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Pesquisa Nacional Saude
Pesquisa Nacional Saude
Saúde
Descrição de página: Esta página possui o fundo roxo, títulos em branco e é dividida em dois 111
blocos. Tem ilustrações de quatro pessoas de roupas e cabelos coloridos e diversos.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Equipe responsável
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Anderson Henrique França Figueiredo Leão
Luiz Henrique Miguel
Simone Braghin
Rodrigo Cavalcante Michel
Pris Freires Rosso
RELATÓRIO
Coordenação
Arthur Luna Borba
Iveli de Paula Sousa
Leticia Ambrosio
Pris Freires Rosso
Redação e Revisão
Arthur Luna Borba
Carlos Henrique Lima
Iveli de Paula Sousa
Leticia Ambrosio
Luddy Searom Carias de Moraes
Maria Isabel de Medeiros Frazão Duarte
Maurício dos Santos Cintra Lima
Quezia Gurgel
Raquel Lopes
Ruy Bandeira Neto
Vinícius Rodrigues Costa da Silva
Hudson Brendáh Oliveira Pereira
Descrição de página: Esta página possui a apresentação das pessoas responsáveis por essa
edição com o fundo azul, títulos em branco com os nomes no canto esquerdo da página.
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Descrição de página: Esta página possui fundo azul, texto com letras brancas e um desenho
com formas abstratas nas cor azul claro, amarelo e preto.
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
AGRADECIMENTOS
A produção deste relatório só foi possível graças às contribuições
de várias pessoas apoiadoras. Primeiramente, destacamos a
confiança na TODXS e a disponibilidade de todas as pessoas que
se prontificaram a responder essa pesquisa e a compartilharem
conosco seus dados. Estas informações representam muito mais
do que apenas um agregado de dados, mas são as vivências de
uma comunidade. Sem essa confiança para essa partilha, esta
pesquisa não existiria.
Agradecemos também a confiança e a força de trabalho de
todas as pessoas voluntárias da TODXS, em especial à equipe
de Pesquisa e Desenvolvimento, cujo trabalho foi essencial para
a materialização deste relatório. Somos grates por seu tempo,
confiança e afeto.
Finalmente, agradecemos também a todas as organizações
parceiras da TODXS, que possibilitam a execução de trabalhos de
qualidade distribuídos gratuitamente para a comunidade. Destre
essas organizações, destacamos a parceria estratégica da Nívea,
e entregamos este produto de pesquisa com a expectativa de
futuras parcerias ainda mais frutíferas.
Todas essas participações foram imprescindíveis para aumentarmos
o nível de diversidade e inclusão no nosso relatório, contemplando
uma diversidade de corpos que interseccionam uma variedade
de marcadores sociais de orientação sexual, identidade de
gênero, étnico-racial, deficiência, classe social e outros. A TODXS
segue em busca do propósito de transformar o Brasil em um país
verdadeiramente inclusivo e livre da discriminação para pessoas
LGBTI+.
Descrição de página: Esta página possui o agradecimento as pessoas que participaram dessa
edição, fundo amarelo, títulos em cinza com o texto em preto.
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SUMÁRIO
4 AGRADECIMENTOS
7 PREFÁCIO
10 APRESENTAÇÃO
11 INTRODUÇÃO
18 METODOLOGIA
20 Técnicas de coleta
20 Abrangência
24 Bloco C - Saúde
24 Bloco E - Discriminação
Descrição de página: Esta página possui o início do sumário, fundo amarelo, títulos em cinza
com o texto em preto. Primeiro vem o número da página depois o tópico
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26 RESULTADOS E DISCUSSÕES
27 A estrutura do Sistema Único de Saúde 26
27 Princípios Doutrinários 26
28 Princípios Organizativos 27
32 Saúde mental 36
39 Prevalência de ISTs 48
43 CONCLUSÃO
46 DADOS COMPLEMENTARES
48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
54 GLOSSÁRIO
54 Orientação sexual
55 Identidade de gênero
Descrição de página: Esta página possui a continuação do sumário, fundo rosa, títulos em cinza
com o texto em preto. Primeiro vem o número da página depois o tópico
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Descrição de página: Esta página possui o início do prefácio, fundo verde, títulos em preto,
letras brancas e é dividida em duas colunas.
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Descrição de página: Esta página possui a continuação do prefácio, fundo verde, letras brancas
e é dividida em duas colunas. No canto superior direito tem um desenho com forma abstrata
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nas cores rosa e branco.
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como marca o reconhecimento dos efeitos alas conservadoras, mas sim que os sujeitos que
da discriminação e da exclusão no processo hoje se constituem enquanto “LGBTI+” (e aqui
de saúde-doença da população LGBTI+, as abro espaço para quaisquer outras identidades
iniquidades permeadas por pertencimentos que tensionem a cis-heteronormatividade)
sociais de raça/cor, etnia, gênero, orientação estão mobilizados, em grande ou pequena
sexual, classe, idade e deficiências, tornam-se medida, com as pautas que por anos nos
imperativas para análise e reflexão das diversas foram caras, ignoradas e custaram as vidas
realidades vivenciadas por esses sujeitos em um das diversas pessoas que historicamente
país com dimensões continentais, como afirma foram pioneiras na luta por visibilidade e
a Abrasco (2020). No contexto atual vivenciado reconhecimento ainda que tenhamos críticas
mundialmente, a pandemia de COVID-19, à assimilação da heteronormatividade, às
por exemplo, intensificou os processos formulações românticas do amor, ao ideal
vulnerabilizadores vivenciados por esse grupo, monogâmico e branco, etc., etc. Assim,
como os impactos na saúde mental, os altos espero que, apesar do perigo na esquina,
índices de depressão, suicídio e ansiedade, a tenhamos um futuro se desenhando em que
perda da renda, a insegurança alimentar, os as próximas gerações poderão experimentá-lo
diversos tipos de violência, inclusive a violência sem sucumbir ao preconceito, à discriminação,
intrafamiliar, entre outros. Em um estudo à morte, às desigualdades, às iniquidades, à
onde realizei um levantamento sócio-histórico violência e a todas as outras mazelas sociais
das necessidades sociais e dos impactos da que, historicamente, nos acometem.
