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AYRA e suas qualidades

Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e
segundo uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá
deve ser tratado de forma diferente de Xangô e seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá. Por
essa rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos jamais na mesma casa nem podendo Airá
ser posto em cima do pilão de duas bocas, pois provoca a ira de Xangô. Sua cor é o branco e seus
ornamentos são prateados.

Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas é relacionado ao vento, seu nome pode ser
traduzido como redemoinho. Redemoinho é o fenômeno que mais se assemelha a um furacão em
território Africano. Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos.

Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde
ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica
em território Jeje.

Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua
filiação à Iemanjá e a Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.

No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como uma qualidade de Xangô. Airá é visto como uma face
mais amena e pacífica de Xangô. Hoje, com a falta de conhecimento, muitos zeladores preferem
iniciar uma pessoas de Airá do que de Xangô, na realidade está cada vez mais difícil encontrarmos
filhos de Xangô, em sua grande maioria, os filhos de Xangô estão sendo iniciados em outros Orixás.

Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o carácter, punitivo e colérico. Este
caráter mais ameno, pode ser evidenciado em uma de suas cantigas que diz:

"A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor".

Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz,
Airá a estabelece e possui uma ação muito mais direta em sua imposição, Airá pode ser qualificado
como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã e seria ele, Airá, quem estabelece sua vontade.

Apesar de Ayra ser considerado por muitos como uma qualidade ou caminho de Sango, não é. Ayra
era, como contam alguns itans, um dos súditos de Sango, talvez um de seus escravos, que a pedido
do rei, acompanhou Obatala até sua casa após uma visita às terras de Sango. Obatala, apreciando
muito a companhia de Ayra, requisitou que ficasse para sempre com ele. Ayra passa a viver com
Obatala se adaptando aos gostos do Pai. Diferentemente de Sango, Ayra não come azeite de dende e
veste-se totalmente de branco. Três caminhos de Ayra são conhecidos, Igbona, Intile e Adja Osi,
sendo o primeiro mais ligado a Sango e tem como símbolo as fogueiras.

Ayra é o verdadeiro Oba Koso, tendo ganhado este posto em certa ocasião, quando Sango o pede
para buscar a coroa que estava guardada na casa dos mortos por Oya, que temia por seu amado em
ocupar o trono de Koso. Para entrar na casa dos mortos, Ayra se utiliza do Agere, que consistia em
uma vasilha contendo bolas de algodão embebidas com dendê em chamas que Ayra tirava uma a
uma e as colocava na boca, com isso ele conseguia enxergar e localizar Ade Baiyani, que era o nome
desta coroa, ela só podia ser carregada sobre a cabeça, e ela escolhia em que cabeça queria ficar,
Ayra após levar Ade Baiyani até Sango, este não consegue suporta-la sobre sua cabeça, e a devolve a
Ayra, neste momento o povo de Koso ovaciona Ayra como o novo rei. Cantando:

Oba Koso Ayra e

Ayra inan

Oba Koso Ayra e

Ayra inan

Títulos de Airá

Intilè - veste branco e é ligado a Yemanja Sobà e Osun Karé. Foi ele quem carregou Oxàlúfan nos
ombros e tentou coloca-lo contra Xàngó , dizendo que ele teria passado os sete anos na prisão por
culpa de seu filho, Xàngó. Por isto existe uma kizila entre Ayrà e Xàngó , não podendo Ayrà ser posto
em cima do pilão , pois provoca a ira de Oxàlúfan. Come com Exù. É o filho rebelde de Obatalá. Ayrá
Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá.

Um dia, Obatalá juntou-se a Oduduwa e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava
Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo
branco.

Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no
encalço. Na perseguição gritava e esbravejava quando encontrou Obatalá. O velho não se fez de
rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira
vez Airá Intilé havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas
vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intilé e alternou as contas encarnadas
com as contas brancas de seus próprios colares.

Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra
saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de
volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Neste caminho apresenta características
que dá a seus filhos um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo,
moralista, decidido.

AYRA Igbóna - É um título de Airá que significa floresta de fogo, faz referência ao ato da fogueira em
que Airà a acendia em reverência a Xangô. É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos
terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança
acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por
Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse.
Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum
dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de
Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Neste caminho apresenta
características onde seus filhos têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são
brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.

AYRA Adjàosì - É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde
vivia Airá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de
batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos
guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram
inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a
disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa,
percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente
Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo,
implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e
sabedoria, compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que
naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o
escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas.
Seus filhos são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se
enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e
sentimentais.

AYRA Módè, Mófè ou Álàmódè - É um título de Ayrá. É considerado o pai das águas quentes, pouco
difundido nos terreiros, este Aiyra vem acompanhado de Osun Iyponda. Conta o mito que Modé
vestiu-se de Osun para ser confundido durante uma busca para prende-lo, sendo assim, geralmente
ele é cultuado sendo "Iyagba", seus animais são fêmeas e seus filhos geralmente mais delicados,
ardilosos que choram com facilidade para chegarem ao seu alcance.

Lojó - Título que faz referência à chuva.

Óbómìn, Bómìn ou Ygbómìn - mais um título de Airá. É bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas
águas junto com Oxun foi ele que Oxalá transformou em seu primeiro ministro. Não faz nada sem
perguntar a Oxalá.

Orégedé – Muito guerreiro ele também lutou contra Ogun.

Etinjà - Depende de Ogun para caminhar, é guerreiro e cruel.

Normalmente confundido com Xangô, no Brasil, na verdade é deve ser considerado como uma
divindade individual. Pouco se sabe sobre seu culto ou seus ritos, desta forma, passou a ser
enxergado como uma qualidade de Xangô. Airá não é de origem Iorubá e seu culto está restrito à
região de savé em território Jeje, talvez por esta razão seu culto não tenha expressividade já que
nesta região os cultos predominantes são os de Oxumarê, Obaluaiê e de Nanã. É incrível o quanto no
Brasil as pessoas transmitem abominações. Alguns sacerdotes sem conhecimento chegam a afirmar
que Airá seria irmão de Xangô, quando na verdade não existe nada que fundamente esta afirmação.
Não se sabe ao certo sua ascendência por isso Airá é considerado como filho de Iemanjá e Oraniã,
assim como Xangô e Aganjú. Em um contesto geral, Airá é considerado como um Orixá Funfun, ou
seja, um Orixá que veste branco. É considerado uma divindade de caráter mais passivo, seus
fundamentos são relacionados aos elementos água e ar, mas no Brasil, devido a associação com
Xangô lhe atribuíram ligação ao elemento fogo. Airá possui uma ligação muito maior com Oxalá do
que com Xangô e na verdade tudo o que for oferecido a ele não pode conter o sal, o dendê e jamais
deve ter seus assentamentos colocados sobre o pilão. Isso acarreta a cólera dos Orixás. Suas comidas
votivas não são temperadas com dendê, e sim com banha de ori africana. Come ebô, ejá e quiabo.

Segundo um mito, criado no Brasil, Oxalá permaneceu injustamente preso durante sete anos no
reino de seu filho, Xangô, sem que este soubesse do fato. Grandes calamidades ocorreram em todo o
reino devido a essa injustiça e quando Xangô finalmente descobriu o que havia acontecido com o
próprio pai, resgatou-o da prisão e ordenou que fossem organizadas grandes festas em todo o reino,
em sua homenagem.

No entanto, Oxalá estava muito alquebrado e entristecido. Apesar de toda a atenção que recebeu, a
única coisa que desejava era retornar ao seu próprio reino, em Ifé, onde sua esposa Iemanjá o
aguardava. Xangô não podia acompanhá-lo e pediu que Airá o fizesse em seu lugar.

Foi assim que Airá tornou-se servo de Oxalá, pois a viagem foi muito longa já que Oxalá andava muito
devagar (conta-se também que Airá carregava Oxalá nas costas) pelo fato de ainda estar se
recuperando dos ferimentos que adquirira durante os sete anos de prisão.

Durante o dia, eles caminhavam. À noite, Oxalá sentia frio e precisava descansar, assim, Airá passava
longas horas contando-lhe histórias do povo de Oyó.

Observação: No Brasil, devido aos festejos de São João, criou-se uma tradição de se acender uma
fogueira em homenagem a Xangô e a Airá. Na realidade esse ato não existe na África isso foi
absorvido dos festejos de São João. A cerimônia que ocorre na África é o Ajerê de Xangô, cerimônia
em que o iniciado de Xangô em Oyó carrega um jarro com inúneros orifícios e carregado com fogo
sobre sua cabeça. Este ato é representado pelo próprio machado de Xangô.

Por que Xangô come carneiro??

Sim, Xàngó Olufiran come carneiro. Ele passou a comer carneiro após o seu retorno do reino de Ikú,
pois ele havia se suicidado. Após um pacto feito entre Ikú e Ìyá Odù, foi permitido que Sàngó voltasse
à vida, pois o mundo se tornaria o caos e nada iria evoluir sem a presença de xàngô.

O carneiro até então era servido como oferenda somente aos Egún em suas diversas formas.
Xàngô voltou da morte após comer juntamente com Alápalá o carneiro que lhe fora oferecido, para
que este tivesse força para atravessar o reino de Ikú e voltar à vida em forma de espírito, onde até
hoje se manifesta em seus filhos.

E dessa forma o rei xango somente come o curi agbô (carneiro)

Um dia Xangô passeava a cavalo.

Avistou um palácio e disse:

“Eu vou pra lá”.

Quando chegou, quis saber do porteiro quem era o dono.

“É de Oiá”, respondeu o porteiro.

E Xangô disse: “Eu quero falar com ela”

O porteiro respondeu que era impossível.

“Mas eu quero falar com ela”, insistiu Xangô.

Então o porteiro foi até Iansã

e contou que lá fora um cavaleiro, um rei, queria vê-la.

Iansã chamou Xangô para dentro,

mas, quando ele fez referência na frente dela,

Iansã imediatamente sentiu o cheiro de carneiro.

Então Xangô perguntou se ela queria ser sua esposa.

Iansã perguntou de que lugar ele vinha

e quis saber qual era a comida que ele comia.

“Curi agbô. Carneiro”, respondeu Xangô.

“Não, eu não quero me casar contigo

porque comes isso que eu detesto.”

Mas Iansã acabou por concordar com o casamento

desde que fosse mantida uma restrição:

toda vez que ele quisesse comer carneiro,

que ele voltasse para sua terra

e por lá ficasse por três meses, antes de regressar.


Xangô aceitou a proposta e eles se casaram.

Casaram-se mas não vivem juntos.

Essa é a razão por que Oxum é concubina de Xangô

Egúngún e Ésá – Espíritos Ancestrais

O espírito de um antepassado pode ser invocado a fim de assumir a forma material, aparecendo
sozinho e falando, trazendo bênçãos e orientações aos que assim desejam. Nessa forma recebem o
nome de Egúngún – “Mascarados”.

Para preservar a sua condição de Ará Órun – “habitante do Órun”- o espírito apresenta-se
completamente envolvido numa vestimenta denominada agò, feita de panos de diversas cores; abalá
– tiras coloridas; bànté e ópá – costurados em conjunto de tal forma que o cobre da cabeça aos pés,
mas não ocultando as suas características físicas principais. Daí o nome “mascarado”.

Ele somente vê através de um buraco no tecido, à altura dos olhos e coberto com uma rede
denominada Kàfó, mas que esconde a sua identidade. Ninguém, excepto algumas pessoas
autorizadas – Òjè – pode chegar perto e tocá-lo. Na sua comunicação usa de uma voz ardente e
grossa, séègì e sempre em linguagem ritual devidamente traduzida pelos Òjé, que se utilizam de uma
vareta de madeira denominada ìsan, extraída da árvore Àtórí ou das nervuras do Igi ope,
(dendezeiro).

A palavra Egúngún significa, exactamente, mascarado, sendo costume usar a forma Egun, que
significa: osso, esqueleto.

No Brasil, o culto tem o seu sacerdote mais elevado, o Aláàpinri, que em terras yorubá, deve ser um
homem monórquido, ou seja, com um só testículo. Esses Egúngún são relacionados com os orixás e
nas suas representações públicas, usam os símbolos dos próprios Orixás para evidenciar a sua
identidade: Bàbá Agbóulá; Àjímúdá ou Yánsàn. A palavra Babá aí utilizada para definir os Egúngún
revela uma forma respeitosa à ancestralidade, aí revivida através da sua manifestação.

Nos ritos religiosos do Candomblé, todas as vezes em que se reverenciam os Orixás uma parte das
cerimónias é destinada aos ancestrais da comunidade, nas dependências. São conhecidos como Ésà e
são representados pelos títulos que possuíam: Ésà Asika, Ésà Obitiko (Bámgbósé), Ésà Oburo (Oba
Sàniyà), Ésà ajadi, Ésà Adiro, Ésà Akésan e Ésà Akáyodé.

BANTÉ EGUNGUN OU XANGO


Segundo a tradição do culto dos Eguns, é originário da África, mais precisamente da região de Oyó. O
culto de Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o cargo mais elevado dentro do culto tendo
como auxiliares os Ojés. Todo integrante do culto de Egungun é chamado de Mariwó. Na África,
Xangô é considerado a encarnação do Deus primordial do Sol, raios e tempestades, Xangô seria a
encarnação de Jakutá, que é considerado a mão de Olorun que pune, o caráter punitivo de Olorun,
ele representa o poder de Olorun, tanto que fora enviado ao mundo em criação para estabelecer a
ordem entre Oxalá e Oduduá, que são as duas divindades que foram encarregadas, por Olorun, para
criação. Desta forma, Xangô é cultuado como um Orixá Egungun, Orixá por ele ser nada mais nada
menos que o Orixá da execução, da punição divina e Egungun por ele ter tido sua passagem pela
terra como homem e ter se iniciado. Xangô foi o criador do culto de Egungun e ele foi o primeiro Ojé
( Sacerdote do Culto aos Mortos ) e também foi o primeiro Alapini ( Sumo-sacerdote do Culto aos
Mortos ) isso é evidenciado em um de seus Orikis que fala:

"Rei do Trovão ( Raios ) Rei do Trovão ( Raios ) Encaminha o Fogo sem errar o alvo ( Alusão aos Raios
), nosso vaidoso Ojé Xangô alcançou o Palácio Real Único que possuiu Oiá Grande líder dos Orixás Rei
que conversa no Céu e que possui a honra dos Ojés Rei que conversa no Céu e que possui a honra
dos Ojés."

Xangô criador de Culto a Egungun

Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um
trecho de um Itã:

"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com
Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os
homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou
desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um
certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava
alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani
filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu
reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia
matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e
Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo
dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.

Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun
(ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se
tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja
desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as
mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais."

O Banté

saiote feito comforme uma saia de gravatas que simbolisa o dominio entre a vida e a morte,e o
mesmo banté apresentado nas roupas de egungun espeficicando a condição do reinado de xango
tanto dentro da vida como na morte.então para alguns hoje em dia que veste o orixa xango sem o
banté começe a repensar a condição do grande oje xango em seu ile.

Qualidades de Xangô

Falar em qualidades de Xangô implica falar sobre a dinastia Ifé/Oyó. Ou seja, Cada “passagem” do
orixá na transição do poder da cidade de Oyó, onde ele foi o quarto governante, desde sua partida de
Ifé, terra de Oxalufã, até seu apogeu no trono de Oyó, terra de seu pai Oraniã. Sendo assim, vale
ressaltar que estamos falando não apenas do Orixá Xangô, mas, bem como, toda sua família que,
aqui no Brasil, são cultuados como qualidades deste orixá. Portanto, antes de cada qualidade,
iremos, sempre, sobrepor a palavra irorubá Obá, que significa Rei.

Qualidades:

Obá Afonjá –

Afonjá, o Bale (governante) da cidade de Ìlorin. Era o ARE-ONA-KAKA-N-FO, ou seja, líder do exército
providencial do império. Afonjá é o Xangô da casa real de Oyó. Nesse avatar, é aquele que está
sempre em disputa com Ogum. Ora o amor da mãe, Iyemanjá, Ora, disputando os romances por Oyá
e Oxum.

É o patrono de um dos terreiros mais antigos do Brasil, o Ilê Axé Opô Afonjá – Assim, contam os mais
antigos, que este seria, miticamente, o primeiro Orixá a ser cultuado em nosso país.

Afonjá é jovem, porém maduro. Sábio, feiticeiro, de espírito libertino, galante, obstinado. Muito
orgulhoso, jamais perdoa um inimigo, tornando-se violento. Adora um peleja.

***

Alafim – É o dono do palácio real de Oyó. É Jovem, guerreiro, ligado à Oxaguian. Veste-se de Branco
com detalhes vermelhos.
Obá Kossô – Jovem, nesse momento, Xangô casa-se com Òbá e funda a cidade de Kossô, nos
arredores de Oyó. Tornando-se o Rei de Kossô. Veste-se de vermelho e branco. Chamado,
erroneamente, aqui no Brasil, de Obô Kossô, este perde esse título para Ayrá. (ver postagens de
Ayrá).

****

Obá Lubê – Neste momento, Xangô destrona seu irmão Dadá-Ajaká e assume o reino de Oyó - Neste
caminho, Xangô consolida a “trigamia” com Oyá, Òbá e Oxum. Portanto tem fundamento com as três
orixás; veste-se de vermelho e branco.

***

Obá Irù ou Barù – É o apogeu do império de Xangô, em Oyó. Nesse momento ele cria o culto à
Egungun ( ou sociedade Egungun), afim de, exaltar seus ancestrais e afugentar os espíritos dos
mortos, já que este orixá possui aversão à morte. É o senhor absoluto dos raios, trovões e do fogo
em todas as suas formas. É nesse caminho, que Xangô acaba por destruir a capital do reino, em crise
de cólera, depois, arrependido, se suicida, adentrando na terra. Daí o nome – Obá Irú – “Rei
sepultado”.

É nesta passagem que, Oyá ao saber da morte do amado, implora a Olurun que o transforme em
orixá, vencendo à morte. Portanto, os fundamentos de Obá Irù, sempre , terão ligação estreita com
as Oyás, especialmente as Igbales. Nesta qualidade, veste-se marrom e branco, ou apenas branco,
possuindo também fundamentos com Oxalufã.

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Obá Ajaká – Também conhecido como Bayaniyn (o pai me escolheu), Seria o irmão mais velho de
Xangô, por ele destronado. Por ser o filho mais velho de Oraniã, o trono de Oyó é dele, por direito. É
jovem, veste-se de vermelho e branco, ou marrom e branco.

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Airanã – É a personificação do próprio fogo.

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Obá Orugã – Filho de Oraniã com Iyemanjá violentou a própria mãe, na ausência do pai. Este é o
orixá senhor do sol. Veste-se de vermelho alaranjado.

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Agodô – Velho, rege os trovões e os tremores de terra. Veste-se de marrom e branco, ou apenas
branco. Tem fundamentos com Oyá, Oxum e Iyemanjá.
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Oraniã – O patriarca. Pai de Xangô, foi ele quem fundou a cidade de Oyó. É jovem, guerreiro e muito
poderoso. Veste-se de vermelho. Suas ferramentas são douradas, possui fundamentos com Oxalufã e
Iemanjá.

*****

Olookè – Velho, pertence a família de Xangô. È o dono das montanhas, veste-se de branco com
detalhes marrons... As vezes é confundido com Agodô, mas não é o mesmo. Possui fundamentos
com Ewá, o horizonte.

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Alufãn - É idêntico a um Airá, veste-se de branco também. Possui fundamentos com Oxalufãn. Suas
ferramentas são prateadas.

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Obain – Jovem, veste-se de marrom, ligado à Oyá. Também possui fundamentos com Exú.

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Oranfé – É o justiceiro, reto e impiedoso. Mora na cidade de Ifé – Terra de Oxalá. Tem fundamentos
com Oxaguian – veste-se de vermelho e branco. É Jovem.

Fundamentos de Ayrá – Um Orixá Funfun

Airá era um orixá do fundamento de Xangô. Airá era um dos servos de confiança de Xangô e,
seguindo a mitologia, Airá tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso, Airá, deve
ser tratado de forma diferente de Xangô e seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá. Por essa
rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos, jamais, na mesma casa, nem por os
assentamentos de Airá sobre o pilão, pois isso provoca a ira de Xangô. Sua cor é o branco e seus
ornamentos são prateados.

Airá é um orixá da família dos raios mas, é relacionado com o vento. Seu nome pode ser traduzido
como redemoinho. Redemoinho é o encontro dos ventos, assemelha-se a um furacão. Airá pode ser
reverenciado como o encontro dos ventos.
Pouco se sabe sobre o surgimento ou nascimento de Ayrá, por esta razão, muitos atribuem sua
filiação à Iyemanjá e Oraniã, assim como Xangô e Aganjú. No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como
uma qualidade de Xangô. Airá é visto como uma face mais pacífica e amena de Xangô.

Ao contrário de Xangô, Airá não é rei, nem possui o caráter, punitivo e colérico. Este caráter mais
ameno, pode ser evidenciado numa das cantigas que diz:

“ A chuva de Ayrá apenas limpa e faz barulho como um tambor...”

Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz,
Airá a estabelece e possui uma ação muito mais direta em sua imposição. Airá pode ser enquadrado
como um sentinela de Oxalufã, e seria ele, Airá, quem estabelece sua vontade.

Apesar de Airá ser considerado por muitos uma qualidade de Xangô, não é. Airá era, como contam
alguns itans, um dos súditos de Xangô, talvez um dos seus escravos, que, a pedido do rei,
acompanhou Obatalá até seu reino, após este ter sido liberto do calabouço no qual fora prisioneiro,
por engano, de Xangô. Obatalá, fragilizado e sem forças para caminhar, é carregado nas costas, por
Airá, durante vários dias. A noite, Airá ascendia um fogueira para aquecer Obatalá e contava-lhe
histórias. Ao final dessa trajetória, Obatalá, determinou que Airá o acompanhasse para sempre,
dando-lhe status de orixá. Desde então, Airá, tornou-se um orixá Funfun, que veste o branco e não
aceita dendê. A fogueira, comemorada por muitos terreiros, no mês de junho de cada ano, é
dedicada à Airá, onde ele canta e dança, acompanhado por Oyá, sobre as brasas.

