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Capitulo 6 Financiamento da Inovagao: uma Proposta de Articulacdo entre as Abordagens Pés-keynesiana e Neo- schumpeteriana Anderson Cavaleante Marcia Siqueira Rapini Solange Gomes Leone! eewer Ae 7 ae & wv Leen ernie dito para 0 processo de inovacao realizado pelo empreendedor, abordagem neo-schumpeter processo de inovacdo para a di Introdu¢ao Pine Wa microeconémica da empresa, as diversas estratégias de inovac3o 0 caracterizadas e estudadas, mas sem conexso clara com suas deci S5es de financiamento dos investimentos em inova¢ao, Outras contribuigées foram dadas na perspectiva macroeco. temas de Inovacao nanciamento é aborda: tema financeiro e das ins icas do sisterna financei da inovagio so Dosi (1990), Christensen (199: jelo (1994), Albuquerque (1996), Saviotti (2005) HHanusch e Pyka (2007). Por sua vez, mais numerosos sao 0s trabalhos que analisam a blematica do financiamento da inovacdo pela perspectiva do finan- Economia da clés ologlaeinovaso 199 ciamento pilblico e da necessidade de novos instrumentos e mec mos de fomento, ¢ de arranjos institucionais nacionals. O financia {0 aos investimentos em inovagdo é apontado como um signifi gargalo estrutural ainda nao solucionado pelos diferentes mecani de apoio recentemente criados em varios paises. © envolvimey zoverno neste processo ¢ crucial sendo o recente livro de Mazzi (2011) uma seminal contrbuigao neste sentido. utra possibllidade de avangar, ja sugerida em alguns t thos (Erber, 1990; Albuquerque, 1996; Paula, 2014), & a que prog integrar as contribuigdes pés-keynesianas e neo-schumpeterianas préprio Keynes ressaltou a importéncia da abordagem de Schumpat ¢,claramente, indicou os pontos de intersecdo das abordagens: ‘No caso do Capital Fixo ¢ facil entender porque flutu devem ocorrer na taxa de investimento. Empresériog nduzidos a embarcar na producio de Capital Fixo ou dever flutuar em um mundo em mudanga, a explicaga Schumpeter dos movimentos maiores deve ser acelta ima irrestrta(..) E somente necessitio adicionar a istog velocidade na qual os empresérios inovadores serdo ca de realizarem seus projetos em execugéo a um custo na de juros que nio seja dissuasivo a eles dependeré da, ide complacéncia daqueles que so responsivels pelo sis ma bancério. Assim, apesar do estimulo para uma inf de crédito vir de fora do sistema bancério, ele permaneca fenémeno monetirio no sentido de ele somente ocor a mSquina monetiria for capaz de responder a tal esti (Keynes, 1930, vl, p.95-96, apud Paula, 2014). Fica clara a concordancia de Keynes em relagdo a Schump em especial a0 papel da inovac3o no sistema econdmico, mestno 69 deste capitulo é analisar mais detalhadamente a possi ragdo entre 0s dois arcabougos teéricos, dando énfase aos proce de finance-funding vis-a-vis as especificidades dos processos de vvagio, com destaque para a incerteza que permeia ambos. Dife 200. Mircia Siquera Rapin’ | Leandro Alves lo discute a integrardo entre estas duas bidagens 2 partir da decisio da empresa quanto & inovagio e se fle incerteza, e as respectivas possibilidades de financiamento i em aiferencialos processos de finance e de funding Ademais desta introdugdo, 0 capitulo esté organizado em 4 5, Sepuldas das Consideracdes Finals. A Secio 1 apresenta, de fia breve e sem esgotar a discussio, aspectos em comum das abor- ens de Schumpeter e Keynes sobre o processo de desenvolvimento smico. A Secao 2 € um esforco de organizar os macro e micro fun- Fientos do financiamento aos investimentos de longo prazo, sendo ila em 3 partes. Na primeira, de forma sintétca, apresenta-se eabouso desenvolvido por Keynes em relacio a tomada de dec a incerteza e as expectativas para a decisio de investimento, Na funda parte, a Incerteza ¢ articulada ao processo de acumulagdo e idecisSes de finance e funding. Na terceira parte, s3o apresentadas etficidades do processo de inovagao que lidam com condigies de jeza reativamente extremas. A Sego 3 dé um passo adiante, pro- fando articular inovacio, incerteza e instrumentos de financiamento if Serdo objeto de uma andlise empirica explorativa com dados do iveferentes & INTEC (Secao 4) Keynes e Schumpeter sobre Inovacao, nvestimento e Financiamento 0 objetivo desta segio é destacar 0s principais tracos das rdagens de Schumpeter e Keynes, em especial, 0 que entendiam 10 processos de desenvolvimento acondmico. Neste sentido, a se jo é embasada em Paula (2014), que realizou um esforco de andlise fa tracar paralelos, intersegdes e diferencas no sé entre Keynes e impeter, mas entre a literatura pds-keynesiana e neo-schumpete- fiena. O presente capitulo possui objetivo semelhante, mas com én. se mais detalhada sobre a firma e, por isso, no pode se furtar em estacar os pontos levantados por Paula (2014). E not6rio, na literatura sobre o tema, que Schumpeter consi- @ a inovagdo uma aplicacdo industrial ou comercial de algo novo, sejam produtos e processos, novos tipas de organlza¢ao ou novos mi ‘cados, representando o estimulo bisico de uma economia para. desenvolvimento econémico, Nesse sentido, Schumpeter parte dey fluxo circular correspondente a um estado estacionério (ou lentan te mutivel) em que no existem inovagBes, e moeda e crédito nae releyantes. O rompimento deste estado letérglco, portanto, ¢ vig vagSo, permitindo aumento de lucros e alterages no comporta dos agentes econémicos, possibilitando novas ondas de investi Um elemento fundamental a esse processo de desenvalviments crédito, presente no momento do financiamento da inovacio, soja forca de deslocamento de capital préprio do empres ciamento) ou por meios externos de provisdo de crédito. Portanty, meio da criacdo de meios de pagamento pelos bancos, 0s empresa (inovadores) adquirem o poder de compra necessirio para que vestimento em inovagio ocorra (Schumpeter, 1912). O papel do sh ma bancério foi razoavelmente reduzido nos trabalhos subseque de Schumpeter com a andlise recaindo sobre um sistema econ em que imperam grandes oligopélios, uma vez que processos de senvolvimento que levam a concentracio nos mercados geram e sas com poder de mercado e com maior capacidade propria de acta Jago e acesso a mercados financeiros internacionais. Sob essa f9 de sistematizagio, a atividade inovativa passa a ser realizada ca mais por grandes empresas industrias, com uso de recursos (Iie acumulados, e maior énfase ¢ dada ao processo de destruicdo c como subprodute de todo o processo. Keynes, por sua vez, destaca em seus trabalhos 0 conceit economia monetaria de producdo, um sistema no qual a moeda af decisées dos agentes e, portanto, nao é neutra nem no curto 20 (quando 0 estoque de capital é fixo), nem no longo prazo. Em. ambiente onde impera a incerteze, a moeda, como reserva de val é capaz de oferecer refiigio e, portanto, altera decisées de prod ‘e demanda por trabalho (curt prazo) e processos de acumula capital (longo prazo). Nesse arcabougo, os bancos tém papel fu mental, pois oferecem a liquidez necesséria para os agentes real rem gastos. Bancos criam moeda de forma passiva (depésitos ex empréstimos) e ativa (concessio de empréstimos ex-ante depdst Ao sugerir a criagdo ativa de moeda, Keynes inverte 3 relacio {1 Basness cytes (2939) eCaptalsmo, Soca e Democracia (192). 