COVID-19 em pessoas LGBTI+, pude identificar Boa leitura!
que as iniquidades, no contexto pandêmico, são
aprofundadas a partir de contextos locais das Alef Diogo da S. Santana, Enfermeiro pela
pessoas LGBTI+, como é o caso das travestis UPE, Mestre em Enfermagem pela UFPE,
profissionais do sexo, LGBTI+ em situação de e atualmente doutorando em Ciências
rua, LGBTI+ jovens, etc. (SANTANA, MELO, pelas Escola de Enfermagem de Ribeirão
2021). Apesar do discurso que se ensaiava na Preto, USP. Desenvolve pesquisas
grande mídia, e reproduzido por determinadas que interseccionam marcadores como
figuras políticas, de que o vírus é democrático, gênero, sexualidade, raça e classe social
a realidade descortinada é que, na verdade, o na saúde, além de investigar processos
alvo do vírus da COVID-19 tem cor, raça, classe, biomedicalizadores associados às
gênero e orientação sexual. experiências de vida de pessoas LGBTI+
À guisa de conclusão, gostaria de a partir de aproximações teóricas do
pontuar apenas que, apesar de vivermos campo das Ciências Sociais e Humanas
tempos nebulosos do ponto de vista de retirada em Saúde e Saúde Coletiva.
de direitos humanos – outrora já conquistados
com muita luta e reivindicação, as perspectivas
que se desenham para o futuro e próximas
gerações, a meu ver, são de avanço. Dizer
que são de avanço não significa dizer que será
“fácil” ou sem disputas no âmbito político e
social, haja vista todas as fake news e discursos
mobilizados pela extrema direita e coaptado por
Descrição de página: Esta página possui a continuação do prefácio, fundo verde, letras brancas
e é dividida em duas colunas. No canto superior direito tem um desenho com forma abstrata
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nas cores rosa e branco.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
APRESENTAÇÃO
A TODXS disponibiliza à sociedade o assumido no primeiro semestre de 2018
Relatório da Pesquisa Nacional por Amostra para obtenção de dados relevantes sobre a
da População LGBTI+. Com isso, busca-se população LGBTI+, traduzindo um novo ciclo
contribuir para a produção de conhecimento de atuação da organização e o orgulho das
científico e para a formulação de ações pessoas que foram e das que são integrantes
empresariais e de políticas públicas baseadas da organização.
em evidências. Por meio da apresentação Ainda são raros os estudos brasileiros
de variáveis e indicadores, esta publicação que criam indicadores sobre a população
disponibiliza conhecimento com base em LGBTI+ e são capazes de orientar a formulação
estatísticas comparáveis e confiáveis sobre de políticas públicas, bem como a atuação de
a população LGBTI+ no Brasil, traçando instituições privadas. Nesse sentido, a TODXS
um panorama com foco nas condições socializa os resultados obtidos na tentativa de
socioeconômicas e demográficas, identidades, minimizar essa escassez de dados e espera
comportamentos, educação, trabalho, saúde, que este material seja utilizado inclusive
participação política e discriminação. por pessoas pesquisadoras para ampliar
A TODXS é uma organização não análises, reverberando no fortalecimento e
governamental (ONG), criada em 2017, desenvolvimento de outros estudos desta
suprapartidária e sem fins lucrativos, que natureza. Reafirma-se, assim, a necessidade
promove a inclusão de pessoas LGBTI+ de dados sistematizados e do reconhecimento
na sociedade com iniciativas de formação público das dimensões e particularidades da
de lideranças, pesquisa, conscientização e população LGBTI+.
segurança. A TODXS é formada por um time
de pessoas voluntárias trabalhando de forma
remota, no Brasil e em outros países, na criação
de projetos de alto impacto para a população
LGBTI+ brasileira. Existimos para transformar o
Brasil em um país verdadeiramente inclusivo e
livre de discriminação para pessoas LGBTI+.
A área de Pesquisa e Desenvolvimento
da TODXS é composta por um time
multidisciplinar especializado na população
LGBTI+ e suas interseccionalidades. Por meio
de levantamento de dados inéditos e produções
de pesquisas de fácil acesso e entendimento,
espera-se criar embasamento de inteligência
de mercado, políticas públicas e impacto social.
O presente estudo é fruto do desafio
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país de dimensões nos comportamentos a diversidade da
continentais, com uma população, existência humana.
segundo o Instituto Brasileiro de Ao discutirmos sobre a população
Geografia e Estatística (IBGE, 2019), LGBTI+ no Brasil, a escassez de dados
de aproximadamente 210 milhões de oficiais governamentais torna-se um
habitantes, e marcado por desigualdades obstáculo para a produção de estudos
sociais, políticas, raciais, de gênero e de e pesquisas que possam servir de
acesso a bens e serviços. Essas disparidades, subsídio para políticas públicas focadas
por sua vez, são caracterizadas pela nas reais necessidades desse grupo.
pobreza, desemprego, machismo, Algumas Unidades Federativas brasileiras
racismo ,1
LGBTIfobia , 2
misoginia3, produziram dados sobre a violência
capacitismo4, violência, entre outras contra a população LGBTI+, conforme
questões relacionadas a adversidades apresentado no Anuário Brasileiro de
sociais. Esse contexto encontra-se Segurança Pública (BUENO; LIMA, 2019).
presente no dia a dia das pessoas LGBTI+ Contudo, ainda assim, não é possível
(pessoas que se identificam como lésbicas, saber com exatidão sobre a violência
gays, bissexuais, travestis, trans, intersexos que vitimiza esse grupo especificamente,
e demais identidades e expressões de tendo em vista que, nos registros de
gênero e orientações sexuais), com violência, os campos sobre orientação
agravantes para as que vivem em situação sexual e identidade de gênero não
de pobreza, as mulheres, as pessoas com necessariamente são obrigatórios ou
deficiência, as pessoas negras, as pessoas sequer existem para serem preenchidos.
trans, entre outras que trazem no corpo, Embora seja uma preocupação
na pele, na aparência, nas atitudes e constante, as demandas das pessoas
1. De acordo com Silvio Almeida (2019, p. 25), o racismo “é ódio, desprezo, discriminação aversão ou violência a mulheres
uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como (LOURENÇO, 2020).
fundamento, e que se manifesta por meio de práticas conscientes 4. É um sistema que inferioriza e discrimina pessoas com
ou inconscientes que culminam em desvantagens ou privilégios deficiência, estando associado com a produção de poder e se
para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam”. relaciona com a temática do corpo por uma ideia de padrão
2. Medo, opressão ou ódio irracional dirigidos às pessoas corporal perfeita; também sugere um afastamento da capacidade
LGBTI+ em virtude de orientação sexual e/ou identidade/ e da aptidão dos seres humanos, em virtude da sua condição de
expressão de gênero que fogem aos padrões heteronormativos deficiência (CAMPBELL, 2020; CERTEZA, 2019).
e cisnormativos (TODXS, 2020).
3. A palavra é utilizada para designar o comportamento de
Descrição de página: Esta página possui o início da introdução, fundo azul escuro, título em
azul claro, letras brancas e é dividida em duas colunas. No final da página temos as notas de
11
rodapé centralizada.
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5. Nesse sentido, “homossexualidades era o termo utilizado 6. De acordo com UNAIDS (2017, p. 26), “o HIV é um
até o começo dos anos de 1990 para se referir ao conjunto de vírus que enfraquece o sistema imunológico, podendo
orientações sexuais e identidades de gênero consideradas não levar, em último caso, à AIDS”.
normativas ou dissidentes” (QUINALHA, 2018, p. 15).
Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas. No final da página temos as notas de rodapé centralizada.
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Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas. No final da página temos as notas de rodapé centralizada.
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8.O Plano Plurianual (PPA) é o documento de médio prazo que governamentais, mesmo havendo mudança de gestão.
contempla o planejamento governamental para um período 9.Nome pelo qual as pessoas trans preferem ser chamadas e
de quatro anos, a ser seguido pelo Governo Federal, Estadual reconhecidas. É o nome que espelha a real identidade de gênero
e Municipal, nas três esferas de poder (Executivo, Legislativo da pessoa trans, sendo assim, incompatível com o nome que
e Judiciário), tendo início no segundo ano do mandato do consta no registro civil.
governante eleito, com término no primeiro ano do governo
seguinte, de modo a garantir a continuidade de ações
Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas. No final da página temos as notas de rodapé centralizada.
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Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas.
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modelo foi utilizado nas medicinas hindu e o estado do mais completo bem-estar físico,
chinesa da Antiguidade. mental e social e não apenas a ausência de
O modelo empírico-racional enfermidade”; tal definição sofreu críticas por
(hipocrático) tem o fundamento na Teoria dos fazer da saúde algo idealizado e inatingível
Humores de Hipócrates, o pai da medicina fazendo com que não fosse possível ela ser
Ocidental, em que a saúde é consequência do usada como objetivo pelos serviços de saúde
equilíbrio dos humores e a doença é produto (SCLIAR, 2007).
do desequilíbrio deles. No ano de 1976, o modelo da
O modelo de medicina científica História Natural das Doenças (HND) ou
ocidental (biomédico), bastante utilizado modelo processual tem como principais
atualmente, tem suas origens no contexto sistematizadores Leavell e Clark, que
do Renascimento e seus conhecimentos nesse período definiram história natural
construídos a partir do Método de Descartes. da doença como
Dentro desse modelo a saúde é reduzida a
um funcionamento mecânico e a doença o conjunto de processos interativos
ganha destaque sendo um que cria o estímulo patológico no meio
ambiente ou em qualquer outro lugar,
desajuste ou falha nos mecanismos de passando da resposta do homem ao
adaptação do organismo ou ausência estímulo, até as alterações que levam
de reação aos estímulos a cuja ação a um defeito, invalidez, recuperação
está exposto [...], processo que conduz ou morte (LEAVELL; CLARK, 1976 apud
a uma perturbação da estrutura ou da ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2002).
função de um órgão, de um sistema ou
de todo o organismo ou de suas funções Além disso, a HND divide em dois
vitais (JENICEK; CLÉROUX, 1982 apud momentos contínuos o desenvolvimento do
HERZLICH, 2004). processo saúde-doença: o pré-patogênico,
ou período epidemiológico, que é a interação
O modelo sistêmico é vinculado à entre os fatores do meio ambiente, do agente
ideia de todo, de contribuição de diferentes e do hospedeiro; e o patogênico quando
elementos do ecossistema no processo saúde- o indivíduo interage com um estímulo
doença. É assim chamado porque cada vez externo, depois apresenta sinais e sintomas
que um dos componentes do sistema sofre para por fim submeter-se a um tratamento
alguma mudança, esta ecoa e atinge as demais (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2002).
partes, num processo em que o sistema A sistematização sugerida orientou a
busca novo equilíbrio. Toda essa concepção organização do cuidado por diversos
faz um contraponto à visão unidimensional níveis de complexidade (termo ligado a
e fragmentária do modelo biomédico. Esse recursos e ações) e considerou diferentes
modelo começou a ganhar força no final formas de prevenção e promoção da
da década de 1970. Dentro deste pode-se saúde. Este modelo é o utilizado como
encaixar a definição de saúde conceituada pela norteador das ações e intervenções do
Organização Mundial da Saúde (OMS) na carta sistema de saúde brasileiro, o Sistema
de princípios de 7 de abril de 1948: “Saúde é Único de Saúde (SUS).
Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas.
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Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas.
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Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas.
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Descrição de página: Esta página possui a continuação da introdução, fundo azul escuro, letras
brancas e é dividida em duas colunas.
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MÉTODO
Descrição de página: Esta página possui fundo verde, título em preto escrito na vertical de
baixo para cima no canto esquerdo e um desenho na forma abstrata nas cores preto e rosa.
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MÉTODO
A Pesquisa Nacional por Amostra da diversa de respondentes. Em um primeiro
População LGBTI+ foi desenvolvida ao longo momento, a amostra visava variáveis chaves,
de seis etapas: estruturação e planejamento, tais como, identidade de gênero, étnico-racial
elaboração do instrumento de pesquisa e nível de escolaridade para selecionar um
(questionário), pré-teste do instrumento, perfil representativo da
aplicação do questionário, validação dos dados população LGBTI+ e, em seguida, o
e redação do relatório. pré-teste foi direcionado por meio de anúncios
A etapa de estruturação e no Facebook, para capitais mais populosas de
planejamento da pesquisa ocorreu no primeiro cada uma das cinco regiões do país. A coleta
semestre de 2018, sendo selecionados os durou 19 dias e obteve 2.709 respostas. A partir
referenciais teóricos necessários para definir os dessas, para garantir a representatividade da
conceitos a serem utilizados e as áreas temáticas amostra e confiabilidade estatística, contratou-
a serem tratadas. As identidades de gênero se um estatístico para definir parâmetros
e as orientações sexuais, bem como os tipos mínimos do plano amostral10 de aplicação da
de discriminação englobados pela pesquisa, pesquisa no restante do país, combinando a
são temas sensíveis e que vêm sendo alvo de cidade, a orientação sexual e a identidade de
estudos em diversas áreas do conhecimento, gênero.
a exemplo das Ciências Sociais, Humanas e Por fim, tendo este plano como
Saúde etc. base, a aplicação do questionário da Pesquisa
Na sequência, durante o Nacional por Amostra da População LGBTI+ foi
segundo semestre de 2018, houve a elaboração iniciada pela TODXS em 05 de abril de 2019. A
do questionário, tomando como base pesquisas Pesquisa manteve sua aplicação online e coletou
confiáveis, por exemplo o Censo IBGE, respostas de habitantes, maiores de 18 anos,
realizadas anteriormente nas áreas temáticas das 27 capitais das Unidades da Federação.
abrangidas por esta pesquisa. A equipe Nas seções subsequentes apresentaremos
responsável pela elaboração optou por manter informações detalhadas sobre a pesquisa.
as terminologias da forma mais compreensível
possível, algumas vezes se aproximando mais
do senso comum que dos termos técnicos
empregados pela militância e pelos estudiosos,
para garantir que o questionário fosse acessível
para a maior parcela de LGBTI+ possível,
independentemente de conhecimento sobre a
temática.
