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176 I SERIE—NOMERO 41 18) Promover a realizagio de estudos, reunides, semi- ndrios ¢ actividades de formagio © outras iniciativas que contribuam para a clevacd> dos cmhecimentos © do nivel téenico dos agentes responsiveis pelo transporte, controlo € seguranca dos turistas © viajantes; ‘A) Promunciar se sobre toda a legistago do dominio de turismo, bem como aquela que se refira acs assuntos ambientais aduaneiros, fiscais e cambiais, de transporte, de migragdo e regu- llamentos ‘sanitirios que ‘afectem 0 ‘desenvolvi- mento © a qualidade do turismo. ‘) Pronunciar-se sobre os procedimentos © meca- niismas de control migratorio, cooperagio regional © intemacional mos assuntos. que se refiram ao movimento de turistas entre os paises, Anno 4 1. A Comissio de Pacilitagio Turistica € convocada pelo seu Presidente ¢ reunirdé uma vez por trimestre para tomar decisies sobre os assuntos da sua atribuigéo © elaborar 0 programa de trabalho para os periodos intermedirios. 2. A Comissio poderd reunir-se em sewies extraordi- nérias a pedido de cada um dos membros. 3. As actas das sessOes contendo accies ¢ programas das actividades deverio ser enviadas para todos os membros ¢ convidadas & sessio até quinze dias depois de cada sesso. 4. Compete 20 Presidente da Comissio convidar outras entidades a participer nas sessies quando tal se mosire necessério em conformidade com os assuntos a tratar. Axnico 5 1. A Comissio de Faciltasio Turistica poderé. criat subcomissGes para tratar de assuntos especificos sempre que se mostrar necessério para a solugdo dos problemas do turismo a nivel local ou em matérias especificas. 2, Compete & Comitsio de Facilitagéo Turistica a defi- igo da composigo e competéncias das subcomissdes. Aprovado pelo Conselho de Ministros. Publique-se © Primciro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi. Resolugdo n 8/95 do 22 de Agosto © Programa Quinguenal do Governo da Reptiblica de Mogambique para 1995/1999, aprovado pela Assembleia da Repiblica, reconhece que 0 capital humano € 0 motor para o desenvolvimento © por conseguinte, defende que deve ser ampliado 0 acesso & Educagao, através do alar- xgamento da rede escolar ¢ da melhoria dos servicos da educagio em todo 0 pats ‘Tomando-se necessirio estabelecer, no Ambito da im- plementagio do Programa Quinquenal do Governo a nivel do sector da educagao, a0 abrigo da alinea e) do n° 1 do artigo 153 da Constituigéo da Repiblica, o Conselho de Ministros determina: Unico. £ aprovada a Politica Nacional da Educagio ¢ a respectiva estratégia de implementago em anexo e que faz parte integrante da presente Resolucio. Aprovada pelo Conselho de Ministros. Publique-se, © Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi, Politica Necional da Educagio Introdugao A Constituigo da Repdblica de Mocambique consagra 1 educagio como um direito e um dever de cada cidadao. Desde a independéncia Nacional, a escolarizagao uni versal das criancas e adultos, pela via formal e nio-formal, tem sido equacionada como’ uma meta a atingic. Contudo. até 1992, esta ambigdo foi frustrada pela guerra destru dora, que assolou o pais e provocou grandes entraves para © desenvolvimento do sector. © Programa quinquenal para 0 periodo de 1995-1999, recentemente aprovado pela Assembleia da Repiblica r conhece a Educagio como sendo prioritéria e define como um instrumento central para a melhoria das con- digdes de vida e a elevacdo do nivel técnico ¢ cientifico dos trabalhadores. Ela é 0 meio bdsico para a compreensao € intervenco nas tarejas do desenvolvimento social, na uta pela paz e reconciliagdo nacional (Programa do'Go verno, 1995: 5). Face a0 que o Programa quinquenal estabelece, 0 Go- yerno da Repiiblica de Mogambique tudo faré para mo- bilizar um volume consideravel de recursos, visando_o desenvolvimento de recursos humanos através da educagio © formagio. Com efeito, 2 educacio é um factor essencial para os progressos perspectivados na satide ¢ nutrigo, na_pre- servacio dum ambiente de alta qualidade ¢ na’ melhoria dos niveis de stock duma mio-de-obra capaz de assur as_suas responsabilidades na vida politica, econémicc social e cultural A Politica Nacional de Educacao Por todas as razdes acima expostas, a politica nacional de educacdo de assegurar 0 acesso & educagéo a um niémero cada vez maior de utentes e de melhorar que- lidade dos servicos prestados em todos os nfveis e tipos de ensino. Portanto, pretendese massificar 0 acesso da populacdo & educagdo e fornecer uma educago com uma qualidade aceitével, isto & uma educacio com um con- tetido apropriado eum provesso de ensino-aprendizagem que promova a evoluco continua dos conhocimentos, habilidades, atitudes c valores, de modo a satisfazer os anseios da sociedade, ‘As politicas sectoriais e sua estratégia de imple- mentagao Mais adiante, por niveis de ensino, 0 Governo define. cm linhas gerais, a estratégia da implementacio da polit nacional de educagio, tendo sempre presente os dois vec- tores acima anunciados: a expansio do acesso e a methori da qualidade e relevancia do ensino. 11 DE OUTUBRO DE 1995 FE oportuno referir que, embora o Programa quinguenal tenha como horizonte temporal os préximos cinco anos, aay opgdes tomadas e as metas estabelecidas ultrapassam aquele periodo © tém um aleanve de longo prazo (1015 anos) 1. Objectivos gerais do Sistema Nacional de Educaco Sio objectivos gerais do Sistema Nacional de Educagao: «) Erradicar © analfabetismo de modo a proporcionar 4 todo 0 povo 0 acesso 20 conhecimento cien tifico e 0 desenvolvimento pleno das suas capacidades: 6) Garantir o ensino bésico a todos os cidadios de ‘acordo com 0 desenvolvimento do pais através da introdugao progressiva da escolaridade obri. at6ria; ©) Assegurar_a todos 0s mogambicanos 0 ave.s0 formacio profissional; 4) Formar cidadios com uma sélida preparagao cien- tifica, técnica, cultural e fisicu ¢ uma elevada educacio moral, civica e patridtica; ©) Formar o professor como educador © protissional consciente com profunda preparagio cientffica © pedagégica, capaz de educar os jovens © adultos; /) Formar cientistas e especialistas devidamente qua- lificados que permitam o desenvolvimento da produgio © da investigagio cientifica; 4) Deseavolver a sensibilidade estética e capacidade artistica das eriangas, jovens e adultos, edu- cando-os no amor pelas artes © no gosto pelo belo; hy Educar a crianga, o jovem e 0 adulto para 0 fo espitito da paz, tolerincia © democracia: 1) Fducar a crianga ¢ o jovem na prevengio © com- bate contra as doengas, particularmente 0 SIDA. © outras de transmisséo sexual. 