You are on page 1of 28
Capitulo 15 Politica de Inovacdo: Instrumentos e Avaliagao’ ‘Ana Paula Macedo de Avallar Pablo F. Bittencourt Introdugiio pitulo é discutir a temtica dos instrumen- -as de inovacao a partir de aspectos concei- contemple a diversidade de atores e de aspectos inerentes ao proces- so de inovago em cada pais. Inimeros paises vém-se valendo da pol muitas vezes in: abrangendo volvimen Por detras de estratégias nacionais de paises que teriam conseguido fazer 0 processo de catch-up, como Alemanha, Japio e Coréia do Sul. E ainda que sejam muitas as particul do Estado em articular e implemey mente, reconhecida. as e setores para o desen- / / } i 2£ olutiqed gentosmurten! pbzcvani ab oitiloT | = SilevA bert oH cree aay patter engstst-on1 se aes - abbey erin jana fnatete aes Ki Peat rae STATE he ro de Mazzucato (2014), neste sentido, & 1a de exemplos norte-americanos, do paps do estado, nao apenas articulando, como assumindo o risco, cra mereados e tomando 2 dianteira do processo, empreendendo a vacao. Sem esgotar a amplitude ea riqueza dos desenvolvimentost Srieos sobre politica de inovagio, espera-se, com este capitulo, © processo de inovacao ocorre em um ambiente de clevados riscos e incerteza, Decidir investir em tecnologia significa assumirriscos mais elevados do que aqueles presentes em investimentos visando ampliacao da capacidade produtiva de unidades industriais jd existen- tes. Isso se dé, » Pela Incapacidade de prever se os in. timentos em inovago sero exitosos no plano técnico. Em segundo |uger, por ndo haver garantia de que novos produtos e processos, gera- dos pela inavacao, serio aceitos pelo mercado. Por fim, pelo fato deo investidor no conseguir antecipar quails serdo as reagdes dos seus con- orrentes diante da decisdo de investir em desenvolvimento tecnok coe qual a taxa de apropriacao efetiva que a novidade ird proporcionar. A dificuldade de investir em inovaco, em um ambiente de incerteza forte, se torna ainda maior ao se considerar a presenga de racionalidade limitada como elemento inerente ao comportamento dos agentes econémicos. A abordagem evolucionista retoma, a partir de Simon, 0 conceito de racionalidade limitada, considerando que os agentes se defrontam com o problema de acesso a informagao e com a dificuldade de processar as que esto disponiveis. Diante da comple- xidade na tomada de decisio, os agentes passam a estabelecer rotinas nna escolha das suas acées, escolha de suas condutas (NELSON e WINTER, 1982) em que a deciséo de investir em inovacio significa assumir elevados riscos em um ambiente de incerteza, 0 fi- nanciamento das atividades inovativas passa a ser um problema de I grande complexidade. Como financiar uma atividade que no possui nenhuma garantia de sucesso e est envolta pela incerteza no longo pprazo? (Ca As politicas de inovacao apresentam-se como uma pratica re alizada por diversos paises desenvolvidos e em desenvolvimento com objetivo tanto de potenci piiblicos e metodologias para avaliagio de politica de inovago. O capitulo esté estruturado em 5 secGes, além desta by \dugao & das consideragSes finals. A Seco 1 apresenta e discute AA Seco 2 apresenta alguns dos instrumentos de pol pelo lado da oferta e da demanda, detalhando as caracteristicas. incentivos fiscais, dos instrumentos financeiros e das aquisig6es pi 2s para a inovagdo em termos teéricos, sendo também apreser ’ experiéncia recente de alguns paises. A Seco 3 apresenta, de fo breve, a politica de inovacao no Brasil com foco nos instrumentos sentados na segunda seco. A Secdo 4 apresenta as diversas mat logias disponiveis para a avaliacéo de politicas de inovacio. A Sega apresenta experiéncias de avaliac3o de politicas no mundo e no Bi "Nas consideracées finais esto alguns resultados obtidos ao longo de estudo além de temas de pesquisa de agenda 1. Politicas de Inovacao 1.1 Politicas de Inovagao: aspectos teéricos e conceituais, © desenvolvimento tecnolégico tem-se colocado como dos principais fatores determinantes da competitividade e das estr gias de desenvolvimento dos pafses. Na maioria das vezes, o ritmo que ocorrem as inovagGes tecnolégicas determina a taxa de am| dda produtividade dos fatores de produgo e 0 proceso de criacai novos mercados, estimulando o crescimento econdmico, adequada para a promosao de interagées entre os agentes envolvidos, ‘como empresas, universidades e institutos de pesquisa. Para Cepal (2004), as politicas de inovacdo devern desempe- nnhar dois papéis fundamentais, quais sejam: incentivar a amy dos esforgos de inovaco e dos gastos em P&D das empresas e realizar 572. Mércla Siqucira Rapin! | Leandro Alves Siva | Eduardo ds Motta © Albuquetd Economia da enc, tecnologia eInovagso 573, de mecanismos de difusio tecnolgica e de comércio exterion SAS, 1996, P.103)" ‘Nesse contexto, a preocupaggo fundamental dos gover policy-makers passa a ser a identificago de qual a melhor politica p estimular as atividades inovativas do’pais, considerando o Estado como substituto do mercado em suas falhas estéticas, mas sim eop agente auxiliador na alocagao dos recursos da melhor maneira sivel, assegurando 2 competitividade também em termos dindimie Assim, a discussio sobre o papel do Estado e sua necessidade de: vencao na economia perde espaco para o debate sobre a forma eo 0 Estado deve intervir na promogéo do desenvolvimento tecnolég (051, PAVITT E SOETE, 1990), A partir desse aparato tedrico, pode-se identificar trés asp tos na atuagao das politicas de inovacao referentes aos instrumet utilizados, aos objetivos e a0 objeto-alvo dessa politica. Dentre os} trumentos, destacam-se incentivos fiscals as atividades de P&D, li de financiamento dirigidas 8 inovago tecnolégics, compras do Set Piiblico e fornecimento de capital de risco para empreendimentos vvos de base tecnolégica'™! 1.2 Principais Instrumentos de Politica de Inovacao Uma: subdiviso em politicas pelo lado da demanda e pelo lado da oferta costuma ser stil & compreensio do sentido das aces de politica de inovagao, As politicas pelo lado da demanda, especial mente, por envolverem definigo de normas técnicas (tanto nas ré- Bulagées, na padronizacéo, como nas compras governamentais pare inovacao), influenciam fortemente a direcdo da mudanca tecnol6gica, Enquanto que os mecanismos de oferta, quando conseguem diminuit 95 custos dos processos de inovagdo, costumam influenciar mais a ve- locidade dos processos de inovacao. Um othar as politicas tipicamente analisadas revela que as ages pelo lado da oferta so mais reconhecidas. Essas consistem ba sicamente em medidas para incentivar o aumento do investimento em inovacdo das empresas, por meio da reducio do custo das atividades de inovagéo. As falhas de mercado (externalidades) em torno da ativi- dade de P&D representam um forte argumento a respeito da conve- niéncia de instrumentos pelo lado da oferta, 0 qual se soma a0 car’- ter de alto risco percebido pelo mercado privado de capitais, quando considerados projetos com necessidade de P&D de longo prazo. Entre 6s instrumentos esto (i) subsidios e concessées diretas as empresas, ‘como os subsidios a0 P&D; (i) garantias de crédito, como programas de compartilhamento de risco, (ii) suporte a tipos alternativos de finan- ciamento voltados a aumentar o incentivo para que credores venham a se envolver em empréstimos as empresa inovadoras, tais como, aco bertura parcial de perdas no caso de faléncia; (iv) incentivos 8 pesquisa Quanto aos objetivos da politica, encontra-se uma grande d versidade, pois podem estar focados no desempenho das empres ‘ou de um setor, no estimulo de parcerias entre empresas e centr de pesquisa, na capacitacao dos recursos humanos, em programas qualidade ou na methoria do ambiente regulatério. Sendo assit objetos da politica podem ser empresas, grupo de empresas, setores universidades, centros de pesquisa, pesquisadores. Mesmo diante dessa diversidade de abjetos, observa-se, tanto, que grande parte das politcas publicas de incentivos ao dese vimento tecnolégico ¢ dirigida as empresas, entendidas como o locali ico ao treinamento de pessoal das firmas. 44 as politicas pelo lado da demanda consistem em ages pi- blicas para induzir inovagées e/ou o aumento da velocidade da difusio das inovagées, por meio do crescimento da demanda, definindo novos Fequerimentos funcionais para produtos e servi¢os ou o aumento do envolvimento dos usuarios (clientes) no processo de inovago (EDLER, 2013). Para Edler e Georghiou (2007), elas podem ser subdivi Quatro grupos: politicas sistémicas, de regulacao, aquisicBes piiblicas & de estimulos 4 demanda privada. A taxonomia abaixo fornece uma boa ordenacdo das ferramentas a disposicao das politicas de inovacdo pelo lado da demanda e da oferta Como as atividades de P&D, mesmo que os apoios estejam dirécionae 8 atuagio conjunta destas com outras instituigdes de pesquisa. 160 Possas (2008) esata o caso de sucesso dese tipo de, Sul éxito da policatecnolgia deste pals tena sido resul fers da economia ede nstuiBes responsive (Fazenda; Circa e Tecnologia) bancos de desenolvimente ea 161 Sobre limites ealeances do capita de iso veto capitulo 7 576. Marcia Siqueira Rapin | Leandro Aves Siva | Eduardo de Mota « Abu gue inovagao pelo lado da oferta e as aquisigBes pablicas Bak a inovagao, pelo lado da demanda. 