You are on page 1of 19

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE –PB

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT


UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA
CURSO: METEOROLOGIA
DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL II
PROFESSOR: WILSON CURI
NOME: JOSÉ VIEIRA NETO
MATRÍCULA: 115111657

RELATÓRIO 4 : MEDIDA DE RESISTÊNCIA

CAMPINA GRANDE, 07 DE MARÇO DE 2016


1. INTRODUÇÃO

Um resistor é um dispositivo elétrico muito utilizado em eletrônica,


ora com a finalidade de transformar energia elétrica em energia térmica por
meio do efeito joule, ora com a finalidade de limitar a corrente elétrica em um
circuito.

Resistores são componentes que têm por finalidade oferecer uma


oposição à passagem de corrente elétrica, através de seu material. A essa
oposição damos o nome de resistência elétrica, que possui como unidade o
ohm. Causam uma queda de tensão em alguma parte de um circuito elétrico,
porém jamais causam quedas de corrente elétrica. Isso significa que a corrente
elétrica que entra em um terminal do resistor será exatamente a mesma que
sai pelo outro terminal, porém há uma queda de tensão. Utilizando-se disso, é
possível usar os resistores para controlar a corrente elétrica sobre os
componentes desejados.

Um resistor ideal é um componente com uma resistência elétrica que


permanece constante independentemente da tensão ou corrente elétrica que
circular pelo dispositivo.

Código de Cores

Por seu tamanho muito reduzido, é inviável imprimir nos resistores as


suas respectivas resistências. Optou-se então pelo código de cores, que
consiste em faixas coloridas indicadas como A, B, C e D de tolerância, no
corpo do resistor. As primeiras três faixas servem para indicar o valor nominal
de suas resistências e a última faixa, a porcentagem na qual a resistência pode
variar seu valor nominal, conforme a seguinte equação:

.
Associação de Resistores

Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados,


chamada associação de resistores. O comportamento desta associação varia
conforme a ligação entre os resistores, sendo seus possíveis tipos: em
série, em paralelo e mista. 

Associação em Série 

Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou


seja:

Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica


esta é mantida por toda a extensão do circuito. Já a diferença de potencial
entre cada resistor irá variar conforme a resistência deste, para que seja
obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim:

Esta relação também pode ser obtida pela análise do circuito:

Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do


circuito é igual à:
Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da
corrente são mantidas, é possível concluir que a resistência total é:

Associação em Paralelo: 

Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a mesma


fonte de corrente, de modo que a ddp em cada ponto seja conservada. Ou
seja:

Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:


Como mostra a figura, a intensidade total de corrente do circuito é igual
à soma das intensidades medidas sobre cada resistor, ou seja:

Pela 1ª lei de ohm:

E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são


mantidas, podemos concluir que a resistência total em um circuito em paralelo
é dada por:

Associação Mista: 

Uma associação mista consiste em uma combinação, em um mesmo


circuito, de associações em série e em paralelo, como por exemplo:

Em cada parte do circuito, a tensão (U) e intensidade da corrente serão


calculadas com base no que se conhece sobre circuitos série e paralelos, e
para facilitar estes cálculos pode-se reduzir ou redesenhar os circuitos,
utilizando resistores resultantes para cada parte.

Ponte de Wheatstone

A ponte de wheatstone é um método mais refinado de se determinar a


resistência de um resistor. Ela consiste na utilização de um galvanômetro, dois
resistores de resistência conhecida (R 1 e R2) e outro de resistência variável
(RV), além de uma fonte de tensão.
A figura abaixo mostra a montagem de uma ponte de Wheatstone:

Nesta montagem, para determinar a resistência desconhecida R X,


devemos ajustar a resistência variável RV de modo que não haja passagem de
corrente pelo galvanômetro. Isso acontecerá quando os nós C e D possuírem o
mesmo potencial, ou seja:

Consequentemente teremos também

Substituindo a Eq. 2 na Eq. 1, temos:

Ou seja, quando os produtos cruzados dos resistores da ponte de


Wheatstone forem iguais, o galvanômetro não indicará nenhuma corrente
elétrica no ramo CD. Nesta situação, dizemos que a ponte está em equilíbrio.