2, Ensino Primério 2.1 Politica Geral A educagio, reconhecida como sendo unt instrumento fundamental para © crescimento econdmico e desenvolvi- mento social c visando promover 0 bem-estar dos indivi duos, tem os seus alicerces enraizados no Ensino Primério Na conjuntura actual, 0 Ensino Primério corresponde educagio de base que o Governo procura dar a cada cidadao, & luz da Constituigdo da Repiiblica © da Decla- racio Mundial de Tomtien, de que Mocambique ¢ subs- © Ensino Primério & © eixo do sistema educativo. Este cardcter decorre do papel que o ensino primaris processo da socializagio das criancas, na transmissic conhecimentos fundamentais como a Icitura, a escrita © © céleulo, ¢ de experiéncias e valores comummente aceites ng nossa sociedad. A educagao das criangas no nivel primério 6, por isso mesmo, crucial para © seu desen- volvimento’ posterior. Para responder a estes novos desafios, as priotidades da educagdo foram revistas colocando © ensino primério no topo. As metas estio estabelecidas. Importa, pois, que o ‘eurticlam 8 conteddos asjam revstos © sjusiados ao contexto actual. 77 22. Objectivos do Ensino Pamdrio Sao os seguintes os obyectivis do Fnsino Primario: 4) Proporcionar_uma fLrmnagdo basica va dreay da comunica,do, da mateméica, dus ¢: lurais e sociais e da educagdo li e cultural; b) Bncorajar a crianga 4 observar & pensar, ¢ a de senvolver um sentido de crescent autonomia; ©) Capacitar a crianga a dlesenvolver valores e atitu- des relevantes para a sociedade ein que vive: d) Ajudar a crianga a desenvolver pl.namente 2s suas potencialidades ©) Desenvolver conhecimentos sobre a sstide e nutri ‘go © a protecgaio do ambiente. ra realizagio dos objectives globais enunciados para © Ensino Primétio, sero Ievadas a cubo ts seguintes acgies estratégicas: — melhoramento day condigdes materiair das escolas ¢ redugio das dispirdades de rendimento entre elas; — desenvolvimento da reforma curricul:r traduzida em maior relevancia w flexibilidade pura corres ponder 20s diferentes contextos dc aprendiza gem: methoria das qualiticagoes e da competcneia pro: fissional do corpo ducente: —produgio do livto e outro material busico escolar fem quantidades correspondentes aus niveis da procura e estabelecimento de mecanismos de acesso iguais ¢ equitativos; —envolvimento dos pais © da comunidaste em geral nna gestio das escola 23 As estratégias ao nivel do Ensino Prmério . Expansio do acesso @) Cendrios alternatives © metas Trés cendrios sobre o descavolvimento do cnsino pri mério, até a0 ano 2008, foram projectados: =O primeiro, chamado Cenirio Base (C0), assume que nao havers altcrugSes nos pariunetros mais nmpottautes aie av ott + 2000, ay lanoo de wdasis- sao no EPI, as taxis de transigio ée um nivel a0 otro, a eficdcia interna bem como os prin: cipais racios relativos a utilizagio des. profes sores © salas de aulas, manterseic constantes durante 0 periodo; 0 segundo Cenério (C1) consiste nuima ligeira melhoria do anterior e assume um crescimento limitado das taxas de admissio bruta (de 63 % em 1994 a 70% no ano 2000) ¢ enfatiza a qualidade com algumas melhorias na eficacia interna. As taxas cle transiggo ent como os recursos relativos 80 enquadramento dos alu. nnos/turma e alunos/professor mantem-se cons- tantes, 2 semelhanc. do CO: 0 teteeiro Cendrio (C2) baseia-se no cbjectivo de atingir uma taxa de admissio bruta de 86 % tio ano 2000 © 95% em 2008, Ne te Cendrio as taxas de transigdo de um nivel ao outro au- mentam significativamente por forma a melhorar © acesso ao EP2, ESG e EPU e alirgar ligel- ‘ramente 0s niveis mais altos da piramvde escolar. 178 1 SERIE —NOMERO 41 As taxas de enquadramento dos alunos/turma e alunos/professor aumentam, havendo, no entanto, a preoeupago de manter os recursos correntes sob controlo. Considera-se que o CO nao 6 0 apropriado para o desen. volvimento da educagdo em Mocambique nos préximos anos. E apresentado apenas para ilustrar as consequéncias para o desenvolvimento do ensino primério, de um cendrio que nao propoe crescimento para os proximos anos e serve de referencia para os outros dois, que procuram atingir niveis elevados de crescimerto. © Cenério 2 & considerado 0 cendtio indicative dos csforgas a desenvolver no futuro por ser © que combina as orientagdes politicas bésicas do Governo, nomeadamente © aumento da oferta dos servigos educativos ¢ a melhoria da qualidade do ensino. Esta opgio polo Cenério C2 justifica-se pelas razdes soguintes: —a rede escolar disponivel em 1992, representava menos de 50% da existente em 1985; —a taxa de admissio bruta no EPI baixou de cerca de 110% em 1981, para 59% em 1992; —a taa de escolarizagdo bruta no EPI, baixou de 8090 ein 1981, para 56% em 1992; —a taxa média de crescimento anual da populagso Gos 6 aos 18 anos é estimada em 3,7 %, por. tanto, superior & da populagdo absoluta, cal culada om 2,8 %. 6) Acessibilidade © equidade: Serio aporadas ¢ reforgadas todas as medidas, que tavoregam a escolarizagao das criangas em idade escolar, tendo em viste « generalizacdo progressiva do ensino pri mirio completo de 7 classes. Para o reforgo do aumento do acesso a este nivel de ensino serao consideradas as estratégias que se seguem — Aumento do acesso e da acessibilidade focalizando as disparidades do género, entre as provincias ce, dentro destas, entre as zonas urbanas ¢ rurais, através da definigdo de normas da carta escolar sobre as areas de recrutamento dos alunos ¢ localizago das escolas; — Aumento do acesso através da redugio das taxas de repeténcia e abandono ¢ da melhoria das condicdes s6cio-educativas da aprendizagem: —Introduedo progressiva da promogdo automatica no EPI; —Criagio progressiva de condigées nas escolas pui- ‘mirias mcompletas para leccionarem as 5 classes do EP1, tornando-as assim completas de 5 clas- —Revisio da estrutura curricular do EP2, de modo ‘a que este seja parte do ensino primério com pleto de 7 classes, menos oneroso € de fécil expansio: —Fotnento do apoio da comunidade na construgio definstiva ou provisGria de instalagdes e equipa rmentos escolares com recursos locais; — Promogio do desenvolvimento das escolas privadas através de incentivos fiscals e disposigoes regu. lamentares mais flexiveis: — Coneassio da assisténcia financeira ds criangas das familias de baixo rendimento, especialmente &s rapariges, através do sistema da Caixa Escolar; — Encorajamento da utilizagio dos meios de comuni- caro social tais como a televisdo, o video, 4 ridio, para aumentar 0 acesso ao ensino. ©) Promagéo do acesso da rapariga: Nas classes iniciais do EP1, ndo hé diferencas significa tivas entre a participacto de’ rapatigas © rapazes. Porém, has classes