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| AEVIGTA DE EDUCACAS VICTORIA ESPIRITO: S4NTS Pablitagia a cargo do Servco de Cooperayiy,6.2xtensdo Cultural DEPALTAMENTG of LOUCAGAO «Hh, - 95 16-2) -98 BRO -HOVEMBRO. DEZEMBRO fe SUMMARIO CONGRESSO DE EDUCAGAO RURAL — Claudlonor Ribeiro, che- Ze do Servigo de Cooperacio ¢ Extensio Cultural DISCURSO DE PARANYMPHO — 4rnulpho Mattos, Seeretario aa Educagaio e Saude Publica © MEXICO E A SUA EDUCAGAO RURAL — Rafael Ramirez, an- tigo chefe do Departamento de Educagio Rural do Ministerio da Agricultura do Mexico AS COLONIAS DE FRIAS E O SERVICO MEDICO ESCOLAR NO ESPIRITO SANTO — Marto Bossois Ribeiro, chete do Servigo de Inspeccio Medica e Bducacéo Senitaria Escolar. PELA EDUCAGAO — Jodo Bastos, deputade estadoal. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA — M. A. Teixeira de Freitas, director de Estatistica do Ministerio da Educagio. BAUDACGAO — P. Sylvio Azevedo, do Gymnasto do Estado de Ta- tuhy, em Sfio Paulo, LIGEIROS COMMENTARIOS SOBRE A HYGIENE E A EDUCA- GAO PHYSICA NO BRASIL — Jovita Nogueira, profa, de Hdu- cago Physica. EDUCAGAO RURAL — AVICULTURA — Noemia Saraiva de Mat+ tos Cruz, directora do Grupo Escolar de Butantan, em S. Paulo, EDUCACAO RURAL — CAMPANHA CONTRA A SAUVA — Alcev Martins e Mario Autori, do Instituto Biologico da Secretaria di Agricultura do Estado de Sao Paulo. CINE-RADIO ESCOLAR — O cinematographo, o radio e o theatr( eomo factores educacionaes — Sy!via Meirelles da Silva Santos Iente da Escola Normal “Pedro Ii”. SECCAO LITTERARIA — © Valle de Chanaan Raul de Paila - Atarigboia — Maria José Albuquerque — Dezembro — de-Mari _ Ortiz de Mattos. ESCOTISMO — Suggestées para a reorganizacio do Escotism Official — Eduardo de Andrade e-Silva, delegado do Govern do Estado do Espirito Santo junto 4 Federacdo Espirito-Sar do Ensino no Espirito Santo — Con mae EMU CACAD JO40 Bastog Deputado Estadoal Discurso proferido em o expediente da sessio de 1: 2\5 a Assembléa Legislativa. Ce aa Sr. Presidente, meus nobres collegas: — J4 € do conhecimen. to da Casa 0 projecto de Resolucéo, que apresentei 4 consideracay Ga Assembléa, annullando a lei n. 6, de 4 do corrente mez, da Gh. mara Municipal de Victoria, que orca a receita ¢ fixa a despesa do municipio para o corrente anno. Sinto-me no dever de vir 4 tribu- na justificar esse projecto em vista da sua alta relevancia, ja que nelle se trata da defesa de dispositivos constitucionaes que nao fo- tam devidamente respeitados na elaboracéo da lei orcamentaria do Municipio da Capital. E’ sabido que a Carta Magna da Republica estabelece, no Ca~ pitulo sobre a Educac&o e Cultura, que a Unido e os municipios epplicarao nunca menos de dez por cento e os Estados nunca me- nos de vinte por ccnto da renda resultante dos impostos na manu- tencao e desenvolvimento des systemas educativos. Zssa exigencia da Constituicao Nacional é reforcgada por iden- tica exigencia que se encontra na Constituicao Estadual, em 0 Ti- 4ulo V (Da Obra Educacional do interesse Publico e da Ordem So- wae i tinados Outros dispositivos existem ma nossa Constituicao des! ee @ aseegurar 0 cumprimento dessa exigencia por parte das a palidades, como, por exemplo o constante do art. 219 aut tim redigido: (le) “As verbas orgamentarias relativas ew tendo em vista uma politica de saneamento ¢ de i paraie credito publico, serio classificadas em: 1 — pe a feo: radag sempre inscriptas no orgamento e abrangen a Jogadores do volley ¢ basket-ball, tendo ao centro 0 prof, Aloyr de Araujo, instructor de educagdo physica do Gymnasio do em AZ IO ball da U, A. G, FE. S.; 89 eee Rimes i REVISTA DE EDUCACAO funccionarios até © limite a te arrecadada no exercicio antenor; nt™ “teetramen Servico de juros e amortisacko de « @ asistencia hospitalar e o a: Z Pee) ste, mparo & maternidade e 4 in- i ©) servigo agricola e pastoril, it ef , de preferencia o de exti formiga sativa, 5%. 