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Revista Trimestral de Direito Piiblico Orgao do INSTITUTO GERALDO ATALIBA IDEPE — INSTITUTO INTERNACIONAL DE DIREIT) PUBLICO E EMPRESARIAL ANTIGOS CONSELHEIROS * Ataliba Nogueira * Candido Mota Filho « Geraldo Ataliba (Fundador) + Hely Lopes Meirelles + Joaquim Canuto Mendes de Almeida » M. Seabra Fegundes * Pontes de Miranda * Oswaldo Aranha Bandeira de Mello * Rubens Gomes de Sousa * Ruy Cime Lima + Victor Nunes Leal DIRETORES * Celso Ant6nio Bandcira de Mello ° Adfison Dalla CONSELHO DE ORIENTAGAO * Almiro do Couto e Silva « Caio Ticito * Catlos Mério Velloso * Dalmo Dalfari * Fabio Konder Comparato + Josaphit Marinho + José Francisco Rezek * Laurival * Michel Temer* Raul Machado Horta Sérgio Ferraz Vicente Marotta Range! COMISSAO EDITORIAL * Anténio Carlos Cintra do Amaral » Carlos Ayres Britto 8 Ari Sundfeld » Carlos Roberto Martins Rodrigues + Carlos Roberto Pellegrino + Diégenes Gasparini » Eros Roberto Grau + Fernando Albino de Oliveira + Francisco Octévio de Almeida Prado * Homar Cais + José Manoel de Arruda Alvim Netto + Lucia Valle Figueiredo + Luiz Carlos Bettiol» Luts Roberto Barroso « Maria Helena Diniz * Maria Sylvia Zanella Di Pietro « Paulo de Barros Carvalho » Régis Fernandes de! «Roberto Rosas » Rosolea Folgosi » Sérgio Andréa Ferreira» Sérgio Lazzatini *Torquato Lorena Jardim » Valmir Pontes Filho Car SECRETARIOEXECUTIVO + Hélcio de Abreu DallariSinior RDP Assinaturas ¢ comercializagéo: Publicagto trimestal de CATAVENTO DISTRIBUIDORA DE. MALHETROS EDITORES LTDA. LIVROSS.A. Rua Paes de Aragjo, 29, Rua Conselheiro Ramalho, 928 (CEP 04531-540 - Sao Paulo, SP - Bras CEP 01325.000 - Sto Paulo, SP - Brasil Tel: (O11) 3842-9205 - FAX:: (O11) 3849-2495 Tel: (O11) 289-0811 - FAX (O11) 251.3756 ‘etortesponssvel: Alvaro Malheiros Supecvisio Grifica: Vania Licia Amato 1 Fetora: Suzana Fleury Malheiros Eaitoracho Eletronica: SUMARIO DOUTRINA JOSE AFONSO D4 SAYA. sen ALGUNS ASPECTOS JURIDICOS DA BIODIVERSIDADE — Newrox De Lucca on ve PROCESSO ADMINISTRATIVO: PRAZOS; PRECLUSOES SERGI FERRE se se DEMOCRACIA, CONSTITUICAO E ADMINISTRACAO PUBLICA — Cinwe Lon Avruves Roc : OBRIGATORIEDADE DE REALIZACAO DE INQUERITO CIVIL —Aotison Astau Dawa ANAMNESE DA MEDIDA FROVISORIA — Staci Sento os Com CONCEITO DE INTERESSE PUBLICO E A “PERSONALIZAGAO™ DO DIREITO ADMINISTRATIVO = Marca Joes Fano REEDICAO DE MEDIDA PROVISORIA (VISAO COMPARATIVA DAS JURISPRUDENCIAS DA CORTE CONSTITUCIONAL ITALIANA E DO STF) = Eousow Pen Nook Jove PARECERES — Teneo Sampuo Ferexz Jowon ——— AGOES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA = Pisio Kove Commo wu vs - ‘COMERCIALIZACAO DE CIGARROS, INCONSTITUCIONALIDADE DA RESTRICAO AONUMERO DE UNIDADES — INTERPRETACAO DA CONSTITUICAO, LIVRE. INICIATIVA E PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE = Bros Roserro Gesu PREVIDENCIA SOCIAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL Massa Srova Zavetta Dr Preto 45 60 68 n 137 laa 153 ver a Resolugao 1/89; ¢ c) substituir as co- ‘misses mistas singulares por uma Comis- so Permanente para apreciago das medi- das provisérias, Nao € preciso mencionar as medidas cléssicas de defesa da cidadania contra go- vvernos ilegitimos c suas préticas. O descum- primento da norma ilegal é dever de todo cid ai Executivoou apli ganou-se, em seu Epidio Fereita Lima; nao hg, 8 Const, ° consi mula democrética de decreto nem no exteior;e qualquer gem decorrente desuadisponie te gamente superada pels indmen ens de seu uso, de tradigdo autoritér Santos, aj i ipalmeng de 1999 lei, ne ental 8 des, Me emp ing . aay, ele. ny. hy, CONCEITO DE INTERESSE PUBLICO E A peRSONALIZACAO” DO DIREITO ADMINISTRATIVO ‘Marca Josten Fito Doutor em Direito Regime de Direto PAD ‘interesse pblico Antes da afirmagao do const