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CoLEGK CLASSICOS LATING AMBRICANOS | | | | Roberto Schwarz O PAI DE FAMILIA E OUTROS ESTUDOS 2 edigao DAZE TERRA NOTA SOBRE VANGUARDA E CONFORMISMO Sebe-se que progresso ténico ¢ conteido social rescionério podem andar juntos. Esta combinagio, que € uma das marcas do nosso tempo, em economia, cinciae arte, torna ambigua a nogio de progres. Também a nogio proxima, de vanguarda, presta-se 3 ‘onfusio, O vanguardista esti na ponta de qual comida? Julio Medagalia,entrevstando quatro compositores, “os mais informados e atualizados”, produziu uma pagina deextraordiniria Aensidade ideoldgicae sintomaica.' A entrevista gra em torno da industilizagio e dos mass-media. “Onde ficou a srt em Tace des 2 nova realidade? Quai suas caracteristicasesuafungo? Que fim levou 0 Génio sofido ecabeludo, incompreendido pelos mortas por eles mesmos imoralizado?” A pergunt, ¢ mito mais ax repos {as, tem um tom novo, que marca uma posig tambem nova, tsi nalada num deslocamento de nogdes 0 elogio do proisional ¢ 0 1 SMe Mio ies ot Mien de Maal com compe ny Damo: Rowe Sop ily Coma te Oe «Goa ‘he's renpontss me pee ma #6, Bo Sng ett o ual nn ae err pl amar eto neni o eon sentido Corrie, Prova dito fs remocio do gnio incompreedio paras Sampo dor tants. Se no ahaments habs nguersios, mente, amador € quem nko rompe som sequrang Burutse ompromisocujo prec inconstnea incompetent no nhumento novo, como vermox to conti; competnsa enue $0 so uma cosa bE como se fnaimente even nul tin ees vanguard co popu, ene care" ee Diane dos masemedi,“o ave parse fndamenta é que & “arniso” que et pifado"” Ena obrerago€ svaneada, pos titra o que outon nf perccbero impasse ene a potatoes Eresene da comunicrao=frto de umesorg ind por to colavo “eo utoprivad onincrtic,“runiea™ ue fae dele ete burg. E¢svncadesinds novia seta, ms ne Portante para a entrevista, claro na frase seguite “produto ¢ ESnnumo fro so aes eum mesmo fron ener Sinifcados (como tomate, eo, elevisores,sabto om po, me lit te)" No argumento anterior, a natrea colt dos a rodogto como do conumo, det cava un uapdondhdualitn, No egunde amb fado ae crescmento das forges produtvas da socedde depo Contra por sua Togs ifurors, os maswmedia stables um ‘eos dered, Benin hava quran et, erin Setanta peau fag te a, gu fomes 2 mercado em escla nova, no qual o“artistico” é um produto obso- leto, porque nfo correspande mais a interesse particular, isto & de venda, ~ Desde o inicio da era pre fo, ao menos virtuslmente, produgio também de mercadoria, fem que entento of dois momentos fostem idénticos.® Havia ren: das, mecenato,resqulcios feuds ~ a protegdo arstocdtica, a sine ‘ura ~ atenuando a lei do mercado, de conhecedores 38 no contexto do mercado andnime, produzido pelos velclos de masa, a situagdo ¢ outra. © aspecto-mercadoria pasta para o primeito plano, e tende a governar o momento da pro- hugo, Isto por varias razdes para o publico novo, xem Wadiggo © ‘eilrioespestfico, “consumo de “arte & consumo de status”, pou: 0 importa aintengdo do artista; instalado o comércio de signifi dos em grande escala, a prOprialinguagem cotidiana ~ 0 material 4 artista - se reconstela deforma tal, que & como se espontinea- mente aspitasse 4 publicidade, a forma da mercadoria (¢ difel di {et por exemplo, se o Jornal da Tarde imita os nosso prosadores mais vivos, u se € 0 contrério}; a nova difusi ¢tamanha, que ou- ‘to esquema de ctculacd, que nlo o comercial, parece risivl nalmente, os bons honorétios. “Compositor, pra nds, € um designer sonore, capaz de trabar thar de encomenda, € compositor profisional, Nio ha mais lugar para o artesio que “compde" ume “sinfonia”, uma “suite”, um "concerto para piano” ,umas “varagBes" por ano experimentando nas teclas de um piano segundo a insprarto de sua musa, para de- ‘oie conseguir ds custas de mil humilhagbese cavacées, que algum {enial maestro ou solista “execute” a sua "obra sto €amadoris- mmo" O artesio, nesta frase, compde ese humilha depois, para ven- der; 9 seu produto & mercadoria, sem que o processo produtivo se {ena regulado por esta nogdo. Compositoradiantado, pelo contri- ‘io, seria quem compde mt, repularmente com mercado certo; soncebe « produgio jana forma da mercadoria,incorpora a ela as Encias da ciculagdo, e no se humilha portanto, pois nfo hi {ensio entre of dois momentos. itonia do trecho voltase no contra t lel do mercado, mas contra o artist, este mau comercian- 5 C-Thaedo W. Adorno “is pre Soca da Ms" aura em Re mdenson 45 'e, produtoriregular¢ escasso ese dietante;defende o mercado contra um tipo anacrOnico de produgdo, Em consegdéncia. cance. {ada a diferenga entre & producio artsica © a produc gerel de ‘mercadotias, eo compositor de vanguards esters, esperese, "con. sumindo e produzindo como qualquer outro setorprofisionsl” A Ponta extrema da vanguarda page tributo ao filtinismoe aleange, val uma vtdra, a imepragho capitalist Resumindo, os mass-media s40 parte de uma consteagio em {que o elemento “artistico”, na sua acepgio tradicional eta 4o, sei porque sustenta posigdese linguagem do individuelismo bburgués, desmentidas no interior do proprio capitalism, pela so. cialzagio parcial da produgio, sea porque ndo vende. As duas ret Postas estto na ponta de desenvolvimentos hstoricos ress, © se. Fiam pois de vanguarda. Sdo, entretanto, de natureca conseqlén. ‘as muito diversas. Da primeiea dtivam-se impulsos politics, I bertar do nexo particularista ie. capitalist as Forgas produtivas, Da segunda, resultam impulsos ténicos, moderizar 0 produto Para aumentar-ie a saida. Num caso, a erte€da forma mercado. Fia~ enquanto prinepio bsico da sociedade -no outro, da merc oria obsoleta os inimigos rexpectivos slo captalismo e artesana- {o. Noutraspaiavra, sea erse do sujeto arto refit e cise da Propriedade privadae a presenga virtual do socialismo, capitalsmo 2 indstria no so idéntcos einsepardvets, como ndo ko Wdenticas produgio artstica e a de mereadorias s¢ entano €reflexo apenas de resquicos «realizagio plena do capitalismo seri 0 horizonte do raciocinio eda produgdo,e a instincia final para vanguards seréo mercado, "Mas dagui para diane, hum evterio S6lido com que se operar: consumo é venda eo que nio vendavel ‘std perdido. Ponto.” [As conseqiéneias chocam, mas ndo perturbem o curso diétio as coisas ~ 0 que talvez as defina, Antecipam o que jé prevalec donde seu ar de coisa vista inéditaa um tempo, O modelo ¢o hard sell dos norte-americanos, que "pBe em atuagio compettiva todas 1s Taias de onda permissveis numa dada area, Emissoras comer iio dio a menor pelota pra considera sua cultura, mereado em la ‘A melodia € democrats, coma se quisessem lgui- ar a cultura de clase, colocar a comunicagho a servigo da massa Mas a frase €falsa pois insiste na captagdo do ouvinee omite + do capital, sem lembrar que a prdpria ridio € capital tambem. Com 4 base nesta omissdo, épossve a versio idilca de nots fase do capi- talismo, jd sem clases, dos masi-media como auto-expresiio do coletivo: "Partcipagdo da massa.) € 2 unificagio dos dois est- {ot do process: voré acaba no sabendo quando acabe a produ- ‘lo e comega o consumo; é tudo uma coisa s6 produzirconsumi fo, consumie produzindo”, tudo wma cota #6 lembra O Brat! é tuna grande familia. E a reciprocidade da formula final ~ produzit

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