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ARQUITETURA

ROMANA

Figura 83: Ponte de São Miguel e Arcos.


Índice

Introdução ........................................................................................................................... 3
Significado de arquitetura: ................................................................................................ 3
Origem de Roma ................................................................................................................. 4
Um pouco sobre os Romanos ........................................................................................... 5
Arquitetura Romana ........................................................................................................... 6
Principais características ................................................................................................... 7
Principais materiais ........................................................................................................... 7
Edifícios de Lazer .............................................................................................................. 9
Termas ........................................................................................................................... 9
Anfiteatros .................................................................................................................... 11
Circos ........................................................................................................................... 16
Edifícios de Comemoração ............................................................................................. 24
Coluna.......................................................................................................................... 30
Pórtico monumental ..................................................................................................... 31
Edifícios de Serviço à cidade ou utilitários ...................................................................... 32
Basílica ........................................................................................................................ 32
Templos ....................................................................................................................... 33
Aquedutos .................................................................................................................... 36
Domus.......................................................................................................................... 41
Pontes .......................................................................................................................... 45
Estradas ....................................................................................................................... 55
Conclusão ......................................................................................................................... 57
Bibliografia ........................................................................................................................ 58
Introdução

No âmbito da disciplina de História A, foi-nos proposta a realização de um trabalho de


pesquisa, para ser desenvolvido ao longo de todo o ano letivo. Os temas dos trabalhos foram
sorteados e atribuídos a cada aluno. Desta forma, o tema deste trabalho é “A Arquitetura
Romana”.

A Arquitetura consiste na arte de projetar e construir edifícios, monumentos e


estradas. Segundo John Ruskin, 1“A arquitetura é a arte que dispõe e adorna de tal forma
as construções erguidas pelo homem, para qualquer uso, que vê-las pode contribuir para
sua saúde mental, poder e prazer.”
Neste trabalho, serão abordados vários aspetos característicos deste estilo tão
conhecido e antigo, bem como a sua origem e influências.

Significado de arquitetura:
ar·qui·tec·tu·ra |tè|
(latim architectura, -ae)

nome feminino

1. Arte de projetar e construir edifícios.


2. Contextura.
3. [Figurado] Forma, estrutura.

• Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990: arquitetura.

"arquitetura", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020,


https://dicionario.priberam.org/arquitetura [consultado em 30-05-2020].

1
https://www.frasesfamosas.com.br/tema/arquitetura/
ORIGEM DE ROMA

Segundo a lenda, a loba capitolina salvou os gémeos Rómulo e Remo nas margens
do rio Tibre, após estes serem abandonados. Ela amamentou-os e tomou conta deles, como
se fossem as suas crias. Mais tarde, os dois irmãos defrontaram-se numa luta.
Posteriormente a vencer Remo, Rómulo funda, a 21 de abril de 753 a.C., a cidade de Roma.

Figura 1: A Loba Capitolina, escultura em bronze, atualmente


no Museu Capitolino, Roma.

De facto, Roma nasceu de uma pequena povoação que, ao longo dos tempos, foi
crescendo. Por se localizar na “fértil planície do lácio2”, junto ao rio Tibre, Roma fora sempre
muito desejada pelos etruscos. A seguir a este “povo civilizado que habitava a atual
Toscânia3” imperar Roma, esta cidade fora equipada com novas muralhas, redes de esgotos
e casas alinhadas.

Figura 3: Mapa de Roma.


Figura 2: Mapa do império romano.

2
Couto C. et Rosas M. 2016. Um novo Tempo da História. 1st. Ed. Porto: Porto Editora.
3
Couto C. et Rosas M. 2016. Um novo Tempo da História. 1st. Ed. Porto: Porto Editora.
Um pouco sobre OS ROMANOS

Fundada a 753 a.C., Roma fora conquistada pelos Etruscos fundando estes uma
monarquia. Com isto, deu-se o crescimento e enriquecimento da cidade.

A 509 a.C., foi fundada a República. Nesta altura, deu-se o início da expansão
territorial. Primeiramente, os romanos dominaram a Península Ibérica. Em seguida, deram-
se as chamadas Guerras Púnicas. Houve guerras contra Cartago onde, a 146 a.C., este fora
destruído. Em pouco mais de 100 anos, todo o Mediterrâneo já havia sido tomado por Roma.
Os Romanos deram-lhe, assim, o nome de Mare Nostrum que significa “Mar Nosso”.

O Império Romano durou desde 27 a.C. a 476 d.C.

Figura 4: Mapa do Império Romano em 117 d.C., que visa mostrar as províncias senatoriais, imperiais e os estados clientes.
O Imperador Octávio Augusto reorganizou a sociedade romana e, depois dele, várias
dinastias importantes se sucederam:

▪ Tibério (14 d.C. a 37 d.C.);


▪ Calígula (37 d.C. a 41 d.C.);
▪ Nero (54 d.C. a 68 d.C.);
▪ Tito (79 d.C. a 81 d.C.);
▪ Trajano (98 d.C. a 117 d.C.);
▪ Adriano (117 d.C. a 138 d.C.);
▪ Marco Aurélio (161 d.C. a 180 d.C.).

À semelhança dos gregos, os romanos eram politeístas. Adoravam muitos deuses e


faziam cultos aos seus antepassados. Com o tempo passaram a adorar as divindades
gregas que foram rebatizadas com nomes latinos. Os romanos incorporaram no seu culto
muitos deuses de regiões conquistadas.

ARQUITETURA ROMANA

A erupção do Vesúvio, no ano de 79, sepultou sob


as suas cinzas as cidades de Pompeia e de Herculano.
O estado de conservação de muitas habitações é
excelente, pelo que foi possível aos arqueólogos ficar a
conhecer profundamente a sua arquitetura.

A arte romana sofreu duas fortes influências: a da


arte etrusca popular e voltada para a expressão da
realidade vivida e a da greco-helenística, orientada para
a expressão de um ideal de beleza.

Um dos legados culturais mais importantes, que os


etruscos deixaram aos romanos, foi o uso do arco e da
abóbada nas construções. Também deixaram, belos Figura 5: Habitantes da Pompeia
bronzes e o sentido do retrato. fossilizados, devido às cinzas.
Contudo, só a partir do século II a.C., é que começou a ser manifestada a Arte
Romana. No decorrer de mais de 500 anos, com a contínua troca entre a metrópole e as
cidades, que fizeram parte do Império, uniformizaram-se o estilo e a força da Arte Romana.
Esta acabou por se tornar a pedra fundamental de todos os períodos posteriores.

Após a grande influência grega, os romanos acrescentaram talento administrativo e


eficiência, deixando o estilo grego mais intelectual e idealizado para um estilo secular e
funcional.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

▪ busca do útil, imediato e senso de realismo;


▪ grandeza material, realçando a ideia de força;
▪ energia e sentimento;
▪ predomínio do caráter sobre a beleza;
▪ originalidade: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas, instalações sanitárias;
▪ Influenciada pela arte grega, mas com aspetos inovadores (podium, pilastras e frisos
dedicatórios);
▪ Adoção das três ordens arquitetónicas;
▪ Monumentalidade das construções;
▪ Subversão do sentido da proporção;
▪ Valorização da imponência dos edifícios;
▪ Introdução de novos materiais e técnicas de construção inovadoras;
▪ Construções com intenções comemorativas e propagandísticas.

Principais materiais

De todos os materiais utilizados nas construções romanas, os de eleição eram a


pedra, o tijolo, o mármore, a madeiras e outros económicos e fáceis de trabalhar. Nos
interiores, o revestimento era feito a partir de pedras nobres, mármores, mosaicos e estuques
pintados. Na sua arquitetura, os romanos desenvolveram também inovadores sistemas
construtivos que tiveram como base o arco, explorando assim os diferentes tipos de
abóbadas, cúpulas e arcadas.
Os templos apresentam uma dinâmica espacial parecida. Como o aspeto em
evidência era a monumentalidade, as obras possuíam dimensões mais “esticadas”, com
maior diferença do comprimento em relação à base.
Os romanos conservaram as tradicionais ordens gregas (dórica, jônica e coríntia),
adicionando mais duas: a toscana (dando segmento à dórica, sem estrias no fuste) e a
compósita (sendo uma mistura de elementos jônicos e coríntios, conforme representado na
figura 6).

Figura 6: As diferentes ordens gregas e romanas

Além disso, elaboraram novos tipos de edifícios. Estes, dividiam-se de acordo com as
suas funções: de lazer para os habitantes da cidade, de comemoração de datas/eventos
importantes e de serviço utilitário.

Figura 7: Cidade Romana:

1. Termas;
2. Coliseu (anfiteatro);
3. Aqueduto;
4. Palácio;
5. Circo Máximo;
6. Fórum;
7. Fórum Republicano;
8. Templo.
Figura 8: Pintura “O Martírio de Santa Inês”, de Joseph Désiré Court, 1864. Fórum Romano.

Edifícios de Lazer

“Sendo o Império Romano um mundo de cidades, estas cumpriam a função de agradar


ao cidadão, que assim dispunha de4”:

▪ Termas;
▪ Anfiteatros;
▪ Circos.

Figura 9: Termas Romanas.

Termas
As termas são uns dos edifícios romanos considerados mais emblemáticos e, quiçá,
os que desfrutaram de mais riqueza. Não existia, portanto, cidade que se prezasse de o ser
que não constasse com, pelo menos, um destes estabelecimentos.

