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Pro-Posigdes - vol. 14, N. 1 (40) -jan fab. 2003 Diretrizes para a formagdo de terapeutas ocupacionais — percursos e perspectivas Michelle Selma Hahn e Roseli Esquerdo Lopes” Resumo: Neste trabalho descrevemos a trajetoria dos padrdes minimos para a formagio de terapeutas ocupacionaisa partir de drerizes trasadas internacionalmente pela Federagion “Mundial de Terapeutas Ocupacionais desde sua organizagio, em 1952, correlacionando- 15 com a8 proposigées gerais da Organizacio Mundial da Satide. Contextualizamos formacio profissional ¢, especificamente, a questio curricular paraaterapia ocupacional no Brasil, Buscamos articular a proposiio de dietrizes curriculares definidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Edueacio e o atual modelo de educagio superior que se busca implementar no Pais e apresentar como isto se reflete na formacio de recursos humanos na area de saiidc, detendo-nos no caso dos terapeutas ocupacionais. Verficamos que 0 desafio esta em como aliar a ampliagio de oferta de vagas no ensino superior no Pais com uma formacio de profissionais condizente com as necessidades da populagio brasileira, Palavras-chave: Terapia ocupacional, educacio, padrOes/ditetrizes curriculares ‘Abstiact: This paper describes the history of the Minimum Standards for the education ‘of occupational therapists since the foundation of the World Federation of Occupational ‘Therapists in 1952. The concern with international curiculum guidelines for occupational therapists have been related to the general proposals of the World Health Organization and also with the brazilian professional education and curricular matters. We tried to articulate the proposals of curriculum guidelines, as defined by national education policies, to today’s model of higher education in this country and how it reflects in the education of human resources for the health area, specially occupational therapists. The challenge lies on how professional education, with the amplification of vacancies in the higher educational system, will match the needs ofthe Brazilian population. Key-words: Occupational therapy, education, standards and curriculum guidelines. Padies Minimos para a Fornagdo dos terapeutas ocupacionais ~ ©. cenétio mundial A Federacio Mundial de Terapia Ocupacional (World Federation of Occupational Therapists - WFOT) ¢ a organizacio oficial internacional para a promosiio ¢ desenvolvimento da terapia ocupacional. Foi fundada em 1952, com ‘7 Frotesaca Adtnios do Bepastamento de Terie Ocunacional da Univesisode Feces de $00 Cats. ‘mcho@eowel scar br flopes@pONerutsca ot 121 Pro-Posigées - vol. 14, N. 1 (40) -jan.Jabr. 2003 apenas dez paises - Africa do Sul, Australia, Canada, Dinamarca, Estados Unidos, Gri- Bretanha, India, Israel, Nova Zelindia e Suécia. Atualmente conta com 57 paises membros, estando o Brasil filiado efetiva- mente desde 1994, apesar de ter sido membro associado desde a década de 70, através da Associacao Brasileira de Terapeutas Ocupacionais - ABRATO. Para efeito organizacional, os paises estio divididos em 04 grandes “sub-regides”, que no obedecem apenas aos eritérios geograficos formais, mas sim a um sistema de agregagio por afinidades (idiomas, processo de auxilio na implantacio da profis: sio), funcionalidade e disponibilidade de envolvimento de profissionais. Essas regides sio: Asia Pacifico, Africas, Europa, através do “Council of Occupational Therapists for the European Countries - COTEC (1986) e Américas, que co: srega paises da América do Sul ¢ Central, México, Estados Unidos e Canada, recentemente organizada (1997) sob 2 Confederacion Latinoamericana de Terapeutas Ocupacionales - CLATO. Entre as intimeras atividades da Federagio Mundial de Terapia Ocupacional destacamos as de representacio e divulgacio (por exemplo, junto 4 Organizagio Mundial de Satide - OMS, International Disability, ONGs diversas, entre outras), promogio de intercimbios profissionais, rede cde comunicagio através da Internet (Occupational Therapy International Outrech Network - OTION), publicagées (revista bianual de divulgacao informativa e cientifica - WFOT Bulletim, livros, folhetos, CD-Roms e disquetes) ¢a realizagao de Congressos Cientificos Mundi- ais a cada quatro anos. Em 2002 realizouse a comemoracio de seus 50 anos de existéncia, na Suécia (local de sua fundagao), durante a realizagao de seu décimo terceiro congresso mun AFederacio Mundial de Terapia Ocupacional, para alcancar os objetivos pro- postos em sua missio, junto com e através dos delegados representantes de cada pais filiado, possui quatro comissdes de trabalho: Promogo e Desenvolvimento, Padrées de Qualidade, Cooperacio Internacional e Educagio e Pesquisa, que de- senvolvem varios projetos de curto, médio ¢ longo prazos. £ exatamente sobre tum dos projetos de longo prazo, o de Revisio dos Padres Curricularcs Minimos, no qual a Comissio de Educacio e Pesquisa supra mencionada esti constante- mente trabalhando, que nos deteremos. Desde a época de sua fundagao, houve na WFOT o reconhecimento da neces- sidade de se estabelecer orientagdes para a formacio e capacitasio através de processos de educagio formal de terapeutas ocupacionais que fossem viaveis ¢ aceitos internacionalmente (MENDEZ; HARRIS, 1998). Nesse sentido, uma primeira versio dos padrées minimos comecou a set delineada em 1952, sendo aprovada em 1954. Um novo documento de suporte a0 anterior, denominado “Estabelecimento de Cursos para a Formacio de Terapeutas Ocupacionais” (Establishment ofa Programmme for the Education of Occupational Therapists), foi publicado em 1958 para orientar a abertura e desenvolvimento de cursos em pafses onde a terapia ocupacional enquanto profissio ainda nao estava estabelecida, Esta versio, depois de sucessivasrevis6es, foi implementada em 1963 ¢ publicada em 1966, com o titulo “Formagio do Terapeuta Ocupacional” (Education ofthe Occupational Therap). 