202 méccia Siquira Rag xspanca para o investimento, sugerindo que o investimento nao Por falta de poupanca, mas sim por escassez de f elamento. O processo de formago de capital possui duas etapas: 0 ce, quando a proviso de moeda permite que a despesa de inves nto seje implementada; e o funding, quando a poupanca cri Bp processo de geracao de renda é utiizada para consolidar dividas rto praz0 e obrigagdes de longo prazo (Paula, 2014, p.131). Essas fsgSes serao tratadas mais detalhadamente na Secio 3. | _Indicados os principals argumentos de cada autor para fins fe capitulo, é possivel destacar alguns pontos de convergéncia em # abordagens. Ambos oferecem uma anélise cuja fundacSo se ca- feriza por fluxos de renda impulsionados por fatores especificos inavacSo e crédito para um, ou investimento e financiamento, @ olitro™. De acordo com Paula (2014), ambos autores rejeitarn 4 feotomia cléssica e concordam que a moeda-crédito desempenha pel fundamental no financiamento da atividade econémica, em ial no financiamento da inovacdo. Outra intersegao importante lvém da constatagSo, em Schumpeter, que inovagBes so implemen: dos 2 partir de decisGes de investimento das empresas, dependendo el de incerteza implicito e da disponibilidade de recursos para financiamento. Em paralelo, para Keynes e sua teoria da demanda efe- iva, 0 investimento (elemento fundamental) depende das expectati- Bs de longo prazo das empresas, conforme a incerteza que permeia 0 Bmbiente econdmico, a possibilidade de obtencio de liquidez (finan. fe) via bancos e a consolidacdo da divida via funding. A préxima seco lisa, com detalhes, a inter-relacao entre esses arcabougos teéricos -Macro e Micro Fundamentos do Financiamento 10s Investimentos de Longo Prazo © objetivo desta secdo é analisar um arcabouco teérico que lacione a administracdo de ativos e passivos de agentes econdmicos as suas possibilidades de investimento. Tal suporte tedrico tem o inty de fornecer bases para entender como agentes financelros 40 cap; de, a0 administrar seus ativos e passives, oferecer o crédito neces fio & inovag3o e, no mesmo sentido, como empresas inovador investir em inovacdo, também se sujeitam a administrar seus bala ‘a0 buscar a combinagzo ideal entre seus compromissos e suas ret tas. Dessa forma, ao estudar as possibilidades que emergem dos pla de administrac3o dos ativos passivos dos agentes econémicos, possivel avaliar a complexidade do financiamento & inovagso, ta pponto de vista do sistema financeiro (bancério) quanto da empre 2.1.Tomada de decisio, incerteza, expectativas e investimé em keynes Para que a moeda e os mercados fagam parte do conj teérico em que o gerenciamento de balancos & ponto chave, & sério considerar, inicialmente, o funcionamento de uma economia netaria da producdo, no sentido proposto por Keynes (1930, em que a produgio depende de incerteza, de tempo histérico e de manda efetiva, entre outras propriedades (Davidson, 2007). Soly abordagem, a decisdo e a realizacao do investimento, principal fat crescimento da economia, sao efetuadas sob condicées de incet e so irreversiveis Segundo Carvalho (1992, p.55), 0 processo de deci agentes econémicos deve cumprir, para Keynes, dois requisitos: um proceso criativo e ndo apenas uma reacdo padrao (ou adaptag a um estimulo corrente; e b) ser analisado como pasos consistent @ logicamente conectados, com critérios claros de decisio e um todo definido para construir sequéncias de um conjunto de premiss que informem a decisio a ser tomada. Nesse sentido, uma proposita icial, por mais verdadeira e completa que seja, ainda assim rest lem conclusBes apenas proviveis porque a probabilidade é parte um processo de aprendizagem. € certo que quanto maior 0 con de conhecimento assumido como premissa mais completas e cert {Gata sein &signifcasvamente inuenéiadn por Carvalho (2992), 2 quem o et 204. mircia Siqueira Raph es obtidas. Entretanto, sob certas circunstancias, segundo fyalho (1992, p. §7), o conhecimento nao é capaz de gerar um con ito suficiente de premissas verdadeiras para sustentar um resultado i certeza, seja porque processos podem ser muito complexos para truidos pela lacdo direta de se tornar impossivel, por exemplo, quando certas premissas em s505 Sequenciais sé poderdo ser contempladas no futuro Em trabalhos posteriores ao Treatise in Probability (KEYNES, 0), @ discussdo sobre as premissas da tomada de decisdo sob a luz idade das informagdes sob as quais as ectativas sao formadas. O rigor da anélise se manteve: se a racio- idade dos métodos de decisio deve ser preservada, e 0 conjunto de femissas no for completo, a légica no pode ser aplicada para com lo. © tomador de decisdo, portanto, deve preencher os vazios, flando premissas adicionais necessarias para aplicagio de métodos 05 a elas (Carvalho, 1992, p.59)* 4 essa forma, 0 conhecimento direto (premissas observadas) é f2paz de sustentar diferentes resultados, dependendo de como o con Into de dados necessarios é completado por premissas imagindrias, {mo algumas destas tltimas s8o apenas hipdteses (relacbes provaveis até mesmo fragmentos da imaginago), os diferentes resultados al: dos passam a ser caracterizados pelo peso dos argumentos, de- fnido como a relacdo entre quantidade relevante de conhecimento € orancia. Mais especificamente, os resultados esto embebidos em rteza, definida pelo grau de completeza da informagao disponivel ]@ momento da decisio (Lawson, 1988, apud Carvalho, 1992, p.59). A Igompleteza de um conjunto de premissas observaveis pode ser um lem sem soluco em processos sequenciais, em que o resultado fi ral, para o qual um agente deve atingir certo grau de crenca para indutzir, depende de premissas que nao sao separaveis, mas slo co a -Além disso, como é tipico de decisdes de investimento, al faridveis que funcionam como premissas podem ser influe Emum processo de inovacio, por exemplo, uma empresa 6350 de aprendizagem. Estes requerimentos, porém, ndo so usu. preendedora (investidora) deve formar expectativas sobre a condi fente atendidos no caso do investimento, pois este é realizado de,outras empresas e de potencias clientes. &m paralelo, empr irde decisdes cruciais e, por isso, no repetitivas, com sequénciae competidoras naturalmente fazem o mesmo. Neste sentido, é ito complexas para serem assimiladas de antemao, e a partir de ‘mente impossivelincluir as condutas das empresas quanto & iéncias passadas que ndo indicam seguramente direcdesfuturas ‘como premissas observadas conjuntamente as premissas que as stimento, portanto, como uma decisSo crucial para a economia presas jé conhecem. Tais premissas derivadas de condutas pr Bseada em sequéncias complexas'e de dificil assimilacio) e cujo re. podem, até mesmo, ndo existir, devendo ser criadas (imaginadas) lado realizado s6 pode ser averiguaclo depois de um longo intervalo que uma sequéncia lgica seja construida, po, se baseia em expectativas de longo prazo, que no podem Seo tempo histérico é adicionado a essa abordagem, 0 ni Werificadas e alteradas em intervalos curtos de tempo. ro de variéveis desconhecidas aumenta consideravelmente, obri © tomador de decisio a preencher cada vex mais espagos com ne premissas, gerando um algoritmo cada vex mais complexo e cot 2incerteza, acumulaso, finance e funding nidmero crescente de sequéncias provavels. “Incerteza significa o nhecimento da impossibilidade de lidar logicamente com tal comp Em um ambiente de incerteza, em que a formacio de ex xidade [..] onde probabilidades numéricas rezodveis néo podem étativas é crucial para as decisdes de producdo e investimento, o obtidas [..] e ndo é possivellimitar 0 universo de resultados po: desejo de manter ativos financeicos com diferentes graus d para distribuir probabilidades entre eles” (Carvalho, 1992, p.60). BU a preferéncia pela liquidez" dos agentes econdmicos) liquide se traduz Incerteza, portanto, permeia o processo de tomada de decis uma economia que no consegue atingir 0 pleno emprego, pelo Porque aconsciéncia da extensdo a quala ignorSncia forca a imaging Imples fato de a retenco desses ativos privarem a economia do uso 2 substituir 0 conhecimento por hipéteses é a base para estabelet leno de seus fatores de producdo (Hayes, 2006]. 