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Centro Federal de Educação

Tecnológica de Minas Gerais

Departamento de Ciência
e Tecnologia Ambiental
Disciplina: Drenagem Pluvial

Aula 1 – Introdução - Hidrologia e


Drenagem Urbana
Professor: André Luiz Marques Rocha
Engo Agrícola e Ambiental
MSc. Engenharia Agrícola
Recursos Hídricos e Ambientais
I/2020
Hidrologia e Drenagem de Águas Pluviais
Hidrologia

“Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência,


circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua reação
com o meio ambiente, incluindo sua relação com as formas vivas”
(Definição do U.S. Federal Council of Service and Technology,
citada por Chow, 1959).

Grego: hidrologia = hydor (“água”) + logos (“ciência” ou


“estudo”).

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Hidrologia e Drenagem

Hidrologia – Sub Áreas

- Hidrometeorologia: trata da água na atmosfera;


- Limnologia: estuda os lagos e reservatórios;
- Potamologia: estuda os rios;
- Oceanografia: estuda os oceanos;
- Hidrogeologia: estudas as águas subterrâneas;
- Glaciologia: trata da ocorrência de neve/gelo na natureza.

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Bacia Hidrográfica
Bacia Hidrográfica
Área de captação natural da água de precipitação que faz convergir o
escoamento para um único ponto de saída. A bacia hidrográfica compõe-se
basicamente de um conjunto de vertentes e de uma rede de drenagem formada por
cursos d’água que confluem até resultar um leito único no exutório (TUCCI,
1997).

Superfícies
Vertentes

Rede de
drenagem

Exutório
Q=v*A Fonte: adaptado
de EPA (1998)

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Bacia Hidrográfica
Bacia Hidrográfica

Superfícies
Vertentes

Rede de
drenagem

Exutório

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Bacia Hidrográfica

Ciclo Hidrológico

• Movimento Cíclico (constante) em que a água se encontra,


constituindo o que se denomina de ciclo hidrológico.

•Esse ciclo tem o Sol como principal fonte de energia, através de


sua radiação, e o campo gravitacional terrestre como a principal
força atuante.

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Bacia Hidrográfica
Ciclo Hidrológico

fonte: adaptado de EPA, 1998.


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Bacia Hidrográfica
Ciclo Hidrológico – Principais Componentes

A) Precipitação
Toda água que cai da atmosfera na Superfície da Terra;
Chuva; Neve; Granizo; Orvalho;

Formação da Precipitação:
Resfriamento do ar à proximidade de saturação;
Condensação do vapor d’água na forma de gotículas;
Aumento do tamanho das gotículas (coalizão, aderência) formando
gotas maiores = precipitação;

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Bacia Hidrográfica
Ciclo Hidrológico – Principais Componentes

B) Escoamento Superficial
Precipitação que atinge a superfície = 02 caminhos
Infiltração no Solo ou Escoamento Superficial.

Escoamento Superficial
Deslocamento da água sobre a superfície do solo;
Formação de córregos, lagos, rios até chegar ao Mar.

A água que escoa depende:


Intensidade da chuva ; Capacidade de Infiltração do Solo.

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Bacia Hidrográfica
Ciclo Hidrológico – Principais Componentes

C) Infiltração
Água que atinge o solo formando lençóis d’água
Água subterrânea = alimentação corpos hídricos superficiais
principalmente em períodos secos;

Menor impermeabilização ou presença de vegetação= Menor


Escoamento Superficial

Maior Infiltração = maior alimentação dos rios


menor carreamento de particulas de solo para os corpos hídricos.

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Bacia Hidrográfica
Ciclo Hidrológico – Principais Componentes
D) Evapotranspiração
Evapotranspiração = transferência de água para o meio atmosférico

Combinação de 02 mecanismos:
Evaporação: transferência da água superficial do estado líquido para o
gasoso.
Depende basicamente da Temperatura, Umidade Relativa do Ar

Transpiração: plantas retiram a água do solo pelas raízes.