11 — Facultativas, todas as acl = ineluidas entre ou que excéderem as obrigateriae” S80 regras claras, que nfo precisam ser interpretadas. E’ de se extranhar, portanto, sr. Presidente, que na elaboracio do orga mento para 1936 a Camara Municipal de Victoria tenha desdenha- do esses preceitos constitucionaes, deixando de incluir a verba obri- gatoria destinada ao desenvolvimento e manutencio do systema educativo estadual, porque 0 que se procurou na lei em aprego fa zer constar como servico educative no pode ser admittido como tal, Aqui esté a lei municipal: (lé) “TITULO V — 16.° — Servigo Municipal de Assistencia Social, comprehendendo a manutencio e desenvolvimento.do systema edu- eativo e sobre o arrecadado no exercicio anterior) . Nesta verba est&o incluidos: a) 4% & Santa Casa ....-.--- acess 6am < b) Subvencio ao Asylo Coragao de Jesus ne ¢) Idem, a0 Orphanato Santa Duzia @) Idem ao Orphanato Christo Rei .. e) Idem, & Associagho Luiza de Marillac f) Plantdo das Pharmacias (Lei 397) ---------" Installagéo de ambulatorios, caixa de soccot- a: ros e outras medidas de assistencia social shed de evitar seas manobra, Annular 0 effeito desejado, alias exigiag pelo 1c Mas o golpe € facil de ser desviad Venidos que estivessemos, Se na Constituicao se diz 10 por cento para Paro @ infancia © 4 maternidade, evc., « ace Bor cento ( Bor cento) para a manutencio e desenvolvimento do cativo, assim deve ser lido ¢ applicado. Ouviram os meus nobres collegas a leiturs ao orcamento itis cipal e ho de se ter convencido de que estou-com a raz; oa AO quangs affirmo @ ausencia nesse orcamento dos dez por cento Obtigatorios Fara & manuitensio ¢ desenvolvimento do nosso systema edvenns ‘io foram portanto, continuo | a insistir, respeitados 05 Brecejtos. constitucionaes referentes a esse dever imperioso dos MUNIcIpIos ge Servir 4 collectividade auxiliando © Estado e a Uniéo na obra in, Gente € altamente patriotica de tazer a grandeza, a prosperiaa, Seonomica da nacho brasileira pela educacéo systematica do noes Povo. Sr. Presidemte, esse dever imposto pela lei basica da nova Re- publica acha-se inscripto, com o mesmo caracter de obrigatorieda- de, em todas as Constituicdes estaduaes. Algumas ha, como, por exemplo as do Maranhfo e da Bahia, que vao mais longe nesse 2elo patriotico, como passarei a demonstrar. Diz a Constituicio mara- niense, no seu art. 126, (lé). “O Estado applicaré no servigo de educacao nunca menos de 20% e 0s municipios nunca menos 4 10% de suas rendas, principalmente no ensino primario”. E além Federal estatue mais dessa exigencia, identica 4 da Constituicao adiante, no art. 130 — (é) “Cada municipio tera, no minimo uma escola nocturna para adultos e os que tiverem renda superior a usteio de uma ¢s- 50:000$000, seraio obrigadosa contribuir para o c . ‘cola agricola profissional creada pelo Estado, nos termos que 4 indicar” . eo Vejamos agora a constituicdo ee - oe fe ks Bes ‘igatoriamente com s municipios contribuirio Seer aie Baie pata euxilar 0 id ia tivo, organisado e mantido pelo a - desenvolvimento do systema ao : me eens cake de’ mater Estado, 2 — cincoenta por cen' rvigos de assistencia social ga de gado, para auxiliar 9 custelo dos se! Drie eia trout e ; 3 — um por cent ¢ do fomento & pecuaria; 9 en Infancia”, E mais adiante, destinado ao amparo & materniciade 8 BUDA, capazes islador constituints ©.¢ 0 seria por muito desye’ Sattos dex systema equ. ek a on ‘ Noe aque su, ys determinada em yojv, Se 98 respeey i”, : Vejam, Creio, senhores, que, com tituicdes a a leitur Mronenes, te outros Bstados da Federaca aue a nossa nao é 4: deracio, esta plenawerten e- : mara Municipal de Victoria, » fago-o bi Ginmero 12,°da nossa, Constituiglo, que dla, dlewonenn tg ee - ico, que diz, discriminando os wpetencia exclusiva da Assemblea: as ie mblea: (1é): — “annullar Jeis, re- : », em. geral, quaesquer actos municipaes, quando contrarios Constituicao e as leis federaes e do Estado, bem como quand: oifenderem direitos de outros municipios”. fe Portanto, sr. Presidente, annullando, como nfo poderé deixar de fazer, a lei