0 investimento premissas. Quando ¢ sabido que algumas (ou talvez a maioria) ado, dessa forma, como um dos componentes da demanda efeti. ppremissas ndo so nada menos que fragmentos da imaginagio, op f, pela preferéncia por de argumentos se torna relevante ¢ a incerteza encontra seu I Betals na preferEncia pela liquider afetam o gasto em bens de capital Mesmo sob a égide de insuficiente conhecimento para a to 1ov05 ou usados, ofluxo de renda derivado desse mercado, de decisio, esta iltima deve ser realizada, e 0 empreendedor de Guentemente, alteram os niveis de dep. coletar © maximo de conhecimento, mesmo que fréil, para, a pal ele, criar premissas em relacdo ao comportamento de seus clientes! Suentemente, os niveis de depésitos (passivos) e de requerimentos competidores a mudangas tecnol 1 reserva dos bancos, qualquer diminuigSo no volume de depdsitos relativos etc, e assim formar o melhor conjunte ligico para a decisae ore interferi, em um efeito feedback, na preferéncia pela Portanto, a tomada de decisio requer, sob incerteza, rep {dos bancos e, posteriormente, ticle de escothas suficiente para permitir aos agentes observarem nvestimento, reconhecerem padres no intuito de compreender fendmenos. Ta Sob essa perspectiva, o bbém requer que o grau de complexidade da experiéncia em sino sei Me acordo com Keynes (1937), excessivo para que agentes no falhem em entender a natureza experimento e possam tirar conclusées. E nesse sentido que Key indica que a formacio de probabilidades para o ato de decisio & uf ier assc amet oe e, conse- tos criados. Assim, uma vez tam fluxos de renda e, conse iterar o financiamento de futuras de- rocesso de acumulago de capit Pode ser decomposto em duas partes: 206 MmirciaSiquera Rapin’ | Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta « Albuguer (1)0s requistos que envolver o financlamento a curte prazo sari (em moeda) durante 0 periodo de investimento; e (2) 2 event possibilidade de o empresario alongar sua divida,transformando.g ga¢bes de curto prazo em passivos de prazos mais longos. A com ffe um bem de investimento ou a-ordem para produto, po sempre requerem moeda, O-financiamento é exatamente 2 pro dda: moeda, 0 que Keynes (1937) chamou de finance. Uma ve nance é obtido pelas empresas.¢astaxas de gastos com investime indo mudam, a crculagio monetria provocada por tal financiamel & por si 6, capaz de fornecer a moeda necessiria para novas de financiamento. Esta circulaco monetaria foi chamada de reve fund (fundo rotativo) por Keynes (1937). No entanto, se 0s gastos investimento aumentam, mats moeda precisa ser criade pelo'sistt bancério para dar conta das mudangas nos agregados © que, GOR iientemente, aumenta o fundo cotatvo, ‘De acordo com Carvalho (1997, 2002), tum mundo de incerteza, §undamentalmente descrito por um proc dluplo iniiado pela oferta de finance, em uma ponta, passando Bal necessidade de alongamento de prazos de ativos de liquidez mais! xa, 0 que demanda mecanismos, na outra ponta, de funding. Adema da por moeda segundo o motivo finance, lgada, portanto, 8 neces de de gastos imediatos das firmas com bens de capital (investimente no curto prazo,cta ativos para os bancos cujos rendimentos tem de longo prazo, jé que a maturagio do investimento toma tema: relago, em sua ctiagio, conflagra a oferta de recursos em su ma mais liquida para investimento, mas os fuxos de pagamento ativos criados tém caracteristicas de longo prazo, o que demonstra descasamento de maturidades no balano do agente fornecedor cxédito, No mesmo sentido, a empresa financiada gera um passivol curto prazo) e um fluxo de rendimentos (incertos) do investimento gq Sao realzados apenas em periodos futuros. Tal condigao requ bancos e firmas procurem ajustar 0 perfil de seus ativos © pass que significa que instrumentos financeiros dever ser utlzados B cequiibrarofluxo de pagamentos e recebimentos de cada um. 1 ‘Uma ver que o principio fundamental da demanda efetiva dica que qualquer ato de despesa ¢ acompanhado por urn ato ig dde poupanga, uma vez que o financiamento é liberada € os gastos Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta e Albuque plizados, parte dos novos pagamentos é feita aos fatores de produ fe outra parte é poupada. E dessa poupanca que vém os recursos sssérios a0 funding dos ativos e passivos de bancos e empresas; padores que procuram ativos com rendimentos maiores (e menor bidez) demandam ativos Aqueles que procuram estender a matu- @ de seus ativos e passivos. Com demandas e ofertas atendidas smercados financeiros, o Investidor original, portanto, recebe um aide pagamentos que ajuda a resolver os pagamentos de suadivida 6s) inicial. Dessa forma, em uma economia com setores e agentes sis0s, a concessdo de financiamento seré determinada pelo grau certeza @ seus efeitos sobre a preferéncia liquidez de cada um Bases setores e agentes. ‘A abordagem utilizada aqui, portanto, salienta a importancia fp disponibilidade de finance, por um lado, e da capacidade de fun: fag, por outro. A oferta de moeda-crédito © 0 bom funcionamento Gs cenais por onde a poupanca pode financiar as dividas criadas so § duas pontas do processo de formacao de capital. Neste sentido, fistema financeiro, como um conjunto organizado de instituigdes, mer- fedos, praticas e inter-relagdes de ordem monetéria, é fundamental para que 0 finance-funding seja operacionalizado. Carvalho (1997) su: sfe que uma economia monetaria moderna em expansdo exige que 0 tema financeiro seja eficiente em duas frentes: 1) fornecimento de a oferta eldstica de financiamento para que a economia se adapte is crescentes perspectivas de investimento; e 2) criagao de canais por jo dos quals o funding esteja disponivel para as despesas de investi- mento. Esses dois aspectos coexistem sob a égide da preferéncia pela iquider do préprio sistema financeito. ~ Esta nogo também se relaciona com as contribuigdes de Stu- fart (1995, 2002), para quem o conceito de desenvolvimento finance 0 é uma incluso mais explicita das definigbes de finance e funding em Bum arcabouco minskiano. De acordo com Studart (2002), os descasa Tentos de maturidade entre ativos podem ser basicamente descritos Fem um ambiente em que os investidores produtivos, ao se prepararem para assumir riscos em investimentos de longo prazo na esperanca de {ue os retornos futuros gerardo quase-rendas positivas, coexistem com Unidades de excedentes individuais (detentores de ativos com ve Imentos diferentes e propésitos voltados pelas expectativas de maxim ia, tecnologia e novagio 209 1uros). Ambos, investidores e individuos, li lhante: uma vez que os obstaculos ao financiamento da inovagdo 1m grupo de fungies objetivas rela laros, a firma inovadora é, muitas vezes, obrigada a buscar ca. ferentes niveis de liquidez e retorna, alternativos, como o auto financiamento e recursos provindos do ito de desenvolvimento financeiro de Studart ppablico. As dificuldades nao acabam no estagio de financiamen. ja dificuldade em alongar suas obrigagdes financeiras nos mercados nding) podem comprometer a satide financeira das empresas, financial system is functional (.