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Narrativas sequenciais Hist6rias visuais que empregam mais de uma imagem séo chamadas de narrativas sequenciais. Os elementos da narrativa (as cenas) sao reunidos para formar uma natrativa maior, Esse fendmeno é mais comum na leitura de historias em quadrinhos e mangés. Ao estudar algumas tribos primitivas, 0 antropélogo Claude Lévi-Strauss (1908-2009) examinou profundamente a relagdo entre elementos isolados dentro de uma cultura e a relacdo deles com um sistema mais amplo, Nesse trabalho, ele focou o estudo sobre narrativa; em especial, a natureza do mito dentro da sociedade, o que, segundo ele, era praticamente a mesma histéria endo recontada repetidas vezes, com alterag6es insignificantes na ordenagao dos elementos-chave. Ao analisar a estrutura do mito, Lévi-Strauss reduziu a historia a seus mais simples componentes possiveis; ele os chamou de mitemas. Ele enxergava 5 mitemas como um pacote de relagées. Ignorando o fenémeno “narrativa” ‘onde uma ago decorre de outra, Lévi-Strauss reorganizou a percepgao de mito para que tipos de mitemas fossem colocados em grupos um com o out. Mito pode ser organizado em colunas de miternas agrupados (eventos individuais e interagdes) e fileiras de nerrativas —essa organizagao resulta em um eixo sintagmético (sequéncia horizontal da narrativa) e um eixo paradigmatico (agrupamento vertical de relac6es), Em outras palavras, conforme a narrativa avanga, ela também se move para cima; cada estdgio torna-se um novo obstdculo que precisa ser ultrapassado pelos) protagonista(s). ‘A maioria das narrativas € construida dessa maneira. Por exemplo, um livro pode ser dividido em varios capitulos, cada um formado por uma série de eventos e descrigdes que, quando reunidos, formam uma unidace significante de narrativa, 3 | © protagonista enfrenta | seus problemas e reconauist® 2 a habilidade de ser felz © protagonista descobre a razo de sua infelicidade. 1 | | 0 protagonista esta infeliz Estas unidades (grupo de mite até que o autor n 21um ponto, onde néo conseguimos mais imaginar algo acontecendo posteriormente —em outras palavras, FIM de Lévi-Strauss sobre a relacdo entre os elementos dentro da narrativa levou ao Estruturalismo, representado pela Escola de Paris, na décadla de 1960, Um de s maiores defensores, Roland ou brilhantemente sobre texto em ob arthos (1915-1980) te6ricas classicas, tals como, xt (1978). Nosse uitimo, Barthes fa ical, e também um eixo horizontal natrativa ter um eixo ve .guir 0 desenro E preciso reconhecer os outros patamares de sua construgéo, fenago izontais (links) da narra fa costurada para ler (ouvir) uma narrativa ndo basta ver de palavra palavra, também 6 pre mover-se como as narrativas sequenciais s4o regidas por regras quanto Le ila & estrutura da histéria, s80 também regidas por convengoes visuais. Isso 6 especialmente importante na criagao de histérias em quadrinhos e mang: ‘em que existem convengées relacionadas ao tempo (os intervalos de espaco entre as imagens), ao tratamento do texto, ao enguadramento visual up, plano aberto, e assim por diante} e & disposigao hierarqui ss Imagens na pagina. eastas apropriaram-se da linguagem visual dos quadrinhos. Antes de enfrentar 0 desatio de escrever e ilustrar sua prépria histéria, seja um liv infantil ou uma histéria em quacrinhos, é importante estudar aestrutura e as convencées visuals que cefeam uma narrativa sequencial. the ajudard @ entender 0 género da narrativa por completo, e chamard para as expectativas do publica em relagao a sua hist6ria sar a descricdo e a narrativa na criagao de oédigos, os ilustradores convengées de alegoria, humor e metAfora, (clos interessante notar que os primeiros ci também usam 2 Metéfora Oconceito de me ‘como forma de fazer comparagoes (geralmente, de uma forma poética) entre ‘duas coisas. Por