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Miauto Praticas de Animacao Sociocultural II - ey eee eee vt ( projecto - Construcao do projecto de intervencao WV eet Com este modulo pretende-se dar sequéncia ao trabalho desenvolvido em «Praticas de Animacao Sociocultural I». Assim, pretende-se que os alunos concebam formas de intervir junto dos individuos e dos grupos e ponham em pratica o que conceberam, nao perdendo de vista os problemas identificados na fase da observacao e as hipoteses de trabalho formuladas sobre esses felceol ol ute Também neste modulo se pretende que 0 aluno faca utilizagao dos varios conhecimentos obtidos nas areas sociocultural, cientifica e técnica que compdem o curso Objectivos de aprendizagem Nem Taree eee atl MMe Ue ae] Pa oa CL ofel e-em Colne Mel lca TMA Mele Toa Leer Ke al aete-To} sociocultural. * Aplicar as formas de intervencao concebidas. Identificar e gerir os recursos disponiveis para o desenvolvimento do racleeligteds Casio race) * Seleccionar e justificar os métodos e as técnicas utilizadas. Conteudos * Definicao dos objectivos. CaS dene cre ECM (malian (clon * Planos de accao: * Accées a desenvolver. * Recursos. * Méetodos e técnicas Actividades PRATICAS DE ANIMAGAO SOCIOCULTURAL II ~ ETAPAS DO TRABALHO DE PROJECTO CCONSTRUGAO DO PROJECTO DE INTERVENGAO. 7.1 Deontologia: nogao, conceitos e fundamentos No Médulo 3 iniciamos a aprendizagem de como se constréi um project: de intervenco. Nesse médulo, estudémos como se realiza 0 diagnéstico d situago em que vamos intervir, analisando cada uma das fases da sua elabo ago: observagao da realidade (ambiente interno e meio social envelvente) analise dos grupos-alvo do projecto e do espaco onde este se vai desenvolver identificag8o de problemas; levantamento de hipdteses de trabalho (enqua dramento tedrico ~ revisao bibliogréfica) e seleccao das prioridades da inter vengéo. 0 1 sintetiza as fases e objectivos de um estudo diagnéstico © Inicio de qualquer projecto de planeamento exige a elaboragao de um diagnéstico, A eleboracio do diagnéstico obedece Bs seguintestarefas: + Klentificagso dos problemas mais elevantes, tentando caracterizslos através de uma recofhs exeus tiva da documentacao existente ou langando mesmo téenicas de recolha de informaco caso este no exista. "A caracterizagdo da situac3o de partida e a capacidade de anslise da causaldade dos problema: obedecem & exigéncia de um quadra de referéncia (revisto tibiogréfica) preparado pars esse ‘tuaglo espectica ea uma consulta alargada aos varios iterlocutores. + Uma vez identificados e caracterizados 0s problemas, torna-se necessrio estabelecerprioridades, dado que a intervengao nso tem recursos para envolver na accéo todosos problemas detertados 3 problemas para a ac;30 sto definidos pelo seu efeito moti eas prior dades podem sey calcviadas fazendo recurso 3s varias tésnicas. No entanto, 0 inicio de um projecto exige também uma anise cuidadosa da estratégia de actores (orupos-alve do projecto), dos seus comensos e conflitos. Assim torna-se necessiric defnir © sistema de acy, identificar os destinatarios do project einiciay um processo de pesquisa-accBo que os om, volva, de modo a serem actores partidipatives no projecto, ‘Gvera |.¢ 2002) apc (deta) | 1. Suponha que ia desenvolver um projecto de animacao numa pequena escola do 1.° ciclo Negociagéo. ay ] Explicite, com base em T1, como realizaria o diagnéstico do projecto. | Ora, neste Médulo vamos prosseguir a aprendizagem do Processo de construgao de um projecto, Assim, uma vez realizado 0 diagnéstico e definidas as Prioridades de intervengao tém de se definir os objectivos atingir. A definiggo dos objectives implica sempre uma negocia- G40 entre os destinatarios do projecto, os técnicos e os dec sores (instituigées que promovem o projecto, por exemple), isto porque é necessario que todos os intervenientes no pro jecto estejam motivados para o seu sucesso, Definigao dos objectivos do projecto AM seada, definindo-se, em primeiro lugar, as finalidades, depois objec- tivos gerais e, finalmente, objectivos especificos. Este processo é fundamental para se poderem operacionalizar as | A fixagdo dos objectivos ¢ geralmente realizada de forma fa- | | razdes que levaram a realizagao do projecto. | | Finalidades As finalidades correspondem as razées que levaram