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Ore erarbecertenils Roteadores e Switches Cisco Configuraco de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico ADEMAR FELIPE FEY RAUL RICARDO GAUER CONFIGURAGAO DE ROTEADORES E SWITCHES CISCO NIVEL BASICO 3? edigao Caxias do Sul Ademar Felipe Fey 2017 ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Resumo: Uma das tarefas exigidas por parte dos técnicos que se dedicam as configuragdes de Roteadores e Switches é conhecer a estrutura e as caracteristicas basicas desses equipamentos. 0 livro pretende levar esse conhecimento ao leitor, além de tratar das configuracées basicas dos equipamentos citados. Embora na parte inicial do livro 0 foco seja estritamente tedrico, as figuras e explicagdes tornam o livro uma referéncia na arte de praticar a configuracdo desses equipamentos de interconexdo de redes. Jé na parte final do livio o foco é na aplicagao pratica e incluem estudos de caso detalhados e suas solucées. Fey, Ademar Felipe. Gauer, Raul Ricardo. Configuragao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico / Ademar Felipe Fey. 3° ed. Caxias do Sul: ITIT, 2017. ISBN 978-85-919835-8-2 © Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer Todos 0s direitos reservados. Proibida a reprodugao parcial ou total sem autorizacao por escrito dos autores. Nota: apesar dos cuidados e revisées, podem ocorrer erros de digitagao, ortograficos e dividas conceituais. Em qualquer hipétese, solicitamos a comunicacdo para o e- mail ademarfey@amaileom para que possamos esclarecer ou encaminhar a questio. Nem o editor nem os autores assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicagao. Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 4 APRESENTACAO Este e-book foi criado com o objetivo de auxiliar o leitor no aprendizado de como configurar as fungdes basicas nos Roteadores e Switches Cisco. © contetido teérico deste livro é baseado nos conhecimentos adquiridos pelos autores em situagSes praticas, enquanto profissionais na érea por 27 anos, e através de ensinamentos obtidos no curso CCNA da Cisco. Alguns conceitos sdéo na sua integra produtos de tais ensinamentos, enquanto que outros foram adaptados, seguindo 0 modelo de ensino criado pelos autores e que se baseia na informalidade textual e na interagdio entre professor e aluno. A organizagéo do e-book foi desenvolvida baseada no contetido do nosso Curso Basico de Roteadores e Switches. 0 e-book pode ser utiizado por leitores que néo desejam praticar as configuragées, porém ele é base indispensével para os que pretendem por em pratica os ensinamentos aqui mostrados, seja através do nosso curso pratico como também no ambiente profissional Para os que desejarem um ensinamento completo, com suporte as dividas e praticas em —simulador, consultem —nossos_— cursos.» no_—link (www.lojavirtualdeti.com.britit) e no blog Infraestrutura de Redes de Computadores (ww.ademarfey. wordpress.com E indispensavel que o leitor conhega os modelos OSI e TCP/IP, pelo menos seus fundamentos, para que possa acompanhar, com sucesso, as explicagdes contidas no presente e-book. Sugestées, criticas e pedidos de informagées podem ser enviados para o e-mail ademar.fev@amail,com ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico PREFACIO DA DICAO Na 2? edigdo foram realizadas as seguintes melhorias: Reformatagao total do e-bookilivro; Revisdo total do texto; Atualizagbes em diversos capitulos, incluindo-se novos modelos de Roteadores; * Insergdo dos Capitulos 1, 2 e 3, revisando-se o modelo TCP/IP e as camadas de Enlace e de Rede; ‘* Inclusdo do capitulo 7, onde foi inserido um estudo de caso completo, com solugdo detalhada de uma Topologia de Rede simples proposta. Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico PREFACIO DA 3° EDICAO Na 3* edigdo foram realizadas as seguintes melhorias: Revisdo total do texto; Atualizagbes em diversos capitulos; Revisdo das configuracdes propostas no capitulo 7, onde esta inserido um estudo de caso completo, com solucao detalhada de uma Topologia de Rede simples proposta, com a interligacao de dois sites; * Inclusdo do capitulo 8, onde esta inserido um novo estudo de caso de interligago de dois sites, agora abordando o conceito importante de VLANs e suas configuragées na pratica; + Disponibilizagéo para o comprador do e-book dos arquivos de configuragdes das solugdes dos dois estudos de caso propostos. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico CONSIDERACOES INICIAI A configuragao de roteadores e switches é uma habilidade que todo profissional de infraestrutura de redes deveria obter. Além de valorizar seu curriculo habilita-o na busca de uma certificagao junto aos fabricantes de tais equipamentos. Este livo procura concentrar informacdes basicas sobre a configuragéo de roteadores e switches, levando em conta multas das perguntas que nossos alunos nos tém feito ao longo desses 12 anos de ensino na drea tecnolégica. Como sempre, defendendo nosso ponto de vista, iniciamos 0 livro no Capitulo 1 com uma breve reviséo do modelo TCP/IP e OSI. 0 aluno entendera melhor os conceitos apresentados nos outros capitulos realizando essa revisdo, se necessério. No Capitulo 2, revisamos a camada de enlace do modelo OSI, ou camadajnivel 2, incluindo na reviséo 0 enderecamento MAC e o protocolo Ethernet. Porque o fizemos? Porque o switch é um equipamento que roda na camada 2 e se baseia no ‘enderecamento MAC para formar o enlace entre a porta de entrada e de saida por onde deve circular 0 frame. Nada mais importante, portanto, conhecer o nivel ou camada de enlace, suas fungdes e principais protocolos. No Capitulo 3, revisamos a camada de rede do modelo OSI, ou camadainivel 3, incluindo na revisdo o protocolo IP. Também fizemos essa revisdo porque o roteador & um equipamento que roda na camada 3 e se baseia no enderegamento IP para a tomada de decisdo de para onde rotear (encaminhar) 0 pacote que recebeu em sua interface LAN. Na mesma linha de raciocinio, no Capitulo 4 fizemos uma reviséo do funcionamento do roteador e da técnica usada pelo mesmo para produzir o roteamento. Ja no Capitulo 5 abordamos os conceitos e informagées essenciais, assim como as configuragdes basicas dos roteadores Cisco. No Capitulo 6 abordamos os conceitos e iniormages essenciais, assim como as. configuragdes basicas relativas aos switches Cisco No capitulo 7 elaboramos um estudo de caso completo envolvendo as configuragées. basicas de interligagao de dois sites, passo a passo, em uma topologia simples. E, por tkimo, no capitulo 8 elaboramos um estudo de caso completo envolvendo as configurages sobre VLANs, também em uma topologia simples envolvendo a interligacdo entre dois sites. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configur: de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Procuramos criar este livro da melhor forma didédtica possivel. O leitor pode ler 0 capitulo que desejar e na ordem que preferir, sempre lembrando que objeto do livro se concentra nos capitulo 4, 5, 6, 7 € 8. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Direitos Reservados. 