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Ida Alves
Rodrigo Machado
Aula 21 • Que tempo é este?
Meta
Objetivos
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LIteratura Portuguesa II
Introdução:
o salazarismo português e a
revolução dos cravos
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Aula 21 • Que tempo é este?
As estrelhas mortas
apagam-se aos molhos:
vem, lume perdido,
florir-nos os olhos.
(OLIVEIRA, 1992, p. 48-49)
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LIteratura Portuguesa II
(...)
À sombra duma azinheira Azinheira
Que já não sabia sua idade Um tipo de árvore, espécie
Jurei ter por companheira de carvalho.
Grândola a tua vontade
(...)
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Aula 21 • Que tempo é este?
Atividade 1
Resposta Comentada
Para responder a essa pergunta e à segunda, você deve retornar à intro-
dução desta aula, como também pesquisar mais informações em livros
de História de Portugal e em sites acadêmicos sobre a Revolução, em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_dos_Cravos,
há uma apresentação com muitos dados produtivos e a indicação de
muitos links interessantes e importantes para acompanhar de forma
mais intensa a história do salazarismo e dessa Revolução. Procedendo
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Atividade 2
Resposta Comentada
Releia essa parte da aula e veja que apresentamos duas tendências. Tente
explicar como se configuram essas tendências.
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LIteratura Portuguesa II
Por agora, destacaremos três autores nessa cena literária – sem es-
quecer, porém, que há outros escritores também de extrema importân-
cia surgidos no mesmo período, como Almeida Faria, Lidia Jorge, Má-
rio Claudio, entre outros. Como temos que fazer escolhas para a aula,
falaremos apenas de José Saramago, António Lobo Antunes e Maria
Gabriela Llansol.
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A referência histórica que talvez você não entenda é que esse rei ficou
caracterizado como “amador de freiras”, tendo gerado mesmo filhos
bastardos, isto é, filhos fora do casamento real. Muitos homens ricos e
poderosos também frequentavam as freiras, muitas delas sem vocação,
apenas colocadas em convento por suas famílias por castigo ou para se
livrarem de algum comportamento incômodo.
De El-rei não falemos, que sendo tão moço ainda gosta de brin-
quedos, por isso protege o padre, por isso se diverte tanto com as
freiras nos mosteiros e vai emprenhando, uma após outra, ou vá-
rias ao mesmo tempo, que quando acabar a sua história de hão-
-de contar por dezenas os filhos assim arranjados (SARAMAGO,
2007, p. 89).
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Atividade 3
Atende ao Objetivo 4
Resposta Comentada
Uma observação inicial e válida para mais fundo conhecimento sobre
esses escritores contemporâneos: você deve buscar mais textos críticos
sobre os autores apontados e, se possível, ler mais páginas literárias de
cada um. Sobre a literatura portuguesa contemporânea há uma vasta bi-
bliografia, seja em livros, revistas acadêmicas, como em sites da internet.
1. Para resolver o que foi proposto, você deve reler o que dissemos so-
bre José Saramago, além de fazer leituras a respeito de sua obra. Com
mais dados em mãos, exponha as principais características de sua escrita.
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Vamos fazer uma atividade com esse poema. Antes, volte a ler o po-
ema em voz alta, pensando cada verso.
Atividade 4
Atende ao Objetivo 5
Nossa proposta é analisar junto com você esse poema, para destacar temas
importantes na escrita poética de Nuno Júdice. Primeiro, faremos algumas
perguntas objetivas a que você deve responder também de forma bem ob-
jetiva. Depois, pediremos que interprete a mensagem desse poema.
2. Qual o termo utilizado pelo poeta para nomear quem vai receber
esse objeto?
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LIteratura Portuguesa II
5. O que é o poema?
Resposta Comentada
Divida o poema em três partes, do verso 1 a 6, do 7 ao 12 e do 13 ao 19.