4
Apontamentos das aulas
Na sua versão clássica, eram destinadas
à higiene corporal (através de banhos quentes
ou frios), ao exercício e ao espairecimento,
sendo um popular lugar de encontro onde se
discutia negócios ou, simplesmente, se
conversava.

O seu sucesso contribuiu também para a


popularização da cúpula, pois a funcionalidade
destes edifícios, não aconselhava o uso de tetos Figura 10: Termas Romanas.

de madeira. Por estas razões, os tetos eram


fabricados, com recurso ao betão e à cúpula.

Figura 11: Cúpulas das termas da cidade de Pompeia.

Entre 104 e 306 d.C., os imperadores foram impulsionando a construção de termas,


entre as quais se destacam as de Trajano, as de Caracala (tendo sido esta a mais bem
conservada das três) e as de Diocleciano.

Figura 12: Termas de Trajano. Figura 13: Termas de Diocleciano.


Figura 14: Termas de Caracala. Figura 15: Termas de Caracala.

Anfiteatros
Praticamente, todas as cidades romanas possuíam um anfiteatro. Servia, este, como
palco de lutas entre feras e homens, lutas de gladiadores e, às vezes, eram inundados para
neles serem representadas simulações de batalhas navais. Depositava-se arena (areia) no
centro do anfiteatro, de forma a que o sangue, ferozmente derramado, fosse absorvido. Por
esta razão, esta palavra tornou-se um sinónimo de anfiteatro.

Alguns dos anfiteatros mais conhecidos por todo o mundo são o Coliseu de Roma,
Arena de Nimes, Anfieatro de Di Leptis Magna, Arena de Verona, Anfiteatro de Arles.

Coliseu de roma

Maior e mais famoso símbolo do


Império Romano, o Coliseu de Roma
era o palco principal de combates entre
gladiadores, podendo estes, ainda,
enfrentar famintos animais selvagens.
A sua construção foi iniciada no ano 70
d.C., por ordem do Imperador Flávio
Vespasiano, tendo sido considerado o
mais confortável de todos. Terminada
a sua construção, ao fim de 8 anos, já
sob o poder de Tito, esta obra ficou Figura 16: Coliseu de Roma.

batizada de “Anfiteatro Flaviano”, em


homenagem a seu pai.
Apresentando forma elíptica, mede
189m no eixo maior e 156m no menor. Além
de tijolos, blocos de tufa e cimento, foram
necessários 100 mil cubos de mármore
travertino até atingir os 48,5 metros de altura.

Figura 17: Coliseu de Roma.


Ao longo dos anos, após a sua
construção, sofreu impactos de inúmeros
sismos que destruíram parte das duas paredes.

Muitos acreditam que o nome de Coliseu apenas fora colocado no século XI, inspirado
na estátua de Colosso Nero, de 35 metros de altura, que se situava ao lado do anfiteatro.

No início, o Coliseu destinou-se à realização de lutas até que o Imperador Flávio


proibiu as mesmas. Após este acontecimento, passou a ser utilizado como palco de teatros,
chegando a ser alagado para serem representadas simulações de batalhas navais. Durante
a Idade Média, o mármore e o bronze, pertencentes à sua estrutura, foram alvo de saqueio
e usados para a ornamentação de igrejas e monumentos católicos. Na sua construção, a
famosa Basílica de São Pedro, no Vaticano, empregou peças de mármore deste anfiteatro.

Figura 18: Legenda do Coliseu de Roma.


ARENA DE NIMES

Edificada a 27 a.C., a Arena


de Nimes foi remodelada e é
utilizada, como praça de touros,
desde 1863 até à atualidade. Nela
também funcionam outro tipo de
espetáculos. Na sua forma elíptica,
contém 133 metros de comprimento
e 101m de largura. Sustentadas por
uma construção abobadada, está
rodeado por 34 arquibancadas, com
a capacidade máxima de 16300
Figura 19: Arena de Nimes, França.
espectadores.

Uma curiosidade sobre este


monumento são os corredores
apelidados de “vomitórios”. Estes,
permitiam a circulação dos
espectadores sem se suceder uma
mistura entre os mais ricos, a
nobreza romana, e a classe baixa.

Atualmente, continuam a
decorrer espetáculos na Arena como
corridas de touros, o festival de Figura 20: Vomitórios da arena de Nimes.
Nimes e os Grandes Jogos Romanos.

Os Grandes jogos romanos

Um dos maiores desfiles históricos da humanidade que alberga mais de 500 atores e
figurantes da França, Alemanha e Itália. A cada ano o tema é mudado, mas retrata sempre
um grande momento da história antiga. Decorrem demonstrações de acrobacias equestres,
lutas de gladiadores e corridas de bigas.
ANFITEATRO DE LEPTIS MAGNA

Léptis Magna é uma cidade


localizada na Líbia, África. Foi
fundada pelos fenícios entre os
séculos X e VIII a.C. Tendo nascido
nesta cidade, o Imperador romano
Septímio Severo investiu muito no
seu desenvolvimento. Muita da
“clássica arquitetura romana5” e,
inclusive, os tradicionais prédios
deste império foram construídos
nesta cidade.
Figura 21: Anfiteatro de Léptis Magna.

Escavado a cerca de 300 metros do Mediterrâneo numa depressão natural, pensa-se


que este anfiteatro fora construído a 56 d.C. Com 57 metros de comprimento e 47 de largura,
possuía uma capacidade máxima de 16 mil pessoas. Na Vila Dar Buc Ammera, encontra-se
um mosaico muito famoso por retratar cenas de lutas nesta arena.

ANFITEATRO DE VERONA

Como símbolo e maior atração desta


histórica cidade italiana, este belo monumento atrai
milhares de turistas todos os anos.

Nesta visita, podem conhecer melhor a


estrutura popular da arquitetura na primeira metade
do século I e têm também a possibilidade de assistir
a diversas representações que aqui decorrem, tais
como espetáculos, óperas e afins.
Figura 22: Localização atual de Verona.

5
http://meuguiaturistico.com.br/na-libia-cidade-romana-de-leptis-magna/
Com 152 metros de comprimento, 123 de largura e 31 de altura, este anfiteatro
romano contém um limite máximo de aproximadamente 30 mil pessoas. Produz uma
acústica e acomodação perfeita para os espectadores devido à sua forma elíptica.

“Para evitar possíveis


focos de distúrbio ou violência6”,
na época, esta arena situava-se
no lado de fora das muralhas.

Durante estes anos


todos, a arena teve diversas
funções. No início, foi utilizada
para lutas entre gladiadores. Ao
longo destes 2000 anos, sofreu Figura 23: Anfiteatro de Verona

muitos altos e baixos, tendo sido a sua pior função na idade Média quando serviu para
queimar 200 hereges em 1278. Entre 1276 e 1310, prostitutas usaram-na como serviço de
habitação. O facto de ter sobrevivido quase intacto ao terremoto de 1117, foi uma das
grandes surpresas da sua história porque permitiu chegar aos dias de hoje imponente e bem
preservado.

Anfiteatro de ARLES

Arles, a cidade romana Arelate, tornou-se uma


colónia de Roma a 46 a.C.

Durante o tempo romano, a cidade foi chamada


de Arelate que significava “Cidade dos pântanos”. A 49
a.C., Júlio César teve o apoio desta cidade durante o
cerco de Marselha. Como recompensa, a 46 a.C.,
tornou-se numa colónia romana. Rapidamente, se
considerou uma cidade importante, devido ao facto de
muitos veteranos da tropa de César se terem
estabelecido em Arles, durante aquele tempo.

Figura 24: Anfiteatro de Arles.

6
https://www.viajoteca.com/arena-de-verona/
O seu anfiteatro é considerado uma das atrações turísticas mais importantes desta
cidade. Tem 136 metros de comprimento, 107 metros de largura e 2 andares de arcadas
formados por 120 arcos. Com estas dimensões, pode acomodar mais de 20 mil
espectadores. Na idade Média, alterou as suas funções sendo utilizado como uma fortaleza
que abrigava 212 casas e duas capelas.

Circos
A palavra circo deriva do latim, círculo. Este
nome deve-se ao facto de que as corridas aconteciam
numa pista oval.

Atualmente, os circos a que estamos habituados são


diferentes aos do tempo romano. Os circos romanos
Figura 25: Circo romano.
eram semelhantes às pistas de corridas de carros
gregas dos tempos antigos. Eram usadas como palco de vários eventos e decorriam em
grandes estruturas expostas ao ar livre. A sua localização, por motivos de segurança e
conforto “direcionados aos governantes e suas cortes7”, era propositadamente próxima dos
palácios.

Figura 26: Circo romano legendado.

7
https://haac1.wordpress.com/2017/11/10/divertimento-romano-circo-teatro-e-anfiteatro/
Na sua estrutura, tinha uma pista de areia onde havia duas retas paralelas eram
separadas por um pódio muito alto em nome de “Spina”. Meta (Metae), era o nome que se
dava à coluna que havia nas duas extremidades da Spina. Esta tinha como função delimitar
onde os cavalos deveriam fazer a curva. Conforme o tamanho do circo, podiam-se suceder
alterações, mas, geralmente, a distância entre essas Metas era de 200 metros. No geral, os
circos dispunham de uma forma retangular, sendo um dos lados arredondado e o outro reto.
Neste último, havia os cárceres (estrebarias), que eram locais onde os corredores ficavam
concentrados antes da corrida. Além disso, dentro das Cárceres havia salas e torres para
uso dos corredores e animais.

