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NUTRIENTES ESSENCIAIS NO TRATAMENTO DA COVID E PÓS-COVID-19

Gabrielle Figueiredo Batista1


Laiza Marques dos Santos2
Francine Montenegro3
Viviane Mukim de Moraes Mesquita4

RESUMO

A presente revisão literária apresenta a nova realidade da sociedade, com a


chegada da pandemia ocasionada pelo novo Coronavirus SARS-CoV-2, que é uma
infecção respiratória aguda, potencialmente grave e de distribuição global. Adoção de
medidas de prevenção e controle como isolamento social que causa mudanças nos
hábitos alimentares e sociais da população. A relação com alimentação saudável e
ingestão de nutrientes essenciais para o fortalecimento do sistema imunológico,
visando a prevenção e enfrentamento da COVID-19.

Palavras chave: COVID-19; nutrientes; Alimentação; Nutrição; Pós-Covid

1. INTRODUÇÃO

A Corona Vírus Disease 2019 (COVID-19) é uma infecção respiratória aguda


causada pelo novo Coronavírus que é chamado cientificamente de SARS-CoV-2.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), é uma infecção potencialmente grave, de
elevada transmissibilidade e de distribuição global. Com a propagação mundial da
COVID-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara uma pandemia.
Apresenta o quadro clínico com variação de manifestações, podendo ser
assintomático, ou com sintomas leves de um simples resfriado até uma pneumonia
severa. O vírus pode ser transmitido principalmente por contato, gotícula e aerossol,

1
Graduanda do Curso de Nutrição pela Universidade Salgado de Oliveira – Campus São Gonçalo –
UNIVERSO
2
Graduanda do Curso de Nutrição pela Universidade Salgado de Oliveira – Campus São Gonçalo –
UNIVERSO
3
Graduanda do Curso de Nutrição pela Universidade Salgado de Oliveira – Campus São Gonçalo –
UNIVERSO
4
Docente do curso de Nutrição da Universidade Salgado de Oliveira – Campus São Gonçalo -
UNIVERSO

1
ocorrendo de forma direta de pessoa para pessoa, durante um aperto de mãos,
abraços, estando perto de uma pessoa infectada, ou de forma indireta, ao tocar em
superfícies e objetos contaminados (BRASIL, 2021).

O sistema imunológico atua na defesa do corpo humano contra agentes


infecciosos. Na COVID-19, uma resposta inflamatória eficiente e equilibrada permite
uma evolução benigna da doença (BRANDÃO, S.C.S. et al, 2020) . Na forma grave
ocorre uma tempestade de citocinas que é uma resposta imunológica excessiva,
hiperativa e descontrolada, que leva a danos a vários órgãos, agravando a doença
(ANTONIO, M.V.N. et al, 2020). Medidas de prevenção foram determinadas de acordo
com Ministério da Saúde, são elas, distanciamento social, etiqueta respiratória e de
higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfecção de ambientes,
isolamentos de casos suspeitos e confirmados e quarentena dos contatos dos casos
de COVID-19 (BRASIL,2021). Doenças crônicas como obesidade, diabetes melito,
doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, câncer e o envelhecimento são
referidos como fatores de riscos para possíveis complicações da COVID-19 (DIAS,
M.J.L.E. et al, 2020) .

Diante do isolamento social que vem afetando a sociedade em todos os


aspectos da vida, acerca da alimentação, o consumo de alimentos processados e
ultraprocessados, que são menos perecíveis, práticos e de baixo custo cresceram na
procura. Esses alimentos são ricos em sódio, gorduras e açúcares, que são
responsáveis pelo aumento de casos de obesidade, diabetes e de doenças
cardiovasculares no país. A deficiência nutricional clínica é reconhecida como
colaborador para doenças e redução da imunidade. A alimentação saudável e
adequada, rica em nutrientes, incluindo vitaminas, minerais, probióticos e prebióticos,
nutracêuticos e produtos naturais, com outros bons hábitos, colabora para
fortalecimento do sistema imunológico, garantindo um bom estado de saúde (DIAS,
M.J.L.E. et al, 2020).

2. METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado por levantamento bibliográfico. Para isso,


utilizou-se as base de dados do Google Acadêmico, a Scientific Electronic Library
(SCIELO), revistas eletrônicas, sites de publicações do Ministério da Saúde e
Organização Mundial da Saúde, e termos utilizados para busca foram relacionados à
2
COVID-19, alimentação, nutrientes e imunidade. O critério para escolha dessas bases
de dados se justifica pelo fato de que abrange o máximo de publicações das ciências
médicas, humanas e sociais, que estão diretamente ligadas ao tema abordado.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 ALIMENTAÇÃO E IMUNIDADE

Sabe se que através de alimentação adequada com a proporção correta de


macronutrientes (proteínas, hidratos de carbono, lípidos) e micronutrientes (vitaminas
e minerais) contribui para o correto e melhor funcionamento das funções fisiológicas
do corpo humano, sobretudo a nível do sistema imunitário, garantindo assim a
manutenção de um bom estado de saúde, muito são os fatores que podem
influenciar na nossa imunidade como sono, atividade física, fatores emocionais e a
alimentação (LASSELIN; ALVAREZ-SALAS; GRIGOLEIT, 2016). A energia e os
nutrientes obtidos por meio dos alimentos desempenham um papel importante no
desenvolvimento e preservação do sistema imunológico, portanto, qualquer
desequilíbrio nutricional afeta sua competência e integridade (LÓPEZ; BERMEJO,
2017). Entretanto, não existe um superalimento ou fórmula nutricional, com
comprovação científica, capaz de impedir as contaminações virais (CFN, 2020),
todavia, a ingestão adequada de, particularmente, algumas vitaminas e minerais
melhora a resposta do sistema imunitário, podendo ter impacto no prognóstico
de doença (GOMB ART; PIERRE; MAGGINI, 2020).

3.2 ESTADO NUTRICIONAL

O estado nutricional dos indivíduos tem sido apontado como um fator de risco
ou mesmo como fator de virulência em infecções. Entre pacientes hospitalizados a
desnutrição mostra-se um agravo de alta prevalência. Em revisão sistemática
englobando 66 estudos realizados em 16 países da América Latina encontrou-se
taxas que variam de 40 a 60% de pacientes desnutridos já no momento da internação,
o que aumenta ao longo desta, estando relacionada à ocorrência de quadros clínicos
agudos e crônicos e seus sintomas, bem como por tratamentos realizados. Essa
situação é motivo de preocupação devido à sua correlação com o aumento da taxa de
3
complicações, do tempo de internação e re-internação, bem como da mortalidade. O
bom funcionamento do organismo como um todo requer que nutrientes apropriados
como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais sejam ingeridos em
quantidade e qualidade pelo indivíduo, de acordo com suas necessidades. As
recomendações para uma alimentação balanceada são amplamente difundidas na
mídia e meios digitais, sendo preconizado que sua base seja de alimentos in natura,
assegurando a ingestão de frutas e legumes; que seja feito pouco uso de sal, açúcar
e óleos nas preparações alimentares; que a ingestão de alimentos processados seja
limitada (pães, conservas); e que o uso de alimentos ultra processados seja evitada
(refrigerantes, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo), bem como de fast
foods. Recomenda-se que as refeições sejam planejadas previamente para que se
tenham produtos saudáveis à mão, evitando-se assim os impulsos dos lanches
rápidos. Quando essas recomendações são praticadas, o organismo mantém boas
condições de saúde (BRASIL, 2014; ABARCA-GÓMEZ et al., 2017; WHO, 2018).

3.3 SÍNDROME PÓS COVID-19

Como lidar com as sequelas físicas e psicossociais daqueles que sobrevivem?


Esse pergunta, tem sido o foco de profissionais de saúde de diversas áreas (BARKER-
DAVIES et al, 2020 e DEMECO et al, 2020). “Reabilitação” é definida como um
conjunto de medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir
deficiências a terem e manterem uma funcionalidade ideal na interação com seu
ambiente, reduzindo o impacto de diversas condições de saúde. Normalmente,
acontece durante um período determinado de tempo, podendo envolver intervenções
simples ou múltiplas por uma pessoa ou uma equipe de profissionais. Pode ser
necessária desde a fase aguda ou inicial do problema médico, logo após sua
descoberta, até a fase pós-aguda e de manutenção (OMS, 2011). Evidências apontam
que as principais sequelas apresentadas pelos pacientes após vencerem a fase aguda
da COVID-19 estão relacionadas ao acometimento pulmonar: tosse crônica, fibrose
pulmonar, bronquiectasia e doença vascular pulmonar (FRASER, 2020 e
ZHENGLIANG, 2020). O comprometimento funcional pós-COVID-19 pode prejudicar
a capacidade de realizar atividades de vida diária e a funcionalidade, alterar o
desempenho profissional e dificultar a interação social. Ainda, os indivíduos podem se
4
tornar mais sedentários, aumentando o risco de comorbidades. As queixas mais
comuns que os pacientes apresentam são fadiga, dispneia, dor articular e dor no peito
(CARFI et al, 2020). A reabilitação pulmonar (RP) está indicada para melhorar a
função pulmonar, tolerância aos exercícios físicos e redução da fadiga principalmente
para os pacientes que foram hospitalizados (ZHAO et al, 2020).

