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Dildos nznconi de Caogaio na Pb (Ct) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ce eect ia al pnts if, Jost Eduardo Moreno; traducla de Vers Vacca = 7 inas, 2012. eee ce Devens 2Pipei de damornens 3. oreo Jot Blond, Fu aoe aos cop.ass ss Pedigo = 2012 Rus Dona inflaUehoa, 62 04130-020» Sta Palo = $B Tel (31)2128-3500 naps pautinsoee be = etorx@paslinascom.be “eemchecing« Cs 800-7010081, (Pia Sociedade Fas deS80 Pele ~ Si Plo, 2002 so capazes de erguer a cabeca’sobre d fazer cot PROLOGO Esta ogra em dois tomos é dirigida a estudantes de Psi- cologia e também aqueles que se especializam em outras éreas, mas tém contetdos psicol6gicos incluidos em seus programas deestudo, Do mesmo modo, écirigida Squeles que, ngo obstante os diferentes papéis que possam ocupar ~ como ser pai, mae Ou ho, ser professor, reitor, médico, engenheiro ou psicdlogo ~ iano @ se perguntar: quem sou? O que acontece comigo? Qual é 0 senti- do deste éxito ou deste fracasso? Por que morrer? O que acon- tece aos que me rodeiam? Por que estou distante de meus fi- thos? Por que este adolescente parece néo me escutar? Por que este ancido tem um eterno sorriso apesar de, aparentemente, the faltarem tantas coisas..t Milhares de perguntas etemas como essas amontoaram-se também em nossa mente. Talvez tenham surgido respostas, mas gio todas as que espeerévamos. Por isso mesmo, nosso espirito permanece aberto, inqul J4 que a Gitima pagina desta put cago 6 apenas uma a mais naquela que em outro tempo e lugar escreveremos; talvez uma inquietude, uma resposta para logo trocé-la por outa. Parafraseandlo Jaspers," chomem 6 um ser em caminho, um eterno viajante, um eterno inquisidor do mistério da vida, do mundo que o rodeia e daquele que o transcende. ‘Quando nos propusemos responder a0 compromisso de escrever um texto sobre a psicologia das idades, buscarnos um ponto do qual pudéssemos visualizar o desenvolvimento hua ‘no, ou seja, um farol que guiasse e configurasse a nossa meta. Partimos, assim, da nogdode epigénese? que nos permitiu com= "asst, K, La filosffa. Medco, FCE, 1978, suimos a posigto de E, Elson, que desenvolvere- (eh. cap. pp 9-10) O novolser € pessoa (cf., no t. 2, cap. Vill, pp. 1238) Etimologicamente,”” a palavra “pessoa” provém do vocabulo srego présopon, que significa “néscara™ Com ela ator cobria 0 resto para desempenhar seu papel, especialmente nas tragé dla, dala telasdo ene os termos “pesto” ¢ “peronager” No entanto, a nogo de pessoa foi culdadosamente elaborada no seio da teologia medieval para “explicar” 0 mistérlo da trin- fica que a pessoa existe em ser 6 incomunicavel; assim, sua nota ci a 6 a propriedade. ‘Além disso, sua natureza ou modo de operat & racional, @ isso se efere forma de aprender como um caminho que transita do conhecido para o desconhecido, que supde uma sucessao de idades realizadas em um tempo cronolégico, Da mesma for- ma, tal Tacloalidade eatabelece uma hierarquizacao do conhe- cimento intelectual em relacio & vontade, embora ambas sejam Partindo-se do conceito de que a vida human r sente desde a fecundacao, como consideramos ant aborto provocado deve ser considerado um ato homicida. Em ge- ral, € justificadg como uma solugo nao procurada, mas suposta~ ‘mente necesséria para evitar filhos indesefados ou deficientes. Consideramos que néo se pode alegarnenhum direito nem argumentago para destruir uma vida humana, como forma de evitar as dificuldades em aceitar ecriaro filho com todo 0 esfor- ‘0 que isso requer. Ao mesmo tempo, apontamos para uma pa- ter ide responsdvel na qual a oportunidade de ter ou nao um, Iho seja considerada antes de concebi Caso se'permita 0 retorno ao birbaro arbririo dos pais sobre a vida dos filhos, nfo ser& possivel constitulrse uma so- cledade mais humana e mais justa. "7 Feemree Mota J. Diciontriodeflsofa. Sto Paulo, Martins Fontes, 1994, 2 FATORES INTERVENIENTES NO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE Viktor Frank! posiciona-se diante da condicionalidade do homem e expressa assim seus Pensamentos: co homem é in- condicionado a medida que n8o se ‘esgota’ em sua condiciona. lidade, & medida que nenhuma condicio é suficiente para ‘cons. ir todo o homem, incondicionado nao é nem © Homo sapiens recens, condicionado de forma vit Animal rationale, nem o Zoan Politikon, socialmente condicio. fnado. Podemos dizer que o homem incondicionado é 6 hamem em si: Homo humanus".!® Essas palavias sugerem 0 paradoxo da natureza humana entre o que alguns autores chamaram de determinantes,limitagées ou condicionamentos do processo de clesenvolvimento da personalidade e aliberdade espiritual pro. bria dessa natureza humana. Para esclarecer esse dilema entre ‘ ointerveniente eo determinante, parece-nos oportuno abordar Outros pensamentos do mesmo autor. Viktor Frankl diz em outra dle suas obras: “.. por mais que o homem seja, de acordo com sua esséncia, um ser espiritual, mesmo assim continua sendo tum ser fnito limitado; essa limitago coincide com sua condi. 