Acredita-se que os primeiros circos romanos foram construídos a 500 a.C. e tiveram
origem na Grécia.

Figura 27: Nome dos elementos arquitetónicos presentes nos circos romanos.

As duas partes fundamentais de todos os circos eram as arquibancadas, que


cercavam a estrutura, sendo esta de forma oval, e a pista de corrida, onde decorriam as
corridas.

CIRCUS MAXIMUS

Localizado entre os montes Aventino e Palatino, o Cirus Maximus, é um recinto com


espaço para até 300.000 espectadores. Era o maior de Roma devido à sua pista de areia
com 600 metros de comprimentos e 225 de largura. Os seus principais espetáculos, que se
iniciaram no século II, eram as corridas de carros, onde quem competia eram escravos
lutando pela sua liberdade. Exibições equestres eram também algumas das atrações, mais
conhecidas como “Ludus Troianos”,
simulações de batalhas atuadas por
jovens aristocratas romanos, ou
então as corridas a pé, que duravam
várias horas.

Continuando a melhorar este


circo, o imperador Tito construiu um
arco na sua extremidade. Por sua
vez, Domiciano, um outro
Figura 28: Circus Maximus.
imperador, mandou construir uma
ligação do circo até sua casa de maneira a poder ver os espetáculos da varanda. Já o
imperador Trajano mandou acrescentar lugares e, para ter mais visibilidade, expandiu a zona
imperial.

Ao longo da sua história, teve muitos incidentes


com incêndios. O primeiro, no ano 30 d.C., causou um
grande estrago que foi restaurado por Cláudio através de
estruturas de mármore com aplicações de bronze
dourado. Nero foi outro imperador que, após um outro
incêndio atacar o circo a 64 d.C., ampliou a zona dos
Figura 29: Incêndio ocorrido no Circus
espectadores.
Maximus.

CIRCO ROMANO DE MÉRIDA

Perto da calçada Toledo e


Córdova, foi construído na periferia da
cidade. Um dos maiores e mais bem
conservados do império, este circo
possui 403 metros de comprimento,
96m de largura e uma lotação de
cerca de 30 mil pessoas.

Desde a sua construção, na


dinastia de Júlio César, foi sofrendo
Figura 30: Circo Romano de Mérida.
ampliações e restaurações.
Teatros

O teatro teve origem no


tempo dos etruscos. Nas
cerimónias fúnebres, este povo
tinha a tradição de divertir os
deuses e obter favores destes.
No início, as representações
não tiveram um local estável
onde pudessem ser realizadas,
por isso eram realizadas a céu
aberto sobre um palco
improvisado, enquanto os Figura 31: Teatro romano.

espectadores assistiam em pé.

Por volta de 145 a.C., tendo estas representações perdido o seu caráter ritual, criaram
os lugares sentados. Mesmo assim, alguma parte da população recusava-os por motivos de
moralidade.

Em termos arquitetónicos, começaram-se a desenvolver melhorias como, por


exemplo, as filas de poltronas dispostas em um espaço retangular, foram substituídas por
escadas de madeira e, sobre estas, foi colocado um teto.

Por motivos de acústica, odeão era o nome que se


dava a este tipo de teatro coberto e era, sobretudo, utilizado
para musicais. Durante a construção, eram realizados vários
testes para se obter uma boa acústica, colocando nas
posições mais adequadas “vasos ressonantes” de bronze.
A acústica, além de tudo, era favorecida pela pedana de
Figura 32: Vaso ressonante. madeira sobre a qual rodavam os atores e que funcionava
com baixa harmonia.

No que à organização diz respeito, podemos verificar (figura 33) que esta era uma
área de especial importância para os romanos.
Figura 33: Esquema representativo da organização de um teatro Romano.

Desta forma, analisando a imagem, podemos observar os diferentes espaços:

▪ Orchesta (orquestra): constitui-se na área semicircular em frente ao cenário. Sítio


onde, nos tempos gregos antigos, era erguido um altar a Dionísio;

▪ Pulpitum (palco): plataforma central onde os atores atuavam;


▪ Proscencium: plataformas laterais onde os atores atuavam, podendo-se prolongar
para a orquestra;

▪ Cenário: composto por monumentais fachadas arquitetónicas, atrás do proscenium,


muitas das vezes com vários andares de altura;

▪ Boca de cena: parede do palco em geral adornada com nichos;

▪ Cavea (arquibancadas): Fileiras de assentos para os espectadores. Divide-se em


Ima cavea (linhas inferiores, os melhores lugares do teatro), cavea mídia (os assentos
do meio do teatro) e summa cavea (as arquibancadas superiores);

▪ Maximus aditus: eram as duas entradas monumentais que conectavam ambos os


lados do teatro para a orquestra;
▪ Vomitoria: acesso abobadado para fluxo de pessoas. O termo vomitorium também
se aplica ao fluxo eficiente de saída dos espectadores em tempo curto;

▪ Velarium (vela): similar às dos navios, sobre a cavea que a cobria e a descobria, de
forma a proteger os espectadores das intempéries.

Uma vez que trazem o passado até ao presente, os textos literários produzidos na
antiguidade assemelham-se aos artefactos arqueológicos. Revelam as experiências outrora
culturais.

Os romanos conheceram a escrita muito cedo, adotando o alfabeto etrusco. As


inscrições mais antigas que chegaram até aos tempos de hoje, são do século VI a.C.,
momento em que aquilo que se conhece sobre a cidade é ainda obscuro, impreciso, envolto
em lendas. Só a partir do século IV a.C., quando Roma começou a crescer e a expandir- se,
vencendo povos vizinhos e caminhando para a sua hegemonia, é que as informações se
tomam mais seguras. É quando surgem os primeiros textos escritos propriamente ditos:
arquivos públicos e particulares, anais, leis máximas e refrões em verso. Tudo isso foi
vazado em uma forma especial da língua, bastante pobre e rústica, a que chamamos de
latim arcaico.

PRINCIPAIS Dramaturgos ROMANOS

Gneu Névio (261 a.C. – 201 a.C.) foi o primeiro


dramaturgo latino e criador do drama romano. Mesmo
tendo preferido a comédia, foi o introdutor das tragédias
na literatura dramática. Influiu nas comédias,
conhecidas como “pretextas” e “togatas” em oposição
às comédias “paliatas” (ou rintonicas). Conhecem-se os
títulos de 7 tragédias e umas 36 comédias de sua
autoria. Névio alcança sucesso e reconhecimento com
a peça “Romulus” que retrata a lendária fundação de
Roma. No entanto, ao escrever as suas comédias Figura 34: Estátua de Gneu Névio.
polémicas, atacando políticos e nobres de sua época foi preso e exilado. Morreu por volta
de 201 a.C. em Utica.

Tito Mácio Plauto nasceu em Sársina (Úmbria), por


volta de 254 a.C., de pais livres, mas humildes. Em Roma, foi
adido ao serviço de teatro, entregou-se a especulações
comerciais e trabalhou num moinho. Desde então, escrevia
comédias, tendo-se consagrado mais tarde. Plauto escreveu,
aproximadamente, 130 comédias, tendo 20 delas chegado até
nós:

1. Amphiturno: única de assunto mitológico;


2. Asinaria: cômica;
3. Aulularia: representa o caráter de um avarento (falta a
Figura 35: Tito Mácio Plauto.
última parte);
4. Bocchides: uma das melhores comédias (faltam as últimas cenas);
5. Captiui: (os cativos) comédia sentimental;
6. Curculio: assim chamada pelo nome do parasita;
7. Casina: retrato do velho enamorado (falta o final);
8. Cistellaria: perdida mais da metade;
9. Epidicus: cômica, de enredo complicado;
10. Mostellaria: vivacidade exuberante;
11. Menaechimi: a mais brilhante de todas, com equívocos divertidíssimos;
12. Miles gloriosus: caricatura do soldado fanfarrão;
13. Mercato: argumento semelhante ao de Casina;
14. Pseudolus: comédia agradável;
15. Poenulus: entre os personagens há um cartaginês falando fenício;
16. Persa: o protagonista é um escravo;
17. Rudens: vivacidade das cenas;
18. Stichus: imitação de uma comédia de Menandro;
19. Trinummus: descreve cenas familiares;
20. Truculentus: situações estranhas e vivas.

Pelo que se sabe, todas estas comédias foram escritas em Roma, entre 200 e 189 a.C.,
sem se saber exatamente as suas datas. Plauto tem todas as boas qualidades e todos os
defeitos que se podem esperar de um poeta popular daqueles tempos e daquele povo. Entre
os antigos romanos, as suas comédias eram muito apreciadas, mas no tempo de Augusto,
aqueles caracteres de feição arcaica já não mais atraíam os homens de fina cultura.

Quinto Ênio - nasceu em Rúdias, (239 a.C.), região dos


Peucécios, onde se falava tanto grego como osco. Militou sob as
ordens de M. Pórcio Catão (pretor na Sardenha) durante a segunda
Guerra Púnica.

Voltou com Catão para Roma em 204 a.C., aí vivendo consagrado


ao ensino do grego e à tradução do grego para o teatro romano,
Figura 36: Quinto Ênio.
onde vai conquistando a amizade de alguns nobres, principalmente
de Cipião. Pode-se chamá-lo de verdadeiro fundador da literatura latina: a introdução do
hexâmetro (verso de seis sílabas) é obra sua. As obras de Ênio são em partes originais:

1. Annales (Os Anais): a maior e talvez a última em ordem de tempo;


2. Tragaediae: traduções livres de Eurípedes - há poucos fragmentos;
3. Saturae: coleção de composições variadas, divididas em 6 livros (uma delas
denominava-se Scipio).