122 Pro-Posig6es - vol. 14, N. 1 (40) -jan.fabr. 2003 Uma nova revisio foi efetuada em 1971 ¢ 0 texto dos “Padres Minimos Re- comendados para a Formagio de Terapeutas Ocupacionais” foi publicado naque Jemesmo ano, com o intuito se adequar as transformagdes que estavam ocorren- do em quase todas as profissdes da area de saiide, principalmente na medicina, destacando-se a ‘compartamentalizacio do corpo’ e a ‘divisio por especialidades nas priticas clinicas’, modelo este que orientou € permeou a formagio dos terapeutas ocupacionais por virias décadas (HAHN, 1999). ‘Uma outra atualizacio nos “Padres Minimos” foi necessaria, em 1984, para se incorporar as mudangas que refletiam as novas terminologias e técnicas na terapia cocupacional ¢ também que orientassem melhor 0 desenvolvimento de novas estru- turas curriculares. Sao dessa época as divisdes no texto que explicitavam separada- mente os requisitos geras, a organizacio do curso de graduacio e 0 conteiido das disciplinas, bem como as especificagées dos estigios profissionais,reiterando-se as 1000 horas minimas de pritica supervisionada, que naquele momento foram delineadas sob a forma de apéndice. Em 1991, a revisio realizada manteve a versio de 1984, mas de forma menos prescritiva. Esta versio foi ampliada incluindo ma- trizes dos formuliios exigidos pela WFOT para o reconhecimento inicial de cur 0S ¢ também para o monitoramento continuo dos mesmos, a fim de que as Asso- ciages Nacionais pudessem efetuar essa tarefa a cada cinco anos. ‘A revisio atual, identificada como sendo um projeto prioritirio ¢ em anda- mento desde 1998, comecou a partir de duas demandas especificas, A primeira decorrente da necessidade de alguns paises que solicitavam subsidios para a cria- ‘slo ¢ abertura de cursos de terapia ocupacional e de outros paises que queriam Drientagbes mais claras sobre 0 processo de monitoramento. A segunda demanda era explicita para que fosse realizada uma ampla revisio dos “Padrées Minimos”, a partir da percepgao de necessidades de flexibilizagao dos contetidos curriculares ¢ também uma normatizacio mais abrangente para os requisitos das priticas su- pervisionadas, que estavam sendo considerados muito restritivos, no comtespondendo mais is inimeras novas possibilidades de reas/campos de in- tervengio da terapia ocupacional. Para a consecucio desse processo de revisio, os procedimentos utilizados, do ponto de vista metodol6gico, foram divididos em fases, sendo elaborado ini ‘mente um questionério, enviado para terapeutas ocupacionais de quase todos os paises do mundo e respondido por eles. Procurou-se, nessa primeira fase, contar com a colaboragio de terapeutas ocupacionais que possuissem distintas priticas, englobando as de atuagio € intervencio clinicas assistenciais, de ensino e de docéncia, de gerenciamento ¢ administragao de servicos, bem como as de consultorias e assessorias. Buscavam-se com isso miltiplas visbes e novas pers- pectivas. ‘As questdes colocadas foram intimeras ¢ tentaram contemplar as demandas inicialmente colocadas pela categoria, afim de se elaborar um diagnéstico acerca dessas preocupacées. A titulo de ilustragZo, elencamos aqui algumas delas: se os padres minimos existentes ainda so necessirios ¢ relevantes; se os mesmos de- vem especificar o contetido da grade curricular e das Areas de estigios; se existem conceitoschave na terapia ocupacional ¢ se os mesmos devem ser incluidos ou 123 Pro-Posic6es - vol. 14, N. 1 (40) - jan Jabr. 2003 no; se existem experincias fundamentais ¢ Gnicas pelas quais todo aluno de terapia ocupacional deve passar; como os resultados da formacio em terapia ‘ocupacional devem ser avaliados ¢ descritos; como os padres podem ser sufici- entemente flexiveis para permitir 0 desenvolvimento da profissio ¢ como manté- los em niveis os mais altos possiveis, qual deve ser o patamar educacional anterior minimo para se cursar terapia ocupacional; quais qualificagdes académicas ¢ pro- fissionais um coordenador ou diretor de curso deve ter € se os consultados ti ham informagao sobre quaisquer outros documentos correlatos que poderiam ajudar a desenvolver o projeto de revisio dos padrdes minimos Ao final dessa primeira fase, as respostas foram coletadas, identificadas por idéias consensuais ¢ agrupadas em um novo conjunto de preocupagdes € questdes que resultaram na construcio da segunda fase, com a eriagio de um outro questi- ‘onirio de retoalimentagio, Sua versio em inglés eespanhol foi colocada no website ‘também enviada para todas as Associagdes Nacionais ¢ todos os cursos aprova- dos pela WFOT. No Brasil, esse questiondrio foi disponibilizado e circulou através da Rede Nacional de Ensino de Terapia Ocupacional - RENETO, criada no ano de 2000 com 0 objetivo de ser um forum democritico de veiculagio de informa- {0es € discussdes entre docentes dos diversos cursos existentes no Pais. Este novo conjunto de respostas ¢ sugestées foi mais uma vez compilado, dando inicio a terceira fase do processo de “Revisio dos Padrdes Minimos da WFOT”, em maio de 2002, sendo apresentado e rediscutido por representantes de todos 0s paises no Congresso Mundial da categoria nesse mesmo ano, quando houve também a incorporacao de sugestoes e alteragées, sendo produzida a ver- sio final modificada dos novos padres curriculares minimos para a formagio de terapeutas ocupacionais, que devera ser implantada e implementada em cariter experimental dentro dos préximos dois anos. Paralelamente a esta forma de trabalho no nivel mundial, alguns subgrupos regionais, como a COTEC ¢ a CLATO, vém também se preocupando com a questio do ensino e a formagio dos terapeutas ocupacionais em suas respectivas regides. Os paises da comunidade europeia fundaram em 1995 a “European Network of Occupational Therapy in Higher Education” - ENOTHE, que tem produzido de forma sistemitica material impresso (folhetos informativos, CD- Rom e livros), sobre as reflexdes € produtos de seus grupos de trabalho, em seus encontros, que acontecem duas vezes por ano. Dentre essas publicagbes destaca- mos as ditetrizes curriculares para 0 ensino da terapia ocupacional na Europa, que, apds trés anos de pesquisa, tragam o perfil desejado, em termos de conhec. mento, habilidades ¢ experiéncia profissional, para os terapeutas ocupacionais que ‘vio se iniciar no mercado de trabalho em toda a comunidade européia, indepen- dentemente dos diferentes niveis de formagio recebidos, quer sejam técnicos de nivel superior ou graduados de instituigées universitirias, A semelhanga do que ocorre com todos os cursos de terapia ocupacional no Brasil (HOWARD; LANCEE, 2001). Por outro lado, a CLATO, em 2000, realizou, no Chil, pela primeira vez, uma Jornada de Trabalho sobre a formagao dos terapeutas ocupacionais na América Latina, na qual se buscou diagnosticar a situagio dos cursos em cada pais, desta- 124 Pro-PosigOes - vol. 14, N. 1 (40) -jonJabr. 