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seis dic de xe pesos caine f _ seunidade de personaidade estio claramente apa: fb See coer teen epoca soa | SES,Paimiow os cornea ter | Soni. | | CARL ROGERS | 1+ Nasedigdesanterioces, nds chamamos o ponto de vs- | tude Rogers de “teri do self, mas sso ndo parece Bis caraceriar com extn a sun psig. Eté ~ cary, agora, que a énfase deve estar no organismo, lono slfNaverdade,oselfouo autoconceto, como "yeremas, pode ser um quadrodistoreido da autntca anueza da pessoa = Hiahumanista se opée ao que considera como iste gesinismo e desespero inerentes visio psicanalit- = & do ser humano, por um lado, e &concepeio de = bh do ser humano retratada no comporamentalis- fo, por out. A prcologa humanista & mais expe- ogosa otimist em relagfo 2 ser humano Elaacre- ia que a pessoa, qualquer pessoa, contém dentro de potecial pare um desenvolvimento sade rit 0 facaso em realizar esse potencial se deve as as coercitvase dstorcedoras do teinamten parental, da educacio ede auras presses socials. os efctos pejudiciais podem ser superados se 0 vido exiverdsposto a acitar a responsabiida: gf por sua propia vide. _ Ateoria de Rogers também tem algo em comum a piciogie exisencal. Hla €basicamente feno moligica, no sentido de que Rogers enfstizon as nia das pessoas, seus sentiments e valores loo que et contido na expresso “vida interior” ‘Ateoria de Rogers da personalidade, como as de G75, lung, Ade, Sulivan e Horney, originou-se de | eoetincias no relacionamento terapeutco com Eats. maior estilo para seu pensereato psi- ®, ele reconheca, ea "a continvada experién com indvdus qu pcebem, on so os por outros, como precsando de ajude pes ‘Desde 1928, por um periodo agora de aprort mente 30 anos, eu passe provavelmente uma 4€15 220 horas por semana, exceto nos pert TEORIAS DA PERSONALIDADE 363 dos de féias, rentando entender e ajudar terapeuti camente estes individuos... Dessas horas e do meu relecionamento com essas pessoas, eu obtive todo © conhecimento que possuo sobre o significado da tera pia, adindmica dos elacionamentos interpessoais ¢ a estrucure 20 funcionamento da personalidade” (1959, p. 188). ‘os olhos do mundo psicalégicn, Carl Rogers & ideatificada com © método de psicoterapia que ele criou e desenvolveu. Essa terapia é chamada de néo- dicetiva ou centrada no cliente, Nas palavras de seu criador,& terapia bem-sucedida centrada no cliente, realizada em condigies éximas, significa que 0 trapenta foi capaz de eta belecer um relaconamentointensamente pessoal ¢ subjeivo com o cliente ~ relacionando-se no ‘como um cientista com um objeto de estudo, nfo como um médica, esperando diagnostcar ecurar = mas como uma pessoa com outr pessoa. Signi- fica que o terapeata acha que o cliente é wma pes sea de autovalr incondicional; de valor indepen. dentemente de sus condo, comporamento 02 sentimentos. Sigaifica que o terapeuta ¢ auréni ‘9, nfo se eseondendo ards de uma fachada de- fensiva, mas encontrado o cliente com os e rantos que el, orerapeuta, est experienciendo. Signfice que oterapeuta & capaz de sokar-se 20 ‘entender o client; ue aechumabareira interna ‘impede de sentir como é ser este cliente em cada rmomnento do relaionamento; e que ele consegue transmit parte de seu entendimento empaico a0 iene, Signi queoterapeuta fice & vont de ao ensarinteiramente ness relacionament, sem saber cognitivamente onde ele vai levas, 52 tisfito por eriar am clima que permtrd ao cle maior lberdade possivel para ser ele mesmo, “ara o cliente, ess terapi dima significa uma cexplorasio de sentimentos cai ver mais eta ‘hos, esconhecs e perigosos nele mesmo, a oragio sb sendo possivl porque ele est ga dualmente pereebendo que é aceito incondico nalmente Assim ele entra em conta com os le- renos de sua experfncia que no pessado foram negados &consiéncia com excessvamente ame agadores eperigosns para a estrutura do se le se percebe expeienciando esses sentimentosin- teiramente, completamente, ao relacionameno, 19 364 HALL, LINDZEY & CAMPBELL at Rogers, "4 ro ee 6 oseu medio, ou sua raiva, ou sua terura, ou sua forg E & medida que vive esses variados senimentos, em | tds oss gs ena ele ese que 05 experienciou ele mesmo, que ele € todos | esses sentimentos. Ele percebe que seu compor | tamento esti mudando de modo consmutivo, de i 4 ‘acordo com seu sefrecentemente experienciado, Elese dé conta de que jé no precisa temer aquilo (que a experiéncia pode conter, mas pode rece la ivremente como parte de seu self que estd m: dando e deseavolvendo-se.” (1961, p. 188) A parti dessas experitncias, Rogers iniiamente FS tesenvolveu uma teria de terapia e de mudance da _ volidade. Oprindpalaspeco dose conceal Jao do process terapéutio & que, quando os clien- ws perebem que o terapeuca tem uma consideragio psa incondiconal por eles-e um entendimento Gi-se um processo de mudanga, Durant tal proces: os clientes fcam cada vez mais conscentzs de seus gleriadiros sensimentos experiéncias, © seu auto Enc se toma mais congruente com as experienc ais do organismo (2959, p. 212-220). Se fosse atingida uma congruéncia completa, o eae tomar tia uma pessoa com um funcionamen- leno. Ser tal pessoa inclu caracteristcas como & experidncia, auséncia de defensividade, aca acurada autoconsideragio incondicional Go etbes harmonioses com os outros (1959, 1961) EPotess via o proceso teraputico como um exer Ode relao e comunicagio intexpessois. sso ole 4 formular uma teoia geral do relacionamento PrPestoal (1959, 1961). O principal postlado de ora foi apresentado por Rogers conforme se- _Sspondo-e (2) uma dsposigdo minima por per de duas pessoas, para estar em contato; (b) uma sSPacidade edisposicdo minimas por parte de cada #8 Dara receber ‘comunicagdes da outra; e (c) : Pando se que o contro continue por um perio. 6 de tempo; eno hipotetizamos. que o seguinte Scionamento € verdade: joann maior 2 congruéncia da experiéncia, a sciéncia e a. ‘Comunicagéo por parte de um t0, ais o relacionamento resultante enwvol- ee ED CICO EE RSONALIOADE 365 RIAS OA, verd uma tendéncia comunieagéo reciproca com tuma qualidade de crescente congruéncia; ume tendéncia a um entendimento mutuamente mais acurado das comunicagies; melhor ajustamento psicologico e funcionamento em ambas as part satisfagdo miitua no relacionamento.” (1961, p 344) Podemas notar que apenas uma das pessoas no relacionamento precisa sentic congruéacia para que ocorram mudangas na outa pessoa As teoras precedentes foram aplicadas por Ro ers vida familiar (1972), a educagéo e aprenciza gem (1969), a grupos de encontro (1970) e & tenséo € confltogrupais (1977) A terapia no-dretiva goza de considerivel po- pulasidade entre os conselheirs pscolégioos, parc almente porque estéhistoricarnente ligada a psicolo- ia, e nfo & medicina. E fil de aprender e requ pauco ou nenhurn conhecimento de diagndstco di- namica da personalidade para ser usada.além disso, © curso do tratamento érelatvamente breve se com- parado, por exemplo, &psicandlse, e alguns clientes J se beneficiam apés poucas sessbe Enretant a peicoterapia nfo € a nossa preocu- pagéo nest Livro, ¢ nds @ mencionamos apenas por- ‘que a teora da personalidade de Rogers evolu de suas «experigncas como terapeuta centrado no cliente. Suas observagées terapfuticas Ihe proporcionaram “um precoso filo de material observacional de raro valor para o estudo da personalidade” (1947, p. 358). A formulagio de uma teoria da personaidade ajudou a iluminar a eluciar as préticas terapéuticas de Ro- gers. HISTORIA PESSOAL Carl Rogers nascew em Oak Pec, nos, em 8 de j- neiro de 1902, ‘0 flho do meio de ums familia gran- de eunide, em que o trabalho duro eum ersianismo protestante extremamente conservador (beirendo 0 fundamentalismo) eram quae igualmente reverent aos" (1959, p. 186). Quando Carl extavacom 12 anos, sua famfia mudou-se para uma fazenda e ele passou 2 interessar-se pela agricultura cieniica. Ese inte- ress pela cincia acompanhou- at 2 faculdade: nos Gh 366 HALL, LINDZEY & CAMPBELL primeros anos, ele gostava das cfncias isica ebio- [igicas. Depois de formar-se na Universidade de Wis- consin em 1924, ele freqientou o Union Theological Seminary na cidade de Nova York, onde foi exposto a um ponto de vista liberal efloséfco reference reli sido. Transferindo-se para o Teackes College da Uni- versidade de Colimbie, ele foi influenciado flosofi- camente por John Dewey e apresentado & psicolagia clinica por Leta Hollingworth, Obteve seu grau de rmesire em 1928 e o doutorado em 1931 pela Cokim- bia. Sua primeira experiéncia pritica na psicologia clinica ena psicoterapia foi como interno no Insiute for Child Guidance, que tinha uma orientagio forte- mente freudiana Rogers observou que “clara incom. patiildade do pensamento freudiano altamente es peculativo do Instituto com as idéias extremamente ‘statistcas e thorndikeanas do Teachers College foi _agudamente sentida” (1959, p. 186). Depois de receber seu grau de doutor em psiolo- sa, Rogers reuniu-se & equipe do Rochester Guidance Center e mais tarde tornou-se seu diteor: “Acequipe era ecética, de backgrounds diversos, © a nossa diseussdofreqientee continua dos méto os de tratamento baseava-se na nossa expert cia prticacotidiana com crangas, adolescents ¢ adultos que eram nossos clientes. Foi o inicio de tum esforgo, que tem tdo significado para mim desde entio, para descobrir a ordem exstente na nosse experiéncia de trabalho com pessoas. O volume sobre 0 Clinical Treatment ofthe Problem ‘Child (1.939) foi um resultado desseesforo.” (Ro- ‘ers, 1959, p. 186-187) Durante esse peciodo, Roger fo inluenciado por Ono Rank, um psicanalista que rompera com os ensina- ‘mentos ortodoxos de Freud. Em 1940, Rogers aceitou um convite para er pro- fessor de picologia na Universidade Estadual e Ohio. ssa mudanca de um ambiente clnico para um ambi- ente académieo foi estimulante para Rogers. Sob o stimu oferecido por alunos intlectvalmente curi- 050s ¢ critica, Rogers semiu-se imped a explctar suas dias sobre psicoterapia,o que fez no ivra Coun. seling and Prychotherapy (1942). £m 1945, Rogers fi para a Universidade de Chicago como professor de psicologia ¢ secretéio-executivo do Counseling Cen- ter. Ai, ele elaborou seu metodo de psicoterapia cen- trada no cliente, formulou uma teoria da personal 1951; Rogers & Dymond, 1954). De 1957 a 196 Rogers foi professor de psicologia e psiquiaia ga Universidade de Wisconsin. Durase estes anog gi liderou um grupo de pesquisa que estudou defor intensiva e controlada 2 psicoterepia com pecengs esquizofrénicos em um hospital para doentes men; se ao Center for Studies ofthe Person em La Jol, aj fomia, Rogers morreu em 4 de Fevereiro de 1987, Dacia. Rogers recebeu numerosas honras, includ residéncia da Associago Psicoldgica American, se Distinguished Scent Contribution Award e seu Dis # tinguished Professional Award. Ambos 05 prémios ram recebidos no primeiro ano em que @ Asta pasioa a oferect-os, Apeser do notévelreoonhecimea to profissional, 2 descricéo de Rogers de si mesa como um “mosca” parece exteramente apropriad ‘A autobiografia de Rogers aparece no volume § dy “History of Paycology in Aurobiography (19676). 