Para determinar o valor da resistência desconhecida basta utilizar a


relação:

Resistência de um fio

Neste tipo de ponte os resistores R3 e RX são substituídos por um fio


homogêneo de um único material e de seção transversal (espessura) constante
dotado de um cursor C cuja posição pode ser
mudada, variando os comprimentos L1 e L2.
O ponto a é um contato móvel que deslizará sobre R1 e R2, permitindo
encontrar o ponto de equilíbrio da ponte. Os resistores R1 e R2 serão as duas
partes de um fio de comprimento fixo (aqui: 1 metro).

Como para um fio de seção reta homogênea:

L
R=ρ
A

Então,

L1 L2
R1= ρ e R 2= ρ
A A

Pelo equilíbrio:

R 1 L1
=
R 2 L2

Substituindo nas equações anteriores, obtemos:

L1
R x =R4 .
L2

2. MATERIAIS UTILIZADOS
Para os dois experimentos foram utilizados os seguintes materiais:

 Multímetro Analógico Minipa ET – 30009 e Standard ST – 505;


 Multímetro Digital Tektronix DM250;
 Prancheta, modelo do laboratório;
 Resistores, cabos para ligação, uma pilha;
 Fonte de tensão regulável;
 Fio homogêneo de 1,0 m;
 Potenciômetro; Microamperímetro (50 µA);
 Acessórios de conexão.

3. PROCEDIMENTOS
Código de Cores

Com os quatro resistores fornecidos mede-se o valor de cada uma


utilizando as regras do código de cores e anota-se na Tabela – I. Com um
multímetro funcionando como ohmímetro faz-se a leitura da das resistências. A
partir desses valores é calculado o desvio relativo entre a medida teórica
(utilizando o código de cores) e a medida experimental (determinado pelas
leituras no multímetro).

Dos valores obtidos são é pedido para se calcular o valor de resistências


associadas em série, em paralelo e mistas.

Usando a Ponte de Wheatstone

Primeiramente, conhecendo-se o valor de R 4 (resistor conhecido) sendo


de 820 Ω e, com os resistores em mãos, Rx1, Rx2, Rx3 e Rx4 (resistores
desconhecidos), medem-se e anotam-se os valores obtidos, pelo código de
cores seus valores teóricos. Logo após isso, com o circuito fechado e,
movendo-se o fio de contato móvel ao longo do fio de resistência, mede-se e
anota-se os valores L1 e L2, onde a ponte ficava equilibrada. E, repete-se o
procedimento para cada Rx desconhecido.

Dados coletados

Usando Código de Cores (Tabela – I).

RX Código de cores Valor multim. Desvio Desvio


rel. (𝛿R) perc. (𝛿%)

R1 (560 ± 28) Ω (560 ± 10) Ω 0 0%

R2 (820 ± 82) Ω (850 ± 25) Ω 0,0365 0,0365 %

R3 (1800 ± 90) Ω (1800 ± 50) Ω 0 0%

R4 (2200 ± 110) Ω (2200 ± 100) Ω 0 0%

(R1+R2) (1380 ± 138) Ω (1400 ± 50) Ω 0,0144 0,0144 %

(R3+R4) (4000 ± 400) Ω (4000 ± 100) Ω 0 0%

(R1+R2)// (1026 ± 41) Ω (900 ± 50)Ω 0,0122 0,0122%


(R3+R4)

R1//R2 (333 ± 17) Ω (360 ± 100) Ω 0,0810 0,0810%

Usando a Ponte de Wheatstone (Tabela – II).


Rxi (cores) R4i (cores) L1 (mm) L2 (mm) Rxi (cálc.) Desvio rel.
(𝛿R)

1 560 Ω 820 Ω 390 610 524,26 Ω 6,38%

2 820 Ω 820 Ω 480 520 756,92 Ω 7,69%

3 1800 Ω 820 Ω 660 340 1591,76 11,57%


4 2200 Ω 820 Ω 720 280 2108,57 4,16%


4. CONCLUSÃO
Código de Cores

Analisando os dados obtidos, podemos perceber que os desvios entre


as medidas esperadas e obtidas apresentaram, para uma parte das leituras,
desvios significativos, não podendo, portanto nos dar com uma boa margem de
segurança um resultado confiável. Porém, o experimento pode ser considerado
como válido, pois qualquer que seja a medição física apresentará uma precisão
limitada. Esse erro experimental pode ter sido causado por alguns motivos,
como por exemplo:

A imprecisão do multímetro, estipulada pelo fabricante;

A leitura feita errada devido a falhas percebidas no multímetro analógico;

O erro do leitor durante a observação da leitura;

O erro de precisão dos resistores utilizados no experimento.

