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Chiroptera Neotropical 16(2), December 2010

Caracteres distintivos das quatro espécies de grandes Artibeus


(Phyllostomidae) de Paraíba e Pernambuco, Brasil

Paloma Araújo1* & Alfredo Langguth1, 2

1. Departamento de Sistemática e Ecologia, CCEN, Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário,


58059-900 João Pessoa, PB, Brasil.
2. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).

* Corresponding author. Email: palomatav@yahoo.com.br

Abstract
Characters of the four species of large Artibeus (Chiroptera, Phyllostomidae) occurring in Paraíba and
Pernambuco States, Brazil. The purpose of this study was to reevaluate the diagnostic characters of the four
species of the subgenus Artibeus, A. fimbriatus, A. lituratus, A. obscurus, and A. planirostris, that occurs in
Paraíba and Pernambuco States, Brazil, describing the inter-specific variation in the material available in the
collections of the Universidade Federal da Paraíba and Universidade Federal de Pernambuco. A total of 254
specimens were examined, 12 of A. fimbriatus, 41 of A. lituratus, 35 of A. obscurus and 166 of A. planirostris.
For each species, descriptions of external characters and skull are supplied as well as eight cranial measurements
that express the differences among the species observed with naked eye. With the discriminant canonical
analysis, the four species can be distinguished. Mahalanobis distances showed a larger similarity between A.
planirostris and A. obscurus as well as between A. fimbriatus and A. lituratus. The largest distance was observed
between the last two species and A. obscurus. We conclude that in Paraíba and Pernambuco occurred four
species of the subgenus Artibeus that may be distinguished morphologically as well as through multivariate
analyses.
Keywords: Artibeus planirostris, A. obscurus, A. fimbriatus, A. lituratus, diagnostic characters, Northeastern
Brazil.

Resumo
O objetivo deste trabalho foi realizar uma reavaliação dos caracteres diagnósticos das quatro espécies de grande
porte do gênero Artibeus: A. fimbriatus, A. lituratus, A. obscurus e A. planirostris, que ocorrem em Paraíba e
Pernambuco, Brasil, estudando a variação interespecífica do material disponível nas coleções da Universidade
Federal da Paraíba e da Universidade Federal de Pernambuco. Foram examinados 254 exemplares, 12 de A.
fimbriatus, 41 de A. lituratus, 35 de A. obscurus e 166 de A. planirostris. Para cada uma das espécies são
fornecidas descrições de caracteres externos e do crânio bem como oito medidas cranianas que expressaram as
diferenças entre as espécies observáveis a olho nu. Pela análise discriminante canônica, pôde-se separar as quatro
espécies. A distância de Mahalanobis mostrou que existe uma maior semelhança entre A. planirostris e A.
obscurus, bem como entre A. fimbriatus e A. lituratus. A maior distância se deu entre estas duas últimas espécies
e A. obscurus. Podemos concluir que na Paraíba e em Pernambuco existem quatro espécies do subgênero
Artibeus que são distinguíveis tanto morfologicamente como através de análise multivariada.
Palavras-chave: Artibeus planirostris, A. obscurus, A. fimbriatus, A. lituratus, Caracteres diagnósticos,
Nordeste do Brasil.

