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Processos ecológicos e a

a r ti go
escala da paisagem como
diretrizes para projetos de
restauração ecológica
Juliana Costa Piovesan
Rafael Hataya
Clarissa Machado Pinto-Leite
Dary Moreira Gonçalves Rigueira
Eduardo Mariano Neto DOI: 10.7724/caititu.2013.v1.n1.d05

Ecological processes and the landscape scale as


guidelines for ecological restoration projects
What environmental problem is the focus of this work? Several projects
for restoring degraded areas aim to recover the physical structure of
the environment, but not the ecological processes that assure the self-
maintenance of populations. Therefore, the resources spent produce
ephemeral gardens rather than perennial ecosystems.

What was the strategy of the work to help solving the problem? To produce
a techinical and scientifical-based protocol to facilitate the diagnostic of Que problema ambiental é foco deste trabalho?
the degradation situation and to help choosing the techniques to generate Muitos projetos de restauração de áreas degradadas
perennial and biodiverse ecosystems. visam restabelecer a estrutura física do ambiente, mas
não os processos que garantem a automanutenção
What is the main conclusion of the work? Local restoration plans must das populações. Com isso, os recursos neles aplicados
incorporate environmental information on the landscape scale to assure the

revista caititu, Salvador, n. 1, p. 57–72, set. 2013.


geram jardins efêmeros e não ecossistemas perenes.
re-establishment of key ecological processes.
Qual foi a estratégia do trabalho para contribuir com
Key-words: ecological processes; recovery; restoration of degraded areas sua solução?
Produzir um protocolo com base técnica e científica
para facilitar o diagnóstico da situação de degradação
e ajudar a escolher técnicas para gerar ecossistemas
perenes e biodiversos.
1. Apresentação
Qual é a principal conclusão do trabalho?
A restauração ecológica está muitas vezes relacionada à Para garantir o restabelecimento dos processos
implantação de Reservas Legais (RL) e Áreas de Proteção ecológicos, um plano de restauração local deve
Permanente (APP) por proprietários de terra visando o incorporar informações sobre o ambiente na escala da
paisagem.
cumprimento das exigências previstas na legislação am-
biental nacional (Novo Código Florestal, lei nº 12.651/12) Palavras-chave: processos ecológicos; recomposição;
(Attanasio 2008, Famato et al. 2008). Além disso, restau- recuperação de áreas degradadas.

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rações florestais são realizadas para 2.1. O papel dos processos
reverter o quadro de degradação resul- ecológicos na restauração
tante de empreendimentos impactan- As concepções teóricas e práticas da
tes, como em áreas que comportaram restauração ecológica passaram por
atividades agropecuárias e minera- mudanças fundamentais nos últimos
doras (Garcia et al. 2009, Isernhagen anos, partindo de uma abordagem ba-
2010). Em ambos os casos é comum seada na restauração de aspectos es-
que os envolvidos desenvolvam Planos truturais (e.g., crescimento das mudas
de Recuperação de Áreas Degradadas em altura e espessura) para uma abor-
(PRADs) que, muitas vezes, focam suas dagem focada na provisão de proces-
ações na restauração estrutural da ve- sos ecológicos (e.g., restabelecimento
getação como, por exemplo, o porte de regeneração natural, dispersão
(altura e espessura) e a densidade da de sementes) (Bennett et al. 2009;
comunidade de árvores. Rodrigues et al. 2009; Brancalion et al.
Realizar a restauração ecológica 2010). Este é um marco importante no
de uma área degradada, no entanto, histórico desta disciplina, pois incor-
depende de duas diretrizes chave: a pora um avanço teórico da Ecologia,
incorporação de processos ecológicos que busca compreender comunida-
e a ampliação da escala espacial na ela- des e populações mais como proces-
boração do plano de restauração eco- sos do que como estruturas (Allen &
lógica. A seguir exploramos essas duas Hoekstra 1992).
diretrizes com mais profundidade no Os processos ecológicos são res-
intuito de esclarecer conceitualmente ponsáveis pelo funcionamento e
suas implicações para o planejamento automanutenção dos ambientes
da restauração. naturais e, por isso, têm recebido
Com o objetivo de facilitar a apli- crescente atenção daqueles que se
cação prática dessas diretrizes em interessam pela conservação da bio-
PRADs e projetos de restauração eco- diversidade, dos serviços ecossistê-
lógica, desenvolvemos um guia para a micos e dos recursos naturais (Mea
elaboração de planos de restauração 2005). Dentre estes processos, dois
ecológica. Os métodos utilizados na conjuntos merecem destaque para
construção do guia, sua apresentação, os fins da restauração ecológica: (a)
aspectos socioeconômicos e um glos- aqueles que fazem parte de diferentes
sário dos termos mais relevantes para etapas da reprodução de muitas es-
a restauração ecológica serão apresen- pécies vegetais (polinização, disper-
tados nas próximas seções. Os termos são de sementes e recrutamento de
definidos no glossário aparecem des- propágulos) (Cullen et al. 2006); e (b)
tacados em negrito na primeira vez aqueles que garantem a variabilidade
que são cunhados no texto. genética necessária para a manuten-
ção de populações viáveis (migração
2. Diretrizes para a e fluxo gênico) (Futuyma 1997). Esta
restauração ecológica série de processos ecológicos, por fim,
e sua base científica irá favorecer outro processo ecológi-