4 1.2.1 Incentivos fiscais 8 inovagio Os incentivos fiscais as atividades inovativas so amp utilizados como instrumento de politica de inavacao por diversos {ses com a finalidade de estimular a realizag3o de investimentos atividades inovativas, especialmente em atividades de P&D, I, 05 incentivos fiscais as al ser oferecidos seguindo dois formatos: deducao do imposto de re © crédito fiscal. A deducao do imposto de renda incide sobre os das empresas inovadoras, ou seja, o aumento (valor total ou ineremy tal) das despesas em P&D pode ser deduzido do montante do kt sobre o qual serd incidido o imposto. O crédito fiscal, por sua vex, siste na redugao da aliquota do imposto a pagar. Destaca-se ta que, em qualquer um desses formatos, comumente a aquisi¢ao da fy uinas e de equipamentos sofre aceleracio nas taxas de depreciagag O levantamento de diversas experi€ncias internacionais tifica especificidades de cada pais na aplicacio dos incentivos fiscal tanto no que se refere ao formato desse incentivo (taxas de dedued do imposto de renda, crédito fiscal ou acelerac3o na depreciagio da bens de capital e instalagées) quanto ao objeto-alvo do program (grandes, médias ou pequenas empresas) Um ponto de convergéncia entre essas ex} idades de P&D po cionais e 0 caso brasileiro est no fato de que todos eles se baseiams no. vos. A versio de 2005 desse manual, traduzida para 0 portugués, e sidera como “atividades de inovagio” as etapas cientificas, 25, organizacionais, financeiras e comerciais que conduzem, out nesse concelto as aivdades de P&D e dversasoutras que no e diretamente relacionadas a0 desenvolvimento de uma Inovasdo es tifica, mas que, ne entant, sio necessrias para que 9 innvatae realize (OCDE, 2008, p21) © grande uso desse instrument, internacionalment, nou em uma ampla discussio sobre sua eapacidade (ou ineapa de estimular as empresas a realzarem atvidades de PAD, asim, leraro ritmo de inovagéo tecnoldgia do pai. Dispde-se, stualmentey de uma extensabibiografiadrigda 8 avalagdo dos seus efeltos De 580. mirca Squeira Rap | Leandro Alves Sha | Eduardo da Motta e Albuquer tre os principais autores que discutem a efetividade desse instrumen. to estéo Hall e Van Reenen (2000), Czarnitski et al (2004), Mansfield (1985), Bloom et a! (2002), Kéhler, Rammer e Laredo (2012) © trabalho de Bloom et al (2002) ajuda a ilustrar essa discus- Sao, pois a partir de uma avaliagdo empirica de alguns casos de incenti ‘os fiscais em diferentes paises, esses autores encontraram a seguinte rela¢do: uma reducso de 10% no custo do PRD deve proporcionar um aumento 1% nos gastos em P&D no curto prazo (entre dois ou trés ‘anos) € tum aumento de 10% no longo prazo. Um ponto favordvel a esse instrumento, e defendido por espe. Calistas, se refere a0 fato de abranger “teoricamente” todos os tipos de empresa, Soma-se a esse argumento o fato de que os incentivos fiscais reduzem os custos com equidade, independentemente do tipo de proje- to de P&D que estejam empreendendo, do tamanho da empresa, da sua ‘origem de capital e do setor de atividade do qual a empresa participa, ‘Segundo Nelson e Winter (1982), uma das limitagdes das p as que seria iminada com os incentivos fiscais diz respeito 20 fato de que estas ndo estiio apenas limitadas pelas restricdes de ‘acesso ds informages, mas também pelas agées que a industria ger: ‘mente considera sustentadoras, neutras e n’jo-ameacadoras ao status quo. Por isso, segundo esses autores, hd muito tempo o setor produti- vo defende a concessio de subsidios fiscais equénimes. Por outro lado, as principais criticas presentes na literatura {apontam quatro limitagdes para o uso dos incentivos fiscais como ins- trumento de politica de apoio a inavagio: a) 0s incentivos ndo causam efeitos sobre a percepeao de risco da empresa, afetando somente sua estrutura de custos; b) os incentivos nao adiantam recursos financeiros ara as atividades tecnolégicas, pois somente reembolsam 0s gastos jé Fealizados, e por isso, excluem muitas empresas de menor porte que do possuem, a priori capital suficiente para tal investimento; c) os incentivos fiscais no conseguem aumentar a base de empresas inova- doras e somente aprofundam as atividades tecnolégicas das empresas ue ja so consideradas inovadoras; d) na maioria das vezes, por pos- suir cardter temporério, os incentivos fiscais néo estimulam a empresa Go inovadora a iniciar esforcos tecnolégicos, via atividades inovativas. Economia da cgnca, tecnologia einovaggo. 581 ‘Quadro 1: Incentives sca nos paises aaa ae (05 incentivos fiseais nos Estados Unidos foram 1954 com dedugSe total sobre os gastos em P&I ina Seco 174 ddo Internal Revenue Code. No inicio dos anos 80, desses ince ‘vos se modificou como Economic Recovery Tax Act, em que o crédito fs passou a se dar somente sobre o gasto incremental das atividades de P&D. 0s incentives fscais baseiam-se nas deduces dos impastos sobre 100% dos gastos correntes em P&D elegivels 20 longo dos primeiros cinco ‘anos, de maneira que a cada USS1 gasto em PRD a empresa pode dedurir ‘© mesmo montante do lucro sobre © qual 0 imposto seré cobrado. Para a dedugio de despesas de capital, utizam-se do Sistema Modificado de Recu- peragao Acelerada de Custos (MACES) com certa aceleracao para atividades Ge PRD. Segundo esse sistema, os métodos de depreciagao também so tespecifices para cada classe de bem. (MINISTERIO DAS FINANGAS E DA RECEITA DO CANADA, 2000, P.275). CO sistema de crédito fiscal, por sua ver, é baseado em 20% sobre © incremento das despesas de P&D, com base na media dos gastos Lltimos tr€s anos, tanto de gastos pré tados. Adatam simultaneamente a pratica da de , para maquinas © equipamentos em trés anos e de instalagbes em cinco ‘anos. Pelo perfil e estrutura do programa, nota-se que a maioria das em- presas participantes & de grande porte, em que as atividades de P&D se ‘eolocam como estratégia da corporacao. Reino Unido trodutidos em (© Canads instituiu um regime de incentivo fiscal a PRD d 1 anos 1960, que foi complementado nos anos 1980 por numeroso Gramas regionais. Assim, todas as provincias se beneficiam do programy federal de dedugao dos impostos nos gatos correntese de capital ema vidades de P&D. No entanto, algumas delas possuem incentvos fiscal nivel local, além dos Incentivosfederais, e 0s apicam de maneia dst ‘Apresenta um sistema de dedugses do imposto de renda al respondente 2 100% para despesas correntes e 100% para desp {pital no ano de realzagdo. A taxa de depreciagio de méquinas, eq Franga ‘Um novo programa de incentivo fiscal 2 PRD foi instituido €p 2008, em substituigdo ao programa de apoio & inovago vigente do Final século XX até 2008. A nova politica proporciona uma redugao de 30% des 6 milhdes de euros gastos com atividades de P&D, aumentando, em para despesas de até 100 milhées de euros. Para valores que superamm 5 Timite a taxa de dedugio é de 5%. As despesas elegiveis sSo todas as des sas de PAD e a depreciagio de bens de c Australia ‘A-experiéncia do Reino Unido ¢ mais recente visto que passou a ‘adotar um importante programa de incentivo fi ‘anos 90, ‘sendo que em 2000 constitulu efetivarment ido ao de: serwolvimento tecnolégico das pequenas e médias empresas. 0s incentives fscais baselam-se nas dedugBes dos impostos so- bre 125% dos gastos em P&D elegiveis ou de 150% para pequenas e médias endo que de cada £1m gasta em P&D a empresa pode deduzir incidido 0 imposto, Os gastos de capi também so dedutivels 100% no primeiro ano. \centivos fscais no contemplam operacies igindo-se as deducBes dos impostos como ja descri 0s incentives fiscals foram introduzidos na Aust como umm beneficia fiscal correspondente a 150% do valor total gast Stividades de P&D. Sdo oferecidos beneficios com deducio do imp. respondente a 125% das despesas correntes e de 125% da despesa inci ental de capital a0 longo de trés anos para atividades de P&D. A taxa epreciagao de miquinas, equipamentos e de instalagBes ¢ de 100% do! for, incidindo logo no primeiro ano de realizacio incentivos fiscals ndo contempla a prética de créditos fiscas. Para parties ddo programa de incentivos fiscais & necessério que 3 empresa apreseh Jimo de US$ 15,600 em despesas de P&D por ano o que; | a que a maioria dos participantes do| ‘Qs incentivos fiscais no Reino Unide priorizam as pequenas © mé: dias empresas, mas possuem também o objetivo de westimentos de empresas muitinacionals, ndo somente das empresas ja instaladas, mas também de novas empresas no pals. logis einovacao 583 582. Mérda Squeira Rapin! | Leandro Alves Siva | Eduardo do Motta © Abuser india India oferece uma variedade de incentivos fiscais para as emp ‘35 que realizam P&D interno e extorno, Sio classificados como incet {insumos (input-based) incentivos baseados no resulta sndo 0 p 1utomndi Sendo amliado aos selores dasemanmaraimelenentan rca m2 Em 2010-11, adedugo do ‘bara 200%. Em 2009-10, 0 setores industrias. utros incentives relacionados aos insumos abrangem: depreda 80 acelerada das plantas e equipamentos utiizadas no desen senso de imposto sobre bens de eq) pepas , acessér portados para a P&D; sumo de itens indigenas comprados por instituigd aduaneiros de importacio para projectos de P&D apoiados pelo Gi deduso ponderada de 125% sobre qualquer pagamento feito a empr com actividades de PRD. O Incentivo de resultado consiste em isengiia impostos especiais de consumo por ts anos sobre as mercadorias pr zidas com base em tecnologias nacionais e devidamente patenteados qualquer dos seguintes paises: india , Unio Européia (um pals) , CUA Japdo (Mani, 2014). 1.2.2 Incentivos financeiros 3 inovagiio Os incentivos financeiros as fundos financeiros e 0 financiamento apoio a inovacdo muito utilizados por diversos paises. Hall (2002) aponta algumas especificidades do in financeiro, dentre elas 0 fato de serem, na sua maioria, di '0s especificos ou a parcerias entre empre sas e universidades como, por exemplo, o caso do programa Sematech ividades Inovativas, come de desenvolvimento tecnol6gico e os impactos socioecondmicos dese Jados, j4 que as empresas, por outro lado, cabe desenvolver projetos buscando apenas o beneficio privado. 584. Marcia Siqueira Rapinl | Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta Albuquerqi il Uma outra caracteristica importante desse instrument: no fato de no excluir, a priori, nenhuma empresa do programa, di- ferentemente dos incentivos fiscais que so fortemente dirigidos 3s empresas lucrativas com imposto a pagar. Para se analisar os efeitos desse instrumento, da mesma ma ‘eira como ocorrem no caso dos incentivos fiscais, muitos estudos vém ‘endo realizados para compreender como ele afeta o comportamento das empresas contempladas, debate internacional compara a efetividade dos incentives financeiros em relacao a dos incentivos fiscais. O principal argumentto favorével aos incentivos fiscais esté no fato de que, diferentemente dos programas de incentivos financeiros, eles possibilitam que as decisies de “onde” e “como gastar” em P&D sejam realizadas pelas empresas, compreendidas, nesse caso, como os agentes mais capacitados avaliar qual projeto seré mais bem sucedido no mercado. Ao redur os ‘custos de P&D, os incentivos fiscais também atacam as externalidades ‘que, segundo uma visio mais conservadora, seria um dos principais ar- ‘gumentos favoravets 8 intervencdo governamental. Outra vantagem dos incentivos fiscais em relacSo aos financeiros encantre-se no fato de esse instrumento ser considerado mais transparente e mais flexivel, dado ide atender a diferentes objetivos, tipos de empresas e setores simultaneamente, e por no pos teto-limite de crédi to como possuem os créditos diretos, estando diretamente relacionados com a tomada de decisdo e os gastos efetivados pelas empresas, ‘Quadro 2: Incentives Finanesiros nos paises [Raine Unido £m 1983, fol instituido no Reino Unido o progr Jetivo de financiar @ pesquisa do setor de Tecnologia de ‘municago (TICs) como uma reagio ao programa japonés Fifth Generation Project, langado em 1981, assemelhando-se aos casos norte-americai ‘acima descritos (HONG e BODEN, 2003; PEREIRA, 2005) um importante programa que sas estadunident 2s, destinado ‘com um fundo de