'Nés examinaremos agora a teoria de Rogers personalidade. Ess teoria fi orginalmente presen ‘ada em Cliene-centered therapy (1951), elaborada ¢ formalicada em um capitulo escrito para Pycholog. a study ofa scence (1959), e descrta mais informal ‘mente em On Becoming a Person (1961), Cort Rogers on Personal Power (1977), Freedom to Learn (1983),¢ ‘A Way of Being (1980). Ese Simo volume é uma vi so geal muito itil das atvidades e das observagies | de Rogers em seus iltimos anos. Segundo Rogers, 2 teorizagdo deveria ocorrer assim: a “Bu cheguei & conclusio, & que outros chegeram antes, de que em um novo campo talve precise ‘mos primeiro merguthar nos events, abordar os 7 fenémenos com 0 minimo possvel de preconcep- Ges, usar & abordagem observacional e dese va do naturalsta a esses eventos e fazer aquelet inferéncias de beixo nivel que parecem as mais ‘nerentes ao proprio material” (1961, p. 128) A seguintecitagdo revela que Rogers também via. sua teora, assim como teorias propostas por outs, como tentatvas | “No momento de sua forrulaslo, coda teoria com | ‘ém uma quamidade desconhecida (etalver n= | aquele momento incognoscivel) de ero ede inf: | rncias equivocadas . .. Fico permurbado ao ver como mentes de pequeno calibre aeitam imedia tamente uma teoria - quase qualquer teoria ~ como tm dogma de verdade. Sea teoria pudesse ser vista como realmente é — uma tentativa fl vel, alterével, de construir una rede de fos finos como teia de aranha, que conterd os fatos slidos ~ entlo @ teoria servria, como deve, como um cstimulo para continuarmas pensando criatva mente .. ara Fread, parece bem claro que suas teotiasaltamente erativas nunea foram mais do aque isso. Ble continuava mudando, aterando, re- visando, dando novo significado a antigos temos sempre com mais respico pelos fatos que ob- servava do que peas teorias que construra. Mas nas mos de discipulos inseguros assim me pate cf), as fos fnas como tea de aranka se transfor imam em correnes de ferro de dogma.” (1959, p 190-19, itcos acrescentados) Como unm poato introdutrio final, & importante Bp mie oparadoxo de que, embora as dindmicas des = cas por Rogers seam surpreendentemente seme- Tames as observadas em outrasteoris, suas Suposi- “es sobre a natureza humana s6 so similares 8s de _Airaham Masiow. Por exemplo, 2 fenomenologia de Ropers e sua posglo radical sobre a motivacao S80 + Muito parecidas com a orentacio adorada por Geor- Kelly mas sua suposigio de que odesafoessencial 5 Pers sees humanos € “ser aquele self que verda- iramente se &* € diametralmente oposta & fuida bordagem de Kelly teria e&terepa.Ainda mais Tevigantes sio os paralelos entre Rogers ¢ Freud € te Rogers e Skinner, rs teens que seram tipi- fmeateconsiderados como eompaneiros bem es- Hanhos. Como veremos, Rogers e Freud empregaram ges um modelo de psicopatologia em que o confi- = ‘evcocadeia ansiedade, que por sua vez leva & de- ==. Mas os modelos funcionam de modo muito dife- s, devido as diferentes suposigées dos tebticos ‘Anatureza humana, Rogers (1961, p. 194-198), =a passagem que claramente se refere 2 Freud, que a naturezabdsca do ser humano, quan. fenclonando liemente, & construtvae confve den e2€ uma conciso inestapive, resulta ‘um quart de século de expeidncia em psicot- Eu tenho pouca simpatia pelo conceit bas "* Predominante de que o homem € basicamente Cee TEORIAS OA PERSONALIDADE 367 itracional e de que seus impulsos, se nfo controlados, levardo destruigdo dos outros e do self. O comporta- mento do homem é requintadamenteracional, avan- ando com sutil e ordenada complexidade para as metas que seu organism estétentando ating. A tra- sédia, para a maioria denés, é que nossas defesas nos impedem de ter consciéncia dessa racionalidade, de ‘modo que constiencemente estamos avancando em uma diregao, enquanto organismicamente estamos avangando em outra". Da mesma forma, a busca de Rogers de “telacionamentos funcionais” 6 andioga & “andlise funcional” de Skinner, eas “condigdes de va- lor” de Rogers sio claramente poderosos reforgos so- ais. Mas Rogers supunhe que os individuos tém ca racteristicas e potenciais que os reforgos podem ‘obrigé-los a negar.Além disso, Rogers escreveu que é “impossivel para mim negara reslidade ea importén- cia da escolha humana. Para mim ndo é uma ilusio que o homem é em certo grau o arquiteto de si mes- ‘mo" (1980, p. 57). Ele prosseguiu, enfatizando que a ‘mudanga socal baseiase “no desejo e na potencial- ade humanos de mudanea, nao de condicionamen- to" e reconhecendo “a liberdade ea dignidade essen ciais da pessoa humana sua capacidade de autodeterminaeio” (1980, p. $759). Em consoqiién- cia dessas diferentes suposicdes, Rogers é menos pes- simista do que Freud e menos mecanicista do que Skinner A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE Embora Rogers nfo parecesse enfatizar os construc- tos estrturas,preferindo dedicar sua atengio 8 mu- danga e ao desenvolvimento da personalidade, dois desses constructs so de importéncia fundamental pera 2 sus teoiae podem inclusive ser eonsiderados como a base sobre a qual repousa toda a tears: 0 organismo @ 0 self. © Organismo 0 organismo, psicologcamente concebii, é o foco toda a experifncia. A experiéncia incu tudo.0 que std acontecendo dentro do organismo em qualquer ‘momento dado ¢ que esté potencialmente dispontvel 368 HALL, LINDZEY & CAMPBELL para 2 conscifncia. Essa totaidade de experiéncia constiuio campo fenomenal. O campo fenomenal €@ cestutuca de referénci do individuo que s6 pode ser conhecida pelo préprio inividuo. “Ele néo pode ser comecido por outra pessoa exceto pela inferéncia empitic jamais pode ser perfetamente conhecido” (Rogers, 1959, p. 210). Como o individu se compor- ta depende do campo fenomenal (realidade subjet va) e no de condigbes estimuladoras (realidade ex tera), © campo fenomenal, devemos observar, aio ¢ idéntco ao campo da consciéacia: “A consciéncia é a simbolizagio de algumas das nossas experiéncias" (Rogers, 1959, p. 198). Assim, 0 campo fenomenal, em qualquer momento dado, é constituido por expe- riéncias conscientes (simibolizadas) e inconscientes (ndo-simbolizadas). Mas 0 organismo pode discrimi nar e reagir a ume experiéncia ndo-imbolizada. Se- guindo McCleary e Lazarus (1949), Rogers chamou isso de subeengo ‘Acexperiéncia pode no ser simbolizada correta mente, ¢, esse caso, 8 pesoa vaise comportar de modo inadequado. Mes a pessoa tende a comparer suas experiéncas simbolizades com 0 mundo confor re ele é, Tl testager da realidad proporciona um conhecimento confidvel do mundo, de modo que ela consegue se comportarrealisicamente, Entretano, algumas percepyées continuam ndo-testadas'ou 520 inadequadamentetestadas, e isso pode fazer com que a pessoa se comporte de forma irelista € inclusive prejudicial para simesm. Embora Rogers no lidasse com a questio de uma realidade “verdadeira", esté claro que as pessoas precsam ter alguma concepcao cdeum padrio de realidade externo ou impessoal, pois, de outra forme, elas ndo poderiam testar uma ima- ‘gem interna da realidade, comparando-a a uma ima- gem “objetiva”. Surge entéo a questao de como as pessoas podem diferenciar uma imagem subjetiva que no é uma representagio corre da realidade de uma aque €. © que permite as pessoas separar o fato da fiogdo em seu mundo subjtivo? Esse & o grande para doto da fenomencloga Rogers resolveu 0 paradovo, afastandose da es- ‘truura conceitual da fenomenologia pur. Aquilo que ‘uma pessoa experiencia ou pense, na verdade, no & realidade para a pessoa: é meramente uma hipétese proviséria sobre a realidade, uma hipétese que pode cu nio ser verdade. A pessoa suspende 0 julgamento até tester a ipétese. Qual € ese teste? ‘em Verifcar a exstidlo da informagio recehida oa a qual a hipétese da pessoa se bases, compar com outras foes de informatio. Por exemp, pessoa que desea salar sua comida deparase a dots frescos idénticos, um dos quaiscontém se. ¢ ‘outro, pimenta. A pessoa acredita que o frasco com a furinhos maiores contém sal, mas, no tendo ce a5 da mio. Se as particulas séo brancas em vez retas, a pessoa fica razoavelmente cert de que és ‘Uma pessoa muito cautelosa pode até provas poisp comparasio com uma variedade de dacios sensoriis = 0 teste consiste em verficarinformacdes menos cer define aquilo como sal care, o exemplo anterior desreve una con fincias como representages Bs da realidad eno as wata como hipéteses sobre a realidade. Em conse- aineia, a pessoa com freqiéncia termina com una. strie de concepgbes erradas sobre si mesma e sobre 0 mundo extemo: “A pessoa total, escreveu Rogers, "é aaquela que est completamente aberta aos dados da experiéncia intema e aos dados da experitncia do mundo externo” (1977, p. 250). O Self Uma porgio do campo fenomenal gradualmente se diferencia. £0 self. 0 self, ou autoconceito, denota a gealt conceitual organizadae consistent om posta por percepses das caractristicas do ‘u'¢ peas percepgbes dos relacionamentosdo‘ew'com outros e com varios aspects da vida, juts mente com os valores assoiados a esas percep bes. E ume gestalt que est dsponive & const cia, mas no neessariamenteconsiente. Euma zestaltfoida e mutante, um proceso, mas emt qualquer momento dado € uma entidade espec fica” (Rogers, 1959, p- 200) O self evidentemente, um dos constructs m= tras na tora de Rogers, ele elcou de forma int ressante como iso acontece so — ee se J “pessoalmente falando, eu comecei meu trabalho " com a nogio estabelecida de que o Self era um a termo vago, ambiguo e cientificamente sem sig a ficado, que fora excludo do vocabulrio do ps: mF edlogo coma partida dos introspeccionistas. Con- of + seqientemente, eu custei a reconhecer que, a: (quando os clientes tém a oportunidade de expres a sar seus problemas e suas attudes em seus pré- 5 ‘pros termos, sem qualquer orientagio ou inter- le { pretag, eles tendiam a falar em termos do sf = Parecia claro... que o self era um elemento ® importante na experiéncia do cliente, e que er » um sentido curioso sua meta era se tomar esse 2 ‘self real.” (1959, p. 200-201) : Alem do self como ee € (a estrutura do self, exis- i te um sef deal, que € aquilo que a pessos gostaria de rganismo e Self: Congruéncia ¢ Incongruéncia = A importincia bisica dos conceitos esruruais para 2 /tearia de Rogers, organsmo e self fca clara em sua scussio da congrutncia eda incongruéncia entre 0 se conforme percebido, ea experiénca real do or asismo (1959, p. 203, 205-206). Quando as expert nis simbolizadas que constituem o self espelham fidmente as experizacies do organism, dizemos que 5) = apecoa€ ajustade, madura e funciona de modo