Porém, vale ressaltar que as sequelas não se restringem ao sistema


respiratório (NHS, 2020). Um estudo de coorte ambidirecional realizado com pacientes
com COVID-19 confirmado que receberam alta do Hospital Jin Yin-tan (Wuhan, China)
entre 7 de janeiro de 2020 e 29 de maio de 2020. 6 meses após a infecção aguda, os
sobreviventes de COVID-19 apresentavam principalmente fadiga ou fraqueza
muscular, dificuldades para dormir e ansiedade ou depressão.

3.4 NUTRIENTES

Micronutrientes e compostos bioativos da dieta, presentes principalmente em


frutas e vegetais coloridos, promovem o aumento da função imunológica. Isso
acontece porque alguns destes micronutrientes e compostos bioativos tem
substâncias antioxidantes e anti-inflamatórios, como por exemplo, (vitamina A, B6,
B12, folato, C, D, E) e oligoelementos (zinco, selênio, magnésio), os ácidos graxos
poli-insaturados n-3 e alimentos funcionais, incluindo probióticos (BOMFIM, 2020).
Esses nutrientes desempenham papéis importantes no apoio ao sistema imunológico
sistema e, portanto, suas deficiências podem aumentar a suscetibilidade de um
hospedeiro a doenças infecciosas. Níveis adequados de micronutrientes são
essenciais para garantir o funcionamento eficaz de cada componente do sistema
imunológico. Em relação à imunidade inata, os micronutrientes desempenham papéis
fundamentais na manutenção da estrutural integridade e funcional das barreiras
físicas, como pele e mucosas. Os micronutrientes também estão envolvidos na
atividade de suporte das proteínas antimicrobianas e na quimiotaxia das células
inatas. Além disso, várias vitaminas e minerais contribuem para as atividades
fagocíticas e matadoras de neutrófilos e macrófagos. Deficiências de vitaminas e
minerais essenciais selecionados também afetam vários aspectos da imunidade
adaptativa, em particular a resposta humoral (mediada por anticorpos) e a imunidade
mediada por células.

5
É sabido que um estado nutricional prejudicado aumenta a suscetibilidade e a
gravidade das infecções. Por sua vez, infecções graves ou repetidas aumentam o
risco de desnutrição, induzindo anorexia com diminuição da ingestão de nutrientes
associada, causando um estado de má absorção, ou alterando todo o metabolismo e
aumentando a demanda por nutrientes. Portanto, é essencial manter adequadas
quantidades de cada micronutriente. Uma dieta bem balanceada é crucial para
alcançar uma ingestão ideal de todas essas vitaminas e elementos essenciais.

Revisamos alguns dos micronutrientes mencionados acima que podem


desempenhar um papel importante no suporte das funções imunológicas (Quadro 1),
influenciando assim o risco e o curso clínico de infecções virais respiratórias.

Quadro 1 - Principais nutrientes envolvidos na melhora do sistema imunológico:

Nutrientes Mecanismo de ação sugerido Recomendação Principais fontes


diária de alimentares
consumo
/suplementaçã
o para adultos
Vitamina D Promove a diferenciação de monócitos para 50 µg 2000 UI. As principais fontes
macrófagos enquanto aumenta a produção (Manual de alimentares de vitamina D
de superóxido, fagocitose e destruição formulações são os carnes, peixes e
bacteriana. Além disso, a vitamina D é capaz para prática frutos do mar, como salmão,
de modular o resposta imune adaptativa, clínica Ana sardinha e mariscos, e
pela supressão de células T helper tipo 1 Paula Pujol). alimentos como ovo, leite,
(Th1) função e diminuindo a produção de fígado, queijos e cogumelos.
citocinas pró-inflamatórias (Maturitas, 2020). (TACO, 2011)
Vitamina C Assim, o ácido ascórbico como eliminador de Até 2g ao dia As principais fontes de
ROS pode proteger componentes estruturais (CARR; MAGGI vitamina C são os alimentos
celulares cruciais e modular a via de NI, 2017). cítricos como a laranja, limão,
sinalização pró-inflamatória ativada pela mexerica, acerola, dentre
explosão oxidativa. A vitamina C influencia a outras. O mamão a couve e o
imunidade inata também regulando vários pimentão também são fontes
aspectos da função dos neutrófilos de vitamina C. (TACO, 2011)