Três caminhos de Airá são mais conhecidos: Igbonã, Intilé e Adjá Osì; sendo o primeiro ligado à
Xangô, tendo a fogueira como símbolo.

Ayrá é o verdadeiro Obá Kossô, tendo ganhado esse posto em certa ocasião, quando Xangô o pede
para buscar a coroa que estava guardado na casa dos mortos, por Oyá, que temia por seu amado
ocupar o trono de Kossô. Para entrar na casa dos mortos, Airá, utiliza-se do Ajerê, que consistia em
uma vasilha com bolas de algodão embebidas no dendê, em chamas, que Airá tirava uma a uma,
colocando-as na boca, com isso ele conseguia enxergar o Adê Baiyani, que era o nome desta coroa.
Ela só podia ser carregada na cabeça, e ela escolhia em que cabeça queria ficar. Airá após levar Adê
Baiyani até Xangô, este não consegue suportá-la na sobre sua cabeça, e a devolve a Airá, neste
momento o povo de Kossô ovaciona Airá como o novo rei. Cantando:

“Obá Kossô Ayrá ê!

Ayrá Inan!

Obá Kossô Ayrá ê!


Ayrá Inan!”

Títulos de Ayrá

Ayrá Intilé – Veste branco, ligado a Iyemanjá Soba e Oxum Karé. É rebelde, segundo os mitos, foi ele
quem provocou a quizila entre Obatalá e Xangô. Por ser um filho rebelde, Oxalá retirou de seu
pescoço o colar de contas vermelhas e o transformou com contas alternadas em vermelho e branco,
assim toda a terra saberia que Intilé era seu filho.

Os filhos de Intilé são altivos, prepotentes, equilibrados, sábios, serveros, moralistas e galantes.

Ayrá Igbonã – É considerado o Pai do fogo. Ele que carregou Obatalá nas costas, e ascendia a
fogueira para aquecê-lo. Seus filhos são de espírito jovem, intolerante, brincalhões, alegres e gostam
de dançar. Veste branco.

Ayrá Adja Osì – É o eterno companheiro de Oxaguiã, aprendeu a lutar com ele. Veste o branco. Seus
filhos são jovens, batalhadores, guerreiros, persistentes, mas, às vezes, deixam-se enganar pela
impetuosidade. São calmos, amorosos, alegres, sentimentais, delicados e sensíveis.

Modè ou Mòfé ou Alàmodé – É um título de Ayrá. Considerado o pai das águas quentes, pouco
difundido nos terreiros. Vem acompanhado de Oxum Iypondá. Conta o mito que Modé vestiu-se de
Oxum para ser confundido durante uma busca para prendê-lo. Sendo assim, geralmente ele é
cultuado como uma Iyagbá, seus animais são fêmeas e seus filhos, geralmente, mais delicados e
ardilosos, que choram com facilidade para chegarem onde querem.

Lojó – Outro título de Ayrá, faz referencia à chuva acompanhada de vento.

Óbómim/ Bómim/ Ygbómim – Mais um título de Ayrá. É bom, conselheiro, dono da verdade, reina
nas águas junto com Oxum, foi ele quem Oxalá transformou em seu primeiro ministro. Não faz nada
sem consultar Oxalá.

Curiosidades:

No Brasil, normalmente confundido e cultuado como uma qualidade de Xangô, Ayrá, portanto, deve
ser considerado como uma divindade individual. Ayrá não é de origem Iyorubà, seu culto está restrito
à região de Savé, em território Jeje, talvez por essa razão seu culto não tenham ganho
expressividade, já que nesta região da áfrica os cultos predominantes são voltados à Oxumaré,
Obaluayê e Nanã. Não se sabe ao certo sobre sua ascendência, por isso Ayrá é considerado como
filho de Iyemanjá e Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.

Em contexto Geral, Ayrá é considerado como um orixá Funfun, ou seja, orixá que veste o branco. É
considerado uma divindade de caráter passivo, seus fundamentos são relacionados a água e o ar,
mas no Brasil, foi atribuído também a esta divindade o elemento fogo, isso devido a sua associação
com Xangô. Ayrá possui uma ligação muito mais forte com Oxalá que do que com Xangô e, na
verdade, tudo que for oferecido a ele, não deve conter sal, dendê e, jamais, deve ter seus
assentamentos junto com Xangô e, também, sobre o pilão. Isso acarreta em quizila entre os dois
orixás. Suas comidas votivas, em vez de dendê, é usado banha de ori africana. Come Ebô, Ejá e
Quiabo.

Observação: No Brasil, devido aos festejos de São João, criou-se uma tradição de se ascender uma
fogueira em homenagem a Xangô e Ayrá. Na realidade esse ato não existe na África. A cerimônia que
ocorre na áfrica é o Jerê de Xangô, cerimônia em que o iniciado de Xangô em Oyó (nação), carrega
um jarro com inúmeros orifícios, carregado com fogo sobre sua cabeça. Também, neste ato, pode ser
acompanhado por Oyá Kará, que também carrega o Jerê na cabeça.

Aganjú não é um Xangô. Mas foi incluso aos cultos do candomblé, QUE É BRASILEIRO, como uma
qualidade de Xangô. Ele é o orixá dos vulcões e montanhas e, é um orixá presente na criação da
terra. Orixá da terra inculta, Aganjú é o orixá dos vulcões. O senhor das cavernas, o Barqueiro divino.

Aganjú é um doador de força e da saúde. É o transportador da carga (os ombros e as costas


pertencem a ele), é o defensor dos menos favorecidos, oprimidos e escravizados. Aganjú fornece
acesso ao desconhecido, as profundezas no qual o mundo foi e é criado, (Okum –“A obscuridade”, o
reino de Olokum).

Aganjú é o governante que propicia acesso a todas as áreas inexploradas, inacessíveis. Ele, propicia,
também, acesso a climas hostis e potencialmente hostis à existência humana, como o deserto,
floresta, Ártico, Antártico, a altura das montanhas, grutas, cavernas, abismos, minas e etc. Aganjú
pode ser traduzido como: Agan= estéril ; Ju= deserto, ou mais precisamente como local inexplorado,
desabitado, desconhecido.

Aganjú se encontra nas profundezas da terra, dos oceanos, nas profundezas do espaço, na energia
que ainda não foi explorada, na compreensão da mente e da emoção. Aganjú é o guardião, o canal
através do qual, profundidades inexplicáveis das emoções, humanas, são vividas e expressadas.
Medos paralisantes são do âmbito de Aganjú, é através dele que aprendemos a suprir nossos medos.
Quentes emoções, perigosas, mortal, incontroláveis é Aganjú.
Aganjú tem uma estreita ligação com Oxum. Eles estão ligados de diversos modos: pela emoção,
Aganjú é a emoção em sua forma bruta, a profundidade da emoção. Encarnação grosseira, rude. Em
quanto Oxum, é a profundidade da emoção e sua forma suave, em sua forma comovente, doce.
Amargo e doce. Aganjú explora, supera e vence o rio à cima. Em quanto Oxum, promove o comercio
e as relações, pelos mesmos meios. Aganjú supera os obstáculos para ver o que está do outro lado.
Oxum, planta a cultura e traz a luz da civilização. Aganjú é o proprietário do rio e o deu para Oxum.

Aganjú é a abertura de novas possibilidades, o inesperado. É, também, todas as riquezas do mundo.


Aganjú é o desafio, a luta do impedir, do desejo que leva a superá-los. Aganjú é primordial. O homem
do fogo de todos os tipos, o sol e outras estrelas e cometas. Um dos nomes de Aganjú é Iyrawo, que
pode ser traduzido como uma estrela. O fogo nas entranhas da terra, geotérmicas, fontes termais. Os
vulcões (Oke onine – Montanhas de fogo), são um símbolo importante de Aganjú.

Os mitos descrevem Aganjú como as câmaras de Magma, na crosta interior da terra. De acordo com
a criação do mundo, segundo os mitos , Obatalá, o céu, com sua esposa, Oduduwá, a terra; nasceram
dois filhos: Aganjú, a terra firme e rochosa, e Iyemanjá, as águas. Da união com Aganjú, Iyemanjá deu
a luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu.

Outro mito o aponta como filho de Sogba, sendo o rei de Ijesà (Ijexá), foi esse orixá que casou com
Oxum. No Brasil, Aganjú é, ou Xangô Aganjú, considerado uma qualidade de Xangô, sendo o dono
das leis, da escrita, padroeiro dos intelectuais, em contraste com Xangô Agodô ( o mais velho) que é,
principalmente, o orixá do equilíbrio e da justiça.

Aganjú, sendo cultuado como qualidade de Xangô, veste-se como o rei, e tem seus fundamentos
como o soberano de Oyó, come carneiro. Porém, se cultuado como um orixá independente, Aganjú,
possui fundamentos com Ogum, veste-se de Azul com vermelho, come bode castrado, carrega na
mão um Oxé e na outra uma espada. Come amalá com gotas de dendê e azeite doce, Ajebô normal.
Primeiro se dá comida à Xangô, depois à Ogum.

Aganjú - Mais uma versão

Obá Aganjú

Obá Aganjú, o sexto alafim ou rei de Oyó. Como Xangô não deixou descendentes diretos, já que seus
filhos foram todos mortos graças a sua experiência fatídica que ele mesmo promoveu. Aganjú, filho
de Ajaká, subiu ao trono de Oyó sem qualquer tipo de disputa.
O reinado dele se mostrou longo e muito próspero. Ele possuía uma habilidade para domesticar
animais selvagens e repteis venenosos, alguns dos quais podiam ser vistos rastejando sobre seu
corpo. Ele também possuía em seu palácio um leopardo dócil.

Com um bom gosto apurado, embelezou seu palácio acrescentando praças na parte da frente e de
traz, com filas de postes de bronze. Ele que deu o costume de decorar o palácio com tapeçarias.

Perto do fim de seu reinado, travou guerra com um homônimo seu: Aganjú Onisambô. Por recusar-
lhe a mão de sua filha Iyayun. Nesta guerra, quatro chefes foram capturados, ao saber, Onisambô,
concentiu a mão de Iyayun a Aganjú, à força.

Mas seu reinado foi ofuscado por um grande problema familiar que se transformou em tragédia.
Lubegò, seu único filho, foi descoberto mantendo relações ilícitas com Iyayun, por conta disso,
muitos príncipes e pessoas comuns perderam a vida. Aganju, enfurecido, sentenciou o filho com a
pena máxima, a morte. Após, entristecido, Aganjú morreu, não muito tempo depois, mesmo antes
do nascimento de um sucessor para o trono.

Mas Iyayun carregava, em seu ventre, um filho de Lubegò, a única esperança de um sucessor direto
para o trono de Oyó. Em consequência disso, eram oferecidos no tumulo de Aganjú, oferendas para
que ele deixasse que Iyayun pudesse dar a luz ao herdeiro, e, assim, sua dinastia não acabaria.
Aganju, então, assim o fez, permitiu que Iyayun concebesse o filho de Lubegò, seu neto. Sendo assim,
a criança foi chamada de Kori, e até ter idade para assumir o trono do Pai/Avô, Iyayun governou o
reino como um homem.

****

No Brasil, Aganjú é cultuado como uma qualidade de Xangô, mas, segundo esse mito, ele seria seu
sobrinho. E assim, mais um rei se torna Orixá, inspirando as multiformes de Deuses da Justiça.

oloje iku ike obarainan — com Enivaldo Lima.

Mógbà Sàngó e o Culto do Edùn Ààrá

Na cultura Yorùbá quando pronunciamos o nome de Sàngó sentamos e quando estamos sentados,
nos colocamos de pé em sinal de respeito Sàngó é o grande Imperador. Em poucas palavras, ele é o
mais poderoso dos Òrìsà e governa no céu junto a Olórun. Segundo Wándé Abímbólá[1] (1997, p. 95)
ele foi o único Òrìsà a subir ao céu e teria governado antes do século 15 XV, sendo saudado em uma
cerimônia destacada por também por Abímbólá como Kabo kàbíè sílè, que se traduz como “Bem
vindo ao Rei na terra” no qual ele vem ao mundo, manifestando-se em transe num único iniciado.

*1+ Wándé Abímbólá foi eleito por todos Bàbáláwo Yorùbá mais antigos com o título “Àwíse Àgbàiyé”
– Porta voz mundial da cultura Yorùbá no mundo.

Em território Yorùbá também é muito comum escutar a expressão “Káwòó kàbíè sílè, káárá wòó wòó
wòó”, ficando o final desta saudação a imitação do som do trovão (Abímbólá, 1997, p. 98).

Sàngó está associado ao raio e ao trovão, devido sua força e agressividade, fato este que nos faz
refletir sobre essa energia da natureza tão destruidora. A seguir forneceremos parte do livro Ifá will
mend our broken world de Abímbólá, onde retrata alguns pontos importantes do presente tema.

(pág. 79)

[...] Desde 1995, muitos meteorologos tem investigado o fenômeno dos raios vermelhos, estes
poucos visíveis aos olhos do homem, alcançando uma altura de 60 milhas por cima dos trovões.
Quando o raio atinge diretamente o solo e o interior da terra esfria, acaba formando uma pedra,
sendo possível encontrar ali naquele local o “Edùn ààrá” (Pedra de raio).

Os Yorùbá acreditam que a pedra de raio é criada quando golpeia a terra e quando ela cai, seja sobre
uma casa ou quando mate alguém, Sàngó enviou desde o céu o Edùn ààrá e este deve ser extraído
por um sacerdote preparado de Sàngó. Estes sacerdotes encarregam-se de isolar a área e efetuar
vários rituais e são chamados de Ayòòòsà, “pessoa indicada para extrair o Òòsà (simplificação de
Òrìsà)”, tirando da terra uma parte do poder de Sàngó em forma de pedra de raio. Em território
Yorùbá esses raios são mais freqüentes em setembro e outubro, sendo estes meses, época de
colheitas e temporadas de chuva. Alguns grãos como o milho podem atrair raios, pois são bons
condutores. Os raios atraídos por esse grão são chamados de Ààrámokà (Raios de sementes de
milho). Raio= ààrá e milho= okà.

Um dos nomes de elogio para Sàngó é:

Aláàrámokà tì dérù bojo.

Dono do raio da semente de milho que assusta o covarde [...] (A tradução é nossa)

Segue verso de Ifá do Odù Ogbè Obara em espanhol (a tradução é nossa) informado pelo Olúwo
Ifátókun Itaniy (Edibere Magazine), descendente religioso da família do Àràbà de Ilé-Ifè, o Chief
Aworemi Awoyemi adisa mokoranwale[1], onde o mesmo nos dá o entendimento da relação de
Sàngó com Edùn ààrá.

[...] Ogbè Obara é aquele que cobre o trovão da tempestade

O raio é aquele que cobre a terra e as árvores da fazenda

Eles foram aqueles que adivinharam Ifá para


Olúkòso-làlú Jénrólá (Nome de Sàngó)

Aquele que usa 200 pedras para vencer seus inimigos

Quando se encontrava no meio dos inimigos,

Disseram para oferecer sacrifício e ele fez.

Se teu fígado é tão forte como pensa,

Se és tão atrevido como pensa

Porque não pode esperar e confrontar com o raio?

Quem foi que usou o raio para vencer a conspiração?

Duzentas pedras

Quem foi que usou Sàngó para vencer a conspiração? [...]

Este pequeno verso de Ifá nos indica que o raio e o trovão são capazes de cobrir toda terra, fazendo
entender que não há nada nem ninguém que não possa estar fora do alcance desta divindade. A
tormenta não pode ser mais poderosa que o inesperado trovão que reluz com seu majestoso som
impactante, o barulho do trovão dispersa a maldade e controla os inimigos, assustando até mesmo o
mais valente dos homens.

Seria interessante também analisar o índice de mortos atingidos por raios no Brasil e no mundo.
Segundo o Jornal “O Globo” cresce o número de mortos atingidos por raios no nosso país:

“O número de mortos em 2008 aumentou e, segundo o Inpe, foi o maior na década. Setenta e cinco
mortes foram registradas em todo o país. No ano anterior, 47. O recorde anterior era de 73, em
2001. No ano passado, a maioria ocorreu no Sudeste, principalmente em São Paulo (20). “É resultado
da combinação de duas coisas: bastante raio e bastante gente. Cerca de um quarto da população
brasileira vive em São Paulo. É uma combinação explosiva, diz o coordenador do Grupo de
Eletricidade Atmosférica (Elat/Inpe), Osmar Pinto Junior. Quase 80% das vítimas eram homens;
metade tinha entre 25 e 59 anos. A maioria trabalhava na zona rural”.

Ao nos deparar com esses fatos, nos faz pensar no poder de destruição de um raio, por isso atribuído
a esse Òrìsà. As principais funções de Sàngó é combater a traição, o medo, roubo, injustiça e a
conspiração, representando a coragem, o conhecimento, o som da música, a dança, o poder em
todos seus aspectos e o respeito.

Sua cor branca e vermelha representa o sinal da riqueza espiritual, o fio de seu machado duplo corta
a adversidade e os obstáculos. Sàngó ajuda somente aqueles que fazem o bem, nunca ficando do
lado dos injustos e das pessoas de mau caráter, fato pelo qual seus adeptos podem receber o nome
de iniciado como “Mógbà” querendo dizer: (Mó= limpo \ gbà= receber) [a tradução é nossa], ou seja,
“limpo para receber” o poder deste Òrìsà. No caso de uma pessoa não possuir estes requisitos,
estaria correndo grande perigo durante sua vida.

Segue Oríkì em espanhol (a tradução é nossa) coletado no site do Ilé Tuntun fornecido por Táíwò
Abímbólá[2], retratando um pouco mais das particularidades desse grande Òrìsà.
Eégun ará Oyo

Ará Ìwó, ará Ede

Omo Odò Obà

Tí o bà nse wón, eégun ará Òyó

Won a ní ìtalé lò njà wón

Won a má sùrè kiri

Onílé orí òkè, má fi ti ìsàlè ká mi mó

Tí wón bá pe Oya

Kó dáhùn ní ilé Irá

Ikú bàbá yèyé

A pa má wà á ogún

Tí ó bá á won l`'álè

Won a ma d'éró ònà

Sàngó oko Oya

Bí Sàngó bá won n'Ígbódù

A ma tè wón n'Ífá

Sàngó, to bá jàjàjà

K'odá ilé onìbàtña sí

Eégun tó gbe 'ni lá nyì odò ò fún

Òrìsà tò gbe 'ni là nfi obì bo

Abímo má gbàbé

Sàngó ò oko Oya

O ancestral místico de Oyo

Cidadão do povo de ÌwóCidadão de Odò ObàQuando Sàngó os incomoda

Pensam que são picados por ìtalèEntão eles correm aos arredores

Divindade, que vive sobre a terra, não bloqueie minha trajetória

Quando Oya é chamada

Ela deve responder sobre o povo de IráQuando Òrìsà Oko é chamado

Ele deve responder ao povo de IráwóQuando Sàngó é chamado


Ele deve responder ao povo de KósoOh, inspirante do terror da morte.

Ele não mata porque deseja uma parte das propriedades da vítima.

Quando ele se encontra no bosque

Eles entram mais longe na floresta

Quando ele os encontra no caminho

Se convertem em viajantes

Sàngó marido de OyaSe, Sàngó se encontra Igbódù

Sàngó irá parar sua luta em respeito de Òrunmìlà

Sàngó quando você esta com humor de guerra

Escute o suplicar do tambor bàtáUm devoto roda em Odó para ter apoio de SàngóUm devoto
propicia o apoio de Sàngó com obi ábátáO pai que nunca se esquece de seus filhos.

Sàngó marido de Oya

Este Oríkì fornecido por Táíwò Abímbólá também demonstra o aspecto de Sàngó como estando em
todas as direções e responsável por bloquear a trajetória de vida das pessoas de má índole.

[...]O ancestral místico de OyoCidadão do povo de ÌwóCidadão de Odò ObàQuando Sàngó os


incomoda

Pensam que são picados por ìtalèEntão eles correm aos arredores

Divindade, que vive sobre a terra, não bloqueie minha trajetória [...]

Quando menciona que é cidadão do povo de “Íwó, Odò Obà”, faz entender que ele está presente em
todo lugar. Quando aparece na parte do texto como “Pensão que são picados por ìtalè”, dá o
entendimento que é o raio que atinge uma pessoa.

Mitos de Oyá e Égún

“Oyá não podia ter filhos, e foi consultar o babalawo. Este lhe disse, então, que, se fizesse sacrifícios,
ela os teria. Um dos motivos de não os ter ainda era porque ela não respeitava o seu tabu alimentar
(eewó) que proibia comer carne de carneiro. O sacrifício seria de 18.000 mil búzios (o pagamento),
muitos panos coloridos e carne de carneiro. Com a carne ele preparou um remédio para que ela o
comesse; e nunca mais ela deveria comer desta carne. quanto aos panos, deveriam ser entregues
como oferenda.
“Ela assim fez e, tempos depois, deu à luz nove filhos (número mítico de Oyá). Daí em diante ela
também passou a ser conhecida pelo nome de ‘Iyá omo mésan’, que quer dizer ‘a mãe de nove
filhos’ e que se aglutina Iyansan.

Há outro mito para explicar o nome de Iyansã:

“Em certa época, as mulheres eram relegadas a um segundo plano em suas relações com os homens.
Então elas resolveram punir seus maridos, mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta
decisão, humilhando-os em demasia.

“Oyá era a líder das mulheres, e elas se reuniram na floresta. Oyá havia domado e treinado um
macaco marrom chamado ijimeré (na Nigéria). Utilizara para isso um galho de atori (ixan) e o vestia
com uma roupa feita com várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob os
panos.

“Seguindo um ritual, conforme Oyá brandia o ixan no solo o macaco pulava de uma árvore e aparecia
de forma alucinante, movimentando-se como fora treinado a fazer. Deste modo, durante a noite,
quando os homens por lá passavam, as mulheres (que estavam escondidas) faziam o macaco
aparecer e eles fugiam totalmente apavorados.