com: = Pleto. Essa pessoa aceita toda a variedade de experi- + Pacis organismicas sem ameace ou ansiedade Ela & ‘epaz de pensar ralisticamente. A incongreéncia ex = te 0 self eo organismo faz com que os individuos se = sntam ameagadose ansiosos. les se comportam de- limitado e Na teria de Rogers, esto implicias duas ouras manifesacées de congruénci-incongruéacia. Uma deles 6 congruéncia ova falta dela entre a realidad J sbjetva (0 campo fenomenal) ¢ a realidade externa = (omudo conforme eleé).A ura € 0 grau de cores- PondZaca entre oslfeo sf deal. Se adiscrepdncia =, eure o self o self idea for grande, a pessoa fica insa- = tsfeita e desajustada. ‘Como se deseavolve a incongruéncia e como 0 = feo organismo podem fcar mais congruentes ram 4 maiores preocupagies de Rogers, ¢ fol ao escareci- TEORIAS DA PERSONALIOADE 369 mento dessas quest6es vitals que ele dedicou grande parte de sua vida profissional. Como ele lidow com tais questdes serd discutido na secdo sobre o desen- ‘volvimento da personalidade. A DINAMICA DA PERSONALIDADE Segundo Rogers, Yo organismo tem uma tendéncia © tur busca bisica~ realizas, mantere melhorar 0 o:- genismo que experiencia" (1951 p. 487). tend ia reaizadora éseletva,presando atencfo apenas aqueles aspects do ambiente que pometem evar @ pessoa construtvamente na dzecéo da ralizasao © da complerude. Por um lado, existe uma tnica forca rotivadora, 0 impulso auto-ealizador; por out, exiswe uma nice meta de vida, autorealzar-se ouser ‘uma pessoa completa. Omodelo de Rogers baseia-se na suosigto de que os organismostém um motivo findamencal para me- Thora Valendo-ede suas raizs agricola, Rogers oft recet a seguinteanalogi: “A tendéncia realizadra pode, € claro, ser fus- crada ou deformads, mas la nio pode ser desu {da sem destrur o organisma. Eu lembro que, 2 inka infin, o depisio onde guardavamos 0 oss suprmento de batatas para oinvern fica va no potio, mais de dois metros abaixo de uma ‘pequena jancla, As condgieseram destavardves, tues as bata comegavam a brotar ~ brotos de tum branco opaco, completamente diferentes dos brotos verdes e fortes que surgiam quando as ba tats eram plantadas no solo a primavera. Mas ses brotos cists, esguos,cresciam 60 ou 90 centmetas buscando a luz ditane da janela.Os brotos, em seu crescimento bizar ein erem ‘uma espe de expressio desesperada datendén cia drecional que estou deserevendo. Ele jamais setomariam plantas, nunea amadureceriam, un- ca ealiariam seu verdadero potenca. Mas, nas circunsténcas mais adverse, eles lsavam pare castr... Ao tratar clientes cujas vidas foram terivelmente deformadas . . eu penso fregien- temente nesesbrotas de batts. As condigGes em que escas pessoas se desenvolveram foram t20 destavrfveis que suas vidas muitas vezes pare- 370 HAUL, UNDZEY & CAMPBELL cem anormais, deformadas, quase inumanas. En- tretanto, podemos confiar que nelas existe a ten déncia direconal." (1980, p. 118-119) 0 organismo se reliza segundo as linhas deter- rinadas pela hereitariedade, Ele se toma mais dife- renciado, mais expandio, mais auténomo e mais so- Gializado & medida que emadurece, Este tendéncia bisica de crescimento - realizarse expandirse ~ & vista com mais dlareza quando 0 individuo € observa- do durante um longo periodo de tempo. Existe um ‘movimento para a frente na vida de todas as pessoas; essa tendéncia a prosseguir€a nica forga na qual 0 ‘erapeuta pode realmente confiar para conseguir me- Moras no cliente ‘Ao endossar a tendéncia ralizadora, Rogers foi levado & interessante posigio de rejeitarconstructos rmotivacionaisespecifins. Ele escreveu “A ctncia nfo progrediu, postulando fargas,atra- es, repulsbes,causas,e assim por diane, para explcar por que as coisas acontecem ...a déncia progrediu e encontrou caminhos mais proveito- sos quando se Kimitou questo de ‘com’ a co- sas acontecem. Quando foi proposta& teora de que a natueza abomine um vieuo, © qu sso ex- plica por que o ar se apressa em preencher qual- quer vécuo ou véeuo parca, isso provocou pou- cas pesquisa efetivas, Mas quando a ciéncia comecou a descrever, em termos empitics, 0s relacionamentosfuncionais entre um vécuo par- cial ea pressdoatmostrica fora do recipente, 0s resultados foram signifcatives ... Eu duvido de que os psicdlogos fagam progressos em sua cién- cia enguanto sua teria bésica centrar-se na for- rulagio de que o homem busca comida porque tem uma pulsdo ou motivo de fome... Eu acred- to que, quando desenvolvermos e testarmos hi- pteses sobre as condigSes que sdo antecedentes necessirios e suficientes para certos comporta- mentos, quando compreendermos as variévels complexas que esto por tr de varias expres: ses da tendéncia realizadora do orgenismo, 0 conceito de motivos especticos desaparecer.” (1963, p.7-8) Fil a essa posigio, Rogers identificou o “relacione ‘mento funcional” entre ceras condigies ea melhora terapdutica (ou qualquer crescimentopsioligic), terapeata precisa ser genuno ou congruent; pec, aceitar o cliente, importar-se com ele e valores ig (proporcionar o que mais adizate chamaremos de “consideragao positiva incondicional”);e precisa en tender empaticamenteo cliente. Tas condigbes cian. um ‘clima de mudanca” em que o cliente se sen ‘re para reconhecer ¢agir de acordo com a sua ty, nc realizadora Rogers acrescentou um novo aspecto a0 concete de crestimento quando observou que a tendénca 2 avangar sé pode operar quando as escolhassio clare mente percebidas adequadamentesimbolzades. Una pessoa néo pode realizar-e a menos que consiga di. cciminar entre os comportamentos progresivs eos tegresivos. Nd existe uma vor interior que nos diga (qual ¢ 0 caminho-do progresso, nenhuma necesie de organismica que nos faca avancar. As pessoas pe cisam conhecer antes de poder esoolhes, mas, quando conlecem, elas sempre escolhem crescer em ver de regrediz, Rogers escreveu que “o comportamento & basics. mente a tentativa intencional do organismo de st fazer suas necessdaces conforme experienciadas, no campo conforme percebido” (1951, p. 491). Essa pro osigdo, eferindo-se, como se refre, a “neceside des" no plural, nfo contradiz a nogfo de um motto ‘inico. Emboraexstam muitas necessdades, todas elas so subserventes&tendéncia bésica do organismo de rmanterse e de melhorar. Rogers permaneceu fel a tal posicéo fenomeno- ligca, empregando os vemos qualifcativos “confor: ime experienciadas” ¢ Yeonforme percebido". Ene tanto, ao diseutir essa proposicio, ele admitiu que as necessidades podem evocar comportamentos apropt ‘dos mesmo que nao sejam experienciadas consien temente (adequadamente simiboizadas). De fazo, R- gers (197) menosprezou 0 papel da consciéncia ou ‘zutoconsciéacia no funcionamento do individuo st dio. Ele escreveu: “Na pessoa que est funcionando bem, a consciéncia tende a ser uma coisa reflexva, em vez de um claro holofote de atengéo focalizada. ‘Talvez seja mais exaco dizer que em tal pessoa acon ciéncia é simplesmente um rflexo de parte do fux0 do organismo naquele momento. E s6 quando o fun ‘ionamento é perturbado que surge uma consciéncia agudamente autoconsciente” (p. 244-245). ‘am 1959, Rogers inoduzin ume distngSo enre atendéaciarealizadore do organismo e uma tendén- ca auorealizadora: “Segui o desenvolvimento da auro-esrutura, esta tendéncia geral para arealizaio também se cexpressa na realizagéo daquela porgio da expert éncia do organismo que é simbolizada no self Se a selfeaexperiénca total do orgenismo slo cele- tivemente congruentes, a tendénca relizadora permanece relatvamente unificada Seo slfe a experiénia Yo incongruences, a tendéncia geal a realizar oorganismo pode funcionar em conta- digdo com o subsistema daquele motivo, a ten dncia a realizar o sel” (1959, p. 195-197) Apesar do caréter mon(stico da teoria motivacio- sal de Rogers, ele destacou duas necessidades que = uerecem atencio especial: a necessidade de conside regio postiva e a necessidade de'autoconsiderago. Ambas sio necessidades aprendidas. & primeira st = desenvolve no periodo de bebé em conseqiéncia deo ‘bebé ser amado e cuidado; 2 tltima se estabelece emt vimrade de o bebé receber consideragio positiva dos + outros (1958, p. 223-224). As duas necesidades, como ‘eremos na préxima seco, também podem funcioner ‘em contradigdo com a tendénciarealizadora, distor ‘endo as experiéncias do organism, © DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE © organism © 0 sel, embora possuam a tendéncia ‘eeente a realizars, sto sujeits a fortes influén- = Ca do ambiente, e especialmente do ambiente soc al Rogers, diferentemente de outros teércos com oF ‘tasio clinica como Freud, Sullivan e Erikson, nio ‘fereceu um eronograma de estégios signifiestivos los qs a pessoa pasa em sua jomade do periodo = bebe & maturidade. Em ver dist, ele investgou Smo as avaliagds de um individu pelos outros, pa- ‘cularmente durante a infincia,tendem a favorecet ¢ ditanciamenco enue as experéncias do organismo 8 experncas do sel spo 88 avaiages sempre tvessem um sna po- “v0 (0 que Rogers chamou de considerao positiva veut TTT TRE UO ER RAERS r TEORIAS DA PERSONALIDADE 371 incondicional), ndo ocorerig nenhum distanciamen- to ou incongriéacia entre 0 organismo e o self. Ro- agers disse: “Se um individuo experinciasse apenas considera postive incondiional, no se desenvol veria nenhuma cond de valor, autoestima seria incondicional, as necessdades de considera post- ve aurostina jamais discordaiam da aaliao or gentimica, ¢ 0 individuo funcionaria de modo com pleto" (1959, p. 224) Mas jé. que asavaliagSes que os pats eoutras pes soasfazem do comportamento da cianga ds vezessio posiivas eas vezessBo negativas a cranga aprende a Aiferenciar entre agSes e sentimentos que sio valio- 50s aprovados)« agies e sentiments indignos (de- saprovados). As experinciasindignas tendem a ser xclfias do autoconceto mesmo que seam organs rmicamente vides. Isso resulta em um autoconceito em desacordo com a experigneia organismica, A er- nga tenta ser aquilo que os outros querem que ela seja em vez de tentar ser aqulo que realmente &: “Ela valoriza uma experiéncia positive ou negetivamente 56 devido &s condigGes de valor que absorveu dos ou twos, ndo porque @ experiéncia melhora ou nio é ca- paz de melhorar seu organismo" (1959, p. 209) Isso €0 que acontece no seguinte caso: um meai no tem uma autorimagem de ser urn bom menino ¢ de ser amado pelos pais, mas também gosta de ator mentar sua imizinka, pelo que ¢ punido, Como re sultado dessa unig, ele €levado a revisar sua auto- imagem eseus valores de uma das seguntes maneira: ‘@) “Eu sou um menino mau.” () “Meus pais nio sgostam de min” ov (¢) “Bu ndo gosto deimplicar com a minha inna”. Cada uma dessas auto-attudes pode conter uma distorgio da verdade. Vamos supor que ele adote a atiude de “Eu nfo gosto de impliar com a minha inna”, negando assim seus reais sentimen- tos. A negagio no significe que os sentimentos dei varam de