-] when t expands Sob esse contexto, ¢ razodvel que as empresas procurem solu- isting resources inthe process of economic dey bvagdo © as possibidades de financiamento disponiveis. Com relagso Ultimo, seré argumentado que o financiamento & inovagdo possui Sondicdes de incerteza relativamente extremas, gerando incapacidade brevisdo de retornos e rendimentos para as empresas, dificultando bprocesso de finance e funding e, na maioria das vezes, desestimulan. bes na prestacdo de servicos financeiros sob con le até mesmo impossibilitando) a participacdo do sistema bancdrio de baixa preferéncia pela tanto, um sistema fi fm tal processo. Identifcadas essas barreiras, as empresas $0 € desenvolvido se é funcional de acordo com a sua cap: igadas a recorrer a outros tipos de financiamento, o que embasa a sso de pecking order para o financlamento a inovaco, fa poupanca para 0 funding de ativos de longo prazo., cee euctite aa feces i nage eal Incertza,processo de inovagdoe seu financiamento mento interrelacionados, a partir do arcabouco discut sci a eps ra oe eae BE .._, ODst#04e novo envoteum conuntdeetapas tere diferentes formas, vem permeada de incerteza de caréter prépri ea dts. Cada etapa se caracterzapordeterminadasatividades,agen- como um investimento das empresas é formado sob expectativas, bem como resuitados, que s80 insumos para as etapas quer financiamento adequado. A incerteza da inovagao se adicio 3s atividades exigem como insumos incerteza do investimento, criando um ambiente particularmenteid Srhecimentos incorporados a0 pessoal técnico, equipamentos espe. safiador para o processo de finance e funding. O financiamento da lelizadose investimento de tempo para ut des de Pesquisa e Desenvolvimento 2014). Por um lado, o sistema finaneel abarcam as atividades de: 1) pesq privado pode se tornar relutante em prover finance para a inovaedd #m ideia, conhecimento, ou invenedo; ¢ 2) desenvolvimento exper- racionando crédito. Mais ainda, 0 baixo desenvolvimento dos m Mental, quando é testada a viabilidade técnica da invencio, Em seguida, dos financeiros criam obsticulos ao funding, reforgando aindisposig =fi.2 etapa de investimento produtivo para subsequente introdugio da do sistema financeiro em emprestar. Para as empresas, a situagd nevacSo no mercado. Concomitantemente 3 comercializacio, inicia 210. Mérca Siquira Rapin! | Leandro Alves : conomia do céncis, tecnologia einovacdo 211 5¢ 0 processo de difusdo, abrangendo os processos de adaptacio, melhoria da inovagao (inovagao incremental). Figura 1: Etapas do processo de inovagio a Fonte: Adaptado de Greenhalgh e Rogers (2010). © processo de inovagSo, por definigdo, envolve incerteza, gumas tentativas de inovagzo alcancam sucesso, proporcionando no produtos, servigos, processos ou até mesmo empresas. Outras nao ‘bem sucedidas, por razBes técnicas, comerciais ou pela incapacidade prever os rumas do processo de concorréncia. De acordo com Freem «e Soete (2008) “o que pode ser reconhecido ex-post nem sempre po tendo em vista que manipular. Em suma, 031 sultados no podem ser previstos perfeitamente a partir dos insu Dosi e Egidi (1991) acrescentam ainda outra dimenséo a ince teza no processo de inovasdo, que é a auséncia de conhecimento pal resolver 05 problemas, de forma que a incerteza no processo i 1ndo se restringe somente 8 auséncia de informagso relevante so ocorréncia de eventos conhecidos, mas envolve também limitacoes d 212 rca Siqueira Rapin | Leandro Alves Siva | Eduardo da Mottse Albu Freeman e Soete (2008) descrevem os diversos tipos de incer: Bzavenvolvides no processo inovativo: a incerteza técnica, a incerteza jercado e a incerteza geral da e que pode, em alguns ca- ser descrita camo a incerteza do negécio. As incertezas técnica e jercado so especificas ao projeto de inovacao e ndo podem ser idade de que a inovaco nao alcance sucesso no mercado. Ela pode ter distintas causas rela- Go) e a0 tempo de entrada e de difusto a do negécio, por sua vez, esté prest ads futuros. No processo de especial importancia tendo em vista Freeman e Soete (2008), por sua vez, classificam a incerteza 105 de inovac3o, conforme des inanciamento do processo ., por melo da reinversao de lu- coniomia da cnc, tecnologia einovagSo 213 associados com a depreciagdo e outros custos marginais de ajustamig Binados @ salarios de cientistas e engenh Estes cientistas criam to existentes. Sob um ambiente de elevada incerteza, o financiamet Jntangivels, baseados em conhecimentos tacitos, que se perdem da inova¢ao implica pardmetros relativamente altos para prém! felas deixar a empresa ou sdo demitidos (Hall e Lerner, 2010). tas a B __Essas caracteristicas parecem influenciar a atitude em relagao s6es constantes. Dessa forma, faz sentido que as fontes externas se Brisco, preferéncia de investimentos eo critério de selegao das fontes preteridas a0 financiamento préprio, j3 que este dt yanciamento acessiveis as empresas inovadoras. As micro peque- Ser equiparado as taxas de juros do mercado monetario (H ie empresas dificilmente tém recursos para o financiamento préprio, ‘Kinda na diferenciagao entre crédito bancétio e emiss jorma que a provisio de financiamento externo é importante, princ titulos, prefere-se 0 primeiro, segundo a abordagem da hiera jente para as de setores em rapido crescimento (Arthur, 1996). Nas de fontes de financiamento®, pois bancos realizam levantame uenas empresas de base tecnolégica, em que os atives intangiveis ‘e’monitoramentos de informagies sobre 0 tomador, o que red 3p conhecimento e capacidades técnicas -sdo considersveis, os pro ‘05 custos de informacao. Além disso, por conta do levantamem jas de financiamento sdo agravados (Carney e Gedajlovic, 2000). dessas informagbes, a empresa que obtém financlamento no sista bancario tem seu valor de mercado aumentado, ja que passa pelo dos bancos (James, 1987; De long e Veld, 2001). A emissao de aga ou titulos teria efeito contrario, pois é percebida por investidor financistas como um sinal de que aempresa esta sobrevalorizada mesmo que a firma & incapaz de obter financiamento por outras Vi Aemissdo de titulos e ages também envolve outros custos diret (classificacao dos titulos, publicidade, certificago e colocaglo i mercados), tornando-os a fonte de financiamento mais cara. [processo de inovacdo quanto as decisbes de eo vaady vabictetsticastyie torharilmpasstvels quali fatos a diferentes padres de incerteza. Esse fator é, portanto, fun- bes ex-onte dos cistose da lucratividade potencial dfieuttando 0 ental na discussdo da adequagio dos