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co fundamental para a restauração, a árvores, mas tais estruturas não per-
regeneração natural das áreas degra- mitem a regeneração natural e devem
dadas, primeiramente em capoeiras e, ser combatidas no intuito de favorecer
com o passar do tempo, em florestas sua ocorrência.
maduras (Whitmore 1991).
O processo de regeneração natural 2.2. A importância da
e a capacidade de automanutenção escala espacial para a
das matas são atualmente apontados restauração ecológica
como as principais metas dos projetos Projetos que considerem apenas as
de restauração ecológica (Rodrigues características da área que sofrerá
et al. 2007). Isso significa que, do a intervenção direta da restauração
ponto de vista ecológico, ao se esta- ecológica poderão ser ineficientes.
belecer objetivos para a restauração Isso ocorre porque boa parte dos
é necessário considerar os processos processos ecológicos que contribui-
ecológicos responsáveis pela manu- rão com o sucesso do projeto ope-
tenção dos ecossistemas ao longo do ram em escalas espaciais mais amplas
tempo. Incorporar os processos eco- (George & Zack 2001). Uma paisa-
lógicos nos projetos de restauração, gem é formada por fragmentos ou
no entanto, requer o uso de protoco- manchas de habitat que persistem
los de coleta de dados específicos além em matrizes constituídas por dife-
de uma compreensão sobre como es- rentes formas de uso e ocupação do
ses processos ocorrem na paisagem, solo, formando o que chamamos de
aspecto que será explorado na pró- paisagem em mosaico. Os fragmen-
xima seção. tos de habitat na paisagem funcio-
Considerar apenas aspectos físicos nam como áreas fonte de espécies
ou estruturais, como altura e forma- animais e vegetais responsáveis pe-
ção de dossel, pode resultar em uma los processos ecológicos relevantes
estratégia falha e onerosa. Caso os para a restauração (Metzger 2001).
processos ecológicos não sejam res- A quantidade de habitat e a configu-
taurados, a área em questão neces- ração espacial dos fragmentos na pai-
sitará de esforços constantes numa sagem devem, portanto, influenciar a
tentativa de supri-los. É importan- escolha das ações, os investimentos e
te compreender que estruturas po- o tempo necessário para se alcançar
dem existir sem garantir a ocorrência os resultados esperados.
de processo algum, mas por outro A conectividade entre os fragmen-
lado, a ocorrência de processos de- tos de habitat e a permeabilidade de
pende da presença de determinadas suas matrizes são atributos da paisa-
estruturas (Allen & Hoekstra 1992). gem que permitem o fluxo de animais
Uma área dominada por uma espé- entre os fragmentos, possibilitan-
cie invasora,como é o caso do capim do que as populações dos diferen-
Brachiaria spp. ou da Leucaena sp., tes fragmentos se comportem como
por exemplo, apresentam determina- populações contínuas, favorecendo
das estruturas como o capinzal e as assim o fluxo gênico e reduzindo a