exist, eles ainda influenciaréo seu com- portamento de vérias maneiras, mesmo que nao sejam conscientes, Eno existrd um coaflto entre os valo res conscentesintrojetados e espiriose os inconsc- entes genulacs, Se cada ver mais dos valores “verde deiros” da pessoa forem substituldos por valores tirados ou tomados emprestados de ouxos, ainda que sejam percebidos como sendo da prépria pesoa, 0 self tomarse uma casa dividida contra si mesmo. Essa pessoa vai sentirse tensa, desconfordvel e es 1g 372__HALL. LINoZEY & caMPaeLL ‘uisita. Bla vai sentir como se ndo soubesse reslmen- te quem eo que quer, Entdo, durante a inféncia, o auroconceito se tor na cada vez mais dstorcdo devido &s avaliagSes dos ‘outros. Conseqitentemente, uma experiéncia organi. ‘mica que est em desacordo com esse auroconceito dlistorco é sentida como uma ameaca e evoce ansie- dade, Para proteger a integridade do autoconceito, fessas experiéncias ameacadoras tém negada a simbo. lizago ou recebera uma simbolizagzo distorcida, Negar uma experiéncia néo é o mesmo que igno- tila, Negar significa falsificar a realidade, dizendo ue ela ndo existe ou percebendo-a de maneita dis torcida, As pessoas podem negar seus sentimentos _zgressivos porque eles sfo inconsistentes com a ima: ‘gem que tém de si mesmas como pacifices e amigé- ‘els, Nesse caso, 0s sentimentos nagados podem se ‘expfessar por meio de uma simbolizacéo distorcida, or exemplo, sendo projerades em outras pessoas. Rogers salientow que as pessoas muites vezes man ‘tém e destacam firmemente uma auto-imagem ql iscorda totalmente da realidade, A pessoa que sente que néo vale nada vai exclic da conseiéacia as ev déncias que contradizem essa imagem ou vai reinter- Dretar as evidéncias para torné-las congruentes com Seu senso de inutiidade. Por exemple, alguém que ‘ecebe uma promocio no trabalho dird que “o patréo ficou com pena de mim" ou “eu néo merego isso” Algumas pessoas podem inclusive sair-se mal nesse ‘ova posigdo para provar a si mesmas e a0 mundo que elas nfo prestam, Como podemos negar uma ameaca & automa: gem sem primeiro termos conscigncia da ameaca? Rogers propts que existem niveis de discrtminagéo abaixo do nivel de reconhecimento consciente e que © objeto ameacador pode ser percebido inconsciente- mente ou “subceptado” antes de ser percebido. Por exemplo, 0 objeto ou a situacéo ameacadora pode roduair reagbesviscerais, como um coracéo dispara- do, que serdo conscientemente experienciadas como sensagbes de ansiedade, sem que a pessoa seja capaz Ae idemtiticar a causa da perturbaglo. Os sentimentos de ansiedade evocam o mecanismo da negecéo, que impede que a experiéacia ameagadora se tome cons- ciente, A brecha entre oselfe o organismo no sé resulta em defensividade e distorcio, mas também afete as telagdes da pessoa com os outros. As pessoas defensi ‘as tendem seats hosts em reso gag comportamen, 0: seus oles, epresena saa rios sentiments negados % Come podemas orig ea beta ene oi 0 organisin e ene o sf eos outros? Rages tou ast seguinesproposies, Primeiro, “sob certas condicdes”, envolvendo p mariamente a completa auséncia de qualquer ame 4 auto-esrutue, podem ser percebidas e examin 48 experitaias que sf inconssentes ca eutura do sf pode ser revsda para asim inci tas experidnias” Rogers, 1951, p. 517) Na terapia centrada no cliente, @ pessoas eg contra em uma stuaio ndo-ameagadora porque ‘apeutaacita compleamente tudo o que ea fala. Ba aude alors de acto por pare do trpeuy encorjao cliente @eplorar seus sentmmentos incon lentes e wazé-los a conscincia, Lena e hemes ge ~ mente, ele explora os sentimentas nde simbalizad que ameayam sua seguranga, Ne seguranca do reac conamento cerapéuica, os sentimentos até enti ane: agadores podem agore ser asinilados & auto-eare feorganizagio do autosnesto do cents, para ae § fique de acordo com a realidade da experiénca orga nismica: “Ele ser, de modo mais unificado,aquil que. @Guaann ele organismicamente é « esa parece sera esséna a dea terapia (1955, p, 269). Rogers admitu que algy. 4 nas pessoas sdocaptzes de realizar ese processosem se submeter a erapia, ‘Um benticio social importante obtido pela ace tacéo e asimilagdo de experéncias que tveram ne: sada a simbolizacdo 6 que a pessoa passa 2 compre: = ender € a aceitar melhor os outros. Tal idéia é apresentada na seguinte proposigdo: “Quando o in e vido peteebe © aceita em um sistema consisente¢ | integrado todas as suas experiénciassensoriaise vir | certs, ele necessariamente compreende melhor 06 = | outs ¢ aceta-os melhor como individuos difeen: tes" (1951, p. 520). Quando uma pessoa se seat ‘ameagada por impulsos suai, ela pode tender ac tear aqueles que perebe como se comporando dé © modo senual. Por outro lado, quando aceitaos pri: | 0 seatimentos sexusis e hosts, a pessoa seré malt | tolerante quando o5 outros os expressarem. Conse ‘quentemente, os relacionamentos socais vo melho tare a incidéncia de conlto socal vai diminut Ro fers acreditava que a5 implicagées sociais dessa jo "so tantas que esimulam a imaging 2}. Esa pode ser inclusive @ chave para uma sboigo da cise internacional ‘esa tkima proposci, Rogers salienzou como porant, para um austamentosadio, manter um rinwo exaie dos propros valores: “A medida que ndividuo percebee aceita mais as experiénias or- pois em sua autoestutua, ele descobre que estd E© “bsituindo seu atval sistema de valores - baseado So amplamente em introjesbesdistorcidamente sim- doizadas ~ por um processo de valoracio continuo" 65, p. 522). AEnfase recai sobre as duas palavras, ae proceso, Em um sistema existe a conotaseo Se agua coisa fia eesttica, enquanto um proces io significa que algo esté ocorrendo. Para um ajusta = neato sadio integrado, nds precisamos estar cons PAuntemente avaliando experiéacias para ver se elas querem uma mudana na estrutura de valor. Qual jer conjunto fro de valores tender aimpedir a pes- oa de eagir efetivamente a novasexperiéncas. Pre tisumos set leiveis para nos austar apropriadamente condigbes mutantes da vide. im relag a iso, Rogers perguntou se um pro ess continuo de avaliar a propras experizncias em. termos puramente pessoaisndo levaria a uma anar- it social, Ele acredizava que néo, Todas 2s pessoas tm “basicamence as mesmas necessidades, ineluindo 2 Recesidade de ser actito pelos outros” (p. 524). Conseqientemente, seus valores possuem um “alto = au de comunalidade”(p. 524), A seguinte passagem de Rogers (1959, p. 226-227) um bom resumo de seu modelo desenvolvimental “E, portanto, devido as percepedes distorcidas ecorentes das condiqdes de valor que o indivi duo se festa de integraclo que caracteiza seu esado de beb€... Esa, em nossa opiniao, éa alienagio bésica do homem. Ele ndo fi fel a si ‘Resmo, & sua valoragio da experiéncia organis- ‘nica natural, mas, para preserva a consderagio Posiciva dos outros, ele passou afaisificar alguns os valores que experiencia ¢ a percebé-los ape- ‘as ema terms baseados no seu valor para os ou- ‘tos, Bntretanto, essa ndo foi uma escolha consci- te, mas um desenvolvimento naturale trgico ~ no periodo de beba. 0 camino do desenvoli- ‘nto para a maturidade psicoldgia, caminho a terapi, & desfazer tal alienaco no funciona- TEORIAS DA PERSONALIDADE 373 mento do homem, dissolver as condigdes de va- lor, conseguir um self congruente com a experién cia ¢ restaurar um processo de valoragio organs ‘ico unificado como 0 regulador do comporta: mento” Segundo o modelo de Rogers, a psicopatologia ou 4 perturbacdo emocional acontece em individuos que foram expostos a uma considerasio posiiva condi onal. As condigbes de valor associadas levaram a in- congruéncia ef-experiénci. Esa incongruéacia, que € andloga ao conf id superego no modelo de Freud, gera ansiedade conforme se aproxima da conscién Cia, O individuo responde com negacio e dstorcdo, porque aconscgncia da inongruénei poria em isco 4 consideracio positive recebida do self dos outros. Amerada defesa, asim, é mante oautoconeeito (a tifcial ou inexato), Tal modelo se ajusta muito bem a ‘vérios comportamentos aparentemente paradozas. CConsiderem muther espancada que continua em um selacionamento dlaramente ptolégico. Porque ela no termina o casamento? Por que ela racionaliza 0 com- portamento do marido? De acordo com essa andlise, ela continua porque reconhecer a depravacio do re: lacionamento poria em risco sua nica vie existente de receber consideracéo positiva. Ironicamente, ela pode negar seus sentimentos e distorer o comport mento eos motvos do marido a fim de preservar seu ‘ini canal pera receber atenco, ‘Ao conttdri, os individuos que experienciam a consideragio positivaincondicional mantém ou reins talam a congruénciaself-experiéncia. Devido &ausén cia de coaflo ou incongruéncia, tis individuos nao precisam depender de defesa. Rogers caracterizou ‘essas pessoas sadias como funcionando plenamente. Como acontece na definigéo dé Maslow da pessoa auto-ealzadora, 2 pessoa que funciona plenamente cexibe um processo ou modo de vida em vez de uma meta ou estado inal, Os individuos que estéo viven- do essa “boa vida" parecem ter trés caracteristicas (Rogers, 1961, p. 184-192). Primeiro, é que no ha necessidade de defender se de nenhuma experiéncia, 4 pessoa deseavolve uma crescent abercura & experi. fnca. Ito €,néo existe defensividade,eela consegue reconhecer e expressar todos os seus sentimentos Segundo, tal pessoa tem uma vida cada ves mais exis tencial. Néo existe rigidex e nenhum preconceito so- bre o que ela deveria fazer ou ser e, por is, “vive 20 374 HALL, LINDZEY & CaMpactL intensamente cada momento”, Finalmente, a pessoa ue funciona plenamente tem uma crescenteconfian $2 10 organismo. Ela roma suas priprias decisées & ‘onfianelas. Ela desenvolverd um senso de que “fazer © que % sentido como certo’ prova ser um guia com. petente e confiével para comportamentos verdadei- Famente satisfatérios”. A medida que se toma mais aberta a todas as suas experitncis, ela & capen de fazer aquilo que “sente vontade" de fazer, ndo de uma ‘maneira hostil ou arrogance, mas de maneira conf ante. Em esséncia, tal pessoa estdaberta os seus sen- timentos © lire de defeses. Ela é lie para agir de acordo com suas inclinagbes, porque pode aceitar as conseqiténcias e pode cortigi-las se no forem satista tras Ao conciuir esse relato dos principais aspectos da teoria de Rogers, oleitor poderia perguntar-se porque clase chama “centrade na pessoa" e no “centrada no ‘organismo". A resposta é bastante simples, Em um in dividuo com funcionamento pleno, a pessoa é 0 orga: nismo. Em owas palavras, nlo faz diferenga como la & chamada. Prefere-se “pessoa” porque envolve tuma conotacéo mais psicolégica. A pessoa é 0 orge nismo que experiencia. Pessoa e self também eoinci- dem quando o self é completamente congruente com © organismo. Tudo se redus a iso: 0 organismo, um sistema vivo, holistio, que se desenvotve, 6 realide de pstcoldgica