orcamentaria da municipalidade de Victoria por con- _ trariar as Constituicdes da Republica e do Estado, deixando de con- - gignar a contribuic&o de dez por ¢ento para a manutengao e de- senvolvimento do systema educativo, a Assembléa cumpriré um dever indeclinavel no uso de uma das suas mais legitimas e impor- Sr. Presidente, a Revolucao yictoriosa que nos trouxe reformas politicas e sociaes capazes de twansformar uma democracia decaden- ‘num regimen forte com amplas possibilidades para & rapida so- dos nossos problems vitaes ¢ @ yealizagao das mais a * es nacionaes, consagrou-se, de preferencia, @ obra cs : pela escola, {ntensificando & campanha de alphabet! 1-08 indo os nossos systemas educativos de maneira & a = ¢ de resultados mais rapidos ¢ corresponde Nesse Capitulo, sr. Presidente, esta resolvida a Ro financiamento dos servieos de edueacdo publica importantes, com a determinacdo de que Untio, Ee Pios, todos, em todo o territorio. nacional Parte reteren,, cue € das mais . tados © Munic, Ticam obrigados a em, Sar uma Parcella das suas rendas tributarias na manutenac Senvolvimento dos systemas educativos. Assim, em vittuge . TWEE dascq exigencia constitucional, foi modificado o regimen anteri s encargos referentes ao ensino nos seus diversos * obrigatoriamente apenas 4 Unido e aos Estados . Hoje essa responsabilidade pela educacao popular é ex: i 20: municipios, e com muito acerto, sr. Presidente, pory 7 ha como, por exemplo, os Estados Unidos, onde as despesas com 4 educacao primaria correm por conta quasi exclusiva dos municipios, Ora, meus nobres collegas, nfo é justo, nao 6 admi tendo a Constituicio do Estado, seguido a norma tracada pela Constituinte Nacional, estatuida a obrigacdo de incluirem os muni- cipios, nos seus orcamentos, uma verba destinada 4 manutencio desenvolvimento do nosso systema educativo e correspondente 2 dez por cento das suas rendas, deixemos, sem um protesto, sem a pro- videncia que 0 caso requer, que, com tao gritante falha sob 0 ponto de vista constitucional, seja executada a primeira lei orgamentaria municipal promulgada apés a instituicao do regimen constitucio- : nal. E quando se trata do municipio principal, daquelle collocado em primeiro logar pelo vulto da sua renda tributaria, a falta afi- gura-se-nos muito maior e € de todo indesculpavel. S: © municipio da Capital consegue fugir a essa obrigagao constitucionsl, E sem aquella, como exigir que a cumpram os demais municipios, de renda inferior? Seria um precedente perigosissimo. Sr. Presidente, quando tive a honra de repres ee, n tizado em junho do ann’ “no Congresso Nacional de Educagio, rea Pein. : ‘na Capital da Republica, participel = lee ; estudo organisagio dos Departamentos : ae auean prancina pelo dr, Gustavo Capanema, llustss Mi de Educsgao, pt entar o Estado que contribuem até com 35% cacao, como informa a Band relatorio publicado em fins Sr. Presidente, nao ti » N&o tive absolutamente derar a digna a amente © intuito de des si gna Camara Municipal de Vietoria com a apresenta oe meu projecto de Resoluca . ‘i ria para 1935. Longe Bs pian ideas ee hrtee Sonie Yar-me-do clamorosa injustiga, porque o meu aie eran ep RR ca seorceras, ace considers, cause maces apoio de todos os bons patriotas, causa a que sitvo ha longos annos e pela qual bater-me-ei sempre, com coragem e desassombro, certo de que com isfo estou servindo a0 Brasil e cumprindo o meu dever de deputado e de cidadio. Eu, que sirvo ao ensino ha mais de ‘quinze annos, que ao acceitar este mandato exercia 0 cargo de di- rector interino do Departamento de ‘Educacao do Estado, que assu- mi no Congresso de Educacaio a que j& me referi, perante 0 st. Mi- nistro de Educacdo, 0 compromisso de dar o melhor da minha in- telligencia, 0 ‘maximo dos meus esforcos afim de que as exigencias - constitucionaes favoraveis & educacdéo nacional fossem cumpridas, rigorosamente observadas, no podia silenciar quando vejo o prin- ‘municipio do Estado procurando fusi: 2° as ene erie dos deveres