exemplo, um flo de seda enrolado ao redor de um pedago a 6 empregado em muitas formas de comunicacdo, bruto de madeira poderia ser usado como uma metafura para a ligagdo Lady Chatterley e seu gamekeeper, uma hist6rla de amor entre uma muther Be Hae c < romance O amante de Lady Chatteriey (1928), oven que ela morando no apts de D. H. Lawrence. pues ees 2e tao popular g 5 ilustradores geralmente também usam a metdfora como forma de resumir uma sityagao complexa, de uma maneira simples e dela, para que 0 piblco possa entendé-lafacilmente. Por exemplo, o artista El Lissitzky resumiu a batalha entre os Brancos (Ts (russos bolcheviques) ao desenhar um simbolo que é um peerturando um cfreulo (branco) © um operairio, no 3308 czaristas) e o Vermel ‘ounha (vermelna) tar lugares, Por exernplo, As metdlors também podem ser usadas para reprosett se equentemente usada para desig he Big Apple 6 uma metaforafreque ar ct Bootipo de caso em que o cliché &téo usado que esta semnre rena eyada para tomar uma mensagem mais acektével au aceestvel Pa E empregada para tomar uma mensa jo acest co pablico. Em particular, a alegoria ¢ frequenterente usada na conlaGs deh para um piblico jover. Por exemplo, se George Orwell ves a crito um tratado académico sobre os problemas relacionados ao comunisiné poucas pessoas 0 tetiam lido. No entanto, ao transformar esse ose omplexo em um romance alegérico, chamado A Revolugdo dos bichos (Animal Farm, 1945), Orwell abteve sucesso na comunicacao de suas ividas a respeito do comunismo, para milhoes de pessoas. A histéria teve tanto apelo popular que, em 1954, virou uma animagao em longa-metragem. Humor Embora humor e a graga sejam quase impossiveis de serem defiidos, dlesce os percalgos corporais¢tisicos de Buster Keaton, Laurel e Hardy até a comédia absurda Monty Python’ Flying Circus, o humor na imagem é baseado principalmente sobre uma situagdo. Em cartuns, encontramos personagens ilusres, ais como celebridades e polticos, em ambientes estranhose sitvagées emibaracosas @ engragadas —eles esto sendo cozidos vives, flagrados com as calgas abaixadas, ou sea, fazendo coisas malucas que nos farGo rr muito, bem onge da imagem que eles cuidadosa- ‘mente constroem nas aparigbes publcas. Essas imagens satricas 680 ‘Populares porque sao criadas para acabar com a lusdo e para promover 2 verdade em nossas sociedades, de uma forma bem-humorada A sutleza também é inerente & preciso com a qual os ilustradores descrever as coisas —sejam elas fisicas (por exemplo, pessoa, lugar ou animal), ou um fenémeno (por exemplo, nossa preocupagao atual em ‘elag0 ao aquecimento global). Se for bem observada © bem comunicada © piblico responder a essa preciséo, : ‘Como podemos mudar cédigos jé existentes? Em todas as artes expressivas, existem pioneiros que procuram desenvolver novos c6digos, Eoses inovadores provurai tender as mudangas que ®correm no mundo em que vivemos, criando novos cécigos que refitam essas mudangas. Esse tipo de progresso & normalment ossuidor de seis componentes (as vezes, interde eeonémico, juridico, poltico, social e tecnoidgico. Historicamente, esses inovadores t8m se situ disciplinas aristicas, ou operado no mercado uy Em ambos os casos, isto tem permitido que el liberdade para explorar novos sistemas de o6 de alienar piblicos ja existentes, fe descrito como pendentes): ambiental, 4ado no fim da linha de suas nderground da cultura popular. es tenham uma grande idigos, sem a preocupacéo 70 eerie Ss ae Na parte superior New York end Texas, de Fepe Fatale Us Penteado, Esto Maeryicao Colagem dail om o uso.de Phat 0 Ista, 2008 lusrago para a ova Fortune. Esta mertage rementa vos ciche quo sao represen {de Nova Yorke Texas, 0s rete prea uma nova magam. con um novo sepiiae® No contra, 2 Cana da erimagio Arial Fan (Ae ‘bichos), iia e rida por Haas @ Bale 1254, Ese me, baseado nolo