2003 cando-se principalmente as dificuldades encontradas, Como resultado desse evento, foi produzido um documento “Lineamientos para la formacion de terapeutas cocupacionales en Latinoamérica”, que devers ser retomado e ampliado em 2003, durante novo encontro no V Congresso Latinoamericano da categoria. FormagGo atual dos profissionais da Grea de satide 0s eixos dos Novos padides minimos para a terapia ocupacional ‘A mudanga do paradigma no antigo binémio ‘satide e doenca’, no contexto internacional, influiu diretamente no modelo de capacitagao dos profissionais para a area de satide e estas influéncias repercutiram, também, no processo de forma- fo ¢ educagao, em niveis nacionais, de todos os profissionais, incluindo-se ai terapeuta ocupacional, (Os primeiros esforcos para esta mudanca de paradigma podem ser observa- dos nas concepgées contidas nos documentos “Declaragio de Alma Ata” (OR- GANIZAGAO MUNDIAL DE SAUDE, 1978) ¢ a “Carta de Ottawa para a Promogio de Saude” (ORGANIZACAO MUNDIAL DE SAUDE, 1986), com 1 perspectiva da crenca de que a satide é um direito fundamental do ser humano e, nesse sentido, as ages dos profissionais da drea deveriam reorientar a sua presta- ‘cio de servigos para além da provisdo dos aspectos apenas clinicos ede tratamen- to. O enfoque dar-seia na construgao de comunidades saudaveis, potencializando ‘© betrestar pessoal e sua participacio nesse processo, de modo que desenvolves- sem habilidades e atitudes para a consecucio deste objetivo (HAHN, 1995). Outros documentos e propostas foram-se transformando em agdes concretas para a consolidacdo deste novo modelo. Este é o caso das diferentes politicas em. relagio as pessoas portadoras de deficiéncias: ja em 1982, 0 documento da Orga- nizacio das Nagdes Unidas (ONU), “Programa de aco mundial para as pessoas com deficiéncia”, preconizava a equalizacio ¢ a inclusio, através da participagio social integral dessas pessoas. Especificamente sobre a formagio de profissionais de saiide, encontramos referéncias da Organizagio Mundial da Saiide (1993) em documento e relatorios de grupos de trabalho que se debrugaram sobre esta questio, bem como na pro- posta politica da Organizagio das Nagoes Unidas - UNESCO (1996), que sugere mudangas no desenvolvimento do ensino superior. Nos dois casos, as preocupa- .@es esto totalmente voltadas para as questdes de satide e qualidade de vida dos seres humanos. Partindo-se de alguns pressupostos em relagio ao processo de educagio supe- rior ~ como o de que a formagio, a educagio de qualquer profissional, teorica- mente, deve: propiciar um nivel maior de desenvolvimento e crescimento pessoal; oferecer uma formagao técnica especifica; conferir um titulo profissional outor- gedo por uma Institui¢io académica para que o individuo possa exercer a sua pritica profissional de acordo com os orgios reguladores da profissio e os requi- sitos exigidos pelo mercado de trabalho e/ou pelo empregador; ¢, ainda, garantir a possibilidade de se ter uma linguagem comum para fins de intercimbio -, a Federacio Mundial de Terapia Ocupacional optou por uma proposta de 125 Pro-Posig6es - vol. 14, N. 1 (40) jan /abor, 2003 reformulagio de seus padroes curriculares minimos, no somente pelas deman- das da categoria profissional ji mencionadas no inicio deste texto, com também em consonincia com a mudanca do paradigma na satide e a sua conseqiiente adaptagao as condigdes locais. De acordo com essas perspectivas,o recente docu- ‘mento da Organizacio Mundial de Satide (2001) “International Classification of Functioning, Disability and Health - ICF” foi considerado essencial para se deli- near o esbogo conceitual dessa reformulagao. Do ponto de vista do enfoque na terapia ocupacional, ¢ possivel sumariar 05 conceitos mais relevantes da seguinte forma: a) o ser humano & capaz de passar por processos adaptativos pessoais que podem ser potencializados e propiciar melhoria e bem-estar, através de sua participacao ativa neste processo para se manter saudivel; b) 0 fato de estar engajado em atividades ¢/ou ocupacies auto-significativas & sum grande fator de motivacdo para melhorara qualidade de vida, indepen- dentemente da presenga ou auséncia de uma disfungio, Anova proposta dos padrées curriculares minimos A proposta de revisio dos padres curriculares minimos mundiais foi repen- sada ¢ construida a partir de trés aspectos principais que estio intrinsecamente relacionados: 1+ em relagio ao aspecto profissional, devese promover com consisténcia a pratica da pesquisa como uma forma de padrio de qualidade para o exerci- cio da terapia ocupacional, 2: em relagio a sociedade como um todo, faz-se necessirio dar uma maior visibilidade das possibilidades de contribuicao da terapia ocupacional aos sistemas de satide e previdéncia das comunidades em niveis local, nacional e internacional, devendo ir ao encontro das expectativas de qualidade de vida ¢ bem-estar social das pessoas; 3+ em relagao ao aspecto educacional, deve-se garantir a manutencio de dire- trizes e padroes comuns mundialmente, a fim de que os futuros terapeutas ocupacionais tenham conhecimentos, habilidades e formas de trabalho se- methantes, possibilitando a construcao de interface e facilitando