basica. Qualquer desvio dessa realida de ameaca a integridade da pessoa PESQUISA CARACTERISTICA E METODOS DE PESQUISA ‘Rogers foi um investigador pioniro na érea de acon- selhamentoe psicorerapia e merece muito eédito por estimular¢ realizar pesquisas sobre a natureza dos process que oorrem durante o watamento cco, 0s estudos bem-contolados de psiooterapia sio ex ‘wemamentedifcss de planeare executar, devido & atureza sui e privada do ambiente psicotraptut- co, Os terapeutastém relutado em subordinaro bem ‘tar do pacientes necssidades da pesquisa, perm tindo a invasio da privacidade do consulério. Mas Rogers demonstrou que gravar assesses de terapia, com a pemmissio do paciente,ndo é prejudicial 20 ‘curso do tratamento, De fato © paciente eo terape: ta logo igoram a preseng do micrfong ‘ameecmmuitaratualidae.Ascumicae série de wanscrgbesextas das sessie $oges eis: poston caer fo wratamento de forma objetva e s ier ens ss ee Jogos aprenderam muito sobre 0s prone terapa. (Ver px, Roges, 19574; Ropes 1954; Seeman & Raskin, 1953; Carnrigh 8 in 1963; pra uma reso citca, Wylie, 1998) Enbora os estudos empiric realiedor 215 eseus ascocados visessem primarianen cy Dreender e elucidar anarureza da peicoteraps liar seus resultados, muitos de seus acha relacionam diretamente & teoria da person desenvolvida por Ray (1943) e Rogers be formulago sistemética de Rogers da sua dlitada pelos achados de pesquisa; ndo eca ume de vista preconcebido que determinave a na a dizeclo quer da terapia quer da pesquisa, Sobre Ponto, Rogers disse: “0 sef€hé muitos anes um ceitoimpoputar na pscologia, eos que trabal ‘epeuticamente segundo ume orientagio centada cliente ceramente néo tinham nenhuma in inci a usar o self como um conceto expla (1951, p. 136). Estudos Qualitativos ‘Muitas das idéias de Rogers sobre a personalid foram explicadas por um procedimento qualita Indicativo, que consiste em demonstrar por de gravacbes das verbalizacbes do cliente qual 6a centrada no cliente estécheia de exemplos det (Rogers, 1942, 1949, 1951, 1961, p. 73-106, 1976 P. 401-418; Rogers & Dymond, 1954; Rogers & Wal Ten, 1946; Muench & Rogers, 1946; Snyder e col ‘adores, 1947). 0 priprio Rogers pareci prefer ‘modo de apresentar suas idéias, embora,& ca; ‘io considrasse os excertos das gravagSes como PM de validade de sua tora da personalidade. Bes para indicat 0s tpos de experiénca que precisa explores. jalise de Contetdo snétodo de pesquisa consiste-em formular um Fo de categories por meio des quis as verbal eum cliente podem ser clssficadase conta En um estudo pioneio, Porter (1943) estabele- gs bases para grande parte do trabalho posterior a categorizagio do contetido gravado de entre gas de aconselhamento, mostrando que 0 método [lise produz resultados confves. Em um out Eid iia de um aluno de Rogers (Rainy, 1948), analisdas as mudangas caracteritcas na auto- ca durante a terapia, Para esse propésito, Ra sj is0u a seguintes categoras:autoreferénciapo- ou aprovadora, auto-referéacia negativa ou dora, auto-referéncia ambivalent, autoe- cia ambigua, referéncias a objetos extern0s € 8, © perguntas. Os regstos tanscrtos de 14 te tcham sido de duas a vintee quatro entre- foram relacionados e clasificados nas seis las- émcitada, foi contado o mimero em cada 2 nos cessive etégios de aconselhamento. se que, no inicio da terapia, os clientes da- ‘una preponderincia de auto-refertacias dese- doras ou ambivalentes € que, & medida que 0 lhamento proseguia, ocoriam Auruacdes na P-apovagio, com crescente ambivaléncia. Na con 0 do aoynselhamento, os clientes avallados como lo melhorado estavam fazendo um niimero pre- Em um outro gro de etuos empregando and ‘ontetido, foi feita uma temcativa de testar @ 0 de que, conforme as pessoas passam 2 Se fr mais, elas também aceitam mais 0s outros. formuladas as categorias de sentimentos posi- S, DeFatives ambivalentes em relacdo 20 self Us, e ssas categoras foram aplicadas a as0s Sei Em um eso (Seeman 1949), 0 nme Rb setetncispostves aumentou eo nie _2tto-referéncias negativas diminuiu durante @ wa qualquer madangs concomitant 08 e+ {mn relacéo aos outros. Um outro investiga Ais 1949), usando um método semelbante de © conte, no encohtrou neshuma evidén- Be as mudangas no autosentimento ocorrem TEORIAS DA PERSONALIOADE 375 antes ¢ produzem mudanges nos entimentos em ze Jago aos ouros. £m uma terceirainvesigaglo (She- err, 1949), fo bt certo apoio postiv paras pro- posiio,embora as mudancas mas attudes em relaci0 40s outros nao fossem nem to acentuaas nem to regulares como os aumentos na acetagio dose. Uma ivesigagio de Gordon e Cartwright (1954) da pro posi, em que foram empregados varios testes e 6 cles em lugar da andlse de conteido, no apoiou a hipstese de que uma rescenteaceitagdo do selfleva a uma crescenteaceitago dos outros. Mas & interessante a exsténcia de uma corela- co bastante significatvs, 0,51, no estudo de Sheeres, 0,66 no extudo de Stock, entre as concepetes do self fas concepgdes dos outs. so significa que um in- dividuo que pensa bem de si mesmo tende a pensar ‘bem dos outros, © que aquele que desaprova si mes mmo tende a deseprovar os outros, Corelagbes de mag nitude semelhante foram encontradas por Phillips (21951) em uma investigagio de auzo-sentimentos © sentimentos em relagdo 20s outros em véris grupos de pessoas que ndo esavam em terapia. Medinnus e Curis (1963) observaram que a mai- ria dos extudos sobre autoacitago eaceitagéo dos Cutos foi relizada com estadantes universitirios ou ‘com pessoas em terapia. Para aumentar a generaliza- Go, eles invetgaram mies normas. As més que se aositavam tendiam mais a acetar os ios do que as sndes que ndo e acetavam. Depois de examinar mi tos estudos, Wie (1961, 1978) conclu que as ev- relatos. £ verdade, por exemplo, que quando algun iz que esd satiseito consigo mesmo realmente 253? HEBESHRR Aestruura de referéncia interna nos dé uma imagern scarada da personalidade? Haigh (1949) estudou 0 comporamento defensive descobriu que ele pode assumirmuitas formas ineluindo negacio, erimen- t,jusicago, racionalizag, projecéo e host de, Durante a terapia cenrada no cliente, algumas pesioss mostraram uma educio na defensividade, 20 pasio que outras moscraram um aumento. Mas Haigh ‘endia 2 minimizar a importncia dos comporamen ins defensivs. Ele supunhe que a maiora deles con sia em um engano intencional por pare do cliente era salvar as aparfncias, Essa visio contrasantida ‘ene com a teria psicanalitca dos mecanismos de defsa, que supe que eles operam inconscentemen- ® Um estado realizado por Friedman (1955) escla- ‘eceu melhor 0 problema da defensivdade. Trés gru- | pos de homens brancos classifcados como normal, psiconeurstico € esquizofténico-parandide fizeram assificegbes-Q (do slfe do ideal de tel). corel io media para os 16 sujitos norms foi 0,63; para 06 16 sujitos neurtics, 0,03; e pard os 16 sujetos cécicos, 0,49. Em outras palavras, os pacientes psi ‘iitos manifesavam consideravelmente mais auto tstime do que 0s neuréticns, endo muito menos do eos sujits normals. Friedman conclu ‘regar uma ala cocrelagdo entre as concepyées do =f do ideal de self como o tnicocritério de ajusta- mento, contudo,levaria & eategorizacio de muitas Prssoas desajustadas, especialmente esquizfiénicos Frandides, como ajustadas”(p. 73). Oachado de Friedman de que os esquizotrénicos- » Paandides mostram quase tanta congruéncia em sas , Sassificactes do ideal de self quanto os sujeitos nor. ‘ui fo conimado por Havenere tard (1962). m tesuudo de adolescents do sexo feminino com pro las de comportamento, Cole, Oeting ¢ Hi (0967) descobricam que alguns dos sujitos clasif- = amo selfcomo superar ao ideal de self. sso parece ‘rua outa indicagdo de clasificacto defeniv Um outro estudo em que uma medida de defensi- ‘ide exavacoelacionada a ato atnides ea ave ‘slo d personalidade por observadors extern foi ‘aldo por Chodorkoft (1954) Chodorkffcbieve = {atorlats de 30 esnudantes universitros,fazen ws Clasificar 125 tens em 13 pilhas dos mais c- tistios ans menos caracersticos. Quato juizes é acess a informagiesbiogréficas, a proto- TEORIAS DA PERSONALIDADE 379 colos de Rorschach ¢ um resumo dos escores no Rors- chach, a dados de cee de associaglo de palavras ¢ protocolos do Teste de ApercepoSo Tematica (TAT) - 2eram uma clasificacto-Q para cada sujet, usando 0s mesmos 125 itens. Uma medida da defesa percep tual foi obtii, expondo-sepalavras ameacadoras ¢ ‘neutras, comegando com uma exposiao subliminar ¢ aumentandoe gradalmente até o sujito ser capaz de reconhecer todas as palavas. As medidas da defe sa perceprul foram calculadas, encontrando.se a di. ferenga ence os limiares de reconhecimento para as palavras neutas e os limiares para as palavras amea- Gadoras. Chodorkoff estava interes em testar as seg: tes hipéteses: (2) quanto maior a concordéncia entre a autodesrigio da pessoa e a descrigo da pessoa pelos outros, menos defesa perceptual ela manifesard; (2) quanto maior a concordincia entre a autodescrigéo da pessoa e uma avaliacdo feita por juizes, mais ade quad seréo ajustamento pessoal do individu; e (3) quanto mais adequado o ajustamento pessoal, menos defesa perceptual a pessoa vai demonstrat. Foram empregadas duas medidas de ajustamento: (1) a lista de veriicagio Munroe Inspection Rorschach e (2) as avaliagBes feta por julzes em 11 escalas de gjusta mento Os resultados confirmaram todas as hipstess. Quanto maior a concordancia entre as autodescrigdes € as descrigées dos outros, menos defesa perceptual hhavia © melhor era oajustarmento pessoal. Os sueitos mais bem-ajustados também apresentaram menos defesa perceptual Essesestudosindicam que adefensividade é uma varidvel importante nos autojulgamentos da pessoa, que os auto-elatosnéo transmitem a mesma ima- gem da personalidade que & obtida de juizes excer. os. ‘Uma outa vaidvel que afta as auto-avaliagSes é a deselabilidade social (Milgram & Helper, 1961). tim tragp consderado desejvel recebe uma auto-avalia- ‘fo melhor do que um considerado indesejével. O fa- tor de desejabilidade social influencia a discrepancia entre as autoavaliagdes ¢ as avaliagies do ideal de self Por exemplo, em um estado de molesadores de crlangas, Fisie, Vanasek e Dingman (1967) desco- briram que ters de tragos com um caréteravalit- vo no mostravam discrepdncia entre as avaliagdes do selfe as idesis, enquanto termos ndo-avalativos | 26 380__ HALL, uiNozey @ CAMPBELL Pramente descritvos produziam grandes disrepin- as Um exame critico e abrangence dos estudos de clasificagdoQ do ideal dese foi realizado por Wylie (1974, p. 128-149). Estudos Experimentais do Autoconceito 0 interesse atval pelo autoconceito transcenden seu ‘locus original na situagdo de cerapia e tomou-se as- sunto de investigagio em condicbes de laboratério, Ademais, as hipétesestestaveis relatvas zo autocon. cxito foram derivadas de outras teorias além da de