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Tópicos em Filosofia Política:

O que é liberalismo
2021/2

Aula 3:
Aléxis de Tocqueville
e a tirania da maioria
Amaro Fleck
Filosofia UFMG
Parte 1: A tirania da maioria
1.1 Oclocracia
1.2 Tirania da Maioria
1.3 Inglês
1.4 Francês

Parte 2: A democracia na América (1835-1840)


2.1 Contexto
2.2 Tese
2.3 1835: Tirania da maioria
2.4 1835: Remédios contra a tirania
2.5 1840: Paternalismo
2.6 Contraste entre 1835 e 1840

Parte 3: Sobre a questão do direito ao trabalho (1848)


3.1 Contexto
3.2 Tese
3.3 Socialismo: nova forma de servidão
3.4 Tocqueville e a retórica reacionária
Parte 1: A tirania da maioria
1.1 Oclocracia “Nossa posição, então, é a de que existem seis tipos de
constituição – as três comumente reconhecidas que
recém mencionei [monarquia, aristocracia e democracia],
e outras três que são congênitas a elas: tirania, oligarquia
e oclocracia ou governo da turba. No curso natural e
espontâneo dos eventos, o primeiro sistema a surgir é a
monarquia, e ela é seguida pela realeza, mas é necessária
a correção deliberada dos defeitos da monarquia para
que ela se transforme em realeza. A realeza se transforma
em seu vício congênito – isto é, em tirania – e então é a
vez da aristocracia, após a dissolução da tirania. A
aristocracia necessariamente degenera em oligarquia, e
quando a multidão em geral fica apaixonada o suficiente
para buscar reparação pelos crimes cometidos por seus
líderes, nasce a democracia. E no devido tempo, uma vez
que a democracia passa a violar e infringir a lei, o governo
da turba surge e completa a série.”
(Políbio, 2010, p. 373)
“E quem são esses constituintes aos quais a maioria presta

1.2 Tirania da
contas? Essas mesmas pessoas, para gratificar a quem
prostituíram as honras, recompensas, riquezas e justiça do
estado. Estes, em vez de punir, aplaudirão; em vez de
descartar, reelegerão, com ainda maior pompa, e com mais

Maioria numerosa maioria, pois a causa perdedora será


abandonada por números e isso será feito na esperança de
ter ainda mais injustiças cometidas, ainda mais honras e
lucros divididos entre si, com exclusão e mortificação da
minoria. É então surpreendente que um governo tão
simples seja preferido a um misto, por qualquer criatura
racional, sob o ponto de vista da responsabilidade. Em
suma, não há meio possível de defender a minoria, em tal
governo, da tirania da maioria, exceto por dar a primeira
uma negativa sobre a segunda, a instituição mais absurda
que já existiu entre os homens.”

(Adams, 1788, p. 290-291;


citado em Nyirkos, 2018, p. 67)
1.3 inglês
1.4 Francês
Parte 2: A democracia na América (1835-1840)
Tocqueville viaja para os Estados Unidos em 1831 com
Beaumont e fica lá por nove meses estudando o sistema
penitenciário norte-americano. Beaumont e Tocqueville
escrevem um relatório sobre o assunto, o qual é publicado em
1833 (mas é de autoria, sobretudo, de Beaumont). Tocqueville

2.1 Contexto escreve o primeiro volume de Democracia na América em


1835. O segundo volume aparece em 1840, quando
Tocqueville já é deputado da Assembleia Nacional (em seu
primeiro de cinco mandatos – três na câmara dos deputados,
de 1839 até 1848; uma na Assembleia Nacional Constituinte,
de 1848 até o ano seguinte; e uma na Assembleia Nacional
Legislativa, de 1849 até 1851).
Em A Democracia na América Aléxis de Tocqueville oferece um
retrato do sistema democrático representativo norte-americano.
Tocqueville reflete não apenas sobre a estrutura legislativa e
administrativa ou sobre os motivos pelos quais o regime democrático
foi bem-sucedido nos Estados Unidos, mas não nos países europeus,
mas também sobre os costumes, sobre os hábitos religiosos, sobre o
desaparecimento da aristocracia e das distinções sociais –
compreendendo assim a democracia tanto como uma forma de
governo quanto como uma nova “forma de vida” social. Tocqueville