Posteriormente, também no
segundo semestre de 2018, ocorreu o pré-teste
do instrumento de coleta de dados, com o
objetivo de verificar a adequação aos objetivos
e a sua acessibilidade, a partir de uma amostra
10. Veja aqui o plano amostral.
Descrição de página: Esta página possui o início da metodologia com fundo branco, título
em verde, letras pretas e é dividida em duas colunas. No topo da página temos centralizado o
21
título da pesquisa em preto. No final da segunda coluna temos as notas de rodapé.
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TÉCNICAS DE COLETA
Descrição de página: Esta página possui o início da metodologia com fundo branco, título
em verde, letras pretas e é dividida em duas colunas. No topo da página temos centralizado o
22
título da pesquisa em preto. No final da segunda coluna temos as notas de rodapé.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Descrição de página: Esta página possui a continuação da metodologia com fundo branco, letras pretas,
com retas verdes separando os subtópicos e é dividida em duas colunas. No topo da página temos
23
centralizado o título da pesquisa em preto. No final da segunda coluna temos as notas de rodapé.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
BLOCO E - DISCRIMINAÇÃO
14. O Latin American Public Opinion Project (LAPOP) é um
instituto de pesquisa especializado no desenvolvimento,
A discriminação por identidade de implementação e análise de pesquisas de opinião pública. Com
gênero e sexual foi um dos pontos de maior foco principal na governança e democracia na América Latina,
é a única pesquisa com rigor científico de opinião pública e
preocupação e especificidade desta pesquisa,
comportamento democrático que cobre as Américas do Norte,
portanto, tal bloco de perguntas abordou Central, do Sul e vários países do Caribe.
questões sobre a discriminação em diversos
segmentos sociais de apoio e convivência, 15. Dados que não são compatíveis ou que não se enquadram
como escola, trabalho, serviços públicos, nas categorizações possíveis da pergunta, por exemplo as
espaços de lazer, entre outros. respostas “a, J, amor, d, bj” referentes a religião, entre outras
variações.
Descrição de página: Esta página possui a continuação da metodologia com fundo branco, letras pretas,
com retas verdes separando os subtópicos e é dividida em duas colunas. No topo da página temos
24
centralizado o título da pesquisa em preto. No final da segunda coluna temos as notas de rodapé.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Descrição de página: Esta página possui a continuação da metodologia com fundo branco,
letras pretas com o texto em uma parte da primeira coluna. Na lateral da página temos um
25
desenho de forma abstrata nas cores preto, cinza e azul claro.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
RESULTADOS E
DISCUSSÕES
Descrição de página: Esta página possui fundo roxo, título em branco escrito na vertical de
baixo para cima no canto direito e um desenho de forma abstrata nas corez azul claro e preto.
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Descrição de página: Esta página possui o início dos resultados e discussões com fundo branco,
título em roxo, letras pretas e é dividida em duas colunas. No topo da página temos centralizado
27
o título da pesquisa em preto.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Descrição de página: Esta página possui a continuação dos resultados e discussões com fundo
branco, título em roxo, letras pretas e é dividida em duas colunas. No topo da página temos
28
centralizado o título da pesquisa em preto.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
16. Em estatística, o valor p, ou valor alpha em determinados contextos, é a probabilidade de nos depararmos com dados semelhantes
aos que temos caso a nossa hipótese fosse incorreta, a probabilidade da chamada Hipótese Nula. Em geral, define-se que valores p
abaixo de 0,05, ou seja, hipótese nula com 5% de probabilidade de estar correta, apontam para a relevância do fenômeno em estudo.
Descrição de página: Esta página possui a continuação dos resultados e discussões com fundo
branco, título em roxo, letras pretas e é dividida em duas colunas. No topo da página temos
29
centralizado o título da pesquisa em preto.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
prevenção da saúde e, portanto, pode estar você praticou exercícios físicos ou esporte?
no trabalho e nos processos de deslocamento Não pratiquei Menos de 1 vez Apenas 1 vez por De 2 a 3 vezes 4 a 5 vezes 6 ou mais vezes
por semana semana por semana por semana por semana
urbano (BRASIL, 2019).
Gráfico de barras de porcentagem retratando a frequência
Segundo a PNS, a média brasileira das da prática de exercícios físicos ou esportes no último mês,
onde 44,33% das pessoas respondentes informaram que não
pessoas que praticam níveis recomendados de praticaram, 15,35% praticaram exercícios menos de uma vez na
atividade física é de 30% da população, sendo semana, 9,11% apenas uma vez por semana, 17,77% de duas
a três vezes por semanas, 9,91% de quatro a cinco vezes por
que entre os homens essa média sobe para semana e 3,53% seis ou mais vezes por semana.
34% e entre as mulheres é de 26,4% (BRASIL,
2019). ACESSO E USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Já com relação às pessoas que foram
consideradas insuficientemente ativas, a média Hospitais (públicos e privados) são
da população foi de 40,3%, sendo que entre as os estabelecimentos mais buscados pela
mulheres esse percentual foi maior, com 47,5% população LGBTI+ quando precisam de
e entre os homens com 32,1% (BRASIL, 2019). atendimento de saúde (de acordo com 33,9%
Para a nossa amostra, considerando o das pessoas respondentes), seguido por
proposto pela PNS, poderíamos considerar que consultórios e clínicas da rede privada (22,4%),
são insuficientemente ativas pessoas que não UPAs (19,7%), UBS (13,8%) e Farmácias (4,3%).
praticam atividades físicas (44,33%), pessoas Para efeitos comparativos, de acordo com a
que praticam atividade física menos de uma Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019,
vez por semana (15,35%) e as pessoas que UBS são os principais locais onde a população
praticam atividade física apenas uma vez por brasileira costuma buscar atendimento médico
semana (9,11%). Assim, a porcentagem de com recorrência (de acordo com 46,8% das
pessoas insuficientemente ativas na população pessoas), seguido por consultórios e clínicas da
LGBTI+ seria de aproximadamente 68,7%, rede privada (22,9%, resultado muito próximo
representando um aumento significativo com ao observado nesta Pesquisa Nacional), UPAs/
relação à população em geral. pronto socorro/emergência de hospitais públicos
E poderíamos considerar como pessoas (14,1%), centro de especialidades/policlínica
suficientemente ativas as pessoas que praticam pública/ambulatório de hospital público (8,9%),
atividade física de duas a três vezes por semana pronto atendimento e emergências em hospitais
(17,77%), as pessoas que praticam atividades privados (4,4%) e Farmácias (2,3%).
físicas de quatro a cinco vezes por semana Chama a atenção nos resultados da
(9,91%) e as pessoas que praticam atividades pesquisa e é interessante observar a baixa
físicas seis ou mais vezes por semana (3,53%). adesão da população LGBTI+ aos Centros de
Descrição de página: Esta página possui a continuação dos resultados e discussões com fundo
branco, título em roxo, letras pretas e é dividida em duas colunas. No topo da página temos
30
centralizado o título da pesquisa em preto.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Referência para ISTs e Centros de Referência saúde (individuais e coletivas), que abrangem,
Identitário, 1,05% e 0,88% respectivamente. entre outros, o diagnóstico, o tratamento, a
Muitos fatores podem explicar esse resultado reabilitação, a redução de danos e a manutenção
e hipóteses como o número de centros de da saúde (BRASIL, 2011, artigo 6º).