finais do mesmo nivel de ensino ¢ na transigo para o EP2, a perventagem das raparigas tende a baixar com desequilibrios acentuados entre as provincias. Com vista a promover a igualdade e equidade de opor- tunidades no acesso da rapariga & educagdo, serdo tomadas a5 medidas seguintes: — Criagao de um ambicnte escolar sensivel ao género, através da identificagao e definigdo. das moda lidades de organiza¢ao do processo educativo de mudangas nos programas de formagio de professores; — Descnyolvimento da Carta Escolar Distrital para a estimagdo das nevessidades da educacdo a nivel local e determinacao dptima da localizacao dos estabelecimentos de cnsino; —Sensibilizacao da sociedade para a reducao da carga de trabalho doméstico das raparigas, pro- Videnciando 0 acesso & égua e a diminuicio dos gastos em combustivel Ienhoso através da utilizagio de fogbes methorados; — Promociio de sistemas alternativos de atendimento ’& educacdo da rapariga, como seja a organizacéo de programas de educagio néo-formal (ENF); — Estabelecimento de acordos com ONGs, confissdes religiosas e outros parceiros, para envolvimento desins na execucho do programs de educario la rapariga; — Aumento do nimero de professoras, recrutando-as ‘nas respectivas comunidades ¢ melhorando as condigdes de vida e de estudo nos centros de formacao: —Concessio de apoio financeito para a compra do ‘material escolar. 2.5.2. Melhor: da qualidade ¢ relevinca A melhoria da qualidade da educasio implica agar sobr. 0s inputs nevessirios para 0 éxito do processo de ensino aaprendizagem, as condigGes em que s¢ realiza esse pro- cesso e avaliar o desempenho dos produtos do ensino, em Fungo dos objectivos prevismente estabelecidos. [Neste sentido, a acgio do Governo vai concentrarse sobre a construgio, reabilitagdo © manutencao dos edificios escolares, © aprovisionamento em mobilidrio escolar, reforma curricular, a formecdo inicial e em servico'de docentes, a busca de incentivos para uma maior motivacdo ddos professores, @ produgio € distributicao dos Tivros esco- Tres para alunos ¢ professores e outros meios de ensino, bem como a adopeio de mecanismos mais eficazes de gestao das escolas e consentiineos com © momento actual @ Sobre os edificios ¢ mobilidrio escolar: No presente momento, as necessidades em novas sala: de aulas para o ensino primario (EP1 e FP2) esto esti- madas em cerca de 9500 (7500 para o EP1 e 2000 para @ EP2) até ao ano 2000. Nas condigors actuais da econo- mia mocambicana estes ntimeros vio exigir esfor enormes por parte do Governo. Por isso, o Estado atra\ 11 DE OUTUBRO DE 1995 do Ministério da Educa.io, deve buscar patceiros de dente fou fora do pais, para, em conjunto, trabalharem na tea Viragiio dos objectives e metes pteconizadas ‘As comunidades locais, onentadas pelos rexpectivos Srgdos do poder, devem ser mobilizadas no sentido ‘onsizuir, manter © gevit escalas com fecu'se a maeriais localmente disponives. 1B) Sobre a retorma curricula e avaliagio. © currfculum do ensino primétio, cm vigor nas escolas, std desajustado ao momento aptual e deve ser revisto ( adaptado is novas exigencies. Na reviso curricular haverd que tet em conta mao s6 ts mcewsidades nacionais (curriculum base) e focais, mas rinibém « evolucéo do ensino na regido em que Mogam- Digur s alyos.prio- ritétios os jovens, adultos, as mulheres © raparigas. ‘As medidas estratégicas para o desenvolvimento da ENF contemplam as seguintes acgoes: —2.1. Apoio técnico, desenvolvimento da investiga fo, definigo dos curricula e programas de formagao, definigdo dp normas de equivalénc’a ¢ cerlifieasao dos niveis de ensino odtidos por esta via e encorajamento do envolvimento das ONGs, cunfissdes religiosas € outrss comuni- dades organizadas na execucio dos programas; — Criagdo de uma rede de instituigdes «ndo-formais» para oferecer actividades educativas diversifi- cadas baseadas num curriculo aberto, que ass gue uma educagao eficaz, formagao téenico- ‘prof isional e actividades ndo-formais de base comunitéria; —Criago de unidades integradas de apoio comuni- tario para a organizagao de actividades multi- funcionais. Estas poderéo referirse tonto a -nctividade de ensino regular como a acedes de alfabetizacio e educagdo para mulheres, de cuidados de sade e de nutrigao; 1 SERIE —NOMERO 41 —Oferta as criangas da rua de oportunidades edu- cacionais diverstfteadas do or‘entacio téenico. -profissional 2.5.4. Edueavéo eypecial As eriangas com necessidades cducativas especta's podem ser divididas em dois grupos — as que apresentam um nivel de afecgio orginiea nao muito agudo que possai ser enquadiadas olas normais mas, com um atendi- mento especial © ihdiyidualizado, © aquelas cujo grau de afecgdo & severo e Teyem ser atendidas em escolas especial AAs criangas com necrssidades educativas especiats serdo identificadas, na medida do possivel, antes do inicio da escolarizagdo de modo a faciiar um atendimenta 2pr0- piado © oportuno. A maior Parte desta crianeas serd integtada em escolas normajs com um sistema de apo diferenciado, Professores capsvitados sobre técnicas e me- todologias de atenainiento especial serdo responsiveis por estas criangas. O ambiente das escolas existentes deverd mais acessfvel para as criangas com n.vcssidades O Ministério da Educagio convidaré ONGs para part. ciparem er programas conjuntos de desenvolvimento de escolas especiais. Um mecanismo de diagndstico e orienta- (do serd desenvolvido para determinar as criancas cujos desvios devam ser atendidos em escolas especiais e normais, ‘A criagio de oportunidades, para criancas com necessi- dades educativas especiais, constitui o principal, Para a sua consecugao, sero tomadas as seguintes medidas estra tégicas: —Promogdo do principio da integeacdo através da sensibilizagao e mobilizacdo de escolas regulares © comunidades para o programa de educacio especial integrado; —Formagao de professores de apoio itinerantes, for- necimento de materiais de ensino e equipamento © concepgao de planos de estudo flexiveis pa criangas com necessidades educativas especiai 2.55, Financiamento Com vista a alcangar uma cobertura progressiva d. populagdo escolarizével do Ensino Primfirio, o Estado deverd ser a fonte principal do financiamento deste nivel de ensino. O reforgo dos recursos pablicos a ak Ensino Primério, constitui uma das condigdes indispen- siveis para a iniroducdo da escolaridade obrigat6ria. Adicionalmente, 0s pais © as comunidades em geval, deverdo continuar’ a comparticipar nas despesas da educa. gio, bem assim na formagéo de corpos de gestio das escolas. 