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chance de extinção local. O trânsito dade, os serviços ecossistêmicos e os
de animais entre os fragmentos de recursos naturais.
habitat também promove a ocorrên- Enfatizando o uso adequado das es-
cia de processos ecológicos chave para calas espaciais, Rodrigues e colabora-
a restauração tais como a dispersão de dores (2009) discutiram a importância
sementes, a polinização e a migração de trabalhar o diagnóstico e planeja-
(Baum et al. 2004, Ewers & Didham mento na perspectiva da paisagem e
2006, Boscolo et al. 2008). Note que focar os objetivos e as ações em nível
os processos ecológicos importantes local. Isto quer dizer que a reflexão in-
para a manutenção de ecossistemas teressante a ser feita não é apenas sobre
viáveis dependem da mobilidade de qual a melhor técnica disponível, mas
animais, pólen, sementes e propá- sobre o planejamento estratégico para
gulos através da paisagem e, portanto o uso adequado das técnicas de ma-
ocorrem em escalas espaciais amplas neira a potencializar a mobilidade dos
(Bennett et al. 2009). Os atributos da organismos de fragmentos do entorno
paisagem relacionados com essa mo- para a área alvo e a regeneração natu-
bilidade vêm sendo perdidos devido ral, garantindo que os objetivos princi-
à intensa e desordenada ocupação e pais da restauração sejam alcançados. É
uso do solo, que isola cada vez mais importante reconhecer que esta é uma
as manchas de habitat natural e im- tarefa complexa, afinal o planejamen-
pede o trânsito dos organismos entre to depende de aspectos específicos de
elas (Scariot et al. 2005). Conhecer o cada caso que serão conhecidos apenas
contexto espacial da paisagem e iden- na fase do diagnóstico.
tificar os fragmentos mais próximos,
os de melhor qualidade (maior he- 3. Metodologia
terogeneidade do habitat) e os pos- A elaboração do nosso guia para o pla-
síveis corredores ecológicos que se nejamento de ações em restauração
conectam com a área alvo deve aju- ecológica (Apêndices 1 e 2) buscou
dar na concepção de estratégias mais integrar os conhecimentos teóricos
eficientes e menos onerosas para os discutidos acima sobre a provisão de
projetos de restauração ecológica. processos ecológicos e a ampliação da
Paisagens muito degradadas ou in- escala espacial com o conhecimento
tensamente modificadas podem re- técnico e científico derivados de pes-
presentar restrições importantes no quisas aplicadas produzidas no Brasil.
que diz respeito à automanutenção Fizemos isso com o objetivo de garan-
das áreas restauradas assim como tir a compatibilidade da proposta com
de fragmentos já consolidados ou a realidade brasileira no que diz res-
unidades de conservação. O orde- peito ao clima, ecossistemas e legisla-
namento do uso e ocupação do solo ção, favorecendo assim a sua utilização
deve garantir paisagens viáveis para em projetos de restauração ecológica
a sustentabilidade dos fragmentos em ambientes florestais. Os artigos e
de habitat natural existentes com o produções técnicas analisados foram
objetivo de conservar a biodiversi- produzidos por grupos de pesquisa

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reconhecidamente importantes na oferece uma descrição das técnicas
produção literária relacionada à res- citadas no fluxograma, além da refe-
tauração ecológica no Brasil, como o rência aos trabalhos que a descrevem,
Laboratório de Ecologia e Restauração seus objetivos e os processos ecológi-
Florestal (LERF / ESALQ / USP), o la- cos envolvidos. É importante ressaltar
boratório de Ecologia e Restauração da que as técnicas expostas são somente
Biodiversidade (LERBIO / UFPE) e o exemplos das inúmeras que existem
Laboratório de Restauração Ambiental e que poderão ser usadas a depender
Sistêmica (UFSC). Incluímos na plani- de cada situação encontrada.
lha de referência oito trabalhos (três Na revisão realizada, o diagnósti-
manuais, duas teses e três artigos) co se mostrou uma etapa fundamen-
que expuseram de maneira clara e tal para os projetos de restauração
didática a descrição de determinada ecológica, em que se deve buscar
técnica, seus objetivos e o processo compreender o sistema a ser res-
ecológico relacionado. taurado para então estabelecer um
Os materiais propostos neste plano de ação (Rodrigues et al. 2011).
trabalho apresentam os exemplos Identificar dificuldades e potencia-
mais comuns e também mais do- lidades inerentes a esses sistemas
cumentados na literatura, que se além de seu contexto é fundamen-
mostrou estar focada em ambientes tal para a escolha das técnicas mais
florestais. Os trabalhos de Metzger apropriadas em cada caso. O fluxo-
(2001), Primack e Rogrigues (2001) grama para elaboração de planos de
e Rodrigues e colaboradores (2011) restauração ecológica apresenta duas
trazem informações técnicas impor- escalas de análise: escala local (área
tantes para a compreensão dos fe- alvo do projeto), e escala da paisa-
nômenos na escala da paisagem, sua gem (entorno da área alvo). Cada uma
ecologia e conservação. dessas escalas deve ser avaliada sob
a ótica de três componentes: fatores
4. Resultados de impacto, indicadores estruturais e
processos ecológicos.
4.1 Guia para a elaboração de As primeiras informações que de-
projetos de restauração ecológica: vem ser investigadas estão relaciona-
O guia para a elaboração de projetos das aos fatores de impacto causadores
de restauração ecológica é composto da degradação (Primack & Rodrigues
por dois documentos: o fluxograma e 2001). Esses fatores podem impedir
a planilha de referência (Apêndices 1 o desenvolvimento estrutural e o es-
e 2), que funcionam de maneira com- tabelecimento de processos ecoló-
plementar um ao outro. O fluxograma gicos. Na escala local, os fatores de
oferece um caminho possível para as impacto mais comuns são o fogo, a
etapas de diagnóstico e planejamento, presença de bovinos e caprinos (que
explicitando as diretrizes apresen- causam herbivoria e compactação
tadas na primeira seção e as técnicas do solo por pisoteio) e a ocorrência
levantadas. A planilha de referência de pragas e espécies competidoras