“Cansados de tanta humilhação, os homens foram ver o babalawo para tentar descobrir o que estava
acontecendo. Através do jogo de Ifá, e para punir as mulheres, o babalawo lhes conta a verdade. Ele
os ensina como vencer as mulheres através de sacrifícios e astúcia.

“Ogun foi o encarregado da missão. Ele chegou ao local das aparições antes das mulheres. Vestiu-se
com vários panos, ficando totalmente encoberto, e se escondeu. quando as mulheres chegaram, ele
apareceu subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares. Todas fugiram
apavoradas, inclusive Oyá.

Desde então os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto de Egun;
hoje, eles são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo. Mas, mesmo assim, eles rendem homenagem a Oyá,
na qualidade de Igbalé, como criadora do culto de Egun.

Convém notar que, no culto, Egun nasce no bosque da floresta (igbo igbalé). No Brasil, no ilê awo, ele
nasce no quarto de balé, onde são colocadas oferendas de comidas e realizadas cerimônias aos
Eguns.Oyá é também cultuada como mãe e rainha de Egun, como Oyá Igbalé.
E, como nos explica o mito, Oyá, a floresta e o macaco estão intimamente ligados ao culto, inclusive
em relação àvoz do macaco como é o modo de o Egun falar. —

O MILHO BRANCO

O Milho Branco (agbadô ou ebô) é um grão muito importante para o Povo do Santo. Seu preparo e
forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos bem rígidos, que nunca podem
deixar de ser considerados pelos seguidores do Candomblé. Todos os Orixás, de Esú à Oxalá e até
mesmo os ancestrais, recebem oferenda a base deste grão. Todas as cerimônias, do ebó mais simples
aos mais sofisticados, em rituais de iniciação, de passagem, ritos de vida e de morte, em tudo mais
que ocorra em uma casa de Candomblé, só acontecem com a presença do Milho Brando (agbadò ou
ebô). A pasta branca de milho branco depois de pilado ou moído chama-se (èko), o mingau chama-se
(denguê), depois de moído e cozido e envolvida na folha de bananeira verde, chama-se de àkàsà, Os
grãos cozidos só na água chama-se egbô, moído e cozido, envolvido em palha de bananeira seca
chama-se aberem, Os grãos recheados com cebola, camarão, azeite doce e dendê chama-se Dibô, os
grãos inteiros cozidos com coco e açúcar chama-se mukunza. Toda oferenda com milho branco
restitui e redistribui o axé, por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a
pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida predileta de todos os Orixás. Nem
todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar e expressar o valor de uma oferenda a base
de milho branco. Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples, para ver que muitos
julgaram insignificantes, a comida extremamente importante do candomblé, banalizando o sagrado e
privilegiando a intuição imaginária em detrimento do fundamento. Constituem grandes fundamentos
"cristalizados" ao longo de anos e anos de tradição. Fundamento é o segredo compartilhado com o
Povo de Santo, o mistério sagrado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode
enganar o Orixá que existe em cada um de nós. O grande fundamento é que em todos os rituais por
menor que seja a presença de alguma comida com milho branco deve estar presente, seja ela em
forma de Ebô, Àkàsà, Aberem, Dibô, Denguê, que possibilita a paz, alegria e longevidade. O maior
segredo e melhor fundamento do Candomblé é um ritual indispensável a todos nós, constituído do
ato de oferecer Milho Branco à cabeça, chamado de Bori ou Ebôri, pois é este ritual que mantem
todo Povo de Santo de pé e totalmente equilibrado.

ILÁ

Ilà: (quiabo); alimento do culto de Egungun, porém é muito utilizado no culto de váriosOrisa como;

Òrò (Baba-Eègun) para favorecimento em qualquer assunto, fazer justiça, exemplar os perversos e
injustos. Quando ofertado à Esù sua função é acelerar uma melhoria financeira e com Ifá.

Para Ogun sua finalidade é derrotar um inimigo em confronto manifesto. Para Sángo sua finalidade é
atacar ou apaziguar qualquer ameaça que ainda não tenha se manifestado.
Para Obaluwaiye é servido cru pilado a fim de acelerar o andamento de riqueza e prosperidade.

Para Obatala sua função é apaziguar qualquer força ou situação agressiva. Ou seja, o Ilà possui
características que serem para adiantar algo, fazer deslizar, escorregar para dentro ou fora de uma
situação.

Numa Oogun (magia) quando sua seiva é colocada sob folha de bananeira tem a finalidade de causar
a queda de um inimigo. Quando usado somente a seiva do Ilá provocada com a mistura de água, tem
finalidade apaziguadora, refreadora, calmante diante de uma força agressiva, confusão na vida ou no
Ori Quando usado como Amalà é utilizado na forma de um molho cozido no Epò ofertado quente
com Egba (pirão) também bem quente, sua finalidade é acelerar a chegada ou o desfecho de algo
que ambiciona, então se o Amalá for ofertado à Obaluwaiye com peixe, búzios, pó de Osun e Efun, é
para acelerar a prosperidade, dinheiro e abundancia. Ofertado à Sángo com peito de carne assada e
Orogbo é para alguém obter coragem e enfrentar algo ou alguém complexo, já com pedras de raio
ou fogo em brasa é para pedir defesa contra inimigos perigosos e injustos. Ofertado à Òrò (Baba-
Eègun) com uma rabada de boi cozida sua finalidade é para acelerar o término de um sofrimento,
doença, processo judicial, autoridade excessiva, abuso, tirania ou má intenção de pessoas.

Resumindo Quiabo e tudo de bom!!

O poder e a magia dos ebo.

O jogo divinatório trás ao sacerdote do culto de òrìsá informações detalhadas da vida do suplicante,
sendo assim através de uma leitura de Ifá nós devemos buscar a origem do problema, o que esta
gerando os conflitos vividos pela pessoa e o Etutu, oferenda como complemento do ébó, exato para
podermos solucionar a questão.

Sendo assim podemos concluir que a arte divinatória é muito complexa, pois está interligada de
forma direta com os aspectos sociais nobres e sábios que a manifestação o dos Orisas nos trazem.

O saber é um dever de todo o segredo do sucesso é a diferença nas características de cada Ebó!

O ebó não pode ter dúvidas, é através de nossas informações básicas que devemos o complemento
de cada ebó para uma solução exata, além de um direcionamento correto das energias presentes no
ebó.

Existem basicamente ebó com três características diferentes

Ebó curativo - Elimina a dor, a angústia, o problema e a depressão tanto de origem mental física
quanto de origem espiritual.

Ebó preventivo - Impede que os problemas, sofrimentos e doenças cheguem até as pessoas, evitando
assim que haja uma disfunção em nosso destino.

Ebó atrativo - Possui a capacidade de fazer chegar até nós tudo o que está em nosso destino, tirando
os obstáculos e tornando assim nossa vida mais simples.
A base da preparação e o sucesso do ebó estão interligados a própria formação e capacidade do
sacerdote na confecção do mesmo, pois quanto maior for o seu conhecimento e suas proteções
maiores será o sucesso do mesmo.

O destino dos Ebós

O ebós possui três fazes:

Babalawo / ebó / destino, que pode ser um Ojubó de um Orisa receptor.

O sacerdote precisa ser iniciado e preparado, pois passando por determinados rituais que tem por
principal finalidade promover um aumento do seu Asé e força vital essencial, além é claro de um
conhecimento específico para poder direcionar esse Asé de maneira específica, ao ponto de pegar
um copo com água ativá-lo, dar para alguém tomar e aliviar os seus problemas e males.

O ebó ori, o igba Ori e a iniciação contribuem de forma decisiva para nossa evolução, pois através
desses rituais ganhamos recursos extras para o domínio dessa forças.

O sacerdote busca através da magia do sobrenatural direcionar o ebó para promover o crescimento e
o progresso de seus suplicantes e filhos.

Além do que, o poder da magia nos previne de todos os males que as energias negativas possam nos
causar, pois nos das condições de nós sacerdotes nos alinharmos com os Orisas e com as forças
consumidoras dos ebós.

O Asé da magia é que nos favorece no ebó.

O sacerdote usa anéis preparados que o protegem na hora do ebó, patuás, preparados mágicos e
medicinas para que seus desejos se consagrem e esteja protegido na hora de ebós.

Usa Afosés para que sua manifestação oral se consagre no astral e se realize na vida da pessoa.

Eyonus aye, ebos ingeridos, o preparo da vista para transportar o ebó.

Sendo assim podemos concluir que um ser humano passa por várias situações antes de estar apto a
realizar suas funções sacerdotais.

Já em relação aos poderes sobrenaturais do espaço Ikolé Orun, faz parte da base de um sacerdote o
Ojubó Esu, Iyá mi Aye e Ogun, venerar a terra de maneira correta, Babá egungun, Oso e outros
pactos com energias uteis a um sacerdote.
Quanto menos Ojubó ele possuir mais cargas em cima do sacerdote.

Existe um ditado em Yoruba que diz: A folha é que faz ferver a água dentro do copo!

Sendo assim podemos concluir que a força está dentro do sacerdote e em suas mãos, pois o Asé está
dentro de cada um!

Portanto os elementos presentes em um ebós nada mais são de que agenciadores do ebó, materiais
utilizados em sua confecção, pois sem a responsabilidade e o conhecimento do sacerdote para
invocar suas forças e energias sobrenaturais e direcioná-la da formas correta de nada é válido.

Para o ebó existir, é necessário que ele tenha um nome, ato do ebó pra qual finalidade e um fim, ou
seja, pra onde realmente ele deve ir.

Batizamos o ebós com um início, por que estou fazendo esse ebó e o que me levou a fazê-lo?

E um fim qual a finalidade deste ebó?

A razão pelo qual o ebó esta sendo feito, a conscientização do ebó em relação ao seu objetivo,
devemos conversar com o ebó, pois é através desse diálogo que damos vida a ele e mandamo-lo para
frente e de encontro à solução para esta pessoa.

No ato do ebó quando falamos com cada elemento material fazemos com que esse elemento
manifeste seu asé que está dentro dele mesmo e seu segredo, a força desses Asé esta no
conhecimento da energia dos elementos.

Por isso um ebó pode curar uma doença, pobreza, tirar obstáculos e abrir caminhos para as pessoas.
Por isso muitas vezes os elementos dos ebós são os mesmos, pois somos nós é que direcionamos a
energia deles.

O ebó trás vários benefícios, além de realizar o objetivo específico ele trás consigo um situação de
saúde dinheiro e felicidade.

Não existe um ebó que seja para um só objetivo específico. Cada elemento trás consigo e injeta no
ebó suas energias que irão trazer para o cliente soluções. A situação é muitas vezes complexa e
sofisticada, o Orisa é sofisticado por que ele é muito simples, basta conhecê-lo.

Òrìsà é solução e não sofrimento!

Após a utilização é necessário o processo da reza, onde o cliente ou o filho nos acompanha através
da conscientização do problema, a pessoa expressa sua vontade e desejo e nesse momento ela se
abre para a energia da vida, devendo nesse momento pedir com convicção para convencer a sorte.

O poder da palavra é muito importante, pois constrói e destrói, por isso falamos com o ebó e com a
pessoa com o poder claro para que a pessoa se livre de todo sofrimento e perturbação.
Reza para conscientizar o ebó de sua função, Reza para propiciar e encaminhar o ebó.

Essas rezas levam o ebó e com ele o problema, atraindo novas possibilidades.

O ebó não pode ter enfoque negativo, pois a energia é dinâmica e bilateral capaz de enlouquecer
alguém.

Pode se tratar de energias muito complexas por isso é necessário termo os Ojubós Orisas para
suportarmos essas energias dinâmicas!

Após essa invocação que formamos o ebó, concentramos todos os elementos utilizados no ebó e
assim consertamos os problemas da pessoa numa energia só, ou seja, no ebó.

Ao realizarmos isso tudo damos personalidade e forma ao ebó, porém isso é só começo.

A partir daí a responsabilidade do sacerdote vai diminuindo, já que ele joga a responsabilidade e os
problemas nos elementos e no ebó montado, para transformar o destino.

Sendo assim podemos concluir que os sacerdotes nada mais são do que interlocutores entre o
homem e os Orisas.

O destino de cada ebó pode ser:

*na encruzilhada em T

*no rio

*no mar

*na cachoeira

*na estrada

*na mata

*montanha

*Ojubó Èsù, Ògún, Yami.

*na feira

*aos pés de uma árvore

*Na copa de uma árvore

*no lixo e etc...

Os destinos são múltiplos, e cada destino tem a ver com a fase e o momento da vida de cada pessoa.
O tempo do ebó é uma coisa específica que deve ser consultado no jogo, pois cada ebó tem seu
tempo certo e destino correto. A cada consulta gera um Odú que gera um ebó, por isso o jogo não
deve ser consultado desnecessariamente.

Animais e Sacrifícios

Um animal pode ser utilizado e não sacrificado, porém ao ser sacrificado nós sacerdotes buscamos na
vida desse animal força vital de energia para alimentar um filho ou um cliente. Os elementos do
sacrifício são de suma importância, pois visão sempre o benefício da pessoa.

*O cabrito ou a cabra: Trabalham pela resistência, pela reconquista da energia vital em todos os seus
aspectos e dimensões.

Para a energia vital precisamos do ejé para manter a vida, reforçá-la impedindo assim a morte. Na
verdade quando sacrificamos um animal encaminhamos seu espírito e fazemos a troca de energia
dando a pessoa à energia vital necessária.

Muitas vezes utilizamos à parte interna dos animais (órgãos) correspondentes a o que esta causando
mal e doenças a pessoa.

Por ex: O coração é utilizado para levar problemas de coração da pessoa para o coração do animal.

Nos ebós de cura tiramos determinadas partes do animal e colocamos no ebó, com isso definimos o
ebó, trazemos assim energia vital à pessoa a parte afetada.

Este transporte garante assim a sobrevivência da pessoa.

O ejé na pessoa, no Esu, no banho ou no ebó, tem o poder de revitalizar a pessoa em energia para
que isso faça reflexo no físico, ou seja, na saúde e vida cotidiana da pessoa.

Antes de sacrificarmos um animal nós encostamo-nos à testa e no peito da pessoa, em caso de


doença a mãe pode ser representante da pessoa, encostamos então os elementos no peito esquerdo
da mãe. Se for o pai encostamos à testa e no peito.

Não existe distancia para o ebó e seus elementos, a pessoa pode estar do outro lado do mundo.
(porque em qualquer lugar do planeta existem os elementos fundamentais, água, terra, fogo e ar).

Obs. para doença é importante sempre colocar um pouco de ejé no Ojubó Esu, no ebó, para
consagrar o ebó, no banho e na pessoa, e a parte do animal correspondente a doença da pessoa com
bastante dendê.

A ovelha: possui um ase destinado abrir caminho e a prolongar a vida das pessoas.

O carneiro: animal importante quanto a questões de justiça, perseguições físicas e espirituais de


energia negativa e traições, pois com ele fazemos prevalecer à justiça no caminho da pessoa.
Quando for feito um ebó dirigido a Songo, 12 edun ara (pedra de Sango) mais todas as comidas de
Sango mais a cabeça do animal.

O galo: Serve para alimentar Esu com energia para alguém e também para absorver problemas da
pessoa. Propicia a pessoa à energia que direcionamos no final do ebó, abre caminhos à pessoa.

A galinha: absorve os problemas, atrai a estabilidade e preservação da vida da pessoa, ao ser


oferecido as Yami ela atua em um campo de proteção ampla e ilimitada, proteção de eliminar
problemas e inverter e prevenir situações.

Obs. as Yami são muito ligadas às curas por serem detentoras da vida na terra e consumidoras de
ebós.

O pombo: Para fazer as coisas se tornarem favoráveis as pessoas, absorver e encaminhar um


problema e ativar o poder de Odu Ifá.

A D'angola: Ela possui energia dinâmica para trazer resistência e harmonização à vida da pessoa.
Reduzir o cansaço e esgotamento, estress e para a pessoa renovar as suas forças e conquistas.

O Igbin: Sua energia trás a ponderação, seu ejé equilibra e harmoniza o ebó e tudo o que foi feito.
Usado muitas vezes como complemento do ebó.

É usado para pessoas que não conseguem absorver o asé que está sendo colocado em seu caminho.

O igbin prepara a pessoa para receber tudo aquilo que esta sendo dado a ela, usado também para
pessoas que alternam bons e maus momentos.

Pois ele tem o poder de colocar o que esta ausente na vida da pessoa.

Pepeyé: Aquele que tem a longevidade, também utilizado para limpeza na pessoa e para questões
físicas.

Elementos

Ogédé (banana): Para simplificar e facilitar situações.

Owo eró: búzios utilizados para comprar o sofrimento das pessoas.

Moedas antigas: Utilizadas para pagar os Ajóguns (energias negativas que são ligadas com as Yami.

Ebo (canjica): para paz e harmonia.

Grãos: símbolo de abundância, multiplicação sempre torrados.

Atare: Utilizado para consagrar o diálogo dar forças as palavras, utilizados em comidas e também
para multiplicar os desejos.

Ekó (akasá): Para alimentar as energias e acalmá-las.


Eyin adié (ovos de galinha): para dar a vida, para fazer prevalecer à sorte e transforma a
negatividade.

Eyin pepeyé (ovos de pata): limpar a negatividade e revitalizar.

Obi: utilizado com oráculo para conversar com as energias e os ebós, aplacar a ira de energias
negativas e a fruta da vida onde no momento de comunhão com os Orisas a pessoa se conecta com
sua ancestralidade.

Orogbo: utilizado para vida longa, aumento de resistência e perseverança da pessoa, quando
utilizado com casca para que um segredo não seja revelado.

Oyin (mel): Utilizado para alegria, bem estar, harmonia, prosperidade e para que algo ou alguém
nunca seja desprezado.

Epo (dendê): Elemento de efeito calmante, trás equilíbrio e facilidades.

Ayó (sal): Para sorte e preservação, para que a pessoa consiga manter suas conquistas.

Ejá aró: peixe defumando utilizado para iniciativa e vencer obstáculos.

Ejáaró tutu: peixe fresco utilizado para dar força ao Ori e que essa pessoa nunca bata cabeça na vida.

Ilé (terra): utilizada para abençoar a pessoa para que seu destino seja o melhor possível.

Carne vermelha: trás garra.

Ireke (cana de açúcar): Pra prosperidade e felicidade.

Asó funfun (pano branco): Usado como elemento de ligação e transporte entre os elementos do ebó
e as energias da natureza.

Adìn Dudu: Elemento utilizado para atrair e ativar a ira de energias negativas (Esu, ajoguns, Yami,
etc..)

Adìn funfun: Elemento utilizado para cura de espírito de uma pessoa, indispensável no culto a
Obatalá.

Ori (gordura vegetal): para acalmar a dor, neutralizar negatividades, usado em determinadas
medicinas para atrair a simpatia das pessoas.

Efun: para atrair o asé, para ser presenteada e ganhar coisas de alguém, Utilizado também em rituais
de iniciações para pintar os filhos para livrá-los da morte como Obatalá livrou a galinha da angola
pintando-a.

Osun: usado para que a essência vital o asé e as conquistas não se acabem.

Agbe: Para atrair a sorte e atingir objetivos difíceis sem ter prejuízos, pois o pássaro Agbe ele
mergulha fundo pra caçar sem se afogar.

Alukó: pena roxa utilizada para que a pessoas encontre a própria sorte, sem ter prejuízos, pois o
pássaro Aluko voa o mais alto possível sem queimar suas asas.
Leké-leké: ave sagrada traz harmonia leveza e nitidez às pessoas.

Ikodidé: Simboliza o nascimento, para consagrar o que esta sendo feito trazer muita sorte para a
pessoa.

Yerosun: Elemento sagrado de Ifá tem o poder de transmitir o asé de Odú ao que esta sendo feito,
ativar o Odú Ifá.

Erú (cinza): utilizada para apagar o sofrimento, perseguição e morte da vida da pessoa, e para
aumentar a capacidade de entendimento das pessoas.

Iyepé okun (areia do mar): utilizada para trazer sorte, sabedoria, grandeza.

Iyepé Odó (areia de rio): proteção e riqueza devem ser utilizadas na entrada das casas.

Akará e Abará: tem o poder de atrair e neutralizar energias.

Fava de Opelé: utilizada para equilibrar o destino de uma pessoa.

Aridan: para atrair brilho e sorte a vida da pessoa.

Bejerekun e Lelekun: para afastar forças intrusas e surpresas desagradáveis.

Agbón bigbé (coco seco): usado para aliviar qualquer tipo de problema e sofrimento.

Esun Isu (inhame assado): usado para Ogun para abertura de caminhos.

Iyán (inhame cozido): usado para solução de dúvidas para Obatalá, sofrimentos físicos depressões e
mesmo doenças graves

OXÓSSI - CONHECENDO DANA DANA E OUTRAS QUALIDADES

OXÓSSI DANA OU CAÇADOR DE ALMAS

Tem seu fundamento com Exú, Obaluayê Saponã, Ossain, Oxumarê e Yansã Ygbalé.

Ele é o Orixá que entra na Mata da Morte e sai sem temer Egun e Ikú (a própria morte) tem quizila
com Oxum e não entra no Xirê de Oxum.

É feiticeiro, tribal, sendo cultuado como o pajé da tribo, nas suas danças faz um bailado arcando seu
corpo apoiando em seu cajado, que tem poderes mágicos, é muito temido e respeitado, traz o iru
kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta).
Otin - Orixá da caça. Filha de Enrilé. Alguns dizem ser esposa de Oxóssi (ou irmã), e que o acompanha
pelas matas caçando. Defende tanto o caçador,quanto a caça. Andei pesquisando sobre este Orixá, e
descobri que é cultuado no Batuque como Orixá feminino.

É caçadora, arisca, e que dizem não incorporar (Batuque). Também achei esta informação: Otim foi
criada pela imaginação de Odé , pois era muito sozinho. Ele imaginou tanto e com tanta vontade uma
companheira, que Otim apareceu para ele, sendo o único Orixá que não esteve viva na Terra.