Considere que na primeira e na segunda partes você tem a apresentação
do objeto e sua relação com quem o vai receber. Na terceira parte, há a
reflexão mais específica sobre esse objeto e sua importância metafórica.
Observe os versos com atenção para responder bem objetivamente ao
que perguntamos de 1 a 4. Refletindo sobre a segunda e terceira parte,
encontrará as respostas para as perguntas de 6 a 8. Note que o poema é
simples e o poeta nos guia por entre as imagens desenvolvidas. Observe
como a poesia é para Nuno Júdice um espaço de comunicação, de en-
contro com o outro, daí a importância do último verso.
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Esse soneto (note que são 14 versos) trata de um tema que atravessa
o tempo: o amor. Note a relação entre o sujeito e o outro por meio do
corpo partilhado. O verso “Transformo-me nas coisas que tocaste” não
lembra outro poeta? Pense um pouco, vimos um verso semelhante nas
primeiras aulas... Encontrou? Sim, Camões: “Transforma-se o amador
na coisa amada”. Compare os dois poemas e pense no diálogo possível.
Não indicaremos uma atividade específica, mas desejamos que pense
nesses dois sonetos (o contemporâneo e o camoniano) juntos.
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dizendo” (…) (p. 27, de Sob sobre voz). Em sua poética, o sujeito lírico
confronta olhares e sensações, cruzando tempos, sentidos e processos
estéticos, num jogo de memória dos afetos e de trabalho de matérias
que se moldam de acordo com uma subjetividade que, por sua vez, se
constrói nesse olhar para fora. Há nessa poética uma interface entre o
interior do sujeito e o fora do mundo, num contínuo movimento de
sentidos (físicos e culturais).
A visualidade é, na obra desse poeta, um exercício de memória e o
poema é um espaço em mutação que dá a ver menos o objeto contem-
plado que a subjetividade que o contempla. No livro Porto Batel (publi-
cado em 1972), há uma epígrafe que mereceria aprofundamento de lei-
tura em relação à própria prática poética de J.M.F.J. a partir da atenção
maior à visualidade. Essa epígrafe é uma anotação do filósofo Wittgens-
tein (Fichas, 202): Examine-se como nos servimos da palavra “reconhe-
cer”. Reconheço os móveis do meu quarto ou o amigo que todos os dias
vejo. Mas “nenhum re-conhecimento tem efectivamente lugar”. Seria a
arte (a poesia) um espaço privilegiado de re-conhecer o mundo? Pense
que a resposta dada pela poética de J.M.F.J. não é um sim reconciliador,
mas exatamente essa interrogação permanente, busca que não termina.
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Atividade 4
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Resposta Comentada
Sobre a poética de João Miguel Fernandes Jorge, características, influ-
ências e elementos principais foram destacados. Para responder ao que
é pedido na questão, retorne ao poema transcrito ao fim da parte de-
dicada ao poeta e destaque as imagens relacionadas à paisagem. Tente
demonstrar a relação que o sujeito constrói com essa paisagem. Con-
sidere ainda que o mar é um espaço de grande força simbólica na cul-
tura portuguesa e é metáfora muito utilizada pelos poetas para marcar
a interioridade, o desafio de perigos, a memória profunda. A imagem
do horizonte também é muito produtiva, pois pode significar o desejo
de atingir limites e a permanente sensação de impossibilidade, de não
alcance do que sempre se afasta do sujeito.
Conclusão
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Atividade Final
Resposta Comentada
Estudamos um pouco do que foi a ditadura salazarista, a censura por
ela imposta aos intelectuais, como também vimos as mudanças causa-
das pela Revolução dos Cravos, abrindo novas possibilidades de criação
e de pensamento. Ao responder a essa questão, você deve destacar as
tendências examinadas nesta aula e explicar como esses escritores são
críticos, questionadores da história e da relação entre sujeito e mundo,
na contemporaneidade.
Resumo
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Leituras Recomendadas
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