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eee ie DOS SOLIDOS MECANICA DOS SOLIDOS TIMOSHENKO/GERE jcc 2 Eng? José Rodrigues de Carvalho Professor da UERU, UFF e FTESM Eng? Luiz Ronaldo Capski M.Sc. em Engenharia Naval pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts REVISORES TECNICOS Eng? José Rodrigues de Carvalho Eng® Mauro Ormeu Cardoso Amorelli M.Sc. em Engenharia Mecdnica e Ph.D. em Engenharia Naval pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts SOLUGGES E RESPOSTAS DOS PROBLEMAS Eng? Heitor Augusto de Arauijo Filho Professor da Fundagao Técnico Educacional Souza Marques OE LvROS TECNICOS E 1 ran GENTIFGOS EDITORA LTDA, sa oe ae io de Jeneiro-RJ + S80 Paulo-SP ‘A edigdo original desta obra foi publicada nos EUA com o titulo Mechanics of| Materials Copyright © 1982 by Wadsworth Intemational Group “Todos os direitos reservados. Proibida a reprodusio, mesmo parcial, por qualquer processo mecAnico, eletrénico, reprogrifico etc, ‘sem a autorizagio, por escrito, dos autores ¢ da editors, Coordenagéo da Area de Engenharia Mecintcu: Eng* José Rodrigues de Carvalho Capa: AG Comunicago Visual Assessoria¢ Projetos Lida, Diagramagio e paginagio: José Mesquita Wedigao: 1984 Reimpressdes: 1987 ¢ 1989 CIP-Brasil. Catalogagio-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ “Timoshenko, Stephen P. Tag2m Mecinica dos sétidos: Volume I] Stephen P. Timoshenko [et] James F Gets: tradupi e coordenagio técnica de José Rodrigues de Carvalho, — Rio de Janeiro: LTC — Livros Técnicos ¢ Cientificos Editora, 1984. ‘Tradugio de: Mechanies of materials. Apéndice. Bibliografia. 1. Mecéinica aplicada. I. Gere, James E. colab. 11. Titulo. cpp — 620.1 83-0939 CbU — 621.01 ISBN: 85-216-0246-4 (obra completa) ISBN: 85-216-0247-2 (vol. ISBN: 85-216-0346-0 (vol. BBLI Direitos reservados por: 2 URAL Lo) wecanica des solides HE. \wn0s Téewvens E CENTIFGOS EOITORA LTDA. €620.17/T482 v.2 Matrizs 177402796 Rua Vieira Bueno, 21. Sio Cristévéo. CEP 20920 — Rio de Janciro — RY 1) 36909 LTCE BR FAX: (021) 580-0187 LTCE RJ ‘els. (021) 580-6055 / 580-9174 / 580-7147 (Vendas) . Timoshenke, Stephen nu | Filial: Rua Euclides de Andrade, 15. CEP 05030 — Sumarezinho — SP Telex: (11) 81430 LTCEBR FAX: (01 1) 864-5633 LTCE SP Tels.: (011) 864-6066 / 864-5799 PREFACIO E possivel escrever um livro sobre Meainiea dos Sélidos capaz. de preencher as necessidades dos est. dantes que se iniciam no assunto e de engenheiros que precisam de uma fonte de referéncia fidedigna. © objetivo dos Autores deste livro é satisfazer ambas as necessidades, Para isso, apresentam as teorias © os vrdtodos de maneira didética e fécil de entender, com descrigées amplas e exemplos ilustrativos, de maneira {que os estudantes possam rapidamente dominar os fundamentos da matéria. Entretanto, 0 texto vai freqdentemente além dos estgios elementares; assim, foi preciso incluir assuntos mais avangados mais especializados. Portanto, o engenheiro, quer esteja engajado em projetos ou pesquisa, quer aperfeigoando seus estudos por propria iniciativa, encontrar muito material adicional de seu interesse. Uma vista de olhos no Sumétio mostrard os t6picos estudados neste livro. Sdo t6picos que incluem @ andlise de elementos estruturais sujeitos a carga axial, torgao, flexdo, bem como todos os conceitos bésicos da