Algumas medidas apresentaram desvios bem pequenos, essas leituras


foram repetidas por algumas vezes apresentando sempre os mesmos valores.

Poderíamos minimizar esses erros partindo da utilização de aparelhos que


estejam funcionando adequadamente, o que nos fornece uma precisão maior.

Utilizando a Ponte de Wheatstone

Com o experimento pôde-se perceber que quanto mais afastados os


valores de L1 e L2, maior é o desvio percentual da leitura. Considerando alguns
erros experimentais, como:

O erro de paralaxe da leitura da medição;

A falha na leitura da voltagem pela fonte;

O atrito nos pontos de suspensão dos fios;

A imprecisão dos resistores utilizados;

Ponte sem o seu devido alinhamento.

Podemos considerar, portanto, o experimento como válidos os desvios


mostraram-se, em sua grande maioria pequena.

5. ANEXOS
1) Cálculo de (R1 + R2):

a) Utilizando o Código de Cores:

R s1 =( R1 + R2 ) ±(δ ¿ ¿ R 1+ δ R ) ¿
2

R s1 =( 560+ 820 ) ± ( 28+ 82 )

R s1 =(1380 ±110)Ω

b) Utilizando o valor do Multímetro:

R s2 =( R1 + R2 ) ±(δ ¿ ¿ R 1+ δ R ) ¿
2

R s2 =( 560+850 ) ± ( 10+25 )

R s2 =(1410 ± 35) Ω

2) Cálculo de (R3 + R4):

a) Utilizando o Código de Cores:

R s1 =( R3 + R4 ) ±( δ ¿ ¿ R3 +δ R )¿
4

R s1 =( 1800+ 2200 ) ± ( 90+110 )

R s1 =( 4000 ±200 ) Ω

b) Utilizando o valor do Multímetro:


R s2 =( R3 + R4 ) ±( δ ¿ ¿ R3 +δ R ) ¿4

R s2 =( 1800+2200 ) ± ( 50+100 )

R s2 =( 4000± 150)Ω

3) Cálculo de (R1 + R2)// (R3 + R4):

a) Utilizando o Código de Cores:


Req =¿ ¿ ¿

1380 . 4000
Req =
1380+4000

Req =1026,02Ω

Desvio:
A: ¿ ¿ = 1380 B: ¿ ¿ = 4000

δ produto= A . B ( δA + δB )
A B

δ produto=1380 . 4000 ( 1380 4000 )


110 200
+

δ produto=716000

δ soma =δ A +δ B

δ soma =110+200

δ soma =310

A . B ± δ produto
Req =
A+ B ± δ soma

A . B=C A+ B=D

δ quociente =
D (
C δ produto δ soma
C
+
D )
δ quociente =
1380 . 4000 716000
( +
310
1380+ 4000 1380. 4000 1380+4000 )
δ quociente =δ eq=192,21 Ω

R=(1026,02 ±192,21)Ω

b) Utilizando o valor do Multímetro:


Req =¿ ¿ ¿

1410 . 4000
Req =
1410+4000

Req =1042,51Ω

Desvio:

A: ¿ ¿ = 1400 B: ¿ ¿ = 4000
δ produto= A . B ( δ A δB
A B
+ )
δ produto=1410 . 4000 ( 1410
35
+
4000 )
150

δ produto=351500

δ soma =δ A +δ B

δ soma =35+150

δ soma =185

A . B ± δ produto
Req =
A+ B ± δ soma

A . B=C A+ B=D

δ quociente =
D (
C δ produto δ soma
C
+
D )
δ quociente =
1410 . 4000
(
351500
+
185
1410+ 4000 1410. 4000 1410+4000 )
δ quociente =δ eq=100,62 Ω