Marco Pacúvio - sobrinho de Ênio, nasceu em Brindes, em 220


a.C. Acompanhou seu tio a Roma e adquiriu fama de pintor e escritor
de tragédia. Traduziu Sófocles.

Cecílio Estácio - contemporâneo de Pacúvio. Nasceu


aproximadamente em 219 a.C. na região de Insúbrios. Foi conduzido
a Roma como prisioneiro de guerra cerca do ano 200 a.C. Uma vez
libertado, tornou-se amigo de Ênio. Nada se sabe da sua educação,
Figura 37: Cecílio Estácio.
bem como se aprendeu grego. Acredita-se que conhecia a literatura
grega, pois traduziu a Comédia Ática de Meandro.

P. Terêncio - nasceu em Cartago e foi para Roma ainda


menino, comprado ou capturado. Adotado e educado por Terêncio
Lucano, recebeu dele a liberdade. Teve amizades com Cipião
Africano, o Menor, com C. Lelio, e outros ilustres romanos. Após
ter composto suas comédias, foi para a Grécia estudar, tendo
morrido durante a viagem, em 159 a.C., aos 25 anos.
Figura 38: P. Terêncio.
As suas comédias:

1. Andria: é a redução de uma comédia de Menandro, com acréscimo de uma


de sua autoria;
2. Eunuchus: representadas nas festas;
3. Heautontimorumenos: o punidor de si mesmo. É uma imitação;
4. Phormio: imitando uma comédia grega de Apolodro de Caristo, tem por título
o nome de um parasita, protagonista;
5. Hecyra: a sogra, imitação de uma comédia de Apolodro, encerra um estudo
de caracteres. Foi a menos feliz das comédias de Terêncio;
6. Adelphos: os irmãos, derivada de uma comédia homônima de Menandro.

Edifícios de Comemoração

As construções comemorativas, caracterizadas pela imponência tinham uma intenção


propagandística, servindo de exaltação do poder imperial através de monumentos como:

ARCO DO TRIUNFO

Como diz o nome, o arco do triunfo romano era uma homenagem monumental. Este,
representava uma porta ou passagem em forma de arco, para comemorar o triunfo: quase
sempre conquistas de territórios ou vitórias em guerras. Por terem sido construídos a mando
do Senado Romano, todos os arcos de Roma, possuem a sigla S.P.Q.R. (o Senado e o
Povo).

Atualmente, em Roma, ainda é possível visitar três arcos triunfais. São estes o Arco
de Tito, o Arco Sétimo Severo e o Arco de Constantino.

Ainda existem outros arcos, noutras localidades de Roma, que não são propriamente
arcos do triunfo, mas arcos honorários (serviam para homenagear algum evento importante,
mas que, porém, não estavam ligados a um triunfo de guerra). Alguns exemplos são o Arco
de Druso, o Arco Degli Argentari e o Arco de Giano.

De acordo com o que muitos pesquisadores e autores importantes nos reportam, na


época da queda do império romano existiam quase 40 arcos do triunfo na cidade de Roma.
O Arco de Tito: o mais antigo dos arcos atualmente existentes

Este arco foi construído entre os anos 81 e


90 d.C. (muito provavelmente de 84 a 86 d.C.) a
mando do imperador Domiciano Flávio, em
homenagem ao seu irmão mais velho, o já falecido
imperador Tito Flávio.

No ático é possível ler a seguinte inscrição:


“Senatus / populusque romanus / divo Tito
Figura 41: Arco de Tito em Roma, Itália divi Vespasiani f(ilio) / Vespasiano Augusto”.

“O Senado e o povo romano ao divino Tito, filho do divino Vespasiano, Vespasiano Augusto”.

Figura 42: Imagem do relevo esculpido no arco de Tito.

A figura 42, representa os soldados romanos a transportarem para Roma a Menorah


(candelabro de sete braços, símbolo da religião judaica), as trombas de prata pertencentes ao
templo de Jerusalém, e nos estandartes/placas os nomes dos povos e das cidades derrotadas
escritos.
ARCO DO SÉTIMO SEVERO: O IMPERADOR QUE VEIO DA LÍBIA

Dos três arcos existentes


atualmente em Roma, este é posterior
ao arco de Tito e anterior ao Arco de
Constantino. Sétimo Severo foi o
primeiro imperador africano, nascido
em Leptis Magna (hoje Líbia). Na
verdade, seu pai era africano e sua
mãe de origem nobre romana.

A estrutura é com três fórnices


(três passagens) e o revestimento é
em travertino e mármore. À diferença Figura 43: Arco do Sétimo Severo.

do arco de Tito, a epígrafe dedicatória


é bem mais prolixa.

Graças a ela, sabemos que Sétimo Severo, por ser chamado de parthico arabico e
partico adiabênico, havia (re)conquistado a Pérsia Arábica e a Pérsia Adiabênica, ou seja,
as regiões onde hoje temos o Irão e o Iraque.

«IMP · CAES · LVCIO · SEPTIMIO ·


M · FIL · SEVERO · PIO · PERTINACI
· AVG · PATRI PATRIAE · PARTHICO
· ARABICO · ET · PARTHICO ·
ADIABENICO · PONTIFIC · MAXIMO
· TRIBUNIC · POTEST · XI · IMP · XI
· COS · III · PROCOS · ET · IMP ·
CAES · M · AVRELIO · L · FIL ·
ANTONINO · AVG · PIO · FELICI ·
TRIBUNIC · POTEST · VI · COS ·
PROCOS · (P · P · OPTIMIS ·
FORTISSIMISQVE · PRINCIPIBUS) ·
OB · REM · PVBLICAM ·
RESTITVTAM · IMPERIVMQVE ·
POPVLI · ROMANI · PROPAGATVM
· INSIGNIBVS · VIRTVTIBVS ·
EORVM · DOMI · FORISQVE · S · P ·
Q · R»

Figura 44: Inscrição do Arco de Sétimo Severo.


Significado do que está escrito na figura 44:

[Ao] imperador césar Lúcio Sétimo Severo Pio Pertinax Augusto, filho de Marco e pai
da pátria, Pártico Arábico e Pártico Adiabenico, pontífice máximo, onze vezes detentor do
poder tribunício, onze vezes imperador, três vezes cônsul e procônsul, e ao imperador césar
Marco Aurélio, filho de Lúcio, Antonino Augusto Pio Félix,seis vezes detentor do poder
tribunício, cônsul, e procônsul (pais da pátria, os melhores e mais corajosos príncipes), que,
em nome da república restaurada e do governo do povo romano, propagaram, através de
suas formidáveis virtudes, em casa e no exterior, o Senado e o Povo Romano [dedicam este
monumento].

ARCO DE CONSTANTINO: O MAIS JOVEM DOS ARCOS TRIUNFAIS


ROMANOS

O arco de Constantino é
um arco considerado “eclético” e
em parte “reciclado”. Tendo sido
construído na fase de já
decadência do Império Romano,
fase essa que a arte começa a
ser menos requintada e com pior
qualidade, com materiais de
construção mais baratos e
reciclados de outras
construções. Como resumo Figura 45: Arco de Constantino

dessa época, o Arco de


Constantino foi construído com pedaços de monumentos dedicados a três grandes
imperadores de Roma: Trajano (Optimus Princeps: o melhor dos príncipes), Adriano e Marco
Aurélio.
« IMP · CAES · FL · CONSTANTINO · MAXIMO · P · F · AVGUSTO · S · P
· Q · R · QVOD · INSTINCTV · DIVINITATIS · MENTIS · MAGNITVDINE ·
CVM · EXERCITV · SVO · TAM · DE · TYRANNO · QVAM · DE · OMNI ·
EIVS · FACTIONE · VNO · TEMPORE · IVSTIS · REM-PUBLICAM · VLTVS
· EST · ARMIS · ARCVM · TRIVMPHIS · INSIGNEM · DICAVIT · »
Figura 46: Inscrição no Arco de Constantino.

O texto escrito na figura 46, significa:

“Ao pio, feliz e augusto imperador César Flávio Constantino, o Grande, dedicou o
Senado e o Povo de Roma este arco em sinal do seu triunfo, porque sob inspiração da
Divindade e pela grandeza do seu espírito, vingou de um só golpe, com o seu exército e com
armas justas, o Estado, tanto sobre o usurpador, como sobre toda a sua facção.”

ARcOS DO TRIUNFO ESPALHADOS PELO MUNDO:

Arco do triunfo de paris

O Arco do Triunfo fora encomendado por Napoleão


Bonaparte, localizado na Étoile, em Paris, para celebrar a
batalha de Austerlitz. Na distribuição das fórnices se
assemelha ao arco de sétimo severo existente na Líbia. Ou
seja, ele possui portas para todos os lados.
Figura 39: Arco do Triunfo de Paris,
França.
Arco do Triunfo de Barcelona, Espanha

Um dos símbolos da cidade de Barcelona e,


também, uma das atrações que fascina mais os
turistas. Projetado pelo arquiteto Josep Vilaseca i
Casanovas, em 1888, este arco destaca-se pela sua
arquitetura diferente e original.

Figura 40: Arco do triunfo de Barcelona, Espanha.