2014-2017. de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 9 Avisos Esta publicagdo pode conter imprecisées ortograficas e técnicas ou erros tipograficos. Periodicamente sao feitas alteragdes nas informagoes aqui contidas; esas alteragées serdo incorporadas em novas edigdes da publicagéo. Os autores podem fazer melhorias e/ou alteragdes nesta publicagao a qualquer momento sem aviso prévio. Todos os nomes registrados, marcas registradas (Cisco, por exemplo) pertencem aos seus respectivos proprietarios. As figuras de equipamentos exibidas neste e-book pertencem a Cisco (www.cisco.com), na sua grande maioria. As informacdes contidas nesta publicagao séo de carater informativo e introdutério, sendo da responsabilidade do leitor buscar aprofundamento no assunto se desejar aplicar os conhecimentos descritos nesta publicagdo numa situagdo pratica, na area de sua atuagao profissional. A reprodugao parcial ou completa é proibida sem autorizacao escrita dos autores. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 10 CONVENCOES UTILIZADAS NESTE LIVRO * Uilizamos a grafia de sub-rede, de acordo com a nova ortografia portuguesa. © Utllizamos a grafia sub-net da lingua inglesa. * Em algumas palavras-chave ou termos chaves usamos e abusamos de attiicios graficos, tais como, negrito, aspas, colorido, primeira letra em maitiscula, fonte do caractere aumentada, no intuito de chamar a atencao dos leitores. Pedimos desculpas se elas ferem algumas regras ortogréficas. © Oplural de algumas palavras estrangeiras foi feito utilizando a letra “s” logo apés essas palavras (como exemplo, a palavra Bits ou a palavra Hosts), sem usar 0 apéstrofo, portanto. + As citagdes esto no texto com nuimeros sobrescritos que remetem a obra citada nas referéncias bibliograficas (exemplificando: conceito", onde o “11” 6 0 numero da referéncia) © Uiilizamos 0 artificio de indicar a referéncia nimero 10 ("°) para que o leitor possa retirar eventuais dividas ou mesmo buscar maiores detalhes da matemadtica bindria no capitulo 6 deste livro. * Na explanacao sobre o enderego IP (composto por 4 octetos ou bytes), consideramos 0 1° octeto como sendo o da esquerda (0 mais significativo) eo 4° Octeto como sendo o da direita (0 menos significativo). Esse 1° octeto também foi considerado como sendo 0 1° campo da representagdo do endereco IP. Nos exemplos de conversio bindria e cdlculos de sub-redes, nos capitulos correspondentes, em algumas situagdes usamos referenciar a posi¢ao dos bits como do 1° ao 8 bit (considerando o 1° bit, o mais da direita, ou seja, 0 menos significative) sem levar em consideragao a convencao padrao (que nomeia os bits como sendo de bit 0 a bit 7, sendo o bit 0 o de menor peso, ou seja, 0 mais da direita). Utilizamos esse artificio por consideramos mais didatico, conforme o caso especifico, mas sempre salientando a metodologia usada ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico u Sumario CAPITULO 1 INTRODUCAO AO TCP/IP 1.1 INTRODUGAO 1.2 BASICO DO MODELO OSI. 18 1.3 BASICO DO MODELO TCIIP. 20 CAPITULO 2 CAMADA DE ENLACE .. 2.1 INTRODUGAO 2.2 FUNCAO DA CAMADA DE ENLACE. 23 2.3 QUADRO OU FRAME. 24 2.4 MODELO TCP/IP 24 2.5 PROTOCOLOS DA CAMADA DE ENLACE. 25 2.5.1 Ethernet. 26 2.5.1.1 Quadro Ethemet. 26 2.5.1.2 Funcionamento do protocolo Ethernet. 28 2.5.1.3 Notagao Hexadecimal 28 2.5.1.4 ARP ou Address Resolution Protocol 32 2.5.1.5 Padrées Ethernet e tipo de cabeamento 32 2.5.1.6 Evolugao da Ethernet 35 2.5.1.7 Topologias Ethernet 35, 2.5.1.8 Método de acesso ao meio 36 2.5.1.9 Colisao 36 2.5.1.10 Desenvolvimento do padrao Ethernet, 36 2.5.1.11 Hub. 37 2.5.1.12 Switch. 37 2.5.1.13 Informacao complementar sobre o protocolo Ethernet 38 2.5.2 Protocolos de enlace na rede WAN 38 2.5.2.1 Quadro PPP 39 2.6 RESUMO. 40 CAPITULO 3 PROTOCOLO IP E A CAMADA DE REDE. 3.1 INTRODUGAO 3.2 CONCEITOS BASICOS DA CAMADA DE REDE 41 3.2.1 Fungdo 41 3.2.2 Funcionamento. 41 ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 12 3.2.3 Protocolos da Camada de Rede 42 3.3 FUNCIONAMENTO DO PROTOCOLO ROTEAVEL IP 42 3.3.1 0 que 6 0 protocolo IP? 43 3.3.2 Cabecalho IP. 44 3.3.2.1 Campos do Cabegalho IP. 44 3.3.3 Importancia dos Campos do Cabegalho do Protocolo IP 47 3.3.4 Conversdo binéria para decimal 47 3.3.5 Determinando a Rede de um endereco IP 50 3.3.6 Apicando a Méscara 51 3.3.7 Classes de Enderecamento IP 51 3.3.8 Identificando a Classe de um enderego IP 54 3.3.9 Enderecos IP Especiais e Reservados. 56 3.3.10 O porqué da utilizagdo de enderecos IPs de Sub-Rede 57 CAPITULO 4 REVISANDO OS CONCEITOS SOBRE ROTEADORES 4.1 INTRODUGAO 4.2 RECORDANDO CONCEITOS 59 4.2.1 Resumindo 61 4.3 DEMONSTRANDO A FUNGAO PRINCIPAL DO ROTEADOR. 64 CAPITULO 5 CONFIGURAGAO DE ROTEADORES CISCO. 5.1 INTRODUGAO. 5.2 OS PRIMEIROS PASSOS PARA CONHECER O ROTEADOR 66 5.3 DEFININDO ENTAO O QUE VEMA SER UM ROTEADOR 68 5.3.1 Caracteristicas basicas 68 5.3.2 Onde o roteador é usado??? 68 5.4 CONHECENDO OS MODELOS DOS ROTEADORES CISCO 68 5.4.1 Roteadores para Filiais. 69 5.4.2 Roteadores para Redes de Borda e Agregacao. 69 5.4.3 Roteadores para Provedores de Servigos 69 5.4.4 Modelos de Roteadores amplamente usados 70 5.5 CONHECENDO 0 HARDWARE DO ROTEADOR 70 5.6 FUNCIONAMENTO BASICO DO ROTEADOR. 82 5.6.1 O Hardware Interno Basico 84 5.6.1.1 CPU 84 5.6.1.2 ROM. 84 ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 13 5.6.1.3 RAM 5.6.1.4 Meméria Flash 5.6.1.5 NVRAM . 5.6.1.6 Portas de I/O e MSC (Media-Specific Converters) . 5.7 INICIALIZANDO 0 ROTEADOR.... 5.8 COMO ACESSAR 0 ROTEADOR oe 5.9 OUTRA FORMA DE ACESSAR 0 ROTEADOR 5.10 PROCESSOS DE INICIALIZAGAO DO ROTEADOR 5.11 MODOS DE OPERACAO DO ROTEADOR 5.11.1 Modos EXEC.. 5.12 RECURSOS DE AJUDA 5.13 ACESSANDO OS MODOS EXEC 5.14 MODO DE CONFIGURACAO DE INTERFACE. 5.15 MODO DE CONFIGURAGAO DE ROTEAMENTO..... 5.16 RESUMO DOS COMANDOS EXEC 5.17 COMANDOS AVANGADOS DE EDIGAO 5.18 CONFIGURANDO 0 ROTEADOR 5.18.1 Configurando o Nivel Fisico na serial... 5.18.2 Configurando o Nivel de Enlace na serial 5.18.3 Configurando o Nivel de Rede na serial.... 5.18.4 Configurando o Nivel Fisico na FastEthernet 5.18.5 Configurando o Nivel de Enlace na FastEthernet..... 5.18.6 Configurando o Nivel de Rede na FastEthernet........ 5.18.7 Configurando a Tabela de Rotas. 5.18.8 Resumindo . 5.19 CONFIGURAGOES ADICIONAIS DE UM ROTEADOR.. 5.19.1 Configurando um nome para o roteador. 5.19.2 Configurando senhas de acesso via console ... 5.19.3 Configurando senha para acesso via TELNET ... 5.19.4 Configurando senha para acesso Privilegiado 5.20 MONITORANDO O ROTEADOR 5.20.1 Cépia da meméria RAM para a meméria NVRAM.. 5.20.2 Cépia da meméria FLASH para servidor TFTP. ‘Adi Direitos Reservados. 2014-2017. r Felipe Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 14 5.20.3 Comando SHOW. : on vee 126 5.20.3.1 Comando Show Version 127 5.20.3.2 Comando Show running-config 128 5.20.3.3 Comando Show ip route... svc oo oo 130 5.20.3.4 Comando Show interface 130 5.20.3.5 Comando Show Flash...... seveenseneenne BQ 5.20.3.6 Comando Show Controllers... : eo 132 5.21 RESUMO DOS COMANDOS BASICOS DO ROTEADOR 133 CAPITULO 6 CONFIGURACAO DE SWITCHES CISCO 137 6.1 INTRODUGAO 137 6.2 CONHECENDO 0 SWITCH 137 6.2.1 Switches de camada 2 : on eevee 137 6.2.2 Switches de camada 3 137 6.2.3 Switches de camada 4........ on : 138 6.3 CONHECENDO 0 SWITCH CISCO vee - 138 6.3.1 Significado dos LEDs 140 6.4 ACESSANDO 0 SWITCH......... veces AT 6.4.1 Pedindo Ajuda 143, 6.4.2 Modos de Operacao. : on eevee 48 6.4.3 Configuragées Defaull........ on 7 144 6.5 CONHECENDO VLAN 144 6.6 CONFIGURACGES DO SWITCH CISCO - oo - 145 6.6.1 Consideragées Iniciais. 145 6.6.2 Configuragées Bésicas. 146 6.7 CRIANDO VLANS..... : on sveeeee 4B 6.7.1 Para criar Vian Estatica 148 6.7.2 Para atribuir portas a Vian método database on 7 148 6.7.3 Attibuindo Portas do Switch as VLANs no modo de configuracao ..... 149 6.7.4 Configurando IP na VLAN 149 6.7.5 Configurando porta Trunk no Switch veneeeee 150 6.7.6 Removendo VLANs 150 6.8 CONFIGURANDO ROTEADOR PARA COMUNICAGAO ENTRE VLANS 151 6.9 CRIAR AS SUBINTERFACES os 7 151 ‘Ademar Felip Direitos Re Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 15 CAPITULO 7 ESTUDO DE CASO CONFIGURANDO ROTEADORES E SWITCHES cisco... 153 7.1 INTRODUGAO 153 7.2 TOPOLOGIA 153 7.2.1 Elementos 153 7.3 CONFIGURAGOES DOS SWITCHES. 155, 7.3.1 Switch 1 155, 7.3.2 Configuragées detalhadas. 155 7.4 CONFIGURAGAO DOS ROTEADORES 162 7.4.1 Roteador Matriz. 162 7.4.2 Roteador Filial 171 7.4.3 Comando show running-config dos Roteadores. 173 CAPITULO 8 ESTUDO DE CASO CONFIGURANDO VLANs.. 177 8.1 INTRODUGAO 177 8.2 TOPOLOGIA 177 8.2.1 Elementos 177 8.3 CONFIGURAGOES DOS SWITCHES. 178 8.3.1 Switch 1 178 8.3.1.1 Ocupagao das VLANs 178 8.3.1.2 Configuragdes das VLANs 178 8.3.1.3 Listagem do comando Running-config 179 8.3.2 Switch 2. 182 8.3.2.1 Ocupacao das VLANs 182 8.3.2.2 Configuragdes das VLANs 182 8.3.2.3 Listagem do comando Running-config 182 8.3.3 Switch 3 185 8.3.3.1 Ocupacao das VLANs 185 8.3.3.2 Configuragées das VLANs 185 8.3.3.3 Listagem do comando Running-config 185 8.4 CONFIGURAGOES DOS ROTEADORES 188 8.4.1 Definindo enderecos de sub-rede das VLANs. 188 8.4.2 Configurages associadas as VLANs Roteador Matiz 189 8.4.3 Configuragdes de Rotas no Roteador Matriz. 189 8.4.4 Configuragdes associadas as VLANs Roteador Filial 190 ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 16 8.4.5 Configuragdes de Rotas no Roteador Filial 190 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS... 192 APENDICE A - CADASTRO NO BLOG INFRAESTRUTURA DE REDES... 193 APENDICE B — INDICAGOES DE CURSOS ON-LINE/E-BOOKS POR ASSUNTO..194 APENDICE C — CURSOS ON-LINE DOS AUTORES 197 APENDICE D - OUTROS E-BOOKS/LIVROS DOS AUTORES.. 198 APENDICE E - VIDEOAULAS DOS AUTORES. 199 Direitos Ré vados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico CAPITULO 1 INTRODUCAO AO TCP/IP 1.1 INTRODUCAO De uma forma simples e répida, podemos dizer que o TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicacao que foi padronizado para que os computadores possam trocar mensagens entre si. A partir de 1950, os computadores foram criados por diversos fabricantes. Cada fabricante possuia seu conjunto préprio de protocolos de comunica¢ao © IBM—SNA (Systems Network Architecture); ‘* Burroughs Corporation - BNA (Burroughs Network Architecture); * DEC ou Digital Equipment Corporation - DNA (Digital Network Architecture) Ocorre que computadores de diferentes fabricantes nao podiam trocar mensagens, ois os conjuntos de protocolos de comunicacao nao eram compativeis entre si. Quando as redes de computadores comecaram a surgit, na década de 1960 em diante, percebeu-se o problema de interconexao entre computadores com diferentes conjuntos de protocolos de comunicagao. Houve duas tentativas de se criar um conjunto de protocolos de comunicagéo padrao em nivel mundial: + TCP/IP, a partir da rede ARPANET nos EUA. + OSI, a partir das entidades de padronizagao ITU-T (antigo CCITT) € ISO. ‘A ARPANET foi uma rede de computadores do governo americano que interligava alguns centros de pesquisa e algumas bases militares. Os protocolos de comunicagao que rodavam nessa rede foram os precursores dos protocolos do modelo TCP/IP. A ITU (international Telecommunication Union) é uma entidade que padroniza e regulamenta o setor de telecomunicagéo em nivel mundial. A ISO (International Organization for Standardization) é uma organizacdo internacional que padroniza e regulamenta procedimentos em varias dreas do conhecimento humano, incluindo a area de redes de computadores. © TCP/IP surgiu de um ambiente informal (centro de pesquisas e universidades americanas) e se toou o padrao de facto. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. 7 Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico © OSI surgiu de um ambiente formal das entidades de padronizacdo (ITU-T e ISO) e, num primeiro momento, se tornou um padrao oficial, sendo posteriormente adotado no mundo inteiro como um padrao referencial no ensino de redes de computadores. © fato é que 0 TCP/IP tornou-se 0 padrao adotado no mundo inteiro, pela sua simplicidade, baixo custo de adogao e informalidade no desenvolvimento de melhorias e de criagéo de novos protocolos. Vamos ver em seguida, de forma sintética, a organizagao desses dois conjuntos de protocolos. 1.2 BASICO DO MODELO Os! © modelo OSI? foi ento concebido para operar em 7 camadas, as quais indicamos abaixo, com suas principais fungées: Tabela 1.1 Camadas modelo de referéncia OSI." © modelo OSI foi projetado em 7 camadas " por um motivo bem simples: ¢ mais facil resolver © complicado problema de transferir informagées de um computador para outro, dividindo as tarefas em partes, ou seja, cada camada tem por funcao resolver uma ou mais funcdes dessas tarefas de comunicagdo entre computadores. Essa ideia de resolver um problema decompondo-o em partes menores (no nosso caso, as camadas) foi difundida pelo filésofo René Descartes, em tomo de 1644, Vamos explicar resumidamente a fungao de cada camada A camada 7 — Aplicacdo - é responsdvel pela interface com o aplicativo do usuario, tornando transparente ao usuario final a complexidade dos protocolos de comunicacao. A camada 6 — Apresentacdo - € responsavel para traducdo dos cédigos de caracteres utilizados pelos computadores que trocam dados entre si Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico ‘A camada 5 ~ Sesséo ~ é responsavel pelo controle de sessdes existentes entre aplicagées ativas entre computadores que trocam dados entre si. ‘A camada 4 — Transporte — 6 responsavel pela troca de dados entre computadores fim a fim, que trocam dados entre si. A troca de dados pode ser orientada a conexao (com controle de fluxo) ou nao orientada a conexdo (sem controle de flux). ‘A camada 3 — Rede — 6 responsavel pelo encaminhamento dos pacotes entre nés intermediérios das redes de computadores e pela administragao dos enderecos légicos dos computadores nas redes. ‘A camada 2 — Enlace ~ é responsdvel pela comunicagdo de dados entre dois ‘equipamentos vizinhos, separados pelo meio fisico. A camada 1 — Fisica - é responsdvel pela manipulacdo dos bits transmitidos ou recebidos e a sua adaptagao ao meio fisico. Cada camada do modelo OSI manipula ou trabalha com uma unidade basica chamada de PDU (Unidade de dados do protocolo da camada). Imagine a PDU como sendo a matéria-prima basica para produzir um determinado produto, ou um procedimento basico e padrao para realizar um determinado servico Veja abaixo as PDUs das Camadas do Modelo OSI. Tabela 1.2 PDUs das Camadas modelo de referéncia OSI.’ Cada camada pode conter um ou mais protocolos que realizam as fungdes determinadas para a mesma. 0 tratamento cu a manipulacdo da PDU padronizada para essa camada ¢ realizado pelo protocolo correspondente. Veremos que na rea de redes de computadores, normalmente os protocolos da camada 1 e 2 so oriundos do modelo OSI. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 20 1.3 BASICO DO MODELO TC/IP © modelo TCP/IP? foi concebido inicialmente com 4 camadas, as quais indicamos a seguir. Tabela 1.3 Camadas modelo de referéncia TCP/IP." No TGPIIP, a camada de aplicagao engloba as fungGes das camadas de sessdo, apresentacao e aplicacéo do modelo OSI, ou seja, se preocupa em transmitir as mensagens ou dados entre aplicacées finais. ‘A camada de transporte basicamente executa as mesmas fungdes da camada de mesmo nome do modelo OSI, ou seja, comunicacdo entre maquinas fim a fim. A camada de Interrede também basicamente executa as mesmas fungées da camada de rede do modelo OSI, ou seja, administracao dos enderegos légicos e ‘encaminhamento dos pacotes. A camada Host/Rede (também chamada de interface de rede) executa as fungdes das camadas fisica e de enlace do modelo OSI, ou seja, adaptagao do trem de bits a0 meio fisico e a troca de dados entre equipamentos de comunicagao separados pelo meio fisico, respectivamente. Importante destacar que ndo ha unanimidade quanto 20 nimero de camada do modelo TCP/IP, com autores indicando 3, outros 4 e outros ainda 5 camadas. Na atualidade somos partidarios do modelo TCP/IP de 5 camadas, tendo em vista que, na pratica, os protocols das camadas fisica e de enlace na sua maioria séo padronizados de acordo com 0 modelo OSI. Veja em seguida esse modelo, com a indicaco do nimero, nome e principais protocolos que rodam em cada camada. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 1.4 Modelo TCP/IP com cinco camadas (versao moderna).' ‘A comunicagao entre computadores finais ocorrem com a transmisséo da PDU em cada uma das camadas do modelo utilizado (OSI ou TCP/IP). Na transmissao ocorre © encapsulamento dos dados e na recep¢do o desencapsulamento. Dados ow aplicacao + Mensagens }—> aplicagao Dados ow apresentacao |. Mensagens —+| apresentacao A Dados ou $essa0_| __ stensagens | transporte | , ‘Segmentos! transporte re +—Pacotes}—+ rede enlace Pa cunts: r enlace [fete] sits. tse —] Figura 1.1 Troca de dados entre duas maquinas finais via PDUs." Em seguida veja uma comparacao entre 0 modelo OSI, TCP/IP e o SNA da IBM. Observe que em cada camada teremos protocols rodando para efetuar as suas respectivas funcdes. Observe também a formalidade no nome dos protocolos que rodam no modelo OSI, nomeados pela ISO. 21 Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Tabs 1.5 Protocolos padrées de cada camada dos modelos de referéncias.’ VT 8923 8327 8073 (TPO) 8602 (CONS) 8208 (X.25) 8473 (CLNS) 9542 (ES-IS) 8348 (CONS) 8802.2 (LLC) LL LLC 8802.3/4/5 Ethernet HDLC SDLC MAC 8802.3 Ethernet Ethernet Token Ring 8802.4 Token Bus | FDDI Ethernet 8802.5 Token Ring | Token Ring E importante destacar que cada camada obedece a um conjunto de regras para se comunicar com as camadas vizinhas e realiza uma série de atividades fundamentais para 0 funcionamento de um modelo de referéncias de protocolo: encapsulamento, desencapsulamente, solicitagao de servico, prestacdo de servico, formacao da PDU, controle de enderecamento da camada, etc. Bem, percebemos que é na camada de rede do modelo TCP/IP que roda o protocolo IP, a partir do qual vamos desenvolver o tema deste livro, Esse protocolo determina os enderecos légicos que serdo adotados nas redes de computadores que seguem © modelo TCP/IP. Vamos estudé-lo no préximo capitulo para que possamos depois entender o que é sub-rede. Se vocé quiser saber mais sobre 0 modelo OSI e TCP/IP e outros assuntos-chave, considerados por nés importantissimos para o profissional que trabalha em infraestrutura de redes, recomendamos nosso curso on-line Fundamentos de Redes de Computadores (www.ademarfey wordpress.com) ‘Adi r Felipe Direitos Reservados. 2014-2017. 22 Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 23 CAPITULO 2 CAMADA DE ENLACE 2.1 INTRODUGAO. Este capitulo trata da funcéo da camada de enlace e apresenta os principzis protocolos que rodam nela, tanto na rede LAN como na rede WAN. 2.2 FUNGAO DA CAMADA DE ENLACE A camada de Enlace é a camada 2 no Modelo OSI. Como todas as camadas, nela so usados protocolos especificos que tém como fungo proporcionar ao Pacote, recebido da Camada 3, uma estrutura capaz de ser transmitida através de um link ou Circuito de comunicagéo de dados, de forma segura, controlada e organizada, possivelmente livre de erros. Veja a figura abaixo. Computador de origem Computadorde destino Protocolo de nivel de enlace 9pm Meio de transmissao * Interface isica Interface fisica Adaptacao do sinal Adaptacdo do sinal Datagrama eas tapa0 cosa stagrama Figura 2.1 Fungao da Camada de enlace.’ Note que, no meio de transmissdo, a informagdo trafega bit a bit continuamente. Imagine uma interface na ponta distante recebendo um fluxo de bits e repassando- 0s & Camada de Enlace. Se néo houverem regras a serem seguidas nesta camada, nao seria possivel interpretar a informago associada aos bits. Por exemplo: Quando comeca uma informacao? O que significa os 1°s 10 bits e os préximos 20, 30 bits que estéo chegando? Quando termina a informagéo e quando comeca a préxima? Percebe-se que sem um Protocolo que estabeleca regras, orientando a interpretagdo do significado do fluxo de bits, no haverd entendimento entre os dispositivos de comunicacao. Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Pois bem. E esta a funcdio que a Camada 2 executa (presta servigo) para a Camada 3. Monta uma estrutura baseada nas regras do protocolo especifico desta camada, chamada “Quadro” ou “Frame” (em Inglés), e encapsula 0 Pacote para encaminhé-o através da Camada Fisica no link. (caso vocé faga o curso on-line Fundamentos de Redes de Computadores, consulte o arquivo disponivel “Enlace.ppt” para maiores detalhes). 2.3 QUADRO OU FRAME Diferentes protocolos desta camada possuem diferentes regras, porém todos eles montam um Quadro ou Frame composto da seguinte estrutura: Veja figura abaixo. Figura 22 Quadro (Frame) na camada de enlace.’ Onde: - Cabegalho, inserido em frente do Pacote da Camada 3. - Controle de erro, inserido no final do Pacote da Camada 3. Observe que essa é a estrutura basica das PDUs de todas as demais camadas do TCP/IP ou do OSI, néo tendo, porém, a parte de corregao de erros. 2.4 MODELO TCP/IP Como os protocolos da Camada 2 executam sua fungdo entre as Camadas 3 e 1, dependendo do protocolo, muitas vezes fica dificil estabelecer onde comeca e termina a responsablidade de uma camada (fisica) ou outra (enlace). Por isso, no Modelo TCP/IP original de 4 camadas, os niveis ou as camadas 1 e 2 foram agrupadas em uma tnica camada chamada de Acesso & Rede, (nao confundir com a Camada de Rede do Modelo OSI, que é a camada 3 nesse modelo, e que no Modelo TCP/IP chama-se Internet/Rede/Inter-Rede). Independente do nome dado, camada de enlace (OSI), ou camada de acesso & rede (TCP/IP), a fungdo serd sempre a citada, qual seja, a de montar o frame ou quadro e transmitir para o equipamento de comunicacao vizinho (separado apenas pelo meio fisico). ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Veja a comparacdio entre os modelos OSI e TCP/IP feita a seguir. Aplicacao Aplicagao Apresentacao Sessdo Transporte Bessa usa Modelo 0S! Modelo TOPIIP 4camadas Modelo TCP/IP de 5 camadas Figura 23 Camada de Enlace na Comparagao entre modelo OSI e 0 TCP/IP." 2.5 PROTOCOLOS DA CAMADA DE ENLACE Existem dois grupos de protocolos na camada 2. 1 Protocolos que operam em Redes Locais (LAN), sendo os mais utilizados: Ethemet; © 802.11 WiFi; © IEEE 802.19; © 802.119; + Token Ring; + FODL 2 Protocolos que operam em Redes de Longa Distancia (WAN), sendo os mais utilizados: © PPP; * HDLC; «Frame Relay. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ri Direitos Reservados. 2014-2017. 25 Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 2.5.1 Ethernet Nao se pode falar em protocolos de comunicagdo sem mencionar a tecnologia Ethernet, ndo s6 pelo seu sucesso em ter atingido cerca de 85 % das redes locais de computadores - devido ao prego acessivel das placas de rede -, como também por ter evoluido rapidamente para oferecer taxas de linha na ordem de 1 e 10 Gbps. 0 termo Ethernet refere-se a familia de produtos para redes locais. A origem da tecnologia Ethernet remonta ao ano de 1970, quando a Xerox desenvolveu o protocolo de deteccao de coliséio para acesso multiplo com detec¢ao de portadora (CSMA-CD). A taxa de dados era de apenas 3 Mbps, mas, nos anos 80, 0 seu sucesso foi o suficiente para atrair outros participantes para a criagéo do padrao de 10 Mbps. 2.5.1.1 Quadro Ethernet Figura 2.4 Formato do Quadro (Frame) do protocolo Ethernet.’ Onde: PRE (Preambulo) Contendo 7 bytes, o campo PRE é um padrio alternado de uns e zeros. Indica as estacées receptoras a chegada de um quadro, e fornece os meios para sincronizar 0s circuitos de recepcdo das camadas fisicas com o feixe de dados entrante. ‘SFD (Start Frame Delimiter, Delimitador de Inicio de Quadro) Contendo 1 byte, o campo SFD é um padro alternado de uns e zeros, encerrando com 2 bits de “uns consecutivos. Indica que 0 préximo bit é 0 primeiro bit, do primeiro byte, do enderego de destino. DA (Destination Address, Enderego de Destino ou MAC de Destino) Contendo 6 bytes, representados na numerarao do sistema hexadecimal, o campo DA identifica as estacdes que devem receber 0 quadro, da seguinte forma: ‘* 0 primeiro bit a esquerda indica se o endereco ¢ individual (indicado por 0), ou de grupo (indicado por 1). ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico ‘* 0 segundo bit esquerda indica se 0 DA é administrado globalmente (indicado por 0), ou localmente (indicado por 1) * Os valores dos 46 bits restantes so atribuidos exclusivamente para identificar uma Unica estagéio, um grupo definido de estagdes, ou todas as estagées na rede. SA (Source Address, Endereco Fonte ou MAC de Origem) Contendo 6 bytes, representados na numeragéio do sistema hexadecimal, 0 campo SA identifica a estagdo emissora. 0 SA é sempre um endereco individual, e 0 primeiro bit do primeiro byte é sempre 0. No analisador de protocolo Wireshark, este campo aparece da seguinte forma: best ination ‘ fff FRAT (eroadcast) Sources 00:d0:09:67sc6uc? (HsingTec_67:cé:¢?) Type: IP (010800) Figura 25 Dados do endereco MAC coletados no Wireshark.’ Tanto no enderego MAC de origem, como no endereco MAC de destino, os trés primeiros bytes (mais significativos) identificam 0 cédigo Unico do fabricante da placa de redes (OU!) e os outros 3 bytes identificam o nimero de série da placa de rede. Comprimento/Tipo (Length/Type) Contendo 4 bytes, este campo indica tanto o numero de bytes de dados da subcamada MAC - contidos no campo de dados do quadro -, como a ID do tipo de quadro, se 0 quadro ‘oi montado usando um formato opcional: * Se 0 valor do campo Comprimento/Tipo for menor do que 1500, o nimero de bytes LLC no campo de dados serd igual ao valor do campo Comprimento de Dados. * Se 0 valor do campo Comprimento/Dados for maior do que 1536, o quadro serd um quadro do tipo opcional, e o valor do campo identfica o Tipo especifico do quadro que esta sendo transmitido ou recebido, Dados. © campo de dados ¢ uma sequéncia de n bytes de qualquer valor, onde n é menor ou igual a 1500. Se o comprimento do campo de dados for menor do que 46, ele ‘Adi sdos. 2014-2017. Direitos Ré r Felipe 27 Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 28 deve ser estendido, adicionando-se um enchimento (pad) suficiente para aumentar 0 comprimento do campo de dados para 46 bytes. PAD. Enchimento para campo de dados menor de 46 bytes. FCS (Frame Check Sequence, Sequéncia de Verificagao de Quadros) Com 4 bytes, 0 campo FCS contém um valor com 32 bits correspondentes a verificagdo ciclica de erro no frame (CRC), 0 qual é ctiado pelo emissor e recalculado pelo receptor para verificar os quadros danificados. A sequéncia FCS € gerada pelos campos DA, SA, Comprimento/Tipo e Dados. 2.5.1.2 Funcionamento do protocolo Ethernet Para que 0 Quadro possa ser transmitido ha necessidade de completé-lo com os. dados dos campos SA (source address) e DA (destination address), que so, respectivamente, os enderegos fisicos de Origem e de Destino, ou seja, os enderecos MAC de Origem e Destino. 0 enderego fisico de um elemento que opera com a tecnologia Ethernet chama-se de enderego MAC (Media Access Control), o qual é representado por um conjunto de 48 bits divididos em 6 campos separados por dois pontos (“:”) ou traco (“-*), conforme visto anteriormente, e escritos em notacdo hexadecimal (veremos em seguida a conversdo de binario para hexadecimal) 0 enderego MAC é dividido em duas partes: Os primeiros 24 bits sdo fornecidos por uma entidade internacional de controle (IANA) para cada fabricante de equipamentos que operam com a tecnologia Ethernet. Por exemplo: Fabricantes de placas de rede, hubs, switches, roteadores etc. Os 24 bits restantes representam o numero de série do equipamento construido por este fabricante. Por exemplo: A empresa USRobotics coloca na identificago de suas placas de rede um numero tnico formado pelos 1°s 24 bits que foram fornecidos pelo IANA e os 24 bits restantes que representam o numero de série de cada placa, Isto garante que ndo haverd duas placas de rede com 0 mesmo enderego fisico (MAC). 2.5.1.3 Notacao Hexadecimal Exemplo de um endereco MAC: 19:ab:¢9:48:de:fa_ou _19:AB:C9:48:DE: ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. FA Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Tanto pode ser representado com letras maiisculas como mintisculas. 0 enderego MAC também pode ser representado usando-se o “-" ao invés do “2”. Veja 0 seguinte exemplo: 19-ab-c9-48-de-fa Cada campo do enderego € composto de 8 bits (octeto). Veja abaixo o endereco MAC representado na notacdo XXXXXHAXXAXAXXXXX!A ANAK XAKAAKAKE XXX KK AKEXXXXAXHK, Sendo que 0 X poderd assumir valores 1 ou 0 Como podemos deduzir, um octeto binario é representado por dois nimeros hexadecimais. Isto significa que 4 bits formam um numero hexadecimal Hexadecimal 6 uma notagdo base 16, significa que possui somente 16 valores possiveis. Veja a correlagdo abaixo entre hexadecimal e decimal Hexadecimal Decimal AmMoOODPLeVAHAWNAO Para convertermos um numero bindrio em hexadecimal uma das possibilidades é considerarmos 0 sistema de “peso” da posicdo do bit. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 30 Suponha a posigdo dos 4 primeiros bits menos significativos, ou seja, da esquerda para a direita: Bits 3 2 1 0 (em computacdo o primeiro bit menos significative 6 o da posigdo ou bit zero - por conven¢ao) Peso 8 4 21 masporqué? Porque a representagdo “8 4 2 1" so os "pesos" dos bits que serao usados para fazer a conversdo. Observe que em qualquer base numérica a posigéo dos digitos tem peso: Base Decimal= milhar —_centena_~—unidade _(posi¢do._ dos _ntimeros) 10” 10' 10° (valor posiga« base numérica elevada no algarismo da posigao) 100 10 1 (valor do peso) 2 1 0 (posigéo dos bits) 16? 16' 16° (valor numérico na posicao) 256 16 1 (peso) Base Bindria= 3-2 1 _O (posigo dos bits) 2° 2? 2! 2° (valor numérico na posicao) 8 4 2 1 (peso) Como jé citamos, uma das técnicas utiizadas para fazer a conversio do nimero bindrio em hexadecimal é dividir os 8 bits do nimero binario em 2 grupos de 4 bits e depois fazer a conversao de binério para decimal utilizando 0 conceito do "peso" da posigdo dos bits ‘Achando o valor em decimal, para finalizar, converte-se o valor achado para hexadecimal (exempio 0 “14” em decimal vira 0 “E” em hexadecimal). Vejam mais detalhes a seguir. Neste sistema, entdo, procede-se da seguinte maneira: Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 31 Representando somente um octeto, faz-se a converséo para decim: AXXXXXXX Separando em 2 partes de 4 bits cada, fica; XXX Usando 0 esquema de valores decimais pai cada bit, segundo sua posigao, fi XXX 8421 8421 XX XX X XXX Veja 0 exemplo abaixo de bindrio convertido para decimal 10111110 Separando 0 octeto em duas partes de 4 bits cada. 421 8 421 Valores decimais correspondentes a posig&o. 1011 1110 Efetuando a operagao de conversdo, teremos: 1x8 Ox4= 1x2 1x1 " Decimal 11 corresponde a B em Hexadecimal. 1x8 1x4 1x2 ox1=0 4 Decimal 14 corresponde a E em Hexadecimal, logo: Portanto, o nimero bindrio 10111110 coresponde ao hexadecimal BE Outro exemplo: Obindrio 00011001 — convertendo 0001 emdecimalfica1 logo, 1 decimal = 1 hexadecimal. 1001 emdecimalfica9 logo, 9 decimal = 9 hexadecimal Entao teremos o binério 00011001 que corresponde ao 19 hexadecimal. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 2.5.1.4 ARP ou Address Resolution Protocol © protocolo ARP possui a fungdo de localizar um enderego fisico (MAC) a partir de um enderego légico (IP). Voltando ao ponto em que comentévamos sobre a insereao do enderego MAC no campo de SA e DA do quadro Ethernet. Todos os elementos de rede que operam com Ethernet mantém uma tabela que relaciona 0 endereco Iégico IP com o endereco fisico MAC. Esta tabela é conhecida como Tabela ARP. Quando um emissor ao preencher 0 campo DA néo encontra na Tabela ARP um MAC relativo a um IP conhecido, é ativado um protocolo conhecide como ARP que faré uma solicitagdo requerendo da Maquina portadora do IP conhecido, a informaciio de seu enderego fisico (MAC). Esta solicitagao é feita através de um endereco de Broadcast, que é enviado a todos os elementos da rede. Todos os elementos da rede devem aceitar esta solicitagao, porém somente o “dono” do IP informado na solicitag4o respondera com a informacao de seu MAC. O segmento da rede onde a transmissao do Broadcast alcangar é chamado de dominio de broadcast. © emissor solicitante da informagdo acrescenta 0 novo MAC na sua tabela ARP, podendo assim completar os dados do campo DA no quadro que seré enviado a camada fisica. 2.5.1.5 Padrées Ethernet e tipo de cabeamento O padrao Ethemet tem tido um desenvolvimento constante, sempre com ganhos em termos de performance. Isso se deve muito as melhorias no meio fisico empregado, seja ele par trancado, cabo coaxial ou fibra dptica. A seguir apresentamos as primeiras redes padrdo Ethernet e posteriormente uma tabela com o desenvolvimento mais completo. 10BASES = 10Mbps; 500 metros de comprimento; * 100 usuérios por segmento; © No maximo 4 repetidores; * Utiiza coaxial grosso (Thick Coax) ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 33 Desvantagens do cabo coaxial grosso: E relativamente rigido e dificil de ser manuseado, pois o seu diametro é cerca de 1,25 cme utiliza conector AUL. 10BASE2 Cheapernet: = 10 Mbps; © 185 metros de comprimento; © 30 usuarios por segmento; * Repetidores de sinais; * Utiliza cabo coaxial fino e leve (Thin Coax). Vantagens: facil instalago, redugdo dos custos em hardware e na instalacdo (desenvolvimento dos conectores BNC). Desvantagens: nao suportava muitas estagées (reflexdo do sinal causada pelos BNCs em T), fragilidade. 10BASE-T (twisted pair): ‘+ 10 Mbps; ‘* 100 metros de comprimento sem repetidores, utilizando de cabos de pares trangados; ‘* 1024 usuarios por segmento; ‘* Mecanismo de acesso CSMA/CD; ‘+ Topologia em estrela (Hub-and-spoke). Permite operacdes em: + Full Duplex; * Half Duplex; * Os dois ao mesmo tempo. 10BASE-F (Fiber-Optic): 10 Mbps; 2000 metros de comprimento sem repetidores; 1024 usuarios por segmento; Utiliza a fibra éptica. Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Caracteristicas da fibra éptica: * Dimensdes Reduzidas; + Capacidade para transportar grandes quantidades de informagao (Dezenas de milhares de conversagées num tinico par de fibras); * Atenuagao muito baixa, que permite grandes espagamentos entre repetidores, com distancia entre repetidores superiores a algumas centenas de quildmetros; + Imunidade as interferéncias eletromagnéticas; * Matéria-prima muito abundante. Depois desses primeiros padrées, houve a adogdo do protocol Ethernet como padrao de facto do mercado de redes locais. Nos anos seguintes a esses primeiros padrées, surgiram 0 padréo GigaEtheret, 10GigaEthernet, 40GigaEthemet atualmente o padrao 100GigaEthemet esta em desenvolvimento. Por outro lado, o par trangado avangou nas suas categorizagées, pariindo do CAT3 (10 Mbps) para as atuais CAT7 e CATS (40 Gbps), este ultimo também em desenvolvimento A fibra Optica, por sua vez, foi sendo aperfeicoada e diversificada, surgindo modelos de fibra épticas para laser otimizado (VCSEL), possibilitando uma maior taxa de transmisséo com um maior alcance fisico. Na rede local se discute atualmente a tecnologia de redes de fibras 6pticas passivas (OLAN - Optical LAN). Os especialistas afirmam que o custo da implementacao de uma rede local com essa tecnologia esta chegando préximo a de uma rede cabeada com par trangado. As fibras épticas continuam sendo pesquisadas e tendem a tornar-se o meio fisico do futuro nas redes locais. Atualmente as fibras 6pticas possuem a categorizacao de OM1 até OM4. Veja a seguir a figura com a evolucao das redes Ethernet. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 35 2.5.1.6 Evolugao da Ethernet Tabela 2.1 Evolucao Ethernet.’ 1OGBASE-T — 10Gbps - Ethernet sobre Par trancado n&o blindado (UTP) 1OGBASE-LRM — 10Gbps Ethernet sobre fibra multimode 2.5.1.7 Topologias Ethernet 0 protocolo Ethernet originalmente foi implementado conforme a topologia abaixo. 