Rogers. Por exemplo, Pilisuk (1962) predisse, com base za teoria de Heider do equiliorio cognitivo, que os sujetos adversamente critcades por seu desernpenho fem uma tarefa no mudariam sues auto-avaliagSes. £ssa predigo foi confirmada, Os sujeitos usaram vd. vias racionalizagdes para manter uma auto-imagem favordvel diante das citicas. ‘Que 0 autoconceito pode ser modificado sob cer- ‘as condigdes 6 revelado por outras estudos. Partindo da teoria da dissondncia de Festinger, Bergin (1962) ‘ealizou o seguinte experimento. Os sujitas primeiro, fizeram auto-avaliagées da masculinidade, Depos, eles foram informados de que sua masculinidade era vista or outros de uma maneira discrepante da auto-ava- lisgdo, Quando a comunicagio discrepante era bas- tante digna de crédito, os sujitos mudavam suas auto- svaliagoes para tomnéclas mais consoantes com a piniéo dos outros. Quando a opinigo comunicada odia ser desacreditada, suas auto-avaliagdes no ‘mudavam substancialmente Outras Abordagens Empiricas Embora as descrigées qualtatvas, a anise de con. tetido de protocols terapéuticas €o uso da técnica.) constituam as principais abordagens empiticas de Rogers ¢ seus asociados ao estudo da personalidade, eles também empregaram virios outros métodos. Es. ses métodos consistem em abordar a pessoa a partir de uma estrutura de referéncia externa. Testes padrio como 0 Rorschach (Carr, 1949; Haimowitz, 1950; Haimowitz & Himowite, 1952; Mosak, 1950; Muen- ch, 1947; Rogers, 1976a), 0 TAT (Dymond, 1954; Grummon & John, 1954; Rogers, 1967), 0 Minnesc- 1 Malika Mosak, 1950; Rogers, 19674, Adjustment Inventory (Muench, 1947; Mosak, 1959) & 9 Ken Rosanf Word Ascii (Moen foram wade com cee em erp Un dos ae de Rogers também usou indices fsclgins po dtensto eemosio (Thetfore, 1948, 19594 PESQUISA ATUAL Como vinos, Rogers gerou ou estimulou tna quan dade subsancil e pesquiss. Ese fuxo cou ang leat os kines anos, mas no paou. Uma sree ¢studos de Cramer (1990), por exemplo,exemino telacéo ence oajustamentopsicoligico (operecions 4zado como auto-stima) e 0s nivel de apoio socal faciltadar (operacionalizados como nivel eincondi. > cionaldade de aceitago, empatiae congrutnca & Ouire pessoa) em estudantesunivestéios que man. tinham relacionamento faios no presente: Conse tentemente com a andlise de Rogers das condigaes aue geram crescimento psicoégico, Cramer relamna ue a facltagioincial (especialmente aincondic nalidade da aeetagio) do parcecoestavaassociada 3 autoestina subsequence | Ainda mais impressioname é uma andlse longi tudinal de Harrington, Block e Block (1987) da teoia da cratividede de Rogers. Segundo Rogers, a ciate dade construtivaé mais provivel na presencade ts | condigdes:aberura 8 expeiéncia, cus intemo de | avaligio © capacidade de brincar com elementos € | | ‘onceitos. As condicdesinteras sio, por sua vez, fa- Yorecidas por duas condigdes externas, sezuranca ps coldgica ¢ liberdade psicoldgica. Harrington e cola. boradores (1987) investigaram a extensdo em que | medidas de prétics de educago infantil de pis de | criangas de 4 anos e meio em 106 familias correlacio- | Tavam-se com os diferentes indices posteriores de potencial criativo das riangas.Ostés indices de pré- | teas de educacio dos filhos comrelacionavamse sig- nietvamente como potenil eratva péeseclare | com o potencalcriativo adolescene (as corel | variavam de 0,38 2 0.49) em um padrdo consistente comrades Aldo ordeirameas | como poteneil itv aolestentepemaneceuigual | | | { depois de trem sido removidas as inluéncias de sexo, Potencial criativo pré-escolar einteligéncia pré-esco la Os autores coneuem que esses resultados “séo coviamente consistent com a tora de Rogers dos ambientes criatvos” (1987, p. 855) Ald destes testes diretos do modelo de Roger, sea suposico implita de que as pessoas buscam a sstoconsistncia esd ligada a uma série de progra- nase pesquisa atuais, Tas programas situartse em ma drea cia entre a psicologia da personalidade ¢ 2 psicologa socal, pois lidam com sf, mas néo fo- calizam a pessoa inteia, apesar de estar clara a sua contbuigio &tenativa de compreender a personal dade ¢refinar a5 teoias da personalidad. Exstem sulas pesquisa contemporineas sobre ose, mas séslimitaremos. nose discusséo neste capitulo dois programas que enfatizam a consistncia: a reoria de fesinger da disondncia cogitiva ea andlise de Hig- is das autodiscrepdncis. Nés também introduzimos un wabalho psicolégico socal recente sobre a exis = ttaca ea fungZo de um autoconceito dindmico, Teoria da Dissonancia Cognitiva leon Festinger (1957) props que as pesoas que pos sue, duas crencas inconsistent, uo que ele cha rou de cognigies dssonantes, experienciam um de- sagradivel estado de tenséo que feam motvadas a reiuzr Pr exemplo, um homem pode dizer as mes Ro € 20s outros que acredita em direitos igual para 7 as mulheres, mas também pode nunca votar em uma Candidata do sexo feminino. Essas duas cognigées S80 diconanes, ea teoriaprediz que elas vao se combi- = tar para fazer seu portador sentit-se inquieto, moti- Vado a resolver tal ineonsstncia. Ele pode fazer isso ‘Budando seu comportmento de vot, mudando sua ‘oenga ou tentando justifcar a disrepincia Tal just featva podria corer se ohomem deciisse que t- ‘ie votado em uma mulher se houvesse ume candida- = "© quiificada, ou se ele afirmasse que a integridade (2 unidade familiar tradicional requer que néo nos = *rescemos a distribuir cargos para 2s mulheres. Es- $5 detarages poderiam ser verdade, mas 0 ponto & ue homem a faz de maneira motivada, defensiva Como aconteceu com Rogers (e Freud), ns encon- ‘amas uma stwacdo em que umm observador externa o pode saber failmente se o comportamento & de- feasvo ot legtimo. Como um exemplo aterativo, ‘Onsiderem 2 aun que acredita que “ola” é errado, "Tas que cola em uma prova se teh a oportunidade. TEORIAS DA PERSONALIDADE 381 Sua atiude e sua aqdo séo dssonantes. Ela ndo pode mudar o comportamento (ela jécolou), mas p reduzi ciscrepanca, afm de remover o desagrad vel estado de tensio. Bla pode tentar justificar 0 com- portamento, dizendo que o exame nao era importan- te ou que anulo sé aconteceu porque dessa vez ela nao estava preparada, ou que nao foi nada de impor tante pois aquela matéria nao fazia parte de sua érea deestudo. Mas, interessantement, ela também pode reduzira dissondncia, mudando seu comportamento, concitindo que colar nem sempre é to ruim. Festinger acedita que é melhor descrever as pes: soas como seres que racionalizam, ¢ nfo como seres racionais. As cognigSes inconsistentes so andlogas 20 self e& experizncia no modelo de Rogers, o estado de tensdo € andlogo & ansiedade no modelo de conflito de Rogers, e a justificatva é andloga as defesas de Rogers da distorgdo ou negagio, Tal nalogia esd lon- ge de ser pereita, caro, porque as cognigdes disso- nantes podem ser algo muito diferente do que Rogers quer dizer com self e experifncia. Mas a sonfiance bisica na autoconsisténeia, conforme provocada por um estado de excitagéo, € muito semelhante © paralelo fica ainda mais interessante & luz dos achados de que um estado de excitacdo negativa é um pré-requsito para que ocorra a dissondneia. Por exemplo, Zanna € Cooper (1974) deram uma pula de placebo a grupos de sujitos antes da inducio de dissondnea, dizendo a diferentes grupos que a pfula os detrara tensos, relaxados ou nao teria efeto ne- hum. Os sueitos foram entéo induzidos a escrever tuma redagéo oposta &s suas aitudes. Os suletos mu- daram sua attude na diregdo da redagio esrita,con- forme prediz a teoria da dissondnca, quando infor mados de que a pilula néo teria nenhum efeito. Nenhum efeito de dissonancia ocorreu nos sujeitos informados de que a pilula os estimlaria, presu velmente porque eles “atribuiram erredamente”& p- lula a sua exciacdo por escrever a redago. Finalmen- te, 0s sueitosinformados de que a pula os relaxaria mostraram uma mudanga de atitude ainda maior do que os membros do primeiro grupo, presumivelmen- te porque esperavam estar relaxados e, portato, f+ caram ainda mais perturbados pela excitacao sentida Cooper, Zanna e Taves (1978) replicaram ese exper ‘mento, dizendo aos sujeitos que eles estevam rece bendo um placebo, quando de fato alguns estavam recebendo um tranqilizante, alguns, um estimulan- 382__HALL, UNOZEY & CAMPBELL te e alguns, um placebo. Os efeitos de dissondncia ‘correram quando os sujetos receberam 0 placebo, nio ocoreram quando eles receberam um tranqiil- zante, e foram intensifcados quando eles receberam © estimulante. Aparentemente, um estado de excita so € necesséro para que ocora a dissndncia, ex ‘amente como a ansiedade é um gatitho necessério para a defesa no modelo de Rogers. ‘Um outro vinculo com Rogers €sugerido por duas ‘motificagdes da tora dadissoninca. Aronson (1965) propés que o componente mais excitante de ura cog: nigdo dissonant ¢ sua inconsisténcia com o autocon ceito. Em conseqiéncia, a motivagio para recaurar a consisténcia por meio da autojustificatva deveré ser mais intensa quando a inconsistncia puser em risco alguma faceta central da autodefinigo, Alernativa ‘mente a autojustificativa provocada pela dissondncia Geverd ser mals predominante entre os inividuos com auto-estime elevada, Essa “visio da consistnciaafi- ta que o nosso nivel eral de auto-estima opera como uum padrlo em comparaclo com o qual a consisténcia avallativa de um ato é avaiada. Quanto mais incon- sistente €0 ato de acordo com aquele padréo, mais presséohaverd para justified como uma met dere taurar a consisténcia auto-avaliciva” (Steele, Spen- cer & Lynch, 1993, p. 886). Ao contro dessa abor- dagem de cutocnsstnia&dissondncia, Sele (Steele & Liu, 1983; Steele, Spencer & Lynch, 1998) oferece uma abordagem de auto-afirmagéo, A teoria da auto afimagio postula um motivo para manter a percep: side integidade global do autosstema. Como con- Seqigncia, a autojustficativa descita pela teoria da dissondncia representa uma tentatva nao de restau rar aconsisténcia, mes de restaurar a integidade da ‘auto-imagem. Jé que as pessoas com auto-estima ele vada possvem “mais recursos com os quais afirmar" sua auto-imagem ameacada, elas so “mais ressten tes a ameaca 2 auto-imagem” produzida pela disso nancia pés-decsdo e, portanto, é menos provivel que se empenhem em autojusificativa (Stele e colabora dores, 1993, p. 886). Assim, exstem diferengas ind viduals na resisténcia&ameaca. Consistentemente com ‘esse modelo, Steele e colaboratires (199) descobri- ram que osindiiduos com auto-stima elevada, quan- do lembraos de seus recursos, exibiam menos auto Jusificativa depois de uma decisdo ameacadora para 4 auto-estima. Steele conclu que ‘a dissondncia ndo ¢ fundamentalmente a fligdo da inconsisténcia psi- coli ou, mas partilarment, afin da ay inconsistécia, mas a angista de um senso de an integridade ameaads” (Steele e colaboradores, 1993 p. 893). “ Teoria da Autodiscrepancia