2.2 Tese
preocupa-se com a ausência de separação de poderes, de modo que
os mesmos indivíduos que criam as leis são responsáveis por
executá-las. Disto decorre que o regime democrático é, na verdade, o
governo da maioria. Esta maioria não encontra mecanismos
institucionais capazes de frear o seu próprio poder, podendo,
portanto, abusar dele. Por conseguinte, a grande ameaça do regime
democrático tal como existe nos Estados Unidos é o de degenerar em
uma “tirania da maioria”. Este perigo poderia ser contido
institucionalmente, por meio da divisão dos poderes. Na ausência
desta divisão, os americanos dependem de elementos ocasionais: a
descentralização administrativa; o “espírito jurídico” e a
“aristocracia” presente no “banco dos advogados e na cadeira dos
juízes”.
“A maioria tem, pois, nos Estados Unidos, um imenso poder de fato e
um poder de opinião quase tão grande; e, uma vez que ela é
estabelecida sobre uma questão, não há, por assim dizer, obstáculos
que possam, não vou dizer deter, mas nem mesmo retardar sua
marcha e dar tempo de ouvir as queixas dos que ela esmaga em sua
passagem. As consequências desse estado de coisas são funestas e
perigosas para o futuro..”

2.3 1835: Tirania


“Considero ímpia e detestável a máxima de que, em matéria de
governo, a maioria do povo tem o direito de fazer tudo; apesar disso
situo na vontade da maioria à origem de todos os poderes. Estarei

da Maioria
em contradição comigo mesmo?”
“Afinal o que é uma maioria tomada coletivamente, senão um
indivíduo que tem opiniões e, na maioria dos casos, interesses
contrários a outro indivíduo, denominado minoria? Ora, se você
admitir que um homem investido da onipotência pode abusar dela
contra seus adversários, por que não admite a mesma coisa para
uma maioria? Os homens, reunindo-se, mudaram de caráter?
Tornaram-se mais pacientes diante dos obstáculos tornando-se mais
fortes? Quanto a mim, não poderia acreditar em tal coisa; e o poder
de fazer tudo, que recuso a um só de meus semelhantes, nunca vou
conceder a muitos.”
“O que mais critico no governo democrático, tal como foi organizado nos
Estados Unidos, não é, como muitos na Europa pretendem, sua fraqueza,
mas, ao contrário, sua força irresistível. E o que mais me repugna na
América não é a extrema liberdade que lá reina, mas a pouca garantia
que encontramos contra a tirania.”
“Suponha, ao contrário, um corpo legislativo composto de tal maneira

2.4 remédios que represente a maioria, sem ser necessariamente escravo de suas
paixões; um poder executivo que tenha uma força própria e um poder
judiciário independente dos dois outros poderes: você ainda terá um

contra a governo democrático, mas nele quase já não haverá possibilidade de


tirania. Não digo que, na época atual, faça-se na América um uso
frequente da tirania; digo que na América não se descobre garantia

tirania contra ela e que é necessário buscar as causas da brandura do governo


nas circunstâncias e nos costumes, em vez de nas leis.”
“O governo das repúblicas americanas parece-me tão centralizado e mais
enérgico que o das monarquias absolutas da Europa. Não acho, pois, que
ele pereça por fraqueza. Se algum dia a liberdade vier a ser perdida na
América, dever-se-á imputar essa perda à onipotência da maioria, que
terá levado as minorias ao desespero e as terá forçado a apelar para a
força material. Ver-se-á então a anarquia, mas ela chegará como
consequência do despotismo.”
“Parece que, se o despotismo viesse se estabelecer entre as
nações democráticas de nossos dias, teria outras
características: seria mais extenso e mais doce, e degradaria os
homens sem os atormentar.