A água é transferida para as folhas e depois evapora.


Maior Vegetação = maior superfície de exposição das folhas = maior
evaporação

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Bacia Hidrográfica
Ciclo Hidrológico – Principais Componentes

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Conceito de Drenagem Urbana

“Conjunto de medidas que têm como finalidade a


minimização dos riscos aos quais a sociedade está
sujeita e a diminuição dos prejuízos causados pelas
inundações, possibilitando o desenvolvimento urbano
da forma mais harmônica possível, articulado com as
outras atividades urbanas.”
DAEE/CETESB, 1980

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Conceito de Drenagem Urbana
Lei Federal 11445/2007 – Lei do Saneamento
Básico

Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais:


Conjunto de atividades de infraestrutura e instalações
operacionais de Drenurb de Águas Pluviais, de
transporte, detenção ou retenção para o
amortecimento de vazões de cheias, tratamento e
disposição final das águas drenadas nas áreas urbanas.

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Conceito de Drenagem Urbana
Lei Federal 11445/2007 – Lei do Saneamento
Básico

Drenagem Urbana: Serviço que deve ser prestado


considerando como princípios básicos: a
universalização do acesso e sua integração com os
demais serviços de saneamento (Sistema de
Abastecimento de Água, Sist. Esgotamento Sanitário,
Sist. Limpeza Urbana e Gerenciamento de Resíduos
Sólidos).

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Histórico da Drenagem
Nas Idades Antiga e Média as cidades eram construídas “junto” aos
cursos d’água.

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Histórico da Drenagem
Ano: 1750

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Histórico da Drenagem
Ano: 1850

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Histórico da Drenagem
Idade Antiga (4000 a.C a 476 d.C) e Idade Média (séculos V a XV):
ausência de sistemas de evacuação de esgotamento sanitário e sistemas de
drenagem urbana, acarretando condições de vida bastante insalubres;
As aglomerações urbanas medievais dividiam espaço com os esgotos
que eram expostos no sistema viário;
 Cidades Pútridas
Epidemias de cólera e tifo na Europa (sec. XIX)

Fonte: Baptista et. al. (2005)

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Histórico da Drenagem

Cloaca Máxima em Roma - Itália


Antiga rede de esgoto (séc. VI a.C)

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Evolução do Conceito de Drenagem
De uma maneira geral, pode-se dizer que a Drenagem Pluvial ou Urbana baseou-
se muitos por muitos anos na Visão Higienista no século XIX, sendo
influenciada até os dias atuais.

Visão Higienista (Sanitarista): afastamento rápido de esgotos e águas pluviais


visando mitigar problemas relacionados à saúde pública (principalmente doenças de
veiculação hídrica).

Dogma dos Engenheiros: toda água circulante deve seguir rapidamente para o
Sistema de Esgotamento ou Sistema de Drenagem, evitando insalubridades e
desconfortos nas casas e ruas.

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Evolução do Conceito de Drenagem
Períodos Históricos Marcantes
•1940 – Melhoria do Fluxo
•1960 – Mudanças de pensamento – Visão Ambiental
• 1970 – Atenuação dos Picos de Vazão
•1980 – Soluções desejáveis são aquelas que atuam sobre as causas
•1990 – Drenagem Urbana Sustentável

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Evolução do Conceito de Drenagem
•1940 – Melhoria do Fluxo
Surgimento de obras de escoamento rápido das águas pluviais
(condutos, galerias, canais)
Corte em meandros dos cursos hídricos naturais
Diferenciação em Sistema Separador Absoluto e Sistemas Unitários
 Origem do Método Racional para cálculo do Escoamento
Superficial (ES)

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Evolução do Conceito de Drenagem

•1960 – Mudanças de Pensamento – Visão Ambiental


 Surgimento de reflexões sobre os danos causados no meio
ambiente causadas pelas ações antópicas
Indagações e restrições quanto às ocupações de áreas ribeirinhas
(planícies de inundações)
Tipos de obras e seções de escoamento com menor perda

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Evolução do Conceito de Drenagem

•1970 – Atenuação dos Picos de Vazão


Necessidade de implantação de Medidas Compensatórias.
 Construção de Bacias de Detenção (temporário) e Retenção
(permanente).