Meatnica dos Séolidos, tais como energia de deformacao, transformagdes de tensio e deformagao, com- portamento inelistico © assim por diante. Assuntos de especial interesse dos engenheiros também so tratados, inclusive efeitos térmicos, vigas ndo-prisméticas, grandes deflexdes de vigas, flexdo de_vigas assimétricas, centro de tor¢o e muitos outros. No tiltimo capitulo existe uma introdugdo & Andlise Estru- tural e aos métodos de energia, incluindo o da carga unitéria, teoremas reciprocos, métodos de flexibilidade « rigidez, teoremas da energia de deformagao, teoremas da energia potencial, método de RayleighRitz ¢ teoremas da energia complementar. Este capitulo serve para o leitor como base para o estudo da moderna teoria estrutural. HA certamente mais material neste livro do que um curso de graduagao poderia abranger. Conseqilente- mente, cada professor teré a oportunidade de selecionar o material que considere mais importante. De grande utilidade sfo as centenas de novos problemas que o livro apresenta (mais de 600), dispon‘veis para os trabalhos de casa ou para uso em discussdes na sala de aula. O leitor cedo descobrird as referencias que foram. coletadas no final do livro, que dao o desenvolvimento hist6rico e as fontes originais do assunto em pauta. Além disso, tendo em vista o interesse existente em relagdo 20s pioneiros que desenvolveram o assunto, foram inclu{das, também, algumas notas biogréficas. Este livro 6 “novo” no sentido de que é uma apresentagdo completamente diferente da Mecinica dos Sélidos, apresentando assuntos de interesse atual. Porém, em outro sentido, ele é o “velho” livro que evoluiu da bem conhecida série, apresentada em dois volumes, intitulada “Resistencia dos Materiais”’, escrita pelo Prof. Timoshenko. A tltima revisfo de ‘“Resisténcia dos Materiais” foi feita em 1955 ¢ 1956, quando foi publicada uma terceira edigdo. A segunda foi publicada em 1940 ¢ 1941 ea primeira, em 1930, ‘Além disso, a primeira edicdo foi baseada, de modo geral, em algumas edigGes mais antigas publicadas na a ed yf VI — PREFACIO Riissia pelos idos de 1908. Uma lista das primeiras edigdes russas pode ser achada na bibliografia de Timoshenko, que aparece na sua autobiografia, As J Remember (D. Van Nostrand Co., Inc., 1968). Os Autores esperam que este livro e o volume intitulado Advanced Mechanics of Materials tenham contribuido para a atualizacdo desta longa linha de livros-textos. Agradecer a todas as pessoas que contribu‘ram para a publicagdo desta obra seria imposstvel; porém, 0 maior débito dos Autores é com o Prof. D. H. Young, que leu o manuscrito inteiro e deu muitas sugestdes valiosas. Outro colega, Prof. William Weaver, Jr., pelos conselhos que deu a respeito de Andlise Estrutural e métodos de energia. Aos muitos alunos que estudaram pelas vers6es mais antigas desta obra e com quem 08 Autores aprenderam a melhor maneira de escrever um livro-texto, eles também agradecem. E, légico, nenhum livro poderia ser escrito sem a ajuda das devotadas secretérias — Mrs. Mark F. Nelson, Jeanne Mackenzie, Mrs. Richard E. Platt e Susan Bennett. A estas pessoas e muitas outras, os Autores tém o prazer de expressar sua gratidao. S. P. Timoshenko J. E. Gere LISTA DE SIMBOLOS rea, ago (forga ou momento), constante dimensées, disténcias, constantes constante de