referência pelo país, a oferta limitada de No segundo nível de atenção é onde
especialidade, a falta de informação a respeito encontramos os Centros de Especialidades
de sua existência e dos tratamentos ofertados Médicas e outros serviços especializados em
e outras, que precisariam ser levantadas e determinadas especialidades clínicas. No terceiro
investigadas para a melhor compreensão do nível, o de maior complexidade, encontramos
cenário. Os dados sobre o acesso e uso de hospitais, UPAs e centros super especializados
serviços de saúde pela população LGBTI+ e super tecnológicos (BRASIL, 2010). A partir do
estão condensados de forma gráfica a seguir, que se prevê a RAS, as pessoas deveriam acessar
no gráfico 3. os níveis de atenção à saúde a partir do primeiro
e, apenas em caso de necessidade, acessar os
Gráfico 3. Quando você está doente ou demais com encaminhamento.
precisando de atendimento de saúde, costuma Contrariando a lógica sob a qual a RAS está
procurar: organizada, a maioria de respondentes, 33,9%,
ONG’s 0,05% quando questionades sobre estabelecimentos
0,14%
Centros Referência Identitário
Centros Referência DST
que procuram ao ficarem doentes indicaram os
0,88%
Atendimento domiciliar 1,05% hospitais (públicos e privados) apontando uma
Farmária 4,33% procura hospitalocêntrica de nível altamente
13,75%
UBS (Posto de Saúde)
especializado. Em contrapartida, apenas 13,8%
UPA (Pronto Socorro) 19,68%
Consultório Particular 22,37%
dos respondentes procuram a UBS quando
Hospital 33,35% doentes, ficando ainda depois de consultórios
Nenhuma das opções 3,91% e clínicas da rede privada (22,4%), e UPAs (19,7%),
Gráfico de barras de porcentagem sobre o tipo de atendimento indicando que a busca por atenção à saúde,
de saúde que costumam procurar quando estão doentes, onde
0,05% recorrem a ONGs (instituições da sociedade civil), 0,14% a na verdade, inverte a lógica de organização do
Centros de Referência Identitária, 0,88% a Centros de Referência
em DST, 1,05% a atendimento domiciliar, 4,33% a farmácias, sistema. Isso pode apontar para uma falta de
13,75% a UBS (postos de saúde), 19,68% a UPA (pronto-socorros),
22,37% a consultórios particulares, 33,85% a hospitais e 3,91% conhecimento sobre o funcionamento da RAS.
não recorrem a nenhuma das opções anteriormente mencionadas.
Quando a procura por um determinado serviço
Vale reforçar que para as Redes de é feita num local inadequado há grande chance
Atenção à Saúde (RAS), instituídas pela Portaria de insatisfação, não resolução da demanda e
nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, a Atenção percepção de não adequação do serviço como
em Saúde deve ser feita de acordo com os 3 um todo.
níveis de complexidade: a Atenção Primária em
Saúde (APS); a Atenção Secundária; e, a Atenção INTERSECCIONALIDADE NO ACESSO AO
Terciária (BRASIL, 2014). A APS é nível básico SISTEMA DE SAÚDE PRIVADO
e mais abrangente, com caráter comunitário e
territorial dentro do SUS. A UBS, um dos serviços As desigualdades e diversidades
da APS, é considerada uma das localidades de presentes na população LGBTI+ no Brasil são
referência dentro da RAS, e é entendida como essenciais para a compreensão de questões
a porta de entrada do sistema, pois está dentro como as possibilidades de acesso aos sistemas
do nível de menor complexidade. Ela também de saúde. Seria superficial não levar essas
é encarregada de um conjunto de ações de
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centralizado o título da pesquisa em preto.
pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
75
Não a OMS considera como grupo de risco para o
50 suicídio (WHO, 2019). Essa classificação se deve
Sim
25
0
ao fato de apresentarem de 3 a 7 vezes mais
Amarela Branca Indígena Parda Preta
chances de cometer este ato (HOBBES, 2017;
Gráfico de barras da relação entre o acesso ao sistema de saúde SCHUMANN; MARTINI, 2016; CARVALHO et
privado e a distribuição racial. Os dados são apresentados na
tabela a seguir. al., 2019), além de menores níveis de bem-estar
Plano de Amarela Branca Indígena Parda Preta junto com maior incidência de psicopatologias
saúde (Oriental)
Não 40,4% 37,7% 53,7% 52,1% 56% (PAVELTCHUK, 2019), se comparada com a
Sim 59,6% 62,3% 46,3% 47,9% 44% população heterossexual.
Gráfico 5: Você possui plano de saúde privado? Um exemplo do impacto de discriminação
Análise por identidade racial, valores absolutos institucional foi demonstrado num estudo feito
nos Estados Unidos, onde foi comparada a
4000
relação entre viver em estados que instituíram
3000
Sim
banimento do casamento com pessoas do
2000
Não
Não
mesmo sexo e a prevalência de comorbidades
1000 Sim
Não
Sim Não Sim Sim
0 Não
Amarela Branca Indígena Parda Preta
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Gráfico de barras de porcentagem de respondentes que têm 18. Neste caso, são os transtornos relacionados ao uso de
transtornos, mostrando que 66,66% não têm transtornos, 29,86% substâncias as classificações encontradas na 5ª edição do Manual
têm e 3,48% das pessoas entrevistadas não responderam.
Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, que estão sendo
avaliados como diagnóstico.
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
na população empregada). Esta diferença Gráfico 9. Você possui algum transtorno mental?
pode refletir a carga mental que se acumula Análise por faixa de renda.
a partir da insegurança financeira das pessoas
participantes desempregadas. Um Teste T de
Welch revela que a diferença de prevalência
de transtornos é bastante significativa entre 4000
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
50%
trar ajuda
8,3% 5,8% 8,7% 7,9% 8,7% grupo seja de pessoas que têm um parceiro fixo
Eu não teria coragem
5,5% 5% 8% 6,6% 6% e se sentem menos expostas às ISTs.