Poneto, George Orel fl mito bom conwerico en apresentacio armada, que usou a ert Alegria do escitor na exloragto do de colocar desloge policas na prétic® Na pat interior Ceres Sr ten on fragt para um aeral ca WN 28 Oats won share panos 28 Iris doprearsao corpora geaat uate Exemplo de um cédigo novo na arte. Onn "imeira Guerra Mundial (um exemplo de mucianga poltica a 1umana que se seguiu, suscitou o nascimento do Dadaisn Criado por um grupo de artistas internacionais, sua premissa era que, visto ue a guerra nao tinha sentido, o papel da arte seria refletira insanidade do mu 8a finalidade, Mar Duchamp (1887-1968) expés um mictétio em exibicdo, em uma galeria de arte (Fonte), datada de 1917. © Dadaismo provou s uma influéncia duradoura sobre a directo da arte contempornea, conforme pode ser notado rador Russell Mil. na obra do artista Damien Hirst e do ilus Exemplo de um cédigo transicional na arte 1, criado por André Breton (1896-1966) e outros artistas dorninante na década teve seu momento como forga arts 1930. Influenciado pelos textos do fundador da Sigmund Freud, a arte surrealista buscava revelar 0 oF intemo, sem compromisso: Acsquerda -Surealismo (substantivo): automatismo psiquico puro pelo qual se 6 objetivo de expressar verbalmente, por escrito, ou de qualquer outta forma dadeiro funcionamento do pensamento. Pensamento este expressado sem qualquer exercido pela razdo e fora de todas as consideragées, morals e estéticas André Breton, Manifeste de Surréalisme, 1924. Em termos da natureza transicional do Surrealismo, os surrealistas empregaram um cddigo figurativo artistico e 0 reorganizaram de uma forma extraordinaria ‘Quebrando 0 senso comum, 0 inverter os tradicionais modos dé ‘comunicacéo... quanto mais convencional a linguagem, maior a Joucura’. cima Richard Calvocoressi, Magritte, 1984 Tustagto para a capa do ibum The Doar Soval, de banda americana Nie ach Nai Um dos principais proponentes do Surrealismo foi o belga René Magritte ‘laborads por Pusea Mas. Trica nia (1898-1967), que trabalhou em um fabrica de papéis de parede como Imacore Ress, ie enrages esenhista, e nas areas de propaganda e publicidade, além de ser eo ’ ‘nila éeste bum um artista plastico, Em seu trabalho, caracterizado por uma linguagem: visual neutra e impessoal, que frequentemente brincava com escala, ele explorou as relacdes entre imagens, nomes e objetos (a trade de Peirce —signo, objeto é interpretante), como bem colocou “Um desejo de desafiar nossas idelas preconcebidas sobre realidad, quebrar nossos habitos de pensamento e comportamento, e nos forcar para uma nova e crescente conscientizagao de nosso ambiente”. Richard Calvocoressi, Magritte, 1984 A infiuéncia do Surrealismo sobre ilustragao, sobre a habilidade do ilustrador de expressar o mundo metafisico visualmente, ndo pode ser enfatizada suficientemente, em termos de fornecer um ponto de referéncia para a ilustragdo contemporanea. ‘Aclma ‘Aer The Fvod, 60 James Marsh Tinta at sobre te, 101 Capa eprom para 3 Canal/meio qj Tak Talk Polydor Lid. © Sureaisma anda teramenla chav, com a qual os basacer ‘comuncam a mensagens de Sous chee. O canal é 0 meio fisico de direcionar a comunicagao entre o comuunicador ©0 pblico. No rio e na televisdo, mensagens aucitivas e visuais 80 coditicadas em sinais eletrGnicos e enviadas através das ondas de frequéncia, antes de serem decoditicadas por um decoditicador —neste caso, um radio ou uma televisao. Em tetmos de produgao en massa de material visual, ainformagao ¢ preparada nos computadores, antes de ser enviada, em cédigos letinicos, para impressdo, onde 6 decodificada e impressa ‘nas bobinas de papel. Isto montado (Jornal, vo, pantloto ou revista), ©rganizado e transportado para os centros de distibuigdo, e serdo omprados pelo nos pontos de venda pelo public. n

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