imperiosos que Ihe foram impostos pela eee Republica e do Estado a0 tratarem do magno problema Sou nesta Casa Te questoes de politica empre, prede- - Qutro interesse nao tenho, sr. Presidente. sentante de classe. Nao me preoccupam as dust Preoccupam-me, sim, preoceupam-me ‘ : de tudo, oS gnteresses da classe f ses dO os sagrados intere: Y irrecusavel respeito 205 preceit REVISTA DE PDUCACAO. Foi somente para dere esses interesses collectivos q exigir observancia da letra constitucional, que assumi esta attitua, co: : siderada pelos srs. vereadores uma descortezia, um gesto tha. Bante, que, segundo © seu entender, attenta contra a autonomia a municipio. Como se essa autonomia nao estivesse convenientemen. te delimitada, como se fosse admissivel esse conceito de autonomig irrestricta, illimitada, absoluta, que nem 0s Estados possuem, nem a possue a propria Uniao, que, comquanto soberana, obedece a re. gras tracadas pela soberania popular na Carta Magna da Repu- blica. O meu projecto, sr. Presidente, esta fundamentado devidamen- te. Basea-se no dispositivo no art. 23 da nossa Constituicao que assegura a esta Assembléa a faculdade de annullar as leis e os actos municipaes contrarios 4s leis e Constituigses em vigor. A Assembléa nao poderia recusar-Ihe approvagaéo sem faltar ao eumprimento do dever, sem abrir mao das suas prerogativas, sem concorrer para o descredito do nosso estatuto politico, sem contri- buir para o grave prejuizo que essa sonegacao de auxilio 4 obra edu- cativa do Estado certamente causaria 4 collectividade espirito-san- tense. ‘Nao quero continuar a repetir verdades que estao na conscien- cia de todos os dignos representantes do povo com assento nesta Casa, O meu projecto foi encaminhado 4 douta Commissio de Constituicgio e Justica e estou certo de que esta ha de aprecial-o devidamente e dar 0 seu voto de accérdo com os respeitavels Pre ceitos constitucionaes em que 0 basseel. Gc Ucacionaes SYLVI. A MEYRELLES Da SILVA SANT YTOS Le ente da Escola Normal “Pedro IL” As vantagens instructi t ‘uctivas do a que se auferem ees Piety gona lista eS, porém, di % cacionaes, 6 mistér ae ib Seca n eat 4 , lig ente, o espirito de nosso aha as nossas inclinacées, tendentes a acceitar 0 quanto nos di- eee seuranhos, esquecendo aquillo que é genuinamente nosso. 2 es mos chegado ao auge de, apagando nossas bellas tradic- pe ees polgados pelas fantasias ridiculas que nos surgem aos olhos € Bee eee ouvidos, procedentes de além-mar, desdoural-as, Em os pequenos factos, esta verdade se apura, se instill mesmo, reclama mito carinho, muita habilidade dirigir as de nossos educandos, de modo a desvia-las das sugges- » poderdio receber com ensinamentos por meio do _cinema- pho, do radio e do theatro, uma vez nio exhibam, néo trans- néo traduzam scenas, factos ¢ assumptos que instruam, -e exemplifiquem. oe dis; cio que conservamos de acceitar com ere ve randura o que mos vem de fora, é ainda resultante de Por ah 58 REVISTA DE PDUCACAG * ; defeitos de nossa orfgem colonial, que nox doton, tarry upagho crimmnosa pelas cousas que se reiac nO, ay hnsst vide economica e politica. B’ bem verdade que. NM conite Jonge, em meio as camadas sociaes, irrompe * Tehge x de ea um grito mas logo se esviie pelo facto da semente jorada nay {Tevet prinado ;com a rapidez com que os campos floriram ao see tent Peratiy. Vo. do Creador, ®’ a volupia da victoria, sem o soffrimento ¢ © cinematographo, exhibindo films em os luctat outros povos sé nos apresenta de um modo vioiento, ,¥% . + fan animado por bandoleiros que nfo encontram tropecos ‘yay Com indizivel 4, tru ‘Veng mutes 0 inimigo, que manejam a arma assassin: ca, que transpdem mil obstaculos para de diar, praticar em summa, 0S actos mais fero um eoracio sem o aroma da Religiéo e a intellivencia gem % niz da educaco, é prejudicial, pernicioso e funesto Oy erianca, que se anima a crér sermos um povo fr capaz, tal a grandeza daquellas faganhas que passa olhos, maculando-Ihe a alma, abalando-lhe os ne As