integragdo, centrdide distancia do eixo neutro & superficie externa da viga deslocamento, incdgnita cinemética didmetro, dimenséo, distancia médulo de elasticidade ou médulo de Young, integral elfptica da segunda espécie médulo de elasticidade reduzido excentricidade, dimensio, distancia, espessura forca, integral eliptica da primeira espécie, coeficiente de flexibilidade fluxo de cisalhamento, fator de forma para flexdo plistica fator de forma para cisalhamento médulo de elasticidade transversal ou médulo de elasticidade ao cisalhamento aceleragio da gravidade distincia, forga, reagfo, cavalo-vapor altura, dimenséo ‘momento de inércia (ou segundo momento) de uma drea plana ‘momentos de inércia em relagfo aos eixos x, ¥ ¢z ‘momentos principais de inércia produto de inércia de uma érea plana em relagdo aos eixos x ¢ Y ‘momento de inércia polar, toro constante médulo de elasticidade volumétrico, fator de comprimento efetivo para uma coluna simbolo para /P/ET comprimento, vo momento fletor momento plistico para uma viga ‘momento de escoamento para uma viga forca axial coeficiente ou fator de seguranca, mimero, razfo, inteiro, rotagées por minuto origem das coordenadas forca concentrada, carga, forga axial, peso carga critica para uma coluna carga de ruptura ccarga-limite carga de trabalho ou carga admissivel carga de escoamento pressfo ro VII! — LISTA DE SIMBOLOS Q q tim, soars xy Wyer Mex v0 88 Ge Eas ry 6,6 forca concentrada, primeiro momento (ou momento estético) de uma drea plana intensidade da carga distribuida (carga por unidade de comprimento), taxa de cartegamento carga de ruptura, carge4imite carga de escoamento agi, raio - raio, distancia, raio de giragfo (r = T/A) forga, médulo de segHo de uma viga, centro de tore, coeficiente de rigidez distancia, comprimento de uma linha curva temperatura, momento de tore ou torque momento de toredo (ou torque) de ruptura ou momento de torgfo (ou torque-timite) momento de torgdo (ou torque) de escoamento espessura energia de deformagéo cenergia de deformaco por unidade de volume, médulo de resiléncia, energia complementar cnergia complementar por unidade de volume forga cortante, volume deflexfo, velocidade dyfdx, d? idx? ete. peso, trabalho trabalho complementar redundante estitica coordenadas cartesianas, distancias coordenadas do centréide médulo de resisténcia a flexo, médulo plistico para uma viga Angulo, coeficiente de dilatagso térmica, razdo coeficiente de cisalhamento Angulo Jingulo, deformago por cisalhamento, peso por unidade de volume (peso especifico) deformag6es de cisalhamento nos planos xy, yz €2x deformagao de cisalhamento para eixos inclinados deflexdo, deslocamento, alongamento ‘deformagfo unitiria, alongamento expecifico, alongamento relativo, deformagfo especifica deformagses espectficas nas diregSes x, y ez deformagées principais deformagfo de escoamento deformagfo para eixos inclinados Angulo, angulo de tor¢o por unidade de comprimento, angulo de rotagfo dos eixos da viga Angulo para um plano principal ou um eixo principal Angulo para um plano de tensfo de cisalhamento méxima curvatura («= 1/9) curvatura de escoamento distancia rio, raio de curvatura, disténcia radial em coondenadas polares razfo, relago ou coeficiente de Poisson tensi0 normal tenses normais em planos perpendiculares aos eixos