tismo,onécleo de atvidade admi o Estado se reputava pouco permedvel a0 Diretoe a0 controle jurisdicional. Os atos do governante no comp. seb opostulado de que: cnrque oconteddo do Di vacom a vontade do principe. Essa situagio no se alterou radical- ‘mente mesmo apés a consagracao do con- ‘tito de Estado de Direito, Ac ‘eulo XX, temas fundamentais ‘Aciministrativo f leimperit cca State foram 0 poder de imperium onduiam| ete lidade de contro- at ‘peng © Boverante, Essa situago comape, edificou nas titimas décadas, lrdecomitt pling dos, instrumen- Podean Statvidade administrative. ito Admire que o percurso do Di- tistrativo tem testemunhado {os do ato administrativo envolvem margem liberdade para o agente piibi- co. Os controles & atividade administrativa do Estado sfo cada vez mais intensos. Reco- mheceu-se que toda liberdade atribuida ao agente estaal tem de ser exercitada de modo ccompativel com os prinefpios jurfdicos fun- damentais, Isso ndo elimina uma espécie de forga inercial dos postulados do passado, afetando a compreensio e aplicacio do Di- reito Administrativo do presente.! Nesse contexto, 0 conceito de interes- se piblico tem desempenhado fungio rele- vante. Afirmar sua supremacia corresponde areconhecer natureza instrumental aos po- deresttularizados pelo Estado e agent. blicos. O exercicio das competéncias pabli- cas se orienta necessariamente & realizagao do referido interesse pblico. Isso signifi- 1, Bsse fenmeno foi aponta maior autoridade, por Agustin Gor 2, Acerea da selevincia dos prinefp isponibilidade eda supremacia do interesse p= ca que a interpretagio de todas as normas atributivas de poder funda-se em ditetriz hermenéutica fundamental, afetando todas as relagbes juridicas contidas no ambito do Direito Administrativo. A construgio douti- néria que privilegia o interesse puiblico re- presenta uma evolugdo marcante ‘edo A democratizacio do poder de interesse pb 0, 0 que dé margem ao risco de sua a abusivo em tais argumentos. Mas so co- ™muuns 0s casos em que exercente do poder politico refugia-se no principio da suprema- cia do interesse puiblico. E necessério pros- seguir na tentativa de determinar o concei- to de interesse ptblico, em face do risco da aplicagdo equivocada do referido principio. 2. Oconceito de “interesse piiblico”” ‘Toda obra de Direito Administrativo alude a interesse pidblico, mas sem definir a expresso nem apresentar um conceito mais, preciso. O discurso restringe-se a afirmar a relevaincia do interesse piiblico para acons- truco dos institutos do Direito Administra- tivo. Bem por isso, Tercio Sampaio Ferraz. do regime de Direto Administrative, conf- fira-se a excepcional obra Natureza ¢ Regime Ju- idico das Autarguias (Bd. RT, 1968),especiaimen te 3s pp. 168-170 ¢ 236.247. 3. Algumas consideragdes sobre o tema ja Tinior observou que, lugar conum eque, Tem de reconhecer-se ples defnirinterese pig eee sua natureza de conceito jure ** Pr minado, Lembre-se que a fungae geo hada pelos conceits indeterni se ge uma abertura permanente em faces % Tidade. A indeterminagdo nao ée 2° mas uaa ne permit sua apicasio mais adeqoane® ® caso, A indterminago doslimies do sistema ceito propicia a aproximagao a roma esos Isso nfo impede eprofundar 0 néiey do conceito indeterminado, o que prpica ‘maior preciso (¢ utilidade) em sua Gio. Alig, um exame mais mimuloe tema evidencia que o conceito de interene piiblico vem sendo alterado 20 longo do tempo, em face da evolugaohistrico ult ral dos regimes democraticos. 