US$ 100 cecusdo, ,, a5 empresas passaram a contribuir com 1% ‘das vendas para constituigdo de um fundo, cuja contr ma é de US$ 1 milho e méxima de US$ 15 milhes. No entanto, di te de tal exigéncia, algumas empresas foram reduzindo sua partici Com a saida de importar programa Sematech foi sendo questionado. Nesse ambiente, dos pelas em iveis (GEORGHIOU e ppresas absorveram 95% do ROESSNER, 2000). ‘programa restabeleceu sua fonte de recursos com fundos piblicos para india empresas do set Uma importante in Board (18) toe a comercializaca importada para aol financeira (equi fia, eletrénica e quimica Dada sua importancia dent tipo de programa, Dentre os| (0 Technopreneurs Promotion Programme (TePP) foi criado em ‘de acordo com rela!) | e et Aaa 1998 para fornecer suporte financelro na promocdo de inovadores indi destacant- viduais. tive do Programa & que inovadores individuais se tornem guide pecdltos erproceseat ‘empreende: jos para tecnologia, Para isso 0 programa auxilia ‘inventor a identificar e a interagir com instituigBes académicas e de PED desenvolvimento de modelos e de protat- pos, além de ass 105 de propriedade intelectual e nas art ulagdes com fontes de financiamento para a comercializago do produto LUmtani, 2018), 586. Marca Siqueira Rapin | Leandro Alves fn Motta « Albuquergu® = nologia, tecnologia da informacso, automacdo industrial e energia 0 Torch Program foi estabelecido em 1988 para promover i timentos de risco em empresas spinoff oriundas de institutos de pes ede universidades fornecendo financiamento ¥ de grants, tendo o governo local atuando como garantidor. Um dos das ramentos com recursos do Programa fol estabelecer zona: innovation Fund for Small Technology-based Firms (Inno estabelecido em 1999 para dar suporte & inavago de peg 1.2.3, Aquisigdes Publicas para Inovagio (Innovation Public ‘As politicas de inovagao pelo lado da demanda tém crese es do nos ultimos anos. Rel formato foi considerado nha, Austria, Coréia do St ears @ do OCDE de 2011 destacou que trio pelos governos da Fnndla Japio, Noruega e Eslovénia. 0 Jap, po enfado sua estratégia de inovaglo utlizando-se ddemandas pdblcas para redirecionar estorgos privados em trio Hail problemas de envelhecimento da sociedade japonesa, ass tomo da transigdo a uma economia de babo-carbono (OCDE, 26 As equi do setor pb (Edquist, 1999 e Georghiou, et.al, 2002 (2011) tenham identicado que, em muitos da demanda estao limitadas a aquisicdes publicas para inovacao (AF A incluso do instrumento em documento da Comissao Europeia, volta: do 3 amplagdo da atividade de PED no continent Commission, 2003) também evidencia essa impor ae gt fo instrumento de ses, as politicas pelo lado 62 _Tradugfo de Public Procurement for movin (PP) S88 ttdrca Siqueira Raph Segundo Edquist e Zabala-tturriagagoitia, (2012), as API ocor- rem quando uma organiza¢ao publica demanda um produto ou um servico (ou a conjungao dos dois, o que pode ser entendide como um ue nao existe até o momento, mas que pode (provavelmen: e) ser desenvolvido em um periodo razoavel de tempo. Dai deriva-se a primeira caracteristica fundamental do pro- ccesso de API, que reside no fato de a demanda vir sempre antes do ‘Momento em que o bem possa ser efetivamente entregue. Isso signifi: a, por paradoxal que possa parecer, que se trata do proceso de aqui- sigo de um produto ou um servico (ou ambos) ainda inexistentes. A ideia é usar'a demanda pablica para engatilhar 0 proceso de inovatao, ativando fungdes que possam levar 8 superacdo de grandes desafios lacionados 3 satisfagao de necessidades humanas ou grandes pro blemas sociais, percebidos come prioritérios em cada sociedade. No processo de API, a demanda local da sociedade é elemen: to de extrema importancia. N3o obstante, sabe-se que grandes obje: tivos como pandemias, re de energia, falta de tos, dificuldades de mobilidade urbana no so gargalos que possam ser superados a partir da exclusividade de um instrumento de poll Por essa razio, as APIs no possuem o objetivo di desafios da sociedade, mas de m precisam ter ~e normalmente do que a "solugio de grandes problemas", exatamente. Entre as areas ja Iden tificadas como de alto potencial a esse instrumento estio: satide, far , energia, meio ambiente, transporte, logistica e seguranca resolver” grandes 1S palavras, as API ‘Nao obstante, um conjunto de desafios marca esse promissor formato de politica. Um primeiro se relaciona & escala potencial das demandas piiblicas. Em paises com baixo nivel de desenvalvimento econ6mico e social, como o Brasil, o restrito nivel de arrecadaco pi- blica lusdes de problemas que emergem das mazelas socials derivadas, torna a definigo de prio- ridades algo particularmente complexo. Adicionalmente, esses paises submetidos a desafios que recaem também nos paises desen. como a fragmentacdo da demanda nos diferente: ite & alta demanda da sociedade por Econom tecnologia einovagso 589 de governo (federal, estat necesséria nesses dversos Outros desafios emergem da dficuldade de diagnostcaro§ velde capacitagdo das empresas e outrasinsituigdes que possam, 3 participar do processo de inovaga foco da API, Mesmo consideran do que, por definicao, qualquer processo de inovag3o guarda al nivel de incerteza (Capitulo 6), um nivel adequado de conhi sobre 0 nivel de capactacio envolvidos, pode ser de {P| envolvem grandes problemas da sociedade, cujas solugBes e vem atividades em fases inicials dos processos de inovagio, as di sobre as capacitagdes dos potenciais ofertantes costumam ser (Elder e Georghiou, 2007), Tis nveis de incerteratornam gif e municipal) e a qualificagio de peste palavras, muitos recursos publicos podem ser desperdicados. Dessa situacdo emergem dois desafios sobre o formate d interagio do setor piblico com o privado: o primeiro é mitigar a pos sibilidade de estimular uma trajetéria tecnol aquela que possa ser desenvolvida fora do pais; o segundo remete a complexid que pode envolver a necessaria construgdo de parceria adequada @ setor privado, uma ver que, o formato adequado de comunicagaa coordenagao que nio desestimule o setor privado e supra 0s interesse capacitagao pil sobre 0 objeto (a ser adqui 0 formato do processo de aquisi¢S0 da inovaco, podem ser decisivos 20 sucesso da aco (Uyarra, et.al. 2014), : Esées desafios remetem & maior importancia do “process pelo qual a p curtopra: policy makers de focarem no desafio a ser superado. Sua superacio parece residir na construgaa de lum processo de interacdo entre o setor piblico e o privado capaz de cada subsistema de inavagao que esteja sob o foco da pol ca. Essa preocupagdo com 0 processo de aproximacao do setor piblico com privado, em detrimento do resultado, esta no cerne da concepgic da Nova Politica industrial (Rodrick, 2004 e 2009). Outro desatio reside no fortalecimento de empresas jé estabe- das em detrimento das MPEs e start ups. Isso & especialmente rele vante em setores em que o learning by doing é importante (OCDE, 2011) Edquist e Zabala-Iturriagagoitia (2012) most junto de ages que pode envolver API dimensées: relagSo ao usudrio do bem adquirido, subdividida em: [A Diteta - quando a organizagSo demandante da inovagao também o usuario final do produto. Ainda que a inovacao re: utlizada por outros segmentos da socieds de, a agéncia publica promotora da agdo usa suas préprias de mandas ou necessidades para influenciar ou induzir a inovacao. 8. Catalitica (aceleradora) - quando a agéncia serve como -cordenador e/ou recurso técnico para o benefi ‘Annecessidade esté localizada “fora” promotora da aqulsicso. 3, subdivi- Tal resultado poderé envolver a er que poderd ou no ser comercializdvel. N3o hé compradores de um determinade produto envolvidos. Esse tipo de aquisi- (0 costuma ser rotulada de “contrato de pesquisa” 8, API Adaptativa - quando 0 produto ou o sistema procurado incremental, nove apenas para o pals ou regia. API para 0 desenvolvimento ~ quando um novo produto ‘sistema para o mundo sera criado como resultado do pro- cnologia einovacio 591 ccesso de aquisicSo. Pode ser chamado de criacdo orlentad ‘envolve inovagio radical. Em relagdo 8 natureza cooperative ou nao do processe leste caso, vale ressaltar que qualquer uma das 3 form elencadas no item (i) pode envolver cooperacio entre ose tor piblica camprador e 0 setor privado (eventual prover Essa cooperagio pode enwolver: A. Identificagdo de objetivos e sua formulagio. B. Tradugo dos desafios identificados dentro de espec ‘g6es funcionais e técnicas. C. Forma adequada 8 aauisicao publica D. Analise de propostas ¢ adjudicagio de contratos. E. Processo de entrega do produto, do processo ou do sistas ima (delivery process). <3 (0 Quadro 3 discute brevemente o uso do instrumento das APIs na Coréia do Sul e na Bélgica. Da discussao, nota-se o valor da paciéncia e da persisténcia na construcdo de um mecanismo de intera= |_| 0 entre o setor piiblico e o privado, capaz de revelar um instrume de API adequado 8 promogao de processos de inovacao pri cada sistema de inovagio. 592. mirca Siqueira Rapin Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta © Albuquerque ‘Quadro 3: Exemplos de aquisiBes piblicas para inovarso nos patses Aliteratura ‘Pls analisadas, Edqui levados a cabo na Suécia, a part sak, Edler, 2011) e OCDE (2011) avaliam outros casos em palses desenvolvidos. Entre os casos prevé orgamento préprio & API para cada um dos 13 ministérios. Mais inte- ressante é que as APIs foram concebidas como um pracesso de diversas eta- pas, sendo que cada um dos ministérios mantém-se env ‘em todas elas. As etapas vo desde a definiclo dé a serem enfrentados em cada dre ‘aquisigdo da inovagdo a ser gerada por uma fase de didlogo consultivo entre empresas, tecnolégicos e os demandantes, o que se configura em um exemplo de ino- vvagio institucional alinhada &s premissas do valor do processo (ao invés de apenas o resultado) enfatizada como caracteristica decisiva da Nova Politica Industrial (Rodrick, 2004, 2009). Tl foco se alinha também & perspectiva de sistemas de inovagdo, uma vez que 0 foco do aprendizado, permitido pela aproximagio dos setores piblico e privado, éo aprimoramento da capacida de da sociedade de prover inovagdes. Também a Coréia do Sullangau,aindaem meados dadécada de90, instrumento de aquisicdo publica de inovacées voltado a ampliar o des volvimento tecnolégico entre as micro e pequenas. Altamente relevante a lum Sistema Nacional de Inovagées dominade por poucos conglomerados de porte global, o New Technology Purchasing Assurance Programme pre via uma etapa de certificacgo dos bens desenvolvidos pelas MPES, 0 que se seguia a indicacdo de prioridade 3s aquisigBes de todas as agéncias do setor pi ‘Como essa indicacao nio significava “obrigacio", as a sno passaram de 3%do