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(Attanasio 2008). Na escala da paisa- tes ou de como os fatores de impacto
gem, os principais fatores de impac- agem sobre eles.
to estão relacionados à configuração Na escala local é importante ava-
espacial dos fragmentos de habitat liar a qualidade do solo (presença da
no entorno, assim como à qualida- macrofauna edáfica e aspectos físicos
de desses fragmentos e da matriz do solo), a capacidade de regeneração
que os circunda (Baum et al. 2004, natural (presença de mudas e pro-
Ewers & Didham 2006, Pardini et al. págulos e composição de bancos de
2010). Compreender a permeabili- sementes) e o estágio sucessional (es-
dade da matriz e as oportunidades trutura da vegetação, composição da
de trânsito de diferentes grupos ani- comunidade vegetal, hábito de vida
mais entre os fragmentos de habitat e presença de espécies dominantes e
(do entorno e da área alvo) é parte regenerantes). Estes indicadores são
importante do diagnóstico. Em ca- importantes porque eles irão direcio-
sos muito favoráveis (com fragmen- nar as técnicas e ações a serem em-
tos de alta qualidade e matriz com pregadas na restauração. A ausência
alta permeabilidade) os custos dos de mudas e propágulos na área alvo,
projetos podem ser reduzidos, en- por exemplo, pode indicar a falta de
quanto cenários desfavoráveis (com árvores matrizes na área ou no en-
poucos fragmentos de baixa qualida- torno, a presença de uma espécie in-
de e matriz com baixo potencial para vasora, a falta de visita na área por
o fluxo de animais) devem precisar de animais dispersores como aves, mor-
mais intervenções e, portanto, seus cegos e roedores ou ainda a presença
custos serão mais elevados. Uma vez de animais de criação. Combinando as
identificados os fatores de impacto, informações do diagnóstico como um
devem ser definidas ações com o obje- todo é possível identificar os princi-
tivo de promover o seu controle e/ou pais problemas que devem ser repa-
a sua eliminação. rados e as técnicas que vão promover
A avaliação dos indicadores estru- essa reparação.
turais, por sua vez, deve identificar a Na escala da paisagem, os indica-
presença ou ausência de estruturas dores estruturais devem identificar
físicas e biológicas que possam estar a presença de fragmentos de habi-
envolvidas em processos ecológicos tat próximos à área alvo, a qualidade
chave para a restauração ecológica, desses fragmentos e a conectividade
tais como polinização, dispersão, ci- entre esses fragmentos e a área alvo.
clagem de nutrientes e regeneração Fragmentos de alta qualidade am-
natural. Os indicadores estruturais biental (estágio avançado de regene-
devem ser pensados sempre como ração, tamanho grande) próximos à
meios para a ocorrência de proces- área podem ser identificados como
sos ecológicos. Para os fins desta pro- uma potencialidade para a restau-
posta, as estruturas devem, portanto, ração. A influência desse fragmento
funcionar como indicadores da quali- na área alvo, no entanto vai depen-
dade dos processos ecológicos presen- der do trânsito de animais disperso-