Em Itália, há dois arcos ainda conservados: o Arco de Augusto (construído a 27


a.C.), na cidade costeira de Rimini e também o Arco de Trajano, em Benevento, no sul de
Itália. O Arco de Trajano foi construído, entre 114 e 117 d.C., para comemorar a Via Traiana,
um atalho que encurtava o percurso da Via Ápia entre Benevento e Brindisi.

Outra cidade europeia, que conserva um arco do triunfo romano é Pola, na Croácia.
O Arco dos Sérgios foi construído em memória de Lúcio Sérgio Lépido, que participou da
batalha que derrotou Marco Antônio e Cleópatra: a Batalha de Ácio. Muito provavelmente
ele data do período entre 25 a 10 a.C.

Milão é uma cidade que vendeu muitos desafios e soube sempre se reinventar ao
longo dos séculos. O seu Arco da Paz celebra o Congresso de Viena, que sela em 1815 a
paz entre as nações europeias após a derrota de Napoleão Bonaparte.

Em Munique existe a Porta da Vitória (Siegestor) que se inspirou ao arco de


Constantino. Ela foi construída para celebrar a importância que o exército da Bavaria teve
em ajudar a derrotar Napoleão.
Coluna
As colunas eram utilizadas como forma de comemoração ou homenagem pelo
sucesso de uma conquista.

COLUNA DE MARCO AURÉLIO

Levantada entre os anos 176 e 192, a coluna foi erigida após a morte do imperador
Marco Aurélio para celebrar as suas vitórias nas Guerras Marcomanas.

Foi construída com um relevo em espiral, com um estilo similar ao da Coluna de


Trajano. Na parte superior, há uma estátua de bronze de São Paulo que foi colocada ali, em
1589.

A coluna tem cenas esculpidas que serviram para celebrar as vitórias romanas, mas
também se diz que o monumento foi erigido por Cómodo, filho de Marco Aurélio, em honra
ao seu pai. No topo da coluna, em 1589, foi colocada uma estátua de São Paulo, pelo Papa
Sisto V.

Figura 47: Coluna de Marco Figura 48: Relevo na Coluna de


Aurélio. Marco Aurélio
COLUNA DE TRAJANO

Também em Roma, mas no Fórum,


perto do monte Quirinal, está a Coluna de
Trajano acabada em 114. O monumento teve
projeto do arquiteto Apolodoro de Damasco e
foi mandado construir pelo imperador Trajano
de forma a comemorar as vitórias das
campanhas militares contra os Dácios. Figura 49: Coluna de Trajano.

A Coluna de Trajano, com cerca de 38 metros de altura, tem blocos de mármore com
várias cenas que compõem uma só história: a da guerra contra os Dácios. Diz-se que
inicialmente estaria uma estátua de uma ave no topo, tendo sido substituída por uma estátua
de Trajano. Em 1589, também o Papa Sisto V colocou a estátua de S. Pedro.

Pórtico monumental
Construído em homenagem aos imperadores e generais vitoriosos.

Figura 50: Pórtico Monumental.


Edifícios de Serviço à cidade ou utilitários

“A arquitetura romana era realizada ao serviço da cidade, pelo que a maioria dos
edifícios tinha um caráter utilitário.”8

Basílica
Uma basílica é uma estrutura arquitetónica de origem romana que antigamente tinha
uma função económica e jurídica.
O seu nome provém do
termo latino “basilica”, que, por
sua vez, deriva do grego
“βασιλική” (foneticamente,
“basiliké”), palavra que significa
“régia” ou “real” e que é uma
elipse da expressão completa
“basiliké oikía”, que significa
“casa real”.
Este tipo de edifício
servia originalmente para as
transações comerciais a
grande escala, e ao mesmo
tempo era como uma espécie
de juizado. Sua origem se Figura 51: Basília Ulpia.
encontra na época da
República de Roma (entre os anos 509 e 27 a.C.).
Com o passar do tempo, foram sendo acrescentadas diversas mudanças estruturais
que se tornaram canónicas. Será a planta adotada pelos edifícios religiosos cristãos da
época paleocristã.
O teto costumava ser plano e de madeira, até que, em uma posterior evolução, foi
construído de pedra. Ao longo do tempo, os dois lados curtos modificaram-se e foi
acrescentada uma êxedra semicircular a um dos lados. Na época de Trajano, esta
modificação foi feita dos dois lados, como no caso da Basílica Ulpia (96 d.C.).
Depois que a Império Romano se tornou oficialmente cristão, o termo “basílica” foi
utilizado também para referir-se a determinadas igrejas geralmente grandes ou importantes
às quais haviam outorgado ritos especiais e privilégios em matéria de culto. Este é o sentido
usado hoje, tanto do ponto de vista arquitetónico quanto religioso.

8
Apontamentos da aula
TEMPLOS
Ao contrário dos gregos, cujo olhar arquitetónico era criar edifícios para serem vistos
pelo exterior, os romanos procuravam criar espaços interiores. Os templos apresentam uma
dinâmica espacial parecida, apesar dos romanos não se preocuparem com a proporção
visual das construções. Como o aspeto em evidencia era a monumentalidade, as obras
possuíam dimensões mais “esticadas”, com maior diferença do comprimento em relação à
base.

TEMPLO DE AUGUSTUS E LÍVIA

Mesmo tendo sido construído no final do primeiro


século antes de cristo, continua em pé até hoje na cidade
de Viena, em França. Originalmente dedicado a
Augustus, primeiro imperador romano, durante o século I
d.C.

MAISON CARRÉE Figura 52: Templo de Augustus e Lívia.

Localizado em Nimes, França, Maison Carrée foi


edificado a 16 a.C., pelo general Marcus Vipanius Agrippa
e dedicado aos seus dois filhos que morreram jovens.
Devido ao facto de ter sido transformado numa igreja
cristâ no século IV e por, atualmente, ser um museu, é um
dos mais bem preservados templos romanos do mundo.

Figura 53: Maison Carrée.


Trata-se de um templo coríntio.
TEMPLO DITO DE DIANA

O Templo Romano, em Évora, é um dos mais


grandiosos e mais bem preservados templos
romanos de toda a Península Ibérica, tendo sido
considerado Património Mundial pela UNESCO em
1986. É o ex-libris da cidade, uma espécie de cartão-
de-visita, tão conhecido como a Capela dos Ossos.

Olhar para este templo, também conhecido


Figura 54: Templos dito de Diana.
(erradamente) como Templo de Diana, é como
regressar ao passado e idealizar tempos que já lá vão. É um dos mais importantes marcos
históricos de Évora, senão o mais importante, sendo também um dos mais visíveis símbolos
da ocupação romana na cidade.

Ainda hoje, este monumento é conhecido como Templo de


Diana por muitos portugueses e mesmo estrangeiros. A confusão
explica-se, talvez, devido a uma lenda criada no século XVII que
associava a construção do “Templo de Diana” em Évora em honra
da deusa romana da caça. A História viria a revelar que, na
verdade, o Templo Romano de Évora foi erigido para prestar
homenagem ao Imperador Augusto, venerado como um deus,
fazendo parte daquilo que seria o fórum romano. Foi modificado
nos dois séculos que se seguiram (II e III d.C.) e destruído em
parte no século V, aquando da invasão dos povos bárbaros.
Figura 55: Estátua da deusa
Diana, deusa da caça.
Com o passar dos séculos, o templo foi sofrendo várias
destruições e alterações na sua utilização prática. No século XIV, por exemplo, servia de
casa-forte ao castelo da cidade de Évora.
Mais tarde, foi modificado para servir de
matadouro.

Na segunda metade do século XIX,


foi alvo de uma grande restauração, cujo
objetivo foi devolver-lhe o traçado original,
a sua dignidade de monumento.
Figura 56: Colunas pertencentes ao templo dito de Diana.
Finalmente, no século XX, aquando de novas escavações, foram encontrados vestígios de
um pórtico que estaria rodeado por um espelho de água.

Apesar de todas as modificações e destruições de que foi objeto, o Templo Romano


de Évora mantém a sua planta original. Este majestoso monumento tem uma forma
retangular. A base (o pódio), feita de grandes blocos de granito e com cerca de 3,5m de
altura, está quase intacta.

Sobre a sua base, assentam ainda catorze das suas colunas coríntias originais.
Muitas destas colunas ainda conservam os seus capitéis, feitos de mármore branco de
Estremoz. O pavimento, que se crê ter sido revestido por mosaicos, desapareceu por
completo.

Atualmente, podemos ver o pódio quase completo; a escadaria, em ruínas; no topo


norte, seis colunas intactas, suportando ainda, apesar do rigor dos tempos passados, a
arquitrave original; e nas laterais, mais sete colunas (quatro a este e três colunas completas
a oeste). Muito semelhante ao que acontece no Templo de Diana em Mérida (Espanha) ou
no Templo de Ártemis em Éfeso (Grécia).

Templo Romano descoberto em Lisboa

Uma intervenção arqueológica realizada na Rua da Saudade, em Lisboa, permitiu a


descoberta de vestígios de um templo romano, o primeiro na capital portuguesa, a pouco
mais de 50 centímetros de profundidade.

Figura 57: Templo romano descoberto em Lisboa.


O achado foi encontrado durante os trabalhos de escavação efetuados num edifício
privado que pretendia transformar o interior do rés-do-chão numa garagem.

Não se pôde dizer que foi encontrado o pavimento, mas, o que se encontrou é
bastante mais curioso. Estando ainda em perfeito estado de conservação, os negativos
deixados pelas placas de pedra na argamassa ainda fresca, conservaram-se até aos dias
de hoje.