500m Terminador 25m Aig —_— —_ Transceiver —T 2 3 99 100 Figura 2.6 Topologia em Barramento com Cabo Coaxial Grosso.’ Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 36 © que acontece nessa topologia € que qualquer informagdo colocada no cabo alcanga todos os hosts da rede, ficando dbvio que quando uma maquina esta transmitindo nenhuma outra poder fazé-lo. Essa topologia forma o que chamamos de um Unico Dominio de Colisao. 2.5.1.8 Método de acesso ao meio Devido ao problema visto acima, se criou uma técnica que controla 0 acesso a0 meio chamada de CSMAICD, que basicamente orienta os elementos presentes na topologia a “escutar” o barramento. Se n&o houver tréfego, entéo o host que necessita iniciar uma comunicagéo acessa 0 meio. Todos os outros hosts detectam © tréfego no barramento e aguardam até que o cabo fique livre para poderem trafegar. 2.5.1.9 Coliso Pode acontecer que dois hosts ao “escutarem” o barramento percebam que nao ha tréfego e iniciam ao mesmo tempo uma transmissdo, causando 0 que se chama de colisdo. Nesse caso, 0 CSMAICD orienta os hosts a provocarem uma tempestade de colisdo para informar a todos os elementos da rede de que esta navendo colisoes e que ninguém deve transmitir. Ao mesmo tempo orienta para que cada elemento da rede aguarde um tempo aleatério antes de tentar iniciar novamente uma transmissao (back off. 2.5.1.10 Desenvolvimento do padrao Ethernet Com o passar do tempo, novas tecnologias e técnicas foram sendo introduzidas nas. redes Ethernet, tais como: Barramento em Estrela, com 0 uso de equipamentos que centralizam o cabeamento conforme podemos ver na figura abaixo. Cabos de par trangado Switch 1000 BASE-T 100m Maximo 2.7 Topologia em Estrela com uso de Hub ou Switch.’ 13 14 Figui ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 37 Existe também a topologia em anel (Token Ring), que na realidade é uma tecnologia concorrente do padréo Ethernet proposta pela IBM, onde a saida de um computador se liga na entrada do outro, formando um circuito em série. meio de acesso usa 0 chamado sistema de contengao. Cada computador recebe sua vez para transmitir quando possui a permissdo através de um token (bastao), Cliente = —_. as = Cliente =a Cliente’ Figura 28 Topologia em Anel ou Token Ring." 2.5.1.11 Hub Equipamento que disponibiliza uma topologia fisica em Estrela, porém, devido sua caracteristica operacional, continua provendo uma topologia Légica em Barramento, isto porque um sinal emitido por uma porta do Hub ¢ retransmitido a todas as portas ao mesmo tempo, formando um grande Dominio de Colisao. Na topologia em estrela com Hub temos também um tinico Dominio de Broadcast (pois quando um pacote de broadcast for enviado por uma porta do hub, este tiltimo repetira o sinal para as demais portas). 2.5.1.12 Switch Equipamento que disponibiliza uma topologia fisica e légica em Estrela devido a caracteristica de operagao de sé transmitir dados na porta onde esta ligado o host envolvido em um enlace. Por exemplo: Um transmissor e um Receptor. Figura 2.9 Switch Cisco 2950. Fonte: Cisco.com ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 38 Isto cria diversos dominios de colisio menores. Na condigao de trafego normal ndo haverd coliso uma vez que se formam, com 0 uso de Switch, circuitos individuais e colisGes somente podem acontecer quando for transmitido um Broadcast. Desta forma, 0 Switch proporciona na rede a quebra do dominio de coliséo, mas ainda mantém um grande dominio de Broadcast. 2.5.1.13 Informagao complementar sobre o protocolo Ethernet, Como dissemos anteriormente, no Modelo TCP/IP original de 4 camadas as fungdes das camadas 2 e 1 foram agrupadas em uma Unica camada chamada de Acess Rede. 0 protocolo Ethernet, operando nesta camada entéo, possui na sua estrutura uma divisdo de fungdes que so executadas por: LLC- Logic Link Control, é uma subcamada que interage com os dados recebidos da camada superior (Internet). MAC: Media Access Control, é uma subcamada que passa a executar a interface entre os dados fornecidos pela subcamada LLC e 0 meio fisico (nha). Veja figura abaixo. Camada de Enlace Subcamada ttc _ Subcamada MAC Figura 2.10 Camada fisica e camada de enlace com suas subcamadas.' 2.5.2 Protocolos de enlace na rede WAN Para interligar a rede LAN & uma rede WAN (rede de longa distancia) existem protocolos da camada de enlace especificos, tais como: + PPP * HDLC © Frame Relay + AT™ Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Todos esses protocolos possuem um quadro ou frame semelhante ao exibido abaixo, 0 qual na realidade é o frame do protocolo PPP. © PPP é um dos protocolos de enlace mais utilizados em redes de Longa Distancia (WAN). Os dados recebidos da Camada 3, assim como com outros protocols da Camada 2, séo encapsulados de acordo com as regras especificas do PPP e passam a serem transmitidos na linha através da Camada Fisica. 2.5.2.1 Quadro PPP Veja os campos do Quadro PPP na figura a seguir. FLAG | ADDRESS | CONTROL | PROTOCOL) DADOS | FCS | FLAG ori} 111111 | o0o000tt onnittta byte 1 1 1ou2 —varidvel 20u4 ‘byte Figura 2.11 Formato do Quadro (Frame) do protocolo PPP."” Pela propria definigdo vista nos requisitos acima, 0 quadro PPP devera ser capaz de enquadrar um pacote proveniente da camada superior, especificar 0 protocolo ao qual ele pertence e entregar no outro ponto o pacote completo. Para isso, 0 quadro precisa reservar um espaco extra para a informacao de controle. 0 quadro contém ‘os seguintes campos: 19 - Todo quadro comega e termina com um byte de valor 01111110. Enderego - Por enquanto apenas 0 valor de broadcast é utilizado: 11111111. 0 PPP permite que este ndo seja enviado. Controle - Apenas 0 valor 00000011 foi especificado até o momento. 0 campo foi criado prevendo a necessidade de abranger mais de uma especificagao. E possivel no transmiti-lo, assim como o campo de endereco Protocolo - Este campo informa ao receptor PPP a quel protocolo da camada de rede pertence 0 pacote enquadrado como informacao. Ao receber um quadro, 0 receptor verifica a existéncia de erros e em caso negativo repassa os dados ‘encapsulados - o pacote - ao protocolo apropriado. O RFC 1700 define os cédigos utiizados pelo PPP. Como exemplo temos o IP (21h), 0 DECnet (29h) e o protocolo de controle de enlace PPP (C021h), ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico Informagao - Contém o pacote encapsulado proveniente da camada de rede. 0 comprimento maximo padro deste campo é 1500 bytes, embora seja possivel a mudanga na primeira vez em que o enlace é configurado. Verificagao - Utiiza um cédigo de redundancia ciclica, padrao HDLC, para detectar erros de bits em um quadro transmitido. Assim como o PPP, o HDLC € utilizado em redes WAN. Cada frame do protocolo HDLC pode conter seis campos. 0 frame é constituido basicamente de: campos flag (bandeira) de inicio e fim, campo de endereco, campo de controle, campo de informagdo e campo FCS. Nas transmissdes de multiplos frames, o campo flag de fim de um frame pode servir como flag do préximo. Como nosso foco aqui é 0 estudo de LANs Virtuais, néo vamos nos estender no estudo dos protocolos de redes WAN. Citamos 0 protocolo PPP apenas para exempiificagao. Se vocé precisar conhecer um pouco mais sobre redes WAN indicamos nosso livro Introdugao as Redes WAN: redes de longa distancia (vide detalhes nos anexos deste livro). 