total ada imeira década de execucio do programa (1996- 20 Essa restrita performance levou a uma revisiio do programa da discussdo so- ico. Adicional al de aquisicd sicdo pelo setor pal fisado um percentual minimo de 5% de ico para 2005 e 10%, para 2010. Como resul ‘aquisigBes do setor piblico incentivadas pel ‘9% do total, mesmo antes de 2010. Esse resultado reforca 0 valor no processo de construsio do aprendizado entre o setor piblico e o priva do (Rodrick, 2004), Economia da clncia, tenclogia einovario 593 De forma sintética, entende- strumento das aquisigBes do setor piblico para inovagio é ut iferentes paises parece respeitar: a estrutura domandas especificas do setor publ atores inseridos em cada sistoma de inovacdo. Equacionar esses elemer de forma que aconfiguracio institucional resultante se revele capaz de pr mover o desenvolvimento e a difusio de inovaco convenientes 20 sister de inovacio, parece ser a desafio principal a asse instrumento da de inovagao contemporanea. ‘Mazzucato (2014) mostrou que urna caracterstica central da fo ‘magio do Estado Empreendedor de sucesso fol, e ainda tem sido, finan. ciamento paciente e de longo prazo, dada a aversio 20 risco do setor ply do, Nessa linha, a paciéncia @ a persistOncia com 0 processo de constr de um instrumento adequado de API parecem ser um desafio central {ros casos em paises desenvolvidos. Entre 05 casos internacionais, um dos mais interessante | ed Sd Nesse pais, um novo approach politica de inovacao fol adotado, des | de 2008, © qual prevé orcamento préprio & API para cada um dos 13 tum processo de diversas etapas, sendo que cada um dos s mantém-se envolvido ativamente em todas elas, As etapas vio desde | 2 defini dos problemas prirtrios a serem enfrentados eri aaa rea (de cada ministério) até a fase final de aquisigao da inovagso@ ser gerada (Izsak, Edler, 2011). 0 processo passa por uma fase de di ‘logo consultivo entre empresas, universidades, centros tecnolégicos 05 demandantes, 0 que se configura em um exemplo de inovag30 institucional alinhada 3s premissas do valor do processo (ao invés de apenas 0 resultado) enfatizada como caracteristica decisiva da Nove Politica Industrial (Redrick, 2004, 2008). Tal foco se alinha também@ perspectiva de sistemas de inova¢o, uma vez que o foco do aprendi- zado, permitido pela aproximacao dos setores puiblico e privado, 60 | | aprimoramento da capacidade da sociedade de prover inovagées. 594 nnbeca Si da Motta e Albuquerque | Leandro Alves Siva | Eu @Coréia do Sul Também \g0u, ainda em meados da década de 90, instrumento de aquisicao publica de inovagdes voltado a am- iar o desenvolvimento tecnol6gico entre as micro e pequenas. Alta- de Inovagées dominado por poucos conglomerados de porte global, o New Technology Purchasing Assurance Programme previa uma etapa de certificacdo dos bens de- senvolvidos pelas MPES, 0 que se seguia a indicacdo de prioridade as aquisigGes de todas as agéncias do setor publico. Como essa indicagso ‘So significava “obrigagSo", as aquisigBes no passaram de 3% do total adquirido pelo setor piiblico, durante a primeira década de execugdo do programa (1996- 2008), Essa restrita performance levou a uma reviso do programa ‘em 2005. Entre as importantes mudancas institucionals, destaca-se a instalagio de Comité de Promocao da Aquisicdo de Produtos Inovado- res, voltado & selegdo e recomendacdo de produtos prioritérios, além dda discussdo sobre formas de facilitar esse tipo de aquisicSo pelo setor ppublico. Adicionalmente, fol fixado um percentual minimo de 5% do total de aquisicBes do setor piblico para 2005 e 10%, para 2010. Como resultado, o percentual de aquisi¢des do setor puilico incentivadas pelo programa jé havia superado 9% do total, mesmo antes de 2010. Esse resultado reforca 0 valor do foco no processo de construc3o do aprendizado entre o setor piblico e o privado (Rodrick, 2004). ‘De forma sintética, entende-se que a forma variada com que 6 instrumento das aquisig8es do setor pblico para inovagdo é utiliza- do pelos diferentes paises parece respeitar: @ estrutura institucional particular, as demandas especificas do setor pilblico e as capacidades tecnologicas dos atores inseridos em cada sistema de inovagao. Equa- cionar esses elementos de forma que a configuragao institucional re- sultante se revele capaz de promover 0 desenvolvimento e a difusso de inovago convenientes ao sistema de inovacao, parece ser 0 desafio principal a esse instrumento da politica de inovagao contemporaine. Mazzucato (2014) mostrou que uma caracteristica central da formago do Estado Empreendedor de sucesso fol, e ainda tem sido, 6 financiamento paciente e de longo prazo, dada a aversao ao risco do setor privado. Nessa linha, a paciéncia e a persisténcia com 0 proceso de construcio de um instrumento adequado de API parecem ser um desafio central a efetividade desse instrumento e, portanto, a0 seu uso Economia da cia, tecnologia einowacso 595, como parte das politicas inovago do Estado Empreendedor cont poraneo. 2 - Politicas de Inovagao no Br: A politica de apoio & inovacio vem ganhando, nos silt anos, papel de destaque na agenda de politica econémica. Com i to de acelerar 0 desenvolvimento das atividades inovativas, pod fazer uso de diversos instrumentos de politica de inovagio como 6 incentivos fiscais e 0s incentivos financeiros que, pot sua vez, poss diversos formatos, sejam subsidios a projetos de pesquisa e a ati des de inovagao nas empresas, financiemento via fundos financeira compras do setor ptiblico ou politica de atrac3o de Investimento no Direto em atividades intensivas em P&D. 'No Brasil, alguns dos principais esforgos do governo sentido so verificados com a entrada em vigor da Lei de Inovagsa. 10.793, promulgada em 2005, criada com objetivo de fornecer incens — tivos & inovacao e & pesquisa cientifica e tecnolégica; com a Let da Bem (Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005) regulamentando os incentivos fiscais as atividades inovativas; e com a constituigSo do Pla no de Aco em Ciéncia, Tecnologia e Inovacdo para o Desenvolvimento» (2007-2010) em 2007. Em janeiro de 2016 foi sancionadoo Novo Marco Legal da Cigncia, Tecnologia e Inovacio (Quadro 4). ‘Quadro 4~ Lei de Inovagio e Lei do Bem sde inovacdo; 3) estimulo 3 inovacSo na empresa. para as empresas, regulamentado 21a subvencio eco= ‘no espaco pal equipamentos ¢ recursos humanos, publ pata a participacio do pesquisador tecnoldgica desenvolvidos no setor produth Contudo, os efeitos deste aparato legal foram modestos em ter ‘mos dos resultados alcancados e, em janeiro de 2016, fol sancionado 0 Novo Marco Legal da Ciéncia, Tecnologia e InovarSo. Uma das inovacBes, dda nova legislacdo & a pos: taco, pela adminis tragio piblica, nas contratacBes de servigos ou produtos inavadores de mi- 1, Pequenas e médias empresas. Estabelece também a possibiidade de Utiizar © Regime Diferenciado de Contratages Publicas (RDC) para acBes em 6rgios e entidades dedicados a C&T&I. E prevé a possi A Lei de inovacdo (Lei * 10.793) promulgada em 2005 pelo Decreto n° 5.563 estd organizada em trés eixos: 1) constituigéo de um propicio a parcerias estratégicas entre universidades, insti- tecnolégicos e empresas; 2) estimulo a participagao de institutos de ciéncia e tecnologia no processo de inovaso; 3) estimulo 3 inova- ona empresa, ‘Ademais dos incentivos fiscais para as empresas, regulamenta: do na Lei do Bem (Lei no 11.196, de 2005), a Lei estabeleceu a subven ‘$0 econémica para as empresas, dispositives legals para a incubaco de empresas no espaco publico, a possibilidade de campartilhamento de infraestrutura, equipamentos e recursos humanos, piiblicos e priva- dos, ¢ criou regras claras para a participacao do pesquisador publico nos ;processos de inovagio tecnolégica desenvolvidos no setor produtivo. Contudo, 0s efeitos deste aparato legal foram modestos em termos dos resultados alcancados e, em janeiro de 2016, foi sancio- nado © Novo Marco Legal da Ciéncia, Tecnologia e Inovacdo. Uma das nia da ciénca,teenologia elnovayso 597 bérma possi Publicas (RDC) para ages em drgdos e entidades dedicados a CTE lade de governiadores e prefeitos estabelecerem ri dedicagao exclusiva nas institulgdes publicas o exercicio de atividas remuneradas de C&T&l em empresas. De acordo com a Pesquisa de Inovacdo (PINTEC/IBGE) ve ‘aumentando 0 ntimero de empresas inovadoras que participaram menos de um instrumento de apoio do governo no periodo de 2008 2011 em relago ao de 2003-2005, saindo de 18,8% para 22,376. 0s principais instrumentos de politcas de inova¢ao no 0 0s incentivos fiscais eos incentivos financeiros e, dente os incer os financeiros, encontram-se linhas de financiamento reembolsdveis. e linhas de financiamento nao reembolséveis. Destacam-se ainda fune dos de capital de risco, programas que concedem bolsas para @ fixagao: de pesquisadores nas empresas (como o programa RHAE do CNPq) programa de capital semente (como o CRIATEC/BNDES}.. 2.1 = Incentivos financeiros As princi ceiros para a inovago nas empresas brasileiras so o BNDES ~ Banco” Nacional de Desenvolvimento Econdmico e Social - e a FINEP ~ Inova ‘glo e Pesquisa -ademais do CNPq que fornece bolsas para a fixagao de pesquisadores nas empresas. Existem significativas semelhancas na concepeo das linhas que tanto a FINEP como o BNDES tendam a atrair os mesmos clientes potencials. Portant, a escolha do melhor canal serd em fungio tam- e de programas de natureza tecnolégica com a criagio do Fundo Tecno- logico (FUNTEC) e de duas linhas de financiamento & inovagao - Inova: ‘0 PDI (Projeto, Desenvolvimento e Inovagéo} ¢ Inovagéo Produgio. O objetivo era “apoiar projetos de pesquisa, desenvolvimenta e inovagao em areas de notéria relevancia nacional, que permitam aproveitar opor- tunidades estratégicas e nas quais 0 pais possa desenvolver lideranga’ (BNDES, 2008). 