Os pavimentos da época romana são bastante diversificados. Este encontrado é


designado de opus sectile. Este tipo de pavimento é uma técnica de ornamentação
arquitetónica que consiste no recobrimento de superfícies com placas de mármore ou outros
materiais pétreos, cortados em formas geométricas ou figuradas, formando composições
ornamentais. O pavimento encontrado no templo de Lisboa, é bastante mais interessante,
sendo os motivos mais elaborados e os tipos de pedra mais diversificados.

AQUEDUTOS
Com cimento vulcânico, tijolos e pedras, os
romanos mostraram ao mundo como distribuir, ao
longo de um imenso território, um dos bens mais
preciosos que existem: a água. Os mais antigos
que se tem conhecimento, eram baseados numa
superfície livre com pequena inclinação para
favorecer ao escoamento da água. Quase todas as
civilizações da antiguidade construíram os seus Figura 58: Aqueduto romano.

aquedutos, mas foi com os romanos que houve um


grande desenvolvimento dos mesmos. O seu sistema de abastecimento envolvia 11
aquedutos e o maior deles possuía 90 Km de extensão.

Os Aquedutos Romanos refletiam a filosofia romana de objetividade e praticidade.


Roma deixou-nos volumosas estruturas que tinham a função de conduzir a água pelas
cidades. As fontes atestam que os romanos conheciam o sistema de transporte de água por
canalização subterrânea e o de aquedutos em arcos suspensos que fora aprendido com os
etruscos. A escolha por este modelo deu-se pelo preço inferior das obras, já que os materiais
necessários eram mais abundantes e baratos.
Para o funcionamento da estrutura, a água era sempre proveniente de locais mais
elevados, o que impulsionava a distribuição pelo sistema. A estrutura era construída em
formas de arcos capazes de aguentar o peso. Os condutores eram feitos de tijolos e
revestidos internamente por cimento, o que costumavam chamar de canalis. A água chegava
nas proximidades das cidades e era
despejada em reservatórios
denominados castellum. Só então, o
líquido era conduzido por tubos de
chumbo ou bronze para a residência
dos mais ricos e para as termas. Os
romanos necessitavam de muita
água para suas atividades e
também para o abastecimento
domiciliar, das termas e chafarizes. Figura 59: Comparação do aqueduto romano ao “aqueduto moderno”.

Inicialmente, eles simplesmente


captavam água dos mananciais mais próximos. Entretanto, com o passar do tempo, eles
ficavam poluídos em função do depósito de esgoto sem nenhum tratamento. Assim,
abandonava-se o manancial em questão e buscava-se pelo seguinte. Logo, os aquedutos
se tornaram fundamentais e essenciais para o quotidiano dos romanos.

Enquanto os ricos recebiam água em suas residências, a população mais pobre só


podia retirar água das fontes públicas mediante o pagamento de uma taxa. Os aquedutos
que faziam esse abastecimento de água tinham entre 8 e 85 Km de extensão e eram
elevados a mais de 60 metros. Entre os aquedutos romanos, pode-se citar os seguintes:
Aqua Appia, Anio Vetus, Aqua Marcia, Aqua Tepula, Aqua Iulia, Aqua Virgo, Aqua Alsietina,
Anio Novus, Aqua Claudia, Aqua Traiana e Aqua Alexandrina.

Entre todos, o primeiro a ser construído foi o de Aqua Appia, no ano 312 a.C., por
Appius Claudius Caecus. Já o maior de todos foi o aqueduto de Aqua Marcia que possuía
91 Km de extensão.
Aqueduto de Torres Vedras

Ao contrário da maior parte dos


aquedutos que foram edificados para
abastecer água aos mosteiros, este foi
edificado para abastecer a cidade através do
Chafariz dos Canos.

A inexistência da data de construção


primitiva é um facto, sendo atribuída à
segunda metade do século XVI quando D.
Sebastião concedeu licença para que o Figura 60: Aqueduto de Torres Vedras

aqueduto fosse prolongado, coincidindo com


o restauro da Fonte dos Canos em 1561. Estendendo-se por mais de dois quilómetros, tem
o seu início à saída de Torres Vedras, atravessando o Rio Sizandro.

O aqueduto apresenta uma estrutura de grandes dimensões e, quando à superfície,


apresenta-se em dois registos em arcos de volta perfeita sobrepostos. A arcada superior é
de menores dimensões, dispondo-se simetricamente sobre os arcos inferiores.

Aqueduto de Segóvia, Espanha

Hoje é um marco histórico e um dos símbolos


da cidade espanhola de Segóvia.

Figura 61: Aqueduto de Segóvia, Espanha


Aqueduto da Amoreira, Portugal

Situado em Elvas, este magnífico aqueduto tem cerca de 8,5 quilómetros de extensão
e mais de cinco arcadas que se elevam até 31 metros de altura. A sua construção teve fim
por volta do ano de 1620 e, a partir daí, as primeiras águas entraram dentro dos muros da
cidade. Hoje, o monumento e Património Mundial da UNESCO.

Figura 62: Aqueduto da Amoreira, Portugal.

Cesareia Marítima, Israel

Cesareira Marítima era uma


cidade situado perto do mar
Mediterrâneo construída no século I
d.C. por Herodes. Um aqueduto fora
construído para fornecer água de
nascentes no sopé do Monte Carmelo
para a cidade. Figura 63: Cesareia Marítima, Israel

Aqueduto dos Milagres, Espanha

Outro belo aqueduto romano que é também uma


das estruturas mais bem preservadas da Península
Ibéria. Situado na cidade espanhola de Mérida,
acredita-se que tenha sido construído, pelos romanos,
por volta do século I d.C. Figura 64: Aqueduto dos Milagres.
Les Ferreres Aqueduct, Espanha

Com mais de 200 metros, este


impressionante monumento servia para fornecer
a água do rio Francolí para a cidade espanhola de
Tarragona. Atualmente, é um um marco histórico
da cidade.

Este arco foi projetado pelo arquiteto Josep


Vilaseca i Casanovas em 1888 e destaca-se pela
sua arquitetura diferente e original. É um dos
Figura 65: Les Ferreres Aqueduct, Espanha.
símbolos da cidade de Barcelona e também uma
das atrações que fascina os turistas.

Aqueduto das Águas Livres, Portugal

Mandado construir por D. João V, por


volta do século XVIII, este aqueduto é um
marco histórico da cidade pois resistiu ao
terramoto de 1755. Este monumento é,
também, um complexo sistema de captação,
adaptação e distribuição de água à cidade de
Lisboa.

Figura 66: Aqueduto das Águas Livres, Portugal.

Aqueduto da Carioca, Brasil

Também conhecida por arcos da Lapa, esta


impressionante construção, situa-se no Rio de Janeiro. É
considerada a obra arquitetónica de maior porte
empreendida no Brasil durante o período colonial. Hoje, é
um cartão postal da cidade.
Figura 67: Aqueduto da Carioca, Brasil.
Aqueduto de Valente, Istambul

Este é mais um dos vários patrimónios históricos


da cidade de Istambul. Foi construído por volta do
século IV e, desde então, passou por várias
modificações. É um dos vestígios históricos mais bem
preservados e antigos da Turquia.

Figura 68: Aqueduto de Valente, Istambul.

DOMUS
A palavra deriva de dominus, nome por que eram designados os chefes das famílias
nobres.

A domus era a
residência urbana das famílias
abastadas na Roma Antiga,
portanto, da nobreza romana.
Estas eram propriedades
grandes, sofisticadas e
luxuosas em regiões
residenciais no meio da
cidade.

Figura 69: Domus.

Existiam, também, as domus do povo, onde habitavam comerciantes e artesãos


romanos, ainda que as suas residências não fossem grandes, suntuosas e sofisticadas como
as dos mais ricos. Os cidadãos com menos posses, membros da plebe, viviam em casas
alugadas, as insulae, apartamentos exíguos e sobrepovoados situados em prédios de vários
andares.

No campo, as casas das famílias nobres, tinham o nome de villae (singular: villa).
A erupção do Vesúvio, no ano de 79, sepultou sob as suas cinzas as cidades de
Pompeia e de Herculano. O estado de conservação de muitas habitações é excelente, pelo
que foi possível aos arqueólogos ficar a conhecer profundamente a sua arquitetura.

A domus desenvolvia-se na horizontal, embora pudesse haver um segundo piso. As


divisões que davam para a rua, denominadas tabernas (tabernae), eram geralmente
arrendadas a terceiros, sendo usadas como lojas ou oficinas. A taberna abria diretamente
para a rua, pois não havia vitrines como nos dias de hoje. Por vezes, os comerciantes ou
artesãos alugavam igualmente o segundo piso, onde viviam com a sua família.

Ao entrar na casa de
habitação, o visitante era conduzido
pelo vestíbulo (vestibulum), o qual se
abria para o átrio (atrium). O teto
deste possuía uma abertura central,
o complúvio (compluvium), por onde
entrava a água da chuva, que era
recolhida no implúvio (impluvium),
uma cisterna quadrangular no centro
do átrio. No átrio, eram colocadas as
imagens dos antepassados
Figura 70: Legenda da domus.
(imagines maiorum) e que o patrono
vinha saudar os seus clientes ou convidados.
Em seu redor, articulavam-se as
outras divisões: os pequenos quartos de
dormir (cubiculum), a sala de jantar
(triclinium), a sala principal (tablinium),
onde o homem da família tratava dos
seus negócios, e a cozinha (coquina ou
culina). Havia ainda a lareira (lararium),
divisão destinada ao culto das divindades
domésticas (Lares e Penates) e dos
Figura 71: Legenda da domus. familiares falecidos (Manes).