a troca de experiéncias, bem como favorecendo o intercmbio estudantil e profissio- nal, através do processo de filiagio a WFOT. pilar de sustentagio da nova proposta educacional para a formagio dos terapeutas ocupacionais esti baseado na compreensio filosofica da Ocupacio, en- slobando a sua natureza e miltiplos significados, a compreensio cultural da mes- ma ¢ as diversas possibilidades de problemas ¢/ou satisfacdes vivenciadas pelas pessoas em relagio ao seu engajamento, ou nio, nas diferentes ocupagées. Nesse sentido, 0 objetivo de um projeto de curso deve estar centrado em novas possibilidades de oferta de experiéncias educativas para os alunos de gradu- 126 Pro-Posigdes -vol. 14, N. 1 (40) -jan fabs. 2003 agio, que lidem com as questbes populacionais em relagao & promogao e cuidados de satide primérios, desenho ambiental e acessibilidade universal, abordagens co- ‘munitérias individuais e grupais, e que também mantenham as abordagens mais clissicas ¢ tradicionais da profissio, como as intervengdes em reabilitagao ¢ habi- litagdo, desenvolvimento ¢ treinamento de fungdes prejudicadas em relagdo as atividades de vida diaria e vida pratica. ‘Ainda devem ser considerados como componentes fundamentais para a ela- boracdo de um projeto de curso os elementos que seguem: I-a estrutura curricular, compreendendo seus contetidos e sua seqiiéncia; 2 - 0s métodos pedagogicos; 3- as praticas supervisionadas; 4 - a qualificagio do corpo docente ¢ a formacio continuada do mesmo; 5 - 0s recursos fisicos e materiais. Ao se transformar os clementos e pressupostos mencionados em um perfil curricular, é previsto o processo de capacitagio e transformacio de um aluno de graduagdo em um terapeuta ocupacional, com conhecimento, habilidades e atitu- des, que: incorpore teoricamente e vivencie na pritica a relagio e a compreensio entre individuo, ocupagio, meio e sua insercdo no contexto de satide local; tenha dominio do processo terapeutico ocupacional do ponto de vista de raciocinio e condutas profissionais, bem como a capacidade de discernimento do contexto de aplicagdo de seu conhecimento; ¢, finalmente, saiba lidar terapeuticamente e pro- fissionalmente com clientela, familiares, colegas, comunidade e institui¢des. Trajet6ria da formagdo profissional dos terapeutas ocupacionais no Brasil Data da década de 50 0 processo que seria a génese do surgimento de diversos novos profissionais da saiide, incluida ai a terapia ocupacional. Portanto, com algumas décadas de atraso em relagio aos paises centrais da economia ocidental, iniciam-se no Pais cursos visando 4 formacio profissional de fisioterapeutas! ¢ terapeutas ocupacionais, definidos, entao, como exercendo ‘fungées intermedi as’ (BRASIL, 1974), assim entendidas em contraposicio a ‘ungBes de nivel supe- rior’, visando ao trabalho na drea de reabilitacio. Repete-se, aqui, o eixo internaci onal inicial, predominantemente voltado para ao treinamento do ‘profissional de ajuda’, ‘vocacional’e ‘missionario’, relegados a um segundo plano aspectos ‘técni cos’ ¢/ou ‘cientificos’ (LOPES, 1991; HAHN, 1999), Assim & que, ainda em 1963, 0 Conselho Federal de Educagio (CFE), através do Parecer n*. 388/63, homologado pela Portaria n*, 511/64 do Ministério de Educagdo ¢ Cultura (MEC), justificava que as matérias bisicas para a formacio daqueles técnicos deveriam ser “resumidas ao indispensivel, 4 compreensio boa execugdo dos atos terapeuticos que os diplomados seriam chamados a prati- TT Aipolisbes sjrope @ tropa ocupaceralém tke tale coma no Brat, deed 1956, quando fetes profsionals passaram a set forrnaos, Os euicuos minimas dot eueos foram defor Conknamanfe, osm core os CansaPas Pofescnak 0 Sins #0 oe meetmas pews amas at Categorias. Ems escoios, cx dopatmentes bo, guainema, comune, Comegomo¢a ost. part ‘dermeasos dos ono: 60a algunos modfcoyGex rate quod ous asian a!000 Ghd Co CCondeho Rotesera em corseos auoromos por eclegt. 127 Pro-Posigdes -wol. 14, N. 1 (40) -jan.fabr, 2003 car” (BRASIL, 1974, p. 205), fixando um curriculo minimo? para eujo cumpri- mento estabeleceu-se uma carga horaria minima de 2160 horas, a serem integralizadas em trés anos letivos. Seguese a esses eventos longo periodo em que se consolida progressivamente um vigs‘téenico’, ‘cientifico’, apoiado, de um lado, em um verniz humanistico (psicanalise, psicologia, sociologia, etc) e, de outro, em um embasamento, embora ‘vago ¢ Frdgil, nas técnicas médicas ¢ ciéncias biolégicas em geral (LOPES, 1991). Esse rumo é bastante similar a0 que tomou a profissio nos Estados Unidos, Canadé ¢ Inglaterra. A semelhanga do caso brasileiro é facilmente compreensivel luz da conjuntura politica econdmica. Ha, igualmente, um deslocamento do eixo anterior do trabalho na Srea social: a importincia da ‘sutil imposigso do consenso” cede espago 4 necessidade maior de compatibilizar as politicas piblicas, em todas as eas, arrancada para o desenvolvimento, defendida por governos que preten- diam integrar o Brasil 4 modernidade econémica, tecnolégica ¢ cientifica interna- ionais, com conseqilentes reflexos nas Areas sociais e, em particular, na da said, em que a incorporagio desses novos elementos passou a fizer parte do discurso e das propostas oficiais para as profissOes emergentes. Estas, como no caso dos paises de primeiro mundo, buscavam também lutar por sua legitimagao e pela ampliagio de espagos de atuacio e, inclusive, pela transformacio da profissio em de ‘nivel superior’. E em funcdo disso que se chega, em 1969, a um marco docu- ‘mental importante da fisioterapia e terapia ocupacional, com sua regulamentacio, ‘como de ‘nivel superior’, através do Decreto-Lei nt. 938 (LOPES, 1991) A partir dessa epoca, 0 processo de profissionaliza¢ao dos terapeutas ocupacionais ¢ fisioterapeutas passa pela luta pela criacio de ‘Conselhos’, de cu ho governamental, que assumissem a funcio de regulamentagio ¢ fiscalizagio do exercicio profissional. Essa tarefa culminou coma efetiva instauracio, em 1978, do ‘Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional’ - COFFITO - e, subseqtientemente, de ‘Conselhos Regionais’. Outra referencia fundamental diz respeito a0 processo de discussio decorrente das definigdes contidas no mencionado curriculo minimo e de sua implementagio. pritica, resultante, em sua esséncia, de lutas corporativas travadas pela categoria dos profissionais formados pelas muitas escolas eriadas na década de 70, em prol da consolidacao da terapia ocupacionale fisioterapia como de ‘nivel superior - status «esse ainda sob certo questionamento, no periodo (LOPES, 1990; SOARES, 1991), Esse processo foi basicamente deflagrado, a partir de 1979, pela Associac3o Brasileira de Fisioterapia (ABF), pela entio Associacio de Terapeutas Ocupacionais do Brasil (ATOB) e pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), culminando, quatro anos mais tarde, com o estabelecimento de novo curriculo minimo para os respectivos cursos (LOPES, 1991) A anilise das criticas que as entidades faziam ao curriculo de 1963 revela um. isto de preocupagdes legitimas com a qualidade do ensino - garantia de condi bes de infra-estrutura, anseios de uma certa redencio técnico-cientifica (em con- 3, Faavs 0 segunte cuicuo mhimo pa os cuts do Fbtorone @ Tecra Ocupasionat a. Matéies ‘comuns:Fundamenios de Fsoteopb e Terapia Ocupacional, ica'e Hstora ca eabiacao © ‘Acminsazao Kplcad: b. Mattos especitcas do cus0 Ge DIOP: FaoterapIC GeO! @ FSOISODD ‘Apicosa:€. Matetos esecticas do cuso de Taipla Ocupacion eropia OcUpaconal Gero ¢Teope ‘CeupacionalAptcada”BRASL, 1974, p 208), 128 Pro-Posigées - vol. 14, N. 1 (40) - jan abr. 2003, sonincia com os paradigmas mais gerais do desenvolvimento dos profissionais 1no Brasil e no mundo), reivindicagoes de carater corporativo, relativas a questdes ligadas a disputa do mercado pelos profissionais-, mas, também, obscrvacdes de cariter progressista, no tocante tanto a necessidade de uma formagao humanistica geral que permitisse uma atuacio mais critica de fisioterapeutas ¢ terapeutas ‘ocupacionais, como ao curriculo mais voltado a agdes para a promogio da satide como um todo - e nio apenas i reabilitagio. Em outras palavras, o discurso das entidades engloba, como nao poderia deixar de ser, argumentos que refletem a disputa dos profissionais por insergio no mercado de trabalho capitalista e, 20 mesmo tempo, espelha o processo de abertura democritica que vivia Pais, as demandas por uma sociedade mais justa, com a construcio da cidadania e do acesso igualitario aos direitos ‘A caracterizagio entio feita do “Perfil do Terapeuta Ocupacional” por aquelas entidades reforga os comentarios acima: © terapeuta ocupacional & um profissional da drea de saide rsponsivel pela pre- vensio, cura ¢ reabilitagio de disfungio de origem fisica, mental, social ou do desenvolvimento, através do uso especfico, em diferentes situagées, de atividades expressivas, lidicas, rtesanais, profissionais e de auto-manutencio, previamente analisadas € avaliadas sob os aspectos andtomovfsiologico, cinesiol6gico, psicalé- ico, social, cultural eecondmico. A terapia ocupacional, através de seu trabalho, objetiva promover ¢ manter a saide, restaurar ¢/ou reforcar eapacidades funcio. nais, facilitar a aprendizagem de fungdes essenciais e desenvolver habilidades adaptativas visando auxiliaro individuo a atingir o grau miximo possivel de auto- nomia no ambiente social, doméstico, de trabalho e de lazer, tornando- produti- vo na vida de relacio. Assim, para aleangar seus propésitos,o terapeuta ocupacional necessta avaliar 0 paciente na disfuncio especifica, correlacionando-a&totalidade de suas relagdes com o mundo, estabelecer os objetivos terapéuticos, selecionar métodos, técnicas e recursos apropriados 20 tratamento, desenvolver e reavaliat sistematicamente o programa estabelecido, tendo sempre como valor e referencia bisica para o seu trabalho o respeito condigio humana daquele que esta sob seus ‘cuidados. Competethe ainda crar, estimular e desenvolver condicio ¢/ou situa- ‘es que favoresam 0 desencadeamento do processo terapéutico. Em terapia ‘ocupacional esse processo se dé, essencialmente, através da interrelagio do paci- fente com o terapeuta, a atividade e/ou o grupo, sendo que nessa dinamica, assume papel fundamental a pessoa do terapeuta, como um dos elementos facilitadores € integradores do processo. O terapeuta ocupacional, sempre que necessirio, trabae ha em estreta coopera¢Zo com outros profissionaiseatua ainda nas Areas cient fica, educacional eadministrativa, nesta iltima drigind, supervisionando corien- tando servigos proprios em instituigBes piblicas ou privadas, educacionais € assistenciais. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 1986, p. 45) A partir dessa perspectiva de perfil profissional ¢ considerados os padrées internacionais preconizados pela Federacio Mundial de Terapia Ocupacional (WORLD FEDERATION OF OCCUPATIONAL THERAPY, 1993), no caso «especifico da terapia ocupacional, a ABF e a ATOB, através de suas respectivas ‘Comissdes de Ensino, aglutinaram diferentes entidades cientificas, profissionais e culturais, bem como escolas do Pais que ministravam 0 ensino de graduacao nes- sas reas, em tomo da necessidade de efetivagdo de estudos que pudessem subsi- 129 Pro-Posicées - vol. 14, N. 1 (40) - janvfabr. 2003, diar debates a respeito de uma possivel modificagio dos curriculos minimos des ses cursos (LOPES, 1990). Dessas discusses emergiram posigdes proximas is defendidas inicialmente pelas entidades: o trabalho dos profissionais deveria enfocar as trés fases de aten- io a satide- prevengio, cura e reabilitacio; os novos curriculos deveriam prover condicdes de existéncia e credibilidade para a profissio (LOPES, 1991), o que, em certa medida, correspondia também aos interesses do Estado. Para além disso, contudo, as conclusdes extravasaram 0s limites das lutas puramente corporativas, ingressando no dominio politico-ideolégico. Com base nas consideracées resultantes desse processo, ABF € a ATOB ela- boraram e encaminharam ao MEG, através do COFFITO, as novas propostas de cutriculo minimo para a formagio de profissionais dessas ireas (LOPES, 1990). O desfecho possivel desse episédio - que atendia simultancamente, ainda que nio de forma completa, aos interesses corporativos, ¢, de certa forma, também aos do Estado - deu-se com a aprovagio do Parecer n*. 