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res e polinizadores do fragmento para senvolvimento de sementes, mudas e
a área alvo. Esse trânsito de animais propágulos, diversidade funcional).
por sua vez depende da permeabili- A diferença está nos indicadores anali-
dade da matriz (qualidade da matriz sados e nos protocolos de coleta desses
e presença de stepping stones) e da indicadores. Informações sobre esses
atratividade que a área alvo represen- processos devem ajudar na escolha das
ta para estes animais. Estratégias que técnicas a serem utilizadas na restau-
visem o aumento da atratividade da ração de determinada área. Na escala
área alvo (plantio de espécies frutíferas da paisagem os processos ecológicos
e melíferas) e da permeabilidade da mais relevantes para a restauração,
matriz (plantio de árvores formando como a polinização e a dispersão de
um caminho para aves, por exemplo) sementes, dependem do entorno da
podem ajudar a promover o fluxo de área alvo e já foram discutidos acima.
animais entre a área alvo e manchas Um diagnóstico abrangente, que
de habitat no entorno. considere aspectos levantados na es-
Os processos ecológicos podem cala local e da paisagem, associado a
ser acessados direta ou indiretamen- uma compreensão mais adequada dos
te. Em casos de degradação extrema, indicadores e das relações que se dão
quando a área alvo encontra-se em es- entre os fatores de impacto, os com-
tágio de sucessão inicial, com presença ponentes estruturais e os processos
de espécies invasoras dominantes e de ecológicos devem auxiliar na escolha
pragas, os processos ecológicos podem das técnicas a serem empregadas e na
ser acessados indiretamente através elaboração e execução de projetos de
dos indicadores estruturais presentes. restauração ecológica. A tabela 1 traz
Uma situação de degradação como a um resumo dos principais fatores de
descrita acima, por exemplo, não ofe- impacto e os indicadores estruturais e
rece sequer as estruturas necessárias processos ecológicos afetados por cada
para conduzir um teste de polinização fator de impacto.
por vetores pela simples ausência de Este trabalho procurou sistemati-
flores com síndromes de atração de zar um roteiro para o diagnóstico e
animais para serem polinizadas. Já em planejamento, visando conferir aos
projetos onde a área alvo encontra-se projetos maior eficiência no estabe-
em estágios mais avançadas de rege- lecimento e cumprimento de seus ob-
neração, os processos devem ser me- jetivos. Cumprir todas as etapas desta
didos diretamente através de testes de proposta deve auxiliar a compreensão
polinização, dispersão e recrutamento do sistema a ser restaurado e conse-
de propágulos. quentemente o desenvolvimento dos
Na escala local, os processos ecoló- projetos de restauração ecológica. No
gicos que devemos acessar são, assim entanto, sugerimos o uso crítico desta
como no caso dos indicadores estrutu- ferramenta, de maneira que se pode
rais, aqueles relacionados à qualidade lançar mão de diferentes técnicas des-
do solo (ciclagem de nutrientes, fauna de que elas estejam afinadas com as
edáfica) e à regeneração natural (de- especificidades locais quanto à dispo-

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Tabela 1: Resumo das relações identificadas entre os principais fatores de impacto
e os indicadores estruturais e processos ecológicos afetados por esse impacto.

Fatores de Impacto Indicadores Estruturais Processos Ecológicos Afetados


Fauna do solo Ciclagem de nutrientes
Fogo Banco de sementes Regeneração
Mudas e propágulos Regeneração
Ciclagem de nutrientes
Erosão do solo Perda de solo, voçoroca
Regeneração
ESCALA LOCAL

Pisoteio por bovinos e Ciclagem de nutrientes


Compactação do solo
caprinos Regeneração
Herbivoria por bovinos
Mudas e propágulos Regeneração
e caprinos
Herbivoria por pragas Mudas e propágulos Regeneração
Mudas e propágulos Regeneração
Doenças por pragas Fauna do solo Ciclagem de nutrientes
Banco de sementes Regeneração
Ocorrência de espécies Espécies exóticas ou
Regeneração
competidoras dominantes

