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Estrutura de Mercado Capt 7
Estrutura de Mercado Capt 7
patentes: enquanto a patente nao cai em dominio puiblico, a empresa é a tinica que
detém a tecnologia apropriada para produzir aquele determinado bem;
> controle de matérias-primas basicas: por exemplo, o controle das minas de bauxita
pelas empresas produtoras de aluminio.Estruturas de Mercado. 99
empresas que dominam a oferta de mercado. Ele pode ser defnido como um mercado em que
apequeno ntmero de empresas, como a industria automobilistca, ou entéo em que hé grande
niimero de empresas, mas poucas dominam o mercado, como na industria de bebidas.
Osetor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, sendo possivel encontrar inumeros
exemplos: montadoras de veiculos, setor de cosméticos, industria de papel, industria de bebi-
das, industria quimica, industria farmacéutica, dentre outras,
No oligopdlio, tanto as quantidades ofertadas como os precos sao fixados entre as em-
presas por meio de conluios ou cartéis. O cartel é uma organizacao (formal ou informal) de
produtores dentro de um setor que determina a politica de precos para todas as empresas
que a ela pertencem. Elas costumam adotar uma politica de precos comum, agindo como
monopolistas (a chamada solugéo de monopolio). Elas podem fazer uma concorrénci
tra-preco em termos de propaganda, publicidade, promogées, etc
Nos oligopélios, hd empresas lideres que, via de regra, fixam o prego, respeitando as es-
truturas de custos das demais, e ha empresas satélites que sequem as regras ditadas pelas
lideres. Esse é um modelo chamado de lideranga de precos. Como exemplo, no Brasil, pode-
secitar a industria de bebidas.
E possivel caracterizar também tanto oligopélios com produtos diferenciados (como in-
distria automobilistica) como oligopélios com produtos homogéneos (aluminio, cimento).
Quanto aos objetivos da empresa oligopolista, a teoria microeconémica tem duas cor
rentes principais:a teoria marginalista ou neoclassica, pela qual 0 oligopolista maximiza lucros,
vista no capitulo anterior, e a teoria da organizacao industrial, na qual o objetivo principal"
Go oligopolista é maximizar mark-up, que é igual a:
‘Mark-up = Receita de vendas - Custos diretos (ou varidveis)
ex
Ateoria da organizacio industrial discute ainda outros provavels objetivos tais como: maximizagao ou manuten-
30 da participacdo no mercado; diferengas entre as metas desejadas pelos acionistas e o comportamento do
‘xecutivo responsavel, que normalmente é contratado e quer maximizar seu prestigio no mercado; diferengas
entre objetivos de curto e de longo prazo das empresas etc. Ver EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de
®conomia, 4. ed. S80 Paulo: Saraiva, 2003. Capitulo 9.100 Fundamentos de Economia
O prego cobrado pels empress ro modelo de mar-UP, € AICUado ds seo ie
fo
(+mc Ta
em que:
p=preco do produto;
C= custo direto unitrio (que corresponde, na teorla marginalista, 20 custo varivel ma
Médigy
m= taxa de mark-up, que é uma porcentagem sobre 0s Custos diretos.
‘Ataxa de mark-up deve ser fixada de tal forma a cobrir, além dos custos diretos, os cl
fixos, e atender a certa taxa de rentabilidade desejada pelos acionistas da empresa, oo
ceito de mark-up corresponde aproximadamente ao conceito de margem de. conto,
utilzado na contabilidade privada, com a diferenca de que esse tiltimo é calculado para Fa
linha de produto, enquanto o conceito de mark-up € mais geral, normalmente fxado pel,
acionistas para os negocios globais da empresa,
‘Ateoria do mark-up repousa na constatagao empirica de que as empresas, 20 far sey
prego de venda, ndo conseguem prever adequadamente a demanda por seu produto e, por
tanto, suas receitas, mas conhecem muito bem seus custos. Como elas tém poder monopo
lstico, podem, entio, fixar os pregos numa base mais objetiva, nos seus custos, dependendo
menos da demanda prevista de mercado, Difere assim da teoria marginalista, segundo a
fa fixar seu preco no lucro maximo, precisa prever também as receitas (0
qual a empresa, par
vel poder para prever a demanda por seu produto), para igual suas
que envolve ter raz0:
receitas marginais aos custos marginais.
7.5 Concorréncia monopolistica
éuma estrutura de mercado intermediaria entre aconcor
que no se confunde com 0 oligopélio, peas sequins
Aconcorréncia monopolistica
réncia perfeita e o monopélio, mas
caracteristicas:
> niimero relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial poem
com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por caracteristcas fas
embalagem,seja pela prestacSo de servigos complementares (pos-vendal
> margem de manobra para fixacdo dos pregos nao muito ampla, uma vez
tem produtos substitutos no mercado,
ye ex:
re 0 prego 0
fssas caracteristicas acabam dando um pequeno poder monopolista sob"
politica,
produto, embora o mercado seja competitivo (daf o nome concorréncia monoF
é aparentemente contraditério)
aaEstruturas de Mercado 101
como em concorrencia perfeita, nao ha barreiras a0 acesso de empresas no mercado. AS-
ra
co extraordinarios a curto prazo atrairéo novas empresas, e, a longo prazo, s6 existirao
im,
iyeros normals. a ciie a
et auadro 7.1 resume as principais diferencas entre as estruturas do mercado de bens €
serio
quadro 7,
Prinlpols coracteristicas dos estruturas bésicas de mercado
4, Quanto ao controle | N3o ha ‘Asempresas tm | Embora Pouca margem de
dasempresas sobre | possibilidades de | grande poder para_| dificutado pela _| manobra, devido
0s pregos manobraspelas | manterpregos | interdependéncia | a existéncia
empresas. relativamente entre as de substitutos
elevados, sobretudo | empresas, réximos,
quandondohs | essastendem a
intervengdes formar cartéis
restritivas do controlando
govero (leis precos e cotas de
~antitrustes). roducao.