scenas que deveremos offerecer 4 Vista dos delicadgs te peramentos que desabrocham, € necessario tenham por finalidate » amér 4 Patria e 4 Humanidade, o respeito 4 Religio, onan mentos scientificos, de accordo com a idade do educando, tigi, dignificantes, que elevem a Moral, burilem o caracter, puritiquen, © espirito. A prohibicfo dos maus films em espectaculos infantis urge se faca com o maximo rigor, pois, como bem diz Guibert, « meninice é flexivel e docil a todas as influencias. Collocada ny ambiente sao e puro, conserva-se pura e virtuosa: posta, porém, em ambiente corrompido, de pressa se corrompe e perverte Nas primeiras idades, escreve Monsenhor Pedro Anisio, em seu “Tratado de Pedagogia”, sio debeis ainda os instinctos; as dis- -posigées quer ingenitas, quer adquiridas, nao sao inamolgaveis pela ausencia de habitos arraigados, Dahi a plasticidade maxima _ da crianca, o que permitte educa-la para a vida social. Servindo-se do cinematographo como meio educacional, 0 mes- tre preleccionaraé sobre historia patria, dando conhecimento 2 educando do Brasil infante, mostrando-lhe como se formou a nos $a nacionalidade, para o que encontraré bellissimos assumptcs, suggestivos e attrahentes. : do cathecismo mais proveito? Herbé sustenta ser o ensino is feito com illustragdes, A analyse das gravuras faré, anta cou dito, deve sempre ter por principio o exemplo, que “é ume dt formas mais altas da suggestao”. asa “Para Esopo (Delgado de Carvalho, obr. cit.) erm lingua y aue ha de mais util, precioso e de melhor para a humanidade, come tambem era a lingua o que para essa mesma humanidade ‘ia de miais nefasto e perigoso, O mesmo poderiamos dizer do cinemato. grapho". RADIO. © radio 6, como o film, poderoso agente intensificador da edu- cagio. Sendo, vejamos: Nada mais monotono do que um artigo que se relacione com politica economica, Aquelle amontoado de algarismos estafa, desanima, conturba. Através o radio, torna-se mais suave seu conhecimento, principalmente se feito pelo metho- do comparativo. Conferencias sobre hygiene, liccdes de ci moraes ¢ civicos, biographias celebres, noticias historicas, aconte- cimentos actuaes que se registam em todo o orbe, transmittidas pelo radio, melhor ficam gravadas na memoria do educando, que lidas ou explicadas pelo mestre. © radio, além de outras vantagens como instrumento educa- cional, leva o educando, pela imaginacio, outras paragens, es- timulando-lhe o estudo da geographia, da historia, interessando-o pelas cousas sérias, fazendo-o conhecedor de factos que se nao uw adas ili a: nuinamenie catholicag O Preferencia oan. “7 — ©’ urgente uma censura sey € gue se no desvirtue o ce das transmissées, para radio. er altamente educative do 8) — E’ desejavel o barate: : ament ipli re relhos receptores de radio 2 : ae ee Sos One los, reformatori Steuer y 10S, penitenciarias, corporacdes, associa- Bee goes de classe € pracas publicas. ; 9) — As irradiacées destinadas 4s creancas deverao ser, de 3 preferencia, diurnas. ae) —— © livro, a revista e o jornal sao poderosos agentes de di- _ fuséo das idéas e, é por isto, indispensavel que haja s¢- vera vigilancia no sentido de impedir a exposicao, cit- culacao e venda de quaesquer publicacdes contrarias a0s je Bal iblioth jreulantes desejavel a multiplicacao de bibliothecas «it Ss a c a facilitar a leitura em domicilio, de jpoas a x educativo. , : ‘ See as escolares sao de evidente ubilidade © fe todo 0 apoio dos governos © da ini icos ente de todos catholic t) rios al Hioularmente, a ‘gantidade o Pane o pensamento Secretario da Educagio ¢ Saude Publica do Estado, que exalta- yam, em discursos magnificos, a personalidade ca sra. Alzira Bley © a justica da homenagem que se lhe prestava no momento. Os oradores receberam applausos prolongados, havendo o sr. Eu- phrasio Ignacio da Silva sido ac- clamado, unanimemente, presi- dente da instituicao recem-crea- da. Agradecendo, em nome de sua dignissima esposa, falou por ul- Os Problemas do r # REVISTA DE BDUCACAO timo, 