3. Ensino Secundério Geral 3.1 Politica gerat © ensino secundério geral tem como objective funda- ‘mental ampliar ¢ consolidar os conhecimentos adquiridos no ensino primério, tendo em vista o ingresso no ensino superior ou a patticipagio em actividades produtivas. Para tanto, 0s graduados do ensino secundirio devem atingir um dominio sétido da Lingua Portuguesa, Matemética © Ciencias. © ESG deve oferecer um ensino de elevada qualidade mais acessivel para um nimero cada vez maior de alunos ar cursos apropriados para desenvolver habilidades 41 DE OUTUBRO DE 199. « atitudes néo s6 na perspectiva da continuacio de estudos, mas também, para a inserego na vida laboral Esforgos matitiplos ¢ concertados serio empreendidos para melhorar o acesso, reduzindo as disparidadcs entre as provincias e entre os distritos, dentro da mesma pro- vineia, as repeténcias ¢ o abandono escolar. ‘© equilfbtio de participagio escolar, entre rapazes ¢ raparigas, devers estar no centro das politicas de elevacio do acesso e melhoria da qualidade da educacto. 32. Objectivos do Ensino Secundario Geral Sfio os seguintes os objectives do Ensino Secundério Geral: 4) Consolidar, ampliar ¢ aprofundar os conhecimentos, adquiridos no ensino primério, nas eiéncias na. turais © sociais, matematica e nas reas da cultura e educagao estética; ) Preparar os alunos para a continuagéo de ‘no ensino super‘or ou participar ema act produtivas; ©) Desenvolver conhecimentos sobre a savide © mu trigdo ea protec¢do do ambiente 23. As estratégias a0 nivel do Ensino Secundério Geral 5.3.1. Expansio do acesso 4) Os Cenétios: Dada_a prioridade atribuida ao desenvolvimento do Ensino Primério assumindo que os graduados do Ensino Secundério Geral se destinam principalmente a0 Ensino Superior cuja expanséo se prevé moderada, os efectivos deste nivel de ensino, no 1. ciclo, itdo crescer de modo a atingir uma taxa de transicZo de 61% no ano 2000, ou seja, 65.000 alunos, 0 correspondente 20 dobro dos efeetivos actuais. No 2. ciclo do Ensino Secundério, haverd crescimentos resultantes dos graduados do nivel precedente € da intro- dugo deste nivel em todas as provincias do pais. Em termos de efectivos, prevé-se que o 2.° ciclo do Ensino Secundério atinja o dobro dos efectivos actuais no ano 2000, ou seja, cerca de 8000 alunos. 6) Acessibilidade © equidade: —Construcio de 25 novas escolas secundérias do 12 ciclo nos distritos nao cobertos preset mente € introdugo do 2.° ciclo nas provincias ainda nao abrangitlas por este nivel de ensino, assim como nouttas cidades, em funcio da dis ponibilidade de professores © equipamentos apropriados; —Reabilitago e apetrechamento das escolas secun. darias existentes; — Promogio do desenvolvimento de escolas privadas, através de incentivos governamentais priorita- riamente concedidos &s escolas que se implan- tem em zonas onde nao exista o ensino ptiblico do nivel correspondente; —Construgio de 5 novos centros intématos para ampliar a equidade no acesso, reabilitacdo rnelhoramento das condigdes de fune‘onamento dos existentes; — Comparicipagio das familias nas despeses de edu cago através do sistema de pagamento das taxas de propinas e de internamento, mantendo actwalizado © seu valor real; 181 —Construgo de casas para professores de modo a assegurar a sua colocagio nas novas escolas que forem construfdas. Seré igualmente necessé- rio proceder ao estudo de um mecanismo de proviso de casas através do’ Fundo de Fomento Habitacional e de outras casas que possam ser construfdas a partir de iniciativas do proprio Ministério da Educagiio ou das autoridades Tocais. ©) Promocéo do acesso da repariga: Na transigfo do Ensino Primério para o Secundétio, 6 sistema educativo sofre uma perda substancial de rapa nigas. Actualmente, a participasao das raparigas no Ensino Secundério Geral € cstimada em 36% contra os 42 % do Ensino Priméri Medides de apoio e incentivo, para 0 acesso ¢ sucesso das raparigas no sistema educativo, sero tomadas, através das — Attibuigdo de bolsas de estudo a raparigas prove. nientes de familias de baixa renda e que revelem bom aproveitamento pedagdgico; —Promogao da participagio das raparigas, através da isengdo do pagamento das propinas, aquelas que forem de famflias de baixo rendimento; —Criacio de um ambiente escolar sensivel a0 género, através da identificaggo e definicio das mode: lidades de organizagao do processo educative ¢ das mudangas nos programas de formagio de professores; —Sensibilizagio da sociedade para a redugio da carga de trabalho doméstico das raparigas, pro- videnciando 0 acesso & égua e a diminuigo dos gastos em combustivel lenhoso através da utilizagdo de fogdes melhorados. 3.4. Melhoria da qualidade e relevancia A melhoria da qualidade e relevancia da educagio seri alcangada através de medidas que actuem sobre os detcr- minantes da eficécia escolar, nomeadamente a reforma curricular, a melhoria da qualificagdo do corpo docente favorecendo as acgdes de formacio inicial ¢ continua, apoio pedagSgico, modemnizacio dos métodos de ensino € proviso de material escolar, reabilitaggo © apetrecha- mento das escolas. a) Sobre os edificios ¢ mobiliério escolar: —Fsforgos sero desenvolvides para reabilitar as «seolas secundérias em funcionamento e d Jas de equipamento apropriado para o ensino < © para as préticas laboratoriais; — Reabilitagdo das escolas e seu apetrechamento coin equipamento laboratorial ¢ doutras salas es- peciais; — Aprovagio do equipamento padrio para os labora. t6rios e outras salas especiais do ensino secun- dato. 4) Sobre a reforma curricular e avaliagao: ‘A reforma curricular, no Ensino Sencundério Geral, inclui medidas tendentes a tomar os contetidos de apren- dizagem mais apropriados e relevantes a introdugio de novas disciplinas. Na revisGo curricular seré salvaguardado © enfogue nacional e local nas contetidos, bem como a perspectiva da regio em que o pais se encontra inserido. 