Eu utilizo / utilizei
28,9% 28,4% 16,7% 20,1% 18,2%
auxílio médico
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Hoje o que há disponível para a proteção Gráfico 14. Nos últimos 12 meses, com que
contra ISTs entre pessoas com vulva são frequência você utilizou preservativos ou métodos
adaptações ou improvisos, como por exemplo, de proteção contra IST (Infecção Sexualmente
o uso de luva (para contato dedos - mucosa) Transmissível)? Análise por identidade racial,
ou camisinha recortada (boca-mucosa). valores proporcionais
falácia contribuiu à ideia de que, portanto, não Nunca 50,3% 43,5% 38% 40,6% 39,5%
Raramen-te 8,9% 7,9% 7,3% 8,4% 7,8%
haveria risco de transmissão de ISTs. Somado Às vezes
6,7% 9,3% 6,7ˆ% 10% 10,5%
a isso, um estudo feito no Brasil em 2011, Muitas vezes
11,7ˆ 14,6% 16,7% 15,4% 17,3%
constatou que 73% das entrevistadas (mulheres Sempre 22,3% 24,7% 31,3% 25,7% 24,9
cis lésbicas ou bissexuais) nunca receberam Gráfico 15. Nos últimos 12 meses, com que
material preventivo contra ISTs ou mesmo frequência você utilizou preservativos ou métodos
informações sobre a prática sexual segura entre de proteção contra IST (Infecção Sexualmente
mulheres cis. Transmissível)? Análise por identidade racial,
Para além disso, constata-se que valores absolutos
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
3,3%
que ISTs podem trazer para sua saúde. Este Candidíase
Hepatite B
3,4%
pode ser um importante foco da elaboração de Clamídia 7%
diagnosticadas com alguma IST, enquanto As outras ISTs que não estão especificadas
82,5% das pessoas relatam nunca terem no gráfico mas foram identificadas durante a
sido diagnosticadas. Esta informação está preparação dos dados foram Tricomoníase,
apresentada graficamente a seguir, no gráfico Hepatite C, Cancro Mole e Donovanose.
16. Ao analisarmos a prevalência de ISTs
dentre os grupos étnico-raciais, observa-se
Gráfico 16. Você já foi diagnosticado/a/e uma homogeneidade. Este dado precisa ser
com alguma IST (Infecção Sexualmente melhor investigado em futuras pesquisas,
Transmissível)? uma vez que, assim como na prevalência de
82,5% transtornos mentais, o diagnóstico de ISTs
pode estar sendo modulado pelos diferentes
níveis de acesso às redes de atendimento em
saúde. Destaca-se também que a aparente
16,3%
baixa prevalência de ISTs entre as pessoas
1,2%
Não quero Sim Não Amarelas precisa ser vista com cautela dada a
responder
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Gráfico 18. Você já foi diagnosticado/a/e pessoa vai ser reconhecida ou ter sua identidade
com alguma IST (Infecção Sexualmente respeitada. Sem arriscar reduzir a adequação da
Transmissível)? Análise por identidade racial, identidade de gênero à vontade de ser reconhecide,
valores proporcionais os dados a seguir nos mostram como a população
100
desta pesquisa se relaciona com a ideia de ter o
75
Não
seu gênero (em termos somáticos)20 conformado
50
à sua identidade de gênero.
25
Não quero
responder Cerca de 96% das pessoas que responderam
0 Sim
Amarela Branca Indígena Parda Preta à pesquisa, não sentem a necessidade de buscar
Gráfico de barras sobre a prevalência de ISTs dentre os grupos
auxílio médico para adequar seu sexo atribuído
étnico-raciais. Os dados são apresentados na tabela a seguir. no nascimento à identidade de gênero, 3,6% das
IST Amarela Branca Indígena Parda Preta
(Oriental)
pessoas sentem essa necessidade e 0,3% não
Não 93,4% 80,3% 79,9% 80,2% 80,2% sabem ou ainda estão em dúvida em relação a
Não 1,1% 3,6% 2,6% 4% 3,6%
quero
responder
isso. Nesse sentido, é interessante analisar o que
Sim 5,5% 16% 17,5% 15,8% 16,3% faz com que as pessoas respondam “não”. Não
Gráfico 19. Você já foi diagnosticado/a/e se trata, porém, de assumir que toda pessoa trans,
com alguma IST (Infecção Sexualmente por exemplo, precisa “adequar” seu corpo para
Transmissível)? Análise por identidade racial, ser “plename\nte trans”, mas sim de refletir sobre
valores absolutos como essas pessoas enxergam o sistema de saúde.
3000 Não Não quero responder Sim
Estas informações estão apresentadas em gráfico
a seguir.
2000 Dentre as pessoas que responderam “sim”
para a pergunta anterior, algumas diferenças
1000
importantes são identificadas em relação à amostra
0 geral. Ao analisar-se o perfil racial das pessoas
Amarela Branca Indígena Parda Preta
que responderam afirmativamente, nota-se uma
Gráfico de barras sobre o diagnóstico de ISTs dentre os grupos
étnico-raciais. Os dados são apresentados na tabela a seguir. prevalência maior de pessoas autodeclaradas pardas
IST Amarela Branca Indígena Parda Preta e pretas, e uma menor prevalência de pessoas
(Oriental)
autodeclaradas brancas em relação à amostra
Não 169 6172 123 3795 1804
Não quero 2 278 4 189 80
geral. Ao compararmos esta informação com as
responder
análises anteriores, especialmente em relação ao
Sim 10 1232 27 746 366
acesso a serviços de saúde e o pertencimento racial,
AUXÍLIO MÉDICO PARA ADEQUAR A podemos conjecturar uma maior dificuldade na
IDENTIDADE DE GÊNERO busca deste auxílio médio para a adequação gênero-
sexo atribuído destas pessoas. É preciso cautela
Compreendendo o gênero como uma nesta análise, no entanto, dado o baixo volume de
categoria de organização social que articula pessoas que responderam afirmativamente a esta
dinâmicas de reconhecimento e inteligibilidade pergunta. Estes dados a partir do pertencimento
(BUTLER, 1988; PRECIADO, 2018), entende-se que racial das pessoas respondentes pode ser visualizado
o modo pelo qual um determinado corpo aparece na tabela a seguir.
ou é visto pela sociedade implica em como essa
20. Conforme Judith Butler (2003), o gênero é uma construção social que não se separa do sexo (popularmente entendido
como biológico), o que faz com que ele seja uma categoria discursiva que articula dinâmicas de reconhecimento. Sem ter
a intenção, neste relatório, de assumir pressupostos sobre a categoria “sexo biológico” - a qual não aplicamos -, usamos o
termo “somático” para se referir à dinâmica de reconhecimento social que se baseia no corpo como algo que aparece e,
portanto, no corpo como um destino que possui um sexo ligado aos órgãos genitais.
