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net/publication/261798539
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Nicole Ederli
Universidade Federal Fluminense
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All content following this page was uploaded by Nicole Ederli on 24 April 2014.
ABSTRACT. Ederli, B.B.; Rocha, A.A.; Guidi, R.C.; Rodrigues, B.G. & Ederli, N.B.
[Diabetes insipidus in a dog - a case report]. Diabetes insipidus em cão - Relato de
caso. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 31(1):43-45, 2009. Laboratório de
Sanidade Animal, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias, Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego, 2000, Parque
Califórnia, Campos dos Goytacazes, RJ 28.013-602, Brasil. E-mail: bianca@uenf.br
Diabetes insipidus is a disorder of water balance. The animal is unable to concentrate
urine, so the urine volume is very high and the urine is dilute. There are two types of
diabetes insipidus: Central Diabetes Insipidus, caused when the pituitary gland does
not secrete enough antidiuretic hormone and Nephrogenic Diabetes Insipidus, caused
when the kidneys do not respond to this hormone. The present work reports the
occurrence of diabetes insipidus in a female, eight years old, Beagle, 15kg, not castrate
dog that presents severe polyuria and polydipsia, swallowing six liter of water per day.
After the evaluation of the present drugs in the market and their respective costs and
facility of administration, the treatment was stablished with chlorpropamide
(Diabinese®, Pfizer) PO, at the morning, in a dose of 16mg/kg, that is equivalent to
250mg/day. After ten days of treatment, the water ingestion reduced at half. After 20
days the animal normalized the water ingestion and frequency of urine. In that way,
confirmed the diagnosis of nefrogenic diabetes insipidus.
KEY WORDS. Diabetes Insipidus, dog, polyuria, polydipsia.
RESUMO. Diabetes Insipidus é uma patologia oca- ingestão de seis litros de água/dia. Após a avaliação
sionada por um distúrbio do metabolismo da água e das drogas presentes no mercado e seus respectivos
caracterizada por poliúria, polidipsia e hipostenúria. custos e facilidades de administração, estabeleceu-se
Pode ser classificada como Diabetes Insipidus Cen- o tratamento com a clorpropamida (Diabinese®,
tral (DIC), quando há deficiência na produção ou ar- Pfizer), via oral, pela manhã, na dosagem de 16 mg/
mazenamento do hormônio antidiurético ou Diabetes kg, o que equivale a 250 mg/dia. Após os primeiros
Insipidus Nefrogênica, quando há incapacidade dos dez dias de tratamento, a ingestão de água foi reduzi-
túbulos renais em responder a este hormônio. O pre- da pela metade. Após 20 dias, a ingestão de água e a
sente trabalho relata a ocorrência de Diabetes Insipidus micção normalizaram-se. Confirmou-se desta forma
em uma cadela da raça Beagle, com oito anos de ida- o diagnóstico de Diabetes Insipidus Nefrogênica.
de, não castrada, pesando 15kg, que apresentava um PALAVRAS-CHAVE. Diabetes Insipidus, cão, poliúria,
quadro de poliúria e polidipsia intensa, chegando a polidipsia.
cartou-se as suspeitas anteriores e a Diabetes Insipi- hepática significativa (Andrade, 2002). No animal
dus passou a ser a hipótese diagnóstica provável. observado, embora apresentasse aumento da enzima
Após a avaliação das drogas presentes no mercado e hepática ALT (alanino aminotransferase), optou-se
seus respectivos custos e facilidades de administra- pelo tratamento. Em pacientes humanos, a atividade
ção, estabeleceu-se o tratamento com a clorpropa- antidiurética ótima é observada após três a dez dias
mida (Diabinese®, Pfizer), via oral, pela manhã, na após do início do tratamento (Ettinger & Feldman,
dosagem de 16mg/kg, o que equivale a 250mg/dia. 1997). No caso relatado a atividade ótima iniciou-se
Após os primeiros dez dias observou-se que a após 20 dias. Após seis meses de tratamento o ani-
ingestão de água foi reduzida à metade e após 20 mal continua apresentando-se clinicamente sadio.
dias de tratamento, a ingestão de água e a micção se Confirma-se assim o prognóstico favorável, quando
normalizaram. a doença é tratada adequadamente.