A esséncia do modelo de Rogers 6 existénca de dug verses de congruéncia/incongruéncia: ene o sg 4 experiéncia, em que o primeiro representa a auto AefinigGo do indviduo e o segundo representa a ree lidade mental do individuo, e entre oself 0 slide al, em que 0 iltimo denota “0 autoconceito que 9 individuo mais gostaria de possi o que ele mas ve loriza" (Rogers, 1959, p. 200). A teoria da aatodis creplncia de ET Higgins (1987, 1989) est cons. {da em tomo das discrepéneias existences entre tris dorinis alternativos do self *(a) 0 self rel, ue éa nossa representacio dos atributos que alguém (nés smesmos ou outra pessoa) acredita que nés reaivene possulmos; (0) o self ide, que €« nossa representa #0 dos aibutos que alguém (nés mesmos ou ouza pessoa) gostaria que nds, idealmente, possussemas (ie, a representacio das esperancas, das asiragies cu dos desejo de alguém para ns); € (C0 self abr garde, que é a nossa representacdo dos acibutos que iguém (nds mesmos ou outa pessoa) acredita que ddeveros ou temos de possi (i ., uma represent #0 do senso de deve, das obrigacdes ou responsab- lidades de alguém” (1967, p. 320-321). O exemplo de Higgins da distingZo entre o sefideal eo self bt gatéro é oconflto que algumas mulheres experienc ‘am entre seu proprio desejo de ser uma profisional bem-sucedida ea rence de otra peso de que eas deveriam ser donas-de-casa e mies. Observer que Higgins propde duas origens para cada dominio do self 0 nosso préprio ponto de vista e o ponto de vst de alguma outra pessoa significatva (a distngio de Rogers entre @ necessdade de consideracdo positive necessidade de autoconsideragio se refer eser- clalmente a esses dois pontos de vista). Combiner os trés dominios com os dois poncos de visa gra pos sibildade de “ses tipos basicos de epresentacbes de estado de self real/préprio, reaV/de auto, ideal/pé- prio, ideal/de outro, obrigatro/pripro e obrigeté- Fio/de outro”. (Observe que a “condiclo de valor’ de Rogers ea “trenia do deveria” de Homey represts tam a intemalizagéo ou a transformagio do “obris tide 0000" de Higgins no “obrigatcio/prptio") thlando 20 exemplo de Higgins, o deseo de ua aber de ser uma profssional bem-sucedida seria usa represenacdo do ideal/pépro,e a insisténca desexs pas em que ela fique em casa como espasa e oie seria uma represenacio do obrgattio/de ou ars duas primeiras represetagbes compreendem que Higpnschama deauzaconceto, eas quatro ces. cars compreendem o que ele chama de autoguias. A ove da auodiscrepdncia arma que “nds estamos sotados a acingir uma condi em que 0 nosso sutoonasito combine com 0s nosso auoguis pes. soalmene relevance (Higgins, 1987, p. 321) ‘Aeoria da autodiscrepdacia segue Rogeseate- oxi da dissondncia ao sugeris que as discrepdncias tm ennseqiéncias emocionais ¢ motvaconais. Se a exc se tomar forte demais, a pessoa pode tentat redutila, mudando o seu comportamento ou recon. swiualzando eventos correntes ou passados. Mas a teri €distiniva ao propor que as dscrepénciasco- rics entre determinados pares de representacio es tio asocadas a predsposigbes motivacionais esp fz Por exempl, a discrep2acias iel/proprio versus idel/pproe rea proprio versus ideal/deouto to. 1a & pesca vulnerivel a emoses de abatinento€ tisezs Mais especicamente uma disrepinciarel/ zrpro vrusideal/prépro provavelmentelevaré ssapontamentoeinsatisfagdo, porque a pessoa are dita que suas esperaneas e seus deseos no se real- ‘ara. Por ouro lado, uma dscepincia real/piprio rus ideal/de outro produz vunerabildade & ver. [© tha eembaragn, porque a pesoa fracassouem stem S derds esperancasedeseos de um outro significative @& Unnexemplo da pimeiradisrepéacia ocoreia se uma {£& Peon que estvesseesperando ir para a faculdade ese eprovada no vescbulas, enquano a ila po- =) dia ocomer se uma pessoa ndo conseguisse ingres- Sn tnice faculdade que seus pais consderavam 4, Sia dela. Ao contro, as discrepincias ene re 1 Pesentages real/préprio obrigtirio/pedprio to. £ tima pessoa mulneréve a emogbes de agtag, Uma ‘5 “Screpincia real/préprio versus obigntéra/ptprio (¢ Poduziria vunerebiidade & culpa e/ou autodespre- {7 1. Porque a pessoa violou um padrdo moral pessoa 4 Bete aceito, mas uma discepincia real/prpcio ver. |B obrigatério/ée outo deiza a pessoa sentindo-se » Sseosa, ameayada ou resend, devido a sangbes { S*Punigdes antecipadas. Um exemplo de uma diere- 383 TEORIAS DA PERSONALIDADE —————_______TS0185 9 Pensonaupape 383 bincia ceal/préprio versus obrigatrio/prépcio seria tum aluno no trar as notas que se sente capaz de tirar; e ndo trar as notas que seus pais esperavam ‘tustearia uina discrepancia real/prépeio versus obri s2t6rio/de outro, A teoria da autodiscrepancia de Higgins & compli- cada, especialmente quando ele introduz pardmetros ‘govemnando a disponibilidade e a acessbilidade das. iscrepincias. Mas ele publicou vérios achados con. Firmatérios, e sua teoria da autodiserepancia é uma exiensdo contemporinea pravacativa do modelo ori ginal de Rogers. Autoconceito Dinamico As limitagbes de espago impediem uma discussdo ex- tensa de outros rabalis recentes que desafiam a su- Dosigdo de um autoconceito unitério. Markus ¢ Wurt (1987) oferecem a melhor introdugéo para este tra- balho sobre o que chamam de autocanceitodindmico, ‘Marius e Wurf observarn a conexao entre a pesquisa contemporinea ea teoria da personalidade de Rogers € entre as teorias propostas por Erikson, Homey, Mas- low, Murray e Sullivan. Por exemplo, Markus e Nu us (1986, p. 954) sugeriram que 0: selves passvzis “representam as idias dos individuos sobre o que eles poderiam tornarse, o que eles gastariam de tomarse © 0 que eles temem tomar-se”. Nessa abordagem, 0 ‘eutoconcete funcional se refere “ao conjunto de auto- concepedes presentemente aivas no pensamtento ena ‘membria” (p. 957). Como um outro exemplo, Mariais « Kicayamma (1991) distinguem entre constrigdes in- Aependentes @ interdependentes do self A viséo inde- pendente, predominante nas culturas ocidentais, ba- Seia-se na suposigao de que cade individuo tem atributos dnicos que deve descobrir expressar. A ‘onstrugdo interdependente baseia-se ndo na suposi ‘40 da autonomia do individuo, mas no papel da pes- soan unidade social mais ampla. Nesta ltima visio, ‘© que é tinico no individuo nao € o seu self interior, ‘mas sua configuracio de celacionamentos. Segundo ‘Markus e Kitayama, existem conseqiiéacias cogniti- vas, emocionais e motivacionais importantes deséas construgdes alterativas do self. Apesar de Markus ¢ Watt se referirem a esse compo de trabalho como ofe- recendo uma “perspectiva psicolégice social’, ele cer- ‘tamente no deve ser ignorado por aqueles que est dam a teoria da personalidade. Gg 384 HALL, LINDZEY & CAMPBELL es STATUS ATUAL E AVALIACAO A teoria orgenismica, como uma reagio ao dualismo ‘mentecorpo,& psicologia das faculdades e a0 com: Portamentalismo estimulo-esposta, foi imensamente bem sucedida. Exisealguém na psicologia aualmen- te que nao seja um proponente dos principios mais importantes da teoria organismica de que 0 todo é ‘mais do que a soma de soas partes, de que aquilo que acontece para uma parte acoatece para o todo, e de que nio exisem compartimentos separados dentro do ‘organismo? Que psicslogo acredita que exise uma ‘mente separada do corpo, uma mente que obedece @ dei diferentes das que regem o corpo? Quem acredita que existem eventos isolados,processosinsulados, fan- ‘Ges sem conexZo? Muito poucospsiasloges, se € que algum, tém atualmente um pono de vist stomista ‘Teds nés somos psieslogns organismices, indepen- dentemente do que somos além disso. [esse sentido, a teoria organismica € mais uma atitude, orientagéo ou estrutura de referéncia do que uma teoria sstemiética do comportamento. Ela diz, comefeito, que uma ver que tudo se relaciona ao odo, 0 verdadeiro entendimento resulta da colocacdo cor reta de um fenémeno dentro do contexto do sistema total. Ela faz com que 0 investigador leve em conta uma rede de variveis em ver de pares de variveis, considere o evento que estéestudando como um com Ponente de um sistema, em vez de como um aconte- Cimento isolado. Compreender as leis peas quais 0 ‘organismo opera é de fato a suprema preocupacdo dos cientistas, €0 ideal que todos buseam.O ponto de vista organismico,conforme aplicado na érea da ps cologia humana, firma que a pessoa total unida- de natural de estado. Ua vez que o ser humano nor ‘al, sadio, ou qualquer outro organismo, por falar no assunto, sempre funciona como um todo organizado, a pessoa deve ser estudada como um todo organiza do. Uma teoria orgenismice da personalidade é defi- rida pela attude do terico, nao pelos contetidos do modelo de personalidade construitos. Se a teora fo- calza organism todo como um sistema unificado, em vez de tragns, pulsdes ou habits, enti a teoria pode ser chamada de organismica. Goldstein, Mas- low, Allport, Murray, Rogers, Freud, Jung e pratca- _mente todos 0s outros teéricos eontemporineos ado- tam uma orfeatagio organismica, embora exstam Aferenges rates ene eses totes. O ane Gay fein enconra no organisno nfo ¢ pretsrenieg ge Alport ou Freud enconram ai embora os irs pe sam ser cassifcados adequadamente como orang ricos em sua orientago gera Pouens falas podem ser encontradas na sbord. semorganismice, i queela to universamente an ta. Mas podemos avalir uma teosiaorganisnica pecfica, como a de Goldste Algumas eticas mais ou menos especicas for feitas& eon de Goldstein. Ble fo critcedo por ia isinguir sufcientemente entre o que & inerente ap corganlsmo e 0 que foi colocadonele pela cultura Kar ‘soff (1942), por exemplo,levantou essa questo. 