Introdução incluídas no subgênero Artibeus, ocorrendo em


Os morcegos do gênero Artibeus Leach, 1821 são Paraíba e Pernambuco, no Nordeste do Brasil.
restritos à Região Neotropical, ocorrendo desde o Artibeus planirostris distribui-se desde a
México até o norte da Argentina (Koopman 1982; Venezuela, leste dos Andes até o norte da Argentina
Owen 1987; Simmons 2005; Zortéa 2007). Até o (Myers e Wetzel 1979; Willig 1983; Koopman 1993;
momento, são reconhecidas 18 espécies (Zortéa Ortega e Castro-Arellano 2001; Marques-Aguiar,
2007), nove das quais têm registro para o Brasil: 2007). Existem registros de A. obscurus desde a
Artibeus anderseni Osgood 1916; A. gnomus Handley Venezuela até Bolívia e em boa parte do Brasil,
1987; A. cinereus (Gervais 1856); A. glaucus Thomas exceto o extremo sul (Handley 1990; Koopman 1993;
1893; A. concolor Peters 1865; A. fimbriatus Gray Taddei et al. 1998; Haynes e Lee 2004; Marques-
1838; A. planirostris (Spix 1823); A. lituratus (Olfers Aguiar, 2007). Artibeus fimbriatus distribui-se do
1818) e A. obscurus (Schinz 1821). As quatro últimas Nordeste ao Sul do Brasil, com a maioria dos
constituem as espécies de grande porte do gênero, registros localizados em florestas tropicais úmidas

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(Sousa et al. 2004), estendendo-se até o leste do morfométrica interespecífica do abundante material
Paraguai, e algumas províncias do norte Argentino disponível em coleções nestes Estados e elaborou-se
(Marques-Aguiar 1994; Taddei et al. 1998; Rui et al. uma chave de identificação.
1999; Marques-Aguiar, 2007). Esta espécie se
sobrepõe, em grande parte de sua distribuição, com as
outras três espécies do subgênero que ocorrem no Material e Métodos
Brasil (Taddei et al. 1998). Artibeus lituratus Foram examinados 254 exemplares: 166 de A.
encontra-se também amplamente distribuído, desde o planirostris, 41 de A. lituratus, 35 de A. obscurus e
México, ao sul do Brasil e norte da Argentina ( 12 de A. fimbriatus. O material está depositado nas
Koopman 1993 ; Marques-Aguiar, 2007). coleções de Mamíferos do Departamento de
Vários trabalhos têm sido publicados acerca da Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da
taxonomia de espécies do subgênero Artibeus da Paraíba (UFPB) e do Departamento de Zoologia da
América do Sul. Gray (1838) revisou inicialmente o Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As
gênero, citando sete espécies, sendo três delas siglas AL (Alfredo Langguth), TL (Thaís Lira) e KS
descritas como novas Artibeus fimbriatus, Artibeus (Katharine Santos) referem-se a números de campo
fuliginosus e Artibeus lobatus. Handley (1990) de espécimes que ainda não foram incorporados à
revisou estas espécies e considerou Artibeus coleção da UFPB. Todos os espécimes foram
fuliginosus como um sinônimo júnior de A. obscurus coletados em áreas de Mata Atlântica ou em Brejos
e A. lobatus como sinônimo de A. jamaicensis. de Altitude.
Koepcke e Kraft (1984) descreveram as Com base na literatura (Handley 1991; Marques-
características externas e cranianas dos Artibeus de Aguiar 1994; Taddei et al. 1998) os seguintes
grande porte da Amazônia Peruana. Rui et al. (1999), caracteres foram utilizados consistentemente para
estudaram os caracteres que diferenciavam A. diagnosticar as espécies: coloração dos pelos do