0 exmo. sr. capi Punaro Bley, illustre Go do Estado, que proferiu bella solennidade, expre. palavras, que a todos impr naram agradavelmente. coroadas por calorosas siasticas salvas de palm das da numerosa ¢ tencia (Do “Diario da Manna”, q 6-8-936) . le hesspirito Santc Em visita 4 ''Folha da Noite’, o prof Ribeiro, chefe do Servico de Coopers tenséo Cultural daquelle Estado, conc interessante entrevista — Impressoes de S Est& em Sao Paulo, desde 0 dia 11 do corrente, o sr. Claudionor Ribeiro, inspector technico do ensino, chefe- do Servico de Wooperacio e Extensaéo Cultural da Secretaria de Educacio e _ Saude Publica, membro do Con- a selho Consultivo da Associacio _ Espiritosantense de Imprensa e -redactor da “Revista de do”, um dos redactores do da Manhi” e da revis- an”, no Estado do far O sr. Claudionor que, pela primeira vez, Paulo, a convite da Paulista de Alpha- ‘Ta pessda de sua i“ Claudionor em de Rodrigues, esteve hontem nossa redaccaéo, em visita cordialidade. Em palestra com um dos 1105- sos redactores, 0 educador espi ritosantense disse da grata im- pressio que Sao Paulo e sua gen- te Ihe causaram, desde 0 meirg contacto com @ nossa terra. — Diga pelo seu jornal que me encantou sobremaneira 0 © pirito de cordialidade do povo paulista, bem como 0 forte cunhg de brasilidade que ha em todas as suas estupendas reali- zagdes. O paulista é€ um povo mal compreendido 14 fora. g acoimado a cada passo, de hair : pie S,ReParatista. No entry Bee ret BO bem. pean pe, guer bem a0 Brasil @ @ magnifica impress é tive ao pisar, p os ela. pri | @ terra bandeirante> Perr VISITAS FEITAg Tnquirido pelo nosso redactor @cerca das visitas que em nos- ‘Sa terra levou a effeito, o sr. Claudionor Ribeiro respondeu: — “J& tive opportunidade de ‘fazer varios passeios interessan- tes nesta capital e no interior do Estado. Causou-me aprazivel ‘impress os seus bairros aristo~ @raticos, de casario alegre ¢ ul- ra-moderno. Guardarei indele- Yel recordacio da minha visita 4 ‘Penitenciaria do Estado, cuja _ dimpeceavel organizacfio é consi- -derada, justamenie; a melhor do ‘piundo. O Grupo Escolar de Bu- tantan, dirigida competentemen- te, por d. Noemia Saraiva de “Mattos Cruz, tem béa orientacio Ha ali uma educa- ; a verdadenamente patriotica do amparo dos po- mies para levar a ‘0 seu ideal sadio pela do, visitando as de Sorocaba, : Tatuhy, onde rea- eo Briniax peda- REVISTA De EDUCACAQ, a des em apr Se Seeke dimer.” tudo que sia Bkervel em Sao Paulo, ene om ; ° fein ae ‘azer, as folhas do Jornal”. UM POUCO Do rs: ‘TADO ESPIRITO SANTO oe Pedimos-1 The para que nos dis- algo sobre os problemas do ensino em seu Estado nfo se ta- zendo esperar a respostia do nos- so interpellado. — “Em questées de educacho € ensino, temos importantes me= Thoramentos introduzidos no me- chanismo educacional do Estado ‘Um attestado precioso desta as- sercdo é a recente reforma do ensino normal, onde se procurou fazer um programma consenta- Meo com as nossas possibilidades materiaes e attendendo-se, pri- macialmente, 4s exigencias do meio ambiente. Incluimos, nes- se programma, 0 ensino da agri- cultura, compreendendo econo- mia domestica, pequenas indus- trias ruraes, criagdes e cultivo dos princijpaes productos, atten- dendo-se, ainda, as questées de eugenia. Procuyamos trazer a vida c& de féra para dentro da escola, afim de se fazer ensino efficaz e progressivo. O mestre precisa ser preparado para 0 meio onde vae actuar. Temos outras organizagoes modelares, taes como o Servico de Inspec- clio Medica ¢ Educagao Sanita~ ria Escolar, Servico de Educacio pelo Cinema e Radio aa Escotismo, Hdueago Physica, ete.” ‘ DO 'BERCULINISACAQ ag GADO LEITEIRO Claudionor em sua exemi- Sess Dissemos 90 Sr. Ribeiro ter nore “Revista de Ea _ dro Fontes i/davenas'a ‘edificagto da Colonia séde da Bandeira Paulis Ba REVISTA DE EDUCACAG Plat que nos offertou, varios as~ de Ttanhenga, destinng sumptos importantes, entre elles rar os lazaros « & qurctt % ay ‘observando interessante flagran- lia