2.1 Interesse pitblico e interesse do Estado junidia costuma identifica eresse do Estado Hb laridade: ointeresseé pitblico porque ati buldo ao Estado porque pabl do surgimento do Estado m no do séc. XVI, nfo seria exag ‘mar que a totalidade dos interesses pablr 08 esava natitularidade do Estado. Als teresse poblico”, Revista ‘Trabalho da 2 Resi Paulo, Centro de Estudos, 1995. ern 5, Sobre o tema, consult se Foy Sainz Moreno, Conceptos Juridica. IPs Matt ‘¢ Autonomia Con 8, Amedina, Coimbra, 1987 ‘rio, era invivel dis- sect ; pe cr este gan ne ied cing geresse PUBIC " : de er nvolvimento polften € 0 ore grasses Bo va concepgio de que t0- ent PT ulrizados pelo Estado so rea sero exige exame critico. tito de interesse pilico no Se et partc dn identiade do so i= ne Pe eres, Dea de ndaga- carga do conto do interesse para dat- ‘2 festaque &tularidade estate. ss0 cot- fesponde & concepcto de que o Estado 6 mmsimportante do que a comunidagde € que deténinteresses peculiares. O tratamento juldic do interesse publico nfo seria con- Seqléaca de alguma peculiaridade verifi- cével quanto 20 proprio interesse, mas da sopremaciaestatal, Como 0 Estado ¢ instru- meaio de ealizacio dos interesses pabl tem dereconnecer-se que oconceito de: "sie pblico € anterior a0 conceito de inte- ese do Esta Por outro tado, nfo teria maior uilida- ‘Sieabeoeo prin fpio da supremacia do ‘tas pico quando adotada aconcep- issaldade do tua do interes. Em andlise, poderia aludir-se a um prinei- aa Ti impossibilidade de utilizar o prin Fio Somo instrumento de controle do exerci que um interesse qual- "alureza privada, poderia ser atri- buido a0 Estado, dando origem a divide: 0 interesse privado atribufdo ao Estado cor ‘nuatia a ser privado ou passaria a ser pul co? A pergunta é despropositada porque ne- ‘nhum interesse exclusivamente privado po- de ser atribuido a0 Estado. Em um Estado Democratico de Direito, o Estado somente esté legitimado a ser sujeito de interesse pi- blico. Atribuir ao Estado a titularidade de interesse privado seria infringir o principio da Repiiblica, Justamente pot isso, deve reconhecer-se que 0 conceito de interesse piiblico € anterior (Iégicae axiologicamen- te) ao conceito de Estado. cconcretame Jaridade de interesses privados, Tal ocorreu na hist6ria recente do Bras durante 0 perfodo nao democri ceonfisco de bens privados e foram integra~ dos ao patriménio da Unidio bens e empreen- dimentos particulares. O Estado passou a ser titular de empresas que nfo envolviam ‘qualquer espécie de interesse piiblico, man- tendo-as em seu poder e dando continuida- de A atividade empresarial. Observe-se que tal situagto poderia, em tese, ‘mesmo no ambito de um regi ou de alguma (Goagio etc.) A tinica solugio jurfdica em situagGes dessa ordem reside em 0 Estado {mediatamente promover a reintegragao dos bense direitos no ambito do que se tornou, circunstar lar de interesse privado, o Estado no tem ‘outraalternativa. Deverd transferir os bens para a esfera dos particulares, gicoe inftingen- al que o Estado dé seguimento, por si mesmo, drealizagdo dos interesses privados. CObserve-se que a natureza do interes- se nfo determina o regime jurfdico a ser ado- tado. Tanto é verdade que se admite ativide- de estatal sujeita ao Direito Privado, Isso se Passa com feincinno dito da Admi- nistragao indireta nfo autirquica. Até a pré- bria Administagao dea est subordinada 40 regime privado, em determinadas situa- es. Por exemplo, privadas acerca do contrato de seguro quan do 0 segurado for pessoa de Direito Pi co.