x, y €z tenso normal no plano inclinado tensdes principais tensdo critica para uma coluna tensfo residual tensGo de ruptura, tensfo-limite ou tensfo maxima tenso de trabalho ou tensfo admissivel tensfo de escoamento, limite de escoamento tensfo de cisalhamento tensdes de cisathamento em planos perpendiculares aos eixos y, z € x € paralelo ans eixos x, ye tensfo de cisalhamento em plano inclinado tensZo de cisalhamento de ruptura, tensfo de cisalhamento limite ou tensSo de cisalhamento maxima tensfo de cisalhamento de trabalho ou tensfo de cisalhamento admissivel tensGo de escoamento por cisalhamento Angulo, angulo de torgi0 fator adimensional velocidade angular SUMARIO VOLUME 1 1, TRACAO, COMPRESSAO E CISALHAMENTO, 1 1.1. Introdugdo, 1 1.2. Tensoes e Deformagoes, 2 | 13 OTeste de Tragfo,3 — 14 Elasticidade Linear e Lei de Hooke, 6 1.5 Deformag6es de Barras Carregadas Axialmente, 8 16 Estruturas Estaticamente Indeterminadas, 10 1.7 Tens6es Iniciais e Tenses Térmicas, 16 1.8 Comportamento Nao-Linear, 18 1.9 Tensdes e Deformag6es no Cisalhamento, 21 1.10 Energia de Deformaggo, 22 Problemas, 27 ANALISE DE TENSOES E DEFORMAGOES, 34 2.1 Tensdes em Planos Inclinados, 34 2.2. Tensoes Biaxiais, 37 23. Cisalhamento Puro, 40 24 Circulo de Mohr para Tenses Biaxiais, 42 2.5 Tensdes Planas, 44 2.6 Circulo de Mohr para Tens6es Planas, 47 2.7 Tensdes Triaxiais, 49 2.8 DeformagGes Planas, 52 Problemas, 56 TORGAO, 60 3.1 Torgdo de Barra Circular, 60 3.2. Toredo de Barra Circular Vazada, 64 33. Energia de Deformagio na Torgao, 66 3.4 Tubos de Paredes Finas, 68 Xi — SUMARIO 3.5 Torgdo Ineldstica de Barras Circulares, 72 Problemas, 75 4. FORCA CORTANTE E MOMENTO FLETOR, 78 41 42 43 44 Tipos de Vigas, 78 Tensdes Resultantes nas Vigas, 79 Relag6es entre Carga, Forga Cortante e Momento Fletor, 82 Diagramas de Forgas Cortantes e Momentos Fletores, 83 Problemas, 88 5. TENSOES EM VIGAS, 92 S43 5.2 53 54 oy 56 ag 58 59 5.10 Tens6es Normais, 92 Calculo de Vigas, 97 Tenses de Cisalhamento, 100 Tens6es de Cisalhamento em Vigas com Segdo Transversal Circular, 106 Vigas Compostas, 107 Tensdes Principais, 109 TensGes nas Vigas Ndo-Prismiticas. Teoria Aproximada, 111 Vigas de Dois Materiais Diferentes, 117 Flexdo e Tor¢ao Combinadas, 122 Flexo e Carga Axial Combinadas, 123 Problemas, 127 6. DEFORMACOES DE VIGAS, 135 6.1 6.2 63 64 65 66 67 68 6.9 6.10 6.11 6.12 Equaedo Diferencial da Linha Eldstica, 135, Vigas Simplesmente Apoiadas, 138 Vigas em Balango, 142 ‘Método dos Momentos Estéticos de Areas, 144 Método da Superposigao, 147 Vigas NaoPrisméticas, 150 Método das Diferengas Finitas, 153 Trabalho de Deformagao Eléstica na Flexo, 156 Carga Proporcional 4 Deformacao, 159 Efeitos Térmicos, 162 Influéncia das Deformag6es Angulares, 163, Grandes Deformagées nas Vigas, 169 Problemas, 172 7. VIGAS ESTATICAMENTE INDETERMINADAS, 178 7A 72 23 14 15 16 a7 78 Vigas Estaticamente Indeterminadas, 178 Equagao Diferencial da Linha Eléstica, 180 Método da Superposicao, 182 Método dos Momentos Estaticos de Area, 187 Método das Diferencas Finitas, 189 Vigas Continuas, 190 Efeitos Térmicos, 194 Deslocamento Horizontal das Extremidades da Viga, 196 Problemas, 198 SUMARIO ~ XIII" APENDICE A PROPRIEDADES DE AREAS PLANAS, 203 Al A2 A3 Ad AS As AT As Centréide de uma Area, 203 Centréide de Area Composta, 205 Momento