0 principal avanco do tratamento na inovacao neste mo= mento fot buscar melhorar as condig6es financeiras ligadas ao finangia= mento, em especial, as taxas de juros cobradas (TAVARES, 2012), Desde entdo a atuacdo do BNDES no financiamento da ino- vacéo foi-se ampliando, inclusive na gama de produtos e de linhas de financiamento oferecida. Alguns programas foram descontinuados no esforco da instituicdo em aperfeicoar os mecanismos, ¢ outros foram criados. Atualmente o BNDES abrange um amplo conjunto de instru- ‘mentos de financiamento & inovagao que contempla servigos de P&- D&I, aquisicdo de maquinas e equipamentes, projetos de engenha- ria, treinamento e capacitagéo. Desde 2011, 0 BNDES em parceria com a FINEP e outros 6rgaos do governo participa do Plano Inova Empresa, que tem como objetivo fomentar projetos de apoio @ inovago em setores considerados estra- tégicos. Por meio do Inova Empresa, so realizados “Planos Conjuntos, ‘que consistem em chamadas publicas para a selegao dos projetos que serao contemplados pelos mecanismos de apoio disponiveis pelo BN- DES, pela Finep e pelos érgaos piiblicos participantes” (BNDES, 2014), ‘Até 0 momento j4 foram abertos os Planos Inova Aerodefesa, Inova ‘Agro, Inova Energia, Inova Petro, Inova Satide, Inova Sustentabilidade, Inova Telecon, PAISS (Sucroenergético e Sucroquimico) e PAISS Agricola, ‘A FINEP é uma empresa piblica vinculada a0 MCT! tendo como miss3o “Promover 0 desenvolvimento econdmico € social do Brasil por meio do fomento piiblico 4 Ciéncia, Tecnologia e Inovacao ‘em empresas, universidades, institutos tecnol6gicos e outras institui- es piiblicas ou privadas” (FINEP, 2014). Ea principal entidade publica Tea OBNDESconidera dente servos de Peanuts, Desenvolvimento eInovar0 (08 1:8) Jo tecrogia:b] desenvohenento de embalagens; design, ergonomia‘e modelogem od prottinager)resposta técnica de ata complesidade projet de experimen taro de viabildae e pedo de repro de propriedade intletua)térico espe so de conbecimentos fico tranferneia de tenoog Fag da conforma ineper,ensais, certiacioe autos proc Economia da nologie eimovagio 599 de fomento ¢ financiamento a inovagdo para empresas brasil apoio direto &s empresas vem-se ampliando ao longo dos anos; realizado por meio de editais pablicos, no que se refere aos do reembolsiveis (subvenc3o econémica), e por meio de financiamento com taxas de juros subsidiadas, para o repasse di cursos reembolsavels. Adeiais a FINEP promove o desenvol de empresas brasileiras inovadoras por meio do estimulo a i nacional de capital de risco (Programa inovar). © Quadro 5 apresenta, de forma resumida, os diferentes ios do processo de inovagao e as etapas cobertas polos instrument de apoio a inovagdo atualmente vigentes no Brasil Os difereites Bios do processo de inovagdo requerem diferentes tipos de recursos de modalidades de suporte. ‘Quadro 5: Programas de suportefinanceio do governo nos diferentes est rocesso de inovario, do nivel Federal ESTAGIOS 00 PROCES5O DE NOVAGAG) Pesauisae | pRooucKo | coMERCATEAGRE! DeSENVOIVIMENTO Recursos | reembolsveis isto | very noes Recusos | credto reembotsivels | FINEP crédito, ANDES: (Capit de risco Fonte: Eaboragio pr 1600. Mércia Siqueira Rapin | Leandro A iva | Eduard da Motta Albuquerau — Por exemplo, como as etapas de P&D apresentam mai geralmente so uti sas (para pesquisadores mestres ou doutores nas empresas), auxilios financeiros nio rem: bolsdveis para universidades/ instituigdes de pesquisas e subvencSo econémica na empresa. Nas demais etapas de produg3o e comercia lizagdo, 0 risco jé é menor, contudo a empresa precisa de maior mon- e também do aporte de capital de risco. Sendo assim, 0 Quadro 1 dencia que, atualmente no Brasil, esto vigentes instrumentos fede de fomento a inovacao que abarcam todas as etapas do processo de inovagio, conforme discutido no capitulo 7 do presente livro. 2.2- Incentivos fiscais Os incentivos fiscais sdo oferecidos basicamente sob dois for- ‘matos: dedugdo do imposto de renda e crédito fiscal. A deduce do imposto de renda tem sua base de incidéncia nos lucros das empresas inovadoras. J4 0 crédito fiscal atua na reducdo da aliquota do imposto 2 pagar. Um ponto favordvel a esse instrumento é o fato de ele abran ger “teoricamente” todos os tipos de empresa. Além disso, os Incenti Vos fiscais reduzem os custos com equidade, independentemente do tipo de projeto de P&D que esté sendo empreendido, do tamanho da empresa, da sua origem de capital e do setor de atividade do qual par a (AVELLAR, 2008), No caso br: ro, € um instrumento bastante utilizado para tituiu-se um novo formato aos incentivos fiscais & inovagao que, além cde ampliar significativamente os beneficios concedidos as empresas pela Lei 8.661 de 1993, trouxe como grande atrativo o fato de os in- centivos serem automiticos, isto 6, as empresas niio necessitam mais apresentar projeto prévio para serem apreciados e 36 depois comeca- rem a usufruir dos incentivos. | Juns pontos merecem destaque sobre esse instrumento, ita a deducao, para efeito de apuracdo do lucro liquide e da Pode ser Economia da clénls,tenologia ¢inovacso 601 Tabela 4 - Brasil e Grandes Resides - Quantidade de operasies federais de apoio financeiro a projetos de inovagso. base de calculo da ContribuigSo Social sobre o Lucro Liquide (CSLL valor correspondente a soma dos dispéndios realizados com pi tecnolégica e desenvolvimento de inovacao tecnolégica classifieéya como despesas operacionais pela legislagao do Imposto de Reni ia nec 0s 2018 Pessoa Juridica (IRP)). Outro elemento importante se refere & redi Ta ae ‘Quantidade io al de 50% do. Imposto sobre Produtos Indust (und), tm {und bre equipamentos, maquinas, aparethos e inst 38 ax] acessérios sobressalentes e ferramentas que acompanhem esses b 167 aa 207 destinados & pesquisa e ao desenvolvimento tecnoldgico. Pa aa os ‘Além disea, werficacse@isleptiiatSo.integraly no. pr ae sax 1399 da aquisi¢ao, de maquinas, equipamentos, aparelhos e instrumet 136 yaam| 774 novos, destinados as ativdades de pesq mat 3a iooox| 28a INEP (2015) e BNDES (2015), ElaboragSo prépria ‘operagbes autométias do BNDES Fonte: MCT! (2015), CSLL. Verifica-se também a amortizacio acelerada, mediante dedued ()Ni0 ‘como custo ou despesa operacional, no perfodo de apuraciio em que vinculados exclusivamente as ativi senvolvimento de inovagio tecnol A Tabela 1 apresenta informacdes de operacées federal apoio a inovago nas modalidades de recursos financeiros da FINE do BNDES entre 2005-2014 e incentivos fiscais do MCT entre 200 2013. As ages de apoio financeiro as empresas ocorreram em maior parte por meio de isencies fiscais, que somam 3.823 operat de 2006 a 2013. As concessées de recursos, reembolsiveis € niio ‘embolsaveis, somaram 2.488 operagies, de 2005 a 2014. No caso d isengGes fiscais, houve uma maior concentrago nas regides sudeste No caso do aporte de recursos financeiros, a concentragdo ‘um pouco menor, sendo de 56,2% para a regio sudeste e 31,1% para a regido sul. Nessa modalidade, as regides nordeste e centro-oeste apresentam um volume de operagbes de 8.3% e 2,6%, que, mesmo reduzidos, chegam a cerca do dobro das operagdes com isencao fiscal. Isso sugere a maior concentragao regional do apoio & inova- @o quando se uti \centivos fiscais como instrumento, o que & ‘esperado, afinal essa forma de apoio que exige o regime de tributacso pelo lucro real é utilizado por grandes empresas. 2.3 - Compras piiblicas no Brasil No Brasil, nota-se um importante relato da politica de inova- fo relacionada ao atendimento das necessidades da sociedade bra: sileira no setor de sade, com importantes impactos relacionado s compras gavernamentais. Neste escopo, Brito e Vargas (2015) destacam um conjunto amplo de instrumentos da politica de inovagio, tanto pelo lado da oferta quanto da demanda, utilizados com 0 objetivo de redurir a de- Economia da déncia, tecnologia ainovagso 603 602 Marca Siqueira Rapin! | Leandro Alves Sih | Eduardo da Motta © Albuquerqua! pendéncia nacional en medicamentos de alta demanda, adqui pelo Sistema Unico de Satide (SUS). © foco principal das acdes é p ‘mover inovagGes'a partir da ampliagdo das capacitagées das empres rnacionais, de forma a diminuir a dependéncia de laboratérios o: geiros e, consequentemente, obter menores precos pelos medica tos de alta demanda. No que se refére ao uso do poder de compra do setor pub © Decreto 1.284 de 2010, representa claramente um avango em da AP! adaptativa (Edquist e Zabala-Iturriagagoitia (2012) por redefin as regras relativas aos contratos ptiblicos, incluindo margem de py réncia para produtos e medicamentos produzidos no Brasil. Os autores destacam que tal aco foi complementada outras pelo lado da oferta, como é tipico do enfrentamento de des desafios da sociedade. Sob a coordenacio do Ministério da de, foi criado o programa Parcerias para o Desenvolvimento Produti (PPDs}, visando disponibilizar meios para transferéncia de tecnolo fat6rios piiblicos e privados*®, por exemy abrangem fabricagio de produtos biolégicos (para doencas genéticas e cancer), medicamentos para as chamadas “do= encas negligenciadas” (que geralmente atingem populagées de pi ortopedia e préteses. Como consequér hhavia 98 PPDs formalizadas pelo Mi laboratérios farmacéuticos (19 pi da Saiide, envolvendo 69 5 € 50 privados)™. 4 ‘As POPs agora respondem por uma quantidade significativa de contratos puiblicos do Governo Federal (Ministério da Sade), Ere tre 2011 @ 2014, as POPs foram responsaveis por US $ 4,5 bilhdes de receita dos laboratérios pablicos. Entre 2010 e 2015, esses acordos = representaram uma economia de aproximadamente USS 900 milhOes para 0 Governo devido ao processo de negociagao de precos. Em 2014, tos piiblicos 165. ses acordos atrangem 3 fabicaio de produtos kins (ar arti eumatide doen sasgendticas cancer), mecicame te tiger populoées de patie ionados a este programa representava um terco (31%) da despesa total do Ministério da Satide com medicamen- tos fornecidos pelo SUS. (Os autores destacam que o uso do conceito de Complexo indus- trial da Saude foi um elemento central & definicSo da estratégia industrial nacional que busca fortalecer a indiistria nacional para ampliar a oferta de produtos estratégicos, reduzindo a dependéncia de produtos estran- geiros. Avancas da politica so relatados, por exemplo, pelo crescente reconhecimento sobre o potencial de novas tecnologias emergentes, em ramos como a quimica-fina avancada, biotecnologia e nanotecnologia. 