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ZA Francisco Faleon Antonio Edmilson Rodrigues A Formagiao do Mundo Moderno Acconstrugio do Ocidente dos séculos XIV ao XVIII 1 Capitulo 2 0 Novo Tempo: Circulagdo Econémica e Conhecimento do Mundo — Transigao, Expansao Comercial e Mercantilismo (XVI-XVII) corcespondentes cronologicamente 4 Mdade Mos plano da histéria econdmica por dois processos distintos, relacionados: as transformagGes estruturas que marca © expansio mercantil que constitui a primeira etapa le estabelecimento do assim denominado Processor, hi pelo menos trés aspectos a sublinhar: histérico desse period considerado em termos de fase final do deste procesios,caacterzad pela construgSo do mercado do desenvolvimento dos mercados ‘extra-europeus que de formaga0 marca AS room 1 wan do fenalsmo pac epi como proceso gel, “Trata-se, portanto, no caso a transigio feudal-captalist, de um proceso muito tongo em termes cronol6gicos, alén sdeira uniformidade. Come inas da crise do feudalismo, termina, séculos mais tarde, «© As transformagGes mas igadas ao surgimento ¢ &expansio de formas socioeco- némicas de natureza pré-api :0 no campo como nas cidades, em geral ras ligadas & manufatura € 4s atividades mercants, Se quisermos pensar de um ponto de vista historico mais preciso 2001 ceansformagdes, considerando-sesobrerudo as variagdes conjunturas deco deremos delimit, no bojo ds fse final do feudalismo, o8 seguintes periodos: 18, O period correspondente i chamads arse do final da Idade Média, durante os séculos XIV e XV, que atingiu muitas das antigas formas tradicionais das relagdes feudais na fagscultura e que se fez acompanhar de sensvel declinio demogrifico ¢ de sigificativos descensos no imbito das atividades manufatureiras e mercantis, Dai certimente, 25 nu- rmerosas manifestagSes de tensbes e confltos sociais, asim como as expressbes de urna asven verdadeira crise ideolbica, Const dessa crise ou, segundo outros, sua fo da depressio econdmicaa presenca da tle. itp: a fome, ea guera, Foi em fins da [dade Média que se inseri, na learn campestre das RogagSes, anova invocagio: A Fame, bello et peste, libera nos Domine. te gueta, tis soos perigos que todo instante ameagam o homem, tl éa tiloga dos flagelos que se enconteam no lament, convencional ou sineero, pouco impor- ta, do poets bretio Jofo Meschince: Le ftv, le chaud, le jour, fs nit ows mine,"* 28, Dos meados do século XV até 0 comego do século XVII, um periodo de expansio econémica coresponde iguilo que alguns historiadores vém denominando deo longo sé ‘ula XVI. Tens uma relativaexpansio das atividades indus, artesanais& caro, bem ‘como da produgio agricola, em estreita conexio com a retomadsa do crescimento demi silico eo inicio d expansio mercantl~ maritima e colonial. Importantes mudi ‘ras ~ como aquels dretamenteligadas 20 Humanismo ¢ ao Renatcimento sa8—como as Reformas~ maream a ruptura com diversosappectos do universo medieval sbeindo caminho para a revolt cntficae para 0 advento da moderidade? © sealo XVI conhece sda. prime, entre 1500 ©1590, é do orgurses 0 mercado dis epeirr O Mediterineo, exmogato pelos co, +20 Atlintico. £0 tempo dos Fugger. A segunda vai de 1530.0 1560. fo tempo pad Amica, Carlos rata a sa grande pice, Tent sara nidade da de, Vem enimas criss, com aabicagio do impeadr, caro nance yt de Cxteat-Cambrtis,o demoronar de Lyon de Toulouse, de Antti sues de eligi. Mas éambém a époc cd peé-Revolugio Insti a I também opriodo em que ofiaxa da rats ecomeu, de Potos edo ME, 2 ipsa maldernga do mundo, a span, uj soberno ede Port, om ‘em péssimas naus, 0 agficar do Brasil? sma five deajastameno, ox mesmo de recuo, do de- senvolvimento do capital comercial, ao paso que, segundo outros, fi um dos dis mo- em termos econémicos, politicos ¢ sociais— 2 Revolugio Ingesa. Do pont de visa da primeira desss perpectva,aerise & um Mundo mooERNo processo geral que abrange todos os aspectos da vida da sociedades euro * ELSEVIER rat ~passou-se A mio-de-obraesceava