espiritosantens. te de tuberculinisagéo do gado rivel mal de Hansey. lelteiro. — Bffectivamente, — respon- deu s. s. — 6 capitéo Punaro ly a Patatipe dist 482 2. Claidionor attengfio voltada para as ques- $2008 possuir o toes attinentes 4 saude da po- Service de Eclucagio physic) pulagéio do Estado, providencian- © PEM orientado, soy . Gy” We do urgentes medidas para asse- 44 Escola © Inspectoria g, ‘Cte gurar, neste sentido, todo con- °a9%0 Physica, que, yo Sau. forto e toda tranquillidade & po- ConsreSSO Nacional ‘ae may ipulaglo do Mstado do Espirito Physica, foi considerade pene Santo. Assim, s. excia., com a Para todo o Paix, — cooperagio inestimavel da Se- — — “Gracas a ceo departa, cretarja da Educacio ¢ Saude to technico, a physioculturg Publica, sob a direccio do dr. lar esté bem disseminaga Paulino Muller, hoje governador todo 0 Estado. © nosso yop da cidade de Vetoria, iniciou, no Mento do Servico de Thspa.” Estado, 0 Servico de Tubercull- Medica e Educacio Sanitary @ nisagio do gado lejteiro. Indis- C0l@r, que foi o primeiro , ins, pensavel se torna encarecer a ‘ulr Os seguros de saude na |, hecessidade deste Servico, cuja @islacdo escolar do Brasil, « un utilidade 6 de dominio publico. 45 Mais completos no genoro» Comtudo, convém salientar-se que o Espirito Santo é um dos PALESTRAS EM Ss. Pavio Primeiros Estados da Federagio a instituir esse servico de indis- Além das varias conferencias cutivel valia”. que ja realizou no interior do et ‘ody 120850 Estado, o professor Clau- tishiaartis ae. no periodo gionor Ribeiro realizar ainda ta Fae ahead anno vigen- outras nesta capital, sendo que, Meigs aoe los 1.451 possivelmente, a primeira delias — aa ea a 123 sera effectuada na séde da As- sort ieee ere gado sociacdo Paulista. de Imprensa, ketieob Ha oie icado em em dia que ainda nao foi fixado, benef; ude do povo. versando 9 thema sobre “Intel- — “Mas no paira ahi, apenas, lectuaes capichabas”. 4 preoccupacéo do nosso gover- ivel, tambem, que s nador sobre as questées de de- Mean falaumas palestras atraves {esa social. J& temos, tambem, das nossas estacdes de radios um modelar leprosario, Na cam- hem como uma sobre “O ensit? panha da lepra, de alta beneme- jo Espirito Santo” no Centro “ zencla social, fol o governo for- Professorado Paulista, e ube EDUCAGAO PHY Sto, Ribeirg u O dis. eu _ temente auxiliado pelo dr, Pe- Sociedade “Luiz Perei™® a, ruraes. 4 cuja proficiencia to”, sobre questoes tia, de Al- ies ‘0 censo Nos nucleos da Republica ntes, OU sejam 31 de 1930, re. © territorios 44.600.000 6% da po- escolas Hementares @ secundarias dos nldos Unidos, de onde se com’ cn de uma s6 classe no territo. ae tmeticano, o que quer dizer cerca de 3/5 de todos os edificios Sscolares pertenciam a esse typo, Alem disso muitos filhos de }; Yradores e criadores frequenta- vam as 18 mil escolas “agrupa- das” existentes e as 20.000 es— colas de duas classes. Esses mes- tres constituiam cerca de 1|3 do exercito nacional de 640.000 pro- fessores de escolas publicas ele- mentares. Analogamente, entre 200.000 professores de escolas se- eundarias, cerca de 75.000 leccio- navam em pequenas escolas se- cundarias dos nucleos e distri- etos ruraes. , J. W. Crabtree, Secretario da Associacio de Educacio Nacio- nal, prefaciando a publicacao de onde extrahimos esses oe ae ue nao se deve pleites aes is juventude dos campos uma educac&o identica 4 ae eriangas das cidades. As diffe- tentes necessidades e as ee d de er ae ee a . Mas, Be to ministrar inferior aos Jo- ou tomo, offere- itrario, offere= 0, a0 Me git dos q colas das : anima: * espirito Profissionat, es ae Snleas & bem consteuls tan ‘ das constantes “tees acima reproduzimos, o st" tree NSO Se mostra satisteity oon Fettiagio. “do ‘etisino tarsi see Estados Unidos, tendo em visto as falhas apontadas na publics, g&0 @ que nos referimos, a qual tem justamente por fim eleva~ do resto que . Sugg tir os meios de corrigit-as. Quer © alludido educacionista que os factos assignalados nessa