A função de Otim é levar água para os Orixás. Aparentemente, Otim (Orixá) é um Orixá feminino,
ligada a Oxóssi, Ossaim, Oxum, Yemanjá, Ogum, dentre outros.

Orixá da caça, das presas, da floresta, aparentemente também tem domínio sobre as águas. É
representada carregando uma jarra na cabeça, pois é ligada também a agricultura.

Odé Otin, qualidade de Oxóssi - Um Oxóssi azul. Usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come
toda espécie de caça mas gosta muito de búfalo.

Otin Obá Lè - Caminhos com Orixá Xangô;

Otin Là Mirò - Caminhos Com Orixá Oxum;

Otin Mawá - Caminhos com Orixa Odé Erinlé;

Otin usa capanga e lança e vive no mato a caçar. Come toda espécie de caça assim como Odé:
pássaros, coelhos etc. Mas aprecia mesmo é o porco.

Otim é uma Iyabá que possui quatro seios. Ao se casar com Oxossi pede para que ele não conte esse
segredo a ninguém. As esposas de Oxossi enciumadas embriagam-no e ele acaba por contar o
segredo de Otim. Apavorada Otim foge e se afoga no rio de seu pai Erinlé.

KÀRÉ – é ligado as águas; e a Oxum e Logun Edé. Com eles exerce as mesmas forças e funções. Usa
azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé.

Bom caçador mora sempre perto das fontes. Protege todos os animais de natureza anfíbia, ou seja,
que vivem tanto na água quanto na terra. É um grande caçador porém, um exímio pescador,
morando próximo as águas e recebendo suas oferendas na beira dos rios.
Na África é cultuado nas matas do bairro Kare, próximo a Osogbô e aqui no Brasil é considerado filho
de Odé com Yemanjá, contudo ao contrário de sua irmã, Oxum Karê que vive entre a água doce que
encontra a salgada, ele vive com seu pai.

Porém esse caminho é um aspecto mais jovial da família dos Odés, sendo a grande maioria ligada a
caça noturna, só que Odé Karê foge a regra, pois é associado a caça de pequenos animais a pesca em
grande escala, por isso podemos usar uma pequena rede em suas roupas.

Tradição africana

Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido
comoErínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku.

Nas Américas, Erínlè é às vezes considerado hermafrodita, mas na terra iorubá é adorado
principalmente como uma divindade masculina. Ele é pensado por alguns estudiosos como o aspecto
masculino de Yemonja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os
irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemanja, Otin e Òsun. Sua
verdadeira residência seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as
águas doce e salgada.

Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como ibú: Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn,
Ìyámòkín e Àánú. É o oríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações
de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder
presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da
mesma forma como também são invocados coletivamente.

O awo, ota Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em
Okeho é adicionalmente conhecido como aawe Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente
das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da terra iorubá). Potes fechados que guardam pedras e
água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles
encontrados nos cultos de Yemanja e Òsun. O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para
guardar os ota de Erínlè.

Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlè em muitas partes
de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no
rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto
da cabeça.
Tradição Ketu (Brasil)

No Brasil, no Candomblé Ketu, esse orixá é chamado Oxóssi Inlê ou Oxóssi Ibualama e considerado
apenas uma "qualidade" de Oxóssi. Considera-se que Erínlè tem dois caminhos ou aspectos. Um
aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama. O outro caminho é mais jovem e mais
delicado e bonito, normalmente chamado Inlè.

Sob o nome de Ibualama, é objeto de um culto praticado no Brasil, principalmente na Bahia, onde,
durante as danças, traz nas mãos o símbolo de Oxóssi, o arco e a flecha de ferro, assim como o
amparo, um açoite formado por três tiras largas de couro, com o qual fustiga a si mesmo.

Tradição Lukumi (Cuba)

Em Cuba e Trinidad, Erínlè é conhecido como Inlè ou Erínlè “Ajaja”. Ajaja é um título honorífico que
significa “Ele que come cachorro”, “o que é feroz”.

É acompanhado por Ibojuto e Abátàn. Abátàn (ou Abàtà = pântano) é a divindade da baixada.

Abátàn normalmente é considerado como a companheira feminina de Erínlè mas alguns reconhecem
Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro da cerimônia de iniciação, Abátàn
também é assentada. Ela tem canções e oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de
todas as suas oferendas e sacrifícios. São duas divindades que se unem como um.

Embora distintos, funcionam juntos, como uma unidade. Há um equilíbrio, dando uma visão
instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita de energias masculina e feminina.

A família de Erínlè se compõe de: Abátàn - sua esposa, Boyuto ou Ibojuto, guardião de Erínlè e
Abátàn,Otin, filha de Erínlè e Abátàn, Jobia, filho de Asipelu, ajudante de Erínlè, Olóògùn Èdè (Lògùn
Èdè), o “senhor” (dono) do medicamento (medicina) de Èdè, filho de Erínlè com Osun, e, por último,
Asao, duplo de Erínlè.

Erinlé, Inlé (do iorubá Erinlẹ), ou Ibualamo é o orixá da caça de Ijexá, onde passa um rio do mesmo
nome.
Erínlè quer dizer "elefante" (Erin) "na terra" (ilè) ou "terra do elefante".

Seu templo principal é em Ilobu, onde, segundo Ulli Beier, dois cultos teriam se misturado: o culto do
rio e o do caçador de elefantes que, em diversas ocasiões, viera ajudar os habitantes de Ilobu a
combater seus adversários.

Seu símbolo, de ferro forjado, é um pássaro fixo sobre uma haste central, cirundada por dezesseis
outras hastes sobre as quais se encontra também um pássaro.

O culto de Erinlé realiza-se às margens de diversos lugares profundos do rio, chamados ibù. Cada um
desses lugares recebe um nome, mas é sempre Erinlé que é adorado sob todos esses nomes. Um
desses lugares profundos é chamado Ibùalámọ (Ibualama), um dos nomes pelo qual é conhecido no
Brasil, embora geralmente considerado uma qualidade de Oxóssi.

Erinlé recebe oferendas de acarajé, inhames, bananas, milho, feijão assado, tudo regado com azeite-
de-dendê.

Origem

O culto de Erínlè está centrado ao redor do rio Erínlè, afluente do rio Òsun, que atravessa a cidade de
Ìlobùú (Ilú Òbú ou cidade de Òbú), localizada ao sul da Nigéria Ocidental, na estrada de Ogbomoso
para Osogbo (situada aproximadamente 16 km a oeste de Osogbo). Ele é a divindade padroeira de
Ìlobùú, um centro de comércio para o inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão,
quiabo que está em uma área de savana habitada principalmente por iorubás.

Òbú é um tipo de giz nativo (efun) comestível, usado para temperar comida. Era um dos temperos
principais antes do sal, da mesma forma que o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para
temperar comidas como o ekuru aró.

Tido por alguns como filho de Ainá, Erínlè é considerado por outros como filho místico de Yemonja e
de Olokun. É um orixá caçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da
floresta e da flora. Enquanto médico dominou, antes de Ossãe, o poder da botânica.

Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que
carregam os sacerdotes de Ossãe e de Ifá devido à sua importância como curandeiros medicinais. Ele
conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce em Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é
conhecido na terra dos Nupes e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na
conexão entre Erínlè e o exilado rei dos Nupes.

oxum

O presente tema apresenta, como personagem central, o Orixá Oxun, deusa do amor, das

águas doces, da beleza e da feminilidade.

Oxun teria nascido de uma concha depositada por sua mãe Yemanjá, na margens de um

grande rio ao qual empresta o seu nome, Rio Oxun, em yorubá "Odô Oxun".

É nos locais mais profundos deste rio, entre as localidades de Iguedé onde nasce e Leké, onde

desemboca numa lagoa, que Oxun é originalmente cultuada, tendo o seu templo principal

edificado nesta região, na aldeia de Oxogbo, palavra do dialeto yorubá que significa: "Oxun

atingiu a maturidade".

No percurso do rio, que corresponde à trajetória do próprio Orixá, Oxun assume diferentes

características, todas ligadas à maneira de ser das mulheres, de seu caráter e atitudes, de suas

qualidades e defeitos.

Assim, o africano se refere à diferentes "caminhos" deste Orixá, que serão descritos de forma

particular, sempre comparados a situações específicas do procedimento feminino.

Temos então, Oxun Kayode, representada pela dança de Oxun, repleta de movimentos que

denotam a sensualidade revelada na maneira de andar, de se movimentar e de proceder das

mulheres.

Yeye Kare representa o culto à beleza e à vaidade feminina, é descrita como "O Espírito que se

reflete no espelho", motivo pelo qual Oxun está permanentemente se admirando na superfície

de um espelho, do qual não se separa nunca.

O gosto pela riqueza, pela opulência e pelo uso de jóias e adornos se revela no caminho de

Oxun Bumi, onde a yagbá cobre-se de pulseiras, brincos e colares de ouro, metal que lhe

pertence por direito e ao qual está ligada de todas as formas.

Oxun Sekese representa a aparente fragilidade feminina, artifício usado para obter a proteção
dos representantes do sexo masculino.

Oxun Ibukola é a sedutora irresistível e representa o poder de sedução feminino.

O espírito maternal é representado por três diferentes caminhos onde Oxun Fumike

proporciona a possibilidade de gerar filhos, Oxun Oxogbô assiste a mulher na hora do parto,

desempenhando aí, a função de parteira e Oxun Funke é a mestra, representando a mãe que

orienta e ensina aos filhos as primeiras palavras e passos no seu primeiro contacto com o

mundo e com a própria vida.

Oxun Miwa, o Espirito das Águas Doces, está, de certa forma, ligada ao processo de gestação e

dizem que assiste e protege o feto durante todo o período de gravidez, sendo a dona do

líquido aminiótico.

A inconstância do caráter feminino é representada por Oxun Akura Ibú, que se faz presente

nos locais de encontro das águas do rio com as do mar.

A mulher guerreira, batalhadora e belicosa é representada por quatro caminhos de Oxun, nos

quais porta sempre uma espada. Nestes caminhos a Orixá é conhecida como: Oxun Apará,

Oxun Oke, Oxun Ipondá e Yeye Iberin, todas consideradas como guerreira poderosas.

A mulher madura, consciente de sua graça e elegância, revestida de respeito e classe é

representada por Oxun Ede.

A partir daí, Oxun assume características relacionadas à mulher envelhecida, cheia de manias e

preconceitos, ranzinza e implicante e é então representada por Oxun Ogá.

No último caminho, vamos encontrar Oxun Abotô, considerada velha e decrépita e envolvida

em ações misteriosas e obscuras relacionadas, talvez, à prática da feitiçaria.

Oxun, então, assume e revela todo o poder feiticeiro da mulher. Desprovida agora de

escrúpulos e do sentimento de piedade, contesta a pseudo superioridade do macho e cria uma

sociedade secreta estritamente matriarcal denominada Sociedade Gueledé, onde a face

maligna é encoberta por máscaras muitíssimo elaboradas. É Oxun Awe quem se encarrega de

organizar esta sociedade onde o homem não tem vez, devendo, tão somente, submeter-se de

bom grado às exigências de suas líderes.

Oxun, reunindo em si mesma todas as diferentes manifestações anteriormente descritas,

assume para si o absurdo poder de Yámi Ajé - a Mãe Feiticeira – e, investida deste poder,
controla a vida e a morte, punindo ou premiando indiscriminadamente, sem senso de justiça e

sem julgamento.

Aí, é representada pela grande cabaça Igbadu, símbolo do ventre gerador, encimada pelo

pássaro Oxorongá, representação do poder feiticeiro ilimitado que pode enviar aonde bem

entender de acordo com sua conveniência. Surpreendentemente, determina que esta cabaça

jamais seja vista ou cultuada por mulheres.

QUALIDADES DE OXUN SEGUNDO A SANTERIA DE CUBA

1 - IBU KOLE

Esta Oxun nasce no Odu Ogbetura e come galinha d’angola. É aquela que cuida da casa e

recolhe o lixo produzido dentro dela. Seu fio de contas é amarelo ouro intercalado com âmbar

e corais.

2 - OXUN OLOLODI

Trata-se de uma Oxun guerreira que porta uma espada. Seu adê é adornado com búzios.

Carrega um erukeré com o cabo adornado com contas de Orunmilá. Dentro de sua sopeira

coloca-se areia do mar e do rio misturadas. Entre os ararás é conhecida como Atiti.

3 - OXUN OPARA ou APARÁ. (Em Cuba: Ibu Akparo)

Esta qualidade de Oxun nasce no Odu Owónrin Meji.

Seu nome secreto é Iganidan. É aquela que reina sem coroa. É representada pela codorna. Vive

na desembocadura do rio com o mar e, segundo dizem, é surda. Come codornas e, com

Yemanjá, come duas galinhas cinzentas.

4 - OXUN IBÚ ANAN.

Esta Oxun é tocadora de tambor e nasce em Oturukponyekú. Seu orikí diz: Aquela que ao ouvir

o tambor corre em sua direção.

5 - IBU INÃNI.

Aquela que é famosa nas disputas. Seu igbá fica sobre areia de rio. Leva um abebé de metal

com dois guizos. Os ararás a chamam de "Tukusi" ou "Tobosi".


6 - OXUN IJIMU OU YUMU.

Aquela que faz inchar a barriga sem que haja gravidez. Esta Oxun é belíssima e nasce no Odu

Ika Meji. Os ararás a chamam de "Tukusi" ou de "Tobosi".

7 - OXUN IBU ODONKI.

Esta Oxun vive em cima de um pilão. Ao lado de seu igbá coloca-se um cesto com material de

costura. Seu oriki diz: O rio está crescendo e suas águas estão cheias de lixo. Entre os Ararás é

conhecida como "Tokago".

8 - OXUN IBÚ ODOÍ.

Esta Oxun come inhame e, junto dela deve-se manter sempre, um inhame cru. É estreitamente

ligada com as Iyami e possui o dom da feitiçaria. Entre os ararás é conhecida como "Fosupô".

9 - OXUN IBU OGALE.

Esta Oxun vive rodeada de telhas de barro É uma Oxun velha e guerreira, considerada a

guardiã das chaves. Os ararás a chamam de "Oakerê".

10 - OXUN IYEPONDÁ.

A lenda conta que foi esta Oxun quem liberou Xangô do cativeiro. Segundo outra lenda, esta

Oxun foi morta e atirada às águas de um rio, onde logrou ressuscitar. É guerreira e brigona.

Entre os ararás é conhecida pelo nome de "Agokusi".

11 - OXUN IBU ADESÁ.

Esta Oxun é a dona do pavão real, animal que lhe é sacrificado. Seu nome significa: "A Coroa é

Segura". Entre os ararás é conhecida como "Abotô".

12 - OXUN AYEDÊ OU EYEDE.

Seu nome significa: "Aquela que age como uma rainha". Os ararás a chamam de Iyaáde.

13 - OXUN OKPAXE ODO.

"Aquela que ressurgiu do rio depois de morta". É conhecida, entre os ararás, como "Totokusi".

14 - OXUN IBUMI.

Esta Oxun é representada pelo camarão de água doce que, por sua vez, é seu prato preferido.

Não tem paradeiro, é caminhante e fujona. Entre os ararás é conhecida pelo mesmo nome.

15 - OXUN IBU LATIE.


Esta Oxun vive no meio do rio. Só come em cabaças e seu igbá leva 15 flechas e cinco idés

dourados. Não possui coroa e quando é vestida enrola-se sua cabeça num ojá amarelo com um

filá de búzios pequeninos. Seu nome indica que possui poderes ilimitados e que tem

fundamento com Exú Elegbara. Os ararás a chamam de Kotunga.

16 - OXUN ELEKÉ OIYN.

Esta é uma Oxun guerreira e aguerrida. Seu igbá tem que estar sempre besuntado de mel de

abelhas da mesma forma que, segundo a lenda, massageava seu próprio corpo com este

material. É muito forte e carrega nas mãos um bastão com a ponta em forma de forquilha.

17 - OXUN ITUMU.

Esta é uma Oxun guerreira e que adora confusões. Veste-se de branco e usa calças compridas

como os homens. Dizem ser uma temível amazona que nas águas combate montada num

crocodilo e na terra, no lombo de um avestruz. Habita as lagoas de águas doces e pode ser

encontrada sempre na companhia de Inle e de Azawani. Os ararás a cultuam com o nome de

Hueyagbe

18 - OXUN TINIBÚ.

Esta Oxun vive com Igbadu e nasce no Odu Ireteyero. É a matriarca da Sociedade das Iyalodes.

Come cabra, cuja cabeça, depois de seca, é colocada sobre seu igbá. Conta a lenda que tem

uma irmã chamada Miuá Ilekoxexe Ile Bomu, que é cultuada junto com ela. Esta outra Oxun

não toma a cabeça de ninguém.

19 - OXUN AJAJURA.

Esta Oxun vive em lagoas, não usa coroa e é muito guerreira. Em seu igbá coloca-se um casco

de tartaruga.

20 - OXUN AREMU KONDIANO.

Teria sido a primeira a se manifestar numa cabeça humana. Veste-se inteiramente de branco e

seu fio de contas é de nácar e coral com gomos de contas verdes e amarelas (de Orunmilá).

Trata-se de uma Oxun muito misteriosa. Tem estreita ligações com Obatalá, chegando, por

vezes, a ser confundida com ele. Esta Oxun, segundo um itan do Odu Ogbekana, foi quem

ajudou Orunmilá a esquartejar o elefante. Os ararás a chamam de Tefande.


21 - OXUN IBUSENÍ.

Esta Oxun vive nas pequenas poças d’água que se formam próximo das margens dos rios. É

assentada em duas sopeiras. Cada uma com um otá. É conhecida como Ajuaniynu, entre os

ararás.

22 - OXUN IBUFONDÁ.

Esta Oxun morreu na companhia de Inle. Está sempre em guerra e não abre mão de uma

espada. Seu prato predileto é o inhame. Os ararás a conhecem como Zehuen.

23 - OXUN IBU ODOKO.

Esta Oxun é muito poderosa e nasce em Ogbekana. É agricultora e acompanha Orixaoko.

24 - OXUN AWAYEMI.

Esta Oxun nasce em Oyeku Meji. É inteiramente cega e vive na companhia de Azawani e

Orunmilá.

25 - OXUN IBU ELEDAN.

Esta Oxun nasce no Odu Oxe Leso (Oxe Irosun). É a dona das fossas nasais Come cabrito

capado e pequeno.

26 - OXUN IDERE LEKUN.

Nasce no Odu Oturasá. Vive nos buracos formados nas pedras pelas ondas do mar nos locais

de encontro do rio com o mar. Leva um atabaque de cunha chamado "koto". Não usa coroa e

esconde o rosto que é deformado, com uma máscara de bronze.

27 - OXUN IBU INARE

Vive sobre o dinheiro e, na praia, sobre o caramujo aje. Esta Oxun não gosta de dar dinheiro a

ninguém.

28 - OXUN AGANDARÁ.

Esta Oxun nasce no Odu Ikadi. Vive sentada numa cadeira de braços ou num trono. Seu igba

deve estar sempre coberta com folhas secas de oxibatá e oju oro

oloje iku ike obarainan


XoroQuê

Ogum Xoroquê no Brasil é cultuado com diferenças em relação a África, onde é conhecido como
Xoroquê ou, mais precisamente Exú Xoroquê.

Sendo ele o guardião das porteiras no Gêge.

Cultuamos Xoroquê como uma dualidade.

Metade Exú metade Ogum.

Sempre que fazemos algo para ele, temos que ter em mente que essas duas entidades distintas
fundem-se em um só quando realizados os seus atos.

Ao lidarmos com essa energia toda precaução é pouca, uma vez que ele sempre está pronto para
ajudar, mas, não conhece a palavra perdão.

Dono do ouro e da magia é constantemente chamado para abrir caminhos, algumas pessoas
despreparadas insistem em chamar esse Orixá para ajudar na solução de problemas variados, desde
a abertura de caminhos até mesmo nas questões financeiras e amorosas. Mas, se por ventura não
alcançam seus objetivos, se enfurecem e alguns até mesmo blasfemam.

O que acontece é que Xoroquê assim como alguns Orixás, não atende pessoas que não sejam
devidamente preparadas para a realização de seus atos ritualísticos mais complexos.

Xoroquê sempre atende os pedidos a ele feitos com fé e justos, mas, a pessoa que a ele se dirige
deve tomar alguns cuidados como, por exemplo, dar a ele tudo o que for prometido, pois uma vez
negativado com a pessoa, ele pode tirar tudo que deu.

Se bem tratado, se respeitado e cultuado com veemência, dará muito mais do que a pessoa pediu e
claro, que esteja em seu merecimento receber.

Seus iniciados quando praticam qualquer ato contrario às determinações dele, são cobrados de
forma severa, e, essa cobrança pode ser de três, sete ou vinte e um anos, dependendo do erro.

Ogum muito briguento e feroz, e quando bravo se transforma em um Exú.

Tem por hábito pegar as quizilas e problemas de seus filhos e adeptos para ele mesmo.

Seu nome em Yorúba significa: Xoro = Cortar, Ké = feroz. Assim sendo, Xoroquê, se traduz como:
aquele que corta ferozmente. Apenas pela tradução de seu nome podemos ver que se trata de uma
entidade totalmente versátil assim sendo precisamos tratá-lo com cuidado, disciplina e harmonia.

Xoroquê pela sua versatilidade tem passagem entre o mundo dos vivos e o mundo dos Orixás,
encarnados e desencarnados.
Mitologia

Na mitologia do primitivo povo africano, há a menção de 600 deuses primários, divididos em duas
raças, a dos 400 dos Irun Imole, deuses do Céu e a dos 200 Igbá Imole, deuses da Terra.