3- Metodologias de Avaliagao de Politicas de Inovacao © processo de avaliago pode ser considerado um exame sis- temitico do projeto iniclal de politica (suas metas) e de seus resultados, uma anélise de quanto os resultados efetivos se afastaram dos resultados esperados, considerando a intervengao de elementos ale- 15 ¢ 0 manejo do Governo. A avaliagio pode ser considerada um processo que busca compreender a relevancia e o efeito das atividades ‘em atingir seus objetivos (PAPACONSTANTINOU e POLT, 1997, p.10). Em geral, uma politica pode ser avaliada sob dois aspectos: 0 que busca lita implementada se distanciou do plano’ }€ outro que se preocupa com os efeitos econdmicos gerados pela politica efetivamente executada ( -efeitos econémicos). O primeiro aspecto da avaliagao esta centrado, en 130, na andlise das relacdes presentes no eixo que liga 0 plano a pr Peres (1997) afirma que essa separagao entre o planejado e 0 realizado possui duas dimensdes. Uma esté no descolamento entre 0 desenho da politica feito pelo seus planejadores e os seus executores. Outra dimensdo se refere ao descasamento entre objetivos e restri- es que somente aparecem ex-post. Ademais, deve-se ressaltar que um dos problemas que impedem o pleno manejo dessas politicas é o tenfraquecimento do aparato estatal, assim como a reducao de recur: 0s financeiros disponiveis para sua realizacio. Economia da eénde, jaeinovario 605 Diante da possibilidade de descasamento entre o planejat to.e.aimplementacdo da politica, a questdo da avaliagio emerge: ‘uma ferramenta adicional na compreensio de falhas que possam seguinte, auxiliar na construgao de uma nova politica mais adequada, necessidades do pais. Em grande parte dos casos, verifica-se que es dificuldades de implementacao ocorrem por {re 05 agentes atuantes no sistema de inovago, como empresas, tutos de pesquisa, universidades einstituigées de financiamento, © segundo aspecto da avaliagio se refere ao eixo da pol © seus efeitos econdmicos e tem como objetivo compreender de q maneira a politica executada efetivamente afetou diretamente diretamente) 0 desempenho dos agentes participantes e das out esferas da economia. Nas décadas em paises desenvol anélise quantitativa a partir de duas ferramentas: as “informagBes ade mministrativas” das firmas, para captar o impacto da imeiras edicBes de avaliagio suas dimensGes, desconsiderando © fato, por exemplo, de os impactos serem considerados um fenmeno s Com intuito de superar as refe pecializada propée a a tiva, como questions metodologica tem como objetivo compreender no somente 0s imn= pactos dentro das fronteiras da empresa participante, mas também a3 impactos nos agentes da cadeia produtiva, do setor e da regio onde a politica foi implementada AA avaliacao pode ser apresentada em trés diferentes tipos, de acordo com os objetivos que visam atingir. A “avaliago de determi nnagio de necessidadest realizada ex-ante e serve de referéncia paraa construgdo da politica; a “avaliagdo de correco" com objetivo de come rovar se a politica esta sendo implementada com sucesso, e, por fim, 606 Marca Siqueira Rapin | Leandro Alves Siva | Eduardo de Motta © Albuquerque algumas vezes comparar a diferenga de comportam: os seto res ou empresas contempladas, ou ndo, pela politica (SUBIRATS, 1994), {As experiéncias de avaliagio de politicas de inovagao concen. tram-se, majoritariamente, na avaliagio do tipo conclusiva, uma vez que alguns efeitos so obtidos somente em um prazo mals longo, res- peitando o préprio prazo de maturagio da tecnologia (TASSEY, 2003}, Deve-se ressaltar, entretanto, uma grande dificuldade na cap- tage de todos os impactos das politicas de inovac3o. Isso se deve 20 fato de que 0 apoio ao desenvolvimento tecnoldgico pode gerar, de- pendendo do objeto e do objetivo da politica, efeitos diretos e indi- retos, como 0 processo de geragio de novos produtos e processos, de difusio de uma determinada tecnologia e de transbordamento do conhecimento no ambiente externo a empresa (GEORGHIOU, 1998) A partir da década de 1990, muitos esforcos de avaliagao das politicas de inovagao vém sendo observados, concentrados em aval G40 do tipo conclusiva, bem como uma significativa expansio no ral de elementos que os avaliadores passaram a considerar como impactos gerados, e nas metodologias disponiveis para a avaliag30. 3.1 Metodologias de Avaliagao A avaliagio de impacto das politicas de inovacio concentra-se e do comportamento dos gastos em P&D, dos resultados bi- jométricos, do nimero de patentes e do aumento de qualificacao dos recursos humanos das empresas. Entretanto, esses indicadores podem 1n3o ser considerados suficientes para compreensao dos efeitos socioeco. némicos diretos e indiretos de uma politica de inovagio, que sei le geracio da inovaco e culminam no proceso de di jinada tecnologia e na multiplicaca« 130 dos efeitos positivos para toda a economia da politica iniciada no interior da empresa As dificuldades para se estabelecer critérios de avaliacao de uma politica de inovacdo se deve & necessidade de se considerar que © processo de inovacdo gera resultados de curto e de longo prazos dis- tintos. Outra dificuldads 1dos 0s impactos esta no fato de desenvolvimento inovativo pode gerar transbordamen- tos para além das fronteiras das empresas beneficiadas. Economia da déncle, tacologia einovarso 607 metodolgicas para a avaliag3o de impacto das Es9as metodologias iniciaram seu uso em experiéncias de paises senvolvidos e de organismos internacionais, aleangando, nos ano 2000, priticas de avaliacdo de paises em desenvolvimento. Esses todos se classificam em quanttativos e qualitatvos: As frrama quahtitativas mais conhecidas slo peer review, bes administrativas, andlise de custo-beneficio, estudos economeét 08 @ caleulo de valor presente 880 questionérios ¢ estudos de caso. Peer review: refere-se ao julgamento de mérito cientfica to por outros cientistas especialistas que trabalham no campo de est do em questo, contextualizando-0 no debate internacional @ GEORGHIOU, 1987) Bil 682s e andlise de impacto da revista cientifca que podem ser usadas para avaliacdo dos efeitos das politcas de inovacao na gera¢3o da pro- ducdo cientifica. Por meio dessa metodologia, € possvel realizar uma comparagio da pesquisa financiada e da no financiada no que se'refere 8 produgdo cientificarealizada (TECHNOPOUIS GROUP e MIOIR, 2012). Informacdes administrativas: concentra-se na andlise de ine istrativas (dados contabeis, ndmero de empregados, ntes,tipos de atividades exercidas pelas empresas par ticipantes). Verifica-se que a avaliagio com base nessas informagiies presenta limitabes, pols algumas delas representam somente infor: ise ndo resultados do planejamento das empresas so- bre suas estratégias inovativas. Custo-beneficio: compara os custos com os beneficos gerados pela politica de inovagdo. No caso das politcas de incentivos fiscal 8S atividades de P&D, por exemplo, essa metodologia prope compararo volume de gastos com P&D incrementado com os custos do programa, ‘como a perda das receitas provenientes das contribui¢ées dos impos: tos. Entretanto, essa metodologia se mostra insuficiente em algumas ‘experiéncias de pollticas de inovacio, por se concentrar apenas em ie formagaes financeiras, abandonando a complexidade do processo de inovacio (KOHLER, RAMMER e LAREDO, 2012) : Estudos econométricos: produzem anélises mais refinadas em termos de dados quantitativos, buscando mensurar a diferenga de 608 Mirca SiueiraR Landi Alves Sia | Eduardo de Motta e Albuquerque © performance entre empresas tomadoras de crédito (ou de Incentives fiscais) em relagao a um grupo de controle de no tomadores. Essa me. todologia também objetiva fazer uma andlise comparativa entre a per- formance das empresas participantes com a das nio-participantes. Os avangos em relagdo 8s metodologias econométricas de avaliacdo esto apresentados no trabalho de Khandker et al (2010) que destaca 0 uso das técnicas como Propensity Score Matching, Diference-in-Diference, entre outras. Existe uma predominancia do uso dessa metodologia na avaliacao de impacto das politicas de inovac3o no mundo como sera evidenciado na prdxima seca. Célculo do Valor Presente Liquido (VPL): refere-se ao célculo do Valor Presente Liquido do Investimento por meio do desconto do custo no beneficio de um periodo, ou seja, subtrai-se o Valor Presente dos Custos do Valor Presente dos Beneficios. O National Institute of Standards and Technology (NIST) apresenta algumas metodologias fi- nanceiras para mensurar os efeitos da politica, sendo o VPL uma delas. Por meio desse método, é possivel mensurar o valor esperado de um projeto de P&D, em termos monetarios. Questionério: refere-se ao uso de questiondrios na pesquisa de campo com os agentes participantes da politica. Em sua maioria, os uestionérios so aplicados de forma sistematica a todos os agentes, visando a formacéo de uma base de dados para a realizagao de estu- dos estatisticos mais elaborados. Um dos principals pontos negatives desse método ¢ 0 custo elevado. Estudos de caso: a partir das ages de um participante do programa, busca-se compreender como suas caracteristicas se modi ficaram ao longo do tempo. Muitas vezes essa metodologia é a eta- pa seguinte da avaliagao baseada em aplicagao de questionsrios, pois a a obtencao de informagdes detalhadas dos participantes in- mente e da interagao destes com o programa. Nesse caso, no se faz necesséria a avaliacao de todo o universo dos agentes, mas sim de uma amostra, com a finalidade t3o somente de cruzar suas infor: maces com aquelas obtidas pela aplicacao de questionérios. Conse- gue-se, desse modo, reduzir um dos maiores problemas enfrentados pelas metodologias que exigem 0 acompanhamento continuo das in- teracdes entre os participantes e os policy-makers, que é seu elevado custo. 0 principal problema esté no fato de nao possibilitar uma avalia- sso 609 $80 comparada com nao participantes do programa. Ademais, muitas | ‘retes, estudos de casos limitam-se apenas.a retratar casos de sucessoy ™ ocultando os impactos negativos do programa. Dada a diversidade de metodologias, 2 maioria dos com experiéncia em avaliagdo de politicas de inovagéo costuma ul 1 em conjunto, ou seja, recorrem a mais de uma, abandonando-se ‘modelo linear por um modelo mais complexo, como 0 “chain-linked™. 9 Assim, o processo de avaliagdo fica mais completo, com intuito de cap tar 0s fluxos de conhecimento (e feedbacks), partindo da geragio d inovagdo e contemplando também o processo de difuséo. 