de Inércia de Area, 207 Momento de Inércia Polar, 209 Teorema do Eixo Paralelo, 211 Produto de Inércia, 213 Rotagao de Eixos, 215 Eixos Principais, 217 Problemas, 218 APENDICE B PROPRIEDADES DAS AREAS PLANAS, 221 APENDICE C PROPRIEDADES DE PERFIS ESTRUTURAIS SELECIONADOS, 224 APENDICE D DEFLEXOES E INCLINAQOES DE VIGAS, 230 RESPOSTAS DOS PROBLEMAS SELECIONADOS, 235 REFERENCIAS E NOTAS HISTORICAS, 245 SI- SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES, 250 INDICE DE AUTORES, 252 INDICE REMISSIVO, 254 VOLUME 2 8. FLEXAO ASSIMETRICA, 257 81 8.2 8.3 84 8.5 8.6 Vigas Simétricas, 257 Flexdo Pura em Vigas Assimétricas, 259 Flexo de Vigas Assimeétricas Carregadas Transversalmente, 263 Tensdes de Cisalhamento em Vigas de Sedo Transversal Aberta, de Paredes Finas, 266 Centro de Torgao para Segdes Abertas, de Paredes Finas, 270“ Tensdes de Cisalhamento em Vigas Fletidas em Torno de Eixos Nao-Principais, 274 Problemas, 278 9. FLEXAO INELASTICA, 283 91 92 93 94 95 Introdugio, 283 Equages para Flexao Ineléstica, 283 Flexdo Plistica, 284 Articulagées Plisticas, 290 Anilise Plastica das Vigas, 292 XIV — SUMARIO 96 97 98 Deflexdes, 298 Flexao Ineléstica, 300 Tenses Residuais, 305 Problemas, 307 10. PILARES, 311 10.1 10.2 10.3 10.4 10.5 10.6 Pilares com Cargas Axiais Excéntricas, 311 Cargas Criticas em Pilares, 315 Tens6es em Pilares, 320 Férmula Secante para Pilares, 322 Imperfeigdes em Pilares, 324 Formulas para Projeto de Pilares, 326 Problemas, 328 11, METODOS DE ENERGIA E DE ANALISE ESTRUTURAL, 332 11.1 (11.2 11.3 11.4 1S 11.6 17 11.8 11.9 11.10 Mil 11,12 11.13 11.14 11.15: 11.16 Introdugdo, 332 D Princfpio do Trabalho Virtual, 333 ¢ Método da Carga Unitéria para Calculo dos Deslocamentos, 336 a Deformagées Angulares de Vigas, 346 Teoremas Reciprocos, 351 Método da Flexibilidade, 356 Método da Rigidez, 364~ Energia de Deformagdo e Energia Complementar, 375 Método da Energia de Deformagao, 381 Método da Energia Potencial, 387 Método de Rayleigh-Ritz, 390 Princfpios da Energia Complementar, 396 Método da Forca, 401~ Segundo Teorema de Castigliano, 404 Energia de Deformagdo e Método da Flexibilidade, 406 Outros Métodos de Andlise Estrutural, 407 Problemas, 408 APENDICE A PROPRIEDADES DE AREAS PLANAS, 417 APENDICE B PROPRIEDADES DE AREAS PLANAS, 418 APENDICE C PROPRIEDADES DE PERFIS ESTRUTURAIS SELECIONADOS, 421 APENDICE D DEFLEXOES E INCLINACOES DE VIGAS, 427 RESPOSTAS DOS PROBLEMAS SELECIONADOS, 432 REFERENCIAS E NOTAS HISTORICAS, 439 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES, 445 INDICE DE AUTORES, 447 INDICE REMISSIVO, 448 Ee FLEXAO ASSIMETRICA 8.1 VIGAS SIMETRICAS Quando a teoria da flexdo foi apresentada, no Cap. 5, falou-se apenas sobre vigas que apresentam um. plano axial de simetria (o plano xy das Figs. $21 a 5-3), admitindo-se as cargas transversais como atuantes nesse plano e, conseqientemente, que a flexdo também se daria nele. Nestas condig&es, tahto o eixo neutro quanto o vertical de simetria so eixos principais centrais da segao transversal.