Da união entre estas duas raças, que entraram em confronto, surgiram dois grupos distintos de
deuses secundários, os Orixás da raça do Irun Imole, e os Ebora da raça dos Igbá Imole, e destes
surgem duas classes de deuses, os Orixá Funfun, brancos, e os Orixá Dudu, negros, que se unem e
formam uma terceira classe, a dos Orixá pupa, deuses vermelhos, divididos entre Omodê Okunrin ou
Descendente Masculino e Omodê Obirin ou Descendente Feminino.

Quando os Igba Imole cessaram as disputas com os Irun Imole, um destes Omodê Okunrin
denominado Ogun, foi designado por Olodunmarê, para ser o Guardião dos 200 Igbá Imole, e
mensageiro entre as duas raças de deuses, seria designada uma terceira raça de deuses primários,
denominados de Imole Exú.

Denominados pelas qualidades como Imole Exú Yangui, Imole Exú Agba, Imole Exú Igbá Ketá, Imole
Exú Okotô, Imole Exu Odara, Imole Exú Osije, Imole Exú Eleru, Imole Exú Enú Gbarijo, Imole Exú
Elegbara, Imole Exú L’Onan, Imole Exú Odusô e outros nomes como protetores de cidades, como
Lalu, Akessan, Alaketu, Baralakossô e guardiões e servidores dos Orixás Omodê Okunrin e Obirin,
como Imole Exú Gulutú, do Orixá Okô ou o Imole Exu Sorokê, do Orixá Okê.

O culto ao Orixá Omodê Okunrin Okê, englobaria o Imole Exu Sorokê, e por ser o Orixá-Okê um deus
Odé ou Caçador ligado a Montanha, unindo ao culto de Ogun, que também é um Odé, muito ligado
ao Orixá Omodê Okunrin Okô e ao Orixá Omodê Okunrin Oxóssi, deuses relacionados à agricultura e
a caça.

Já que Ogun e Exú são ligados um ao outro, é provável que tenham se fundido o deus Ogun com esse
Exú, criando o chamado Orixá Meji ou Duplo, neste caso metade Ogun e metade Exú Sorokê.

O Nome Sorokê, pode derivar de Osô-Arô-Okê, sendo que a partícula Osô significa, detentor do
poder mágico, Orô, deus antigo e Okê é a montanha, formando então o nome: antigo deus da
montanha detentor do poder mágico ou mais comumente, Senhor do Alto da Montanha.

A nomenclatura Osô é um termo também utilizado para os antigos feiticeiros, ou designar feitiço,
maldição, bem como nomes de deuses antigos como Osôgbô, Osô, deuses relacionados aos vulcões e
montanhas, associados aos Vodun da família do Raio e do Trovão, como Heviosô, ao deus Dzacuta ou
Xangô.

Ogun sendo um deus da forja dos metais e do fogo, se fundiu, ou confundiu-se, com o Orixá Okê e
seu Exú Sorokê ligados não somente ao pico das montanhas, mas também aos vulcões.

Ogun Sorokê, portanto, é um Ogun ligado aos vulcões, ao magma e ao culto aos Osô ou feiticeiros
seguidores de Okô.

É além de um deus vulcânico um grande feiticeiro, portador do segredo da forja de todos os metais,
inclusive do ouro.
É descrito metade Imole Exú Sorokê e metade Ogun, sendo portanto um deus da guerra, dos
caçadores, da forja dos metais, das armas e da magia contida no ouro e no ferro.

Ogun Xoroquê não é exú de Umbanda, nem Egun, nem caboclo encantado, ekunrun e afins, é um
Orixá que surgiu de um culto do Orixá Okê e seu Imole Exú Sorokê fundido com o culto do Ogun
Xoroquê .

Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma, ele estava com muita sede, e
zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê, gritou ferozmente e
cotou-se cruelmente no alto da montanha, cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o
mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as
terras dos Ibos, para o Daomé, até para o lado dos Ashantis, sempre furioso, guerreando, lutando,
invadindo e conquistando.

Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não
ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu.

Antes que ele chegasse a Ire, um Oluo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a
Xoroquê, um Aja, cachorro, inhame, e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo
prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu
louvor.

Todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando
Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população eles fizeram o
recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez
que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando até a ser
considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso
Rei de Ire.

ARQUETIPO

Fisicamente, os filhos de Xoroquê são magros, mas com músculos e formas bem definidas.

Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam e gostam de brigas. Se não
fizerem a sua própria briga, compram a de seus camaradas, impetuosos, autoritários, cautelosos,
trabalhadores, desconfiado e um pouco egoísta .

Sexualmente os filhos de Xoroquê são muito ativos, trocam constantemente de parceiros, pois
possuem dificuldade de se fixar a pessoa ou lugar.

São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão.

Gostam de pisar a terra com os pés descalços.


São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir seus objetivos, são pessoas que
mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente e vencem. São pessoas extremamente pontuais
e ficam enlouquecidos quando uma pessoa se atrasa ou cancela um compromisso previamente
agendado seja por que motivo for.

Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de
comandar, são líderes natos.

Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas
nem sempre. Geralmente, os filhos de Xoroquê são pessoas alegres, que falam e riem alto para que
todos se divirtam com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.

O filho de Ogum Xoroquê sente em seu organismo quando Exú esta aflorado ou o Ogum, somente
ele sabe desta mudança, motivo pelo qual são considerados irresponsáveis, pois ninguém nunca sabe
o que ele vai fazer ou esta pensando, são muito imprevisíveis, nem eles sabem qual vai ser a atitude
diante de uma situação.

Por isso as pessoas tem que ter muita paciência com os filhos de Ogun Xoroquê.

Ogum Xoroquê esta sempre a flor da pele e os filhos agem de forma muito parecida com o Orixá.

Resumindo, os filhos de Ogum Xoroquê são problemáticos.

Quando Ogun Xoroquê negativa com seu filho é muito difícil conseguir agô.

Este filho apanha por um período de sete anos, quatorze e ou vinte e um anos.

Portanto todo o cuidado é pouco.

Os filhos de Ogum Xoroquê quando apanham de seu pai, apanham de uma forma muito rude em
relação aos outros Orixás.

Ogun Xoroquê só atende aos pedidos feitos por Iemanjá ou Xapanã, quando esta rebelde .

Os filhos de Ogun Xoroquê conseguem tudo com muita facilidade, isto quando esta em dia com seu
Orixá, mas se vacilar ele toma tudo inclusive aquilo que ele não deu.

QUALIDADES DE OYÁ

O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país.
Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se
conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada
da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove
braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).

Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada com o elemento fogo. Na
realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade,
de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.

A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha
sem chover.

Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a
sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu
amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa
forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que
são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel
feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do
sustento.

O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características
próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de
paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e
verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se
orixá.

Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante,
mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva.
Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas
convicções e aos seus sentimentos.

Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à
fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade,
surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois
essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e
da caça.

Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-
la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e
vence.
Características dos filhos de Iansã / Oyá

Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os
prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que
por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de
felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para
outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo
contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.

Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que
ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando
controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa,
que deve permitir que se tornem os senhores da situação.

Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais
prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma
desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.

O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim
de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de
morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.

Foi a única mulher de Xangô que o acompanhou na sua fuga para a terra de Tapa, mas se
desencorajou em Ira, sua cidade natal, onde, de acordo com o ditado “Oyà wole ni ile Ira, Sango wole
ni Koso” (Oyà entrou na terra na casa de Ira, Xangô entrou em Koso), ela suicidou-se ao receber a
noticia da morte de Sango. Oya tornou-se a divindade do Rio Níger. Os tornados e tempestades são
as marcas do seu descontentamento.

Qualidades:

Oyà Biniká

Oyà Seno

Oyà Abomi
Oyà Gunán

Oyà Bagán

Oyà Onìrá

Oyà Kodun

Oyà Maganbelle

Oyà Yapopo

Oyà Onisoni

Oyà Bagbure

Oyà Tope

Oyà Filiaba

Oyà Semi

Oyà Sinsirá

Oyà Sire

Oyà Gbale ou Igbale (aquela que retorna a terra)que se subdivide em:

· Oyà Gbale Funán

· Oyà Gbale Fure

· Oyà Gbale Guere

· Oyà Gbale Toningbe

· Oyà Gbale Fakarebo

· Oyà Gbale De

· Oyà Gbale Min

· Oyà Gbale Lario

· Oyà Gbale Adagangbará

Estas Oyàs Gbale ou Igbale estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as
almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu, Ogun e Exú.

Oyà Mesan – Um de seus epítetos. Espírito meio animal meio mulher, foi esposa de Oxóssi e Xangô

Oyà Petu – Nesse aspecto ela convive com Xangô. Senhora dos ventos, esposa de Xangô e amante de
Ossain, fundamento com as árvores e suas folhas, guerreira usa cobre.
Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira, guerreira e agressiva, companheira de Oxum, dona das estradas,
principalmente com nas encruzilhadas, tem quizila com Ogum.

Oyà Odo – Simboliza o amor e o sexo, o prazer, fundamento na água.

Oyà Bagan – Fundamento com Oxossi

Oyà Egunita – Fundamento com Ogum Wari e Ode

Oyà Onisoni – Fundamento com Omulú

Oyà Tope – Uma de suas formas. Fundamento com Ogum Soroquê

Oyà Agangbele – Nesse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.

Oyà Lesseyen – Uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.

Oyà Ate Oju – Orixá Igbale num aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.

Oyà Ogaraju – uma das mais antigas no Brasil.

Oyà Arira – Uma de suas formas.

Oyà Doluo – Eró Ossain; culto Nagô.

Oyà Kodun – Eró com Oxaguian.

Oyà Bamila – Eró Olufon.

Oyà Kedimolu – Eró Oxumare = Omolu.

Onira - A Rainha de Ira

Esse caminho está ligado ao culto de Oyá, porém é um orixá próprio, que foi atribuído ao culto de
Oyá. Onira é companheira de Opará, contudo aparece algumas vezes na figura também de mãe de
crianção de Logun, porém acredito que seja Logunere, quem criou Logun, e não Onira. Senhora dos
ventos, Onira é dona do vento que faz curva, por isso alguns fundamentos desse orixá são feitos em
barrancos e falésias. Associada a água, por sua ligação com Oxum, Ogum e Oxaguiã.

Onira e Oxum

Onira era um bela jovem, sua beleza encantava a todos, porém isso incomodava Oxum, pois Onira se
vangloriava de seus dotes o tempo todo. Um belo dia Oxum, manda Exu ir até um aldeia muito longe,
próxima a costa, pois ela ouviu falar que existia um espelho, que ficava escondido entre as areias
brancas de Olokun, esse espelho na verdade era uma concha que refletia o lado mais escuro e
escondido de alguém. Então assim fez Exu, que demorou dias em busca do lendário espelho. Então
ele retornou para o reino de Oxum e entregou a ela a peça. No mesmo dia Oxum chamou Onira para
que pudesse passar um dia com ela, e então as duas conversaram, comeram e ao cair da tarde, Oxum
disse a Onira, que Exu havia lhe trazido um espelho que demonstrava a verdadeira beleza, Onira
ficou super curiosa de pediu a Oxum para ver , e então Oxum, muito esperta deu a ela o objeto,
nesse momento Onira se viu feia, deformada. Triste e envergonhada ela saiu correndo e foi chorar a
beira de um riacho, vendo aquilo, Olorun fica penalizado e decide dá uma lição em Oxum. O senhor
do orun, então funde o espíritos das duas, onde uma dependeria da outra para tudo, e que uma não
comeria sem a outra, e assim até hoje, Oxum Opará e Onira caminham juntas, inseparáveis.

Onira e o rei de Irá

Na cidade de Ira, morava o Alafin Ira, ou o rei de Ira, que tinha muitas esposas, porém não tinha
amor por nenhuma delas, as achava burras porém elas eram ótimas tecelãs, e mantiam a economia
do reino.

Então ele chamou seu Conselheiro e pediu que fosse a todas as aldeias atrás da mulher mais bela e
prendada. Então o Conselheiro seguiu de aldeia em aldeia atrás da suntuosa esposa que Alafin tanto
queria, após andar muitas léguas, o Conselheiro já com sede, viu de longe uma jovem, carregando na
cabeça uma trouxa, então ele correu em direção a ela e pergunta se ela tem um pouco de água para
lhe dá, a moça no mesmo momento tira de dentro da trouxa, uma cabaça com um pouco de água,
vendo a atitude doce e gentil, o Conselheiro consegue vê que a moça era nobre, além de bela, porém
só faltava o principal, o fator que a diferenciasse das outras. Ele decide então conversar com ela, e a
leva imediatamente para a cidade de Irá, chegando lá, todas as canditas mostravam seu dotes ao rei,
e quando chegou a vez da moça, ela se apresenta ao rei:

- Sou aquela que será a rainha de Ira, sou filha do vento e da água.

- E tú o tens a mostrar? - Diz o rei sem muita paciência.

- Sei que o povo de Irá é famoso por seus tecidos de cores diferentes, porém não conseguem fazer
todas as cores - Diz ela de olhos baixos

- Como ousa dizer isso, não existe no mundo quem consiga reproduzir as cores que existem na
natureza.

- Sim, existe alguém capaz disso! - Fala a moça.

- Então mostre!
- A moça tira de sua trouxa o camaleão, e o coloca em cima de sua roupa e o animal então se torna
da mesma cor, e assim em tudo que ele encosta.

O rei fica maravilhado com a inteligência da moça, e a torna a rainha de Ira, sendo chamada a partir
daquele momento de Onira.

Roupa e Aparamentas

Onira pode usar rosa com dourado, assim como azul claro. Suas aparamentas são delicadas e não
possuem cores fortes, usa espada, e abebé, e também tem o direito de usar o eru, pois é uma rainha.
Suas indés podem ser alternadas de cobre e douradas.

Seus filhos

Seus filhos possuem assim como orixá, características tanto de Oyá quanto de Oxum, são fortes e
determinados, românticos. São muito prestativos e fazem um pouco de cada coisa. Tem grande
capacidade de adaptação e também ótimas mães ou pais. São doces e se magoam muito fácil,
rancorosos. Cheios de iniciativa, vão a frente, mesmo que todos digam que não vai dá certo, eles vão
e fazem. São ótimos chefes, porém tem dificuldade em receber ordens. São super vaidosas, e tem
muito bom gosto. Amam a família e procuram sempre ajudar a todos.

Oyá Logunerè

Logunerè

O Nome do orixá Logunerè, significa em yorubá: “Da Guerra de Ere”, e Ere é uma cidade da Nigéria.
Patrona dessa cidade, foi associada ao culto de Gbale aqui no Brasil, e também aos orixás: Ogun,
Omolu e Logun. Além da arte da guerra, Logunerè conhece a caça e trás consigo um forte extinto
materno, como podemos ver na lenda adiante.

Logunerè e o filho de Oxum

Logunerè era uma moça simples que vivia em um vilarejo próximo a Ire, e a cidade de Ypondá, era
uma excelente caçadora e também conhecia a mata e o poder das ervas medicinais. Ogum havia
instalado naquela região uma guerra que seguia de Irè até Daomé, por onde passava conquistava,
contudo deixava para trás um rastro de destruição. Então Logunerè e Omolu, iam de tribo em tribo
ajudando os feridos. Em uma dessas missões, os dois andavam pela mata fechada próximo a Ypondá,
cortando caminho entre uma aldeia e outra, e de longe ela viu um menino correndo, era Logunedé,
que decidiu brincar com casa de abelha, literalmente, então ela em um estalo rápido pediu que
Omolu, com suas palhas afastasse as abelhas do menino, e assim ele fez. Logunerè acalmou Logun e
levou a até Oxum, que agradeceu a Omolu e também deu a ela uma abebé banhada no mais puro
cobre e pediu que ela ensinasse ao menino como lutar, para que ele se defendesse, assim Logunerè
cuidou da educação de Logun, e deu a ele a ofangi, que mais tarde ele usaria para lutar na guerra de
Edé.

Roupas e Aparamentas

Esse orixá usa as cores, coral, rosa, verde folha, carrega espada, ofá e uma abebé em forma de leque.
Em suas aparamentas podemos coloca prata, búzios ou até mesmo mariwò desfiado.

Comida

Como acarajé e abará.

Seus filhos

São pessoas fortes e trabalhadoras, quando mulher, o extinto materno é muito forte. Em suas vidas
eles aprendem sempre a lidar e cuidar de doentes. São sérios, introvertidos, e sempre procuram a
razão para tudo, pois o amor sempre lhe causam feridas profundas. São pessoas que amadurecem
muito rápido. São comprometidas com orixá e não tem medo de função. Tem poucos amigos, pois
não conseguem demonstrar seus sentimentos com facilidade. São ótimos educadores.

O PORQUE DE OXOSSI NÃO ACEITAR CABEÇA EM SEU ORÔ

O Ori dos bichos de Oxossi.

O Ori(cabeça) dos animais de Oxossi são um Ewo(uma interdição)deste Orixá. "Oxossi não come a
cabeça dos bichos"!
Vamos descrever o mito que explica porque não se oferece o Ori(cabeça) dos bichos à Oxossi.

Comemorando uma caçada vitoriosa, Oxossi deu uma grande festa. Matou um boi e colocou a
cabeça na porta do palácio.

Todos os Orixás se faziam presentes na grande festa; Oxum com sua faceirice encantava à todos;
Yemanjá com sua elegância, coberta de jóias; Xangô dançava freneticamente ao som dos tambores...

Os bandidos da aldeia vizinha souberam da grande festa dada por Oxossi e se puseram à espreita,
aguardando o momento certo para saquear o palácio.

Avançaram, mas quando chegaram na entrada do Palácio a cabeça do boi mugiu, avisando à
presença dos inimigos, os quais foram imediatamente pegos e mortos, ficando o palácio salvo do
saque.

Desse dia em diante, Oxossi exigiu que não se oferecesse cabeças em seus rituais. E em consideração
passou a cultuar o boi como um animal sagrado.

Apenas uma qualidade de Oxossi aceita a cabeça do boi.

Òrìsà Òsògìyán

Oxaguian no Brasil ou simplesmente Òrìsà Òsògìyán como ele mais gosta de ser chamado, Ewúléèjìbò
“Senhor de Ejigbô” onde é tratado por Kábiyèsi, é um dos Orixás mais emblemáticos do candomblé.
Sobre ele também recai uma série de segredos rituais guardados pelos terreiros, embora muitas
coisas já se tenham escrito. Acredito sim nessa complexidade em se cultuar o maior dos Orixás, pois
sua energia é tão suave, tão magnífica, magnânima e tão sutíl que nem todo mundo tá preparado
para se harmonizar e poder interagir de seu Axé.

Conta um itãn que Oxun Aiyan’lá, de acordo com uma de suas histórias, ela teria dançado pela
primeira vez na presença de Òsògìyán e fez todo o mercado lhe acompanhar. É por este motivo que
filhas de Oxun Aìyan’lá, a fim de agradar Òsògìyán envia clarins para homenagear o Orixá, ato que se
pode observar em alguns terreiros antigos.

Os mitos afro-brasileiros sobre este ancestral nos permitem perceber que Oguian liga-se a comida. A
sua festa é o ponto culminante do chamado Ciclo das Águas, representado pelos inhames novos
presenteados pela terra após um período de dificuldades. Òsògìyán, assim, o dono do inhame. É ele
quem garante o nosso sustento de cada dia representado pelas raízes, conhecido por Orixá comedor
de inhame pilado (Oxaguian), pois inventou o Pilão para melhor preparar seu prato favorito.

O Grande Òsògìyán em momentos de crise representa a estabilidade; em ocasiões de guerras, a


estratégia; na tristeza é a alegria, no fim é o recomeço, é o Orixá de todos os momentos. De acordo
com suas histórias, ele teria passado em Irê, a terra de Ògún, e graças à sua inteligência idealizou
armas forjadas pelo grande ferreiro. A amizade entre o povo de Ejigbô foi tanta que Ògún, certa
ocasião, se ofereceu para ir à frente de uma batalha lutar pelo povo de Ògìyán que na volta foi
aclamado Senhor vestindo-se de branco.

Diz-se também que o Orixá que adora inhames é amigo inseparável de Oyá e dela ganhou os Atorís,
com quem anda sem pisar no chão levado pelo vento que lhe conduz a todos os lugares. Por isso,
filhos dessa Orixá se sentem plenamente atraidas por estarem perto dos filhos deste Orixá. Osogiyan
põe um ponto final no fim e inaugura aquilo que é infinito, pois diante dele tudo é recomeço.

Òsògìyán é o Orixá do renascimento, tudo que forma um ciclo se mantém graças a ele. Este é o
motivo pelo qual no dia a ele consagrado se realiza uma pequena procissão. Ele representa a volta
para a casa, a estabilidade dos grupos que até então vagavam sem destino. O terceiro Domingo do
ciclo das Águas de Oxalá é representado pelo ” Ojó Odò” (dia do Pilão) de Òsògìyán, pois fecha o ciclo
de renovação da existência.

Com o Orixá Sàngó, coluna central do culto reorganizado no Brasil pelos Yorubas e seus
descendentes, Ògìyán se relaciona como outrora os reinos de Ejigbô e Ifon estavam ligados à Oyó,
fato relembrado pelo pilão, instrumento de vital importância para a fixação dos grupos na terra. Se o
pilão é o centro do mercado, a mão de pilão é o instrumento que repete o movimento que liga o céu
à terra, garantindo a nossa permanência através da comida, do inhame dado em forma de presente
por Osogiyan. O pilão como o ferro ilustra uma nova etapa da história da humanidade. A partir dele,
pode-se falar em comidas mais elaboradas, preparar a farinha e conservar melhor os alimentos. O
Pilão representa a justiça, o equilibrio provocado pelas duas bocas do pilão, seus Ìsáns representam o
poder ligado a Irôko ancestralidade, vida e morte, a espada representa a luta diária pela paz social.