R=(1013,93 ±100,62)Ω

4) Cálculo de R1//R2:

a) Utilizando o Código de Cores:


R1 . R 2
Req =
R 1+¿ R ¿
2

560 . 820
Req =
560+820

Req =332,75 Ω

Desvio:

δ produto= A . B ( δ A δB
A B
+ )
δ produto=560 . 820 ( 560
28 82
+
820 )

δ produto=68880

δ soma =δ A +δ B

δ soma =28+82

δ soma =110

R 1 . R2 ± δ produto
Req =
R1+¿ R ± δ ¿
2 soma

R1 . R 2=C R1+¿ R =D ¿ 2

δ quociente =
D (
C δ produto δ soma
C
+
D )
δ quociente = (
560 . 820 68880
+
110
560+ 820 560 . 820 560+ 820 )
δ quociente =δ eq=76,44 Ω

R=(332,75 ±76,44 )Ω

b) Utilizando o valor do Multímetro:


R1 . R 2
Req =
R 1+¿ R ¿2

560. 8 50
Req =
560+850

Req =337,58 Ω

Desvio:

δ produto= A . B ( δ A δB
A B
+ )
δ produto=560 . 8 50 ( 560
10 25
+
8 50 )
δ produto=22500

δ soma =δ A +δ B

δ soma =10+25

δ soma =35

R 1 . R2 ± δ produto
Req =
R1+¿ R ± δ ¿
2 soma

R1 . R 2=C R1+¿ R =D ¿ 2

δ quociente =
D (
C δ produto δ soma
C
+
D )
δ quociente = (
560 . 860 22500
+
35
560+ 850 560 . 8 50 560+850 )
δ quociente =δ eq=24,33Ω

R=( 337,58± 24,33 ) Ω

Desvios Relativos (δ ) e Percentuais (δ %):

|V V −V E|
δ= δ %=δ x 100 %
VV
|560−560|
δ R1= =0
560
δ R 1 %=0 x 100 %=0 %

|820−850|
δ R2= =0,0365
820
δ R 2 %=0,0365 x 100 %=3,65 %

|1800−1800|
δ R3= =0
1800
δ R 3 %=0 x 100 %=0 %

|2200−2200|
δ R 4= =0
2200
δ R 4 %=0 x 100 %=0 %

|1380−14000|
δ ( R 1+ R 2)= =0,0144
1380
δ ( R 1+ R 2) %=0,0144 x 100 %=1,44 %

|4000−4000|
δ ( R 3+ R 4 )= =0
4000
δ ( R 3+ R 4 ) %=0 x 100 %=0 %

|1026−900|
δ ( R 1+ R 2)/¿(R 3 +R 4 )= =0,0122
1026
δ ( R 1+ R 2)/¿(R 3 +R 4 ) %=0,0122 x 100 %=1, 22 %

|333−360|
δ R 1 /¿ R 2 = =0,0810
333
δ R 1 /¿ R 2 %=0,0810 x 100 %=8,10 %

5) Ponte de Weatstone:

a) Cálculo de R1:
L1
R1=R 5 .
L2

390
R1=820.
610

R1=524,26 Ω
b) Cálculo de R2:
L1 480
R2=R 5 . R 2=820.
L2 520

R2=756,92 Ω

c) Cálculo de R3:
L1
R3=R 5 .
L2

660
R3=820.
340

R3=1591,76 Ω

d) Cálculo de R4:
L1
R4 =R5 .
L2

720
R4 =820.
280

R4 =2108,57 Ω

Desvios Percentuais (δ %):

|V V −V E|
δ %= x 100 %
VV

δ %R1:

|524,26−560|
x 100 %
560

δ %=6,38 %

δ % R2:

|756,92−820|
x 100 %
820

δ %=7,69 %

δ %R3:

|1591,76−1800|
x 100 %
1800

δ %=11,57 %
δ %R4:

|2108,57−2200|
x 100 %
2200

δ %=4,16 %

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Nascimento, Pedro L. E Costa, Meinardo F. Apostila de Física


Experimental II;

 Só Física. Eletrodinâmica: Associação de Resistores, disponível no site


http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica/
associacaoderesistores.php. Acessado em 27 de Junho de 2014.

You might also like