Vitamina A Mantém a integridade das células da pele, do Até 2.624 µg. Pode ser encontrada em
(retinol) trato respiratório e outros tecidos, sistemas (Manual de vários alimentos tanto de
ou órgãos (PROJETO EDUCA formulações origem animal como vegetal:
CORONAVÍRUS. RFB EDITORA). para prática ovos, leite, queijos, fígado,
clínica Ana legumes e verduras de
Paula Pujol). cor alaranjada (abóbora,
buriti, mamão, manga,
cenoura) e de cor verde
escuros (almeirão, agrião,
couve, espinafre, ora-pro-
nobis, rúcula). (TACO, 2011).
6
Vitaminas A vitamina B2 (riboflavina) desempenha um - Vitamina B1 Tiamina (B1): Cereal, pão,
(B) papel no metabolismo energético de todas as (Tiamina): carne, arroz, levedura, milho,
células. Estudos relataram que a vitamina B2 2,02mg. nozes.
e a luz UV reduziram efetivamente o - Vitamina B2 Riboflavina (B2): Grãos, leite,
infecções de MERS-CoV em produtos de (Riboflavina) carne, ovos, queijo, ervilhas.
plasma humano. A vitamina B3 inibiu 2,74 mg. Niacina (B3): Carne, leite,
significativamente a infiltração de neutrófilos - Vitamina B3 ovos, peixe, legumes, batatas.
nos pulmões com um forte efeito anti- (Niacina) 35mg. Piridoxina (B6): Carnes
inflamatório durante a lesão - Vitamina B6 orgânicas, arroz integral,
pulmonar induzida por ventilador. A vitamina (Pirodixina) peixe, manteiga, soja.
B6 também é necessária no metabolismo 98,60 mg. Ácido fólico (B9): Levedo,
das proteínas e participa de mais de 100 - Vitamina B12 fígado, hortaliças verdes,
reações nos tecidos do corpo (Cobalamina) grãos de cereais integrais.
desempenhando papel importante na função 9,94 µg. Ácido pantotênico (B5):
imunológica. Portanto, as vitaminas B podem - Ácido Fólico Carnes, legumes, grãos de
ser abordadas como uma opção básica para (Vitamina B9): cereais integrais.
o tratamento de COVID ‐ 19, mas estudos 614,86 µg. Biotina (B7): Bife de fígado,
sobre os seus efeitos diretos ainda são Ácido gema de ovo, levedo de
necessários. Pantotênico cerveja, cogumelos.
(Vitamina B5): Cobalamina (B12): Fígado,
5,64 mg. carne, ovos, aves domésticas,
(MANUAL DE leite.
FORMULAÇÕE (SLIDE VITAMINAS.
S PARA ADITIVOS & INGREDIENTES)
PRÁTICA
CLÍNICA ANA
PAULA PUJOL).
Vitamina E E está presente em altas concentrações nas 1000 mg. Gema de ovo, fígado, vegetais
(tocoferol) células imunes, o que as protege de danos (MANUAL DE verde-escuros, sementes
oxidativos devido à sua alta atividade FORMULAÇÕE oleaginosas, óleos vegetais,
metabólica e ao conteúdo de proteção dos S PARA germe de trigo. (PROJETO
ácidos graxos poliinsaturados de (PUFA). PRÁTICA EDUCA CORONAVÍRUS. RFB
(ULAKES Journal of Medicine) CLÍNICA ANA EDITORA)
PAULA PUJOL).
Zinco Modula a resposta imune e exibe atividade Até 29,59 mg. É encontrado em alimentos de
antioxidante e anti-inflamatória (JAROSZ et (MANUAL DE origem animal como carnes,
al., 2017), exerce papel fundamental na FORMULAÇÕE peixes (sardinha), ovos e
defesa do organismo, influenciando a S PARA em alguns alimentos de
proliferação e maturação das células de PRÁTICA origem vegetal como: feijão,
defesa (FERNANDES et al, 2011), CLÍNICA ANA lentilha, castanhas, gergelim e
diminuindo assim a incidência de infecções, PAULA PUJOL). linhaça. (TACO, 2011)
melhorando a defese e o aumento da
resistência aos agentes patogênicos
(PRASAD et al., 2007; FERNANDES et al.,
2011).
Ferro Dentre as várias funções do ferro, ele é Até 34,31 mg. Pode ser encontrado em
essencial para diferenciação e crescimento (MANUAL DE alimentos de origem animal e
celular e componente de enzimas críticas FORMULAÇÕE vegetal: carnes vermelhas,
para o funcionamento das células imunes S PARA frango, feijão, gergelim,
(MAGGINI et al., 2018). PRÁTICA jenipapo, mangaba, mostarda,
CLÍNICA ANA ora-pro-nobis, rúcula, taioba
PAULA PUJOL). dentre outras. A ingestão de
alimentos fontes de vitamina C
concomitante com fontes de