2.5 1840:
... Creio pois que a espécie de opressão com que os povos
democráticos são ameaçados não se parecerá em nada com a
que a precedeu no mundo; nossos contemporâneos não

Paternalismo
poderiam encontrar uma imagem dela em suas lembranças.
Procuro em vão em mim mesmo uma expressão que
reproduza exatamente a ideia que formo dela e a encerra; as
velhas palavras – despotismo e tirania – não convêm. A coisa é
nova, é preciso pois procurar defini-la, já que não posso
nomeá-la.”
“Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-
se no mundo: vejo uma multidão incalculável de homens semelhantes e
iguais que giram sem repouso em torno de si mesmos para conseguir
pequenos e vulgares prazeres com que enchem sua alma. Cada um
deles, retirado à parte, é como que alheio ao destino de todos os
outros: seus filhos e seus amigos particulares formam para ele toda a
espécie humana; quanto ao resto de seus concidadãos, está ao lado
deles, mas não os vê; toca-os mas não os sente – cada um só existe em
si mesmo e para si mesmo e, se ainda lhe resta uma família, podemos

2.5 1840: dizer pelo menos que pátria ele não tem.
Acima desses se ergue um poder imenso e tutelar, que se encarrega
sozinho de assegurar o proveito e zelar pela sorte deles. É absoluto,

paternalismo detalhado, regular, previdente e doce. Ele se pareceria com o poder


paterno se, como este, tivesse por objeto preparar os homens para a
idade viril; mas, ao contrário, procura tão-somente fixá-los de maneira
irreversível na infância; ele gosta de que os cidadãos se regozijem,
contanto que não pensem em outra coisa que regozijar-se. Trabalha de
bom grado para a felicidade deles; mas quer ser o único agente e o
único árbitro dela; provê à segurança deles, prevê e garante suas
necessidades, facilita seus prazeres, conduz seus principais negócios,
dirige sua indústria, regra suas sucessões, divide suas heranças; por que
não lhes pode tirar inteiramente o incômodo de pensar e a dificuldade
de viver?”
“A influência do liberalismo aristocrático na mentalidade de Tocqueville
torna-se muito mais clara, no entanto, na sequência de sua Democracia de
1835, publicada em 1840. Neste livro, Tocqueville trocou sua ênfase sobre
o autogoverno popular e sobre o espírito público por uma crítica
sustentada da democracia como conducente ao despotismo, defendendo
ao mesmo tempo a restauração dos corpos intermediários como a melhor
forma de combater esse perigo.” (De Dijn, 2008, p. 143)

2.6 Contraste
“Em particular, no segundo Democracia, Tocqueville se distanciou de seu
entusiasmo original pelo autogoverno. Ele agora formulou uma crítica à
democracia que era muito semelhante ao discurso dos monarquistas sobre
este tópico. Além disso, enquanto o modelo de liberdade aristocrática só

entre 1835 e 1840 estivera presente na primeira Democracia para ser rejeitado como
anacronismo, na segunda Democracia ele funcionou como um modelo
ainda relevante para o mundo moderno. Em outras palavras, enquanto
Tocqueville tinha sido próximo de Constant na primeira Democracia, a
análise política que ele fez na segunda Democracia foi muito mais próxima
dos monarquistas.” (De Dijn, 2008, p. 144)
“Enquanto, na primeira Democracia, sua preocupação tinha sido
principalmente com o caráter revolucionário e populista das sociedades
democráticas, seu segundo volume enfatizou o perigo da opressão do
governo. Com o passar do tempo, ele começou a temer o despotismo
burocrático em vez da tirania da maioria.” (De Dijn, 2008, p. 152)
Parte 3: Sobre a questão do direito ao
trabalho (1848)
Contexto: Trata-se de um discurso de Aléxis de Tocqueville,
então deputado da Assembleia Nacional Constituinte, durante
a breve Segunda República francesa (1848-1851). Tocqueville
era deputado pelo departamento de Manche, e se alinhava ao