2.6 RESUMO A camada de enlace prové a comunicagao entre dois equipamentos vizinhos num link de dados e monta o Frame que vai ser transmitido entre esses ‘equipamentos. A unidade de dados padréo dos protocolos da camada de enlace (PDU) é o frame ou quadro. A camada de enlace trabalha com os enderegos fisicos (na LAN também chamados de enderegos MAC ou enderecos de hardware) que j4 vém pré- definidos do fabricante da placa de rede. Os principais protocolos da camada de enlace da rede LAN sdo o Ethernet eo Token Ring. Na rede WAN, os protocolos de enlace mais conhecidos séo 0 PPP, HDLC, Frame Relay ¢ ATM. Os principais equipamentos que trabalham na camada fisica sdo: switch na rede local e comutadores de nivel 2 no backbone da operadora (rede WAN). ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. 40 Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico CAPITULO 3 PROTOCOLO IP E A CAMADA DE REDE 3.1 INTRODUGAO. Neste capitulo iremos estudar um pouco mais o protocolo IP, a camada onde roda esse protocolo, ou seja, a camada de rede, os seus conceitos basicos e as suas principais caracteristicas técnicas. 3.2 CONCEITOS BASICOS DA CAMADA DE REDE 3.2.1 Fungao ‘A Camada 3 do Modelo de Referéncia OSI - denominada camada de rede -, também chamada de Camada Inter-Rede ou apenas Intemet no Modelo TCP/IP, é a camada que possui uma funcdo clara e bem definida: deve prover meios eficazes para encaminhar, através das melhores rotas, 0 conjunto de dados transmitides de uma origem para um destino, utlizando os enderecos légicos. Como isso é feito, serd visto a seguir. Apesar de, a primeira vista parecer complicado, se bem entendido, torna-se simples. 3.2.2 Funcionamento E de conhecimento geral de que para haver comunicagdo entre dois elementos é necesséria a utilizagao de uma linguagem comum isto é, se deve utilizar as regras e procedimentos iguais, ou seja, um mesmo Protocolo. Cada camada do Modelo OS! ou TCP/IP utiliza seus protocolos especificos, sendo indispensdvel a utilizagéo do mesmo protocolo na origem e no destino sempre que estes tenham uma comunicacao par-a-par, peer-to-peer ou ponto-a-ponto. Aqui cabe uma observagao. Muitas vezes a comunicagdo entre a origem e 0 destino nao é feita ponto-a-ponto, mas sim através de diversos dispositivos instalados no caminho. Esses dispositivos so chamados de nés intermedidtios. Os varios nés intermedidrios esto inseridos na rede de longa distancia, chamada de rede WAN (Wide Area Network), ou simplesmente de nuvem. Veja na figura a seguir. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Gauer. Direitos Reservados. 2014-2017. Figura 3.1 Protocolos de comunicacao. Note que numa ponta temos o Sistema Operacional Windows da Microsoft e na outra 0 OS/2 da IBM, ou seja: um aplicativo na origem serd implementado diferentemente no destino, porém par-a-par os dispositivos deverao comunicar-se usando os mesmos protocolos em todas as camadas. 3.2.3 Protocolos da Camada de Rede Encontramos na Camada de Rede dois tipos de protocolos: a- Protocolos de Roteamento. Tém a funcao de determinar e selecionar os melhores caminhos por onde seréo ‘encaminhados os Protocolos Rotedveis. Alguns dos Protocols de Roteamento so: BGP, OSPF, IGRP, EIGRP e RIP. b- Protocolos Rotedveis. Tém como fungao proporcionar uma estrutura capaz de identificar a origem e 0 destino dos dados gerados na Camada de Aplicagao e que serao encaminhados de um ponto a outro. Alguns dos Protocolos Rotedveis séo: IP, IPX e AppleTalk. 3.3 FUNCIONAMENTO DO PROTOCOLO ROTEAVEL IP 0 IP é chamado de protocolo rotedvel, pois € através dele que os roteadores determinam o caminho para envio dos pacotes de dados. Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 3.3.1 0 que é 0 protocolo IP? 0 Protocolo IP (Intemet Protocol) é um protocolo rotedvel que trabalha na Camada de Rede, mundialmente conhecido e usado no modelo TCP/IP. Por essa razio iremos nos focar no estudo das caracteristicas do mesmo, Vamos desenvolver nosso raciocinio considerando os dados sendo transmitidos e analisados da origem para o destino, ou seja, da Camada de Aplicagéo para a Camada de Rede, que é 0 objetivo deste capitulo. ‘A Camada 3, ao receber o conjunto de dados proveniente das camadas superiores, nao analisa se o conteido que chega possui informagées de uma camada ou de outra. Para a Camada de Rede, tudo o que for passado a ela é considerado um bloco unico de dados e que deve ser preparado com o objetivo de identificar a origem e 0 destino dos dados. Como o IP realiza essa tarefa serd detalhado em seguida. Verifique a figura 2 e procure compreender os passos que os dados originados na Camada de Aplicacéo devem seguir até a Camada de Rede (no mesmo computador). fo fl GC] _CEIET=) Figura 32 Encapsulamento no modelo OSI. Os dados gerados na Camada de Aplicagao (A) sdo passados para a Camada de Apresentagao, que insere seus controles antes dos dados (A-D), formando sua PDU no proceso chamado de encapsulamento. Por sua vez, a Camada de Apresentacao passa seus dados mais seus controles (PDU) para a Camada de Sessdo, que insere seus controles (S-A-D) antes dos dados recebidos, formando sua prépria PDU, e assim sucessivamente, até a Camada de Transporte, que realiza 0 mesmo procedimento, montando sua PDU (T-S-A-D) e a entrega para a Camada de Rede onde serdo tratados conforme explicacdes que detalharemos em seguida. Direitos Reservados. 2014-2017. ‘Ademar Felipe Fey e Raul Ricardo Ga Configuracao de Roteadores e Switches Cisco Nivel Basico 44 Inicialmente, 0 IP ao receber o bloco de dados proveniente da Camada de Transporte insere na frente desses dados 0 seu cabecalho de controle, montando a sua PDU (R-T-S-A-D). Devido a importancia do cabecalho do protocolo IP, iremos descrever os campos que o compée a seguir. 3.3.2 Cabegalho IP 01234567891011 12 13 14.15 16 17 18 19 2021 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 | tat | Comprimento Total Identificagdo | Flags | Desi Tempode Vida Verificagio da soma do Cabecalho Endereco de Origem Endereco de Destino Opgées + Preenchimento Figura 3.3 Campos do cabecalho no protocolo IP." 3.3.2.1 Campos do Cabegalho IP Version (Verso): 4 bits. A versao atual do protocolo IP é a 4. IHL (Internet Header Length - Comprimento do Cabecalho Internet): 4 bits Informa o comprimento do cabecalho Internet em palavras de 32 bits (4 octetos ou 4 bytes). 0 tamanho minimo do cabegalho é de 5 palavras de 32 bits (20 octetos), e 0 tamanho maximo (0 campo Option + Padding tem tamanho variével) é de 15 palavras de 32 bits (60 octetos). Aponta para 0 inicio do campo de dados. TOS (Type of Service — Tipo de Servico): 8 bits. E utiizado para indicar 0 QoS (Quality of Service - Qualidade de Servico) desejado. Seus bits caracterizam os servigos escolhidos para serem considerados pelos roteadores ao processar 0 pacote, como por exemplo, a precedéncia de um pacote. Um roteador (que as vezes chamado de gateway) pode em situagdes de grande congestionamento, por exemplo, aceltar somente pacotes com um certo nivel minimo de precedéncia. ‘Adi Direitos Reservados. 2014-2017. r Felipe

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