instrumentos de financia- Camento externo (Arrow, 1962) ¢ a existéncia de mecanismos desi jento disponibilizados pelo sistema financeiro para as empresas. Seja de mereados adequados (Guinet, 1995). Os investimentos em ati Bor conta do autofinanciamento, seja por crédito bancério ou outros itrumentos de mercados de capitals, os argumentos discutidos nes- B capitulo caminham para a constatagao de que cada tipo de instru: jento financeiro se adapta especificamente a uma forma particular inovacao, Incerteza e Instrumentos de Financiamento Em geral,a partir da discuss3o anterior, ¢ visivel que tanto inovativas so caracterizados, por exemplo: 1) pela produce de at i intangiveis de dificil mensuragio (Nakamura, 199 dade do conhecimento; 3) pea dificuldade de apropriagdo privada d 2 teneficios; 4) pela elevada assimetria de informagao entre o oferta inovagdo. Esse tipo de abordagem auxiiasignifictivamente a dis- ere) onnandants (chrtaeasen, 1252) Enrelipio20eiil sso do tema do financiamento a inovagio, pois evita eneralizagbes mentos em PRD, pode-se acrescentar que mals de 50% dos gastos xcessivas sobre financiamentos mais ou menos desejados e, ainda, 4 no planejamento de ages que visem a0 melhoramento das Kapacitacdes de financiamento para inovacdo. ‘Um aspecto crucial a essa discussio é que distintas etapas do pecialem seu Processo de inovacdo requerem diferentes comprometimentos finan: lém de possuirem diferentes graus de risco (Petrella, 2 em vista do investimento necessério e da incerteza presente, por lum processo que requer um fluxo continuo de recursos para cada up das etapas descritas (Figura 1). Por exemplo, durante a fase embrig ca (seed, estégios 1 2 da Figura 1),0 grau de risco relativo & do processo inovativo é alto, apesar de as requerimentos finat em que 0 processo de inovacio se inicia (start-up, estigio 3), hd da grandes riscos de sucesso, mas agora maiores volumes de so necessdrios para criar protétipos e para cobrir custos de market (Sau, 2007). A incerteza técnica diminui-a medida que o produt aproxima da etapa de comercializagao, bem como quando se red 6s investimentos intangiveis. Dessa forma, na fase inicial do deseny vimento de um projeto (seed e startup estagios 4 e 5 da Figura ‘em que a incerteza é alta, em geral os investimentos tendem financiados com recursos internos das empresas, ja que elas nao +30 equipadas para gerar fluxos de caixa suficientes para garantie pa ‘mentos futuros de seus passivos. Em vista disso, deveriam contar et suporte ocasional do governo na forma de subsidios ou de incenti fiscais. Nessa fase inicial, é grande também a difculdade em avalia rospectos das empresas inovadoras, por elas no oferecem hist6r Consistentes que possam reduzir os problemas de informaco, 0 aumenta os custos de intermediacao e dificultam o acesso ao finak mento. Por outro lado, as falhas no conjunto de informacées pode ser mitigadas, caso as empresas inovadoras disponi informagées sobre o projeto de investimento da inovacSo para oi tidor-financiador. O problema é que a empresa perderia sua vant competitiva frente a competidores e 0 projeto perderia valor a0 ci lar entre outsiders (Anton e Yao, 1998). Por sua vez, o financiame externo é, geralmente, concentrado na fase final do ciclo, quand incerteza jé se reduziu a niveis aceitaveis, © Quadro 2 apresenta as fases de desenvolvimento das & resas inavadoras e suas necessidades de financiamento. T 2/83 g $3 # |283,2 gear ate Ha i 223882 eeieae fstaee 2 |s3bee 258223335 & |ssee? €38522282 g \2dies Se2gbFS5s B EEE? 282225932 e | szts2 = eo eaee & |gh2eeds g ag3ase 2 |sicseg Geetecege figide lg: b cays Hi qe a f2ty Saag Soe? ¢ lbs, cbe8 g [2888 S362 32 [28,3 a88¢ g |go22 3555 28 |oge. . be # BEE seas 63 [2852 3,85 g|eeeg $888 S& |2*s2 a3 2 f/823h ge82 ge je,gs f8o8 shies agile? eebie bes Secedengsege |esSeessss SEEESLSS2EEE [E5285 2553 tecnologia einovagio 219 pea ge 885 2358 so oe ea82 SE 835 SOEs pest [bsaee 23o3e2 2gee segtee 86 |g 8282 g2tsiz [22528 egaggecs |fesee.c8 | 3 sieeseege |gee2esers | 8 seegsgece [giasegiee | S Bgssszese [gseeseses | §F 223 42 [2 i 3 3 Sage ge |f $2 8 i iHeil | it : = 225 ge ¢.88 § 3 S225 G2 [kage 2 3 4 ese g2 [5582 3 5 B «886° goa, 2 2 a -38,2° |3ga, 3 < £ peokhs [ese8 8 : la gbeee? [gate 3; : g fyesces (Pace 2 g ge828ce [8882 53 B Seeeees |gaee 22 egescosese [22885 %5 egrg dees |Pa8g asi sbcdetegs |cicsets peel goatee Sebsceed’ |2iese2e SESesss2s |fseo8e8 \ 2 ond eee fas 220 ‘warcaSqueiaRapi | Leandro Alves Sv | asada da ti Abul Conforme visto no Quadro 2, em cada estigio de desenvolvi- to, as empresas inovadoras apresentam caracteristicas e deman. iistintas por recursos financeiros. Observa-se que, 3 medida que a ssa'se desenvolve, as necessidades de recursos financeiros tam- {gumentam. Por sua ver, 0s riscos associados e o retorno esperado jnvestidores tendem a diminuir. Em geral, as empresas devem ser capazes de gerar renda da Icerta parte possa ser imobilizada para amortizar a divida. As em ssas também devem ser capazes de usar ativos imateriais (patentes, ights etc.) e/ou outros ativos préprios, os quais agregam maiores ‘40s potenciais financiadores (Hall, 2002). Ativos imateriais no porcionam garantias internas que bancos costumam exigir; por ou- lado, ativos proprios como garantia reduzem a liquidez das firmas, ue aumenta os custos do financiamento. Dadas essas qualificagdes, iffculdades ficam claras na primeira fase do circuito finance-inves- jento-poupanca-funding, ou seja, na oferta de finance por institu financeiras, gerando escassez de financiamento e levando empre- Inovadoras a procurarem outros canais de financiamento, muitos eles puiblicos. ‘AFigura 2, adaptada de Roberts (1991), apresenta um mapea- to sobre as preferéncias das fontes de capital em relacdo a evo- go dos estagios de desenvolvimento das empresas inovadoras. A fomento/bancos de desenvolvimento, allancas estratégicas, 0 au janciamento e 0 crowdfunding. Verifica-se que as empresas que lenicontram nas fases de crescimento e, sendo ele sustentavel, tm eesso a um volume malor de oferta de crédito do que aquelas que se encontram na fase de semente e start-up. Dentre as raz0es para essa torcio, pode-se apontar que os ativos oferecidos por uma empresa sm estgio semente ou start-up tém baixo valor como colateral, as eltas so balxas (ou zero) e 0 fluxo de caixa é negativo. Logo, esse tipo de empresa no 6 atrativa para as fontes convencionais como ‘tampouco se enquadram nos padrdes exigidos para realizagao de Initial Public Offering (IPO). Oferta pics na empeesa no mercado ainsi Figura 2 ~ Preferéncias primarias das fontes de financiamento & inovagio fo pode ser obtido como resultado das solugbes oferecidas para Bciamentodas empresasinovadoras, Umdos recentesinstrume mee fceiros desenvolvidos 6 0 Venture Coptal VC). Baseado ne iden da He equity (Fnanciamentos privados em ttulos para empresas nay las em mercados), 0 V, segundo a Associagio Furopele de vere pital, 6 uma forma de intermediarso da coleta de fanciameono ‘grupo de investidores (bancos, fundos de pensdo, companhias guroe fundages} para investimento em empresas recentemenes luidas e atamenteinovadoras (Sau, 2007), ‘A indkstia de VC € um conjunto de organizagbes fnenéeias ona especlizadas no aporte de capital, por meio de compra ma