Ao fundo da domus, encontrava-se, por vezes, uma área reservada aos banhos e um
pequeno jardim (hortus), geralmente decorado com uma fonte.

A domus não tinha vista para a rua. As janelas eram muito pequenas, a fim de proteger
a casa de ruídos, do frio (o vidro era uma raridade) e, sobretudo, dos ladrões. Em
consequência, as divisões recebiam luz solar essencialmente do complúvio ou do peristilo.
Algumas casas tinham não só água
canalizada, mas também aquecimento
central (ohipocausto).

As paredes e, por vezes, o teto


eram decorados com frescos. O chão,
era pavimentado com tijolos de
terracota, mosaicos ou mármore,
Figura 72: Perspetiva interior e exterior de uma domus.
dependendo por um lado do tipo de
divisão e, por outro, das posses do proprietário.

Na maior parte das casas, a mobília dos cubículos resumia-se a uma simples cama
de madeira. O triclínio deve o seu nome aos três leitos, dispostos em torno de uma mesa
central, onde os comensais comiam reclinados.

Geralmente a cozinha era uma divisão diminuta com um pequeno fogão de pedra,
ficando a preparação das refeições a cargo dos escravos.

Não havia espaços próprios para os escravos. Estes circulavam em toda a casa e à
noite dormiam à porta do cubículo do seu senhor. Também as mulheres não estavam
confinadas a quaisquer aposentos, dedicando-se às suas atividades no átrio ou em outras
divisões, quando os homens saíam para o fórum. Não havia igualmente uma distinção clara
entre espaços domésticos privados e os públicos.

INSULAE

Os mais pobres, viviam


numa espécie de prédios que
tinham entre 5 a 6 andares.
Diz-se que pareciam ilhas e,
por isso, deu-se o nome a
estas casas de insulae. Esses
andares estavam construídos
em ruas estreitas. Figura 73: Interior de uma insulae.

Um poeta romano, do século II d.C., descreveu da seguinte forma os bairros


populares de Roma:

"Vivemos numa cidade onde a grande maioria das casas são construídas com finas
vigas de madeira. Deste modo, são frequentes os desmoronamentos e os incêndios (...) É
preciso ser-se rico para poder dormir sem barulhos, em calmas vivendas (...) A passagem
das carroças nas ruas estreitas, ou as discussões por causa
de um rebanho que não avança, tiram o sono a qualquer um.
O rico, quando tem pressa, consegue passar rapidamente por
entre a multidão, transportado na sua cómoda liteira. Mas eu,
coitado de mim, não consigo avançar por entre o rio humano
que me comprime e empurra (...) E, se isto não bastasse, há
ainda outro género de perigos aos quais estamos expostos,
quando caminhamos de noite, pelas ruas: frequentemente, das
janelas, das varandas ou dos telhados tombam tijolos, vasos
Figura 74: Insulae
ou telhas que nos podem esmagar o crânio (...) Podemos dar-
nos por felizes se apenas apanharmos com o conteúdo de uma bacia em cima! (...) E não
falemos de outras desgraças (...) Pode acontecer também que nos apareça pela frente um
bandido de faca em punho".
Como refere o poeta Juvenal, as habitações dos mais pobres eram feitas de vigas de
madeira e, por esse motivo, os incêndios eram muito frequentes. Os últimos andares das
ínsulae, eram mais baratos do que os primeiros por ser mais difícil a fuga em caso de
incêndio.

O andar inferior das


ínsulae, possuía lojas para
venda de produtos. No interior
destas casas, o mobiliário era
pobre e muito reduzido. Existiam
apenas uma ou duas camas, um
banco ou uma cadeira. Nestes
Figura 75: Exterior de um insulae.
prédios não existia água
essencial para cozinhar, para a higiene pessoal e nem sequer instalações sanitárias. As
necessidades eram feitas em latrinas e nas termas públicas.

PONTES
Das diversas construções romanas em Portugal, destacam-se as pontes. São
construções que, apesar das centenas de anos que passaram, continuam a cumprir o seu
objetivo, permitir às pessoas, aos animais ou aos veículos, atravessar os rios.

Muitas foram remodeladas ou substituídas por outras mais recentes, mas muitas mais
continuam a sua função exatamente como eram quando foram construídas, mostrando a
sua resistência.

Quando era necessário atravessar rios, eram construídas pontes, desde poucos
metros de comprimento até algumas dezenas de metros. A maior parte dessas pontes
continua de pé a fazer o seu serviço. Algumas das pontes tiveram de ser substituídas por
outras mais modernas, devido principalmente à sua pouca largura que não permite a
circulação de veículos automóveis, outras porque, entretanto, começaram a ficar
degradadas e em perigo de caírem.
PONTES ROMANAS EM PORTUGAL

Ponte da Barreira

Uma ponte em granito de 15,5 metros de comprimento.


Possuí um só arco robusto de volta perfeita, assente em alicerces
rochosos.

Figura 76: Ponte da Barreira.

Ponte da Lagoncinha

Atravessando o Rio Ave, não deixa de ser uma


grandiosidade, sendo datada do século XII. Pensa-se, que tenha
sido construída sobre ruínas também romanas que ligavam
Bracara Augusta a Cale.

Figura 77: Ponte da Lagoncinha.

Ponte de Cava da Velha

Uma ponte do século I, do tempo dos romanos,


sendo considerada a mais imponente ponte da freguesia,
foi reformada na era medieval.

Ponte de Leixões
Figura 78: Ponte de Cava da Velha.

Situada após o Cruzeiro de São João do Campo, no sentido


da Carvalheira, crê-se que a ponte de Leixões deve recuar à época
romana.

Figura 79: Ponte de Leixões.

Ponte de Manhouce

De um só arco e guardas reconstruídas.

Figura 80: Ponte de Manhouce.


Ponte de Pedra

Esta ponte de pedra atravessa o rio Tuela, ficando na estrada


que faz ligação da Torre Dona Chama a Valpaços.

Figura 81: Ponte de Pedra.

Ponte de Porto de Cavalos

Conhecida pelos seus habitantes como Ponte de


Cavalos, parece indicar a existência de um posto de muda
de cavalos na via entre Viseu e Porto.
Figura 82: Ponte de Porto de Cavalos.

Ponte de São Miguel de Arcos

Mais uma ponte romana de três arcos, que


fazia parte do caminho principal entre o Porto e
Galiza.
Figura 83: Ponte de São Miguel de Arcos.

Ponte de São Lázaro

Pertencente ao conjunto ponte/capela/parque de São


Lázaro, esta ponte, com um passado verdadeiramente romano, é,
no entanto, encarada como provável da época medieval.

Figura 84: Ponte de São Lázaro.

Ponte do Castelo do Mau Vizinho

Não estando muito longe da igreja nem do


cruzeiro, temos uma outra ponte romana de cavalete
sobre um único arco de volta plena.
Figura 85: Ponte do Castelo do Mau Vizinho.
Ponte do Cunhedo

Liga São Cristovão (no concelho de S. Pedro do Sul) a


Oliveira de Frades, atravessando o Rio Vouga.

Figura 86: Ponte do Cunhedo

Ponte do Rio Lima

A ponte sobre o rio Lima, composta por duas


partes, romana e medieval, entra nos elementos que
mais contribuíram para o desenvolvimento da Vila.

Ponte dos Jogos Figura 87: Ponte do Rio Lima

Mais um pequeno exemplar da era romana, num estado


degradado, formada por dois arcos, um maior do que outro.

Figura 88: Ponte dos Jogos.

Ponte de Catribana

A ponte, de um único arco, permite o


atravessamento da ribeira da Samarra, e faz parte do
que seria uma via a ligar duas villae importantes ou um
acesso a uma via principal.
Figura 89: Ponte de Catribana.

Ponte Antiga

Também conhecida por Ponte Antiga, é um dos pontos


máximos da cidade de Tavira apesar de que, de romana, já
quase nada tem.

Figura 90: Ponte Antiga.


Ponte Romana

Sobre a Ribeira das Cabras, que faz a ligação entre o


concelho de Guarda e de Almeida.

Figura 91: Ponte Romana.


Ponte Romana

Ponte Romana de Chaves, também conhecida por


ponte Trajano, atravessa o magnífico rio Tâmega unindo o
centro da cidade e a outra margem.

Figura 92: Ponte Romana.

Ponte Romana da Ribeira das Trutas

Mais um exemplar de uma ponte Romana,


esta que serve a grande cidade romana de
Ammaia desde então, devido ao seu círculo
comercial, fazendo a ligação viária de Sul/Norte.

Figura 93: Ponte Romana.

Ponte Romana das Taipas

É uma ponte de granito com


sessenta metros de comprimentos, assente
em trinta e quatro pilares baixos, com três
Figura 94: Ponte Romana das Taipas.
metros e meio de largura.

Ponte Romana de Alcanede

Ponte Romana ou Ponte da Ribeira de Nede,


datada do século III, esta ponte dava continuidade ao
caminho, dos mais antigos, que ligava Santarém a Porto
de Mós.
Figura 95: Ponte Romana de Alcanede.
Ponte Romana de Almargem

Esta ponte romana é formada por três arcos


sustentados por talha-mares piramidais e tabuleiro em
ângulo.

