa certa agitagdo e num montio de palivras? 5 (© que ainda comservo, iso sim, apesar de tudo, & 0 amor. O amor aos livros, o amor vida e 9 amor, por que ni dizé-lo, aos ovens, aos que comeram, 20s que chegam. 4s aulasuniverstirias com vontade de aprender, de ler, de cscrever, de conversar, de pensar, com vontade de viver {sei que parece vulgse, porém algo como 0 amor, como a amizade, esti na propria riz dessa pala, filosofia, na (qual ainda me reconheso. Ainda que se trate, claro, de umn amor cansado, tise ¢ cada vez mais impotente. Habito a tuniversdade, como dise o poeta, “desesperadamente / ‘com amor eego / com ira / com tristsia sapincia/ para além dos deseos / ou iusdes / ou esperas /eesperando no ‘bwante” Porque oamor & cego, sim razio de ser, sem por ‘que nem para qué, no obstante,contea 0 curso ondindrio THIS SNISTERRA, Deco domatong Lp lr, nde das coisas, espera 0 que no sabe e 0 que ndo pode. O que fei, o que aprend, minha tiscsima sapiénca, me diz que ‘nfo hi motivos paa esperar, porém na irae ma tristeza, € sem me produzir uses, espero, mio obstante, que no se pode esperar: qu aida sje postive algo como a filsofia venga inicatva eo ttc), nesas institu univer tires d¢ formagio de educadores nas quais algo segue Seu ‘Caro e onde cada ver é mais dificil encontrar um espago ‘onde exist algo assim como livros, algo assim como vida € go asim como jovens, e onde se posatenta rir uma boa telagio (ama telacioflosica, pensante) entre eles. Porque talvezseja iso que estou chamando flosofia: uma relagio ttre os vrs, os javens ea vida na qual poss surge talvez flgo assim como o persament. 6 Certamente Platio também estava este, cansado € derrotado quando eseeveu wma carta 20s amigos de Din celhes dise Quando a cust de mil esforos so frecionados, uns ‘contra outro, ot diferentes elementos, nomes © ‘efinigdes, pereepee da viso dos outros sents, {quando slo submetidos a discusses benevolent, em {gue a md intengdo no dita nem a8 peguntas em fh reposts, s6 eto surge a luz da inteligéncia © {d sgedoria até 0 maximo do que pode aleangar a capacidade humana “Taher a filosoia sea (aumbém) iso: ficionarrepei- damente, rabalhossmente, com a mixima atengio posivl, Our se vé eo que se diz as pereepgdes dos sentidos © 0s nomes a definigde, a8 coisas eas palavras, o mando © os livros. E fazer sso com outros que também tenhaea vontade de se esfrcar, em discussdes benevolentes, sem svaldade, sem invea, sem pretender chegar a um acordo, sem tatae de terrazio, conversando, © ateto produz calor, energia, e 6.com o calor pode surgra faisea, esse indemonstrivel que Patio chamava de ineligénca e sabedoriae que eu estou chamando de pensamento, 2 que acomtece, 0 que me scone, que quand la Gatos cm aiecen trencaogrcer aaa Sobre pon np te ca apegeron cen thin como sed opp “buat armas tox gue expe, act 208 ge Spam, pond oe Stasi ow doucinam, Doses hi mio a wniverduc ost de vie de a fngso informatie on exper tnt docriadoe, se eos esque dre alguna ‘eis ko ange na ies dees, como & natural Boh quseneohum, pelo mos aa mia Facslade que aconec,o ge aconer,€ go, quando sige lealgu desi, done que me porce deg coh ne cata nnn gon se er mae scolar, ue i cj don como wm ext infomaiv, txplicadon, omar on dtsinador, que ga priv tr sama, de in peta de vida [segue ton on qe hbam tive somes pc de tees claret dr liuc cosainds vel que o conte msn tage ela deintient) macs oto de ata ‘sigue uma Faculdade de Bdag prechament o lgat STARROGR J Dos le. qui. Ea lus Lome en in doptie ‘onde se proguzem e se reprodizem sstematicamente eas Tieas escolares, Mas dsse que mew amor & pelos livros, info pela escola, A escola me entrstecee, 8s vere, cada ver mais, me deixa de mau humor. Além do mais, me cansa ‘chormemente iso de cular de desescolrizar 0s livros ¢ $Teitura, ede faz-lo tanto por amor 20s livros e 3 leivura ‘como por amor aos ovens ¢ 3 vida. Ea universdade que Sorge, cada ver mais escola, toma quaseimposivel ualquer tmovienento, por modesto e insigificante que se, que te Ge i contr 0 curso ondiniri das coisas. ‘Além diso, quando filo de jovens nfo me refiro 303 alunos, aos que habitam 3s aus universirascarregados de pasta de nota, permatentemente ocupads, preocupados ‘om a avaliagSes, os créditose, como dizem eles, “tra as ‘ineiplinas da frente”, Elese aans formas de fazer, de dizer f de pensar também sio um produto da lgica escolar. Sua felagio com os livros © com 0 mundo foi completamente ‘Sclarizada, O mondo, © que poderfamos chamar 0 eal, {Bi convertido nese objeto dos sberese das pritcas que 3¢ presenta na universdade prfetamente ordenado, determi tnido, definido ¢ classifcado, convertido numa disciplina, ‘numa maria de esto, stuma série de objetosdispostos para 1 inestigagio e a intervengio, Por 80, quando os alunos filam, nfo poss deixar deterasensagio de que nfo sio cles ‘os que fala, Quando falam a lingaagem do saber, tina ois que dizem & "sou um sluno". E ese "sou um aluno” fxpresa expan, mas também humilhagio ¢ impoténeia ‘Nada mais (e nada menos) que © resultado dos mecanismos do atrcimentoexplicador, os quas os converte em expl= ‘adore anos em expliadores, E quando falama ingwagem {1 opinizo que dizem é: “so fulano de tal, wm indwvidvo ‘pesoal que ve express ivremente”.E 0 que sino ai € que asim chamado “individao pessoal”, esa personalidade xpresiva nio € outta coi que © produto de outros me~ canismos de aturdimento. Nio os da explicagio,e sim os a opinilo, os que fabriam a opinido piblic, 0 que nos fabricam (a els ea nds) como opinadores ‘Ji sei que no & (8) iso, J sei que Rancitte excreveu tum de seus livros para mostrar o modo como certaslgicis historiogficas (mas também propras da eincias soc visto que se tata das Logicas historiogrficas da ra das ci associa) desativam 0 excess e a plraldade de palaves las pessoas, em especial a dos pobres, dos proletiios, dos camponeses,remetendo-as terra, 3s ideologias, 20s ftos rmuteriais, is mentalidades, aes ipo de regularidades que ose atrbuem anenhum sujeto particular, de mancira ge quando alguéen fla, "wa palavra no é mais que a expresso ‘deseu modo de se, das forgs que 0 consttuem que zen aque dign © que diz e que 0 diga como diz. A histiria das rmentalidades,esceve Ranciéve, “ds palavras ovtra carne, semi sutlezs da encarnagio, sem a viagem malograda do bu tera Os syjeitosfalamtes da bistri, die Rancid, ‘Jo So nem nomes préprios nem noms comune 0 eto

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