ao desenvol- vimento de um projecto e aos contributos que ele poderé dar para solucionar 0s problemas ou as situacdes que se pretendem mudar. Assim, as finalidades de um projecto de intervencdo ao nivel do desenvolvimento local poderdo ser, por exemplo, promover um ce- senvolvimento sustentavel do local, mobilizando a populacao para a resoluco dos problemas locais. Objectivos gerais 5 objectivos gerais descrevem as linhas orientadoras para as acces a realizar no desenvolvimento do projecto @ so formulados tendo em atengao as finalidades do pro- jecto. Como 0 seu nome indica, os objectivos gerais so glo- bais, ou seja, dizem respeito ao projecto no seu todo. Quer isto dizer que nao sao expressos em termos opera- nais, © que implica no ser possivel confirmar se foram au nao alcangados. Assim, continuando no exemplo anterior, poderiamos definir como objectivos gerais para um projecto de desen- Jolvimento local os seguintes: some bows vans Tito EM HOHES OA CaTAstRoFE TOTAL AO FUTURO | SUSTENTAVE Desenvolvimento sustentavel. ‘Objectives: geras especitcos * Incentivar a criagdo de modelos de organizacao que fomentem a eficién- cia da gestao dos recursos do local. * Elaborar programas que promovam os niveis de educacao e formacao profissional da populacao local. Objectivos especificos Os objectivos especificos dao expressao aos resultados que se pretendem alcancar, operacionalizando, assim, os objectivos gerai Quer isto dizer que 2s objectivos especificos, quer formulados quantitativa quer qualitativa- nente, permitem avaliar a concretizagao dos objectivos gerais. PRATICAS DE ANIMACAO SOCIOCULTURAL II ~ ETAPAS DO TRABALHO DE PROJECTO — ‘CONSTRUGAO DO PROJECTO DE INTERVENCAO Neste sentido, ao contrario dos objectivos gerais, nao indicam metas a se. guir, mas sim metas a alcancar, ou seja, descrevem situacdes a ser concretiza- das. Daqui decorre a necessidade de serem formulados com preciso e clareza € sempre que possivel deverao ser quantificados ou, entdo, formulados de forma a serem passiveis de avaliac3o. Assim, no exemplo anterior, um objectivo especifico poderia ser dar for- Macao profissional de nivel médio a toda a populacao adulta do local A formulagao de objectivos Porque 05 objectivos interessam a um grande nimero de pessoas, a sua definicio deve resultar de lum processo de negociacéo intenso e permanente, com todos os intervenientes no projects: destine- trios, decisores, tecnicos et. Na fase inicial do projecto, os objectivos tendem a ser vagos e abertos, contudo, 8 medida que aia: ‘ervengio decorre ¢ 0 diagnéstico se afina, 0 projecto tende a definir os seus objectives com menas amplitude © mais profundidade (objectivus ger als especlfcos), (0s objectives, para serem coerentes, devem obedecer a duas condigées: += Decorrer das problemsticasidentificadas no diagnéstico. 1 Ser realists, estando ancorados nos recursos identificados (existentes ou potentials). Por outro lado, & necessério envolver todos na discusto e procurar metodologias indices & ajus- tades 08 vérios tipos de publicos , sobretudo, nao acreditar que a batalha se resume a fazer o- outros _aceitarem 0 nosso proprio ponto de vista. Assim, dever sr utilizadas metodologias que, numa primeira. ‘fase, permitam a todos os interessados exprimirem as suas posigoes e proposias, deforma a conseguir ‘consensos. Podem ser utilizedos o: mesmos grupos de trabalho ou foruns de consulta organiacos para ‘© diagnostico, Guat ¢ (2002) op cr wpe) Deste modo, a definicao dos object vos de um projecto de intervencao deve ter sempre em conta os problemas selec: cionados e as hipéteses de trabalho avan sadas, tal como aparece explicitado no Projecto que a seguir se apresenta. fipdteses de trabalho orlentam a definigao de abjectivos 170 Projectos ANIMAR - Certificar. Qualificar e Animar o Desenvalvimento Local Designagio do Projecto: Certifcar, Qualifcar ¢ Animar o Desenvolvimento Local ‘Area de intervengéo: Qualifcar e consolidar um modelo de intervencso para as entidades da economia sociale solidéria fue Ihes possiblite aumentar a sua eficcia,eficiénciae responsabilidade social, permitindo a sensibi- lizo;Bo e a sua disseminacdo por outras entidades de cardcter loca Entidades Parceras/ Beneticisrias: Na primeira fase estao envolvidas 31 entidades da rede Animar,distribuidas a nivel nacional por trés