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CARMEM G. BURGERT SCHIAVON ADRIANA KIVANSKI DE SENNA ORGANIZADORAS ESCRAVIDAO, ABOLICAO E POS: EMANCIPACAO - “af aLei 10.639/2003 edesafios rn ee: © Carmem G. Burgert Schiavon e Adriana Kivanski de Senna 2016 ; SUMARIO Criagao da capa: Marcelo Franga de Oliveira Revisao: Liliana Mendes APRESENTAGAO, Formatagao e diagramagao: INTRODUGAO - OS TONS DE ENSINO QUE EMERGEM Joao Balansin A PARTIR DA LEI 10.639/2003 .. Gilmar Torchelsen 15 PARTE I: ESCRAVIDAO E ABOLICAO A PRISAO DE ESCRAVOS NA CADEIA PUBLICA DA Dados Interacionais de Catalogacao na Publicagdo (CIP) CIDADE DO RIO GRANDE NO PERIODO DE 1868-1870: Ficha catalografica elaborada pela Bibliotecdria Dra. Marcia Rodrigues, CRB UMA ANALISE COMPARATIVA ENTRE HOMENS E 10/1411 Z MULHERES.. issue AGES Olivia Silva Nery E74 Escravidéo, aboligo e pés-emancipagao : Lei 10.639/2003 e desafios contemporaneos / Carmem G. Burgert Schiavon, CAMPANHA PRO-EDUCAGAO: DAS PAGINAS DO Adriana Kivanski de Senna (Organizadoras). — Rio Grande: JORNAL A ALVORADA A CONTEMPORANEIDADE .. 33 Ed. da FURG, 2016. Natiele Gongalves Mesquita 181 p. zi. ; 21cm. A REPRESENTAGAO DO NEGRO ATRAVES DE ISBN: 978-85-7566-436-0 IMAGENS NOS LIVROS DIDATICOS DE HISTORIA res ae ; a E 9° ANO DA COLEGAO PROJETO ARARIBA APOS A 1, Brasil. [Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003]. 2. elcae ae bral a Cas shorbrastere «Esucie ABOLIGAO DO TRAFICO NEGREIRO NO BRASIL... 45 ensino. |, Schiavon, Carmem Gessilda Burgert. ll. Senna, Ana Paula Goncalves das Neves Adriana Kivanski de. x AFRICA: RELATO DE UMA EXPERIENCIA DE ENSINO CDU, 2. Ed.: 37.014.5(81) DE HISTORIA DA AFRICA NAS SERIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL DE Indice para 0 catdlogo sistematico: ENSINO FUNDAMENTAL GETULIO VARGAS .. 57 1, Brasil. [Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003] 37.014.5(81) Tatiana Carrilho Pastorini Torres 2. Educagao e Estado - Brasil 37.014.5(81) 3. Cultura afro-brasileira - Estudo e ensino 008(6:81):37 QUILOMBOS DO RIO GRANDE DO SUL: UMA TENTATIVA DE RECONHECIMENTO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS ....... 73 Lisiana Lawson & Fernando Milani Marrer: APRISAO DE ESCRAVOS NA CADEIA PUBLICA DA CIDADE DO RIO GRANDE NO PERIODO DE 1868-1870: UMA ANALISE COMPARATIVA ENTRE HOMENS E MULHERES Olivia Silva Nery’ INTRODUCAO Os escravos, por muito tempo, fizeram parte do cenario brasileiro. Desde 0 inicio do trafico de negros para o Brasil, a utilizagao dessa mao de obra, com o passar do tempo, passou a ser essencial, ndo sO para a economia geral brasileira, como também para os servigos domésticos. Pode-se dizer que até a aboligao da escravatura, em 1888, os escravos faziam todo e qualquer tipo de trabalho, principalmente os de forga e os que ninguém mais queria fazer, 0 que nado mudou muito no pos 1888 Grande parte dos estudos feitos aqui no Pais sobre a escravidao gira em torno das punigdes, das condicées a que os Negros eram expostos, e do fato que esse povo sempre foi alvo de violéncia fisica e moral. Essas péssimas condigdes eram vistas desde o navio em que eram transferidos, os tumbeiros, até os locais de venda, trabalho e moradia. No Rio Grande do Sul, nao poderia ‘Ser diferente, apesar de que, segundo Mario Maestri (1979, p. 29), a historiografia tradicional rio-grandense defende que o Rio Grande do Sul foi um produto apenas do homem livre e que o escravismo foi Paternal e benigno. No entanto, sabe-se que essa nao era a Tealidade gaticha da época, principalmente na cidade de Pelotas — Municipio que teve por muito tempo as Charqueadas como principal fonte econémica. Os charqueadores eram grandes senhores de @scravos, pois a charqueada