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Escola Estadual Ignácio Schevinski Filho

NOTA
Disciplina: ARTE Professor: BÁ RBARA NUNES
____
Bimestre: Turma: D
8º 3º ANO - Noturno Trabalho Valor:
5,0
Avaliativo
Conteú dos: HIP HOP
Data da avaliaçã o: ___/___/2021
Aluno (a): Nº
Texto: Hip-hop Brasil                 
Ele é tão urbano quanto as grandes construções geração de grupos está surgindo. Em sua
de concreto e as estações de metrô, e cada dia se maioria, apostas dos próprios artistas do
torna mais presente se firmando como a arte que movimento. Um desses representantes é o CA.
vem das ruas GE. BE. Que tem seu álbum de estreia lançado
        Por aqui, é a voz cantada dos presídios, está pelo selo Equilíbrio do DJ KL Jay. Para Cesar
nos grafites que embelezam ou enfeitam muros e Sotaque, MC do grupo, “hoje temos noção de
paredes das grandes cidades e nas roupas da como comercializar nosso produto”. Rosana
juventude. É um movimento que invade as Bronk’s também faz parte dessa nova fase, seu
metrópoles brasileiras da periferia para o centro. primeiro álbum é um lançamento da Cosa
Para muitos jovens, o Hip-hop vem fazendo a Nostra, selo do Racionais MC’s. Para Rosana
diferença, mudando jeitos de pensar, dando Bronk’s um outro aspecto a ser discutido é o
oportunidades e denunciando a desigualdade comportamento dos produtores de eventos. “Os
social e racial. “O Hip-hop nasceu na periferia contratantes deveriam firmar parcerias com
dos bairros pobres de Nova York. Pode ser grandes empresas”.
considerada uma cultura juvenil urbana”, explica         HUTÚZ, o Oscar
Viviane Melo de Mendonça Magro, psicóloga         Maior evento de hip-hop da América
que estuda o movimento no Brasil, com ênfase Latina, o Prêmio Hutúz acontece há sete anos no
na questão de gênero. “O Hip-hop é formado por Rio de Janeiro e já faz parte do Calendário
três elementos: a música (rap), as artes plásticas Turístico e Cultural da cidade. “A ideia era dar
(o grafite) e a dança (o break). No Hip-hop os qualidade à produção do hip-hop com uma
jovens usam as expressões artísticas como uma condição: o próprio hip-hop deveria produzir e
forma de luta e resistência política”, diz a executar o projeto”, revela Celso Athayde.
pesquisadora. Acabar com os estigmas, sair do gueto e ganhar
        Enraizado nas camadas populares urbanas, o asfalto sem perder a autoridade era a principal
o Hip-hop firmou-se no Brasil e no mundo com motivação. “O Prêmio Hutúz é válido porque
um discurso político a favor dos excluídos, reflete a opinião do povo”, afirma Eduardo,
sobretudo dos negros. Não é por acaso que o integrante do grupo Facção Central. “Ainda
famoso rapper Mano Brown teve uma recepção temos o problema da grande mídia, que não
tão calorosa na Febem do Brás, em São Paulo, valoriza o rapper verdadeiro e não divulga o hip-
em um show realizado em 2003. Os jovens hop”. A tradicional homenagem do Prêmio
detentos sabiam de cor as letras das músicas que Hutúz desta vez foi dedicado ao rapper e
falavam da realidade dos moradores das produtor Helião. “O mérito não é só meu, mas
periferias. “As histórias do rap são fictícias ou acredito que sou merecedor porque aprendi a
reais, mais tratam de pessoas que vivem na lição”. Helião, formador do extinto RZO,
periferia”, conta Viviane. prometeu a volta do grupo. Sobre o atual cenário
        Apesar de ser um movimento originário das do hip-hop brasileiro, ele acredita que falta
periferias norte-americanas, o Hip-hop não coragem para inovar nas produções, “temos que
encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou buscar coisas novas”.
com certa naturalidade. “A apropriação de         Se o futuro do rap é se unir aos ritmos
elementos que não estão necessariamente brasileiros, MV Bill já está fazendo sua parte.
legitimados na cultura brasileira deu-se de forma No seu mais recente trabalho, O bagulho é
mais natural e tranquila porque estamos em um doido, o rapper utilizou elementos de funk
mundo globalizado”, considera Micael carioca. O show de lançamento desse álbum no
Herschmann, pesquisador da Universidade Hutúz foi aplaudido e a performance de sua irmã
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do K-Milla surpreendeu. Para MV Bill, a maior
livro “O funk e o hip invadem a cena”. O que, parte dos rappers não valorizam sua própria raiz.
no entanto, não significa que o Hip-hop “Quando Snoop Dogg ou Dr. Dre utilizarem
brasileiro não tenha influências locais. O samples de música brasileira é que a rapaziada
movimento no Brasil é híbrido, com traços vai perceber que isso acontece no nosso
evidentes da cultura nacional: no hip-hop quintal”. Sobre o hip-hop. MV Bill diz que teve
brasileiro tem rap com um pouco de samba, um momento em que a música norte-americana
break parecido com capoeira e grafites de cores explodiu no Brasil. “Nessa época estavam na
muito vivas. moda as festas ‘black’, que na realidade só
        NOVA GERAÇÃO tocavam rap internacional”, revela. “Chamar de