9 ‘conceto de Goldstein de auto-realizarSo fi conse. rado como tendo um caréter geral demais par se ‘tl para predgbes espectficas. Skinner (1940) cons erou a auto-ealizagdo um conceito metatisico, por que ele no pode ser testado experimentalmente, 4 {guns psicélogos reclamam que Goldstein aparene. mente nio considera a andliseestatisica, preferinds uma abordagem qualtativa como investigator sss psiélogos acham que a andlise qualitativa é extrema mente subjtiva, e que é dificil reper uma investiga Ho quando ela estd expressa em cermos puramente ‘ualitativos. Outros psinslogos no concordam eom as extcas de Goldstein ao uso de testes psicogicos les acham que o5 testes devem ser aplicados © pon tuados de uma manetra padronizada ¢ que eles nfo ever ser modificados para atender is necessidades de casos indviduais. Goldstein foi cicada por enfs tizar demais a maturacio e dar muieo pouca zenro ‘ aprendizagem e por exagerar a importincia da at tude abstrata no funcionamento psicligico.Finalmen: te, foi contestada a tentatva de compreender a per sonalidade norml,estudando-se pacientes com lesio cerebral ‘A versio de Maslow da teoria organismica pode acabar sendo mais influente do que todas as outras. Maslow foi um escritor eum palescrante incansével¢ anticulado, lém disso, ele se tomou um dos lideres dia psicologia humanisa, que ara tantospscdlogos. ‘Ap|er Maslow as vezes fc desenhr a lina eae © inspiraional e o cientifico, Algun erticos aced- tam que. psicologia humanistaé mais uma subst fo secular da relgiéo do que uma psicologiacientf- a, Outros acham que as contribuigdes dos humanises aos fundamentos empitios da psiclogia no fore proporcionais aos seus textos especulatives. Alguns psicélogos acusam os humanistas de aceitar como verdade o que ainda é hipotéico, de confundi teoria com ideologia ede substcuir a pasqusa pela retdrica. ‘Agesar dessas criticas 20 tipo de psicologia que Mas low representa, existem muitos psidlogos que foram aaidos por esse ponto de vista porque ele tenta lidar coum preocupacies humanas vitais econtemporéneas. {Nao houve nenhuma grande mudanga no ponto de vita tesco de Rogers depois de 1959, embora ele setorasse mais firme ao apresentarSuasiéias, mais seguo de sua validade essencial, mais consciente de sue apicabilidade para ajudar 2 resolver os proble- tas do mundo modemo, mais convencido de que i esperanca para o futuro da humanidade (Rogers, 1977, 1980). A terapia centrada no cliente € um mé- tofo de tratamento estabelecido e amplamente wil zado, A teoria centrada na pessoa, cnforme formula- da por Rogers, serve como um estimulo formidével tara. as atvidades invesigativas. Nem todos os acha- dos empircos sao favoréveis &teoria de Rogerse nem toda a pesquisa sobre o self pode se arbuida dieta- mente a Rogers. No entanto,ninguém fi mais infu entena criagdo de uma tradigio intelectual em que a pesquisa sobre o self podera florescec Seu ditado de {ue “o melhor ponto de vista para se compreender 0 comportamento é o da estrutura interna de referén- cia do prépro individuo” tera sido um poato de reu- nfo para muitos psiedlogos. Sua consderacio apai- xonada pelos valores humanistas na pesquisa ricoligica conforme apresentada em tantos textos Seus e em seu famoso debate com B. F Skinner (Ro- £28, 1956) ajudou a polarizaro pensamento dos psi logos. Seu otimismo, sua f& implicita na bondade inerente do ser humano e sua firme crenca de que as Pessoas peturbadas podem ser ajudadas slo aitudes ue atrairam muitas pessoas que consideram 0 com Portamentalisma fio demas ¢ a psicandlise pessimis- ‘3 demais. A existéncia de uma “terceira forga” na skologia, tio vidvel quanto o comportamentalismo © psicandlise, deve-se em grande parte @ Carl Ro- es, 4H observamos que as visdestercas de Rogers, como as de Freud, Jung, Adler, Homey e Sullivan, ‘riginaram-se de sua experitncia profssional com Pessoas emocionalmente perturbadas. Maseiste uma a muito signifcativa entre Rogers e ess ou- "00s tericos com uma base clinica. A partir de 1940, SORIA DA PERSONALIDADE 385 quando Rogers aceitou um cargo como professor de psicologiana Universidade Estadual de Ohio, suaiden cdo psimaria foi com a psicologia académica. Nao 4 nenkum segredo que os avangos no ambiente ti ‘ecsitria 0 prestigio profissional slo grandemente seterminados pela produtvidade da pesquisa da pes- soa e pelas atividades de pesquisa dos seus alunos. Além disso, opsicdlogo académico tem de enfrentar 0 ‘scrutinio crtco de seus colegas. Que Rogers passou nesses testes com grande sucesso éatetado pela quan- tidade e qualidade de suas publicagées, pelo nimero de alunos que tevee pelas honrasrecebidas de seus ‘colegas pscélogos. le foi um dos primeiros trés ps ‘dlogos escoidos para receber um Distinguished Sci «entific Contribution Award da Associagdo Psicol6gica Americena em 1956, Por outro lado, apesar de sua associagdo como processo académioo por muitos anos, Rogers criticava agudamente a estrutura univesit- rin tradicional, Ele achava que conseguira seguir seu camino sem ser influenciado, tento quanto passive, pelas presses e politicas dos departamentos acadé- mics. Em certaextensio, rl isolamento se reflete no cinism de Rogers arespeito da nossa intituigdo edu- cacional e sua forcada segregacao de sentimentos © de inteleco Usando uma expresso que poderia sero resumo de sua teoria, Rogers deplorou “as gritos si- lenciosas das sentimentos negadas ecoando em todas as salas de aula e comredores universtdros” (Rogers, 1980, p. 251; itlicos arescentados) {A principal rica que muitos psiSlogos fazem & teoria de Rogers & que ela se baseia em um tipo ing uo de fenomenologia. Existem abundantesevidénci- as mostrando que fatores nao-disponiveis para a cons- ‘8ncia motivam 0 comportamento e que aqulo que tua pessoa diz desi mesma esté distorcido por defe- sas € enganos de varios tipas. Os autoelatos care cem notoriamente de confiabildade, néo 36 poraue as pessoas talver pretendam enganar seus ouvintes, mas também porque elas ndo conhecem toda a verde de sobre si mesmas. Rogers ft critcado por ignorar inconsciente, cuja poténcia para controlar a conduta ‘humana foi comprovada por investigagbespsicanalt ticas durante um petiodo de oito décadas. Rogers acte dita que nao hd necessidade de sondar, de interpreter, de realizar andlises extensas e intricadas dos sonhos, ‘ou de escavar camada apés camada da psique ~ por ‘que a pessoa se revela naquilo que diz sobre si mes- | i | 1 386 HALL, LINDZeY & CampeciL Mas a citca de ingemuidade nio pode ser feta om tanta veréacia contra Rogers. Na tora de Ro- Bet, etd explickamente recomhecido 0 conceito de ‘um organismo que tem muitas expecincias da quas ‘do esté conscent.Algumasdesssexperdncias nao. simbolizadas nao tém aceso& consciéncia por serem inconsistentes com a auto-imagem. Se isso no & re Bresso, no sentido prcanaliticnadstingdo entre isso € tepresio étdo pequena que pode ser ignorada. A Principal diferenca entre Rogers ea psicanlise extd na conviegdo de Rogers de que a repressdo pode ser cvtads, em primero lugar, por pas que do &eianga ‘uma consideracéo positiva incondcional. Ou, se 0 ano jd fi feito, poe ser corigido mals tarde pla intervencio terepéutica em que 0 terapeuta valoriza 0 cliente. Quando recebe uma corsderacgo postva Incondicional,o ciate eventuslmente descobre seu verdadeico sf. Esse verdadero slfé aquele comple- tamentecongruente com o organism que experen cia. Os psicanalsas objerariam que a consideragao Positiva incondcional, mesmo que pudesse ser man tide consistentemente pelo terapewta, no seria sf lente pare superar @repressio no paciente. A andlise 2 interpretasio do que o paciente esté pensando © sentindo dos sonhos e da transferéciasio neces a5 para penetar nas defesase tomar onscienteo que ‘4 inconscente. Mesmo nas conigiesterapéuticas mais favoréveis, uma poredo das nossa experiénias continua inconsce Rogers (1977) modificou sua visto do inconsc- te, sugerindo que os processos organismicosincons- lentes realmente orientam, e devem orienta, grande Parte do nosso comportamento.Taisprocessos no a sioantsocieimpulsvosno seme fein ey sto guias confidveis para obtertnos realizacdo pessoa) «ed ¢ desenvolvermosrelagesinterpessoais ede a Ropes pazee esa diene: "Confira seine ent’ Uma outa cre focaliao fracas de Rage em desreveranarureza do organism, Se oorgees sno é a realidad picligcehisca, qusis say rrcterisica dessa realidad? Quis, precsamene 2 potencialdades do organismo que podem ses lzades? Outs tics posularam element coy intintos de vida e de morce Freud), arqucipe ung), necessidades (Mura, Fromme Maddon) os 2s (Miller € Dollard) e tags (Allport Call) ae Rogers néo postlou nada além da tendénci reaing dora muito gere, Rogers poderia te respondido& ese tipo dee. ca dizendo que, como fenomendogo, ele esd inser sado apenas nas experincias que fuem do organi. to e na abertra da pessoa a esas experinin ¢ indo no préprio orgenismo. Evidentement,€ pene tativa do tebicocolocar ums teoca dento de une ‘srutura eignorar 0 que est fora dessa esrune, Por consieré-lo pouco importante ov irtelevante “Todos os tedricosexercem tl det. Seje qual fr ofuruo da tora de Rogers ela ser iu muito bem ao propSsco de tomar osu objeto de invesigacio empirca, Muitos psicdlogos deram stats teéreo 0 sel, mas & de Rogers 0 crédito por suas formulagées sobre o sel fenomenal teem levado dizetamence a predigies e auvidades invesigtvas Heurisicamente sua teria tem sido uma forge ex ‘wemamente potent edisemiada 3 ENFASE NA APRENDIZAGEM ‘0s ts tec discutidos nesta seco final do ent distinguem se por uma énfase no papel central desempeniado pela aprendizagem na aqusigdo daquelas tendéncias caractersticas de comportamento que coasttuem os componentesesruturais ¢dindmicos em outrs torias da personalidade. Els diferem ciaramente em sua atculado dos princpios que governam a sprendizagem. Skinner estabelee uma vigoose descriéo do condicionamento instrumental, segundo o qual o comportamento ¢ “seleionado ¢ mantdo por suas conseqiéncias". A esséncs do modelo de Skinner & sus especifcacdo dos pardmettos que governam a opetacéo de reforco. Dollard e Miller expicam a aprendizagem por meio de estimulo-resposta. No process, eles reconceitualizam varios aspecos importantes do modelo psicodindmico de Freud. Finalmente, Bandura arcula um modelo de aprendizagem cognitivo socal em que a aprendizagem cbservacional & 0 principal meio pelo qual as pessoas desenvolvem seus repertirios comportamentas. Grande parte do relato de Bandura baseiase na suposcao de que © ‘omportamento humano & guiado pelas conseqiiéncias antecipadas pelo individu. Outras diferencas acompanham as posgGes caacteriticas dsses tedricos a respeito dos principios de aprendizagem. Por exemplo, Skiner jamais teria descrito a si mesmo como um tesco da personalidade; em vez dss, ele rentou oferecer uma estrutura alternative para explicar os processos que outs teéricos descreviam como pares distintvas da personalidade de um individuo, Bandura taba na frontiraente a personalidade ea psiclogia socal. Dos trés, seria mais provavel que Dollard e Miller se referissem ao seu trabalho como umma teria da personalidade. Além disso, Bandura enfatiza os processus cogitivos em sta exposicéo. Dollard e Miler também tentaram explicar os processos cognitive, mas Skinner recusot-sefirmemente @ ‘explicaro comportamento em termos de processos cognitivas no-observados. Os tr tericos ‘ém metas extremamente pitas, mas a orientago préticalevou Skinner a uma posiglo claramente radical, em que sé os eventos ambientas observiveis e manipuléveis desempenham ‘um papel causa ‘A Tabela 4 (ver p. 388) apresenta um resumo comparativo de Skinner, Dollard e Mille, © Bandura. As trs posigées si classifcadas como “‘ltas"no processo de aprendizagem. Todos os ‘eéricos também enfatizam a continuidade e do pouca aren & singularidade, mas estdo aparentes varias diferengas. Por exemplo, Skinner esta sozinho em sua énfase no papel Aesempenhado pela heretariedade. Bandure se destca po sua fase no autoconceto e no pel desempenhado pela competéncia na orientagdo do comportament.

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