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ferro nãoheme, favorecem sua
absorção. (TACO. 2011)
Selênio O selênio foi associada a melhora da função Até 319, 75 µg. Castanha do Brasil, trigo,
imune; aumento da atividade da enzima (MANUAL DE arroz, gema de ovo e frango,
glutationa peroxidase e, portanto, da FORMULAÇÕE sementes de girassol.
atividade antioxidante; proliferação de S PARA (PROJETO EDUCA
células T; redução da hipersensibilidade PRÁTICA CORONAVÍRUS. RFB
tardia; e efeitos antivirais na forma de CLÍNICA ANA EDITORA)
selenito de sódio. Os autores sugerem que PAULA PUJOL).
o uso de selenito de sódio na terapia
anticoagulante poderia reduzir a chance
de formação de coágulos, considerada
uma causa significante de morte para
pacientes com COVID-19 (ULAKES Journal
of Medicine).
A deficiência causa redução nos níveis de
IgM e IgG, dificultando a quimiotaxia de
neutrófilos, produção de anticorpos por
linfócitos e aumentando as mutações dos
vírus para formas mais virulentas.
Componente essencial de uma família de
selenoproteínas, incluindo a glutationa
peroxidase e tioredoxina redutase, que
atuam na proteção contra a replicação viral.
(TERAPIA NUTRICIONAL PARA
PREVENÇÃO, TRATAMENTO E
REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM
COVID-19).
Ômega 3 Estudos sugerem que a protectina D1, o Ingestão diária Salmão, sardinha, atum,
mediador lipídico ômega-3 derivado do de 250 mg / dia nozes, linhaça, chia.
PUFA, atua minimizando a replicação do de EPA + DHA.
vírus influenza por meio da exportação (TERAPIA NUTRICIONAL
de RNA. Além disso, atua como eficiente (TERAPIA PARA PREVENÇÃO,
anti-inflamatório, sendo precursor de NUTRICIONAL TRATAMENTO E
resolinas e proteínas. (Zhang e Liu, 2020) PARA REABILITAÇÃO DE
PREVENÇÃO, INDIVÍDUOS COM COVID-
TRATAMENTO 19).
E
REABILITAÇÃO
DE
INDIVÍDUOS
COM COVID-
19).
Coenzima CoQ10 tem a capacidade de melhorar o 200 mg/dia Peixes como sardinha e
Q10 estresse oxidativo e proteger as mitocôndrias cavala, nozes, grãos de soja,
(MORRIS et al., 2013). A CoQ10 é um feijão azuki, gergelim,
importante composto antioxidante com espinafre, cogumelos frescos,
propriedades anti-inflamatórias e brócolis e damasco. (Nutmed)
neuroprotetoras, que inibem a produção de
citocinas pró-inflamatórias (LEONARD;
MAES, 2012). É um potente antioxidante
capaz de estimular o sistema imunológico,
melhorando a produção de anticorpos e de
linfócitos T (SANDMANN, 2013).

