Professional Documents
Culture Documents
Entretanto, para gerenciar toda esta variedade de atividades que o esporte pode
proporcionar é necessário organizar e estruturar estas vertentes através de entidades e
organizações desportivas, sendo estas classificadas em:
As organizações desportivas do tipo pública são aquelas entidades, órgãos e
unidades administrativas criadas e desenvolvidas pela administração pública para
desenvolver políticas públicas voltadas para o esporte e da gestão e gerenciamento de
complexos desportivos (ROCHE, 2002).
O primeiro setor é caracterizado como sendo o Estado, o segundo setor são as empresas
privadas ou instituições que visam lucro e o terceiro setor são as organizações não-
governamentais e não-lucrativas, fundações, associações, instituições e voluntariado. Em relação
as suas ações sociais, o “terceiro setor” se refere a um conjunto de instituições que encarnam os
valores da solidariedade e da iniciativa individual em prol do bem público.
De acordo com Targino (2008) apud Froes (2001), a área da educação, saúde, serviços
sociais, cultura e recreação são os campos tradicionais de atuação de serviços comunitários que
mais cresce em todo o nosso país, sendo esta prevalência de suma importância para as instituições
que pretendem implantar projetos abordando tais segmentos.
Dados do IBGE, no ano de 2002, observou-se a presença de 26.894 entidades sem fins
lucrativos no âmbito do esporte e recreação, o que correspondia a 9,75% do total de Fundações
privadas e associações sem fins. A região Norte contava com o número de 708, sendo o menor
número de instituições, por outro lado a região Sudeste contava como maior número de
organizações desse tipo, de 11.832 instituições.
II POLÍTICA NACIONAL DO ESPORTE
Os direito sociais são os direitos de todos e que por objetivo garantir aos indivíduos
condições mínimas, imprescindíveis, para o pleno gozo da vida de forma digna, no entanto, o
Estado atua em intervenções na ordem social segundo critérios de justiça distributiva.
De acordo com a Constituição da República Federativa de 1988 (art. 6 e 2170 - § 3°) são
direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
O Estado tem um dever especial de cuidar para que os cidadãos tenham seus direitos para
viver dignamente e que estes sejam respeitados. Porém não é somente o Estado que tem que cuidar
para que os direitos sociais sejam respeitados, mas também os responsáveis políticos, econômicos
e culturais, além da própria sociedade, no intuito de cuidar e lutar para a aplicação dos direitos
sociais para todos.
A Lei n° 1.041 de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e a Política Nacional do
Idoso, é outro documento importante no qual o lazer é previsto, sendo competência de órgãos e
entidades públicas incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividade física que proporcione
a melhoria da qualidade de vida do idoso, estimulando a sua participação na comunidade.
Segundo Carvalho et al. (2002), políticas públicas são construções participativas de uma
coletividade, que visam a garantia dos direitos sociais dos cidadãos que compõem uma sociedade
humana. No entanto, estas extrapolam a dimensão do estado e diz respeito a todos os espaços e
formas de organização social que buscam meios de concretização dos direitos humanos. Na esfera
estatal, no nosso país, as políticas públicas e sociais têm sido garantidas por lei e atendido direitos
à saúde, educação, habitação, entre outras. Entretanto, quando se refere ao lazer e ao esporte foi
somente a partir de Constituição de 1988, que estes campos foram contemplados como direitos
sociais (BRUST; BAGGIO; SALDANHA FILHO, 2008).
Em relação as políticas públicas de cunho social, estas surgem como uma possibilidade
de contemplar e abordar a diversidade das necessidades de vários segmentos sociais. Entretanto
é necessário um grande planejamento, visto que o desenvolvimento social não está simplesmente
atrelado ao desenvolvimento econômico de uma forma linear (BRUST; BAGGIO; SALDANHA
FILHO, 2008).