paricparSo acionéra, em empresas nascentes emergentes a Blcotadas em bolas de valores. Essa definiclo excli, portanta at = Bizacies de private equity (PE), especaizadas no aporte de capital | Brandes empresas ja estabelecidas no mercado. Gracas ao suceseo [Eevonaareay rvestmentos em empresas como a Amazon, Google «Facebook (6 [[petacos de Foren neo de es BF citar algumas), as organizagbes de VC se tornaram sinonimo de - ate de capital para financiamento de empreendimentos de base tec- ‘Semonte ‘Stanp Crascimento igica com alto potencial de crescimento. Essa istica foi construida artir da atuagzo do indstia de VC nos Estados Unidos, eepecal inte a partir dos inestimentos ber-sucedides de cenomedas vee, Fonte Adapt parte Rober (1991155) asdes como a Sequoia Capital ea Kleiner, Perkins, Cauield & Byce, Como resultado, a indistria de VC norte-americana paseo a Fvsta como 0 motor da inovasso, capaz de fornecer comburehel Apesar de 0 Quadro 2 e a Figura 2 cobrirem uma tendém lanceiro e servir como guia para empresas nascentes e emergentes de alocacao de recursos observada entre as fontes de financiamef base tecnoldgica. Sem divida, as organizagbes de VC norte-ameri, acessveis 8 inovagio, cabe ressaltar que as frontelras entre cad uf Banas tem contribuido para o financlamento de in dessas fontes no sio bem delimitadas, sto & uma fonte que tem Eenologia.Mas, contrata foréncia rimsria por empresas de um deterinado ext ded volvimento também pode financiar empresas de outros estgios. [Seats iesment Conpont 813] Vere Copia | Estigios de desenvolvimento ds empresa inovadors ximeras empresas de mente a crenga popular (Quadro 1), os dados. Hraldos da indistria de VC nos EUA apontam que as organizacBes de Posstiem um papel pequeno no financiamento dos estagios inicials Processo de inovagdo — aqui delimitado como 0 periodo no au BS empresas realizam suas atividades de pesquisa e desenvolvimento PAD). Essas organizages tendem a alocar seus recursos quando as Empresas comecam a comercializar os resultados de suas atividades PRD. Elas também possuem uma clara tendéncia de concentrar seus Uvestimentos em poucos segmentos industriais, particularmente na Gueles com rapido crescimento, 3.1. Venture capital como instrumefito de financiamento & inovacio Em um contexto em que as possibilidades de fontes de 505 S80 poucas e 0 mercado de crédito & pouco desenvolvido, alg 222 Mércia Squeira Rapin | Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta e Abu ia da cércia,tecnologa einovagdo. 223 utra caracteristicadaindustria de VEquenso pode serignorag 2 significativa volatilidade & qual as suas operagdes esto sujeltas altas flutuacbes na captacdo de recursos financeiros pelas organizaga deVCindicam que elaseestao:sujeltas as oseilagBes do mercado finanes ‘que, por sua vez, esti exposto a especulagiese iracionalidade. Qutras formas de financiamento que utilizam arranio (co de recursos de investidores para.o financiamento dle empresas temente instituidas), como o investimento por fontesinformais (a tas) ou aqueles obtidos de parentes e amigos, também sd0 do fi private equity, mas ndo possuem um mercado privado organizado. tum lado, por possuir um mercado organizado, o VC resolve problem de funding no circuito de investimento; fica mais facil investidores nanciadores conseguirem renegociar titulos e alongar a maturidad seus balangos em mercados financeiros organizados. O melhor ful rnamento do funding se dé pelo fato do venture-copitalist participat estar a par) do levantamento de informagies (screening) sobre a8 presa, processo que envolve um intermediério com competénci nica espeeifica e que, portanto, reduz e qualfica o nimero de proj Selecionados, reduzindo incertezas envolvidas no processo. Tal fi de avaliacdo se estende ao monitoramento das empresas inovadlon pelo venture-capitalist, o que, de acordo com sua credibilidade eat Gao, estende-se a funcao de producdo de informacao: gerenciament oreanizagio, marketing e, em alguns casos, decisdes estratégicas. ‘0 VC, portanto, teoricamente atuaria como mitigador de p blemas de finance e funding no processo de investimento em al des inovadoras. Ao estar diretamente envolvido nas atividades renciamento do processo, 0 VC reduz custos de informagao qué prometem os custos de financiamento para as empresas inovada € prové um instrumento financeiro com maior liquidez ern rere forganizados, faciitando dessa forma o funding requerido. Por 0 Jado, ao se apoderar do gerenciamento do processo de financia da empresa, 0 VC passa a fazer parte integral das decisdes e dog ‘Gamento do dia a dia das empresas, com forga para mudar rumost processo de inovagao e, portanto, causar conflitos entre o inovador financiador. Segundo Black e Gilson (1998), a perda de controle € nas temporaria, jd que se o rumo do processo de inovaglo for se {Quadro 1) e a empresa se tornar publica (IPO), 0 inovador pode mar controle sobre sua criaco por possuir maior nmero de ages 224 Mércia Siquora Rapin’ | Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta © Albu ‘Apesar da capacidade promissora dos fundos de VC em ter: os de financiamento da inovacao, sua realidade é ainda bastante ante de sua concepcao teérica. 0 Quadro 3 revela a fetdades sobre VC, sugerindo ainda que sua at sada de dificuldades. (Quadro 3. Venture Capital Mitos © Verdades Mito 1: 0 foco dos investimentos das organizagées de VC slo os igios semente/start-up e early stage. Realidade As organizacdes de VC focam no estdglo de expansdo, Evidencias Entre 1985 e 2012, as organizagBes de VC investiram cerca de US$ [535 bilhdes, sendo que 4,88% desse total foram direcionados para o es- jo semente/start-up, 22,14% para o estégio early stage, 45,94% para 0 igo expansdo e 27,03% para o estagio later stage. tam altas taxas de crescimento e tecnologias que levam pouco tempo Bara se transformarem em produtos/servgos bem sucedids. westimentos das organizagies de VC se lustriais/tecnologias: biofarmacéuti cago e rede de comunicaga Jequinamentos e dispositivos médicos,e software. joncentraram em cinco segment jo de VC assume grandes riscos quando fealdade Uma organizagio de VC prioviza os investimentos que oferecern Blt retorno a um nivel de risco aceitavel fvidéncas Menos que 1% das empresas norte-americanas tem conseguido evant recursos das orgaizagBes de VC. ‘As orvanizagBes de VC tom assentos no conselho de administra [lo © exercem direitos de controle sobre suas empresas investidas Economia da dénea, tecnologia sinova¢io 225, p:0 erecio propeste, portant, nose esgts,fcando o con pata ave mals esorossejam ealiadesno seta de rdcdars Bissio nova incerteznancamente AS orb de VCinestm em noes mes omg Nos pardgafs sepuntes, a intenio & destacar os esfogs Semmens ovacdo das empresas basins, o obstscaon ae proce Evidéncias . 