fimbriatus de A. lituratus no Rio Grande do Sul. corpo, dorsal e ventral; presença de pelos no
Taddei et al. (1998) estudaram a distribuição antebraço, nas pernas e na membrana interfemoral;
geográfica e a morfometria de A. obscurus e A. listras faciais; disposição e forma da folha nasal e sua
fimbriatus, de São Paulo e da Amazônia incluindo relação com o lábio superior; forma dos processos pré
algumas medidas do crânio de exemplares do e pós-orbitários, da constrição pós-orbitária, perfil
Nordeste do Brasil. Alguns autores (Owen 1987; dorsal do rostro e a presença ou ausência do terceiro
Koopman 1993; Lim e Wilson 1993; Lim 1997; molar superior (M3). Estes caracteres foram
Guerrero et al. 2003; Lim et al. 2004; Hollis 2005; observados em todos os espécimes estudados.
Larsen et al. 2007; Marques-Aguiar 2007) tratam A. Para análise morfométrica, foram utilizadas a
planirostris como espécie válida. Já outros (Handley medida do antebraço e oito medidas cranianas
1987; 1990; 1991; Simmons e Voss 1998; Taddei et escolhidas da literatura (Vizzoto e Taddei 1973;
al. 1998; Simmons 2005) a consideram como Willig 1983; Handley 1987) que expressaram as
subespécie de A. jamaicensis. Em trabalho mais diferenças entre as espécies observáveis a olho nu.
recente, Larsen et al. (2007) sugeriram que A. Elas foram tomadas da seguinte maneira:
jamaicensis ocorreria somente na Jamaica, e a espécie Comprimento do antebraço (ANTB): Desde o
que ocorreria no Brasil seria A. planirostris. Neste cotovelo até a região proximal do metacarpo.
trabalho, será seguida a opinião de Larsen et al. Comprimento côndilo-incisivo (CI): Da região
(2007). mais anterior do pré-maxilar ao ponto médio da linha
Existe sobreposição no tamanho entre as espécies que passa pelos extremos posteriores dos côndilos.
de grandes Artibeus (Taddei et al. 1998; Dias e Comprimento da série dentaria inferior (SDI): Do
Peracchi 2008; Tabela 1). Por serem extremo anterior da borda do alvéolo do canino
morfologicamente semelhantes elas são muitas vezes inferior, ao ponto mais posterior da borda do último
confundidas. A. planirostris apresenta a maior molar do mesmo lado.
variação geográfica, o que dificulta, muitas vezes, a Comprimento da mandíbula (CM): Do extremo
identificação. Na região Nordeste do Brasil, esta anterior da mandíbula até o extremo posterior do
espécie apresenta um menor porte, ocorrendo uma processo condiloide.
sobreposição nas suas medidas com A. obscurus. Já Largura do rostro através dos molares (LR):
na região norte, onde não há registro de A. fimbriatus, Maior largura tomada entre as bordas externas dos
A. planirostris apresentam um maior tamanho, e é molares, perpendicularmente ao eixo maior do crânio.
facilmente diferenciada de A. obscurus. No entanto, Largura zigomática (LZ): A menor distância
ela se sobrepõe ali com A. lituratus (Taddei et al. obtida entre os pontos mais externos dos arcos
1998). zigomáticos, tomada perpendicularmente ao eixo
Havendo dificuldade para distinguir as diferentes maior do crânio.
espécies de grandes Artibeus que habitam áreas de Largura do rostro através dos caninos (LC): A
Mata Atlântica e Brejos de Altitude em Paraíba e menor distância obtida entre os pontos mais externos
Pernambuco, justifica-se uma reavaliação dos seus dos “cíngulos” de ambos caninos superiores.
caracteres diagnósticos. Estudou-se a variação