Fatores de Impacto Indicadores Estruturais Processos Ecológicos Afetados


ESCALA DA PAISAGEM

Disperção
Fragmentação Conectividade entre habitats
Polinização 1  A diversidade
Disperção funcional não é um
Qualidade da Matriz Permeabilidade de matriz processo ecológico
Polinização propriamente dito,
Tamanho e qualidade do mas está relacionada
Perda de habitat habitat Diversidade funcional1 a muitos deles e por
este motivo foi incluído
Biodiversidade
nesta tabela.

nibilidade de recursos físicos, huma- ponentes desta análise devem abarcar


nos ou biológicos. A lição importante não só aspectos ecológicos do sistema,
a ser aprendida com esta ferramenta mas também os aspectos socioeconô-
está no planejamento estratégico que micos da região que possam interferir
se é capaz de produzir a partir da me- direta ou indiretamente nos projetos
lhor compreensão que se possa ter so- de restauração ecológica (Mesquita et
bre o sistema a ser trabalhado. al. 2010). Um exemplo é a participação
das comunidades locais nos proces-
4.2. Relevância de aspectos sos onde a restauração pode configu-
socioeconômicos relacionados rar fonte de temas educacionais, de
à restauração ecológica: emprego e renda, mudando posturas
É importante enfatizar que os com- e atitudes em relação aos ambientes

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restaurados (Hall & Bauer-Armstrong relacionados puramente ao desenvol-
2010, Mesquita et al. 2010). vimento da estrutura física da floresta
A incorporação desses aspectos para focar na ocorrência de proces-
desde o diagnóstico pode ser um ele- sos ecológicos. (Bennett et al. 2009,
mento chave para o sucesso de um Rodrigues et al, 2009). A partir da
projeto. A geração de emprego e ren- compreensão do papel das estruturas
da local e a capacitação técnica, as- como meio para a ocorrência de pro-
sim como atividades de pesquisa e cessos ecológicos deriva-se uma outra
extensão, são algumas oportunida- sugestão de mudança para projetos de
des para promover a integração entre restauração: a ampliação da escala es-
o projeto e o contexto social de seu pacial de análise para o diagnóstico e
entorno. A utilização de viveiros agro- planejamento, normalmente restrita à
florestais comunitários para produ- área do projeto. Assumir a importância
ção de sementes e mudas (Cullen et da paisagem na restauração de proces-
al. 2006, Rodrigues et al. 2009) é um sos ecológicos pode garantir a auto-
dos exemplos das atividades que po- manutenção dos fragmentos a serem
dem ser desenvolvidas entre projetos restaurados. Compreender esses pro-
de restauração e a comunidade local. cessos e os atributos da paisagem que
A educação ambiental e a articulação estão envolvidos em sua manutenção
com o poder público também são as- é um passo chave para o planejamento
pectos importantes que, além de con- das ações de projetos em restauração.
tribuir para os projetos de restauração, Essa compreensão, no entanto, depen-
promovem a participação social na de das condições específicas de cada
construção de uma paisagem susten- projeto onde os executores devem ser
tável (Hall & Bauer-Armstrong 2010). capazes de identificar os fatores mais
Outra oportunidade interessante para relevantes para a implantação e de-
a interação entre os projetos de res- senvolvimento dos projetos. Na fase do
tauração ecológica e seu contexto so- diagnóstico é importante olhar para as
cial econômico e político é discutida estruturas físicas, buscando identificar
por Alexander e colaboradores (2011) os elementos que causam a degradação
e está relacionada com os programas e também aqueles que faltam para a
mundiais de redução da emissão de ocorrência de determinados processos
gases do efeito estufa e sequestro de ecológicos. O planejamento das ações
carbono, que podem render créditos deve procurar usar técnicas específicas
monetários e diminuir os custos dos para eliminar os fatores de impacto e
projetos de restauração. criar ou aperfeiçoar as estruturas ne-
cessárias para a ocorrência dos pro-
5. Conclusão cessos ecológicos abordados.
De acordo com a revisão da literatura Seguir essas diretrizes em projetos
levantada neste trabalho, foi possí- de restauração ecológica deve garantir
vel notar mudanças sobre a maneira não apenas a recuperação física das
de pensar as estratégias dos projetos áreas restauradas, mas também a ma-
de restauração ecológica. A principal nutenção da biodiversidade e dos ser-
delas é o desvio do foco em objetivos viços ecossistêmicos importantes para

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a sobrevivência humana, como a pro- tos naturais. A restauração ecológica,
visão de água, a produção de alimentos portanto, oferece possibilidades que
através da manutenção da qualida- vão além da reconstrução de florestas
de do solo, controle de pragas e po- para o cumprimento da legislação, ela
linização, além de serviços ligados ao fortalece os elementos determinantes
bem estar, recreação e manifestações para a sustentabilidade dessas florestas
culturais, como o controle da tempe- e de todos os benefícios e riquezas que
ratura e preservação de monumen- elas podem gerar.