DISCUSSÃO CONCLUSÃO
O Diabetes Insipidus não tem predileção por ida- A ocorrência deste caso de Diabetes Insipidus
de, raça ou sexo. O exame físico na maioria dos cães, deve servir tanto como alerta para a ocorrência desta
como no caso relatado, nada traz digno de nota, a doença em cães, como também para a importância
despeito das queixas de poliúria, polidipsia, noctúria no diagnóstico diferencial de poliúrias e polidipsias
e incontinência (Ettinger & Feldman, 1997; Birchard inespecíficas.
& Sherding, 2003). Os resultados hematológicos e
bioquímicos são geralmente normais ou são compa- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
tíveis com desidratação leve (Meyer et al., 1995; Andrade, S.F. Manual de Terapêutica Veterinária. 2ª ed. Roca,
Lopes et al., 1996). Nenhum teste, como os de pri- São Paulo, 2002. 720 p.
vação hídrica, de resposta ao ADH e com hormônio Authement, J.M.; Boudrieau, R.J. & Kaplan, P.M. Transient,
antidiurético terapêutico, foram realizados devido ao traumatically induced, central diabetes insipidus in a dog.
J. Am. Vet. Med. Assoc., 194:683-685, 1989.
alto custo e à dificuldade de aquisição das drogas Birchard, S.J. & Sherding, R.G. Manual Saunders: Clínica de
para sua realização. A resposta ao tratamento pode Pequenos Animais. 2ª ed. Roca, São Paulo, 2003. 1808 p.
ser considerada como uma confirmação do diagnós- Cohen, M. & Post, G.S. Nephrogenic diabetes insipidus in a
tico, ou seja, confirmou-se diagnóstico terapêutico. dog with intestinal leiomyosarcoma. J. Am. Vet. Med.
O tratamento pode ser realizado com a terapia Assoc., 215:1818-1820, 1999.
Ettinger, S.J. & Feldman, E.C. Tratado de Medicina Interna
hormonal (reposição de hormônio ADH), ou com a Veterinária. 4ª ed. Manole, São Paulo, 1997. 2256 p.
terapia não hormonal, com o uso de cloridrotiazida Goossens, M.M.; Rijberk, A.; Mol, J.A.; Wolfswinkel, J. &
ou a clorpropamida (Ettinger & Feldman, 1997; An- Voorhout, G. Central diabetes insipidus in a dog with a pro-
drade, 2002; Birchard & Sherding, 2003). A terapia opiomelanocortin production pituitary tumor not causing
hormonal pode ser realizada com o uso de DDAVP, hyperadrenocorticism. J. Vet. Inter. Med., 9:361-365, 1995
Lopes, S.T.A.; Cunha, C.M.; Brondo, A.W. & Fan, L.C. Manual
medicamento de elevado custo. A clorpropamida foi
de Patologia Clínica Veterinária. 1ª ed., Universidade
a droga escolhida no referido caso, principalmente Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1996. 107p.
pela facilidade de aquisição, administração e redu- Meyer, D.J.; Coles, E.H. & Rich, L.J. Medicina de Laboratório
zido custo. Esta droga é um hipoglicemiante oral da Veterinário: Interpretação e Diagnóstico. 1ª ed. Roca, São
classe das sulfoniluréias, que potencializa a ação de Paulo, 1995. 320p.
ADH nos túbulos distais renais e nos ductos coleto- Naves, L.A.; Vilar, L.; Costa, A.C.F.; Domingues, L. & Casulari,
L.A. Distúrbios na secreção e ação do hormônio
res (Andrade, 2002; Naves et al., 2003). Porém esta antidiurético. Arq. Bras. Endocrinol. Metabol., 47:467-481,
droga é contra-indicada na insuficiência renal ou 2003.