Òsun é verdadeiramente o coração de Osogiyan, dizem os antigos que “Òsun é sua menina dos
olhos”. Ela dança também para ele. É Òsun quem vai a frente das mulheres da terra de Ijexá que
inventaram um tipo de tambor apenas tocado por elas. Instrumento na sua origem feminino como as
cabaças, cujo som remete ao mesmo produzido na vida uterina. Oxun teria ensinado estes sons para
a humanidade, escutando a sua própria barriga. Mantém relações também com Ewá, ilustrada
através de uma das passagens míticas mais emblemáticas. Ewá, aquela que tem o poder de
transformar-se em qualquer coisa, lhe teria salvo da morte, garantindo assim a continuidade do ciclo
da vida.Osogiyan como já falamos, relaciona-se também com os Orixás caçadores e caçadoras. Daí a
sua relação com Òsóòsì, considerado líder e cabeça da grande caçada. Com Òsanyìn interage
estratégicamente com o pássaro, as magias e todo tipo de feitiçaria “Òsò”, prefixo de seu nome
estabelece a parceria, o sumo da folha, etc. Com Obà divide a essência guerreira
feminiana/masculina, a guerra através dos sentimentos do coração, do amor e da paz.

Osogiyan anda através de passos mais rápidos, determinados. Em guerra constante, a prontidão, o
alerta nunca lhe precedem, pois ele é a própria luta, relembrada num de seus títulos de pronúncia
mais evitada: “Baba O’Lorogun”, literalmente “pai da guerra”. O Orixá que carrega todas as armas,
ora caçador, ora rei, ora a guerra, mantém relações também com Yemanjá, pois ela é responsável
pelo equilíbrio, o principio ancestral, o mundo só é inteligível, graças àquela que mantém as nossas
cabeças (ìyá Orí) que suaviza a sua chegada. Com Jagun forma talvez a parceria mais intrigante,
caminham juntos e às vezes se confundem entre si, guerreiros inseparáveis. Com Airá, o
conhecimento da impulsividade, dando a este exatamente o oposto, os dois lados da moeda, julgar
pela razão e não pela emoção. Com Nàná a grande Iyabá se confraterniza, a grande metáfora vida e
morte.

Òsògìyán representam o começo da humanidade, o sol nascente, a vida que chega no primeiro raio
de sol, o Pai do dia.

Quando entramos em contato com os elementos, entramos em conexão com o mundo divino e seus
respectivos senhores através de seu axé. Alguns se conectam a nós através da musica, outros através
das àguas, do Fogo, da Terra, dos metais, minerais, do vento ou simplesmente do silêncio. Ele
também se revela no silêncio na quietude e mansidão. Ele está em todos os níveis!

Com Odùduá, Orixá matéria que é responsável pela abertura no primeiro Domingo das “Águas de
Oxalá”, a grande mãe progenitora feminina que representa a Terra, e com Olúfón (Oxalufan) Orixá
cujo o templo é em Ifón, responsável pelo segundo domingo das “Águas de Oxalá”, a procissão de
Obatalá,o Ebô repartido entre todos os presentes.

Senhor do Igí Opé Íwìn, Akinjolê, Babá Ikíre, Babá Eléèjìgbò, Oxaguian, Ògìyán com tantos nomes que
pode ser conhecido, Babá mí Òsògìyán, mò jùbá.

Oxumarê e Euá

Oxumarê é um Orixá, equiparado ao Vodun Djeje Dan. Oxumarê é o Orixá que representa a
continuidade e permanência, costuma ser

representado por uma serpente que morde a própria cauda. Oxumarê costuma ser, erroneamente,
tratado como um Orixá andrógino, o que é totalmente errado, pois ele é totalmente masculino,
existe sim uma Orixá equivalente a Oxumarê e que é feminina, trata-se de Ewá, que é sua fêmea.É
representado por uma cobra e por um arco-íris, e podendo ser considerado sendo esses mesmos
dois símbolos. Suas funções não são muito fáceis de definir, pois são múltiplas. É o senhor do
opostos, dos antônimos, do bem e do mal, do dia e da noite, do positivo e negativo, do macho e
fêmea. Oxumarê é o símbolo da continuidade, e é representado com a serpente que morde a própria
calda, formando um circuito fechado, um círculo. Ou seja, representa o que não tem fim, o que se
regenera, o que se transforma. A troca da pele da cobra é um de seus simbolos permanentes.

É continuo, é o Orixá da tese e da antítese. Simboliza também a força vital do movimento, a ação da
eterna transformação. É encarregado de produzir e dirigir forças que produzem o movimento. É o
senhor de tudo que é alongado, dentre inúmeros que podemos pensar neste instante, o cordão
umbilical é um dos principais exemplos.

É considerado ambivalente sexual, mas é do gênero masculino, em suas oferendas animais deve
conter machos e fêmeas, fazendo conotação aos opostos que se unem e formam um todo.
Sustenta a Terra e a impede de desintegrar-se. É a riqueza e a fortuna. As pedras NANA ou AIGRY,
denominam-se Dan Mi, e são consideradas os excrementos deixados por Oxumarê por onde ele
passa. São pedras muito usadas por nobres e possuem uma cor azulada podendo ser consideradas
Turquesas. Na antiguidade, esta cor somente poderia ser usada por reis ou por pessoas de muito
poder aquisitivo, por ser um símbolo de nobreza.

Em seu transe, este Orixá é ornado com vários bradjas, que são grandes colares confeccionados
completamente com búzios, o qual se parece com escamas de cobra. Quando Oxumarê dança faz
soar um ruido semelhante ao guizo de uma cascavel, ou ao som que uma cobra faz ao se mover pelo
chão.

Acredita-se que a função de Oxumarê não cabe apenas aos mortais mas aos Deuses também. Existe
um itán que cita Dan sendo responsável pelo fornecimento de água nos espaços sagrados do Orun,
ele recolhe a água na Terra e leva ao céu, depois de purificada, manda novamente em forma de
chuva. Sendo o ato da chuva um fenômeno masculino, logo após vê-se o arco-íris, seu aspecto
feminino. Oxumarê é o movimento circular de rotação da Terra e o movimento de translação desta
ao redor do Sol.

Ósùnmáré a gbé órùn lì apà irà

(Oxumarê permanece no céu que ele atravessa com o braço)

Voduns confundidos com qualidades do Orixá Oxumarê

Dan - Vodum corresponde ao Orixá Iorubá Oxumarê, constitui uma qualidade deste último: é a cobra
que participou da criação. É uma qualidade benéfica, ligada a chuva, à fertilidade de abundância;
gosta de ovos e de azeite de dendê. Como tipo humano, é generoso e até perdulário.

Dangbé - Vodun mais velho que seria o pai de Dan; governa os movimentos dos astros. Menos
agitado que Dan, possui uma grande intuição e pode ser um adivinho esperto.

Becém - dono do terreiro do Bogun, é Vodun veste-se de branco e leva uma espada. Becém é um
nobre e generoso guerreiro, um tipo ambicioso, combativo, menos afetado e menos superficial que
Dan. Aido Wedo, também é um Vodun tido como Oxumarê.

Azaunodor - é um Vodun tido como o príncipe de branco que reside no baobá, relacionado com os
antepassados; come frutas e "leva tudo de dois".

Aspectos Gerais
DIA: Terça-feira

DATA: 24 de Agosto

METAL: Ouro e prata mesclados

CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris

COMIDAS: Ovos cozidos com azeite-de-dendê, farinha de milho e camarão seco.

SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá.

ELEMENTOS: Céu e terra

REGIÃO DA ÁFRICA: Mahi (no ex-Daomé)

PEDRA: Zirconita

FOLHAS: Folha de café, alfavaca-de-cobra, jibóia, oriri.

ODU QUE REGE: Obeogundá e Iká

DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes.

SAUDAÇÃO: Arô Boboi!!!

A saudação de Oxumarê pode ser traduzida como O importante que transporta, pois Arô é traduzido
como pessoa importante, Bó é traduzido como suporta ou leva, Bò é traduzido como carrego e Yí
pode ser traduzido como retorna.

Oriki de Oxumarê

Ósùnmáré A Gbe Orun Li Apa Ira

(Osumare permanece no Céu que ele atravessa com o braço)

Ile Libi Jin Ojo

(Ele faz a chuva cair na terra.)

O Pon Iyun Pon Nana

(Ele busca os corais, ele busca as contas nana )

O Fi Oro Kan Idawo Luku Wo

(Com uma palavra ele examina Luku)

O Se Li Oju Oba Ne

(Ele faz isso perante seu rei)


Oluwo Li Awa Rese Mesi Eko Ajaya

(Chefe a quem adoramos)

Baba Nwa Li Ode Ki Awa Gba Ki

(O pai vem ao pátio para que cresçamos e tenhamos vida)

A Pupo Bi Orun

(Ele é vasto como o céu)

Olobi Awa Je Kan Yo

(Senhor do Obi, basta a gente comer um deles para ficar satisfeito)

O De Igbo Kùn Bi Ojo

(Ele chega à floresta e faz barulho como se fosse a chuva)

Okó Ijoku Igbo Elu Ko Li Égùn

(Esposo de Ijo, a mata de anil não tem espinhos)

Okó Ijoku Dudu Oju E A Fi Wo Ran

(Esposo de Ijoku, que observa as coisas com seus olhos negro.)

Orin Oxumarê

Òsùmàré

Wàlé lé mo rí, Òsùmàré

Lé´ lé mo rí ó, ràbàtà

Lé´ lé mo rí

Òsùmàré

Ele está sobre a casa.

Eu vi , ele é imenso.

Ele está sobre a casa, é Oxumarê

Oxumaré está sobre a casa

Eu vi Oxumaré.
Aláàkòró lé èmi ó

Aláàkòró lé ìwo

Aláàkòró lé èmi ó

Aláàkòró lé ìwo

Òsùmàré ó ta kéré

Ta kéré ó ta kéré

Òsùmàré ó ta kéré

Ta kéré ó ta kéré

O Senhor do àkoró esta sobre mim.

O Senhor do àkoró sobre você.

O Deus do arco-íris movimenta-se

rapidamente.

Para diante, adiante , adiante.

Euá

Euá é uma deusa da lagoa, é a irmã mais nova de Oxum e é quase tão bela quanto a irmã, Euá rege o
que é intocado e por conseqüência dos segredos. Segundo uma de suas lendas Euá transformou-se
num rio cristalino, de água potável para que seus filhos se livrassem da morte pela seda. Assim como
Oxumarê, Ieuá também rege as transformações, pois é considerada sua fêmea e por esta razão o
acompanha sempre em sua jornada no ciclo das águas. Euá é a cor branca oculta do Arco-íris.

Ela esta ligada às mutações dos vegetais e animais; ela esta ligada às mudanças e transformações,
sejam bruscas ou lentas. Ewá é o desabrochar de um botão de rosa, ela é uma lagarta que se
transforma em borboleta, ela é a água que vira gelo e o gelo que vira água. Euá é a beleza contida
naquilo que tem vida é o som que encanta, é a alegria, é a transformação do mal para o bem, enfim
Euá é a vida.

Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas
ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Euá, evoluindo solta pelos céus, encantando
e desenhando por cima do azul celeste do céu.

O nome Euá em iorubá quer dizer beleza, tudo de Euá deve ser belo, limpo e cuidado, pois assim ela
gosta. Até seus filhos são em sua totalidade belos e atraentes, possuem dentro de si algo que atrai os
olhos alheios, mesmo sem terem uma beleza exterior exagerada, surpreendem a quem for, são
pessoas que chamam as atenções. Euá é encantadora, é leve, é suave, é delicada, mas também pode
ser a pior das divindades, austera, severa, onipotente e cruel.
Aspectos Gerais

Dia: Sábado

Data: 13 de dezembro

Metal: Ouro, prata e cobre.

Cor: Vermelho maravilha, coral e rosa

Comida: Banana inteira feita em azeite de dendê com farofa do mesmo azeite, feijão fradinho.

Símbolo: Ejô ( cobra ) e espada, Ofá (lança ou arpão), cabaça com cabo alongado enfeitado com
palha da costa, palmeira de leque, espingarda.

Elementos: florestas, céu rosado, astros e estrelas, água de rios e lagoas.

Região da África: Mahi ou Egbado

Pedras: rubí e quartzo rosa

Folhas: Teteregun (cana do brejo), folha de Santa Luzia, Ojú Orô, Osibatá

Odú que rege: Obeogundá

Domínios: beleza, vidência (sensibilidade, sexto sentido), criatividade

Saudação: Ri Ro Euá!!

Oriki de Euá

Éjò Éjò Íyéwà

(cobra , cobra é Euá)

Idòn Idòn Íyéwà

(cobra, cobra é Euá)

Íyéwà ô

(salve Euá)

Ósùmarè olowo gbanigbà


( salve Ossumarè dono das riquezas imensas)

Ósùmarè o njo nile

(Oxumarê está dançando em nossa casa)

Íyéwà yá mi Órìsà njo nile Ósùmarè

( minha mãe Orixá Ewà está dançando com Oxumarê em nossa casa)

Íyéwà ô

(salve Euá)

Íyéwà Ibà re ô

(Ewá nós te saudamos)

Íyéwà mojubà

(Ewá meus respeitos)

Íyéwà ja mi, ko kerè, ko kerè

( nossa mãe Euá não é pequena)

Orubatà!

( a imensa)

O culto ao Orisá Jagun

Jagun Orisá Agbara Ese Egi Iroko

Itans de Jagun

(Histotias de Jagun orisá)

Segundo lendas e itans, conta-se que Jágun; Guerreiro dos Exércitos de Obatala que foi enviado as
Terras de Omolú, para lutar pela Paz em nome de Oxalá. Por isso ele é cultuado em algumas nações
como "Qualidade de Omolú", por ter passado vários anos em terras de Omolú. Pois o culto de Jagun
nasceu no Ekiti Efon por esse morivo,Jagun é cultuado no Asé Efon como um Orisa separado de
Omolu.Pois antes dele ter ido para as terras de Omolu ele ja tinha seu culto no Ekiti onde era sua
terra natal.Assim tambem conta seus itans que Jagun teve passagem nao só nas terras de
Omolu,mais tambem nas terras de Ifé (Terra de Ogun) e Egibo(Terra de Osagyan).Pela orden de
Oseturá,Jágun responde no Odú Ejionilê (oitavo Odu) Odú regido por Oxaguiã, Odú no qual também
respondem outros Guerreiros Brancos como Ogun-Já e Oxaguiã Ajagunãn.Pela ordem de chagada
dos odus,sistema de Ifá culto de Jagun nasceu no Odu Okaran.

Os filhos de Jágun, tem aparência jovem, são autoritários, arrogantes, guerreiros, justiceiros,
briguentos e agitados, fortes na adversidade, costumam fazer tudo a sua maneira, ouvem conselhos
dos outros, mas costumam seguir sua própria vontade...São pessoas trabalhadoras, gostam de tudo
rápido, exigem asseio, limpeza; pessoas impulsivas; pessoas de espírito livre; enjoam de tudo
facilmente; são dados á paixões violentas e passageiras, são curiosos, adoram viajar. Possuem grande
proteção espiritual, boas amizades e, quase sempre, caminhos abertos. Possuem comportamento
delicado, são honestas, dedicadas e atenciosas. Vivem com grandes esperanças, estão sempre
apaixonadas, são sonhadoras, sofrem e se desdobram para ajudar e defender os amigos. Quando são
repudiados ou sofrem algum tipo de traição podem se tornar extremamente vingativas e amargas.
Apesar de serem guerreiras e obstinadas, as pessoas de Jágun, as vezes se isolam preferindo
ambientes calmos e tranquilos. A

personalidade dos filhos de Jágun é um misto de caracteristicas de Ogun, Omolú e Oxaguiã.

Jágun, é uma palavra Yorubá, e significa: Guerreiro, Soldado.

Jagun é um Orisa abicioso luta para conquistar posição alta sem ver de que maneira...Apesar de ser
Orixá Funfun (branco), é considerado e cultuado como Santo de Guerra, "santo quente", carrega uma
lança prateada na mão e um facão ao adaga e muitas das vezes dependendo do caminho de Jagun
ele usa até um ofá nas mãos,pois conta se um itan que Osala o nomeia como o guerreiro de todas as
armas veste-se somente de branco,e se for usa Azê ou Capuz de palha é aberto no rosto por se tratar
de um Guerreiro,sendo que geralmente Jagun prefere apenas usar um torço. Usa contas brancas
rajadas de preto dependendo da qualidade intercalada com contas branca gosta tambem de contas
feitas de buzios e marfin. Jágun é Orixá Jovem,quase chega ser um menino adolecente de Obatalá ..
Ligado a Obatala (Rei no pano branco ), tem caminhos com Ogun Já, Oxaguiã - Ajagunãn, e Ayrá. Tem
caminhos também com Yemanjá e quase todas as Yabas pois elas acalmao sua furia.Quem traz Jágun
ao barracão é Oxaguiã. Ele é considerado o "protetor" e "guardião" de Oxalufã. Carrega consigo o
Odú Ejionilê. Por ser considerado Orixá Funfun (branco) não leva azeite de dendê, e sim azeite doce e
as vezes mel e de preferencia a banha de Ori suas comidas são todas brancas, aceita pipocas feitas na
areia, bolas de inhame cozido, bolas de arroz, acaçá, obí funfun (claro), come tambem do Ebô
(canjica) de Oxalá, assim como seus bichos tambem devem ser todos brancos, por ser ligado a ao rei
do pano branco (Obatalá ). Jágun dança com outros Orixás, acompanha na dança; Ogun e
principalmente Oxaguiã e Oxalufã. A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com
movimentos lentos, dança empunhando sua lança e adaga seu momento de "extâse" é quando salta
e se sacode todo empunhado a lança de um lado para outro, tamanha é sua fúria guerreira nessa
hora. Segundo as lendas, a lança prateada de Jágun, durante as batalhas e guerras, além de ser usada
para proteção contra os males e feitiçarias e abrir os caminhos, deixava seus inimigos cegos após
serem feridos por ela. Jagun tambem assim como Ogun ele é um grande caçador,assim como Ogun é
caçador, que por sinal foi ele quem ensinou seu irmão Ossossi a caçar ele nao deixa tambem de ser
um guerreiro,assim é Jagun é o grande guerreiro mas tambem um bom caçador.E algumas de sua
cantigas relata isso.

Conta o itan de Ogi-Ogbé/Okaran que existiam 3 irmãos: Já, Jágun e Ajagunãn. Eram 3 Guerreiros
que pertenciam aos exércitos de Obatalá, lutavam e venciam todas as guerras e batalhas em nome
de Oxalá e eram os Guardiões deste Orixá. Eram chamados de os Guerreiros Brancos, por se vestirem
somente com trajes brancos em homenagem a Obatalá. Eram considerados invencíveis, por sua
bravura e coragem, nunca perderam uma batalha sequer. Sempre muito unidos nunca se separaram.
Masum belo dia os tres irmãos gurreiros,foi guerria contra cidade de Osun.Osun como uma grande
sabedoro dos poderes de Ya mi,foi avisada por ela quem seu reino seria atacado.Osun ficou muito
desesperada e foi até Ifá para saber oque faria.Orumila mandou ela fazer um ebó,que sacrifica-se 8
Igbis a Osala e com o casco fize-se um pó e sopra-se nas terras de Osogbo.Assim Osun fez,quando os
guerreiros chegaram para invadir as terras eles ficaram tontos e se perderam um do outro.Aí que
Jagun foi para as terras de Omolu,Já para as terras de Ifé Ogun,e Ajagunã para as terras de Osagyan.
Mas mesmo assim os 3 irmãos sempre estão juntos, respondem um pelo outro, eles continuam a ser
Guerreiros Brancos ou seja são considerados Orixás Funfun, e sempre ligados a Obatalá, seus
caminhos sempre se cruzam...os 3 irmãos Guerreiros continuam nas batalhas, sempre guerreando
pela Paz. Dando essa caracteristica guerreira aos seus filhos. E por isso que o culto a Jagun foi
assimilado ao de Omolu,mas sendo que depois disso conta se o Itan que ele vieu alguns anos nas
terras de Omolu e que la encontrou uma linda mulher que tambem nao era das terras mas estava la
por outros motivos,e se apaixonou por ela,tiveram filhos e se amam até hoje,essa linda mulher era
Yewá.La tambem ele se juntou com o Orisa Osayn que por essa amizade passou ser um grande
curandeiro e em tempos de guerra ele que cuidava dos guerreiros feridos com as porçoes e ervas
magicas que Osayn o ensinou.Jagun teve uma trajetoria muito grande e bonita nas terras de
Omolu,mas ele depois de anos retornou as terras do Ekiti-Efon,onde Osun era rainha e Osagyan
grande gurreiro e protetor do palacio e cidade de Osun.Conta tambem que Jagun foi as terras de
Osogbo,para destruir a cidade e buscar Osun,pois Osun tinha sua cidade onde era rainha Ekiti
Efon,entao por ordem de Olooke ele fui busca-la.Depois isso tudo ter acontecido,Jagun anos nas
terras de Omolu,Osagyan trouxe Osun de volta para Ekiti-Efon,por isso muitos acabaram se
icvocando ao falar que foi Osagyan que deu as terras de Ekiti para Osun,mas nao foi isso ele apenas
trouxe Osun de volta a terra de onde ela nasceu e era dona junto com Olooke seu pai.Orisá Olooke
vendo o prejuizo que Jagun teve e o tempo que ficou em outras terras,ele por causa de seu pedido
de buscar Osun,ele intitulou Jagun Olu Efon,(Guerreiro senhor de Efon)em forma de lhe retribuir o
tempo que Jagun ficou afastado de sua terra que tanto amava (Ekiti - Efan).

Caminhos do Orisá Jagun

1°Jagun Elewé :

Ligado a familia Unjí,esse caminho é o caminho que Jagun passou nas terras de Sapata e encontrou
Orisá Ossayn e aprendeu a magia da cura e das folhas.Caminha com Ossayn.Sua ferramenta é um
opere Ossayn prateado mas sem as folhasFaz Oro com Ossayne ligado a Erinlé e Ogun Já.Nesse
caminho ele é muito guerreiro e ligado a cura e os misterios de magia de Ya Mi Osoronga.