182 ‘As medidas a serem tomadas neste Ambito compreendem: —Realizago de um estudo de avaliagiio com vista a afotir 0 nfvel de desempenho dos alunos do ensino secundirio, em particular, nas disciplinas de Portugués, Matemética e Ciéncias cujas con. clusbes servitio de base para a revisio do curriculo deste nivel de ensino; —Reyistio dos curricula e progtamas de Portugués, Matemética e Ciéncias de acordo com as con- clusies do estudo a efectuar, bem como a rein- trodugdo das disciplinas de Filosofia, Desenho € introdugdo & Informatica; —Revisio do sistema de avaliacio © exames —Promogio de medidas visando o esclarecimento dos graduados sobre a sta otientagio para os diferentes cursos do ensino superior, através da publicagao de brochuras indicando as opedes possiveis © as implicagdes de cada opgio em termos de continuagio de estudos © emprego. ©) Sobre a formago inicial e em exerefcio dos pro- fessores: ‘A formagéo inicial ¢ cm exercicio desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade da educaciio, uma vex que proporciona uma elevacéo continua da compe- téncia profissional dos professores. A formagio inicial de professores para o Ensino Secun. dério seré assegurada pela Universidade Pedagégica, satis. fazendo assim as necessidades decorrentes do crescimento deste nivel de ensino. Em patalelo, sero promovidos esquemas regulares contfnuos de formagio em exercicio, tendo como base 1 prdpria escola, Serio concebidos mecanismos de acom- panhamcnto ¢ integragiio dos professores recém-formados, por forma a facilitar a sua répida profissionalizagio, com © apoio da UP. Outras medidas a serem desenvolvidas neste Ambito sfo: —Promogio, em colaborago com a Universidade Pedagégica, de cursos regulares de. formagio em exercicio para professores das Ciéncias, se necessério com recurso a0 ensino & distdncia; — Organizado de cursos de fornhagio de professores para a disciplina de Desenho: citago de professores na utilizagio de eq pamento audio-visual de ensino e computadores; io, em coordenagéo com a UP, de materiais de apoio pedagdgico para a formacio em cxer- Cicio dos professores. d) Sobre a motivagio do corpo docente: As estratégias para a elevacio da motivagao e do nivel de desempenho dos docentes do Ensino Secundétio so as mesmas quo se definem para o Ensino Primétio. Dadas as catacteristicas do Ensino Secundétio, as acgdes de apoio pedagégico © capacitagao em exercicio, estaréo centradas ras escolas, tendo os grupos de disciplina como nticleos organizativos. ¢) Livro escolar © outro material de ensino: No fimbito do livto escolar, sero desenvotvidos esforgos para garantir 2 produgio e distribuigao dos livros adopta- dos para professores ¢ alunos. As. bibliotecas escolares deverio ser dotadas de acervos bibliograficos, com titulos de cultura geral, tendo em vista o aumento do horizonte dos alunos. I SERIE—NOMERO 41 Deverd ser encorajada a participago de_professores nacionais experientes no desenvolvimento dos materiais de ensino, através do pagamento de direitos de autor, f) Financiamento: Com vista a alcancar uma cobertura progressiva da populagio escolarizével do Ensino Secundério, o Estado deverd set a fonte principal do financiamento deste nivel de ensino, Adicionalmente, os pais ¢ as comunidades em geral, deverao continuar 2 comparticipar nas despesas da edu- cagéo, bem assim na formaggo de corpos de gestio das escolas. 4, Ensino Técnico-Profissional 4.4, Politica geral © Ensino Técnico tem a responsabilidade de formar os operdrios ¢ técnicos necessérios devidamente qualificados, para responder is necessidades de mio-deobra qualificada ara os diferentes sectores econémicos e sociais do pais. Assim, 08 cursos técnico-profissionais sero planificados de modo a reflectir as necessidades do desenvolvimento da economia nacional ¢ tém wm carécter terminal. ‘A prioridade, em termos de expansio, centrarse-é na reabertura das Escolas de Artes © Oficios e Blementares Agricolas em razio do papel que as mesmas deverio desenvolver na reactivagao do tecido produtivo nas zonas rurais e fixagio das populacdes. Nos outros nfveis do Ensino Técnico, seré mantida a actual rede de escolas ptiorizando, no entanto, a introdugo de melhorias qua- Titativas através de medidas que incluam a racionalizaggo da estrutura de especielidades no nivel bésico ¢ 0 apetre. chamento de oficinas ¢ laboratérios. Para akim dos cursos organizados em moldes formais, as escolas téenicas estardo abertas a cursos. nao-formais orientados para o desenvolvimento de habilidades profis- sionais especificas a quem delas careca. Em todas as politicas do desenvolvimento do Ensino Técnico, atengfio especial seré dada ao incremento da patticipagdo das raparigas. 4.2. Objectives do Ensino Técnico-Profissional Sao os seguintes os objectivos do Ensino Técnico-Pro-~ fissional: @) Assegurar a formagio integral ¢ téenica dos jovens em idade escolar, de modo a preparé-los para © exercicio de uma profissio, 6) Desenvolver nos jovens as qualidades bisicas da personalidade em particular, educando-os a assumir uma atitude correcta perante o trabalho; ©) Desenvolver capacidades de anilise ¢ sintese, de investigacdo e inovacao, de organizagio ¢ direc- gio cientifica do trabatho; d) Desenvolver conhecimentos sobre a satide © nu- ‘igo € a protecggo do ambiente 43. Estratégias ao nivel do Ensino Técnico-Profissional 45.1. Expansio do acesso |. @ Os Cenétios: ‘Assumese que o Ensino Técnico-Profissional tem um. cardcter terminal devendo, por conseguinte, desenvolver politicas que priorizem a qualidade © a relevincia da formagio profissional. O comportamento do mercado de 11 DE OUTUBRO DE 1995 twabalho em termos de procura de mio-de-obra para as diferentes especialidades, constitui um factor importante 2 considerar na expansiio deste nivel de ensino, Assim, 0 cendrio previsto para o Ensino Técnico ¢ de uma Significativa expansio do nivel téenico elementar, © que correspondera & abertura de, pelo menos, uma escola em cada provincia até 20 ano 2000. Para os niveis bfsico € médio, nfo se prevém medidas de expansio da rede actual de escolas. Haverd, no entanto, aumentos ligeiros de efectivos resultantes das medidas ‘a serem introduzidas para a melhoria da eficécia interna de sistema, 8) Acessibilidade e equidade: Prevé-se a introducdo do Ensino Técnico Médio Agrétio no norte do pais, para aumentar a accssibilidade e a equi- dade a este tipo de ensino na regio e responder a procura do desenvolvimento agrério de que a mesma é potencial- mente rica, Com vista a permitir o acess aos cursos técnicos a um miimero mais significativo de candidatos, serio desenvolvi- dos e adoptados modelos alternativos ao ensino formal + de longa duracio, nomeadamente: —Formagio modular, partindo de troncos comuns a vérias reas do mesmo ramo de formagio; — Cursos profissionalizantes com a duragio méxima de dois anos, ditigidos a candidates que pos- stam 0 nivel de formagio geral correspondente 2102 © 4 12+ classes, para os casos do ensino bisico ¢ médio, respectivamente. ) Promogdo do acesso da rapariga: A participagio da rapariga nos cursos técnicos ¢ baixa, com percentagens inferiores as que se registam nos nfveis equivalentes do Ensino Secundério Geral. As raparigas constituem 20 %, dos efectivos que frequentam os niveis Basico © médio do Ensino Técnico. Haverd que tomar medidas globais, que estimulem 0 acesso das raparigas a0 Ensino Técnico e, de modo par- ticular, as especialidades tradicionalmente reservadas para ‘6 sexo masculino, Da mesma maneira, devido ao papel de- isivo que a mulher desempenha para o desenvolvimento ia agticultura, serio tomadas medidas especificas visando © encorajamento do ingresso de raparigas nos cursos agricolas. © ambiente do ensino nas escolas deveré mudar tor- nandose mais sensivel e equitativo na perspectiva do género. Os incentivos materiais, visando a promogo do acesso das raparigas, incluem apoios indirectos s familias, com vista a alivié-las da carga do trabalho doméstico do custo de oportunidade que isso representa, bem como a concessio de apoio directo as alunas mais necessitadas sob forma de bolsas de estudo, isen¢o de propinas e atribuigio do livro e material escolar. 