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
Esta diferença, pequena em termos Gráfico 21: Você já buscou algum auxílio
percentuais (cerca de 0,7%) mas que representa ou orientação médica paa ajustar seu sexo
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
CONCLUSÃO
O relatório apresentado foi resultado
de um longo processo, que teve início
conhecimento acerca da realidade LGBTI+
no Brasil, ao construir uma pesquisa pioneira
no primeiro semestre de 2017. De lá até capaz de compreender as experiências e
chegarmos nesse material, a área de identidades plurais que criam quadros de
Pesquisa e Desenvolvimento trilhou um oportunidades e dificuldades, impactando
caminho que envolveu revisão da literatura, essas vidas.
definição do objeto, criação do questionário, Ao longo do desenvolvimento da
validação da pesquisa, pré-teste e piloto, pesquisa, buscou-se sinalizar, mesmo que
aplicação do formulário, análise de dados indiretamente, a relação existente entre a
e escrita de outros dois relatórios. Os utilização do método de construção de dados
blocos A e B da pesquisa discutem dados por amostragem e os resultados encontrados
sobre a população LGBTI+ brasileira a partir da análise. O emprego do formulário
que informam sobre Identidade e Perfil online teve a intenção de buscar um universo
Sociodemográfico e Mercado de Trabalho amostral amplo para traçar relações causais
e Renda, respectivamente. e que fossem representativas de uma certa
Todo o esforço empreendido pelo time localidade. Porém, ao adotar tal método,
de Pesquisa e Desenvolvimento, e também de algumas consequências foram evidentes,
outras áreas da TODXS, teve como objetivo como a maior participação de indivíduos
compreender os processo de saúde-doença que acessam com mais facilidade a Internet
das pessoas LGBTI+, abordando saúde e apresentam algumas características em
mental, sexual e reprodutiva, sem perder comum que perpassam identidade de gênero
de vista a atenção para as experiências e étnico-racial, orientação sexual, serem
particulares de grupos sociais diversos. pessoas sem deficiência, idade, domicílio
Nesse sentido, teve-se o cuidado de realizar e escolaridade. Assim, evidenciou-se a
análises cruzadas entre múltiplos marcadores necessidade de aprimorar a metodologia
da diferença e perceber as intersecções. para futuros levantamentos e, nesse sentido,
A pesquisa mobilizou muito mais do fomentar a captação de recursos financeiros
que o time de Pesquisa e Desenvolvimento e humanos para desenvolver pesquisas cada
da TODXS, contando com a colaboração de vez mais robustas com a população LGBTI+
15 mil pessoas brasileiras21 que participaram brasileira, tendo em vista a necessidade de
do estudo respondendo às questões que aumentar a representatividade, em especial
compunham o formulário online. Por de pessoas não binárias, travestis, mulheres
meio desse esforço conjunto, foi possível e homens trans.
começar a preencher uma lacuna sobre o Mesmo com o viés presente no método,
a pesquisa foi capaz, de forma exploratória,
de produzir conhecimentos sobre a realidade
21. Foram contabilizadas cerca de 35 mil respostas
da população LGBTI+ no Brasil. Adotou-se
coletadas, porém após a validação dos dados passamos
a utilizar uma amostra de cerca de 15 mil respondentes.
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texto em branco. No topo possui um desenho com forma abstrata nas cores lilás, azul, azul claro e preto.
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
uma perspectiva de que a atenção à saúde de caso em hospitais e clínicas locais, com
possui uma dimensão política, os processos profissionais da saúde de áreas diversas, em
de saúde-doença são atravessados por contextos públicos e privados, com pessoas
determinantes sociais variados e a garantia que usam esses serviços, buscando levantar
do acesso à saúde integral e bem estar tem a experiências concretas negativas e positivas,
ver com a promoção da cidadania, conforme conduzindo ações de intervenção, através
as legislações que regem o SUS. Foram de documentos tais quais protocolos de
levantadas as respostas do questionário e atendimento, se fazendo de métodos e
analisadas a fim de delimitar e compreender técnicas qualitativas, quantitativas e mistas.
diferentes aspectos das vidas dessas pessoas. Vale pontuar que, ao longo do relatório,
As perguntas do questionário versavam buscou-se assumir uma perspectiva analítica
sobre a autoavaliação da saúde - captando interseccional. A adoção da abordagem
a percepção subjetiva de cada pessoa, influenciou diretamente a compreensão das
conforme características físicas, emocionais e respostas. Sempre que possível, foi feito o
psicológicas que a pessoa atribui relevância cruzamento de marcadores sociais de modo
-, o acesso e uso de serviços de saúde - a qualificar a análise, tentando fazer uma
frequência de consultas e exames, causas aproximação das realidades vividas pelas
para não procurar ajuda e confiança em pessoas, por meio do entendimento de que
profissionais de saúde -, a saúde mental - tais realidades são constituídas por múltiplas
compreendendo os efeitos da discriminação, camadas de significados e sentidos.
da violência e das condições precárias de A partir das análises realizadas nas
vida entre populações não brancas, pessoas seções anteriores deste texto, destacam-se
mais pobres, LGBTI+ e outras populações alguns pontos chaves para pensar a saúde
marginalizadas -, prevenção e tratamento de da população LGBTI+ no Brasil. O primeiro
infecções sexualmente transmissíveis e, por ponto é a interseccionalidade que permeia
fim, auxílio para adequação da identidade este estudo. Como pôde ser observado,
de gênero. as questões de gênero, raça e classe social
O presente bloco foi construído de foram bastante relevantes em diversas
acordo com a pesquisa do Departamento análises, como o acesso aos serviços de
de Informática do Sistema Único de saúde, os diagnósticos de saúde mental ou o
Saúde (DATASUS) e buscou-se construir uso de preservativos. É imperativo que ações
as variáveis e análises tendo como base e políticas públicas para a população LGBTI+
as pesquisas do Censo Demográfico IBGE sejam articuladas com ações e políticas
2010 e da Pesquisa Nacional de Saúde principalmente de raça e renda.
IBGE 2019. Compreendemos ainda que Outro ponto amplo que destaca-se
os estigmas, a discriminação e a exclusão deste relatório é o acesso precário aos
social reverberam em informações, dados serviços de saúde pela população LGBTI+.
e conhecimentos ainda insuficientes para Parte dessa população relata não se sentir
atender a saúde de pessoas LGBTI+ em confortável para buscar os serviços de saúde,
sua integralidade, portanto espera-se que a e grande parte da população trans não busca
pesquisa estimule e dê subsídios para demais serviços de saúde para adequação de seu
pessoas pesquisadoras realizarem outras gênero, o que também pode ter raízes na
investigações. Como, por exemplo, estudos desinformação. Torna-se necessário, a partir
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
DADOS COMPLEMENTARES
A seguir, apresentamos dados complementares, coletados dentro do âmbito da Pesquisa
Nacional por Amostra da População LGBTI+., que fogem do escopo analítico deste relatório.
Encorajamos a comunidade científica e às pessoas gestoras públicas a deles se utilizarem para
qualificação das pesquisas e das políticas públicas para a população LGBTI+ brasileira.