2°Jagun Alagba ou Jagun Abagba :

Esse caminho de Jagun é muito melindroso,pois ele tem muita ligaçao com Ya Mi e Baba
Egun.Pessoas desse caminho pelomenos tem que se tomar Bori ou Obi com Ejé dois vezes no ano.È
um caminho muito quente,tem ligaçao com Yewá pois ele foi sua esposa e é bom arruma todas as
Yagbas para acalma-lo,alias todos os caminho é bom serca com muito Orisá Omi e Ossalá.Esse
caminho é Ligado a Ajagunã e Já.Ele leva uma mão de pilão nas costas e mora no quarto de Orinssala
ou em um quarto com Ajagunã/Betiode ou Betioco dependendo do Odu da pessoa e Já.Para mecher
com esse Orisa independente de caminho tem que tratar bem de Ya mi E Egun e Esú.Esse caminho
de Jgaun usa tres ikeles um de Buzios,um de conta e outro de Branco de Osala.

3°Jagun Odé Ou Jagun Olodé :

Ligado aos Odés.Inclusivel mora no quarto dos Odés.Ligado a Ogun e Ossossi.Ele usa um Ofá
prateado.Faz Orô com Ossossi e Ogun Já. Mas se arruma: Ossossi,Otin e Logun Edé, Erinlé,Iya Otin
,Ajagunan Betiodé e Ogun..Ou seja ele é ligado a todos os Odés e mais ele sai também no abado de
Ossossi e nos mariows de Ogun.

4°Jagun Igbona :

Ligaçao com Ayrá,nessa faze Jagun era lento como um igbí,que por isso Ayrá esquentou o casco do
igbí para esquentalo E por isso nessa Faze de Jagun é muito quente por se ligado aos Orisás do
fogo.Ayrá e Oyá.

5°Jagun Agbá funfun :

Ligado a Osalufan,Yemanja e Osaguian..Esse caminho tem que fazer bastante oro a Ayrá pois ele é
guerreiro mais é bem lento ....

6°Jagun Ajojí ou Jagun Seji Lonan :

Ligado a Ogun,muito sanguinario..Ele é muito quente e guerreiro,nessa fazer Jagun usa mario ou
abre caminho mara acalma-lo.Faz orô com Ogun,esse caminho leva um ikele e umbigueira de
ferro.Ligado a Esú Ona também..

7° Jagun Aisan :

Esse caminho de Jagun é totalmente Femea ou seja Yagba,esse caminho ele se cobre de palha ou
mario.quase não se faz mais.Assim conta -se o itan que ele nesse caminho seria femea.E por mais um
motivo que muitas pessoas confundirao Jagun c/ Oluaye por esse caminho usar palha.Esse caminho
só se arruma não se faz em Ori.

JAGUN É UM ORISÁ MUITO TEMPERAMENTAL E JOVEM É BOM TER MUITA CAUTELA PARA ZELAR
POR ESSE ORISÁ POIS SUA FURIA É MUITO GRANDE.JAGUN É FUNFUN COMO OLOKE,AJAGUNÃ,JÁ E
OUTROS SÓ QUE NADA O IMPEDE DE USA UM POUCO DE (EPÔ)DENDE SÓ MENTE QUANDO ELE VAI
COMER BICHO DE 4 PÉ.DEIXAND CLARO QUE NÃO SÃO TODOS CAMINHOS DE JAGUN QUE ACEITA
EPÔ (DENDE)MAS O CERTO É O MELHOR FORA O SEU LABÉ É USA BANHA DE ORI E MUITO
EFUN.SUAS CONTAS NÃO SÃO ESPCIFICAS,MAS ELE ADORA KAURIS(BUZIOS BRANCO) E
MARFINS,QUE POR SINAL O PERTENCE.JAGUN COME
FAISÃO,PAVÃO,PERU,POMBO,COQUEM,GALOS,CARNEIROS,CABRITOS NOVOS E CLARO O IGBI,POIS
ESSE NÃO NÃO PODE FALTA PARA NENHUM DOS CAMINHOS ATE POR QUE SUA MASSA QUE VAI
DENTRO DE SEU IGBA, LEVA O EJÉ BRANCO DO IGBÍ E O CASCO VAI PENDURADO NO SEU IKELE DE
BUZIOS
IJUBÁ JAGUN

Baba Mi Jagun Mojubare

Meu pai Jagun meus repeitos

Iba Aseda

Saudaçoes

Iba Asé Orisá Jagun Aye

Saudaçoes Senhor Guerreiro do mundo

Jagun Mo pé o

Jagun vos chamo

Asé Mi Jagun

Força meu pai

Ayó Asé Asé

Felicidades,bençao,bençao

Iba oo

Benção

Ago Mi Orisa Ago

Perdao me Orisa perdao

Ago Mi Jagun Ago

Perdao meu guerreiro perdao

Ire o Asé Baba Mi

Benção meu pai

Asé o Asé o Asé ooo!!!!

Força,Força,força

Saudação: Jagun Arawra Jagun Epa " Jagun Olu Efon Epa Jagun

fonte: axeefon Autor: Tadeu ti Jagun


Omolú igbona gbona zuê

Omolú igbona gbona zuê

E komo vodun macetô

E komo vodun naje

Ìjòni le o Nàná

Ìjòni le o Nàná ki may ò

Nàná ki may ò ki n a lode

F è l è f è l è mi igba nl o , ajunsun wale

Meré-meré e no ile isin

Meré-meré e no ile isin

E n sinbe meré-meré osú láyò

E n sinbe meré-meré osú láyò

Oba ala tun zuê obi osun

Oba ala tun zuê obi osun

Iya lóni
Otù, àkóba, bi ìyá, húk ó , káká, bet o

Otun zue, obi, osùn

Bara al e s o ran al e s o ran

Bara otun zue obi osùn

Omolú, Senhor da Quentura

Sempre febril produz saúde

Educa o filho Vodun Maceto

Vodun educa o filho castigando

Nàná ele é capaz de provocar queimaduras

Ele é capaz de provocar queimaduras, Nana, e se enche de alegria

Nana ele se enche de alegria do lado de fora

És capaz de fazer definhar em vida, Ajunsun, até secar

Habilmente ele enche a nossa casa de escravos

Habilmente ele enche a nossa casa de escravos

Primeiramente o erguemos habilmente osú que cobre a terra


Primeiramente o erguemos habilmente osú que cobre a terra

Rei que nasceu como o sol, Pai do Vermelho

Rei que nasceu como o sol, Pai do Vermelho

Neste dia

Doença, infelicidade, sofrimento, tosse, dificuldades, aflição

Suplico-lhe diariamente, Pai do Vermelho

Rei do corpo suplico-lhe rastejando

Rei do corpo suplico-lhe diretamente, Pai do vermelho.

QUE BABA MI JAGUN SEJA SEMPRE O MEU GUERREIRO PARA QUE EU NÃO PRECISE GUERREAR
SOZINHO, SEJA SEMPRE MEU JUÍZ PARA QUE EU NUNCA CONDENE NINGUÉM INJUSTAMENTE, E
PRINCIPALMENTE SEJA SEMPRE MEU PAI, SENHOR E AMIGO PARA QUE EU NUNCA ANDE SÓ PELOS
CAMINHOS DA VIDA.

ASÉ IRÊ, ASÉ AIYÒ, ASÉ OWO LOWÒ!!!

Ajagun – O nascimento dos três guerreiros Funfun

Contam os itans (lendas), que os 3 Guerreiros Brancos, Já, Jagun e Ajagunan

) e soprasse nas entradas da cidade. Assim ela fez, logo mais tarde os três guerreiros chegaram
quando se deparou com as entradas das cidades ele ficaram cegos e tontos por horas. Atin e o casco
dos igbís ela fizesse um pó(igbís com 8 Osalá,ele mandou ela fazer uma oferenda a Ifá muito esperta
foi até Osun que os 3 guerreorrao iriam invadir suas terras,Agés, ela foi avisada pelas Mí Íyá,
detentora dos poderes de Osun), mas Osogbo (Osun contra umas das cidades de guerriar perdia uma
batalha, um belo dia eles foram naoeram grande guerreiros e Ajagunan,Já e Jagunque itan,pois conta
se um Nanã e Bessen,Sapatá sim ele foi para terras de Mahí teve ligação com as terras de Jagunpara
que ele mantenha sua vida sempre próspera e fluindo. Ayrá uma comida a arriando podem sempre
que puderem estar Orixás. E os filhos destes Ayrá a vida da pessoa tirando-a da estagnação é
reaquece (deixando a vida de seus filhos parada, estagnada por um período) e só quem Igbinentram
novamente no casco do Ajagunane Jagun, pois em uma determinada época os 3 irmãos Guerreiros:
Já, Ayrá e Oxalufã e principalmente a Yemanjá, não existem sem um conjunto), são ligados entre si, á
Orixás (Brancos) (pois estes Funfun Orixás, tem que saber o quanto é importante arrumar todo o seu
complexo de Orixás. Portanto a Ligação dos 3 irmãos é muito grande nos enredos de santo. Todas as
pessoas que são iniciadas para esses Oxalufã(caramujo), considerados portanto filhos de Igbin dentro
do casco do Oxalufã de sêmem, foram gerados do

Nisso eles se perderam um do outro, foi ai que aconteceu de Jagun chegar as terras de
Sapatá(Obaluaye). Jagun, lá encontrou Ossayn, que lhe fez varias infusões de folhas para curar Jagun
da cegueira e do mal estar. Com isso Jagun passou a ter grande ligação com Ossayn, a ponto de
Ossayn dar-lhe o segredo da cura pelas ervas. La também, Jagun conheceu Yewá que foi a mulher
que ele se apaixonou e ainda teve um filho. Então Jagun por anos e anos viveu em na terras dos
Voduns, junto com a família unjí.

Com isso ele adquiriu muitos hábitos iguais e passou a comer certas comidas que eles comiam. Mas
mesmo assim, Jagun sempre se vestiu de branco e nunca tapou seu rosto de palha como Obalwayê.

Conta também um itan: Que depois de anos, la na cidade de Ekití, Olooke o grande senhor da
montanha e rei de Ektií e pai de Osun, sentia falta de sua filha na cidade onde ela nasceu.
Osun,estava na cidade de Osogbo, então Olooke por ser muito amigo e companheiro inseparável de
Obatalá, pediu a ele que enviasse seu filho Osagyan para buscar Osun. Assim fez, Osagyan foi buscar
Osun a força, Osun não queria vir e ele não conseguiu trazê-la de volta, pois Osun amava a cidade de
Osogbo onde ela comandava sózinha tudo aquilo. Então voltou Osagyan para Obatalá sem Osun.
Osagyan com medo da reação de Olooke pediu a Obatala que não deixasse ele fazer nada contra ele.
Olooke então lembrou do outro guerreiro de Osalá que se chamava Jagun e que ele muito confiava.
Olooke ao saber que Jagun tinha sofrido um golpe por feitiço de Osun,ele imediatamente mandou
chamar Jagun. Jagun então voltou a terra de Ekití onde ele nasceu, foi perante a Oké e lhe pediu
perdão por anos sumido de suas terras Olooke pediu que ele fosse buscar Osun, Jagun retrucou
dizendo que ela tinha o poder das Íyas e que ele não conseguiria. Olooke como ele que tinha
outorgado a Iyas seus poderes de Agé, falou: Ómo Jagun vá que nada te acontecera. Assim fez Jagun
foi chegou e trouxe Osun. Olooke por estar tão feliz em ver sua filha de volta deu o titulo a Jagun de
Jagun-Efan, que seria guerreiro de Osun. Ele muito grato a Jagun deu lhe o privilegio de ser uns
príncipes de Efan e dividir o reinado do Ekiti com Osun, para que Osun sempre lembra-se dele.

Bom, com isso Jagun volto a terra de Efan, mas Jagun não esquecera as terras do Dgege onde tinha
filho, mulher e amigos. Ai demonstra o porque o Efan acabou tendo ligação com as terras dos voduns
e porque hoje em dia e no antigo terreiro do Oloroke cultuava Iroko,Omolu,Bessen,nana e outros
vodus.

Jagun (voodun ligado ao tempo), é um voodun que como alguns pensam ser da família de Sakpatá e
Azunsun (voodun da terra, um voodun aynon), não o é. É um voodun a parte, ou seja, voodun
diferentemente da família citada, as folhas, as roupas, isès e o assentamento de Jagun são diferentes
do voodun Sakpatá e familia Azunsun; Jagun possui 04 família (04 qualidades como alguns chamam),
veste-se geralmente de branco, dependendo do caminho q este venha ou estampados bem claros
entre as cores (branca, vermelho e marrom), não usa jamais a cor preta; suas contas são muito
diferentes da família de Sakpatá e Azunsun; não usa palha da costa, não usa mascaras como tenho
visto comumente; porém, vem coberto de acordo com a família do voodun e não trás shashará
(xaxará), usa muitos cawri (búzios), shawrò (guizo) e cabaças; dependendo da família cada um trás
um instrumento diferentemente nas mãos; não existe um igual ao outro dentro da familia de Jagun;
seu sandrós são diferentes do da família de Sakpatá e Azunsun. Voodun ligado totalmente ao tempo
(ayiè); voodun muito rico e prospero mas simples ao estremo; possui fundamentos com voodun Gújá
e Jagunà (Jagunan).

Fonte> Autoria Desconhecida.

O GUERREIRO-JAGUN

Segundo as lendas e itans, conta-se que Jagun, era Guerreiro dos Exércitos de Obatalá e que foi
enviado às Terras de Omolú para lutar pela páz em nome de Oxalá. Por isso, ele é cultuado em
algumas nações como “Qualidade de Omolú”, por ter passado vários anos em terras de Omolú.
Trata-se de um Orixá Funfun, pois o culto a Jagun nasceu no Ekiti Efon, por esse motivo Jagun é
cultuado no Axé Efon como um Orixá separado de Omolú. Antes dele ter ido para as terras de Omolú
já existia seu culto no Ekiti, onde era sua terra natal. Assim também conta seus itans que Jagun teve
passagem não só nas terras de Omolú,mas também nas terras de Ifé (Terra de Ogun) e Elegibô (Terra
de Osayan). Pela ordem do meridilogun, Jagun responde no Odú Ejionilê (oitavo Odu) Odú regido por
Oxaguiã, Odú no qual também respondemoutros Guerreiros Brancos como Ogun-Já e Oxaguiã
Ajagunãn. Pela ordem de chegada dos odus, o culto a Jagun nasceu no Odu Okaran.Jagun é um Orixá
ambicioso, luta para conquistar posição alta semver de que maneira…Apesar de ser Orixá Funfun
(branco), é considerado ecultuado como Santo de Guerra, “santo quente”, carrega uma lança
prateada na mão e um facão ao adaga e muitas das vezes dependendo docaminho de Jagun ele usa
até um ofá nas mãos,pois conta se um itan que Oxalá o nomeia como o guerreiro de todas as armas
veste-se somente de

branco. Usa contas brancas rajadas de preto e dependendo da qualidade,intercalada com contas
brancas, gosta também de contas feitas de buziose marfin. Jágun é Orixá Jovem,quase chega ser um
menino adolecente de Obatalá .. Ligado a Obatalá (Rei no pano branco ), tem caminhos comOgun Já,
Oxaguiã – Ajagunãn, e Ayrá. Tem caminhos também com Yemanjá e as Yabás, pois elas acalmam sua
fúria.Quem traz Jágun aobarracão é Oxaguiã. Ele é considerado o “protetor” e “guardião” de Oxalufã.
Carrega consigo o Odú Ejionilê. Por ser considerado OrixáFunfun (branco) não leva azeite de dendê, e
sim azeite doce , banha de ori, adin e as vezes mel e de preferencia a banha de Ori, suas comidassão
todas brancas, aceita pipocas feitas na areia, bolas de inhamecozido, bolas de arroz, acaçá, obí
funfun (claro), come também do Ebô(canjica) de Oxalá, assim como seus bichos também devem ser
todosbrancos, por ser ligado ao rei do pano branco (Obatalá ). Jágun dançacom outros Orixás,
acompanha na dança; Ogun e principalmente Oxaguiã ee Jágun é extremamente guerreiro, Entao
para deixar claro Jagun ou Ajagun é um Orisá e nao um vodu,ele tem

seu culto em Ektití onde nasceu,mais tambem nas terras de

Mehí,Savalu,Ifé,Save e Elegibo..Jagun foi um Orisá que muito andou

recebeu muitos titulos e em cada cidade foi visto como um tal

Orisá..lembrando que a palavra Jagun pode se referi a Ogun,Obalwaye e

outro guerreiros + Jagun Funfun só existe um..Que é Baba Ajagun nosso

grande pai e rei irmãos de Já e Ajagunan...Jagun é um Orisá de Efan que

teve ligaçao com as terras do Mahí,mas ele é um Orisá funfun e não é um

vodu.Por muito tempo o culto a Jagun foi assimilado ao Omolu,sendo que

no Asé Efón esta se resgatando seu culto,com cantigas,rezas própias e

preceitos altamente diferente de Omolu..

Jagun um Orixá exclusivo do axé Efon, mas que foi migrado para as terras

de Gege Mahí e Ketú….Jagun é um lindo Orixá de grande valor no Axé

Efón, lembrando que o culto à Jagun no Efón (efan) é separado de

Obaluaye….Suas folhas: Akoko, algodão, saiao fortuna. folha de obi.

yemanja ogun-té

Yemanjá Ogunté é cultuada na África, na região de Abeokuta, e Oyó, e seu nome é devido ao rio
Ogun, que percorre região, no qual ela é a orixá patrona, sendo assim recebeu dois nomes: Yeyê
Omo ejá òdò Ogun té, Mãe dos filhos peixes do rio Ogun, ou então Yemanjá Ogunte Ogunmasomi.
Pela denominação Ogun, aqui no Brasil, a cultuamos como mulher de Ogun Alagbedé, o ferreiro.
Jovem e guerreira, é tida como a filha que protege Olokún, Deus dos mares, vive na areia molhada e
nos recifes.

Rancorosa, severa e justiceira, tem da estreita ligação com Babá Egún, daí vem à questão do seu
animal favorito, o carneiro.

Mitologia:
Yá ogunté, é a quarta filha de Olokun, ainda muito nova, casou-se com Ogun Alagbedé, e teve Ogum
Akorô Onigbé, após a Ogun se retirar de Ilè Ifé, se apaixona por Odé Erinlè, o enfeitiça, e o leva para
sua casa, ensina a ele a arte da cura e da magia, após algum tempo Erinlè decide ir embora e ela
corta sua língua para que ele não conte os segredos que ela o ensinou. Em muitos axés, ela também
luta ao lado de Oxaguiã e tem papel importante na fundação de Ejibò.

Ogunté dançando do Egbé L'ajô

Suas Roupas

Carrega azul claro, azul marinho, rosa e azul turquesa. Em alguns períodos, deve vestir branco, pois
como dizem os antigos, isso a acalma. Nas mãos carrega a ofangi (espada) e a abebé, podemos
também enfeitá-la com uma penca que contenha seus símbolos, o peixe, a estrela, a espada, a meia
lua, assim como os brajás de búzios.

Rio Ogun - África

Com quem Ogunté caminha?

Temos que deixar claro, que uma qualidade de Orixá, muitas vezes tem caminhos diferentes,
conforme a ancestralidade do filho, assim uma pessoa de Ogunté, pode ter como ojúory, Ogun, Odé
ou até mesmo Xangô, pois não devemos se esquecer de onde vem o culto desse Orixá (região de
Oyó). Essa é uma questão que intriga muitos dos filhos de Yáogun, pois erroneamente divulgam que
ela só vem com Ogun. Outro ponto que vale discutir, é sua ligação com o odú Yorossún, isso por
vários motivos, além de reger quase todas a qualidades de Yemanjá, Yorossún, representado pelo n.º
4, também faz analogia ao fato de Ogunté ser a quarta filha de Olokún, de ser acompanhada por 4
Orixás (Ogun Alagbedé, Ogun Akorô, Odé Erinlè e Oxaguã).

Òya ìgbàlè

Para um melhor entendimento e compreensão deste caminho de Òya, julgo necessário obter o
devido conhecimento da palavra Ìgbàlè.

A palavra Ìgbàlè significa – pequena mata, lugar sagrado; tem a conotação de “A Floresta Sagrada dos
Egúngun” ou “O Bosque Sagrado dos Ancestrais”. O mito relata que:

“..Em épocas muito remotas, havia na cidade do Oyó um fazendeiro chamado Alapini, que tinha três
filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos
filhos para que colhessem os inhames e os armazenassem, mas que não comessem um tipo especial
de inhame chamado ihobia, pois ele deixava as pessoas com uma terrível sede. Seus filhos ignoraram
o aviso e o comeram em demasia. Depois, beberam muita água e, um a um, acabaram todos
morrendo.

Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa. Desesperado, correu ao Bàbáláwo, que
consultou o oráculo de Ifá. O sacerdote indicou que, após o l7º dia fosse ao ribeirão do bosque e
executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada atori e
fazer um “bastão de invocação” do qual deveria ser denominado de isan. Na margem do ribeirão,
deveria bater com o bastão na terra e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na terceira vez eles
apareceriam. Mas ele também não poderia esquecer de antes fazer certos sacrifícios e oferendas.

Assim ele o fez; seus filhos apareceram. Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então
preciso cobri-los para que as pessoas pudessem vê-los sem se assustarem. Pediu que seus filhos
ficassem na floresta e voltou à cidade. Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram roupas para ele
vestir seus filhos.

Deste dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos as outras pessoas; as belas roupas que eles
ganharam escondiam perfeitamente suas condições de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um
pacto: em um buraco feito na terra pelo seu pai, deveria ser “acomodado” os fundamentos do culto
e denominado de ojúgbò – Altar, no mesmo local do primeiro encontro, ou seja no Igbó Ìgbàlè, ali
seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e onde as roupas deveriam permanecer guardadas, para
que eles as vestissem quando o pai os chamasse através do ritual do bastão.

Seguindo o pacto e as instruções do Babalawo, de que sempre que os filhos morressem fosse
realizado o ritual após o l7º dia, pais e filhos para sempre se encontraram. “E para os filhos que ainda
não tiverem roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer”.