3.1 Contexto
grupo considerado de centro-direita. O discurso trata de uma
proposta de emenda ao preâmbulo da constituição que
instituiria o direito ao trabalho, proposta por Antoine Mathieu,
deputado pelo departamento de la Drôme e pertencente ao
grupo da Montagne, isto é, os republicanos com tendências
socialistas, também chamados de democratas-socialistas. A
emenda foi rejeitada por 396 votos contra 187.
Tocqueville afirma que a emenda constitucional que institui o
direito ao trabalho terá consequências catastróficas: ou bem o
comunismo, situação em que o Estado emprega todos os que se
encontram sem emprego, e neste caso com o passar do tempo ele
se torna o “proprietário único de todas as coisas”; ou bem o
socialismo, situação em que o Estado regulamenta a indústria de
tal modo que todos os operários consigam emprego. A partir
disto, Tocqueville passa a criticar o socialismo, afirmando que: 1)
ele faz um apelo às paixões materiais do homem; 2) ele ataca os

3.2 Tese
princípios da propriedade privada; 3) ele está baseado em uma
desconfiança profunda da liberdade e em um desprezo pelo
indivíduo. Tocqueville conclui, assim, que o direito ao trabalho
desemboca no socialismo e que o socialismo, por sua vez, consiste
em “uma nova forma de servidão”. Tocqueville acrescenta que tal
proposta, em vez de avançar nos caminhos abertos pela
Revolução Francesa, acabaria por reverter ganhos obtidos nas
últimas décadas por meio de um retorno a medidas típicas do
antigo regime (notadamente, a regulamentação e o paternalismo).
Ademais, o socialismo não só não é o desenvolvimento legítimo
da democracia como ele é contrário a ela: pois a democracia
estende a esfera da liberdade individual, ao passo que o
socialismo a restringe.
“Eis então o terceiro e último traço que, aos meus olhos,
caracteriza os socialistas de todas as cores, de todas as escolas:
é uma desconfiança profunda da liberdade, da razão humana;
é um profundo desprezo pelo indivíduo tomado em si mesmo,

3.3 Socialismo:
como homem. O que caracteriza todos os socialistas é uma
tentativa contínua, variada, incessante, para mutilar, encurtar,
impedir a liberdade humana em todos seus aspectos; é a ideia

nova forma de
de que o Estado não deve somente ser o diretor da sociedade,
mas deve ser, por assim dizer, o senhor de cada homem; seu
senhor, seu preceptor, seu pedagogo; que, por medo de deixá-

servidão
lo falhar, deve se colocar sem cessar ao seu lado, sobre ele, em
torno dele, para guiá-lo, garanti-lo, mantê-lo, retê-lo; em uma
palavra: é o confisco, como disse antes, em um grau maior ou
menor, da liberdade humana. Assim, se eu tivesse que
encontrar uma fórmula geral para expressar o que me parece
ser o socialismo como um todo, eu diria que ele é uma nova
forma de servidão.”
Em A Retórica da intransigência: Perversidade, Futilidade e Ameaça,
Albert O. Hirschman examina traços gerais da “retórica reacionária”,
isto é, os elementos retóricos comuns a doutrinas e teorias que
buscaram combater a extensão de direitos ao longo dos últimos dois
séculos. Seguindo um modelo de T.H. Marshall, Hirschman sugere
três ondas de expansão de direitos: os direitos civis que ascendem
com a Revolução Francesa, os direitos políticos resultantes da
ascensão da democracia e os direitos sociais vinculados à ascensão
do Estado de Bem-estar Social. Estas três ondas de expansão de
direitos provocaram três ondas reacionárias, três contrainvestidas
que buscaram combater tais expansões. Pois bem, de acordo com
Hirschman, três também são as teses que se repetirão nos discursos
intransigentes/reacionários: 1 – a tese da perversidade: “a tentativa
de empurrar a sociedade em determinada direção fará com que ela,
sim, se mova, mas na direção contrária” (2019, p. 23); 2 – a tese da
futilidade: “a tentativa de mudança é abortiva, que de um modo ou
de outro qualquer suposta mudança é, foi ou será, em grande
medida, de fachada, cosmética, e portanto ilusória, pois as estruturas
‘profundas’ da sociedade permanecerão intactas.” (2019, p. 53-4); 3
– a tese da ameaça: “As conquistas e realizações mais antigas,
alcançadas a duras penas, não podem ser tomadas como certas, e
seriam ameaçadas pela nova reforma” (p. 93).
Hirschman situa Tocqueville entre os autores que utilizam da
retórica reacionária, vendo em sua obra, mais precisamente
em O Antigo Regime e a Revolução (1856), um exemplo da