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Largura na constrição pós-orbitária (LCP): A lábio em todos os exemplares examinados. Trago de


menor distância entre os pontos mais internos da cor marrom sem entalhes na sua borda externa.
constrição pós-orbitária. Crânio (Fig. 1, B) com processo pré-orbitário
Largura mastóidea (LM): A menor distância entre variando de pouco a moderadamente desenvolvido e
os dos pontos mais externos dos processos o processo pós-orbitário variando de pouco a bem
mastóideos. desenvolvido. Constrição pós-orbitária estreita e
Os crânios foram medidos com paquímetro de 0.1 localizada um pouco atrás do processo pós-orbitário.
mm de resolução. Com a finalidade de formar Perfil dorsal do rostro arcado e M3 ausente em todos
amostras homogêneas escolheram-se, para a análise, os exemplares.
apenas os exemplares adultos que apresentavam as Material Examinado (12): Pernambuco:
epífises das falanges das asas ossificadas. Além disso, Timbaúba: (UFPB 5762); Bezerros: (UFPB 3995);
verificou-se a ausência de variação sexual através do Caruaru: (UFPE 1419); São Caetano: (UFPB 3640,
teste t de Student em todas as quatro espécies. Isto 3659, 3860); Ipojuca: (UFPB 5684); Rio Formoso:
permitiu juntar machos e fêmeas em cada amostra. (UFPB 3175, 3184, 3192, 3215); Brejo Madre de
Realizaram-se testes de normalidade, segundo Deus: (UFPB 4440).
Shapiro-Wilk, e as estatísticas descritivas para cada
uma das espécies. Com o intuito de saber, com
Artibeus lituratus (Olfers, 1818)
técnicas multivariadas, se as espécies eram diferentes
Os exemplares desta espécie apresentaram grande
entre si e quais eram as medidas que contribuiriam
porte (Tabela 1), coloração da pelagem variando de
mais para esta possível separação, foram realizadas
marrom claro a marrom achocolatado mais escuro
análises canônicas discriminantes entre as amostras
dorsalmente. Coloração dos pêlos da região ventral
de cada uma das quatro espécies, com as amostras
unicoloridos, geralmente da mesma cor que o dorso,
definidas a priori. Esta técnica maximiza a diferença
podendo ser levemente mais clara. Listras faciais bem
entre os grupos e minimiza as diferenças dentro deles
evidentes. Antebraço, membrana interfemoral e as
(Reis 1988; Reis et al. 1990). Foi utilizada também a
pernas hirsutas dorsalmente. Apêndice nasal com a
distância de Mahalanobis, que permite calcular
base fusionada no meio do lábio superior em todos os
distâncias entre duas populações normais. Este tipo
exemplares examinados. Trago amarelado com
de análise permite que , além da variância na amostra,
pequenos entalhes na borda externa.
a covariância seja identificada e avaliada
Crânio (Fig. 1, C) com processos pós e pré-
(Mahalanobis 1936; Manly 2008).
orbitários bem desenvolvidos. Constrição pós-
Os nomes geográficos indicados na lista de
orbitária bem estreita e localizada imediatamente
material examinado correspondem a municípios. A
atrás do processo pós-orbitário. Perfil dorsal do rostro
lista das localidades de coleta em cada município está
plano. M3 ausente em todos os espécimes
na (Apêndice). Quando um município apresentou
examinados.
mais de um ponto de coleta, estes foram identificados
Material Examinado (41): Paraíba: Mamanguape:
como Loc. 1 e Loc. 2.
(UFPB 57, 66, 1985); Rio Tinto: (UFPB 4112);
Cabedelo: (UFPB 4244, 4246); João Pessoa: (UFPB
Resultados e Discussão 64, 67, 4148). Pernambuco: Timbaúba: (UFPB 5426,
Utilizando as descrições disponíveis na literatura 5448, 5454, 5467 – 5470, 5551); Igarassu Loc. 1:
(Handley 1991; Taddei et al. 1998) bem como chaves (UFPB 2371, 2372, 2373, 2374, 2375, 2376, 3412,
de identificação (Vizzoto e Taddei 1973; Marques- 3418); Bezerros: (UFPB 3992); São Caetano: (UFPB
Aguiar 2007) e descrições originais, foram 3651, 3861, 4093); Ipojuca: (UFPB 5681, 5833,
identificadas as seguintes quatro espécies do 6006, 6007); Recife: (UFPB 3195); Rio Formoso:
subgênero Artibeus nos estados de Paraíba e (UFPB 3182, 3188, 3190, 3191, 3201); Brejo Madre
Pernambuco: A. fimbriatus, A. lituratus, A. obscurus de Deus: (UFPB 4428, 4429).
e A. planirostris.
Artibeus obscurus (Schinz, 1821)
Os espécimes apresentaram pequeno porte, em
Descrição das espécies
relação às outras espécies estudadas (Tabela 1), com
Artibeus fimbriatus Gray, 1838
coloração dorsal variando de marrom escuro a
Os espécimes desta espécie apresentaram um
marrom enegrecido, com a região ventral mais clara
grande porte (Tabela 1), quando comparada às demais
onde as pontas dos pêlos são esbranquiçadas.
espécies estudadas, com a pelagem dorsal variando de
Antebraço hirsuto na região dorsal. Membrana
marrom acinzentado, a marrom escuro acinzentado,
interfemoral e pernas glabras ou com poucos pêlos.
sendo mais claro na região ventral, com a parte distal
Listras faciais geralmente pouco evidentes ou
dos pêlos esbranquiçados. Eles apresentaram o dorso
indistinguíveis. Apêndice nasal com a margem
do antebraço, pernas e uropatágio com poucos e
inferior livre, em todos os exemplares examinados.
esparsos pêlos longos. Listras faciais variando de
Trago de cor marrom sem entalhes na sua borda
evidentes a pouco evidentes. Apêndice nasal com
externa. Crânio (Fig. 1, A) com processo pré-orbitário
base fusionada, na parte média, à margem superior do
variando de pouco a muito desenvolvido e o pós-
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orbitário variando de pouco a moderadamente (UFPB 4136, 4268); Sapé Loc. 1: (UFPB 1792); João
desenvolvido. A região da constrição pós-orbitária é Pessoa: (UFPB 1778, 3779, 3885, 3886).
estreita e localizada imediatamente atrás do processo Pernambuco: Ipojuca: (UFPB 5677, 5686, 5830,
pós-orbitário. O M3 esteve presente apenas em três 5834); Recife: (UFPB 3186; UFPE 76, 78); Rio
exemplares. Este caráter, junto com outros tem Formoso: (UFPB 1765, 1770, 3179, 3181, 3183,
significância na identificação da espécie. 3189, 3199, 3203, 3206, 3213, 3214, 3216, 3229,
Material Examinado (35) : Paraíba: Rio Tinto: 3230, 3235, 3237, 3238 UFPE 422, 735, 736, 1480).