Por outro lado, as políticas públicas de esporte e lazer vem crescendo nas reivindicações
da sociedade pela busca de uma melhor qualidade de vida. A participação popular no
planejamento municipal, torna a gestão democrática e faz com que se reflita sobre projetos que
são de interesse próprio, facilitando e esclarecendo seus objetivos e explicitando suas funções
sociais sendo construído à base da realidade, atendendo aos interesses de diferentes grupos,
instituições e organizações populares.
Sistema nacional de esporte atual
Segue abaixo algumas ações e políticas públicas do Ministério do Esporte voltados para
o esporte de rendimento:
Bolsa Atleta = porporciona e garante uma manutenção pessoal mínima para aqueles
atletas de alto rendimento, buscando dar condições para a dedicação ao treinamento esportivo e a
participação em competições no intuito de desenvolver sua carreira esportiva.
Brasil Potência Esportiva = este programa tem como objetivo melhorar o desempenho
de atletas em competições nacionais e internacionais e promover a imagem do país no exterior,
sendo uma de suas ações apoiar a participação da delegação brasileira olímpica, não olímpica e
paraolímpica em competições, promover eventos esportivos de rendimento das modalidades
olímpicas, não olímpicas e paraolímpicas e capacitar os recursos humanos para o esporte de
rendimento nas três esferas.
Para isso a entidade proponente deverá atender as seguintes recomendações: não possuir
finalidade lucrativa, de natureza esportiva e a entidade deve exercer atividades há pelo menos um
ano. Entretanto, algumas situações podem impedir a aprovação e a utilização dos recursos da Lei
de Incentivo ao Esporte, são eles: desporto de rendimento praticado de modo profissional,
aquisição de espaços publicitários, cobrança dos beneficiários e projeto desenvolvido em circuito
privado e que apresente comprovada capacidade de atrair investimento.
Após a elaboração do projeto, deve-se submeter a análise pelo Ministério do Esporte, para
isso, segue na Figura 2, as etapas do processo de submissão a avaliação e aprovação.
Dados estatísticos do Ministério do Esporte apontam que, durante o período de 2007 até
2010, foram aprovados 1.034 projetos, o que representa R$ 1.085 bilhão de recurso financeiro
aprovado, e 721 projetos conseguiram captar. Na Tabela 1, é possível analisar detalhadamente os
dados do valor aprovado (VA), valor captado (VC), número de projetos aprovados (NPA) e
número de projetos captados (NPC) do ano de 2007 a 2010.
Tabela 1 - Análise estatística econômica dos projetos aprovados pela Lei de Incentivo ao
Esporte durante o ano de 2007 a 2010.
VA VC NPA NPC
2007 21 51 21 17
No entanto, na Figura 3, observa-se que a região Norte e Nordeste são aquelas que
apresentam menor número de projetos aprovados, valor aprovado e valor captado.
Figura 3 - Análise estatística econômica dos projetos aprovados pela Lei de Incentivo ao
Esporte, divididos por região durante o ano de 2007 a 2010.
IV CAPTAÇÃO E MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS PARA PROJETOS ESPORTIVOS
No entanto, no início do século XX, o Estado também passa a ter maior atuação na área
social, principalmente nas questões ligadas a saúde, higiene e educação. Este passa a intervir
diretamente na gestão administrativa e no financiamento das organizações filantrópicas e as
assistenciais.
Vale destacar, que, a evolução do Terceiro Setor não acontece simultaneamente em todas
as regiões do Brasil, como é o caso de Alagoas, que apesar do crescimento e da importância
adquirida pelo Terceiro Setor e pelo surgimento de um grande número de ONGs, ainda há uma
forte influência das perspectivas assistencialistas e caritativas associa das a Igreja.
Na primeira instância, é possível afirmar que as organizações sem fins lucrativos surgem
como um contraponto à ineficiência do Estado como prestadores de serviços a cidadãos exigentes
e insatisfeitos. Em consequência disso, as ações elaboradas e desenvolvidas pelas ONGs
representam uma nova possibilidade no mercado, em virtude a ineficiência do poder público.