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Evolução do Conceito de Drenagem
•1980 – Soluções desejáveis são aquelas que atuam sobre as
causas
Controle de fluxos na origem
Diminuição de volumes de escoamento
Necessidade de implantação de sistemas de infiltração
Novas posturas tecnológicas

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Evolução do Conceito de Drenagem
•1990 – Drenagem Urbana Sustentável
Reconhecimento da complexidade das relações entre:
 Os sistemas naturais
 Os sistemas urbanos artificiais
A sociedade
 Sustentabilidade Ambiental + Social + Econômica
Controle de cheias e qualidade das águas
Gestão de recursos hídricos e saneamento ambiental
Planejamento dos recursos hídricos, planejamento urbano e conservação
da natureza
Drenagem Pluvial vs Inundações
Alagamentos, Enxurradas, Enchentes, Inundações
• Alagamento: acúmulo momentâneo de água nas ruas por deficiência do Sistema
de Drenagem de Águas Pluviais.

• Enchentes (cheias): elevação do nível d’água no canal de drenagem devido ao


aumento da vazão, atingindo a cota máxima do canal, porém, sem extravasar.

• Enxurradas: o escoamento superficial concentrado e com alta energia de


transporte, que pode ou não estar associado a áreas de domínio dos processos
fluviais.

• Inundação:transbordamento das águas do canal (natural, artificial) de drenagem


atingindo as áreas marginais (planície de inundação).
https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/enchentes-inundacao-alagamento-e-enxurradas/
https://www.youtube.com/watch?v=93ErS-GqC7k
Drenagem Pluvial vs Inundações
Alagamentos, Enxurradas, Enchentes, Inundações
Drenagem Pluvial vs Inundações
Impactos Causados por Inundações

http://g1.globo.com/minas-gerais/videos/v/chuva-forte-causa-alagamentos-em-bh/7259216/
http://g1.globo.com/minas-gerais/videos/v/rio-transborda-inunda-a-avenida-teresa-cristina-durante-
chuva-em-bh/8044181/
Drenagem Pluvial vs Inundações
Impactos Causados por Inundações

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Drenagem Pluvial vs Inundações
Impactos Causados por Inundações

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Drenagem Pluvial vs Inundações
Impactos Causados por Inundações

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Drenagem Pluvial vs Inundações
Impactos Causados por Inundações

Inundações e alagamentos: doenças (leptospirose, diarreias, febre


tifóide e a proliferação de mosquitos – malária) → drenagem

Importância sanitária

•Eliminação dos criadouros


•Evitar a propagação de algumas doenças de veiculação hídrica

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Drenagem Pluvial vs Inundações
Impactos Causados por Inundações
Controle das águas pluviais → Técnicas alternativas ou
compensatórias

•Armazenamento temporário das águas pluviais para regular a


evolução temporal das vazões

•Favorecimento da infiltração para reduzir os volumes escoados

•Técnicas para controle na fonte → residências

•Técnicas para controle nos sistemas viário e de drenagem

•Técnicas para controle a jusante

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Drenagem Pluvial vs Inundações

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Bibliografia

• Botelho, M.H.C. Águas de chuva – engenharia das águas pluviais nas


cidades. 3ª edição, São Paulo: Blucher, 297 p., 2011.

• IPH, Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Plano Diretor de Drenagem


Urbana de Porto Alegre – Manual de Drenagem Urbana, Porto
Alegre: IPH/UFRGS, 223 p., 2005.

• Tucci, C.E.M.; Porto, R.L.L.; Barros, M.T. Drenagem Urbana.


Coleção ABRH de Recursos Hídricos, Porto Alegre: Editora da
UFRGS; vol. 5, 428 p., 1995.

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