Glossário de termos e conceitos importantes


Corredores ecológicos – elemento da aspectos físicos, como tamanho e
paisagem capaz de conectar estru- densidade populacional.
turalmente diferentes fragmentos de Fluxo gênico – processo pelo qual genes
habitat. Normalmente apresentam de uma população são transferidos
configuração espacial linear. para outra população em uma pai-
Dispersão de sementes – processo em que sagem. Para animais, está associado
as sementes são distribuídas para um a migrações de indivíduos entre di-
local diferente de onde está a planta ferentes populações. Para plantas,
mãe. Pode ser realizada por agentes está associado aos processos de po-
físicos como o vento e a água ou por linização e dispersão de sementes e
agentes biológicos como insetos e propágulos. Todos esses processos
vertebrados, que carregam os frutos dependem da capacidade de dife-
para esconderijos e/ou tocas ou que rentes grupos animais se moverem
ingerem frutos e suas sementes e ao através da paisagem.
defecar levam as sementes para ou- Fragmento de habitat – elemento da pai-
tros locais. sagem originado da fragmentação de
Diversidade funcional – variedade de uma área de habitat uma vez contínuo
componentes biológicos relaciona- na paisagem.
dos ao funcionamento dos ecossis- Heterogeneidade do habitat – representa
temas. Processos ecológicos são os a complexidade estrutural da flores-
mecanismos responsáveis por esse ta. Quanto mais complexo o habitat
funcionamento. maior deve ser a diversidade de há-
Elemento da paisagem – unidade da pai- bitos ocupados pela vegetação tais
sagem que em conjunto com elemen- como, ervas, epífitas, trepadeiras,
tos de diferentes categorias formam arbustos e árvores. Além da comple-
um mosaico. Manchas, fragmentos xidade estrutural, a diversidade vege-
de habitat, corredores e matriz são tal oferece uma variedade de recursos
exemplos dos diferentes elementos como flores, frutos e sementes, que
que podem compor uma paisagem. servem de alimento para muitas es-
pécies animais.
Estruturas - se referem à dimensão física
Mancha de habitat – elemento da paisa-
de entidades materiais. Uma popu-
gem formado por uma área de habitat
lação de organismos, por exemplo,
natural com tamanho variado e for-
pode ser compreendida como uma
mato não linear.
estrutura se for considerado apenas

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Matriz – elemento da paisagem que re- aquelas responsáveis pela reprodu-
presenta a maior porcentagem da ção, como a polinização, dispersão e
paisagem. Em paisagens rurais é equi- recrutamento.
valente à soma das terras destinadas Processos ecológicos – interações entre
para a agropecuária, excluindo as diferentes componentes da biodi-
áreas de fragmentos de mata. versidade capazes de manter o fun-
Mosaico – Configuração espacial hetero- cionamento e a manutenção de um
gênea, contendo mais de um elemen- determinado ecossistema.
to da paisagem. Recrutamento de propágulos – proces-
Paisagem – Conjunto de diferentes ele- so de desenvolvimento de plântulas
mentos da paisagem, numa escala es- de determinadas espécies ou grupos
pacial de observação que evidencie funcionais. É um indicador importan-
sua heterogeneidade. te de que populações e comunidades
vegetais estão se reproduzindo.
Permeabilidade da matriz - capacidade da
matriz em promover/permitir a mo- Regeneração Natural – processo em que a
bilidade das espécies entre diferentes vegetação natural perturbada ou su-
fragmentos de mata numa paisagem. primida restaura ou recupera o con-
junto de características da floresta
Polinização – processo de transferência de
madura. Inclui tanto mudanças di-
pólen entre as flores de uma população
recionais e previsíveis, como tam-
de plantas. Esse processo garante a
bém mudanças não direcionais, muito
fecundação cruzada das plantas, pro-
mais comuns em florestas tropicais.
movendo maior variabilidade genética
para a população. A polinização pode Stepping stones – estruturas também
ser realizada por fatores abióticos conhecidas como trampolins ecoló-
como a água e o ar, mas seus principais gicos, são capazes de facilitar o fluxo
vetores são insetos como as abelhas e de animais na paisagem.
outros invertebrados e vertebrados. Para evitar a imprecisão e ambigui-
Processos - se referem às interações que dade de conceitos como: corredores,
ocorrem entre as entidades materiais conectividade, fragmento, matriz,
ou estruturas físicas. Uma população mosaico, paisagem, stepping stones,
de organismos, por exemplo, pode ser consideramos os significados expos-
compreendida como um processo se tos no glossário do estudo produzido
considerarmos as interações que se por Metzger (2001). Os outros con-
estabelecem entre os indivíduos des- ceitos foram definidos pelos autores
sa e de outras populações, tais como para efeito desta proposta.