Outro pré-requisito para a captação de recursos é escolher a pessoa certa da sua instituição
para captar, ou seja, designar a esta determinada função de “captador de recurso’ Este indivíduo
deverá ser aquele que sabe fazer um bom projeto, apresentável e que está disponível para
promover ações mais ousadas de captação.
Para que a informação sobre o projeto seja efetiva é necessário que a comunicação entre
emissor e receptor esteja compartilhada na mesma linguagem, no entanto, é necessário que a
linguagem utilizada na apresentação do projeto seja adequada para cada tipo de público.
São diversas as Leis e Estatutos que conferem a asseguram a prática do esporte e do lazer
como direitos humano e dever do Estado, no entanto, há dois deles em que o Terceiro Setor pode
submeter os deus projetos e captar recursos necessários para o seu desenvolvimento.
A Lei Rouanet, conhecida também como Lei Federal de Incentivo a Cultura, institui
políticas públicas específicas voltadas para a cultura, sendo a sua base promover, proteger e
valorizar as expressões culturais nacionais. Através do Programa Nacional de Apoio a Cultura é
possível que empresas (pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoa física) apliquem uma parte do
imposto de renda devido em ações culturais. No entanto, está disponível 6% do IRPF para pessoa
física e 4% de IRPF para pessoa jurídica.
Entretanto, pode até não parecer, esta Lei contempla algumas vertentes do esporte e da
atividade física, já que estas são consideradas como componentes da cultura corporal do
movimento.
Os projetos que estão direcionados para o esporte-educação este é voltado para alunos
regularmente matriculados na rede de ensino formal, no intuito proporcionar o desenvolvimento
integral do ser, sua formação para o exercício da cidadania e da prática do lazer, abolindo a
seletividades e a competição exacerbada. Em relação as manifestações de esporte-participativo,
este tem a finalidade de promover a integração dos participantes na plenitude da vida social, na
promoção da saúde e educação.
No caso dos projetos voltados para o esporte-performance deve ser desenvolvido com
foco na competição, com foco nas modalidades esportivas de caráter formal, na descoberta de
talentos desportivos, na formação de atletas no esporte de base, apoio ao desenvolvimento ao
esporte amador e na realização, promoção e participação em eventos esportivos competitivos.
De acordo com as estatísticas, muitos são os projetos que são elaborados e submetidos a
avaliação, no entanto, a maioria destes não são aprovados devido causas diversas, como: escolha
incorreta do método financeiro, objetivo mal elaborado, metodologia obscura e entre outros.
Objetivos: inserir objetivos gerais, que está ligado diretamente com o tema do
projeto e objetivos específicos, este ligado ao objetivo geral. Neste tópico a frase
deve se iniciar com verbos no infinitivo e o objetivo deve estar dentro da
capacidade de ação da instituição;
Público Alvo: identificar quem é o público beneficiado;
A avaliação do processo é aquela que verifica a maneira como está sendo executado o
projeto, sendo esta eminentemente qualitativa. Esta pode ser compreendida também como
monitoramento ou a supervisão e representa o acompanhamento minucioso da realização das
atividades do projeto.
BRUST, C.; BAGGIO, 1. C.; SALDANHA FILHO, M. E. Gestão das políticas públicas de
esporte e lazer em Santa Maria. Efdeportes, Buenos Aires, ano 12, n. 116, 2008.
CARVALHO, A. (Org.). Políticas Públicas. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, 2002.
GIACAGLIA, Maria Cecilia. Eventos: como criar, estruturar e captar recursos. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2006.
___________. Organização de eventos: teoria e pratica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2004.
MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing de eventos. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.
TARGINO, Edlaine Carvalho Bôtto. Terceiro Setor: Responsabilidade Social das Empresas e a
contribuição das Relações Públicas. RP em Revista, ano 6, n. 24, 2008.
WERNECK, Christianne L. G.; STOPPA, Edmur A.; ISAYAMA, Hélder F. Lazer e mercado.
Campinas, SP: Papirus, 2001.
ZITTA, Carmem. Organização de eventos: da ideia à realidade. Brasília: Editora SENAC, 2007.