43.2. Melhoria da qualidade ¢ relevincia Nas condigdes actuais do seu funcionamento, 0 Ensino ‘Técnico debate-se com fortes caréncias de equipamentos © materials diversos para o desenvolvimento de priticas aboratoriais e oficinais © que se reflecte na qualidade € perfil dos graduados. Para inverter este quadro serd priorizada a adopea0 de medidas que visem a clevacio da qualidade do ensino, nomeadamente a criagio da base material de estudo; 0 183 recrulamento de docentes com experiéncia profissional s6lida, o reforgo do financiamento e diversificago das suas fontes, bem como a reforma curricular e a avaliagéo. a) Sobre os edificios ¢ mobiliério escolar: —Serfio levadas a cabo acgdes que visem a reabili- taco das escolas € seu apetrechamento em mobiliétio, equipamento ¢ outros materiais para a8 oficinas ¢ laboratérios. 6) Sobre a reforma curricular e a avaliagao: Para possibilitar a criagio das condigces indispenséiveis 20 desenvolvimento de um ensino téenico de boa qualidade, haverd que proceder racionalizagio da rede de escolas técnicas que ministram o nivel bisico, convertendo-as, total ‘ou parcialmente, em escolas do ensino geral ou elementarcs (Artes © Offcios ¢ Agricolas). Esta medida permitird a Concentragio de esforgos e dos recursos materiais ¢ finan. cris na teabilitagofsiea € apetechamento das restanes ‘A melhoria da qualidade dos graduados passa também pela racionalizagéo da estrutura de especialsdades de for. Tago actualmente existente ¢ a adequagao dos perfis ¢ curricula de formagio. © envolvimento dos parceiros so. ciais ¢ fundamental para o alcance deste objectivo, pre vyendo-se, por isso, um trabalho mais articulado com os empregadores no desenvolvimento curricular, através da constituigfo de equipas multisectoriais de ‘planificagao curricular para as diversas dreas de formagdo, Os empregadores e os sindicatos terdo um papel parti cularmente importante na reintrodugdo e desenvolvimento de um sistema de avaliagio e certificagao profissionel, através da realizado de exames de aptido profissional € da atribuigdo de carteiras profissionais, ‘A médio prazo, deveré ser aprofundado o conhecimento do nivel de integragio profissional dos graduados do ensino ensino técnico, com vista a aferir mais objectivamente a adequagdo dos perfis de formacio as exigéncias do sector laboral. Este conhecimento sezvird de base para a reforma curricular, que se impoe no quadro da melhoria da efi- cécia e da relevéneia do ensino técnico-profissional. Para 0 alcance deste objectivo, seré criado e desen- volvido um sector de acompanhamento e investigacio so- bre 0 desempenho dos graduados do Ensino Técnico, bem come a recolha de dados para a planificagio das neces dades futuras de formagao. ©) Sobre a formagio inicial ¢ em exercici fessores: de pro- Para garantir a boa preparacdo tebrica e pritica dos graduados, 0 corpo docente para as escolas ¢ institutos {éenico deverd ser constitudo, maioritariamente, por ‘tecnicos vom formacio ¢ experiéncia profissional solidas nas respectivas dreas de especialidade. Por isso mesmo, serio desenvolvidos mecanismos que favorecam o recru: tamento de docentes a partir das empresas, através, por exemplo, de convénios ou contratos com as escola. Para estes docentes © outros que pretendam candidatar-se A docéncia nas instituicdes do ETP, sero organizados ‘cursos de formagio inicial, com objectivo de Ihes conferir ‘conhecimentos nos dominios psico-pedagdgico e de meto- dologias de ensino, A organizacdo ¢ realizacéo de cursos de capacitacdo e actualizago do corpo docente merecerd, jgualmente uma atengao especial, 184 @) O Ensino Técnico e os parceiros sotiais: © envolvimento dos parceitos sociais na formagéo cons- titui um imperativo da eficécia tendo em vista a satisfagao das reais necessidades qualitativas e quantitativas do mer- ado do trabalho. Nesta perspectiva, aos diferentes nivets, representantes do Governo, dos empregadores e dos sindicatos integrardo conselhos tripartidos. ‘Ao nivel central a Comissiio Consultiva do Trabalho (CCT), como forum tripartide de concertagao ter uma sub-comissio para assuntos de formagio. A CCT seré um Ordo de consulta em matérias relevantes do Ensino ‘Técnico-Profissional, competindo-lhe assessorar 0 Governo na definigfio de politicas gerais de formagio, a ela cabendo designdamente pronunciar-se. sobre: —a qualidade e necessidades quantitativas de mao- “debra; —os eritérios de comparticipagdo dos parceitos so. ciais nos cusios da formacio; —os principios bisicos dos perfis dos graduados do ensino séenico; —a configuragio dos curricula de formagio; —a anilise custo/eficécia dos'sistemas de formacio; —as convengies internacionais relativas ao ensino téenico, De igual modo, e com vista a ajustar a formacio realizada nos diferentes estabelecimentos de ensino ds necessidades espectficas de desenvolvimento das tegides em que se situam, serdo criados Conselhos Locais do Ensino Técnico-Profissional, os quais deverio reflectir ¢ orientar as escolas sobre a.necessidade de introdugéo de outros cursos e tipos de formacao. ©) Financiamento: ‘A. produgio escolar ¢ outras actividades geradoras de xceeitas para 0 reforgo do financiamento das escolas técnicas sero fortemente reactivadas e encorajadas, Devido aos avultados investimentos que « implantagéo do ensino técnico implica, sero consideradas outras fontes de financiamento, nomeadamente a criagdo, a médio-longo prazos, de um fundo para a formacio, proveniente da compatticipaciio dos empregadores sob a forma de uma taxa, De igual modo, iré proceder-se ao reajustamento da compatticipacio dos alunos, que beneficiam desta forma- io, através do pagamento de propinas e mensalidades (no’ caso das instituig6es que funcionam em regime de internato) cujo valor real se _mantenha actualizado 10 tempo. Serd estudada a possibilidade da introducio da moda. Iidade do pagamento de propinas em numerétio, revertendo fas receitas directamente para a cobertura de despesas de funcionamento da escola. Em paralelo, serfo constituldos corpos de gestéo integrando os pais e’a comunidade em- presarial para se ocuparem, entre outros aspectos do fun- cionamento da escola, do controlo da utilizaeo dos fundos resultantes das propinas e doagies. 