4. Experiéncias de Avaliagao de Politicas de Inovagao no mundo e no Brasil Diante das diversas experiéncias de implementagdo de incen= tivos fiseais e financeiros de apoio a inovacdo ja relatadas neste esti do, verifica-se um importante aumento, na atualidade, da relevancia: da avaliago de impacto desses instrumentos vador das empresas beneficiadas. Trabathos como de David et al (2000) e Acevedo e Tan (201 elaboram relevantes resenhas sobre diversas experiéncias internacio= nals de avaliacdo das politicas de inovacao. David et al (2000) conside- ram dois niveis de agregaco: estudos macroeconémicos e microeco- nOmicos. Os autores verificam que a maior parte desses estudos testa a presenca de “efeito crowding out” do apoio publico em rela¢ao 405 igastos privados. Com base no levantamento de 14 estudos empiricos realizados para a indiistria, os resultados apontam que somente dois ‘comprovam a presenca de “efeito crowding out” entre gasto publico € privado em P&D. Ao se considerar o nivel de agregacso por empresa, 05 resultados se diferenciam, pois dos 19 estudos analisados pelos at tores, nove evidenciam a presenca de efeito crowding out”, ou seja, 3 substituigdo entre 0 gasto puiblico eo privado em P&D. Em estudo mais recente, Acevedo e Tan (2010) analisam os resultados de19 estudos empiricos que consideravam programas de ‘comportamento ino= apoio a inovacao implementados entre final dos anos 1990 ‘anos 2000, tanto em paises desenvolvidos quanto em paises em volvimento. Os resultados encontrados apontam que, em geral, sdo en- contrados efeitos positives da politica de inovacao em resultados inter- para indicadores de desempenho da empresa (vendas e exportaca0). ‘A seguir algumas experiéncias de avaliag3o de politicas de inovagio de paises selecionados serdo detalhadas, destacando a pre dominancia do uso de métodos econométricos. Canadé A.experiéncia do Canada pode ser considerada uma das mais consolidadas em termos de avaliacao de politica de inovacdo. O pats possui uma estrutura de avalla¢ao desenvolvida pelo préprio governo desde os anos 1980, fundamentalmente para avaliar os impactos dos programas de incentivas fiscals para atividades de desenvolvimento inovativo (CANADIAN DEPARTMENT OF FINANCE, 1997). Um estudo recente de avaliacio de politica de inovaglio no Canadé foi realizado por Czarnitzki et af (2011). Os autores utilizam-se de dados em corte transversal para analisar se 0 programa de incenti vo fiscal a PRD gera impacto sobre a inovacao das empresas beneficia- das. Os resultados encontrados sugerem que as empresas que utilizam (© beneficio fiscal a P&D desenvolvem novos produtos e ampliam sua parcela de vendas com produtos novos ou significativamente methora- dos em relacdo as empresas nao beneficiadas. Estados Unidos ica de inovac3o dos Estados Unidos teve uma de suas primeiras experiéncias de avaliagio apresentada pelo estudo realizado por Mansfield (1985). 0 autor utilizou uma base de informagées obtida com executivos de P&D para capturar os efeitos dos incentivos fiscais, Os resultados apontam que a reducdo de 1% no custo do P&D aumen. ta o gasto nessas atividades em 0,3% nas empresas beneficiadas. Nes ovagio 611 ‘onomia de ciel, tecnologia © sa mesma direc, os resultados do estudo de Hall (1992) apon que a reducdo de 1% no custo de P&D induz um aumento de 0,84% do gastos das empresas no curto prazo e de 1,5% no longo prazo. ‘Além dos programas de incentives fiscais, 0 importante pro sgrama de financiamento Small Business Innovation Research Progra (SBIR) foi avaliado por Wallsten (2000). No ano de 1998, cerca de 1 bilhdo foi destinado ao financiamento de projetos de inovagao. dos principais resultados desse estudo se refere a existéncia do “efal crowding out” entre 0 gasto pa priori alta probabilidade de sucesso no mercado, fazendo com que a politica exerea papel pouco importante Espanha O caso da Espanha é discutide por Busom (1999) que avalia tum programa de financiamento a PRD, instituido em 1998. A autora estima urn modelo probabilistico em que a participacdo no programa 6 identificada por uma variavel dummy para 154 empresas. A partir de diversos exercicios econométricos, conclu, por fim, que o financia- mento piiblico & capaz de induzir um maior investimento privado em atividades tecnolégieas, ou seja, no ocorre 0 “efeito crowding out", Porm, alerta para a existéncia de heterogeneidade nos efeitos do pro- arama entre as empresas, pois observa que, para duas de cada trés empresas participates, os subsidios aumentam cerca de 20% 0s gas tos privados. Gonzdlez e Pazé (2008) analisam os efeitos das politcas de inovagao em 2.214 empresas na Espanhi periodo de 1990-99. Utilizando-se de técnicas de matching, observa-se que os subsidios & P&D so capazes de ampliar os gastos totais de P&D, ou seja, ve ca-se 0 efeito complementaridade. Vale ressaltar que, 20 diferenciar porte e setor, as pequenas empresas (menos de 200 empregados) de setores de baixa tecnologia apresentam os resultados mais virtuosos. 612. Mérci Siquera Rapin’ | Leandro Alves Silva | Eduardo da Mot Albuquerque Alemanha ‘As politicas de apoio & inovaco na Alemanha também so ob- jeto de estudo de diversos pesquisadores. Almus e Czarnitaki (2004) ut: zam-se da metodologia do matching para identificar se a participacao ddas empresas no programa de apoio a inovacao do governo auxiliow ‘um maior gasto em P&D das empresas na Alemanha. O referido estudo demonstra que 0 eteito gerado pelo programa é significante, positivoe diferente de zero, indicando que as empresas que receberam financia- mento publico realizaram uma intensidade maior de P&D em relacio ao grupo de controle formado por empresas gémeas que nao foram beneficisrias do programa. Em termos monetarios, os financiamentos de 100.000 unidades monetarias sio capazes de gerar investimento pri: vado em P&D no montante de 4.000 unidades monetsrias (4%), Czamitzki e Fier (2002) estudam os efeitos do financiamento do governo as atividades de P&D em 210 empresas na Alemanha entre 1994 e 1998. Utilizam-se do procedimento de matching e concluem que €1,0 de financiamento gera um aumento entre €1,3 e €1,4 nos gastos privados, Ou seja, rejeitam a hipstese de que haja “efeito crow- ding out” entre gastos publicos e privados no caso analisado. Brasil Aexperiéncia de avaliacio de programas de apoio a inovacao ‘no Brasil pode ser ilustrada pelos estudos de De Negri et al. (2008) Avellar e Alves (2008), Araijo et al. (2012) e Botelho e Avellar (2013). De Negri et af. (2008) realizam avalia¢ao do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnolégico da Empresa Nacional (ADTEN). As evidéncias no apontam para efeito substituicso (crowding out) para as empresas beneficiadas, ou seja, verifica-se aumento dos gastos em P&D e das vendas. Avellar e Alves (2008) avaliam os efeitos de um programa de \eentivos fiscal denominado Programa de Desenvolvimento Tecno- légico Industrial (PDT). Evidéncias do estudo apontam que a partici aco no programa possibilitou um aumento de 100% nos gastos em P&D das empresas brasileiras beneficiadas. Avellar (2009) ao conside Economia da céncia, teen sia einovario 613, rar um amplo conjunto de incentivos fiscais e financeiros aponta para” a existéncia de efeito additionality, ou seja, verifica-se que 0 conjunto. de programas em andlise possibilita a ampliagdo dos gastos privados em atividades inovativas. a No trabalho de Araujo et al, (2012) séo avaliados os efeitos. dos Fundos Setoriais. Os resultados encontrados pelos autores raj tain a hipétese de crowding out. Encontraram--se resultados positives» da participagdo das empresas nos Fundos de apoio & inovacao quanto. as varidveis de pessoal ocupado e de esforcos tecnoligicos (medida pela taxa de crescimento do pessoal técnico cientifico ocupado) © estudo de Botelho e Avellar (2013) considera os efeitos das politicas de inovacdo nas atividades inovativas das empresas brasileiras de pequeno porte. Utilizando-se da técnica do matching e de dados da PINTEC 2008, os resultados encontrados apontam que os efeitos dos dis ferentes programas sio heterogéneos, entretanto, na anélise emconjun> to verificam-se resultados positivos dos programas de apoio 8 inovago, Destaca-se ainda que, em 2012, uma iniciativa foi criada pelo Ministério da Ciéncia, Tecnologia e Inovacio (MCT!) denominada de “Monitor de Politicas de CTR", cujo objetivo é analisar, monitorar avaliar as politicas de inovago executadas ou financiadas pelo MCT Entretanto, por se tratar ainda de uma experiéncia recente, os resulta- dos ainda nao estdo disponibilizados. 614 Meta Siquera Rapin’ | Leandro Alves Siva | Eduardo da Motta © Consideragées finais Este capitulo procurou analisar duas dimens6es importantes da politica de inovacdo, a saber: alguns dos principais instrumentos piiblicos de suporte & inovagao nas empresas e a av de inovagSo. Sem esgotar a imensa literatura existente, espera-se que © presente trabalho, ao Introduzir 0 tema, possa servir de estimulo para avangos de pesquisas em distintas diregoes. Em relacio aos instrumentos puiblicos de suporte inovacio de importéncia amplamente reconhecida no trabalho de Mazzucato (2014), fica ainda como desafio a articulago de instrumentos capazes de intensificar os esforcos de inovagio por todo o sistema. No caso brasileiro, uma especificidade nesse sentido reside na complexidade que pode envolver sua articulacao entre as distintas instituicies fede~ rais e regionais de apoio a inovagio. 0 processo de inovagao requer tum longo periodo de matura¢io ademais de envolver incerteza ¢ ele- vado custo o que justifica por si sé uma ampla gama de instrumentos que deem conta das diferentes etapas, dos distintos requerimentos financeiros, bem como das caracteristicas das empresas, em especial ‘© que concerne ao tamanho. 0 aprendizado que emerge da interacd0 dos atores puiblicos e privados durante 0 processo de construrao.da litica de inovagao € o elemento definidor da forma adequada ao uso dos instrumentos disponiveis. Em relac3o & avaliagao das politicas de inovacao, organiza-se, principalmente, em dois grandes temas: quanto as metodologias de avaliagao e ao tipo de avaliacao. (© primeiro tema se refere ao debate acerca das metodolo- glas disponiveis e utilizadas para avaliago das politicas de inovasao. Esse debate se desdobra em duas questoes: a) aprimoramento das ferramentas econométricas; b) combinagao de métodos de avaliacdo a considerando 0 carater sistémico da que possam mensurar tal p inovagdo. 0 segundo tema se refere ao tipo de avaliaglo a ser imple mentada, desagregado em duas linhas: a) necessidade de realizacso 4a avallaco da politica de inovaglo em diversos momentos do tempo, como, por exemplo, na sua elaboragdo (avalia¢a0 ex ante), na sua im- Economia de cinco, tecnologia einoverso 615 plementagao (monitoramento) ¢ nos seus resultados e impactos( liagdo ex post), diferenciando também efeitos de curto e de longo prae 1205; b) necessidade de realizaco de avaliago da politica de inovag considerando 0 porte das empresas beneficiadas, © setor industrial beneficiado, ou seja, a estrutura industrial do pais analisado. Lando Alves Siva | Eduardo da Mota e Albuquerque Referéncias bibliograficas ACEVEDO, 6. L.; TAN, H. W. (2010) Impact evaluation of SME programs in Latin America and Caribbean. World Bank Report. AERTS, K:; CZARNITZKI, D. (2004) Using Innovation Survey Data to Evaluate RROD Policy: the case of Belgium, ZEW Discussion Paper n. 05-55. Centre for European Economic Research, ALMUS, M.; CZARNITZKI, 0. (2001) The effects of public R&d firms! in- novation activities: the case of Eastern Germany. ZEW Discussion Paper, n. 01-10. Centre for European Economic Research, Mannheim. |ANPEl. ASSOCIAGKO NACIONAL DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DAS [EMPRESAS INOVADORAS (2009) Os novos instrumentos de apoio @ inovasto: uma avaliagéo iniial. Brasilia, DF. Centro de Gestao e Estudos Estratéicos. sidies on 'ARAUIO, B.C; PIANTO, D.; DE NEGRI, F; CAVALCANTE, LR; ALVES, PF. (2012) Impactos dos fundos setoriais nas empresas. Revista Brasileira de inovardo, Vol, 11(Ndmero especial, p. 85-111. [ARBIX, G; MENDONCA, M. (2005) Inovacio e Competitividade: uma agenda para o futuro. In: CASTRO, A.C. eta. Brasil em Desenvolvimento: economia, tecnologia e competitividade, v.. Rio de Janeiro: Civilizacio Brasileira, AVELLAR, A.P. (2007) Avallacdo de Politicas de Fomento 8 Inovaca impacto dos incentives fiscais e financeiros em 2003. Rio de Janeit Doutorado (IE-UFR)). Rio de Janeiro, AVELLAR, A. P (2009) Impacto das Paiticas de Fomento 3 Inovacio no Brasil sobre o Gasto em Atividades Inovativas e em Atividades de P&D das Empre- sas, Estudos Econémicos, v.39, 1.03, p.629-649. AVELLAR, A. ALVES, P. (2008) Ava tivos fiseais a inovaco - um estudo sobre os efeitos do PDTI no Bre Economia, v9, p.143-164, BBASTOS, V. (2004) Incentivos 8 inovagio: tendéncias internacionais € no Bra~ silleo papel do BNDES junto ds grandes empresas, Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v.11, 9.21, p. 107-138, jun, BLOOM, N. GRIFFITH, R.; VAN REENEN, J. (2002) “DO R&D TAX CREDIT WORK? EVIDENCE FORM A PANEL OF COUNTRIES 1979-1997" JOURNAL OF PUBLIC ECONOMICS, N.85, P.O1-31. BOTELHO, MAR.A; AVELLAR, A.P. (2013) Efeitos das Politicas de Inovacio nos jades Inovativas das Pequenas Empresas Brasileiras. Anais i, Foz do Iguacu. 