* Em todas as hip6teses, no ent Administragao Publica est a realizado do interesse pi Em sfntese, a titul 2.2 Interesse piiblico e interesse do aparato administrative O interesse piblico nfo consiste noin- teresse do aparato estatal. O Estado, como sujeito de direito, pode adquirir cetas con- veniéncias, em termos equivalentes ao que se passa com qualquer sujeito privado, Nao significa, porém, que tais circunstancias se ccaracterizem como interesses publicos, para © fins da aplicagao dos principios ora exa- minados. Configura-se a da por Renato Alessi entre i co primério e interesse secundairio, dfn da no Brasil por Celso Ant6nio de Mello.” Enfim, como afirmou Gordi Estado “Poderia, portant, ter oiniressesecundé- tio deresistirao pagamento deindenizagées, ainda que procedentes, ou de deriegar pretensdes bem fundadas que os administrads Ihe fzessem, ou de tributos ou tarifas por valores exagerados, ministragao Pablica”® vista que nenhum interes guracomo comeniéne! nistragdo Piblica. O chart eundario (Alessi) on i mar que nem a0 menos 08 so acepe io jurfdica do termo, Sig mere 8 nineias cireunstanci alias an pan eres 55 quali esse" dos pare li dos os limites do Direito, apenas suits privates. No éadmanne dota, para realizar o bem comes cn feral, © Estado ndo poe luton oh ‘uprevaecer sede raquracudaie alheia. Aliés, nem um particular pode- tar desse mde, mula moon eee 0 iterewe pico fo reise ates lucro, se fizer através de atividades espevulativa, de duvidese ala Poderiam ser lembradas certas hipste- eee desenvolvimento de empresas moralmente reprovaveis. Assim se passa com atividade de loterias, no Brasil. Em outros paises, € usual 0 monopélio da exploragio do furno. Conhecem-se hipteses em que o préprie Estado fornece drogas a viciados, visando a minorar certas situagdes icas. Deve ter-se em vista que, ao assumir tais tarefas © Estado nao atua de modo similar a0s Pa" culares. Nao se trata de obter lucros centivar a realizagao de valores nege 3 £8805, 0 pci, Em outros e380 mesempeno para evita stentarimpediradisse- idade ou de doengas. fe, que 0 Estado ‘moi ‘om wes a mi fa criminali na sleoapeen cma pol os limites deste trabalho. 3 Inceresse pili p 79 pessoa fisica do agente publica ‘imprescindivel distinguire afastar, tanbém, 0 nteresseprivado do sujito que cexerce Fungo pat ‘lopablica nfo pode ser afetado pelos: {ese pivadose ogosticos do agente pi Una alteragdo de regime juridico se: ‘ito passar & condigho de a do de agente pablico. {ie os peeria. cogitar de um regime Pia e diverso, por exemplo, para tribu- ‘agfo sobre bens de agentes piblicos. O tema retaciona ai interesse se com a questo do rivado do sujeito como exercente a. Por exemplo, 0 gover- interesse em evitar divulga- ias que possam prejudicar sua ennteng tm ngnt® HO cargo eletivo, Mas esse & rte vada e pacar dle, in rene" SOM © interese publica. So- "eginegePetera cogitar da aplicago do nega Ot pUblico na medidaem que emjogo.0 ‘mo se daria quando houvesse risco & digni- dade de cargo ou fungao. 24 Interesse piiblico propriamente dito Oprocesso histrico-ev iu & superaggo de qualquer ident entre interesse pablico e as meras c nineias do Estado ou dos agentes pablicos, © conceito ganhou autonomia, 0 que néo significa que o pensamento jurfdico tena atingido concepgSes undnimes. Existem, pe Jomenos, quatro vertentes de abordagem da questa. 2.4.1 Interesse public como somat6rio dos interesses privados. {A primeira proposta para defi resse pblico € relacionada a uma espécie de generalizaglo indutiva dos interesses pri- vados. Em face dessa teoria, 0 interesse pi- blico se configuraria a partir do interesse privado, Consideram-se os interesses dos particulares e se produz una modalidade de ‘avaliagdo aritmética, Nesse enfoque, 0 inte- resse puiblico corresponde ao interesse co- ‘mum ¢ homogéneo da totalidade ou da maior parte do povo. Segundo essa abordagem, nfo hi diferenga qualifativa entre interesse privado e piblico. A diferenga é de nature- zaquantitativa,Afinal,todo e qualquer inte- resse privado poderd configurar-se como pi- blico desde que configurada uniformidade dos interesses da maioria? 