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R Hannerz, (1980), PP 59-73 e Velho, Gilberto (2003) - Nilza Massangaie
R Hannerz, (1980), PP 59-73 e Velho, Gilberto (2003) - Nilza Massangaie
Licenciatura em Antropologia
Antropologia Urbana
Referência bibliográfica
Hannerz, Ulf. 1980. “The search for the city”. In: Exploring the City. Inquiries toward
an Urban Anthropology, pp. 58-73. New York: Columbia University Press.
O autor explica que passar por muitos empregos, vizinhanças e interesses em sua vida
impede o morador da cidade de se comprometer demais com outras pessoas. Apesar de
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toda a sua mobilidade, ele não pode adquirir uma visão geral da complexidade de sua
comunidade como um todo, por razões como essa, o comportamento colectivo na cidade
tende a se tornar imprevisível.
O autor explica que a discussão da dicotomia urbano-rural não é recente, pois, muitos
estudos dos antropólogos e sociólogos estavam mais preocupados nas características
territoriais, pelo que os estudos de Redfield influenciaram muitos antropólogos
modernos. No entanto, a dicotomia foi transformada em um continuum, em
reconhecimento ao facto de que as sociedades reais ou modo de vida nem sempre
mostravam um ajuste de vida muito próximo a qualquer um dos tipos polares, mas
poderiam colocar entre eles.
O autor diz que para um antropólogo, seu apelo pode em grande parte, com ênfase nas
relações sociais e nas formas de pensar realizar grandes feitos no estudo do fenómeno
urbano. Segundo o autor, Wirth vê a cidade como um sistema fechado, pois, a relação
entre cidade e sociedade surge como uma influência unidireccional, agindo sobre seus
arredores através de um processo de difusão, e remodelando-os a sua própria imagem,
opondo-se da cidade popular uma visão semelhante a de Redfield, identificando uma
força importante para desorganização na sociedade popular. A cidade de Wirth é
grande, densa e heterogénea.
Entretanto, o autor considera que Wirth quase não tinha nada a dizer sobre como um
modo de vida urbano pode ser mantido em condições não urbanas, dado o entendimento
de que ele só pode se originar nas circunstâncias encontradas na própria cidade. No
geral, é claro que o modo de vida urbano é encontrado em sua forma mais reconhecível
na cidade, sob a influência directa dos três factores de tamanho, densidade e
heterogeneidade. Assim, não existe um acordo universal sobre o quão populosa uma
comunidade deve ser para assumir o status urbano.
O autor explica que a vida social não é um fenómeno de massa, ocorre, em grande parte,
em pequenos grupos, na família, nos bairros vizinhos, na igreja, em grupos formais e
informais, entre outros. Todas as generalizações sobre a natureza da vida social na
cidade devem se basear em estudos desses universos menores, e não sobre declarações
apriori sobre a cidade como um todo.
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Velho, Gilberto. 2003. “O desafio da proximidade”. In: Pesquisas Urbanas: Desafios
do Trabalho Antropológico, pp. 11-19. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Velho (2003) faz uma análise de Antropologia nas últimas décadas onde afirma que a
antropologia ampliou o seu campo de actuação tornando difícil indicando o objecto que
tenha sido analisado. O autor argumenta que de 1930 a 1960 no Brasil, a preocupação
era estudar a etnologia e estudo de camponeses ou de situações tradicionais como os que
constituíam o objecto dos estudos de comunidade. O autor baseou-se no método de
observação participante e revisão de literatura sobre estudos antropológicos virados para
o contexto urbano.
O autor explica que a partir dos anos 70, houve uma significativa alteração de enfoque e
de pesquisa onde os antropólogos que pesquisavam nas cidades passaram
progressivamente a terem interesse de investigar sistemas e redes de relações (as
favelas, processos sociais mais amplos). Nesta perspectiva os carnavais, malandros e
heróis de Roberto da Matta constituiu um marco com as suas analises de rituais da
sociedade brasileira, os cultos afro brasileiros, a classe trabalhadora, as camadas
populares em geral, os grupos desviantes entre outros foram temas privilegiados.
O autor explica a partir do trabalho de pesquisa que realizou num dos edifício em
Copacabana, baseado sobretudo na observação directa e no contacto permanente com os
moradores que pesquisou dois grupos os nobres e anjos, mas o foco principal do
trabalho estava nos nobres com que as quais convivia com regularidade tendo feito
várias entrevistas complementado com observação participante. Entretanto, a pesquisa
foi importante e crucial o movimento de estranhar o familiar, pois assentou e fortaleceu
certas características do seu perfil intelectual.
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O autor diz que os indivíduos na sua singularidade, também se tornam matéria da
antropologia na medida que eram percebidos como sujeitos de uma acção social
constituída a partir de redes de significados. Portanto, essa perspectiva era fundamental
para lidar com o universo de camadas médias superiores que estudou, porque tratava
claramente de indivíduo com discurso e práticas de crítica e inovação.