Agradecimentos
Aos nossos professores Pedro Luís Bernardo da Rocha e Charbel Niño El-Hani
pela oportunidade de participar das atividades do Projeto INOMEP (Integrando
Níveis de Organização em Modelos Ecológicos Preditivos) e pelo incentivo em
divulgar os resultados de nossas experiências. Aos revisores anônimos e editores
da revista Caititu por sua colaboração em tornar o artigo mais claro e organizado.

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Sobre os autores

Juliana Costa Piovesan é bióloga e mestre em Ecologia e


Biomonitoramento pela Universidade Federal da Bahia.
Atualmente está envolvida como colaboradora em atividades
de pesquisa e extensão desenvolvidos no Instituto de Biologia
da UFBa, estando vinculada ao grupo de pesquisa em História,
Filosofia e Ensino de Ciências Biológicas e ao Núcleo de pes-
quisa em Conservação e Biodiversidade (NUPECBio).
E-mail: julipio@yahoo.com.br

Rafael de Almeida Melo Hataya é biólogo com habilitação


em Recursos do Meio Ambiente, pelo Instituto de Biologia
da Universidade Federal da Bahia (IBIO-UFBA). Atualmente
cursa Bacharelado em Gastronomia pela Escola de Nutrição
da Universidade Federal da Bahia (ENUFBA-UFBA).
E-mail: rafhataya@hotmail.com

Clarissa Machado Pinto-Leite é bióloga e mestre em Ecologia


e Biomonitoramento pela Universidade Federal da Bahia.
Atualmente cursa o doutorado em Ecologia nessa mesma
Universidade com tema de tese relacionado a limiares de ex-
tinção de animais da Mata Atlântica.
E-mail: clarismachado@gmail.com

Dary Moreira Gonçalves Rigueira é biólogo e mestre em


Ecologia e Biomonitoramento pela Universidade Federal da
Bahia. Atuou como professor nessa Universidade e como pes-
quisador da ONG Fundação OndAzul. Atualmente cursa o
doutorado em Ecologia nessa mesma Universidade com foco
em ecologia florestal, ecologia de paisagens e conservação
e está vinculado ao núcleo de pesquisa em Conservação e
Biodiversidade (NUPECBio) da Universidade Federal da Bahia.
E-mail: daryrigueira@yahoo.com.br

Eduardo Mariano Neto é biólogo, doutorado em Ecologia


de Ecossistemas Terrestres e Aquáticos pelo Instituto de
Biociências da Universidade de São Paulo. Atualmente é pro-
fessor adjunto da Universidade Federal da Bahia e atua nas
áreas de pesquisa e extensão em ecologia de paisagens, con-
servação da biodiversidade, ecologia de comunidades arbóreas
e restauração ecológica.
E-mail: marianon@gmail.com

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revista caititu, Salvador, n. 1, p. p. 57–72, set. 2013.


Citação
Piovesan et al. 2013. Processos ecológicos e a escala da paisagem como diretrizes para projetos
de restauração ecológica. Revista Caititu – aproximando teoria ecológica e aplicação 1(1): 57-72
doi:10.7724/caititu.2013.v1.n1.d05

Arbitragem
Esse texto foi submetido à avaliação por pares.
Editor: Charbel Niño El-Hani, Universidade Federal da Bahia, Brasil

Copyright
© 2013 Piovesan et al. Este é um texto de acesso livre distribuído sob os termos
da Licença Creative Commons, que permite uso, distribuição e reprodução sem fins
comerciais em qualquer mídia, contanto que os autores e fonte sejam creditados.

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