        Com quase 20 anos de existência no Brasil, ‘black’ era uma maneira de aliviar o fato de que
“O Hip-hop ainda é uma criança que está a palavra rap está relacionada às pessoas de
aprendendo a se locomover”, afirma Rappin’ comunidade”. Para o MV da Cidade de Deus, é
Hood. Segundo Marcão, rapper do DMN, “Se a o racismo musical que se estende ao social.
gente comparar o mercado de hoje com o de dez         COMEÇANDO A ENTENDER
anos atrás, podemos notar que atualmente temos         O grupo Pavilhão 9, que se apresentou no
mais lançamentos e menos casas para tocar”. Hutúz Rap Festival, lançou seu primeiro
        Marcão afirma que a cultura precisa de trabalho em 1992. Rossi, um de seus integrantes,
profissionais de outras áreas, como técnicos de defende a profissionalização, “o rap nacional
som e assessores de imprensa. Mas uma nova deveria ganhar dinheiro como o rock ou a
MPB”. Japão, MC do brasiliense Viela 17, b)   Além dos negros, o hip-hop atinge
acredita que “para o hip-hop realmente também outros públicos. Segundo a
acontecer, os rappers devem investir em si reportagem, que públicos são esses?
mesmos e não depender de grandes gravadoras”.
Uma porta pela qual o hip-hop brasileiro ainda 05 – Na reportagem, afirma-se que o hip-hop
não entrou é a internet, talvez porque a cultura teve sua origem em bairros pobres da cidade
de modo geral ainda seja resistente a este de Nova York. Mesmo sendo uma
veículo. “Fora do Brasil, rappers fazem manifestação de origem estrangeira, o hip-
lançamentos exclusivos em seus sites, e o rap hop se adaptou bem no Brasil.
nacional ainda não enxergou isso”, afirma Japão. a)   O que teria permitido essa adaptação?
O Viela 17 disponibilizou algumas faixas de seu
álbum O Alheio chora seu dono para download 06 – Além do hip-hop, outros elementos
gratuito na internet. Hoje, o hip-hop brasileiro culturais de origem estrangeira são citados na
busca a profissionalização e começa a tomar reportagem. Segundo o texto, o que permite
consciência de suas necessidades. que esses elementos sejam incorporados e
        Para Marcelo, integrante do grupo carioca façam sucesso no Brasil?
Dughettu, “a gente está começando a entender o       
profissionalismo”. 07 – Na reportagem, em alguns trechos, são
        Cabal, rapper paulista que faturou um empregados conceitos opostos. Para isso, a
Grammy em 2006, não precisamente nessa autora utiliza (ou deixa subentendido) pares
categoria, acredita que o hip-hop deveria lidar de antônimos como excluídos/incluídos,
melhor com outros segmentos do mercado. Mas brancos/negros, cultura estrangeira/cultura
esse diálogo do hip-hop com as grandes brasileira, entre outros.
empresas, de um modo geral, ainda é um desafio a)   Copie alguns trechos em que isso ocorre.
a ser superado. “Eu espero que a gente tenha ----------------------------------------------------------
condições de preparar terreno para os que ainda ----------------------------------------------
virão”. Afirma o mensageiro da verdade, MC
Bill. 08 – A partir do que você observou sobre
        Atualmente, o hip-hop é uma expressão conceitos opostos empregados no texto,
popular muito mais evidente que o funk, e já responda:
cruzou as fronteiras de todos estados. Para a a)   O que esses antônimos podem revelar a
psicóloga Viviane, sejam brancos ou negros, respeito do ponto de vista de quem escreve a
muitos jovens brasileiros têm encontrado no reportagem e, por extensão, a revista?
movimento uma esperança. “O hip-hop tem um Justifique sua opinião.
lado político forte, de conscientização. Eles se
organizam cada vez mais para que possam criar 09 – Algumas palavras e expressões utilizadas
alternativas para os jovens da periferia não no texto remetem ao universo do hip-hop.
caírem na criminalidade, nas drogas”, conclui.
Entendendo o texto: a)   Os nomes dos grupos e artistas de hip-hop
01 – Qual é o assunto da reportagem que você brasileiros são compostos, muitas vezes, de
leu? Em seu caderno, sintetize-o em uma jogos de palavras que procuram lhes dar
frase. certo ar estrangeiro: Dughettu, K-Milla, MC
       Bill, entre outros. Explique por que isso
02 – Na abertura desta unidade, afirmamos que ocorre, considerando as informações que o
divulgar assuntos de interesse público é um dos texto fornece sobre a cultura hip-hop.
propósitos da imprensa. Pensando nisso,
responda:
a)   Por que o assunto da reportagem “Hip-
hop Brasil” seria de interesse público?
b)   Quem seria o público leitor das matérias
publicadas em Raça Brasil?

c)   Relacionando as respostas que você deu aos


itens a e b, explique: por que uma matéria
sobre o hip-hop é matéria da revista Raça
Brasil?

03 – Defina, com suas palavras, o que é o hip-


hop.
04 – Segunda a reportagem, o hip-hop é “um
discurso em favor dos excluídos, sobretudo
dos negros:
a)   Explique a relação entre as palavras
excluídos e negros, que a reportagem
estabelece.

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