3.4 Tocqueville
tese da futilidade, afinal Tocqueville argumenta que boa parte
das supostas conquistas da Revolução Francesa dão
continuidade a tendências e políticas já presentes no antigo

e a retórica
regime. Curiosamente, no discurso agora analisado,
Tocqueville faz uso de outra tese, a da ameaça: a expansão dos
direitos sociais, notadamente o direito ao trabalho, coloca em

reacionária
risco direitos recém assegurados, as liberdades civis
conquistadas precisamente pela Revolução Francesa. (Esta
será, como veremos ao longo do curso, uma tese muito
comum na linhagem conservadora do liberalismo – linhagem
da qual Tocqueville é, por assim dizer, o fundador).
Conclusão
“Minha pesquisa mostra que, além do liberalismo laissez-faire clássico e do tipo de liberalismo de influência republicana
e democrática, outra variedade de liberalismo, que pode ser descrita como um liberalismo “aristocrático”, era
amplamente prevalente no contexto do século XIX. ... O termo “liberalismo aristocrático” requer uma definição mais
precisa. Eu o uso para designar um conjunto muito particular de ideias, desenvolvidas por uma série de pensadores (não
necessariamente, ou nem mesmo predominantemente, aristocratas de nascimento), que se inspiraram principalmente
no Espírito das leis de Montesquieu (1748). … No momento, é importante lembrar que os liberais aristocráticos
acreditavam que a liberdade deveria ser salvaguardada por meio do controle do poder central, e não por meio do
autogoverno do povo. Seu ideal era o de uma sociedade pluralista, ao invés de autogovernada, na qual “corpos
intermediários” (muitas vezes concebidos como uma aristocracia, mas não necessariamente assim) existiam entre o
governo e o povo. Os liberais aristocráticos acreditavam que uma sociedade nivelada e atomizada, sem esses corpos
intermediários, não oferecia proteção contra o despotismo.”

(De Dijn, 2008. p. 5)


Conclusão

Tocqueville representa, assim, uma primeira versão teoricamente bem elaborada de um modelo
antidemocrático ou pouco democrático do liberalismo, o qual será retomado e desdobrado pelas diversas
linhagens conservadoras do liberalismo. A marca distintiva destas linhagens é a visão do governo popular como
uma ameaça e a compreensão da expansão dos direitos como uma usurpação da verdadeira liberdade. A
solução para conter governo popular e expansão dos direitos é, em Tocqueville, confiada ao reestabelecimento
de poderes intermediários. Em autores posteriores isto se dará ou bem pela restrição aos direitos políticos ou
bem por uma limitação radical dos poderes estatais.
ADAMS, John. A Defence of the Constitutions of Government of the
United States of America. Volume III. C. Dilly and John Stockdale, 1788.
DE DIJN, Annelien. French Political Thought From Montesquieu To
Tocqueville. Cambridge University Press, 2008.
HIRSCHMAN, Albert O. A Retórica da Intransigência. Perversidade,
futilidade, ameaça. Companhia das Letras, 2019.
NYIRKOS, Tamás. The Tiranny of the Majority: History, Concepts and
Challenges. Routledge, 2018.

Referências: POLYBIUS. The Histories. Oxford University Press, 2010.


TOCQUEVILLE, Aléxis de. Democracia na América. Livro I: Leis e
Costumes. Martins Fontes, 2005.
TOCQUEVILLE, Aléxis de. Democracia na América. Livro II: Sentimentos
e Opiniões. Martins Fontes, 2004.
TOCQUEVILLE, Aléxis de. “Discours Prononcé À L’assemblée
Constituante Dans La Discussion De Projet De Constitution (12
Septembre 1848), Sur La Question Du Droit Au Travail”. Disponível em:
https://fr.wikisource.org/wiki/Œuvres_complètes_d’Alexis_de_Tocquev
ille,_Lévy/Discours_à_l’Assemblée_constituante_sur_la_question_du_
droit_au_travail

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