Tabela 1. Medidas do crânio e do antebraço das espécies estudadas. Em cada célula, a linha superior apresenta a
média ± desvio padrão e a linha inferior os valores mínimos e máximos (entre parênteses) e o número de
indivíduos analisados. Ver em métodos a explicação das siglas das medidas.

Medidas A. planirostris A. obscurus A. lituratus A. fimbriatus


59.2 +1.8 55.5 + 1.9 68.6 + 2.1 64.7 + 2.2
ANTB
(54.8-64.1)120 (52.3-60)26 (64-72.3)25 (60.7-67.4)10
25.2+ 0.5 23.8 + 0.5 28.1 + 0.6 28.3 + 0.5
CI
(23.6-26.8)159 (22.1-24.7)35 (27-29.1)41 (27.3-28.8)12
11.0 + 0.3 10.6 + 0.2 12.3 + 0.3 12.6 + 0.3
SDI
(9.9-11.9)142 (10-11.1)34 (11.2-12.9)41 (12.1-12.9)11
19.5 + 1.4 18.6 + 0.4 21.9 + 0.4 21.9 + 0.5
CM
(18.2-20.5)162 (17.7-19.3)34 (20.7-22.6)41 (21.2-22.7)12
12.5 + 0.4 12.3 + 0.4 13.4 + 0.3 14.0 + 0.4
LR
(11.6-13.4)165 (11.8-13.7)35 (12.8- 14)41 (13.6-14.8)12
17.4 + 0.5 16.6 + 0.5 18.8 + 0.5 19.2 + 0.4
LZ
(15.5-18.8)166 (15.6-17.6)34 (17.3-19.9)41 (18.3-19.8)12
7.9 + 0.3 7.6 + 0.2 8.60 + 0.3 9.0 + 0.2
LC
(7.1-8.6)160 (7.2- 8.0)23 (8.0-9.3)38 (8.7-9.4)10
7.1 + 0.2 6.2 + 0.2 6.6 + 0.2 7.5 + 0.3
LCP
(6.5-7.6)166 (5.7-6.6)35 (6.0-7.2)41 (7.0-8.0)12
15.2 + 0.4 14.6 + 0.4 16.7 + 0.5 16.9 + 0.5
LM
(14.0-16.2)163 (13.7-15.2)35 (15.9-17.9)41 (15.6-17.9)12