5. Ensino Superior 5.4, Politica geral ‘Ao Ensino Superior compete assegurar a formacio, a nfvel mais alto, de técnicos e especialistas, nos diversos dominios do conhecimento cientffico, necessdrios ao desen- volvimento do pais e realizese em estreita ligagio com a investigagao cientifica. 1 SERIE —NOMERO 41 As politicas de desenvolvimento do ensino superior a médio prazo, priorizardo a expansio do acesso a melhoria da qualidade do ensino, A expansio do ensino superior observaré, nunca podendo pér em causa, a melhoria da qualidade’ do ensino. Implicitamente, esté aqui considerado © aumento da eficdcia no que respelta & qualidade ¢ role- vaincia dos graduados, a investigagdo, a prestagio de se: vigos, a diversidade © representagao regional. De uma maneira goral, a expansio do accsso na pers- pectiva do género, tanto a nivel do corpo discente quanto 4 nfyel do docente, metecerao prioridade nas politicas de desenvolvimento ‘do ensino superior. 5.2. Objectivos do Ensino Superior Sfio 0s seguintes os objectivos do Ensino Superior: @) Formar nas diferentes reas do conhecimento, profissionais, técnicos e cientistas com um alto grau de qualificagio; 5) Incentivar a investigacio cientifica e tecnol6gica como meio de formagiio dos estudantes, do solugdo dos problemas com relevéncia para a sosiedade ¢ de apoio ao desenvolvimento do pais; ©) Difundir actividades de extensio, prineipalmente através do interedmbio de’ conhecimentos técnico-cientificos; " 4) Desenvolver acg6es’ de pés-gcaduago tendentos 80 aperfeigoamento cientilico € téenico dos docentes e dos profissionais de nivel superior em servigo nos. virios ramos e sectores de actividade, 5.3. Estratéglas ao nivel do Ensino Superior 5.3.1. Expansio do acesso @) Principios gersis para uma politica de expan: © conceito de expansio engloba todas as acgdes ten- dentes a aumentar a capacidade do Ensino Superior ¢ responder as exigéncias sociais, politicas, econémicas ¢ culturais do desenvolvimento do pais. Estas acces poderio tomar a forma de aumento do nimero de estudantes, aumento dos graduados, melhoria da qualidade do ensino, ctiago de novos cursos e introdugdo de novas areas cien tificas e de cursos de pés-gtaduacio. Estas acgdes, necessi- — tam de ser acompanhadas pelo desenvolvimento da coope- rago com outras instituigSes nacionais © internacionais, Neste sentido, a expanso exitosa do Ensino Superior terd com base os principios seguintes: —A ligagfo & esfera econémica e social como um principio basilar para a estabilizagio ¢ desen- volvimento do Ensino Superior, de modo a que haja um conhecimento maior dessa realidade, desde a adequagio dos perfis dos. graduados a9 mercado do trabalho, até a0 desenvolvi. mento de actividades de investigagio aplicada ¢ de prestago de servicos, de acordo cém as « necessidades da sociedade; —A criagio de «interfaces» com a sociedade que sera prosseguida de forma mais persistente, através de uma politica de criago de centros de inves- tigagfo, extensto e/ou prestacdo de servigos por 4reas clentificas ou de caricter multidisciplinar, com maior autonomia, que se constituiro como elementos fundamentais de interacgfo com a sociedade, basendo-se em princfpios de gestfio empresarial; 41 DE OUTUBRO DE 1995 185 — A continuagio da estabilizagio © consolidacao das — 0 aumento da eficdcia do ensino imphcaré a ree. instituigoes do ensino superior, devendo pro: lizagdo de uma revisio curricular, qu: introduza ritariamente modificarse de modo radical a actual politica de salésios, conttibuindo ass’m para incentivos, melhorar as condigces de tra- balho, debelar a crise existente a nivel do corpo docenie ¢ téenico administrativo: — A estabilizago e consolidagio do que existe em cada instituigdo, como pressuposto para um. desenvolvimento equilibrado © sustentavel De modo particular, @ expansio do ensino superior seré alcancada através de medidas que conduzam e: —Aumento do miimero de ingressos bem como a sua representatividade regional © por sexo: —Melhoria da eficdcia intcima pare 0 aumento du ‘imero de graduados c, consequentemente, dos ingressos; —Criagiio de novos cursos, que inclui formagao em freas ats agora nfo abrangidas pelo ensino superior, assim como dentro das drvas jd exis- tentes; —Incremento do pessoal docente, através da_com- binagio de estratégias de rectutamento ¢ desen volvimento do pessoal local ¢ contratagao de professores estrangeitos para dreas que 0 jus tifiquem; —Introdugio ‘de novas formas de ensino, come 0 ensino a distincia © o voluntariado nos cursos tem que estes métodos de ensino sejam posstvets: —Realizagio duma_revisio curricular que ctie si temas mais eficazes e flexiveis de formacdo, introduzindo uma graduagdo intermédia © sis temas de créditos © opcdes: — Abertura de cursos de pés-graduagao, considerando esta no seu sentido mais amplo (doutoramento, mestrado, estigios, diplomas, certificados, for macio profissional, etc.); — Aumento das instalagées, construindo mais espagos para salas de aulas laboratdrios ¢ outras insta lagdes de apoio, 0 que poderé ser feito em material pré-fabrieado, ou outras formas. mais, econdmicas: —Expansio da investigagio e extensio nos érgioy (Faculdades, Departamentos ¢ Centros) e através da abertura’de novos centros, onde se ass de forma concreta, a investigacio, a prestacao de servigos ¢ a formagdo de diferentes nive (graduacio © pés-graduagio); — Estimulo ao concurso do sector privado de ensino através de incentivos de natureza_ financeira e/ou fiscal « da consultagao © participacao na Formulacio das politicas e programas especifcos de desenvolvimento do ensino superior. [As acgBes de expansio serio concretizadas considerando 1 lovalizagao geograficn actual das instituigdes do ensino Superior (sem expansio territorial), ou levando essay feg0°s para outros pontos do pais (com expansio terri torial. Estas duas opcdes no se excluem, mas antes se completam. 