* As tenses normais de flexfo so diretamente proporcionais & distancia da linha considerada ao eixo neutro, podendo ser calcula- das pela formula da flexdo, 0, =My/I (ver a Fig. 5.3ea Eq. 5-10). Neste capitulo, serdo dados virios exemplos de flexfo “assimétrica, que ocorre sempre que as condigdes acima deixem de ser obedecidas. © caso mais simples ¢ 0 de uma viga simétrica (com dois eixos de simetria na segdo transversal), que recebe cargas excéntricas em relagdo aos eixos de simetria (ver a Fig 8-1a). Outro tipo de flexdo assimétrica aparece quando @ prdpria viga ndo tem simetria, problema este que serd discutido no artigo seguinte. ‘Quando uma viga simétrica tem carga excéntrica, como aparece na viga em balango representada na Fig. 8-1a, 0 método da superposigo pode ser usado no ‘céleulo das tenses ¢ das deformagGes. A carga pode cer decomposta segundo os planos de simetria, resolvendo-se separadamente o problema da flexdo para cada ‘ima das componentes. As tenses e deformagdes finais so obtidas por superposi¢do dos resultados. Para a viga da Fig. 8-la, as componentes da carga P so: na diego y, P cos 6 e na ditegdo z (sentido negativo) ‘Peon 9. Numa segao intermediéria, distante x do engastamento, 05 momentos correspondentes sfo M,=(@cos6yL—x) @ My =@sen dL -x) |A Fig, 8:1b mostra esses momentos com seus sentidos positives: note-se que 0 momento é suposta- mente positive quando seu vetor (tragado de acordo com a regra da mio direita) esta no sentido positive do tixo correspondente. O vetor momento resultante, M, esté, também, representado na figura, fazendo um Angulo 0 com 0 eixo Z. #-N-T._Eixos principais sZ0 aqueles para os quais os momentos de india sfo um maximo e um minimo. Diz-se sscentrais” quando tm a origem no centro de gravidade (centréide) da ‘ego. Ver 0 Apéndice A. @ (>) «© Fig. 8.1. Viga simétrica com carga excéntrica. Como My ¢ M, sio momentos fletores nos planos de simetria da viga, as tenses correspondentes podem ser caiculadas pela formula da flexdo. Considerando, na seco transversal, um ponto A qualquer de coordenadas y e z (Fig. 8-1b) a tensfo normal nesse ponto é Mz _ May o,= i (8-1) onde Jy e J; so 0s momentos de inércia em relagao aos eixos y e z, respectivamente. A tensfo maxima ocorreré nos pontos mais distantes do eixo neutro. A posigdo do eixo neutro fica definida fazendo-se 0, (Eq. 8-1) igual a zero. Substituindo M, =M sen 6 e M, =M cos 0, na Eq. (8-1), € igualando oy a zero, ver (8:2) que € a equagao do eixo neutro (linha nn na Fig. 8-1b). O angulo 6, formado pelo eixo neutro com o eixo z, 6 definido pela expresso tgB= tg 0. (8-3) nts Em geral, 6 € diferente de 6, ¢ 0 eixo neutro nao é perpendicular ao plano das cargas. As tinicas exce- g6es ocorrem quando 9 = 0°, 8 = 90° ou J, = Jy. No primeiro caso, as cargas caem no plano principal xy e © eixo neutro € oz. O segundo caso é semelhante, as cargas situam-se no plano xz ¢ y € 0 eixo neutro. Finalmente, no terceiro caso, I, = Jy significa que os momentos principais de inércia so iguais; neste caso, todos os eixos que passam pelo ceniréide tém o mesmo momento de inércia e so eixos principais. Entdo, 0 plano das cargas, qualquer que seja a sua direcdo, é sempre um plano principal € 0 eixo neutro € sempre perpendicular a ele. ‘As deflexdes de uma viga simétri¢a com cargas excéntricas podem ser encontradas separadamente para cada componente, superpondo-se, em seguida, os resultados. Por exemplo, no caso da viga em balango da Fig. 8-1a, as deflexGes na extremidade livre, no sentido positivo dos y e negativo dos z, sfo

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