Assim sendo, poder-mos-ia interpretar Òya Ìgbàlè como “A Senhora da Floresta Sagrada dos
Ancestrais”.

Se um dos atributos de Òya em sua pura essência é o “Espírito do Vento”, neste caminho ela é
denominada de “O Vento da Morte, A Regente do Vento Invisível dos Egúngun” Òya Ìgbàlè é a
divindade que Olódúmarè outorgou o direito de controlar os espíritos dos seres humanos quando
desencarnados.

Ela tem que assegurar que nosso espírito, de uma forma ou de outra, não seja prejudicado nesta
“transição” tão delicada.

Há ‘tradicionalistas modernos’ que dizem que o conhecido ‘Déjà Vu’ a esta divindade pertence.

Oduleke foi o primeiro caçador a receber os ritos do Asese, celebrado por Òya Ìgbàlè. Até então este
rito era somente destinados aos caçadores, para somente depois ser designado a todos os iniciados e
consagrados ao Culto do Òrìsà e Egún. Uma de suas principais características, esta em sua lealdade
para com seus seguidores.
Quando Òya Ìgbàlè acompanha seus seguidores em uma batalha, invoca seu poderoso exército de
Egúngun liderado por um dos mais temíveis Ancestrais Baba Ajimuda. Os mitos relatam que nesta
batalha Òya Ìgbàlè cobre o rosto com uma mascara para ocultar a face da destruição. Na diáspora,
esta mascara foi substituída pela pintura de efun do qual cobre por completo o rosto de Òya Ìgbàlè e
que ninguém deve dirigir o olhar diretamente a ela, mesmo que esta cerimônia seja realizada no
escuro.

No Novo Mundo Òya Ìgbàlè passa a morar no Ile Awo – A casa do Segredo, mas especificamente no
Ile Sanyin ou popularmente conhecido com Lesanyin quando cultuada no Culto de Lese Egún e no Ile
Ibo Aku quando cultuada em Lese Òrìsà. Sua representação material e seus atributos diferem de um
lugar para outro, porém seu maior segredo se mantém em igualdade em ambos os cultos.

Òya é evocada para Proteção contra ataques de perversos ou Iku / Egun, atrair amores, fertilidade na
esterilidade, saúde das trompas, vendas de todos os tipos, melhorias no comércio, atrair clientes,
tomar iniciativa, faxina espiritual e varrer os espíritos perversos.

ONILÉ

Alguns líderes, de fato, tem procurado se engajar em movimentos preservacionistas, alertando os


seguidores dos orixás da necessidade de se defender da poluição ambiental locais usados pela
religião, como cachoeiras e fontes, lagos e bosques. Alguns defendem a necessidade do próprio
candomblé deixar de usar nas oferendas feitas fora do terreiro e nos despachos material não
biodegradável. Nesse clima de "retorno ao mundo natural", de preocupação com a ecologia, um
orixá quase inteiramente esquecido no Brasil vem sendo aos poucos recuparado. Trata-se de Onilé, a
Dona da Terra, o orixá que representa nosso planeta como um todo, o mundo em que vivemos. O
mito de Onilé pode ser encontrado em vários poemas do oráculo de Ifá, estando vivo ainda hoje, no
Brasil, na memória de seguidores do candomblé iniciados há muitas décadas.

Assim conta na mitologia dos Itans dos Orixás como Onilé ganhou o governo do planeta Terra:

Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare.

Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via.

Quase nem se sabia de sua existência.

Quando os orixás seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai

para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões,

Onilé fazia um buraco no chão e se escondia,

pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa,

com muita música e dança ao ritmo dos atabaques.

Onilé não se sentia bem no meio dos outros.


Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem:

haveria uma grande reunião no palácio

e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos,

pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo

e depois haveria muita comida, música e dança.

Por todo os lugares os mensageiros gritaram esta ordem

e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento.

Quando chegou por fim o grande dia,

cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação,

cada um mais belamente vestido que o outro,

pois este era o desejo de Olodumare.

Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar,

os braços ornados de pulseiras de algas marinhas,

a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas,

o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.

Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios,

enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais.

Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.

Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante,

enfeitada com tenras folhas de palmeira.

Oxum escolheu cobrir-se de ouro,

trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.

As roupas de Oxumarê mostravam todas as cores,

trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.

Iansã escolheu para vestir-se um sibilante vento

e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.

Xangô não fez por menos e cobriu-se com o trovão.

Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão

e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio.


E assim por diante.

Não houve quem não usasse toda a criatividade

para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita.

Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.

Cada orixá que chegava ao palácio de Olodumare

provocava um clamor de admiração,

que se ouvia por todas as terras existentes.

Os orixás encantaram o mundo com suas vestes.

Menos Onilé.

Onilé não se preocupou em vestir-se bem.

Onilé não se interessou por nada.

Onilé não se mostrou para ninguém.

Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.

Quando todos os orixás haviam chegado,

Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente,

sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.

Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos.

Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo

e que estavam tão bonitos que ele não saberia

escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo.

Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles,

mas nem sabia como começar a distribuição.

Então disse Olodumare que os próprios filhos,

ao escolherem o que achavam o melhor da natureza,

para com aquela riqueza se apresentar perante o pai,

eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.

Então Iemanjá ficava com o mar,

Oxum com o ouro e os rios.

A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos,


reservando as folhas para Ossaim.

Deu a Iansã o raio e a Xangô o trovão.

Fez Oxalá dono de tudo que é branco e puro,

de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação.

Destinou a Oxumarê o arco-íris e a chuva.

A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele,

inclusive a guerra.

E assim por diante.

Deu a cada orixá um pedaço do mundo,

uma parte da natureza, um governo particular.

Dividiu de acordo com o gosto de cada um.

E disse que a partir de então cada um seria o dono

e governador daquela parte da natureza.

Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade

relacionada com uma daquelas partes da natureza,

deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.

Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa

que fosse da predileção do orixá.

Os orixás, que tudo ouviram em silêncio,

começaram a gritar e a dançar de alegria,

fazendo um grande alarido na corte.

Olodumare pediu silêncio,

ainda não havia terminado.

Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.

Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra,

o mundo no qual os humanos viviam

e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais

que deveriam ofertar aos orixás.

Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra.


Quem seria? perguntavam-se todos?

"Onilé", respondeu Olodumare.

"Onilé?" todos se espantaram.

Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?

Nenhum dos presentes a vira até então.

Nenhum sequer notara sua ausência.

"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumare

e mandou que todos olhassem no fundo da cova,

onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.

Ali estava Onilé, em sua roupa de terra.

Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta.

Olodumare disse que cada um que habitava a Terra

pagasse tributo a Onilé,

pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa.

A humanidade não sobreviveria sem Onilé.

Afinal, onde ficava cada uma das riquezas

que Olodumare partilhara com filhos orixás?

"Tudo está na Terra", disse Olodumare.

"O mar e os rios, o ferro e o ouro,

Os animais e as plantas, tudo", continuou.

"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris,

tudo existe porque a Terra existe,

assim como as coisas criadas para controlar os homens

e os outros seres vivos que habitam o planeta,

como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".

Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé,

foi a sentença final de Olodumare.

Onilé, orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros,

pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos,


pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem.

Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre,

para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.

Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare.

Todos os orixás aclamaram Onilé.

Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.

E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus
filhos orixás.

Cultuada discretamente em terreiros antigos da Bahia e em candomblés africanizados, a Mãe Terra


desperta curiosidade e interesse entre os seguidores dos orixás, sobretudo entre aqueles que
compõem os seguimentos mais intelectualizados da religião. Onilé é assentada num montículo de
terra vermelha e acredita-se que guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em
que vivemos e possibilitando a própria vida. Na África, também é chamada Aiê e Ilê, recebendo em
sacrifício galinhas, caracóis e tartarugas. Onilé, isto é, a Terra, tem muitos inimigos que a exploram e
podem destruí-la. Para muitos seguidores da religião dos orixás, interessados em recuperar a relação
orixá-natureza, o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com a preservação da própria
humanidade e de tudo que há em seu mundo.

EKU NO CULTO DOS VODUNS - JEJE

Eku no culto dos Voduns, é visto como um Deus acompanhado sempre de um avun. Essa é uma das
razões que, dentro dos Templos de Voduns, a entrada desse animal é proibida. Porém, os sacerdotes
reservam uma área fora dos templos, onde esses animais são criados para que sejam os guardiões
das almas, impedindo-as de entrarem nos Templos além de encaminhá-las.

Os Vodunos, Bokonos, Ahougans, Sofós, Vodunsis e outros, acreditam que Vodum Ewa sempre
espreita o temido Deus Eku para que esse nunca pegue ninguém desprevenido, além de sempre
tentar desviá-lo de seu Jeje a mortecaminho.

Os velhos Vodunos contam-nos várias histórias para justificar a proibição de avuns em Templos
Voduns. Vejamos algumas delas:

1 - Um dia, Aveheketi estava pescando e enchendo um balaio com muitos uhui, que levaria para sua
aldeia, para saciar a fome dos seus. Daí, enquanto ele estava distraído em sua pescaria, os avuns
vieram e sem que ele os visse, devoraram todos os uhui. Quando Aveheketi terminou sua pescaria e
voltou-se para o balaio, o encontrou vazio e ainda pode avistar os avuns se afastando com seus uhui.
Desse dia em diante, Aveheketi proibiu a presença de avuns em seus domínios, ato esse que foi
seguido por toda a sua família que é a de Heviosso. Nos kwes de Jeje, principalmente aqueles regidos
por Heviosso ou mesmo Xangô, é proibido a presença de avuns. Aveheketi diz que em Kwes que tem
avuns, nenhum membro da família Heviosso comparece.

2 - Um avun roubou o fogo de Dan, de Dan Wedo, das divindades celestes ou do Grande-Espírito para
trazê-lo na ponta de sua husi, e por isso, os Voduns têm pavor de avuns.

3 - A repulsa ao avun nos Templos dos Voduns, é a interdição implacável sofrida por esse animal,
pelos muçulmanos, povo que muito influenciou a cultura africana. Eles fazem do avun, a imagem
daquilo que a criação comporta de mais vil. O avun, devorador de oku é um animal impuro. Por essa
razão também, acreditam que os deuses jamais entram em um Templo onde se encontra um avun.

Não há, sem dúvida, mitologia alguma que não tenha associado o avun à morte, aos infernos, ao
mundo subterrâneo, aos impérios invisíveis regidos pelas divindades ctonianas ou selênicas.

A primeira função mítica do avun universalmente atestada, é a de guia do homem na noite da iku,
após ter sido seu companheiro no dia da vida.

Vemos, em muitas culturas, o avun emprestar seu rosto a todos os grandes guias de almas. Têm por
missão aprisionar ou destruir os inimigos da luz e guardar as Portas dos locais sagrados, reino dos
okus, país de gelo e de trevas.

Algumas tradições chegam a criar avuns especialmente destinados a acompanhar e a guiar os okus
no Além.

Atribui-se também ao avun como intercessor entre este mundo e o outro, atuando como
intermediário quando os vivos querem interrogar os okus e as divindades subterrâneas do país dos
okus.

Na África, o avun possui a dom da clarividência e, além de sua familiaridade com iku e com as forças
invisíveis da noite, é considerado um grande feiticeiro.

É um costume africano, em seus banquetes funerários, oferecerem aos avuns a parte que caberia ao
oku, após ter pronunciado estas palavras:

"A heaiye hesóa iwo ho hebo

Ébe ti eke oku sòa tiwo hoho ti bo"

"Quando vivias, eras tu mesmo quem comia.


Mas agora que estás morto, é tua alma que come!"

Também na cultura africana, encontramos feiticeiros com trajes feitos de peles curtidas de avun, o
que mostra o poder divinatório outorgado a esse animal.

Em Porto Novo, Maupoil, num de seus relatos, conta que um de seus informantes, confiou-lhe o
seguinte: a fim de reforçar o poder de seu oráculo divinatório, ele o deixaria enterrado durante
alguns dias dentro da barriga de um avun que imolara especialmente com essa finalidade.

Enfim, seu conhecimento do mundo do Além, bem como do mundo em que vivem os seres humanos,
faz do avun senhor e conquistador do fogo, sempre ligado a iku, a clarividência, a feitiçaria e as forças
invisíveis.

Vocabulário e tradução:

Vodunos - sacerdotes

Bakonos - sacerdote de Fá

Ahougan - sacerdote feito de Vodum

Sofó - sacerdotisa feita de Vodum

vodunsis - feitos de Voduns (yao)

Avun - cão

Eku - Deus da Morte

Iku - morte

Husi - cauda

Uhui - peixe

Dan Wedo - Deus do arco-íris, arco-íris

Oku - cadáver, morto

A CADEIRA NO CANDOMBLÉ

O trono ou a cadeira do pai ou da mãe-de-santo, que se confunde com a cadeira de seu orixá,

é símbolo máximo de poder no candomblé. Mais que isso, símbolo sagrado, diante do qual os filhos

se prostram, em cumprimento e respeito. Um pai ou mãe-de-santo, quando é confirmado no cargo,

isto é, entronizado, é sentado na cadeira, como os reis e rainhas.


A cadeira é o trono do terreiro, de onde a mãe ou o pai-de-santo governam com poderes

absolutos.

Depois da cadeira da ialorixá, há as cadeiras dos oloiês, os ebômis (iniciado seniores) que

têm cargo no terreiro. A confirmação de qualquer um desses cargos se faz numa cerimônia pública

em que o novo oloiê é sentado em sua cadeira sob aplausos dos presentes. Assim, sentam-se os

ogãs, as equédis e outras autoridades. É freqüente, no caso de cargos de não rodantes, o novo dono

de cadeira ser conduzido a esta pelo orixá (incorporado em transe) a quem ele deve servir. Quando

alguém vai ser confirmado num cargo, faz parte do enxoval uma cadeira, na qual terá o direito de

sempre se sentar no barracão. Não é incomum ganhar a cadeira de presente de amigos e irmãos-
desanto.

A cadeira de cada um é individual em tudo, de modo que nos terreiros pode coexistir uma

profusão de cadeiras de tudo quanto é forma, material e acabamento. Como o espaço do barracão é

essencial para as danças, muitos terreiros preferem recolher as cadeiras de cargo e manter apenas

algumas delas para que os ebômis possam se sentar.

Somente a mãe-de-santo e seus auxiliares de grau sênior têm cadeira e podem se sentar. Os

iaôs (juniores) e os abiãs (aspirantes) sentam-se no chão ou em esteiras. Sentar-se em cadeira é sinal

de hierarquia, alta dignidade, obrigações cumpridas.

Os orixás de ebômis também se sentam em cadeiras, mas os orixás dos que estão nos pontos

iniciais da carreira sacerdotal sentam-se em banquinhos. A cadeira marca a diferença de tempo de

iniciação, de tempo de santo, tanto para os humanos quanto para os deuses.

Esse costume vem da África, onde somente os reis e membros da alta corte podiam se sentar

em cadeiras e bancos. O assento do rei deveria ser mais alto do que os dos demais, como se observa

até hoje no candomblé. Mas seu uso é mais generalizado, podendo ser observado como prática que

vai desde os povos mais antigos até instituições do mundo ocidental moderno.

O professor da antiga universidade dispunha de sua cadeira, sua cátedra, em latim, daí o

nome de professor catedrático, o dono da cátedra. Da cátedra ele ditava sua sabedoria, daí se dizer

que “falava de cátedra”. Até hoje se conserva esse costume com relação ao papa: diz-se que o papa

fala de cátedra, da cátedra de São Pedro, e portanto o que ele diz e escreve é verdade que não pode

ser contestada. Falar de cátedra significa falar com todo o poder do conhecimento, conhecimento
conferido pelo estudo, pela antiguidade ou por força do mundo sobrenatural.

Como o papa, os bispos também se sentam em cadeiras. A catedral é a igreja em que se

localiza a cadeira do bispo, o trono episcopal. É dali que o bispo dirige sua diocese.

Além de roupas especiais, como túnicas, capas, togas etc. etc., reis e rainhas, bispos,

inclusive o papa (que é o bispo de Roma), pais e mães-de-santo usam muitos emblemas do seu

poder: a cadeira ou trono em que se senta; coroas, mitras e adês com que cobrem a cabeça; cetros,

báculos e opás que levam nas mãos. Objetos carregados de tradição, simbologia e força mágica. Até

a reforma universitária, nas décadas de 1960 e 1970, os professores catedráticos também usavam na

cabeça o capelo, símbolo dos doutores. Mas a cadeira ou trono é o símbolo máximo, pois marca o

lugar de onde fala a autoridade, o ponto mais alto da assembléia, o centro do universo, o lugar do

poder e da autoridade religiosa.

Com a morte desses donos do poder, abre-se a disputa pela cadeira, o cargo deve ser

preenchido. Cada instituição tem seu modo próprio de fazer a sucessão. No candomblé, diz-se que

quem escolhe o novo chefe do terreiro é o orixá dono da casa, mas há diversas tradições, inclusive

entre os terreiros mais antigos.

Com a cadeira principal vaga, abre-se quase sempre uma guerra sucessória. Na sucessão, é

importante o critério de senioridade dos candidatos, seu grau iniciático, seu nível de conhecimento

sacerdotal. Mas isso não é suficiente. O resultado da escolha depende da tradição sucessória da

casa, do jogo político das facções, de pessoas e grupos que pleiteiam o trono da ialorixá, da situação

jurídica do terreiro, da sucessão civil sobre o espólio material, isto é, a propriedade imobiliária do

terreiro, da posição assumida por possíveis herdeiros legais, que podem fazer parte ou não do grupo

de culto etc. Em geral, as casas não sobrevivem ao seu fundador, exceto em meia dúzia de casos,

em que vários fatores confluíram no sentido de manter uma tradição publicamente atribuída e

reconhecida pelo mundo fora do terreiro, como a mídia e a academia. Mas sempre haverá

discordâncias, atritos, rupturas e provável formação de novas casas pelos dissidentes que se

afastam. Tem sido assim desde que o candomblé é candomblé.

Dos velhos terreiros da Bahia, poucos sobreviveram, mas mesmo assim passando por

difíceis períodos de transição. Os terreiro do Gantois e do Axé Opô Afonjá nasceram nessas

circunstâncias, originários da Casa Branca do Engenho Velho, que é a grande matriz cultural do
candomblé, fundado em meados do século passado e considerado o primeiro da nação queto.

Em alguns terreiros, a sucessão se faz preferencialmente em linha familiar de sangue,

geralmente de mulher para mulher. Em outros, a nova mãe ou novo pai-de-santo é escolhido entre

membros da alta hierarquia da casa, independente de laços de sangue.

O candomblé do Gantois sempre foi dirigido por mulheres descendentes da fundadora,

Maria Júlia da Conceição Nazaré. Está hoje no seu quinto governo, com Mãe Carmen, filha carnal

de Mãe Menininha, Escolástica Maria de Nazaré, a mais famosa e venerada ialorixá de todos os

tempos, e irmã de Mãe Cleuza, que sucedeu Menininha. Menininha foi mãe-de-santo por mais de

meio século, tendo sucedido Mãe Pulquéria, sua tia-avó e filha da fundadora. Menininha herdou da

tia tanto a propriedade civil do templo, como o cargo de mãe, como ela gostava de deixar bem claro.

Maria Júlia, a fundadora, fazia parte da Casa Branca do Engenho Velho, que abandonou quando

perdeu a disputa na sucessão. Apesar de se resolver tudo em família, a recente sucessão deixou

muitas cicatrizes e muitos descontentes, que preferiam que assumisse a cadeira do Gantois uma

filha de Mãe Cleuza.

O Axé Opô Afonjá foi fundado por Mãe Aninha, que também deixou a Casa Branca do

Engenho Velho quando seu trono foi conquistado por outra pretendente. Sua terceira mãe foi

Senhora de Oxum e hoje é governado pela sua quinta ialorixá, Mãe Stella de Oxóssi. Três

importantes mães na história do candomblé. Mas a segunda ialorixá, Mãe Bada, e a quarta, Mãe

Ondina, marcaram apenas períodos de interregno de grandes disputas internas. Com a posse de

Mãe Stella, quando o terreiro já se adaptara à ausência de Senhora, houve novas divisões, tendo

Mestre Didi, filho carnal de Mãe Senhora, deixado o axé de sua mãe. No Axé Opô Afonjá a

sucessão nunca foi por linha de sangue.

No Recife, dos terreiros centenários sobreviveu apenas o Sítio de Pai Adão, porém com

grandes períodos de conflitos e decadência, acarretados pelo processo de sucessão do chefe,

conflitos que se arrastam até hoje, quando é chefiado por Manuel Papai, neto carnal de Pai Adão,

que sucedeu o pai e um dos tios, os quais passaram a vida em disputa entre si e com outros irmãos.

Em São Paulo, quando morreu Pai Caio de Xangô, o fundador do Aché Ilê Obá, subiu ao

trono sua sobrinha Mãe Sílvia de Oxalá. Para evitar a partilha da rica propriedade do terreiro entre

os herdeiros civis de Caio Aranha e o conseqüente fim do Aché Ilê Obá, Mãe Sílvia conseguiu
promover o tombamento de seu terreiro pelo Condephaat, em 1990, embora o templo não pudesse

ostentar, nem de longe, uma história de tradições nos moldes das casas da Bahia. O terreiro foi

fundado apenas em 1974 e a própria nova mãe-de-santo tinha poucos anos de iniciada quando

assumiu o cargo de ialorixá, nem era ebômi. O tombamento por um órgão oficial de preservação de

tradições criou um inusitado mecanismo de legitimação no candomblé paulista.

Escolhido o sucessor ou sucessora que guiará os destinos do terreiro, deve-se providenciar

imediatamente uma cadeira nova em que se sentará o novo titular do posto mais alto da casa. A

cadeira do falecido será guardada em ambiente sagrado para reverências eventuais, ou recolhida ao

museu da casa, onde poderá ser apreciada pelos curiosos e interessados, como ocorre no Axé Opô

Afonjá de Salvador e em outras casas tradicionais. Rei morto, rei posto. Uma nova cadeira será o

centro do novo poder.

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