NUTE IE Norte, Centro e Alentejo. Problema(s) a resolver + Inefcigncia de modelos no que concerne & gest8o dos recursos e a qualidade da fem conta a missdo das entidades da economia social + Existincla de lacunas no ambito da gestdo das organizacoes ligadas 20 desenvolvimento local + Colaboradoresas com fraco acesso a instrumentos de formagBo adaptados as suas reak necessidades + Formagéo muito estandardizada e poucoflexivel, com itinerarios formativos desadequados 20s per cursos profissionas + Processos formativosfracamenteterrtorializados sem logica de trabalho em rede. tervengdo, tendo Objectives Gerais: + Incentivar a assump40 de modelos de governas3o, de organizacio e de metodologias de interven- «lo que fomentem aeficiéncia da gestdo dos recursos e a qualidade da intervengao, praticando es- ‘ratégias de investigacao-accao. + Suprir lacunas evidenciadas no ambito da gestéo das organizacbes deste sector de actividade, i ‘troduzindo praticas de sustentabilidade economica dos processoe. + Preparar oslascolaboradores/as das entidades destinatarias para o posto de trabalho que ocupam, ‘acedendo a instrumentos de formac30 adaptados as suas reais necessidades, com itinerérios forma- tivos de acordo com os seus percursos profissionas,a party de um balanca de competéncias indivi dualizado, ‘+ Desenvolver de um modo integrado um sistema de formacao, no ambito do sistema nacional de formacéo, implementando parceriasplataformas terrtorials de accaottormacéo, Especiticos: + Disponibilizar formacao-acrao em dreas de gestdo e de metodologias adequades para a intervenséo fem desenvolvimento local para um total de 93 organizacSes, com vista & concretizagdo de planos ‘estratégicos em cada organizasa0. + Garantic que o processo de formacdo-acqBo em Sreas de certficagso venha a certficar um total de 31 organizacbes. + iar um modelo de formaco-accao integrado para organizacbes do desenvolvimento local, numa l6gica de empowerment doslas destinatériosas, criando instrumentos como o balanco de compe- ‘tancias, que permitam aow/8s prépriosias diagnosticar as suas necessidades formativas. + Promover a igualdade de oportunidades de génere, tornando este contetido transversal 8 formagdo consultoria ministrada, Anima nsocatho Portgena por’. Desemchmeno Loca) atpztww anv projcios.animoraeaptd) Definicao dos objectives do projecto LPR Tendo presente o anterior exemplo de projecto a desenvolver: «Projecto de animac3o numa pequena es- cola do 1.° ciclo». Explicite, com base em T3, como definiria os objectivos (gerais e espe ificos) para esse projecto. Fases de elabora- Go de uma estraté- gia. Guersa, 1 €. (2002) op. eit (adap). 172 CConstruir uma estratégia de intervengéo. PRATICAS DE ANIMACAO SOCIOCULTURAL II ~ ETAPAS DO TRABALHO DE PROJECTO CONSTRUGAO DO PROJECTO DE INTERVENGAO 7.2 Estratégias de intervencdo Apés se terem definido os objectivos do projecto, é necessétio encontrar as formas mais eficazes de os alcancar, isto €, tem de se definir processos que permitam a concretizacao dos objectivos do projecto. Ora, a definicao desses processos corresponde a escolha de uma estratégia de intervencao, ou seja, 8 seleccéo dos meios mais adequados, tendo em atengao os recursos disponiveis, para realizar os objectivos que se definiram. Deste modo, a estratégia pressupde uma articulagao entre os recursos e 0s objectives, visando a elaboragio de um plano que estruture as formas que irdo possibilitar a concretizagao do pro- jecto. A escolha de uma estratégia sera sempre efectuada tendo em conta a avaliagao que dela se faz enquanto potenciadora do de- senvolvimento do projecto, ou seja, sera sempre aquela que se considera a mais eficiente para a realizac3o do project. Como & evidente, essa escolha, apesar de se basear em dados tao objecti- + vos quanto possivel, tera sempre o caracter de subjectividade ine rente a tomada de decisdes em projectos sociais. Geralmente, de acordo com Isabel Guerra"), consideram-se as seguintes fases para a elaboragao de uma estratégia: * Estabelecimento dos critérios de concepgio das estratégias: esses c tios estdo, sobretudo, relacionados com a politica da instituigdo promo- tora, bem como com 0 tipo de objectivos e recursos existentes. * Esboco das estratégias potenciais: listagem das possivels estratégias a implementar no projecto; esse esbogo deverd ter em conta os recursos disponiveis. * Escolha das estratégias: essa escolha poderd iniciar-se por uma fase de brain-storming, sequida de ume discussao detalhada dos contetidos das estratégias. Nessa discussdo poderao ser analisados: os resultados mais Provaveis, os efeitos potenciais (perversos e benéficos), as implicacbes os recursos disponiveis (técnicos, humanos e financeiros), a adesao po- tencial do publico-alvo, os riscos da opcao face a resultados ou conflitos Potenciais, etc. Deste confronto deverd resultar a opcéo pelas estratégias mais adequadas e consensuais. 