622/82 do CFE, a 3 de dezembro de 1982, a partir do qual foram fixados, pela Resolusio n*, 4/83 do mesmo érgio, de 28 de fevereiro de 1983, os novos curriculos minimos dos cur- 50s. Esse Parecer define o terapeuta ocupacional como: © profisional da equipe de saide que faz uso especifico de atividades expressivas, Tedieas artsticas vocacionais,artesanais ede autormanutengio, vale, previne¢ trata individuos que, por disfungao de origem fisica e/ou mental e/ou socal ¢/ou de desenvolvimento, apresentam alteragdes de suas fungdes, com o objetivo de promosio da satide ¢ da qualidade de vida. Avalia as alteragbes apresentadas pelo paciente nas relagdes interpessoais, de trabalho ¢ de lazer decorrentes desta disfungZo especifica. Cia, desenvolve e acompanha 0 programa terapéutico, sele cionando métodos, éenicas e recursos apropriados. (BRASIL, 1982, p2). Justificando a necessidade dealteragio do curriculo minimo, ainda a partir dos perfis profissionais definidos, considera o mesmo Parecer: Tratase, portanto, de profissionais com atividades complesas, que necesstam de boa formagio para bem poder desempenhilas. O curriculo vigente,extremamen- te sintético, nao garante o minimo de conhecimentos necessirios paraaformagio de um bom profissional (BRASIL, 1982, p.2) Previu-se, ainda, que 0 novo curriculo minimo? dos cursos de fisioterapia ¢ terapia ocupacional deveria perfazer 3.240 horas, ministradas num periodo mini- mo de quatro anos ¢ maximo de oito anos, sendo 20% desse tempo gasto no ciclo 1, 20% no ciclo 11, 40% no ciclo III ¢ 20% no ciclo IV (BRASIL, 1982). ‘Aanilise do perfil profissional, do curriculo minimo e dos objetivos educaci- onais aprovados pelo MEC, aponta para o estabelecimento, por essa instituigio SO novo caricuo minime thas 6 © soguiie:7- Cc de Mexérot Biligcas: 0) Beiagar b) Clénciat Matokgicas comereencende Anatomia humane Hsloogia: Cinco Facials, compreanclendo Soaumca Fidlogis © Bolo, 6) Patogia. comproerdndo Poloinge Gel e Falange Ge Oar = Ssemos I. Coo da Mes de Foracas Gata: 6) Clcies do Comootamerto, comeresndenc Secioge.Arieponge. Puco}oga. ico € Deertologar bogies & Sauce Humana, compreandenco Soude Piles ©) Metocooge de Fesquse Cloica, nckincd Exatsica I= Cia de Mateos Pe Frotesonateantos: a} Funcamentos de leopio Ocupacinal. compreencendo Hetera do Tera ‘eupocionai, suo evolugas Hiesotoa. clontica e socal) Avaiagde Funconal, comereendende 130 Pro-Posigdes - vol. 14, N. 1 (40) jon.fobr. 2003 do Estado, de um filtro estrutural (OFFE, 1984), na érea da formacio de recursos humanos (educa¢io), que consolida a terapia ocupacional ea fisioterapia como profissdes de ‘nivel superior’e thes da todo um contetido técnico-cientifico, con- forme requerido pelas respectivas corporagdes - 0 que nesse momento interessa 0 Estado brasileiro, pois a introdugio do componente de legitimacao democrati- a, enquanto determinacdo funcional do Estado capitalista, responde minima- mente aquelas reivindicagdes (LOPES, 1999). Esse filtro estrutural -o curriculo minimo, a0 mesmo tempo em que suprime cursos que nio cumpram esses pré-requisitos, pouco exige em relagao a uma formacdo mais geral que, aprofundando os conhecimentos humanisticos e desen- volvendo a capacidade de critica dos novos formandos, possa prové-los de for- mas de pensamento que Ihes permitam integrar, em seu futuro trabalho, aspectos técnicos € politicos. Se as questdes encampadas pelo MEC eram o proprio cere das reivindica- gbes das entidades corporativas, ¢ também verdade que as demais, deixadas 4 ‘margem pelo governo, estavam, em certa medida, presentes na proposta original dessas entidades, dentro de um contexto de abertura politica e de redemocratizagio, do Brasil,a partir de uma proposta de formagao de recursos humanos que levava em conta que, para o resgate do direito 3'satide ¢ para a conquista da cidadania para todos os brasileiros, era imprescindivel ir além da satisfasio dos simples ‘mecanismos de mercado e da produgao de técnicos dlienados em relacio 20 signi- ficado global de seu trabalho. Portanto, aqueles que, a partir de suas associagoes de classe, lutaram para que a batalha pelo curriculo minimo produzisse filtro mais poderoso, da ética do cam- po democritico e popular, determinando uma formacio de fisioterapeutas ¢ tetapeutas ocupacionais mais ampla, tiveram frustradas, nesse aspecto, suas ex- pectativas. Aqui, porém, € fundamental relativizar este fato, enfatizando que, se 0 filtro curticulo minimo nao obrigava os novos profissionais a terem aquela forma- «io mais getal, por outro lado no retirava esta possibilidade de existéncia, posto que ada Instituigéo de Ensino Superior (IES) poderia propor seu proprio curriculo pleno e nele incluir outras disciplinas julgadas necessirias. Em outras palavras, os novos limites dos espagos definidos pelas seletividades das instituicoes politicas do Estado (OFFE, 1984) nio determinavam um tinico ponto de operacio; por- tanto, no caso especifico, a correlacio entre as diversas forcas operantes & que resultaria na implementagio de curriculos plenos mais ou menos restrtivos. Retornando ao Parecer n'. 