5. Quanto as condigées
de ingresso na
indstria
empresas.
1.6 €struturas do mercado de fatores de producéo
‘Até aqui foram identificadas as estruturas de mercados de bens e servigos. O mercado de fato-
"sde producao — mao-de-obyra, capital, terra e tecnologia — também apresenta diferentes estru-
"Wes. Como o mercado de fatores depende da demanda de insurnos pelos setores produtores de
bens servicos, ou seja, deriva do mercado do produto, a demanda por esses fatores é chamada
—Fundamentos de Economia 4 {
102
de demanda derivada Por exemplo,comoa deranda de autoperas deriva da
evels se houver reduso da demanda de ‘automéveis, cairé também a ements ean,
‘As estruturas no mercado de fatores S80 resumidas a sequi Por au
72.6.1 Concorréncia perfeita no mercado de fatores
A concorrénciaperfeta no mercado de fatores corresponde ao mercado cjg
fator de producdo (por exernplo, méo-de-obra ndo especilizada)¢ abundante,
‘opreco dese fator constante, Os ofertantes ou fornecedores, como s8o em grand,
go tém condigdes de obter pregos mais elevados por seus servigos.
b
Weng
¥E Nimery
7.6.2 Monopélio no mercado de fatores
Quando ha um monopolista na venda de insumos.
7.63 Oligopélio no mercado de fatores
corre quando poucas empresas produzem um determinado insumo (ligopalionaven
da do insumo).
7.6.4 Monopsénio (monopélio na compra de insumos)
Omonopsénio cu monopdlio na compra de insumos compreende uma form deers
dona qual hd somente um comprador para muitos vendedores dos servicos dos insumos.Eo
caso da empresa que se instala em determinada cidade do interior e, por sea nica, tonase
demandante exclusiva da mao-de-obra local e das cidades proximas, tendo para sia totaida-
de da oferta de mao-de-obra.
1.65 Oligopsénio (oligopélio na compra de insumos)
‘ligopélio na compra de insumos éo mercado em que ha pouces
aindustria de laticinios, poise
ior parte do leite dos inmeses
rcado de bers
Ooligopsénio ou sco
pradores negociando com muitos vendedores. Por exemplo:
cada cidade existem dois ou trés laticnios que adquirem a mi
produtoresruras locas. A industria automobilistica, akém de oligopolista no me
e servicos, também é oligopsonista na compra de autopecas.
7.6.6 Monopélio bilateral
fat de pov
Acompra
sia, porue * i
se tipo dea
© monopélio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compre do
defronta com um monopolista na venda desse fator. Por exemplo, 56 a ermpresa
de ago que é produzido apenas pela sidertrgica B. A empresa A é manopsor
compra esse tipo de aco, ea siderirgica B é monopolista, porque s6 ela vende €'
—_— |a Estruturas de Mercado 103
ms
Nesses C2505, 2 determinagao dos precos de mercado dependerd nao s6 de fatores eco-
ggmicos mas do poder de barganha de ambos: o monopsonista tentando pagar o preco
mnaisbalo (usando 2 forca de ser 0 Unico comprador),e o monopolista tentando vender por
vim preso mais elevado (usando o poder de ser 0 Unico fornecedon)
7.7 Grau de concentrac&o econémica no Brasil
uma medida comumente utiizada para verificar 0 grau de concentracao econdmica &
caleular a proporgao do valor do faturamento das quatro maiores empresas de cada ramo
deatividade sobre 0 total faturado no ramo respectivo, Em termos percentuais, quanto mais
préximo de 100%, maior o grau de concentragao do setor (as quatro maiores respondem com
aquase totalidade do faturamento); quanto mais préximo de 0%, menor o grau de concentra-
80 €, portanto, maior o grau de concorréncia) do setor,
‘ATabela 7.1 (na pagina seguinte) apresenta esse indicador de concentragio econémica para
osramos da industria e do comércio em 1990. Observa-se que os setores mais concentrados na-
quel data eram agos planos (100%), material de transporte (946), fumo (91%), amianto e gesso
(G8) € cerveja (86%). Os setores mais competitivos so fiacao e tecelagem (20%), petroquimica
(43%) e confeccdes (46%).
7.8 A agdo governamental ¢ os abusos do poder
econémico nos mercados
Como vimos no Capitulo 3, 0 Brasil possui, desde os anos 1960, extensa legislacao que procura