4 metodologia de selecc3o de estratégias pode também recorrer a varias técnicas de trabalho de grupo: quadro de pontuagio, votagao, ete. * Descrigéo detalhada das estratégias escolhidas. + Estimativa dos custos das estratégias. * Avaliagdo da adequacao dos recursos futuros. » Revisdo das estratégias e dos objectives. Estratégias de intervencéo Superior de Educagso de Leiria e a Cémara Municipal das Caldas 4a Rainha. Partciparam, ainda, como instituigdes parceiras, aAS- | sociagSo Nacional de Animagso e Educagio © © Institute Ports swede tocenitetinioet6ea¢ ques da Juventude. Este projecto vai ser realizado pelo quinto ano consecutive d- | ante 0 més de Agosto e foi pensado de forma a dar resposta 8: necessidades de ocupaydo dos tempos livres das criancas do concelho das Caldas da Rainha, assim como contribuir para a dinamizacao do espaco balnear da Foe do Arelho. ‘0 seu grande objectivo ¢ promover um servco de apoio as familias veraneantes,criando um espaco de cardcterlidico onde as criancas tenham a oportunidad de brincar e aprender com o apoio de ms. | nitores com formagio na Srea da educacao e animacio. Estratégia So utilizadas metodologias activase dindmicas, onde os jogos de descoberta @ de construglo, © con- tacto com diferentes materiais, a pritica de diversas actividades no Ambito das expressSes,o conto © ‘os banhes na piscina se assumem como estratégis prioritériaspara criar um ambiente hidico, acolhedor «2 Seguro. Todos os conretidos trabalhados neste espaco foram pensadas de acordo com o nivel de de- senvohimento, interesses e motivacées das criencas. © projecto ¢ organizedo por semanas teméticas. 0 funcionamento da ludotecs assenta na dinamiza- ‘sho de trés ateliés, sendo estes os de: expressao dramatica, expressdo plastica e expresso motora. Inipufanae bidet) | ] 1. Continuando com 0 anterior exemplo de projecto a desenvolver: «Projecto ce animagao numa pequena | escola do 1. ciclo». | Explicite, com base em T4, como elaboraria uma estratégia de intervenc3o para esce projecto (nio se es- queca de fazer uma estimativa dos custos das estratégias). ‘© plano de acco. VaR aCe tT PRATICAS DE ANIMAGAO SOCIOCULTURAL II ~ ETAPAS DO TRABALHO DE PROJECTO CONSTRUGAO DO PROJECTO DE INTERVENCAO 7.3 Planos de accao Uma vez definida a estratégia de intervencdo, terd de se elaborar um plano de acco (ou de actividades), o qual deverd englobar a planificacao das actividades e das tarefas a realizar para concretizar o projecto de interven. (So. Por outro lado, a elaboragao do plano de accao tem de ter em conta os objectivos eas estratégias que foram definidos para o project, bem como 05 meios de que este dispoe. Contudo, o plano de accao ndo se pode limitar a enumerar as actividades e as tarefas que se po- derdo realizar, pois deverd seleccionar de entre as varias actividades e tarefas aquelas que sao prio- ritérias e determinantes para a realizagio do pro- jecto e estabelecer uma sequéncia entre elas. Por ‘exemplo, um factor a ter em conta nessa sequén- ca, € como se devera iniciar o projecto. Geralmen- ‘te, opta-se por iniciar 0 projecto com actividades consensuais, mobilizadoras e com vsibilidade no grupo/comunidade. Especificacdo das tarefas a realizar ‘A execucéo de qualquer plano de acqao pressupte a concretizagso de uma série de actividades e im plica a realizagéo de um conjunto de tarefas concretas, ou seja, nenhum planose pode realizar se urna sucessdo de tarefas que tém como objectivo transformar certos recursos em resultados (produtos) Com efeito, 0 que materaliza a realizagao de um plano ¢ a exeaucdo sequencial e integrada de di- versas actividades. isto implica que no desenho do plano se tenha de indicar de maneiva

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