nao funcionava sem a mao de obra €scrava, ainda mais levando em consideragado que o trabalho na mesma era visto como o pior trabalho existente para 0 negro ss aurea em Historia pela Pontificia Universidade Catélica do Rio Grande do Sul Be RS). Mestre em Patriménio e Meméria Social pela Universidade Federal de (URC) oP). Bachare! em Historia pela Universidade Federal do Rio Grande RG). Contato: olivianery@amail.com 23 | Segundo Molet, com a implementagdo da lei Eusébio de Queir6z, em 1850, que proibia 0 trafico interatlantico de escravos, a preocupagao com a corregdo dos escravos aumentou, e uma das maneiras utilizada pelos senhores de escravos era a priséo (MOLET, 2010, p. 2). E esse tipo de punigdo e corregao que sera analisado nesse artigo, tendo como fonte de pesquisa o Livro de Registro de entrada e saida da Cadeia (grafia da época) de Rio Grande dos anos de 1868 até 1870, encontrado para pesquisa no Centro de Documentagao Histérica “Prof. Hugo Alberto Pereira Neves”, da Universidade Federal do Rio Grande — FURG. Para a tealizagdo desse artigo, foi feita uma andlise da fonte e um levantamento de dados, além de leituras bibliograficas sobre o tema. © objetivo desse trabalho é fazer uma breve andlise comparativa entre os crimes cometidos por escravos(as) € OS castigos que estes receberam. Quais as diferengas e semelhangas que puderam ser encontradas com o estudo dessa fonte. Esta pesquisa ainda nao esta completa, visto que é possivel retirar muito mais informagdes do que estas que vao ser trabalhadas neste artigo. Inicia-se 0 artigo falando sobre os escravos na cidade de Rio Grande, em seguida, faz-se a andlise do livro e o levantamento dos dados conseguidos por meio do estudo da fonte, realizando uma breve comparacdo entre a priséo de escravos homens e de mulheres, seus crimes, caracteristicas, ocupagdes e tempo de estada na cadeia. O ESCRAVO NA CIDADE DO RIO GRANDE No século XIX, Rio Grande j4 era uma cidade bem conhecida em nivel regional e nacional, devido ao seu porto de extrema importancia para a economia gaticha. Por esse porto, diversos produtos entravam e saiam da cidade, e um desses produtos era o escravo que vinha com destino a Rio Grande, Pelotas, Jaguarao e a outras cidades da regido (MOLET, 2010, p. 2), e era vendido nas docas do Cais do Porto. Essa caracteristica comercial e maritima exigia que a cidade tivesse uma demanda de mao de obra compativel com a necessidade da cidade. Para a realizagdo dos trabalhos, dos mais variados, foi muito utilizada a mao de obra escrava. Natalia Pinto (2007, p. 61) relata, em sua obra, que os escravos eram utilizados para realizar os trabalhos dom es como também os ligados ao porto, comércio e ruas. Por nao ser uma cidade voltada para a agricultura, os escravos daqui de Rio Grande faziam, em sua 24 maioria, trabalhos urbanos que nao sao tao trabalhados pela historiografia como os escravos que trabalham nos engenhos, agricultura, etc. : As profissées mais realizadas por esses escravos aqui em Rio Grande eram: cozinheiros e cozinheiras, marinheiros, amas-de- Ieite, costureiras, alfaiates, sapateiros, quitandeiras, lavadeiras, ores, ou seja, diversos trabalhos ligados ao cotidiano urbano LET, 2010, p. 21). Esses servigos eram anunciados nos jornais locais, os escravos que realizavam um bom trabalho, na viséo de seu Senhor, recebiam elogios de seus donos quando estes eram colocados a venda ou para aluguel. A maior parte dos trabalhos domésticos era realizada por mulheres escravas, os homens faziam trabalhos mais pesados, ligados ao comércio e ao porto. E possivel verificar essa diversidade de profissao entre homem e mulher na analise do livro de registro da Cadeia de Rio Grande, em que os