Outros
0% 20% 40%
19,89%
16,71%
14,81% 15,2%
Gráfico de barras de porcentagem sobre o uso de medicamento
contínuo nos últimos 12 meses, em que 57,10% não faz uso de
nenhum medicamento de uso contínuo, 15,41% utiliza medicação
psiquiátrica para outros fins, 7,75% utilizam antivirais, 4,42%
utilizam para doença imunológica (autoimune), 4,45% utilizam
60%
Nenhuma vez Apenas 1 vez De 2 a 3 De 4 a 5 Seis ou mais para terapia hormonal, 4,16% utilizam para dor crônica, 1,68%
vezes vezes vezes
utilizam para problemas de coração e sistema circulatório, 1,00%
Gráfico de barras de porcentagem sobre a busca por algum utilizam medicação psiquiátrica em terapia hormonal e 5,83%
serviço de saúde nos últimos 12 meses, em que 16,71% das utilizam medicamentos para outros fins.
pessoas respondetes não buscaram, 33,39% buscaram apenas
uma vez, 14,81% buscaram de duas a três vezes, 19,89% buscaram
Gráfico 24: Nos últimos 12 meses, você
de quatro a cinco vezes e 15,20% buscaram seis ou mais vezes.
fez uso de algum medicamento de uso
Gráfico 23: Na última vez que obteve o(s) contínuo para? Apenas população usuária de
medicamentos(s) de uso contínuo, de que forma medicamento de uso contínuo
Terapia hormonal
Dor crônica
Problemas no coração e sistema
circulatório
Medicação psiquiátria em
21,65% terapia hormonal
15,64% Outros
0% 20% 40%
Todos Parte gratuita e parte Todos adquiridos
gratuitamente adquirida com recursos com recursos
próprios próprios
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84,67%
Gráfico 27: Você já buscou auxílio médico ou Gráfico 28: Você já buscou auxílio médico ou
psicológico por ser LGBTI+? População com psicológico por ser LGBTI+? População com
Utilizo/utilizei
Utilizo/utilizei
Não preciso
Não preciso
Não poderia pagar
Não poderia pagar
Não sei onde encontrar ajuda
Não sei onde encontrar ajuda
Não tenho coragem
Não tenho coragem
Não confio
Não confio
0% 25%
0% 25%
Gráfico de barras proporcionais sobre o uso de auxílio médico Gráfico de barras proporcionais sobre o uso de auxílio médico
ou psicológico por ser LGBTI+, dentre as pessoas respondentes ou psicológico por ser LGBTI+, dentre as pessoas respondentes
com transtorno de ansiedade, em que 34,58% relataram que não com transtorno de depressão, em que 33,01% relataram que não
precisam de auxílio, 37,65% utilizam/utilizaram auxílio, 12,17% precisam de auxílio, 38,85% utilizam/utilizaram auxílio, 12,52%
não poderia pagar, 6,61% não sabe aonde procurar ajuda, 5,63% não poderia pagar, 7,03% não sabe aonde procurar ajuda, 5,20%
não teria coragem e 3,36% não confia nos serviços. não teria coragem e 3,39% não confia nos serviços.
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br/j/csc/a/QLYL8v4VLzqP6s5fpR8mLgP/?lang=pt#. Acesso em: 5 out. 2021.
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Ciência Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.
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Autoavaliação do estado de saúde e a associação com fatores sociodemográficos,
hábitos de vida e morbidade na população: um inquérito nacional. Cadernos de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 4, p. 723-734, 2013. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/csp/a/b4Nyg8BYjDRzDMjnZpdWshB/?lang=pt&format=pdf. Acesso
em: 22 jun. 2021.
Descrição de página: Esta página possui a continuação da referência bibliográfica, fundo branco, título em
roxo, letras pretas e o texto justificado. No topo da página temos centralizado o título da pesquisa em preto.
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
SALES, Orcélia Pereira et al. O Sistema Único de Saúde: desafios, avanços e debates
em 30 anos de história. Humanidades & Inovação, v. 6, n. 17, p. 54-65, 2019.
SISTEMA Único de Saúde (SUS): estrutura, princípios e como funciona. [S. l.]:
Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/sistema-unico-
de-saude. Acesso em: 22 set. 2021.
SUS é único sistema público de saúde que atende mais de 200 milhões
de pessoas. Observatório de Análise Política em Saúde, [S. l.], 14
out. 2019. Disponível em: https://www.analisepoliticaemsaude.org/oaps/
noticias/9beecf4ad16d38b194a13624781a489e/. Acesso em: 22 set. 2021.
VIACAVA, Francisco et al. SUS: oferta, acesso e utilização de serviços de saúde nos
últimos 30 anos. Ciência & Saúde Coletiva, [s. l.], v. 23, n. 6, 06 2018. DOI https://
doi.org/10.1590/1413-81232018236.06022018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
csc/a/8R6QRyHLFb4S7FXh8CDd5kf/?lang=pt. Acesso em: 22 set. 2021.
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pesquisa nacional por amostra da população lgbti+
GLOSSÁRIO
Pensamos este glossário como uma forma Acreditamos que as vivências LGBTI+ são
de facilitar a compreensão dos termos múltiplas e que, muitas vezes, não cabem
e conteúdos abordados ao longo do em “caixinhas” ou meras categorizações.
relatório. Partimos do entendimento de Frisamos também que, em uma sociedade
que a comunidade LGBTI+ é ampla e plural e diversa, se torna imprescindível
diversa: novas identidades de gênero e perguntar como a pessoa gostaria de ser
sexualidades surgem, conceitos vão sendo chamada e por quais pronomes ela gostaria
repaginados, pautas que antes eram pouco de ser tratada, bem como entender que
discutidas, vão ganhando maior visibilidade. somos livres para nos relacionarmos com
Desta forma, não temos a pretensão de quem e como quisermos.
estabelecer rótulos ou ditar “verdades”.
ORIENTAÇÃO SEXUAL
Assexual: Pessoa que não sente atração Gay: Homem que sente amor, afeto e/
sexual por nenhum gênero. Contudo, a ou atração sexual por outros homens (cis
comunidade assexual é múltipla e algumas e trans). Algumas pessoas não binárias
pessoas sentem atração sexual parcial ou também se entendem como gays por
condicional a atração romântica. se identificarem, em algum grau ou
parcialmente, como “homem” e se
Bissexual: Pessoa que sente amor, afeto e/ relacionarem com homens.
ou atração sexual por pessoas do mesmo
gênero ou de gêneros diferentes. Lésbica: Mulher que sente amor, afeto e/
ou atração sexual por outras mulheres (cis
Heterossexual: Pessoa que sente amor, e trans). Algumas pessoas não binárias
afeto e/ou atração sexual apenas pelo também se entendem como lésbicas
gênero oposto com que se identifica. por se identificarem, em algum grau ou
parcialmente, com a identidade “mulher”
Pansexual: Pessoa que sente amor, afeto e se relacionarem com mulheres.
e/ou atração sexual por todos os gêneros -
homens (cis e trans), mulheres (cis e trans) e
pessoas não binárias (cis e trans).
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IDENTIDADE DE GÊNERO
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