2.4.2 Interesse pubblico como somatério de determinados interesses privados Outra concepedo, préxima & anterior, reconhece que nem todo interesse privado 9, Em certa medida, esse €oposicionamento de Héctor Jorge Escola, 20 afirmar que “El interés ido con el caécte y el sentido que asignado, n tiene una entidade onto poderia transformar-se em piblico. Have- ria, quando menos, duas categorias de inte- resses privados, Existriam interesses priva- dos pertinentes dexisténcia individual egots- , Cuja conjugacio nunca conduziria & configuragdo de um interesse pi ‘nunca passtveis de transform: cos. Ao lado deles, haveria i ualidade e que podeviam dr orgem aun interes pb co, na medida em que ocorresse homoge- neidade coletiva Essa teoria comporta duas variantes ‘Uma detas defend o pressuy ria: somente ha interesse pil interesse particular especial é det que parcelas apresentassem dem para o reconhecimento da publicidade do interesse. 2.4.3 Interesse pilblico ‘como interesse da sociedade Entendimento di quando se afirma que pai e caracteriza €o interesse da sociedade, entendida como algo incon- ‘com 0 mero somat6rio dos indivi- lera-se que o todo (conjunto de }émais do que o produto da soma lades. De fato, em termos sociol6gi- cos, € inquestiondvel que a sociedade é um ‘Sujeitodistinto, inconfundtvel com os indivi- 4x05 que nela se integra super transcend individuos que 1 inte pag acento de a 8 moda sm do afeta a identidade, indi do passado, vegradoe 22? Orrin cultural, permeiam a comunidad nia ddocada individuo. Os interesses eH no so produzidos autonomamens ia da ser humano, mas so o resulted p Jugagao da i livduldade com neo ce Portan. de interesse piblico As construges acima sumariadas com. Porta indmeras erftica. A primeirac mais relevante dirige-se contra um pressuposa adotado na abordagem. Qualquer que set a teoria adotada acerca de interesse pil co, €impossivelsfirmar a configuragio de uma situagdes simples e homogéneas. Une das caracteristicas do Estado contemport neo € a fragmentagao dos interesses, afi ‘maglio conjunta de posigdes subjetivas com trapostas ea variago dos arranjos ened ferentes grupos. A temética relacions? ‘com o fenmeno do acesso de uma plural dade de “classes” ao poder e que produ2t co surgimento do Estado pluriclasse. Acom® cost 1 conceit de ist fe com refer ola, p. 52), non ) direito de voto final em que odie ensitario- A a toda a populacio. ecido pos ou casses ustalmente vl de agus ido e produziahomogeneida- ui si eesses ds detentores do poder ad contapsicho as ineresss lag. ago do su radcalmonte esse panorama © inviabilizoa ‘aimonhecimento deuma inica classe domt- sae Todos os extras sociais, mesmo os mas desprovidos de recursos econdmicos, podeminflueciar aescolha dos governantes fens representar nos parlamentos. O txereio do poder politico retrata a plara- lide deinteresses sociais ea segmentagdo dos difeentes grupos. Existem agrup: toscom interesses eomuns, dentro de tesesteitosecom extenséo temporal prec tia, Cada classe comporta interesses contra- Pesos. A democracia contemporanea cxter- ‘csc numa espécie de intermindvel reorga- Ws AS composes nie ck ineresses assemelha-seaum proces danniseipco, em que cada arranjo é loctistente em momentos anterio- Se posteriores, angio ™0 cond mpossititdade de Iaioria sent como forga de eX pressio, indicando composigdes temporé- itadas entre os diferentes segmen- tos da sociedade. proprio Giannini destaca a hetero- geneidade dos interesses piblicos em um panorama s6cio-polt {eso surgimento do Estado pluriclasse, era possfvel afirmar a contraposica0 ent resse privado e interesse piblico. Ap6s nou-se impossivel reconhecer situagdo as- cautela, diante da plu riedade entre os interesses dos diferent tegrantes da sociedade. Daf deriva, em primeito ‘Nemexiste um conjunto suficientemente bo- mogéneo de interesses privados ao qual se pudesse atribuir a condigio de interesse da rnaioria, Sempre haveria uma pluralidade tos, com interesses contrapostos € Portanto e como disse