Artibeus planirostris (Spix, 1823) Material Examinado (166): Paraíba: Mataraca:


Os espécimes examinados desta espécie (UFPB 4304, 4324); Mamanguape: (UFPB 1508,
apresentaram médio porte (Tabela 1) em comparação 1523, 1779, 1781, 1782, 1786, 1790, 1794); Rio
as demais, pelagem com coloração dorsal variando de Tinto: (UFPB 4119 - 4123, 4278, 4149, 4140);
marrom claro, a marrom acinzentada claro, sendo Cabedelo: UFPB 4227, 4255, 4256, 4258, 4259, 4260,
mais claro ventralmente, onde a parte distal dos pêlos 4263-4267); Sapé Loc. 1: (UFPB 70, 79, 1780, 1783,
é esbranquiçada. Dorso do antebraço com poucos 1787, 1789, 1795, 1797, 1801, 1803, 1805, 1806,
pêlos, quase glabro. Dorso das pernas e a membrana 1808); Sapé Loc.2: (UFPB 5434 - 5440; AL 3991,
interfemoral glabras. Listras faciais variando de 3996); João Pessoa: (UFPB 50-53, 56, 58, 63, 60, 68,
moderadamente evidentes a evidentes. Apêndice nasal 72 - 78, 80, 1766 -1768, 1777, 1791, 1799, 5020,
podendo estar com a margem inferior livre ou 5446, 5460). Pernambuco: Timbaúba: (UFPB 5378,
fusionada medianamente à borda superior do lábio. 5425, 5430 - 5432; AL 3920, 3940); Igarassu Loc. 1:
Trago de cor marrom sem entalhes na sua borda (UFPB 2395 - 2398, 2400, 3212, 3224, 3426, 3428 -
externa. 3438, 3441 - 3443, 3445; 3446); Igarassu Loc. 2:
Crânio (Fig. 1, D) com processo pós-orbitário (UFPB 2388, 2389, 2390, 2392); Tapacurá: (UFPB
variando de pouco a moderadamente desenvolvido. 3642, 3643, 3654); Bezerros: (UFPB 3996, 3997,
Processo pré-orbitário variando de pouco a bem 4035, 4037); Ipojuca: (UFPB 5672 - 5675, 5678 -
desenvolvido. Constrição pós-orbitária larga e 5680, 5682, 5683, 5685, 5687, 5688, 5753, 5824,
localizada um pouco atrás do processo pós-orbitário. 5825 - 5829, 5831,5832, 5835 - 5839, 6001 - 6005 ,
Perfil dorsal do rostro arcado. M3 ausente apenas em 6008 - 6010, TL 133); Recife: (UFPB 3176, 3177,
quatro dos exemplares examinados. 3185, 3196, 3202; KS 260, 263, 266); Rio Formoso:
(UFPB 1771, 3236); Água Preta: (UFPB 3220); Brejo
Madre de Deus: (UFPB 4028).

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Figura 1. Crânios das espécies de Artibeus de Paraíba e Pernambuco. Vista dorsal e ventral. A) A. obscurus; B)
A. fimbriatus; C) A. lituratus; D) A. planirostris. Ver medidas na Tabela 1. Desenhos de Kleber da Silva Vieira.