publi- Cacho sejam levados reiterada- Mente 4 consideracio das legis- laturas estaduaes, até que se Promulguem leis que reintegrem @s criangas das zonas ruraes nos direitos que hes asseguram as constituicoes da Unido e dos Es- tados. E conclue protestando de antem&o contra a attitude de acceitacho passiva das verdades contidas no boletim prefaciado, pois este se destina a produzir agitacdo e a ser o ponto de par- tida de uma campamha de soccor- ro ao lavrador, traduzido na edu- cacho efficiente de sua prole. ENSINO NORMAL RURAL N. 37 — No momento em aue, se cogita de dar orientagao s ura a todas as realizagoes é ener educacional aitinte 2 maior desenvolvimento e i: a completo Speen ss i la y 10 economico $ 2 Se mente significative ¢ ds ea proposito em am os educadotes, de me ee 100 uma parte, ¢ os poderes publicos, fe outra, quanto oo preparo ¢s~ pecializado do professor rural. ‘ainda agora, annuncia-se, pela jmprensa, que o Governo de Goyaz acaba de introduzir, na ‘eriacio. dos cursos normaes do Estado, a cadeira de ensino ru- ral, ou seja de Agricultura e In- dustrias Ruraes, como o melhor meio de criar uma mentalidade especial, por intermedio do pro- fessor primario, entre os habi- tantes das extensas zonas agra- ‘Yias daquella rica unidade da Fe- derac&6. A primeira cadeira des- sa disciplina foi inaugurada na Escola Normal de Annapolis, flo- rescente cidade do longinquo Es- tado. Ha muitos os dirigentes do en- sino no paiz vinham comprehen- dendo a necessidade de se mo- dificar 0 curriculum dos cursos normaes, com o objectivo de se proporcionar opportunidade a um mais adequado preparo do pro- fessor da zona rural. © que acaba de fazer o Esta- do de Goyaz ja féra realizado Pelos Estados da Bahia e Mara- nhao, que incluiram entre as de- mais materias ensinadas nas Es- colas Normaes a cadeira de Agri- ~ cultura. ‘Accentuando-se e ampliando- € a idéa da ruralizacdéo do ensi- _ 20 em um pajz como 0 nosso, economia assenta nos ya- Productos das fainas agra- anc areas as vo- : + mais de perto, ha- muscultado as necessidades do nosso appare- © ar. Sampaio Dor Paulo, a pri- | Rural, in- REVISTA DE EDUCACAO No sel0 da Astociagt 3, ra de Educacto, Sia acie ea escola regional, na EL evr gs ta em destaque, eoit®! fo tos valioso: 2 ie ral, que viria serviy de uma consciencia f agg, sanitaria no seio das 22 do nosso hintertang, Pl Mais tarde surgiray Thos corajosos ae Sad Me em 8. Paulo, doutrinang @ necessidade da erjagag bt diata de Escolas Normag™ raes, em todo o paiz, cone® Rus de se amparar, sustensn® ™eio senvolver a economia pact) Educar o trabalhador ry vés de uma escola que 9 ent te no seu meio physico » ag sine a tirar da terra os peeq com que possa prover 4 ee sistencia e augmentar o bem e¢- tar proprio e da collectivig Ee de que faz parte, seria 9 fim.” limado na pregacio do tons, educador. a Inspirado nos trabalhos de sua Mennucci, Moreira de Souza, pi. rector da Instruccdo Publica a Ceara, em comecos do anno iran- sacto, fundou nos longinquos sex- toes do ‘Cariri, no municipio de Joazeiro, a quasi 600 kilometros da Capital do Estado, a primei- Ta Escola Normal Rural do Bra- sil. ssa escola esta em ple funccionamento, devendo dentro em pouco, a primeira tw- ma de professores preparados, es- pecialmente, para a zona rural, através do ensino da “Agricul- tura e Industrias Ruraes”, “Edu- cago Sanitaria’, “Educagio Eco- nomjca"* e praticas agricolas. (A operosa “Sociedade dos Ami- Gos de Alberto Torres” realizol. om brilho, em S. Salvador Be ee Pevenol edagogia da Escols do Magisterie - cathedratico de Psychologia e Pt Primario de Lisb6a. “ : Em Cachociro d2 1 tapemirim (Neste “Bstiadoy c Bae Se eee do todos 0s directo “Séo nossos representantes no interior do Estat ‘de Grupo Escolar. ; “GelVira Corréa Pacheco, directora do ) — Profa, Juracy Martins, éi- as _— Prof. José Quel ) ,gsIGNATURAS: 129000 7g000 19000 sata neu responsabilidads eat sore, eotabornores em artigos 4

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