53.2, Melhoria da qualidade e relevincia Serdo desenvolvidas as acgdes que se seguem para al cangar 9 methoria da qualidade do ensino e sua relevancia —Aumento da eficdcia do proceso de ensino © de ‘uprendizagem; sistemas mais flexiveis e relevantes di: tormagao ca adopgio de medidus de cardcter sedagégico adequadas, que permitam aumentm a quanti- dade e qualidade de graduados. A revisio cur ricular terd também cm vista a diversificagio dos graus académicos conferidos; — Serio methoradas as condig6es de ensiro © apren: dizagem, em particular a provisio do material de estudo ¢ 0 apetrechamento das ibliotecas, —Melhoria das condigées de vida dos. :studantes, através de medidas de assistencia social, d wadamente nas residéncias restaurantes vniversitérias; —Reforgo da investigaciv, extensio ¢ presiagio de setvicos através da dclini¢ao de politicas mais esprcificas sobre a investigagao, © scu finan- cciamento bem como o exereicio pelus docentes de actividades de extensdo e prestacdo de ser. vigos especializados dconsultoria; —Fstabilizagio ¢ formariu do corpo docente e téenico administrative através da adopeio de medidas no ambito do seu recrutainento, for- macio e enquadramento, que promovam a sua retencéo e envolvimento nas actividades de en. sino, investigacdo € evtenso, bem como a se guranga social dos decentes ¢ técnicos, vobrindo dreas como satide, hubitacdo e outros beneficios lirectos; —Encorajamento da contribui¢do de protssores v1 sitantes para participa: em actividades de revi sio cutricular, ensino © exames em di seleccionadas © tambéin para a lei alguns cursos: —Cooperacio regional ¢ internacional com outra: instituigdes de ensino superior, envolvendo a formacao € troca de estudantes, © dlesenvolvi- mento do pessoal académico, entre outras egies: — Ligagio do ensino superior @ comunidae no que respeita & articulagio ensino-invest sino-produgio e invesligagio-produgio 535 Financiamento © ensino superior representa um investiment nacional grande em termos de recursos Iuumanos, financeitos e ms terials, Para além dos recursos piblicos alocados para realizacao dos projectos de funcionamento e investiment.» do ensino sunsrior, serio ainda cunsideradas oxiras fonte> © formas de financiamento, desi :nadamente —Cobertura parcial doy curtos de formag.o através da actualizacao das prupinas e das cor tribuigdes dos estudantes nus rsidéneias ¢ restaurantes Avaliagao da possibilidad do pagamente das taxas de propinas em numeratrio, devendo us valores correspondentes revert.r directaments a favor das instituig'es de ensino; — Realizagdo de uetividades que geram 1endimentos tais como a formag.io profissional, a investi gago € contratos de « onsultoria; —Fstabelecimento do principio da compuirticipagio do sector produtivo nm» financiamento do en- sino superior: — Instituiggo do pagamento de propinay ua Univer sidade PedaySgica 186 I SERIE — MERO 41 1. O Estado ¢ as instituigoes privadas A instituigBes superiores de ensino privado contribuirdo para o aumento das oportunidades de acesso i formago de quadros nacionais ¢ para o desenvolvimento da ciéncia € tcenologia, particularmente no cenério actual em que os recursos piblicos sio escassos. Ao Estado, cabe a criagdo de uma atmosfera legal e 0 desenvolvimento de uma politica de incentivos adequados a¢ desenvolvimento deste sector. O Estado incentivaré ainda o sector privado do ensino superior a operar nas reas ¢ domfnios onde os seus recursos so insuficientes £. Administragéo do Sistema Nacional de Educacio © Estado tem um papel preponderante no. desenvolvi- mento da educagio, cabendolie a funcdo de legislago © coordenagao da actividade do ensino piiblico. As responsabilidades do Estado consistiro, mais espe- cificamente, ni —Regulamentacio © estabelecimento de principios gerais para a educaca —Elaboracio de projectos legislativos, que regulem © desenvolvimento da educagio; —Determinagao de critérios para o financiamento das instituigdes de ensino ptblico; —Definigao de politicas cientificas; —Definigo de critérios que orientem as carreiras docenies de investigacao. © Ministério da Educacdo € responsdvel pela admi tracao do Sistema Nacional de Educagao em todos niveis. A gestdo das reas do SNE é feita tendo em conta a existéncia de duas divisces: uma constitufda pelas éreas fin ¢ que integra as Direcedes que se ocupam pelo admi- nisuativo da actividade fundamental — o ensino, ¢ a ‘outra considerada érea meio na qual intervém os sectores que contribuem para a realizagio da actividade funda- mental. {As actuais responsabilidades funcionais e administrativas so organizadas numa perspectiva de gestio vertical Por- tanto, 2 gestao do sistema educativo € extremamente cen- tralizado. Hi necessidade de prosseguit com as acg6es de revisiio a estrutura orginica do Ministério da Educacdo em curso © estabelecer mais claramente uma divisio de fungies responsabilidades sobre a decisio e a gestio operacionat nivel central, provincial ¢ escolar. A planificago e a administragao do Sistema Nacional de Educagio evoluiré, progressivamente, para a descen: talizagao dando mais responsabilidades aos érgios locais para a formulacao e execugao dos programas. 0 mandato do Ministério da Educagdo, consistird, fundamentalmente, em coordenar, normar ¢ acompanhar as actividades rea. Jizadas, minimizando os desequilibrios regionais © garan ‘indo niveis satisfat6rios de desempenho do sistema A reforma da estrutura educacional basear-se-é na: —descentralizagao do sistema de decisio e gestao; —envolvimento da comunidade na responsabilidade operacional autoridade para a gestio da edu: cago ¢ dos seus recursos: —Introdugaio do conceito e prética de gestio na direcgao das escola, através de uma formagav apropriada aos seus dirigentes. objectivo da reforms estrutural é criar uma atmosfera _ favordvel a intervengao mais efectiva dos parceiros socia reforcar a qualidade da educaca Uma das premissas fundamentais para o éxito das re. formas previstas na planificagdo ¢ gestio do sistema edu. cativo € a criagao, pela via de uma formacdo apropriada, de uma competéncia profissional local para a correcta execugio das politicas do sector. Nesse sentido, serao desenyolvidas acgdes de formagao inicial ¢ continua dos directores das escolas, dos planificadores e administradores educacionais, inspectores escolares e supervisores, Serio retomades os trabalhos da microplanificacio e carta escolar tendo em vista a expansio do ensino priméti © reorganizagio do ensino primarié de 7 classes. Deverd existir uma clara indicagdo de competéncias no que con: ceme & construgao, equipamento e conservacao das insta- laces escolares, acompanhada de uma transferéne'a de capacidade operatéria, financeira ¢ técnica para os niveis provincial e/ou municipal, conforme 0s. casos. ‘A Inspecedo Escolar é um instrumento importante para © acompanhamento ¢ melhoria da qualidade da educagao ‘As suas responsabilidades consistem em inspeccionar .¢ apoiar os professores no proceso de ensino-aprendizag.: © manter © Ministério da Educacio informado sobre o estado dos servigos educativos.

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