3: ed fa¢ao relacionados & questio do financiamento, bem como propi eee re once seni ake empresas que oferecem uma saida via IPO ou venda estratégica. = ener a oz) de Sas ‘enumerados por Freeman snag tg 52 ries de VE dona vo BE a asta de 120609 empress da pesqusa am 213, bp Phin yam qc implemertarmalguna invari de produtocunronn No exter dads confls ue tesa rel apc 3950), esse montanto, apronimadamete smetade ote ‘ages de VC de adicionar valor as empresas investidas. Ma dificuldade na implementacdo de alguma inovacio (21.714 ou 17% Evidénct empresas). Por outro lado, las empresas responderam Aerts thn ton gus ace nll Beda tee Por outro ldo 13% empresas responde conto frcs pls oan de Venom tata feo iplemertaraminovgso nem osuem peje ee) “ 5 vb 9 conjunto de empresas que ndoInovran os lee bs ss apontaes foram risos economics excessnoe NC dee Be aburam grande importinca 3 exe obstcuo'e 208 eos Fperrcia);clevadoscustos de invao (51% ala, 31% meno Esta seg teve 0 props de indus par Kase: de fontes propria de nancament (ate ae¢ Tae ne So sobre incerera, investment e novago, 0 ormatesexsell ls da fata de pessoal qulitcad, Uma anatse dos ergs @ esses de nanciaments, com desta par © Venture Cop ieriores revela que ox obstaculsreportados com mal ein bart de sgunsdadoe sobre iene para oa, «pox bs emrsas nd se alter, (Leet 2000), Be cones oe rocura aprofundar um pouco mais tal discussio, tentando aval presas que inovaram, os maiores obstéculos apontados foram os kiaudencertra das inovagdes no pate» pride a nea sno: das que nio Inovaram:rscos econdmos eee fg 2s posibidadeserealdades de fnanamant no pals Ht, 20% méco,elevados cust de nvag (G0 ss Som ned Bescasser de fonts aropridss de fnoncarento (43 oto e oe si} alem tombémdaatade quaitagsodamdo de aba’ Owe de percepc3o das dificuldades é bastante similar entre empresas que Becaram terem oundoinovado, que édese esperar nies cove Estes obstéculos exo dea e indetamente relacionados Eon conexesinaropidaiineritentes com 0 stems hieen Em especial afta de ranciamentoopropind. Mar sinademocang Bsa deinstrumentos finances adequaden que nitinen a et Fonte: Leonel (2014) 4. Tipos de Inovacao e Financiamento no Bra: sio tedrica apresentada neste capitulo com informagées da Pes de Inovacao (PINTEC) realizada pelo IBGE. As andlises so focadas Perguntas disponiveis na pesquisa que, infelizmente, nao foram Com exesio da fata pe nomia da céncia, tcnologlaeinovagio 227 teza contida no pracesso de inovacdo, também da inovagio nao sio tratados adequadamente, 0 que am {edo de tomada de risco econdmico excessivo pelas empresas. Por g tro lado, a mesma auséncia ou incompletude dos servigos financel e/ou 0 baixo desenvolvimento financeiro (reduzida funcionalidade sistema financeiro) implicam taxas de juros mais altas, o que tamby eleva.0 custo da inovacio. 'APINTEC oferece informagbes sobre grau de novidade da, vacdo implementada. Os dados disponibilizados oferecem quanti de respostas das empresas (por pessoal ocupado) em relacdo a0 ff de inovagio (produto ou proceso) ¢ 0 quanto de novidade ela re sentou (seja nacionalmente ou internacionalmente; seja por Ser Bk duto/processo novo ou aprimoramento de um jé existente). A pal dessas informagées, é possivel reagrupar os tipos de inovacso eo de novidade de acordo com nivets de incerteza correlatos, com b natipologia de Freeman e Soete (1987) e de Melo (em Vallim, 2014) Quadro 4 sintetiza este esforgo. 228. Mirela Siqueira Rapin’ | Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta e AlbuaM ‘Quast 4: Sugestio de compatibilizagSo para incerteza em Inowac30 Freeman ¢ Sete (1987) empresa ‘Nova geracio d Modiicacio de produto 4 processo ‘Adocdo precoce de processo jéexistonte PINTEC-2012 Produto ou Processo completamente novo para o | | ‘mercado e/ou para osetor, ‘as existente em termos mundi ‘Aprimoramento de produto 0 mercado mundial /08 setor em termos mundiais Produto ou processo completame ‘empresa ov setor, mas ‘existente no mercado ou stor nacional Incertera its Incerteza Moderada ‘Nove modelo Diferencag produto Implementagao de nova fungio para produto ‘dogo tardia de processo j existent de Aprimoramento processo novo. empresa e/ou setor, mas na mercado aia 29 Como pode ser visto no Quadro 4, a sugestio de compat =a] lzagio entre o grau de novidade da inavaclo e o nivel de inert ee selec! 3 oferece quatro categorias: 1) baixa, quando empresas respondem: BS FelRslea) & inovaram em produto ou proceso jé existente no mercado nacig é 2) moderada, quando a inovagdo ocorre na empresa ou setor, a produto ou processo jé existiam no pais e quando é um aprimoran SE/8¥lag|Relagiea| = to de produto ou proceso novo, mas jé existente no mercado Sjsejesiceneing) & nal; 3) alta, quando diz respeito a um aprimoramento de prod S 8 processo existente, mas novo para o mereado munci 7 a 3 0U proceso novo, mas jd existente no mercado mundi BslEelealSg/Salga| & muito alta, quando diz respelto a P&D e a produto ou processo’ ahead | eee | ‘em termos mundiais. ? Apattir da tipologia no Quadro, é possvel avaliar, nou b-boy 2 ws so de respostas das empresas para.o grau de novidade de suas eh ala apgp' [2 #) 3) 4/2: ses (Tabela 1), que 6% das respostas indicam inovages de inc FTE) EV E/E} 2) 2/2] 2] | 88 alta e muito alta, enquanto 45% das respostas indicam inovaca deh as incerteza moderada (das quals 27% sio relativas a processo:)e 4 28 incerteza baixa (das quais 34% dizem respeito a processos). ae Pa si | sf | ag | es Em relagdo ao tamanho das empresas, 2.485 das 4816 qu ve | Fa Sa. |.92 | 88 | sf lataram inovagdes de incertezaalta/muito alta (ou 656) 30 peque pias ff empresas (menos de 99 empregados), enquanto aproximadam z . | eg 115% sto grandes empresas (mais de 500 funciondrios). Na outra pol fe | 38 | gf | 8 | gf | EF entre inovagdes de baixa incerteza, a participaciio de pequenas ts: a ne Boo | ie presas é ainda maior, com 89%. Cabe ressaltar que a preponderang > Y+ Bg das pequenas empresas em todas as respostas remete 8 construgag mae ag ae a 2 22 ag ag-fets | 3 i los percentuais abaixo de cada ndimero na tabela) as grandes empres “ Segue (eg | E 80 as que conseguem administrar melhor malores nels de ince ; Apesar das limitagdes dos dados”:, 6 possive inferr o gr a : incerteza na inova¢do na qual as empresas esto inseridas e, com, 28] sf ae ge 8 i destacar 0 papel do financiamento. } Eg “Ss | ag az] 38] § is 2 g 2 tivo da pesquisa, que utiza pr sg] 22 s se a ¥ 5 ue imp conjuntos de dudes qe ndo sto miu zi} ga 5 By 5 z E exchsvs; eb) por conta do dezenho amor pertinent oe unteaa de empresa na e2) §3 & | 22 : ® g 2 maloria dos emesis respendentes so Gnade come pequenasloroxnaaa i z i 3 ‘89% dus respondentes], que gera necesdade de culdades a0 analisor dads namin is 230 Miércia iqueira Rapin’ | Leandro Alves Siva | Eeiardo da Motta e Albuquet Feonomia da cidnca, tecnologia ¢ inovegso 231 A primeira inferncia a se destacar € 0 fato de que quase f tade das respostas das empresas (31.373) indica que inovacées fof de incerteza baixa e relatvas a processos (aprimoramento ja exit te no mercado ou setor nacional). Deste total, 27.956 (89%) S80 quenas empresas. Destacados o risco do ambiente econémico ceustos de inovacio, além do baixo grau de funcionalidade do sist financeito (em particular para funding), € esperado que esse tipo inovagio exija um formato de instrumento de financiamento me complexo em seu desenho, mas de perfil mais longo. Em geral, pat pequenas empresas, 95% das inovacies declaradas sdo de incert baixa e moderada, sendo a maioria de inovagdes de processos (Ta 1), 0 padrao se inverte para 0 caso da incerteza alta © muito alta, 6 © principal tipo de inovago sendo o de produtes. Outro panto destacar na Tabela 16 0 fato de que, para grandes empresas, em g 28 % de suas inovagdes so