622/82 do CFE, mencionemos que, em junho do mesmo ano de 1983, as trés entidades - ABF, ATOB e COFFITO - envolvidas no debate curricular realizaram um Encontro de Coordenadores dos Cursos de Fisi- oterapia ¢ Terapia Ocupacional, para avaliar os direcionamentos bisicos nele con- tidos e as dificuldades inerentes & implantacio das novas orientagSes em cada “Gresegi, NSIGIEE © Técnicas de Avalagdo em Tetaio Ocupactont ¢) Melocagia ce Terao ‘Gcupocianal, comereancandn Avanos 8 Recutos Toaneuteos © Méledos de htuaa, Andee oo ‘anieodes Aresanat, Asics, Comeiteny, Wseos, Cutsok, Potesorak e Aviadoe da Via Dia + Cio oe Motétos Rofssonclaarias a) Tetopla Ceunacond, procure deren no ole Ot ‘cortectmertos, © hablkiade e os ctvodes que he parma exoicar contentomenta © prtkedo. Nesie lem neve a eople Ocuraciona supewsonedc BRAS, 1982, 3-4) 131 Pro-Posig6es - vol. 14, N. 1 (40) -jan./obr. 2003 uma das escolas, em relagio a recursos humanos disponiveis, disciplinas propos tas ¢, inclusive, especificidades regionais. © documento aprovado no Encontro, apesar de airmar que “pretendemos capacitar os faturos profissionais de Fisioverapia & Terapia Ocupacional atuar tenica, social epoliticamente, de modo que sua ago se figa sobre uma realidade e ndo apenas sobre problemas especificos” (DEPARTAMENTO DE FiSI- OTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA UFMG, 1986, p.14), reporta- vva-se com indisfaravel Enfase & discussio das especificidades das respectivas car- reiras, visto que eram precisamente estas que nio s6 garantiam a luta pela sobrevivéncia das profissBes ¢ a afirmacao de suas respectivas fatias do mercado de trabalho, como também selavam definitivamente fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais como profissionais de ‘nivel superior. O Parecer n¥. 622/82, portanto, resultou em hibil instrumento do Estado, resolvendo com competéncia a situagio posta pelas demandas das categorias, mando as questdes técnicas ¢ especificas e obscurecendo as mais amplas, A primeira anilisc coletiva das conseqiiéncias da implantagio do novo curri- culo minimo efetivou-se em agosto de 1986, durante o I Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional, realizado em Belo Horizonte. Constatou-se, ‘entre muitos outros pontos, que “com a implantagio de Curriculo Minimo, foi possivel 4 grande parte das escola priorzaro ciclo profissionalizante com uma carga horéria maior” (EMMEL et al., 1986, p.17), que era de 2.400 horas, enquanto média dos ciclos «specificos (pré-profissionalizante e profissionalizante), em contraposigio as 1.944 horas preconizadas pelo curriculo minimo; em compensagio, os ciclos basicos utilizavam, também como uma média entre as diversas escolas, apenas 1.100 ho- ras, inferiores as 1.296 propostas pelo curriculo minimo (LOPES, 1991). Obser- ‘vamos apenas que, na pritica, reforgou-se, a0 menos num primeiro momento, 0 peso do eixo técnico-cientifico, ficando em segundo plano a formagio mais geral. Esta & ainda, uma tendéncia bastante presente. Em 1996, 0 V Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional reto- mou 0 tema, a partit da discussio dos curriculos plenos de escolas que estavam passando, ou passaram, por reformulagdes curriculares. Apesar de alguns proble- mas comuns percebidos, em especial a dificil articulagio entre conteiidos gerais € ‘especificos, entre teoria ¢ pratica c 0 fato de que a carga horaria de estigios super- visionados, em varios cursos, estava abaixo do previsto pela World Federation of Occupational Therapy (1993), a avaliacio foi que o ensino de graduacio, em gran- de parte das escolas, vinha cumprindo razoavelmente os objetivos educacionais, ropostos em 1982 (CIASCA, 1996; DRUMOND, 1996; LOPES, 1996). Uma das saidas que vem sendo apontadas para problemas da formagio do terapeuta ‘ocupacional é a criagio de cursos de pos-graduacio stricto ato sensi (BARROS; LOPES; OLIVER, 1996; EMMEL; LANCMAN, 1996). Direttizes curriculares e formago de recursos humanos para a satide no Brasil: perspectivas para a terapia ocupacional Quanto a complexa questio da formagio de recursos humanos para a saiide, em todos os niveis, no Brasil, esta tem sido pautada nas iiltimas conferéncias 132 Pro-Posig6es - vol. 14, N. 1 (40) - fan Jab, 2003 nacionais de saiide e em especial nas [¢ II Conferéncias Nacionais de Recursos Humanos para a Satide, realizadas em 1986 e 1993, respectivamente; os proble- mas, contudo, continuam crénicos ¢ os desafios, agudos (PAIM, 1994). Tem sido particularmente enfatizada a necessidade de formacio de recursos humanos para © Sistema Unico de Saiide (SUS), o que, em termos de formacao de graduacio, vem esbarrando na resisténcia das IES em adequar seus curriculos nessa perspec- tiva (BRASIL, 1993a; 1993b; PAIM, 1994). O profissional tem chegado ao merca- do de trabalho com habilidades técnicas desenvolvidas na diregao de um sistema dealta complexidade tecnologica, destituido, entretanto, de capacidade critica para apreensio da realidade de satide da populacio nos diferentes perfis epidemiol6gicos (MACHADO; PIERATONI, 1993), Como o terapeuta ocupacional péde, a par- tir da formagio que vem tecebendo, responder as necessidades dos usuarios dos, diferentes servigos criados na assisténcia publica, na légica do SUS, tem sido tema de virios estudos (BARROS; LOPES; OLIVER, 1995; LIMA, 1997; LOPES, 1999; MEDEIROS, 1994; NASCIMENTO, 1997) De uma perspectiva um pouco mais geral, a questio de qual curriculo minimo implementar, seja em terapia ocupacional, seja em outras profissdes, ¢ de qual formagio de nivel superior exigir, em nosso pais, esta vinculada a0 tipo de recur- 50s humanos que se pretende produzir. Ha grande pressio, em nivel internacional -veiculada inclusive através de mecanismos de financiamento (ou nao) de projetos por organismos como o Banco Mundial, de metas propostas pelo Banco Interna- ional de Reconstruccién y Fomento/ Banco Mundial - BID (1995), etc. no sentido de que esses recursos humanos, nos paises periféricos da economia hoje slobalizada, tenham, em sua maioria (do ponto de vista do ensino de massas), competéncia fundamentalmente técnica, ¢, ainda assim, apenas restrita ao Ambito da reprodugio de conhecimentos jé estabelecidos, de forma a nio gerar condigbes adequadas para a independéncia cientifico-tecnoldgica-econémica plena dos pai- ses em desenvolvimento, pensados, pela dtica dos paises centtais, como sendo, em. larga medida, reserva de mercado para si proprios. Esse discurso ¢, na pritica, a escolha de politicas piblicas internas com ele compativeis, tem sido em boa parte endossados pelo Estado brasileiro que, ao