Comparações diferenciação entre as espécies de Artibeus de Paraíba


Caracteres externos e do crânio: e Pernambuco. Handley (1990) e Althoff (1996)
No material estudado, A. lituratus pôde-se separar verificaram que este caráter pode ocorrer nas quatro
facilmente de A. planirostris e A. obscurus, devido ao espécies. Além de se assemelhar a A. lituratus, A.
menor porte destas duas últimas. A. lituratus pôde-se fimbriatus também pode ser confundida com A.
separar também das duas últimas pela sua coloração planirostris, pela semelhante coloração da pelagem
achocolatada dorso-ventral e pelas maiores medidas ventral e pela forma do crânio, com constrição pouco
cranianas. Todavia, A. planirostris, no Sudeste do desenvolvida e distante dos processos pós-orbitários.
Brasil, Amazônia e Venezuela pode apresentar No Sudeste do Brasil, Taddei et al. (1998) afirmaram
grandes dimensões, confundíveis com as de A. haver sobreposição entre os maiores representantes de
lituratus (Handley 1987; Koepcke e Kraft 1984). A. A.planirostris e os menores de A. fimbriatus. No
lituratus pode ser confundido com A. fimbriatus, entanto, estas duas espécies se diferenciaram entre si
devido à semelhança das medidas corporais e pela coloração mais escura de A. fimbriatus, pela
cranianas das duas espécies (Tabela 1), mas pelagem mais densa, e, nos espécimes examinados,
facilmente a primeira se distingue da segunda por pelo maior porte de A. fimbriatus. Entre o material
possuir a mesma coloração no dorso e no ventre, pela examinado, A. obscurus tem grandes semelhanças
pelagem do uropatágio e antebraço hirsuto, pelas suas externas apenas com A. planirostris, apresentando
listras faciais bem evidentes, pela sua acentuada sobreposição de medidas do comprimento total e do
constrição pós-orbitária e pelos processos pós - e pré- antebraço, as pernas e membrana interfemoral glabras
orbitários bem desenvolvidos. A fusão mediana da e coloração ventral semelhante. No entanto,
folha nasal é considerada uma autapomorfia de A. A.obscurus apresenta a pelagem mais escura entre as
fimbriatus por Marques-Aguiar (1994), mas este quatro espécies. O seu antebraço é tão hirsuto quanto
caráter também foi observado em alguns espécimes de em Artibeus lituratus, mas suas listras faciais são
A. planirostris e A. lituratus aqui estudados não quase imperceptíveis.
podendo ser considerado um caráter importante para
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Morfometria do crânio fimbriatus junto com A. lituratus. No segundo eixo, as


Apesar de A. lituratus ser considerada a maior variáveis que mais explicaram a variação foram a
espécie do gênero (Koepcke e Kraft 1984; Handley largura na constrição pós-orbitária e o comprimento
1990; Taddei et al 1998), A. fimbriatus apresentou côndilo-incisivo. Por esta variável, A. planirostris e A.
valores maiores para todas as medidas cranianas fimbriatus formam um grupo e A. obscurus e A.
(Tabela 1). A. planirostris apresenta grande lituratus formam outro e os dois grupos diferem entre
semelhança com A. fimbriatus em muitos caracteres. si (Fig. 2). A distância de Mahalanobis mostrou que
Todavia, esta última espécie apresenta os valores existe uma maior semelhança entre A. planirostris e
médios de todas as medidas significativamente A. obscurus (26.71) e entre A. fimbriatus e A. lituratus
maiores. (36.04). A maior distância se deu entre A. lituratus e
A. obscurus apresentou as menores médias para as A. obscurus (93.36) e entre esta e A. fimbriatus
medidas cranianas. O crânio desta espécie se (115.29). Todas as distâncias foram estatisticamente
assemelha mais ao de A. lituratus, pela constrição significantes, com o valor de p < 0.05.
bem evidente e por ambas apresentarem a constrição Pôde-se concluir, através dos resultados, que na
logo após os processos pós-orbitários. No entanto, Paraíba e em Pernambuco existem quatro espécies do
todas as medidas cranianas de A. lituratus e A. gênero Artibeus, subgênero Artibeus e que estas são
fimbriatus apresentaram-se significativamente distinguíveis tanto morfologicamente como através de
maiores do que em A. obscurus e A. planirostris. análise multivariada.
Pela análise discriminante canônica, puderam-se Os caracteres mais importantes para a distinção
separar as quatro espécies (Tabela 2). As variáveis entre as espécies foram a coloração do ventre,
que mais influenciaram na variação do primeiro eixo presença de pêlos no antebraço e uropatágio, os
foram o comprimento da mandíbula e do antebraço. comprimentos côndilo-incisivo, da mandíbula, do
Este eixo respondeu por 68.7% da variação nos quatro antebraço e da constrição pós-orbitária. Estes
grupos, verificando-se que A. planirostris junto com caracteres, usados em conjunto, são fortes ferramentas
A. obscurus formam um grupo diferente de A. para uma identificação inequívoca dos táxons.