de incerteza muito alta e alta, endla para pequenas empresas apenas 4,5% de suas inovages podem agrupadas nesse nivel de incerteza © financiamento para inovacdo de baixa incerteza, em cial para pequenas empresas, deve ser capaz de permitir maior tem de adequacao das empresas & inovagio, seja para aprimorar © gal escala na produgio (consolidagio de reducao dos custos), se} gerar receitas liquidas (vendas de produtos) mais estdvels, Inst tos financeiros, nesse caso, além de serem de espectro amplo (dad padrio de inovagde-incerteza observado na Tabela 1), devern tamb estipular garantias menos rigorosas que as médias do mercado, fa tando oacesso. Nesse caso, em geral, financiamentos privados p ser ampliados, englobando desenhos com mecanismos que sejam quados & maturidade das inovagdes de baixa incerteza, podendo # amparados por planos puiblicos (isenco de impostos para emp inovadoras, atuacdo de bancos piiblicos de varejo, reservas compli rias reduzidas pars bancos privados que destinem recursos 8 inovaga para mitigarriscos envolvidos nas operagdes de crédito. Ainda sob tra perspectiva,o fato de grande parte das inovacbes relatadas pe empresas ser de baixa incerteza e relativas a processos podem que 0s programas de financiamento existentes, em grande pat de natureza pablica, jé possuem estas caracteristicas e, por 150, ‘vocam um viés de inovacio de incerteza baixa, com possibilidade| 232. mirca Siquira Rapin | Leandro Alves Sve | Eduardo da Motta e Albaau ular relativo crowding aut do financiamento privado. Nesse caso, fio passa a ser alterar o perfil de inovacao das empresas co faitemente ao formato do financiamento. Com relagio a inovagées de incerteza moderada, de produtos 125505 novos no mercado ou aprimoramentos locais de produ: pprocessos ja existentes no mercado mundial, as diferengas no do financiamento envolveriam um escopo mais limitado de 595, em geral pequenas, mas que podem possuir conexdes mais glidadas com mercados mundiais, 0 que indica maior grav de ex: igo externa. Nesse sentido, uma das saidas é a maior participagio fanciamento piiblico, em especial de bancos de desenvoivimen: Fque podem oferecer linhas de financiamento de prazos maiores & pexigéncia de garantias reduzidas. Pelo lado privado, destaca-se 2 idade de 0 emissor do instrumento de financiamento encan- smecanismos de funding mais adequados nos mercados. O Venture jtal poderia ser um instrumento adequado nessas situacdes, des- Ique sejam criadas instituicBes de governanca capazes de assegurar quadamente a administracdo e a proviso dos recursos, reduzindo tos de-captaco e administrando retornos. Para inavagbes com alto grau de incerteza, 0 desenho do ins- smento de financiamento deve ser muito mais cuidadoso, por conta maior parcela de risco envolvida, em especial para pequenas empre- Is. Grandes empresas em geral se autofinanciam, particularmente se finovacio for de produto (em nivel mundial) que envolve necessidade Raior de internalizacio do processo e contratos de sigilo entre parcel- pacidade de autofinaciamento. Nesse caso, o agente com maior ca- dade para oferecer financiamento € o setor piiblico, seja por agén- is de fomento, seja pelos bancos de desenvolvimento que, por serem pazes de captar recursos a custos mais baixos que a média de merca itando a provisdo de financiamento. Nesse sentido, o desa- artidas razodveis que tornem os programas de fnanciamento a inovagio atrativos ao setor privado e que, ao mesmo spo, permitam que o Estado recupere parte do investimento. Isso requer um redicionamento do papel do setor piblico no inanciamento ao processo de inovacdo. Ainda que o apoio venha au- inci, tecnologia einovasso 233 mentando de forma sistematica desde 0 inicio de 2000, com a de varios instrumentos e mecanismos de apoio nas instituicdes: ‘ais (Capitulo 16 sobre alguns dos instrumentos no Brasil) ¢ tam estaduais, as evidéncias empiricas da PINTEC apontam que ap forma de apoio puiblico ¢ paraa compra de méquinas e equipar ‘Das empresas que inovaram em 2009-2011 e que receberam) tipo de apoio, cerca de 79% (ow 11.185) destinaram o recurso compra de maquinas e equipamentos. 1550 evidencia que instituigdes piblicas vém lidando com tipo de financiamento Esbouco tedrico de Keynes e Schumpeter e, a partir de suas similari Hes e complementariedades, oferecer argumentos para a discussiio inanciamento da inovacio. Com base na discussio de incerteza f tomada de decisio, tanto o investimento para Keynes quanto a BYe¢0 para Schumpeter so os motores do crescimento e do desen mento econdmico, tendo o sistema financeiro e 0 crédito como rocesso de financiamento e, no ge ores de incerteza. imordiais. Se, por um lado, a decisio de investimento se reveste em Beerteza, no caso do investimento em inovacSo, soma-se a incerteza Proprio processo fazendo-se necessdrio alinhar essas perspectivas @tar o financiamento de forma especifica ao grau de incerteza que permeia as decisées, Para tanto, este capitulo tratou de forma exploratéria a rela- {0 entre incerteza, inovacao, investimento e financiamento, propon uma tipologia especifica para casos diversos de inovagio, incerteza inanciamento. Dessa forma, é possivel avaliar a adequacdo dos ins- imentos de financiamento as necessidades de processos especif. Bs de inovacao. A luz de tal tipologia, alguns dados da PINTEC (2011) fam examinados de forma pr F, sendo possivel perceber que Imaior volume de inavacées ¢ do tipo que envolve baixa incerteza e, Beral, correspondem a inovacdes de processo, estando concentra Hes em pequenas empresas. As inovacbes de alta incerteza, por outro , Parecem ser mais recorrentes, de forma relativa, em grandes em- esas. Mesmo superficialmente, essas indicagdes remetem a neces- pidade de mecanismos de financiamento diferenclados, tanto por tipo Be incerteza quanto por porte da empresa, uma vez que a percepcao Sistema financeiro se altera de acordo com tais caracteristicas, Como sugestiio de avancos necessérios nesta agenda de pes Ihisa, destaca-se que mais esforgos sejam realizados na perspectiva [Marcia Siqueira Rapin’ | Leandro Alves Economia da citi tmacroeconémica vinculande Politica de Inovacio e Politica Finan ‘como ja apontado por (Mazzucato, 2013), mas ainda pouco siste tizado. Ademais 0 avanco na discussao entre tipos de instru financeiros e grau de incerteza, seja em termos tedricos ov com g ‘vantamento de evidéncias empiricas, é importante para que © fir ciamento piblico possa cumprir um papel ainda mais importat financiamento do processo de inovagio. 236. Mérda Siqu Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta eAlbugu Referéncias bibliograficas BUQUERQUE, E. M. Estruturas Financeltas, Funcionalidade e Sistemas Na- ide Inovagio. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 6, n.2, p. 113-138, KJ. Economic Welfare and the Allocati ISON, R. The rate and direction of inventive activity. NBER: Princeton sity Press, 1962, .609-629. ure capital and the structure of capital markets 3. Journal of Financial Economics, v, 47, p. 243-277, INEY, M.; GEDAILOVIC, E. East Asian Fi an Investment-Driven To Innovation: Driv Journal of Innovation Managemen Systems and The Transition 1ornic Development. inter- JENSEN, J. L. The role of Finan JDVALL, 8. 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