definir diretrizes para o ensino superior + inclusive via dispositivos recentemente aprovados, de nivel infraconstitucional, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educagio (LDB), em que se elimina a exigén- ia de definigio de curriculos minimos (BRASIL, 1997) -, prevé, em nome da nccessidade de diversificagio dos cursos a serem oferecidos, em fungao de pretensas cexigéncias mercadolgicas, patamares bisicos de qualidade bastante baixos, abrin- do espago ao ensino particular e privatizagio progressiva do piblico. Nao obstante, embora a posigdo oficial, a0 legitimar e referendar esse rebaixa- ‘mento, estabeleca condigdes estruturais adequadas ‘a nova ordem mundial’ - do Angulo de visio das elites internacionais -, 0 filtros produzidos nao climinam, como jé comentamos, a possibilidade de existéncia e de sucesso, desde que garan- tida correlacdo de forcas que o favorega, de um sistema de ensino superior que contemple uma formacio mais ampla. Isso certamente se faz pela via da constru- io de curriculos plenos que preparem os estudantes para a defesa de sua cidada- nia eda dos demais brasileiros e que possam doti-los de conhecimento, capacida- 133 Pro-Posigdes - vol. 14, N. 1 (40)-jon./abr. 2003 de critica ehabilidade para integrar o técnico € o politico (LOPES, 1999). No que concerne a terapia ocupacional, em particular, o embate entre essas duas concep- .98es continua, tanto no nivel tebrico como no pritico - hi que se reconhecer que, nas tltimas décadas, os avangos que acima descrevemnos, embora corporativos ¢ insuficientes, foram significativos ¢, 20 menos, apontaram para a necessidade de discussio dessas questoes. (Os terapeutas ocupacionais brasileiros, via 0 didlogo constante com as Comis- sbes de Especialistas de Ensino de Terapia Ocupacional (CEETO) da Secretaria de Ensino Superior (SESu) do MEC, encarregadas de “assessorar a SESu na ani- lise dos processos de autorizacao € reconhecimento de cursos e credenciamento de instituigdes” (BRASIL, 2000, 2001), desde 1996, buscaram utilizar essa instan- cia para firmar seus principios sobre a formagio do terapcuta ocupacional, processo de definigdo dos parametros para autorizagio, avaliacio ¢ reco- nhecimento dos cursos, assim como das diretrizes curriculares, foi conduzide democraticamente pelas CEETO e de forma a utilizarmos esses mecanismos para ‘um ensino de maior qualidade em terapia ocupacional, apesar das restrigbes im- postas pelo MEC. Foram construidos instrumentos capazes de formalizar a es- trutura eo funcionamento dos cursos, sempre se baseando nos padres oriundos da articulagao dos docentes nos encontros nacionais. Como resultado desse es- forso, desde final de 1998, contamos com os seguintes documentos discutidos ¢ aprovados pelo conjunto dos docentes: Diretrizes Curriculares, Padroes de Qua- lidade, Formulario de Autorizacio de Funcionamento, Formulirio de Avaliagio de Novos Cursos, Indicadores de Areas de Conhecimento ¢ Roteito de Verifica- sao para Reconhecimento. Nao obstante: 1s documentos, embora oriundos da reflexio conjuntae fartamente legitimados pela categoria profissional, nem sempre foram bem recebidos pela propria SESu e sobretudo pelo CNE (Conselho Nacional de Educagio), que muita vezes consi- derou excessivamente rigorosas as exigéncias das comissocs (nas varias areas) © que, em virtude dsto, adiou sua regulamentagio até 2002 (LOPES; MAGALHAES; MAGALHAES, 2001, p2). No caso especifico dos cursos de graduagio na area da satide © no caso parti cular da terapia ocupacional, 0 préprojeto para suas diretrizes curriculares, apre- sentado pelo CNE em audiéncia publica em junho de 2001, deixava sem nenht- ma regulamentago a definiglo de cargas horirias minimas ou miximas. Isso provocou intenso debate, que levou a categoria profissional a manifestarse em documento que enfatizava trés questées, a saber: a) reafirmava a importncia de que as diretrizes curriculares incluissem: dentro dos 50% da carga horéria de formacio especifica dos cursos, aspectos es senciais da formagio do terapeuta ocupacional, que compreendem: estudos dos Fundamentos Historicos, Filosoficos e Metodolégicos da Terapia Ocupacional, das Atividades e Recursos Terapeuticos, de Grupos e Instituigdes e de Terapia Ocupacional em diferentes reas de atuagio (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE TERAPEUTAS OCUPACIONAIS et al,, 2001, p.l) 134 Pro-PosigGes - vol. 14, N. 1 (40) -jon.fabr. 2003 ) apontava como fundamental que os cursos de graduacio em terapia ocupacional brasileiros tivessem no minimo 1.000 horas de formagio em servico, em consonincia com a WFOT; ) manifestava a preocupagio com a nio-fixagio da carga horiria minima para a formagao, no nivel de graduago, dos terapeutas ocupacionais brasi- leizos: do podemos prescindir, especialmente na Area da satide, onde temos 0 dever de tomar decisdes que se refletem diretamente na vida dos individuos, de crtérios rminimos que busquem alcangar um patamar inaliendvel de qualidade na formagio daqueles que serao responsiveis por tais decisdes. Este € 0 caso da carga horaria ‘minima para cursos de gradua¢io na saiide em gerale na terapia ocupacional em particular, Sabemos que quantidade nao se transforma necessariamente em quali- dade, mas qualidade pressupde alguma quantidade. Essa quantidade minima, no caso da terapia ocupacional, nio pode ser inferior a um dos trés pardmetros jé cestabelecidos na categoria profissional, ou seja: 3.600 horas ja previstas na pro posta no texto original das Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Gra- . [Acesso em 2000 ¢ 2001] BRASIL, Ministério de Educacio e Cultura. Parecer CNE/CES 1366/2001. Brasilia: Conselho Nacional de Educagi0, 2001. 13p BRASIL, Ministério de Educacio e Cultura. Resolugio CNE/CES 6/2002. Brasilia Conselho Nacional de Educacio, 2002. 5p. BRASIL. Ministério da aide, A questio dos recursos humanos nas Conferéacias Nacionais de Sade: 1941-1992, Cadernos de Recursos Humanos para a Satie. 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