Tabela 2. Variáveis canônicas das medidas cranianas e do antebraço das espécies de Artibeus estudadas. Ver em
métodos a explicação das siglas das medidas. Em negrito os valores das variáveis que mais influenciara para
cada eixo.

Medidas Raiz 1 Raiz 2 Raiz 3


CM 0.496 0.162 -0.160
LCP -0.129 -1.050 -0.086
ANTB 0.358 0.257 -0.535
LR -0.046 0.169 0.699
CI 0.238 -0.493 0.082
SDI 0.176 -0.260 0.296
LZ -0.219 0.256 -0.267
LC 0.158 0.077 0.277
LM 0.227 0.103 -0.048
Eingenvalue 9.622 3.870 0.507
% da variância 0.687 0.964 1.000

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Chiroptera Neotropical 16(2), December 2010

Figura 2. Variáveis canônicas das medidas cranianas e do antebraço das espécies de Artibeus estudadas.
Quadrado= A. lituratus; Losango= A. fimbriatus; Círculo =A. planirostris; Triângulo = A. obscurus

Agradecimentos Natural History 206:12-17.


Agradecemos a Kleber da Silva Vieira pelos Haynes M.A. e T.E. Lee Jr. 2004. Artibeus obscurus.
desenhos do crânio e a Malva M. Hernandez e Mammalian Species 752: 1-5.
Katharine R. Pereira dos Santos pela ajuda na Hollis L. 2005. Artibeus planirostris. Mammalian
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Artibeus lituratus (Olfers) e de Artibeus Londrina.

Apêndice
Lista das localidades de coleta em cada (7º50’S, 34º54’W), Loc.1 = Granja Flor do
município. As coordenadas junto ao nome do Campo; Loc.2 = Refugio Ecológico Charles
município correspondem às de sua sede, salvo às da Darwin; Ipojuca (8º24’S, 35º4’W), Mata do Mingu;
Fazenda Pacatuba, que corresponde ao local de Madre de Deus (8º9’S, 36º22’W), Sítio Rita, Mata
coleta. Bitury, Brejo Da Madre de Deus; Recife (8º3’S,
34º54’W), Mata Dois Irmãos, Recife; Rio Formoso
PARAÍBA: Cabedelo (7º1’S, 34º51’W), Mata do (8º41’S, 35º13’S), Reserva Biológica de Saltinho;
Amém; João Pessoa (7º7’S, 34º52’W), Cidade de São Caetano (8º21’S, 36º1’W), Serra dos Cavalos,
João Pessoa; Mamanguape (6o50’S, 35o7’ W), 13km ESE de São Caetano; Tapacurá (8º0’S,
Reserva Biológica Guaribas, 13,5 Km N, 6 Km W 35º3’W), Município de Tapacurá; Timbaúba
de Mamanguape; Mataraca (6º36’S, 35º3’W), (7º31’S, 35º19’W), Mata Água Azul, Usina
Millenium Chemicals; Rio Tinto (6º50’S, 35º7’W), Cruangi.
APA Barra de Mamanguape; Sapé (7º6’S,
35º13’W), Loc.1= Fazenda Pacatuba 10km NE de
Sapé; ( 6º54’S, 35º12’W) Loc.2: Fazenda Santa Fé.

PERNAMBUCO: Água Preta (8º42’S, 35º31’W),


Fazenda Camarão; Bezerros (8º14’S, 35º45’W),
Vertentes; Caruaru (8º17’S, 35º58’W); Igarassu
722

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