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Própolis Foi possível notar um vasto leque de estudos Adulto: 20 gotas Extrato de própolis verde.
(verde) que recaiam sobra as mais variadas ações e do extrato
efetividade da própolis. No contexto deste alcoólico a 30%,
estudo, a literatura relatou a presença de até 3 vezes ao
substâncias como flavonoides e dia.
benzofenonas no extrato de própolis. O que
pode tornar esse produto um potencial
recurso complementar para tratamento da
SARS-COV-2, por possuir atividade
citotóxica e atuar como anti-inflamatória,
imunossupressora, anticarcinogênica e
antiparasitária.
(Ensaios e Ciência, v.25, n.1, 2021, 85-94)
Curcumina Estudo in vitro mostrou que a curcumina 130 mg diárias Açafrão extra/cúrcuma/açafrão
possui potencial inibidor para os (MANUAL DE da terra.
receptores FORMULAÇÕE
ACE2 impedindo a entrada do vírus S PARA
SARS PRÁTICA
-CoV2 nas células. O tratamento com pontos CLÍNICA ANA
de PAULA PUJOL).
carbono catiônicos à base de curcumina
suprime a reprodução do coronavírus e
aumenta a produção de genes
estimuladores de interferon e citocinas como
a IL-8 e IL-
6 nas células. Dessa forma, pode existir um
potencial efeito da curcumina no
tratamento da inflamação pulmonar, do
edema e da fibrose
causada pelo SARS-CoV 2.
Em estudo experimental com ratos,
constatou -se que a curcumina inibe a
resposta inflamatória celular atenuando a
expressão de citocinas e quimiocinas por
meio da via NF-кB, reduz a resposta fibrótica
e atenua a via TGF-ß reduzindo o
colágeno de fibrose pulmonar.
Ademais, a aplicação profilática de
curcumina
diminui a inflamação tecidual reduzindo o
influxo de líquido nos pulmões de ratos sob
hipóxia. Tal fato, deve-se a regulação
negativa
das citocinas próinflamatórias e das
moléculas
de adesão celular e modulação da atividade
do
NF-кB. (ULAKES Journal of Medicine).
Foi demonstrado que vários derivados da
curcumina possuem propriedades antivirais.
A curcumina é um ligante natural do PPAR-γ,
que reprime o processo inflamatório,
reduzindo a produção de citocinas, portanto,
pode desempenhar um papel na proteção

9
lesão pulmonar associada a COVID. (R
SHASHANK BHARGAVA).
Alho Segundo Quintaes (2001), o extrato de alho Limite máximo Alho.
pode ser ministrado a pacientes com de alicina de 3
debilidade significativa do sistema mg.
imunológico, pois as propriedades desse
vegetal são capazes de estimular tanto a
imunidade humoral quanto a celular, o que
justifica a inclusão do alho na dietoterapia
desses indivíduos.
Probióticos Os probióticos têm demonstrado bons - Leite, queijo, iogurte.
resultados na melhoria das condições (PROJETO EDUCA
inflamatórias e na regulação da imunidade CORONAVÍRUS. RFB
inata por meio dos receptores toll-like e da EDITORA)
via de sinalização correspondente. Os
prebióticos como frutooligossacarídeos
(FOS) e galactosacarídeos (GOS) aumentam
as concentrações de butirato reduzindo
assim a inflamação. Sabe-se ainda que a
ação microbiana da fibra alimentar
aumenta os ácidos graxos de cadeia curta
(AGCC) no sangue protegendo contra a
inflamação nos pulmões. Tais substâncias
possuem efeitos anti-inflamatórios e
podem prevenir novas infecções
bacterianas em pacientes com COVID-19.
(ULAKES Journal of Medicine).

É importante ressaltar, que a decisão de suplementar ou não, doses e tempo


de suplementação, cabe a cada profissional, com base na história clínica do paciente
e as recomendações para cada suplemento. A suplementação de indivíduos
saudáveis sem orientação de um profissional não se justifica.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pandemia ocasionada pelo COVID-19 se espalhou pelo mundo de forma


rápida e devastadora, trazendo uma nova realidade para sociedade. As doenças
crônicas são consideradas mais susceptíveis ao agravamento dos sintomas do
COVID-19. Tendo em vista o que foi exposto, através de uma revisão literária atual,
pode-se destacar que uma alimentação com consumo diário de alimentos mais
naturais e in natura, ricos em nutrientes anti-inflamatórios e antioxidantes, que são
fortes aliados para o fortalecimento do sistema imunológico e que evitam várias
doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes mellitus, são fundamentais
10
para prevenção e enfrentamento da COVID-19. Desse modo uma alimentação e
nutrição adequada são vitais para um melhor funcionamento das funções fisiológicas
do corpo humano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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