escravos, quando dao entrada na cadeia, tem suas caracteristicas e ocupagao citadas. O escravo era essencial para o andamento da cidade e de sua rotina urbana e doméstica, e, ao realizar seu servigo, este entrava em contato com outros trabalhadores escravos, livres e 0 restante da populacdo. Esse contato preocupava certos senhores de €scravos e autoridades, visto que os escravos deveriam ter uma Conduta moral adequada. Quando suas atitudes nao condiziam com que 0 que as autoridades pensavam e esperavam, os escravos @ram punidos e esta punicdo era feita tanto para homens quanto Para mulheres, mas estas eram as que mais sofriam os preconceitos @ punigdes quando agiam de maneira que nao agradasse seus Senhores (MOLET, 2010, p. 29). Para Molet (2010, p. 37), essa punigao e preocupagado com a Moral com que os escravos agiam, e, principalmente, as mulheres Geveriam ter, é consequéncia “do projeto de corregao de mao de obra Para o mercado livre” — projeto que fazia com que os senhores acreditassem necessaria a disciplina de seus escravos para manter tal mo de obra. Para entender melhor parte dessa punigdo, vamos analisar o Livro de Registro de Entrada e Saida de Escravos na Cadeia do Rio Grande. ANALISE DO LIVRO DE REGISTRO DE ENTRADA E SAIDA DE ESCRAVS NA CADEIA DA CIDADE DO RIO GRANDE (1868-1870) oa O livro que sera analisado a seguir faz parte do acervo de ariedades e Raridades do Centro de Documentagdo Historica, 25 vinculado ao Instituto de Ciéncias Humanas e da Informagao da Universidade Federal do Rio Grande. Na abertura do livro, encontra- se 0 seguinte termo: Este Livro hade servir na Cadéa Publica para os apontamentos das entradas e sahidas dos escravos em geral, presos e fugidos e recolhidos correcionalmente e leva no fim © competente termo de encerramento. Cadeia Civil na Cidade do Rio Grande, 6 de Junho de 1868. O livro tem um total de 398 escravos registrados durante esses dois anos, entre eles, homens e mulheres com diversos crimes e profissdes. Desses 398, 104 séo mulheres — 0 equivalente a 26,12%, um numero bem menor em relagaéo a quantidade de homens escravos que deram entrada na cadeia. Conforme descrito, quando o escravo retorna a prisdo, néo recebe um novo numero de registro, a nova entrada é anotada abaixo do primeiro crime para que nao haja repetigdes de escravo. Assim, pode-se ter controle do quao “rebelde” era esse escravo, pois é possivel saber quantas vezes ele entrou na cadeia neste periodo. A cadeia faz a anotagdéo das informagdes basicas do escravo quando este chega a cadeia municipal: nome, filiagdo, idade, altura, naturalidade, profissao, caracteristicas fisicas, nome do seu Senhor, etc. Abaixo, um exemplo de registro de uma escrava que deu entrada na cadeia no ano de 1868: No trecho acima, é possivel verificar diversos fatores importantes, como a dupla entrada de Josefa na cadeia, mostrando © controle que eles tinnam de cada escravo. Nota-se que a segunda entrada foi feita no ano de 1873, trés anos apés 0 fechamento do livro, mas, mesmo assim, foi feito o registro — para nao haver repeticao de nome e um maior controle do comportamento dos escravos. O periodo que esses escravos permanecem na cadeia também 6 um fator importante, pois nunca ultrapassa 15 dias, isso pode ser explicado pela falta que o escravo fazia para o seu Senhor, sendo seus servigos indispensaveis para seu cotidiano. Outro motivo pode ser o desgaste que o escravo sofreria ficando mais tempo preso, 0 que prejudicaria sua qualidade de servicgo e, Obviamente, nao era do interesse de seu dono. As mulheres, em sua maioria, ficaram presas no maximo durante sete dias, sendo que algumas passaram apenas algumas horas na cadeia. Com relagao as profissdes, a