Figura 96: Ponte Romana de Almargem.

Ponte Romana de Côja

Sendo a ponte dessa época da ocupação romana, leva-


nos até ao século I a.C., fazendo assim a ligação entre
as margens do rio Alva, que liga Arganil a Côja.

Figura 97: Ponte Romana de Côja.

Ponte Romana de Estorãos

A origem da ponte terá sido durante o


período romano, com uma reconstrução medieval
e obras no século XVI ou XVII. Tem anexados o
cruzeiro e as alminhas.
Figura 98: Ponte Romana de Estorãos.

Ponte Romana de Gimonde

Mais uma Ponte Romana, também com a


denominação de Ponte Velha, que atravessa o
Rio Malara. Foi edificada no tempo da presença
Figura 99: Ponte Romana de Gimonde. dos romanos em Trás-os-Montes.

Ponte Romana de Muge

Uma ponte da época da ocupação romana


na Península, a cerca de 400 m de uma importante
vila da mesma época, atravessa a ribeira de Muge.
Figura 100: Ponte Romana de Muge.
Ponte romana de Nisa-a-Velha

Esta ponte, que está em excelente estado de conservação,


situa-se próximo da igreja da Senhora da Graça, sobre a ribeira de
Nisa.

Figura 101: Ponte Romana de


Nisa-a-Velha

Ponte Romana de Numão

Uma ponte romana de dois arcos que atravessa o ribeiro


Teja. Mais uma história de uma ponte que passou ao
esquecimento.

Figura 102: Ponte Romana de


Numão.
Ponte Romana de Ola

Esta ponte de Ola é mais uma ponte romana de três arcos, em


que o tabuleiro assenta num arco de volta perfeita, flanqueado
pelos outros dois.

Figura 103: Ponte Romana de Ola.

Ponte Romana de Ouguela

Esta ponte, sobre o rio Xévora que foi, entretanto,


desviado, situa-se próximo da aldeia de Ouguela e junto do
Santuário de Nossa Senhora da Enxara.

Figura 104: Ponte Romana de


Ouguela.
Ponte Romana de Piscais

Situado no lugar de Piscais, mais um maravilhoso


exemplar romano de três arcos com os respetivos corta águas,
que atravessa o Rio Corgo.

Figura 105: Ponte Romana de Piscais.


Ponte Romana de Pomares

Ponte de 3 arcos, de origem romana na


Ribeira de Pomares. Separa o Povo dos Bairros do
Tinte e Portelinha.

Figura 106: Ponte Romana de Pomares.

Ponte Romana de Quelfes

Também conhecida como Ponte Velha de Que


lfes, é uma ponte do século I d.C. com uma estrutura
modesta, que permitia a passagem entre povoações

Figura 107: Ponte Romana de Quelfes. rurais.

Ponte romana de Redinha

Esta ponte, é formada por três arcos plenos desiguais,


com o tabuleiro em cavalete pronunciado sobre o primeiro
arco.

Figura 108: Ponte Romana de Redinha.


Ponte Romana de Safara

Um exemplar de uma ponte romana d e três arcos de corta


águas que atravessa a ribeira Safareja, bem visível e
principalmente bem conservada.
Figura 109: Ponte Romana de
Safara.

Ponte Romana de São Martinho do Campo

Esta estrutura, que a sua construção está datada entre


os séculos I e II d.C., é formada por três arcos que sustentam
um tabuleiro quase reto, e composto por guardas de pedra em
Figura 110: Ponte Romana de São
todo o seu comprimento.
Martinho do Campo.
Ponte Romana de Sequeiros

Ponte Medieval de estilo Romano situando-se no séc.


XIII, de estrutura única e peculiar em Portugal. Numa das
pontas da ponte, existe um arco de fecho que fazia a fronteira
entre Portugal e Espanha.
Figura 111: Ponte de Sequeiros.

Ponte Romana de Silves

Ponte Romana de Silves, ou Ponte Velha, é talvez um


dos monumentos mais polémicos, pois há uma pequena
divergência sobre a sua verdadeira data.

Figura 112: Ponte Romana de


Silves.

Ponte Romana de Vila Formosa

Sendo uma construção romana, dos séculos I ou II,


manteve até há poucos anos a sua utilização para
passagem de automóveis para ligação de Alter do Chão a
Chança e Ponte de Sôr.
Figura 113: Ponte Romana de Vila Formosa.

Ponte Romana do Arco

Com dupla denominação como Ponte do Arco ou Ponte


da Barrela, atravessa o rio Pinhão, afluente do Douro, e é uma
das duas Pontes Romanas de Trás-os-Montes.

Figura 114: Ponte Romana do Arco.

Ponte Romana do Arquinho

Esta Ponte Romana do Arquinho é datada do séc. I d.C., e


integraria a VIA XVII do Império Romano que ligava Bracara
Augusta (Braga) a Astúrica Augusta (Astorga, em Espanha).
Figura 115: Ponte Romana do
Arquinho.
Ponte Romana do Neiva

Esta ponte, que atravessa o Rio Neiva, é edificada em


granito possuindo dois arcos redondos, interligando-se com
três corta-águas, que suportam o tabuleiro em cavalete.

Figura 116: Ponte Romana do Neiva.

Ponte Romana do Vau

Uma pequena ponte romana, de um só arco de volta


perfeita, atravessa o que em tempos era um rio e que agora não
passa de um riacho.

Figura 117: Ponte Romana do Vau.

Ponte Romana em Pinheiros

É uma ponte romana de cavalete, de um só arco, sendo


das poucas pontes bem conservadas, mantendo a linha romana.

Figura 118: Ponte Romana em


Ponte Romana no Paúl
Pinheiros.

Ponte que ainda se mantém em funcionamento.

Figura 119: Ponte Romana no Paúl.

Ponte Romana São Pedro da Torre

A sua utilização inicial, era para ser inserida no caminho


medieval entre S. Pedro da Torre e Valença, e
consequentemente situada no caminho de Santiago.

Figura 120: Ponte Romana São


Pedro da Torres.
Ponte Velha de Vizela ou Ponte Romana

A Ponte Velha de Vizela fazia parte de uma via romana, vinda de


Braga para Amarante, e que passava por Guimarães.

Figura 121: Ponte Velha de


Vizela.
ESTRADAS

Existentes há 2000 anos, as vias ou estradas


romanas, continuam a ser utilizadas. Com a expansão
romana, foram construídas vias ou estradas a partir de
300 a.C. para facilitar a deslocação dos exércitos, dos
funcionários e dos civis entre todo o Império Romano
e para permitir a sua expansão e consolidação.

Desde pequenas estradas locais, até vias


amplas e de muitos quilómetros de extensão, eram Figura 128: Mapa das estradas romanas na
Península Ibérica.
construídas com o devido cuidado para a drenagem das
águas da chuva e ladeada por um caminho pedonal. Muitas das estradas ainda existem ou
foram transformadas em estradas modernas.

A grande amplitude da rede viária romana ao


longo de toda a Europa levou à célebre expressão
"Todos os caminhos vão dar a Roma". Sendo Roma
o centro do império, toda a rede se concentra,
naturalmente, nessa cidade.

Em Portugal, as mais conhecidas vias


romanas eram as que ligavam as principais cidades,
Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, entre outras.

Figura 129: Construção das estradas romanas. Até 400 a.C., os romanos utilizavam caminhos de
terra para deslocar-se da sua capital às cidades vizinhas. O ataque gaulês de Breno, em
390 a.C., que se revelou desastroso para os
romanos, mostrou a ineficácia do sistema
defensivo de Roma, devido principalmente
à lentidão de movimentação das tropas
sobre o que eram apenas caminhos pouco
aptos para se mover. A necessidade de
melhor defesa, junto com a vontade de
expansão e de hegemonia sobre a Itália,
Figura 130: Rede viária por todo o antigo Império Romano.
levou a República Romana, ainda frágil e
ameaçada, a pôr em questão estruturas escassamente adaptadas a esses desejos: eram
precisas rotas sólidas. Estes eixos, permitiriam uma circulação mais rápida e segura, mas
sobretudo, facilitariam a mobilidade das tropas.

A primeira via foi criada em 312 a.C., por Ápio Cláudio Cego, para unir Roma e a
cidade de Cápua: foi a denominada Via Ápia. Em finais da República, o conjunto do território
da península Itálica estava dotado com grandes
artérias, ostentando cada rota o nome do censor
que a criara. Estas vias não estavam
pavimentadas salvo excecionalmente: no interior
das cidades e nas suas proximidades, exceto a
Via Ápia, que fora, progressivamente, lajeada em
todo o seu percurso.

Figura 131: Via Ápia.


Conclusão

Com a elaboração deste trabalho, conclui que a arquitetura romana, fortemente


influenciada pela grega e pela etrusca, constituiu um forte legado para o mundo ocidental,
privilegiando obras utilitárias, com aquedutos, termas e pontes.

Em Portugal, podemos constatar estes factos mediante visita às ruinas de


Conímbriga, pelo que proponho uma visita de estudo a este local.
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h%C3%A1-2000-anos-e-continuam-a-ser-utilizadas
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https://pt.aleteia.org/2014/11/18/o-que-e-uma-basilica-de-onde-vem-esta-palavra/

(30/5/2020 - 11:10)
ARQUITETURA
ROMANA

Maria Faia Colarinha

Nº 20 10º J

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