1¢30 de impacto de programas de incen: Revista Economia da cénela, tecnologia e inovero 617 BUSINESS COUNCIL OF AUSTRALIA. (1999) Survey of Research and Oy ‘ment Expenditure by Australian Businesses, Austalia, CANADIAN DEPARTMENT OF FINANCE. (1997) The Feder Tax incentives for Scientific Research and Experimer tion Report. Ottawa, Department of Finance. CEPAL. COMISSAO ECONOMICA PARA AMERICA LATINA E CARIBE. ( lticas para promover la innovacién e el desarrollo tecn Relatério Desarrollo Productivo en Economias Abierto. CZARNITZK, D.; FIER, A. (2002) Do innovation subsidies crawd out pr investment: evidence from the German service sector, Applied Econo Quarterly, v.48, n.1, p.A-25, DAVID, P. A; HALL, B. H.; TOOLE, A.A. (2000) Is public R&D a complement substitute for private R&D? A review of the econometric evidence. Reseg Policy, 0.29, p.497-529, ADTEN sobre o desempenho e o esforco tecnolégico das empresas industelais brasileiras. DE NEGRI, J, As; KUBOTA, L. (ORGS.). POLITICAS DE INCENTIVO AINOVAGAO TECNOLOGICA NO BRASIL. BRASILIA: IPEA, DeHE! Non- Working Poper Series 6829. DOS! G.; PAVITT, K. e SOETE, L. (1990) The Economics of Technical Change. ‘and International Trade. tondon: Harvester Wheatsheat, DUGUET, E: (2004) Are R&D subsidies a substitute or a complement to pile vately funded R&D? Evidence from France using propensity score methods. for non-experimental Data. Revue d Economie Politique, «114, n.2, p.263-292. EDQUIST, C., & HOMMEN, L. (2000). Public technology procurement and in- novation (Vol. 16). Springer Science & Business Media. EDQUIST, C., & ZABALA-ITURRIAGAGOITIA, J. M. (2012). Public Procurement novation as mission-oriented innovation policy. Research Policy, vA, 10, p.1757-1769. 618. Marca Siquera Rapin | Leandro Alves Siva | Eduardo da Mot © Albuquerque demand Manchester Institute of Innovation Research, ‘Manchester Business School, University of Manchester, 2013, EDLER, J; BERGER, M.; DINGES, M.; Go, A.(2012a). The practice of evaluation In innovation policy in Europe. Research Evaluation, v.21, p. 167-182 EDLER, J; GEORGHIOU, L.; BLIND, K.; UYARRA, E. (2012b) Evaluating the De- ‘mand Side: new challenges for evaluation. Research Evaluation, v.15, p. 1-15. European Commi FREEMAN (1995) The ‘National system of Innovation’ In historical perspec- tive. Cambridge Journal of Economics, v.19, n.1, p. 5-24. United Kingdom, BARBOSA, P. (2012). 0 Com jon, 2003. Research /estment Action Plan. Brussels. GAO, J.; LIU, X. China. IN: KAHN, M.; MELO, LM.; MATOS, M.G.P. Financing Innovation. 1DRC, 2014, chapter 5, p. 163-200. GEORGHIOU, L; RIGBY, J. e CAMERON, H. (Eds.) (2002) Ass ‘conomic Impacts of the Framework Programme, June. GEORGHIOU, L, AMANATIDOU, €., BELITZ, H., CRUZ, L,, EDLER, J, EDQUIST, C, 8 RIGBY, J (2003). Raising EU RD intensity: Improving the effectiveness of public support mechanisms for private sector research and development: Direct measures. Commission ofthe European Communities, EUR20716 Web- site-www. euromaplive.iconinnovation. de/htmi/bodt-downloads. htm. GONZALEZ, X.; PAZ, C. (2008) Do public subsidies spending? Research Policy v37, pp. 371-389. he So- HALL, B.H, (1992) R&D tax policy during the eighties: success Working oper n. 4240, Cambridge, (NBER Working Papers Series) HALL, B. (2002) The financing of research and development. Cambridge, MA: NBER, 2002. (NBER Working Paper Series, Working Paper, 873) .N REENEN, J, (2000) How effective are fiscal incentives for R&D? we evidence. Research Policy, .29, p. 449-469, 2000. HONG, H.0.; BODEN, M.(2003) R&D Programme Evaluation: theory and prac: tice, Ashgate Publishing Limited, England, Economia da déncia, tecnologia einovagio 619 Jak, K, EDLER, J. 2011. Trends and Challenges in Demand-Side rv fos in Europe, Trendchart: Brussels. Pol JARMIN, RS. (1995) Using Matched Partormance of the Manufacturing Extension Partnershi mic Studies Working Poper CES 95-7. ant and Census Data to Evaluate the = Center for Econo ARMIN, RS JENSEN, 18. (2997) Evaluating Goveroment Technology Pr sae ie eae of Manufacturing Extension, Conferenee Pole Eves Ca jo and Technology. Science and Technology Paley OMSon, CDE, Pais: OCDE. ANGER, U. (2004 Private RBD and Pubic RED Subsidies: microsconomet FASE ear: Discussion Poper 2004-0 Cntr for Economia ‘Business Research (CEBR). WOMLER, C; RAMMER, P; LAREDO, C. (2032). The Impacts and Effectivenas Cec i ite R&D. Nesta Working Pope 12-01, United Kingdoms y LACH, S. (2002) Do R&D subsidies stimulate or displace pri a tem tsrael, Journal of Industrial Economics 8, pp. 369-390. LATTIMORE, R. (1997) Research and development fiscal incentives i. aust ta impoets and polcy lessons. In: CONFERENCE POLICY EVALUATION WHE Mounnow AND TECHNOLOGY, Capitulo,07. Science and Technology Pel Division, Paris, OECD. LEYDEN, 0. P; LINK, A.N. (1993) Tax policies affecting RAD: an international com. parison. technovation, n. 13, p. 17-25. LOOF, H.; HESMATI A (2005) The impact of Pt vestrent: new Evidence from a Firm Level Working Paper Series, n. LUNDVALL, B. (1988) Innovation as an Interactive Process: from user prog enteraction tothe National System of Innovation In: DOS! G FREEMAN: Cr NEISON, Ry SILVERBERG, G.; SOETE, L (eds) Technical change and Eeona mie Theory, Pinter Publishers, UK. LUNDVALL, B-A (1992). (Ed) National System of Innovation: towards a theely finnovation ond interactive learning. London-New Yor, Pinter Publishers LUNDVALL, 8; BORRAS,S. (1997) The globalizing learning economy: implege Tae tor innovation policy. Target Socio Economic Research, European Com: ‘munities, Luxemburgo. IMANI, 5. India, IN: KAHN, M; MELO, LIM; MATOS, M.G.P. Financing Innew tion. IORC, 2014, chapter 4, p. 134-162. ‘nding on Private R&D ins novation Study. CESIS Electronie: = pe MANSFIELD, E. (1985). Public Plicytoward Industrial Innovation: an Meaney ree biretTaxincentives for R&D. In: CLARK, K. LORENZ, C- (eds) fe. Harvard Press do da Motta iouquerque (MCT, MINISTERIO DA CIENCIA E TECNOLOGIA. (201 ‘Avangos do Plano de Ago em Ciéncia, Tecnologia 10 Nacional, Periodo 2007-2009. Bra METI. MINISTERIO DA Inovacdo par Maio de 2010. INCIA, TECNOLOGIA E INOVAGAO. (2012). Po manente de Moni mento © A\ METCALFE, 1. (2003) Ea tion and technology policy: new perspectives on the division of labour and the innovation process. Revista Brasileira de Inovacdo, v. 2, n. 1, p. 111-146, Jan,fjun NELSON, RR; WINTER, SG. (1982) An Evolutionary Theory of Economic Change. Cambridge, Mass.: Harvard U.P. (OCDE (ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT) (1992) Technology and the Economy: The Key Relationships. The Technology/ Economy Programme. Paris: OFCD. ‘OCDE. (2002) The measurement of scientific and technological activities: pro posed standard practice for surveys on research and experimental develop: nt. Frascati Manual 2002. Paris. ‘OCDE, (2005) Manual de Oslo: dretrizes para coleta e interpretacio de dados sobre inovagio. 3. ed. Tradugdo: FINEP, Rio de Janeiro. (OCDE, 2011. Demand:-side Innovation Policies. OECD Publishing @ZCELIK, £.; TAYMAZ, . (2008) R&D support programs in developing countries: the Turkish experience. Research Policy v.37, p. 258-275. PAPACONSTANTINOU, G; POLT, W. (1997) Policy Evaluation in Innovation and Technology: an overview. Conference Policy Evaluation in Innovation and Technology. Science and Technology Policy Division, OCDE, Peris: OCDE, PERES, W. (Coord) (1997), Poiticas de competitividad industrial Latina y el Caribe en los afios noventa, Siglo XX! Editores, México. nA ! ‘ompetitividade: Fatores Sistémicos e Politica Industrial ~ ages pareo Bras. In: CASTRO, A.B. ota. Estratégias Empresariais na In ‘discutindo mudangas. Rio de Janeiro: Forense Universitaria, (200), ica, Teno © Desenvolvimento: Referinias Gara debate Apresentado no Semin asl em Desenrelvimens, Re de Janeiro, Novembro. 5 dal OORIC, 0200) nds pared for UNDO Dispon policy for the twenty-first century. Paper pre- sitio wwwksg.harvard.edu/rodrik/ Economie da crea, teenolagla einovario 621 Rodrick, D. (2006). industrial policy: don’t ask why, ask how. Midalle East De~ velopment Journal, v1, 1.04, p.1-29 RUEGG, R.; FELLER, | (2003) A Toolkit for Evaluating Public R&D Investment: Models, Methods, and Findings from ATP's First Decade. National Institute of Standards and Technology, Technology Administration, U.S. Department of Commerce, julio. SUBIRATS, J, (1994) Analisis de Politicos de la Administra ion. Ministerio para las Administraciones Publicas, Mi as ¥ Eficae rid TASSEY, G. (2003) "Methods for Assessing the Economic Impacts of Govern- R&D". Planning Report 03- Institute of Standards and Tech- ‘logy, U.S. Department of Commerce, Technology Administration, sept. TAVARES, J. MLH, O papel de BNDES no financiamento do Inovagdo Tecnolé: Desenvolvimento) - Instituto de Econo Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. TECHNOPOLIS GROUP; MIOIR (2012) Ev Guldance on methods and practices. Study funded by the European Commis. sion, Directorate for Regional Policy. LUYARRA, E., EDLER, 1, GARCIA-ESTEVEZ, J, GEORGHIOU, L, & YEOW, Barriers to innovation through public procurement: A supplier ps Technovation, v.34, n.10, p.631-645, (2014), spective UK, HM Treasury. (2005) Supporting Growth RD tax credit. July ation: enhancing the WALLSTEN, 5. (2000) The effect of government-industry R&D programs on private R&D: the case of the small business innovation research program, nd Journal of Economics, v.1, p.82-100.

You might also like