variedade delas 6 bem maior quando se trata dos homens, as mulheres tém uma variabilidade menor — apenas oito tipos de profissao diferentes encontradas neste livro; ja os homens havia trinta e quatro. Segue uma tabela com as profissGes de escravos e escravas que puderam ser encontradas no teferido livro. TABELA 1 — Profissao dos homens escravos presos na Cadeia Publica da cidade do Rio Grande (1868-1870) Profissao Guantidade Nome Entrada Crime ‘Observagées | | Maritimo it 7868 N° 17 Entrou nesta Por andar Porordemdo | | Trabalhador 76 Josefa escravade | Cadeia em 1 de fugida Sr. Delegadode | | Servente Oo Lauriana Saraiva da | julho do corrente Policia foi solta em Pintor 06 S4 Tem 58 anno as 10 horas 9dejulhode | | Marinheiro 39 pollegadas de altura, | da noite conduzida 1868. | Garhador o7 filha de Joao e por um Policia a | @ Gariareiro OT Marcelinha, idade 17 | ordem do Sr. | Sartceko 04 annes natural d'esta Delegado de | SSerioio 37 Provicia residente Policia. | fet 7 nesta Cidade. | Tornouaentrarem | Arequizigéo | Por portaria do | ah Profisséo cozinheira | 17 de Janeiro de do seu Sr. Delegado de | Gozinheiro de Vapor-gerente Oo solteira, ndo sabe | 1873 as 4 horas da Senhor Policia foi solta em ai edrelro 05 ler, cbr preta, tarde conduzida 20 de Janeiro de fecor_de prato Se cabellos carapinhos, | porumG.N.a 1873. Cozinheiro 36 olhas pretos nariz ‘ordem do Sr. Sapateiro 05 chato, boca regular, Delegado de Barbeiro 02 rosto redondo. S.P. Policia. : Gareteiro o7 Vieiefn. Padoiro 06 FONTE: elaboragao propria. 26 27 Continuagao Profissao Quantidade Tamanqueiro ot Alfaiate 02 Carpinteiro (Yd Fogueteiro Of Maroeneiro 08 Logista 01 Pescador 01 Leiteiro 03 Toneiro Ot Ourives 2 Cameador 03 Veleiro 02 ‘Armador 3 1 Calieiro 1 Nao citado 06 TOTAL 204 FONTE: elaboragao propria. TABELA 2 — Profissao das mulheres escravas presas na Cadeia, Publica da cidade de Rio Grande (1868-1870) Profissao Guantidade Cozinheira 48 Quitandeira 05: Lavadeira W Costureira 16 Mucama O41 Engomadeira 02 Servigos domésticos 19 Nao foi citado 02 TOTAL 104 FONTE: elaboragaio propria. Como mostram as tabelas, 0 livro da cadeia comprova que os homens tinham os trabalhos mais voltados para os servigos bragais, pesados e urbanos, ja as mulheres tém seis das sete profissdes voltadas para os servicos domésticos, sendo somente a quitandeira uma mulher de trabalho urbano e comercial. Porém, podemos notar que a profisséo de cozinheiro e cozinheira é compartilhada por homens e mulheres. Quando é citada a profissao trabalhador, supée-se que este faz qualquer tipo de trabalho para o seu Senhor, nao realizando uma atividade Unica e especifica, diferentemente dos outros escravos que tém atividades especificas, e das mulheres que ndo apresentaram, em nenhum momento deste livro, esse tipo de atividade mais geral. 28 Focando agora mais nas mulheres, vamos analisar os crimes cometidos por elas nesse periodo, tendo em conta de que a mesma mulher pode ser presa mais de uma vez cometendo crimes diferentes. O numero de crimes seré maior do que o numero de mulheres registradas; o livro possui 130 crimes registrados e 104 mulheres — 0 que nos mostra uma diferenga de vinte e seis. TABELA 3 - Crimes cometidos por mulheres escravas segundo o Livro de Registro da Cadeia Publica do Rio Grande (1868-1870) Crime. ‘Guantidade Por estar de ajuntamento fora de horas 03 Por batuque fora de hora 01 A requizioao do seu Senhor EY Por correigao 12 Por andar fugida | 7 Por andar fora de horas 09 Por andar auzente da casa de seu Senhor 02 Veio apresentar-se a autoridade Oo Por embriaguez 02 Por desordem 03 Vinda de outras cidades 1 Por indagacées Of FONTE: elaboragao propria. Quando na coluna Crime, a