afficana,aseegurada pelo tré~ si, em conexio com o desenvolvimento do grande lti- licado a0 cukivo e 4 produgio do agicar Corea portuguesa, na primeira mctade do século XVI, principal- mente, adefesado seu monop6lio no Indico eadjacéncias revelou ser uma taf bastante asforslezas, pagar a verdadera muito deservidoresmiita- isicos,enfentara comupsio exisente em todos exealées ea 3 nado reqientes, Hi ques evar na devida conta também os {tos rerultanes de confros com potentados mugulanos na India e nas Moluces. ‘A Cotoa foi sendoforgada a contrat sucesivosempréstinnos cor bangueiros f- "mengos italiano alemies, onerando ainda mais os custos da empresa mercantl. Logo vio somar-te a tal endividamento o défi das impostagdes sobre as exportagSes, pois, 1a verdade, ea preciso comprar no estrangeiro quate todos os itens constants gis dt fects, Assim, a rina da fitora oficial da Casa da finda, ems Antara, em 1545, simbolza bem as consqiincia da fata de lgica do sistem pata manter seu ‘monopélio, a Coroa devia arcar com os custos da obtentio ¢ do transports das expecia- fas das regides do Oriente para Lisboa; enquanto iso, a comercaizagio a transferén- cia das especiarias de Lisboa para Antuérpia, muito mai Iucativa,eavam em mos dos "comerciantes famengose outros, que eram os seus redistribuidores na Europa setens tional e central. [No caso da corosespanhols se os problemas eram outros, posivelmente os meca- nismos do sistema nio eram muito diferentes, Emborafoseextremamente ria, a Co- rade Espanha gastava muito ~guerras, gastos sunturio,sustento de nobres eb {as consumiam asrendas do tesouro real e produsiamadffidtscresentes=;tomou-se ea ‘er mais necensro corte as empréstimos ou adianeamentos de banqueiros lemies (como os Fuggers, de Augsburgo), genoveses e lamengos. Se as finangas do Estado iam. nal, tampouco a economia das diversas tegides espanhoks ia melhor: ala de pregos¢ de salitis colocava em desvantagem a produgio local, fivorecendo 25 importagdes; fanto a burguesia mercant como os burgueses emprestios de manufituras foram vti- ‘mas da caentiageneralizadae, quase 20 mesmo tempo, das scesivas bacaas do te- Souro rea. Assim, vita como um todo, atrajtbria econsmicaespanhola ao longo do século XVI configua-se como aquele proceso charsado por Vicens Vives (1964) de msi burg, Antes de coneluirmos esa sntese da economia dos anos quinhentsas € oportano faneralgumas observagdes que relaivizem wim pouco a nogdo de hgemonia iia por 1s empregada. Os demais paises europeus, exculdo tra-europen, ndo cesaram de contestar, na teora ena pric, aquela hegemonia, Fo- ‘am mais as tentativas de ingleses fanceses, logo seguidos pelos needandese, de tabelecercolbnas e descobrir rots ocenicas, pondo em ssco a navegacio ibética no da parttha do mundo ex- 0° 19 Antico, Ainda durante a primeira metade do século XVI, preocuparam-s¢ tanto in- eleses como franceses em organizar expedigiescujo objetivo era encontrar as chamadas pasagens do noroeste € do nordeste para o Oriente, singrando as regidesiticas ao norte _ companhias de comércio com a(8) india(s), o mistério ou sigilo sobre a rota das especa- ‘ias hi muito deixara de exist. Hegemonia neerlandesa e desafios anglo-franceses. Aimporténcia de Amsterda Declinioibérico Durante quate todo o século XVI, as monarquias ibévicasusufruiram das vantagens decorrentes da sua prioridade mercantile colonial em relaio 3s rotase regides ex tta-européias. O Tratado de Tordesilhas (1494) dividindo esse mundo e: tanto suas pattesjé conhecidas como aquela ainda por conhecer, entre as tugale de Castela permaneceu vilido ainda porbastante tempo. Contestacbesa sa legi- timidade, como aquelas promovidas por fancesese ingleses,tiveram efeitorestrito no séeulo KVL — ‘Os famengos tiveram uma partcipagio substancial nos lcros do comércioult~ matin ibérico, pos, partir de Lisboa ede Sevilha, asseguravam ofluxo de mereadorias ~ Iustanosficaram praticamenteproibidos aos adversvi de Flip Il. Coube entio aos

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