Casesse, existe 0 interesse p\ resses piblicos, no plur [Nem seriao caso de considerar a maio- tia como titular de dois interesses simulta- neamente. Um seria aquele contraposto 20 da minoria. Mas, ao mesmo tempo, a maio- ria teria interesse em que a minoria fosse prestigiada. Logo, seria interesse publico tanto 0 do maioria quanto o da minori se caso, 0 interesse da minoria seria pabli- co ado por alguma caracteristica propria, ‘mas por ser de titularidade da maioria. A construgio é obviamente atificiosa.e impos- s(vel de ser sustentada. Basta lembrar que, adotada tal concepgo, desaparecerdo os in- teresses privados: todos serdo piiblicos. p. 106 to Amministrativo, Na verdade, um Estado Democrético caracteriza-se nao pela prevaléncia do inte- resse da maioria, considerada apenas em ter- ‘mos quantitativos. Consiste na supremacia da vontade da maioria eventual e também daminotia, Ou sea, inten 4 como pilin nto porn tuoi eet ar Sto gorse contnuam agus 8 Isso nto significa aceyae tees. nna garantia aos interesses da minoria, tudo objecds sem a , objegbes, a concepdo do inter so Melony parimetros constitucionalmentefi- dade. Essa constructor dag sa construed prod i ' A idéia de interesse piblico ndo se prende aquestdes apenas quantitativas, As- sim, por exemplo, existe interesse pablico ainda que os in- teresses delas possam eventualmente con- fitar com os da maioria do povo."* ddades fundame risco de surgir um cullado de qualquer creto, Haveria uma, social, em que atrad so da realidade concreta, A A desvinca entra dimensoindividuloe blicocontém o germe do autos 3 reconheciments 40 superaria é leresses coletivos e difusos qu no obstante sua pertinéncia a uma plural dade de sujeitos privados, continuam a tet nnatureza privada."” ‘Mas permanece um problema notével, que evidencia o equivoco daconcepgao ait méticade 0. Trata-se do re- daminoria como se verficounos regimes do nacional lism alemaoe do estlnisme Ase refere-se & identificagao do c ia ria necessério: der de diagnos com elevado potencial de nocividade. 2.45 A natureza das concepobes tradicionais de interesse piblico Por outro lado, essas abordagens <° ‘ma enfrentadas podem ser qualificas mo concepedes tZenicas de interest Pare co. Partem do pressuposto de que lau ‘Ad-Hoc, v, 8, 1998, pp. 32 ess. 16,Contraessa concep deinteressepsbli- wados nd Ser sais teresses privados nfo podem sn ind através da atuagio isolada particulares.. insuficiéciadosesi09, Viduas exigea intervencio d0 E828 a prépria existéncia do Est se cad por essai Associ 5 res humanos, produzindo @ ST ego Estado, destina-se a propicit # assim ‘Altes, Ad-Hoc, 1999, pp. 687-709, de dificuldades de maior éimens*® arena para satisf- lo ey ors ue re is, fora de atend 1s. i ese piv sa tao stan oe peg ascieda los negizag de pessous © 1 de, com ee supere iftculdades SUpra- Selle ins i wi gu aconcep¢ to téeica de in coord vineulou-se acircunstincias euliares a determina- to Atéasdltimas déca- eade XX, ariquezaprivada eainsui- tha maori dos pases) para produ- todos interessescoetvos. Era ual i Soave inpescindv rao dos recursos pilblicos como instru- rentopaatanto. Masa evolugio sécio ica, vrificada ao longo do sée. XX, tor- sou problemdticaa manutencio de concep- gfes dessa ordem. Os processos econdmi- cosde geragaoe acumulagdo deriquezaalte- calmente esse panorama, A cha- de civil tornou-se titular de ‘ios materiise de conhecimento técnica ‘uficiente para produrir a satisfago dessas Yados so su omingra-estrutura indisy Pe sin parade oWida no &mbito da iiciativa Cfeian ot Bre parte dos casos, mais rege end do ue a ttluizade tapos Por outro lado, o Estado no ates interesses dispontveis para realiza- 18S 85 tarefas de atendit 108 eee imento aos "Apesar deo ser humano isolado cont- nar ineapacitado de enfrentar todas as