que informa qual crime o escravo cometeu, aparece “A requizigdo do seu Senhor”, na Tealidade nao é um crime, mas quer dizer que 0 escravo ou escrava foi preso por vontade e pedido do seu Senhor. O motivo que levou o Senhor a pedir a prisdo de seu escravo nao é encontrado no livro, mas Supde-se que por mau comportamento do mesmo. A tabela nos mostra de que a grande maioria das escravas presas equivale a 67,6% das escravas presas devido a requizic¢aéo de seu Senhor; €nquanto apenas 3,8% delas foram presas por embriaguez ou desordem. Ja, numa andlise da criminalidade masculina, foi possivel identificar um numero bem mais expressivo do que o encontrado Nas mulheres. Pe Na analise dos crimes masculinos, sao encontradas outras Criminalidades que s&o ausentes nos registros femininos, algumas as como brigas com outros escravos, infragdéo de posturas, mere. jogatina; ademais, por ser pego carregando charque, @0 respeito com seu senhor, furtar galinhas, por ser entaco no interior da casa da familia © por tocar gaita. Com er, lados, € possivel levantar outros questionamentos: Teriam as eres escravas um melhor comportamento? Ou as escravas 29 _ eram mais discretas ao cometer as infragdes? Essas sao apenas algumas das questées que ainda precisam ser respondidas para melhor esclarecer esses fatos — para responder, é preciso fazer um estudo mais aprofundado sobre o assunto, buscando outras fontes e bibliografias CONSIDERACOES FINAIS O estudo da escravidaéo em Rio Grande ainda é um assunto com grandes lacunas, principalmente se tratando de pontos mais especificos como as relagdes de género, atividades, punigdes e outras. A analise do Livro de Registro da Cadeia Publica de Rio Grande possibilitou a diminuigado dessa falta de informagées na area com o levantamento de alguns dados e questionamentos, mostrando sua colaboragao para a historiografia local. Com este trabalho, foi possivel identificar quais sao as principais diferengas e semelhangas entre os escravos e as escravas que deram entrada na cadeia de Rio Grande durante o periodo de 1868 a 1870, sobretudo as profissdes e crimes cometidos pelos mesmos. No entanto, ainda ha muito a ser feito e pesquisado na area e, também, sobre a fonte primaria utilizada para a confeccao deste artigo. Estas e outras questdes foram levantadas no final do trabalho, a fim de indagar o leitor, sugerir outras pesquisas nesse tema e mostrar como ainda nos falta conhecimento sobre a vida desses escravos na nossa cidade. FONTE E REFERENCIAS Livro de Registro da Entrada e Safda de escravos na Cadeia Publica de Rio Grande, 1868. Disponivel no Centro de Documentagao Historica “Professor Hugo Alberto Pereira Neves” - FURG. ALVES, Francisco das Neves; TORRES, Luiz Henrique. A cidade do Rio Grande: uma abordagem hist6rico-historiografica, FURG: Rio Grande, 1997. MAESTRI FILHO, Mario. O escravo africano no Rio Grande do Sul. In: DACANAL, J. H. RS: Economia e Politica. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1979. MATTOS, Regiane Augusto de. Histéria e cultura afro-brasileira. Sao Paulo: Contexto, 2009, pp. 100-150. MOLET, Claudia Daiane Garcia. Trabalho e Correcao de mulheres negras na cadeia da cidade do Rio Grande-RS (1868-1874). Comunicagao apresentada no Encontro Estadual de Histéria— ANPUH-RS, 2010. 30 PASTORINI, Tatiana Carrilho. Castigo em escravos na cidade de Rio Grande (1868-1874). In: BIBLOS, Rio Grande, 17: 179-185, 2005. PINTO, Natdlia Garcia. Rio Grande e sua Cidade Negra: A escravidéo urbana nos anos oitocentos do século XIX [1848-1852]. Trabalho de Gonclusdo do Curso de Histéria. Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Rio Grande, 2007. 31

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