ne- cessidades privadas, isso ndo significa que a chica via de satisfagdo dessas necessids- des seja aestatal.” Em suma, a soluglo técnica para sats- {ago dos interesses coletivos nao é mais justficativa adequada para fundamentar 0 de interesse publico. Surgiram no- as de satisfagao de interesses ge- icientes do gue aquelastradicio- ente conhecidas.E possivel manter 0s interesses como privados e, nio obstante 50, produzir sua satisfagto, Alids, produ jorefi- cineia do que pelo caminho da publiciza- de considerar 0 as necessidades na Gr (8 recursos privados podem ser apl 2 a natureza da questo esse ponto, é necesséria uma radical modifieagéo no panorama juridico. O con- ‘eit de interesse pilblico nao comporta en- 19, Tem de destacar-se que esse panorama {oi infhuenciado dretamente pela exp tesamericana, em que a maioria dos nteresss indi viduais sempre foram atendidas segundo modelo ‘a expansto ezondimica¢0fend- fogue meramentetéenico. A transmutagéo dointeressede privadoem ser satisfeitas pelo esforgo individual de cada qual. Também procede 0 raciocinio de que a sociedade civil eas orga- nizagdes econdmicas privadas dispGem de fat6rios para atendimento a jos € valores fundamentais, dignidade da pessoa huma- resse deixa de ser privado porque sua satisfago néo pode ser objeto de algu- ma transigéncia. E imposstvel adi se apliquem a satisfac dessas ne des as regras juridicas que disci atendimento sos dem: duais, sob pena de admitir possi sua ndo realizagio, Ora, a auséncia de satis- faglo ales significaria infringir os valores fundamentais consagrados pelo ordenamen- 10 jurfdico. Considere-se uma situag&o prética, en- volvendo o interesse em obter energia elétri- ca. Supbe-se invidvel que as necessidades individuais de consumo de energia elétrica através do esforgo de cada 0 momento histérico, poderia imaginar-se que apenas o Estado disporia de recursos para produzir a satisfacao a esses interes- teresse pui- ‘Mas, nos dias atuais, 6 inquestiondvel {que inimeras empresas privadas disporiam de condigdes de assumir as atividade de fornecimento de energia elétri ca corresponde a satisfagto de interesse blico ou de interesse privado. Optar pel. teresse privado significa subordinaro forne- cimento da ener ica Bs regras de ‘mercado, Nesse caso, deverd admitir-se que a necessidade de algumas pessoas nfo serd atendida. Aqueles que ndo dispuserem de recursos suficientes para adquirr os produ- tos eservigos estarlo aijado do Acenergia clétrica passard.a ge, 0 ™teady no mercado, do mesmo mogg Ogg bens de consumo. HA pessoas g 1° tog de recursos para adquitrteleye “Pt no, Tal como alguns no tem nee ey, ‘uitros ndo terdo energia elétricg cessidade individual dee d plena da personatidade humans 0 2. A pen eondmica nfo legtima o impedinenes vidual reacion. lade da pessoa hy. do satisfacho da dignids mana, Modemamente, 0 conceito de interes. ico ndo se constr6i a partir daimpoy ‘mas pela afirmagio da impossibilidade 4 cca de deixar de atend8-los, Até se pode a. mili qe o sto resin sn ata ‘aside diners abla, Mase dose tng to sigicasdaspbicialo A tilizapo de nis mais fet ae autoriza a transformagiio do piiblico em pr ao, O conceit de terse pee Indo por earcees os ds orem ‘As considerate aca demons sustain dente ita do cost de interesse puiblico. Nao é apenas um inte» ress socal nas necessariament at umiinteresse individual conertamente partilhado por segmentos si vos Siete, Soment sev ce piblio quando tevin do por uma ph tbilidade entre ointxese Bm se de uma parcela da popu! ia uilizar-se ® teresse coletivo, sm esafSrmulano se afigu- pind ai jeterminar que é interes somo se evidenca facikmen- ta conereta para com- ms ciéncia do conceito. Supo- interes expe alo puramente técnico, 2 ode conduit ae

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