0 de condicionado, pois o ser humana é incondicionado ape- nas em potencial, pois de fato é sempre condicionado, Disso de. Corre que a pessoa espiritual nem sempre consegue impor-se por meio dos estratos psicoffsicos. O ser humano s6 pode ser incondicionado de um modo condicionado", Optamos por falar de “fatores interveni marcar nossa diferenga tanto das posig6es deterministas quanto das antideterministas ou indeterministas da Psicologia, Como as pessoas chegam a ser o que so? Por que o de- senvolvimento humano segue uma direco ou cutso? Estas so as questdes bésicas da Psicologia do Desenvolvimento, "Fran. El hombre incondicianado, Buenos Aires, Pantin, 1956, pp. 11-12 "Fw, V, La iden pscolégica del hombre. Machi, Rial, 1979, pp. 826 » oto T mudancas dal pesquisadores perguntaram-se se a aco humana depende das estruturas anatBmicas; se as relag6es interpessoais, a conviven cia com outras pessoas em determinado contexto familiar, social cultural impéem um modo de ser; ou se 0 desenvolvimento € a conduta humana so voluntérios e livres. Essas trés grandes questées levaram-nos a classificar os fatores intecvenientes no. desenualvimento da personalidade em: 1, Odado: compreende a natureza, a heranga e as poten- cialidades que amadurecerdo. Faz referéncia ao presente desde a concepgéo, embora va se manifestando posteriormente. Da mesma forma, refere-se a0 inato ou co-natural, isto ¢, a0 nascl- do com o préprio sujet. dado manifesta-se eatualiza-se em didlogo com 0 mun- do, isto 6, em fungdo do que este apresenta © propde. Mais adiante® espee]f{caremos seus diversossigifcados. 2. O apropriado: o-sujeito constitui-se a partir desse nd- cleo que denominamos “0 dado’ e por meio da apropriagao do mundo, ou seja, do ndo-eu. Essa apropriagao faz referéncia a0 aprendido, ao adquitido, ao vinculo com 0 ambiente, com os valores, com a cultura e também & experigncia como fator organizador da personalidade. 3. Autodeterminacao: 6 0 fator caracterl tade da pessoa. A personalidade constitui-se a partir da esponta- neidade natural possibilitada pelo ’dado".e pela escolha no Ambito das oportunidades com que o sujeito interage. amente com Esse duplo ambito “exterior” e “interior a possibilidade de autodeterminagao, vai constituindo 0 e do sujeito 102, cap. Vil dest vo, “Abertura 30 mundo", pp. 204-216, 20 | ‘Além das tiés questées mencionadas, hd outras que der- vam delas: qual 6 0 “peso" relativo de cada fator na$ diferentes «iGBes e em cada perfodo do desenvolvimento? Como e qual é0 au de interagdo entre tas fatores? A seguir, abordaremos estes estionamentos e também a inter-relacdo entre os fatores, tervenientes no desenvolvimento. _Odado O principio da existéncia nao depende da prépria de so, consciente e livre, da pessoa de existir e de exist como tal. A existéncla nos foi dada ¢ com ela temos certas propriedades ¢ ites a partir dos quais Buscamos nossa plenitude. ‘As disposigdes hereditérias tragam o marco de desenvol- vimento no plano constitutive do organismo A vida s6 provém da vida. Como consequéncia, é propria dos seres vivos'a Teproducao, a geracdo de novos individuos parecidos com os pals. © fendmeno da heranca, isto é, da trans- missao de Informacdo de geragdo.a geracao, ocorré em todos os seres vivos. Dessa forma, seja qual for o tipo de reproducao destes, Observa-se uma constancia nas propriedades dos indivi- duos da espécie, Hoje ndo se pode sustentar a existéncia de um programa tuldo apenas pela combinagao de elementos (0 6, também se consideram influéncigs do exte- rior na mensagem do herdado. A articulagao entre o herdado © adquirido ou apropriado pela experiéncia inicia-ge desde rimeiro instante da vida, desde a fecundagio) E muito d distinguir e avaliar na organizagio functonal da crianca o lu- gar do herdado, do alcangado por meio do processo de ama- durecimento e do adquirido ou apropriado. Apesar @ obsérvavel no perfode do desenvol assim como também nos aspectos estruturais do cresci mento humano. Cot Heranga: a dotagao genética ‘Aqui, vamos nos referir especificamente & heranga gené- tica, tanto cromoss6mica quanto extracromossémica, transt da pelos dois genitores, que é a informacao contida no évulo fecundado, qujovo. Assim falamos do hereditério como tudo © que se transinjte de pais para filhos por meio das células se- xuais, isto &, 0 6vulo e o espermatozéide, © termo “heranga” também é utilizado em um sentido mais amplo, para se referira “heranga cultural”, ou seja, & trans- missfio da informagao que o ser humano recebe no decorrer das gerag6es mediante, por exemplo, a linguagem e a educacao. Esse conceito de heranga pode ser inclufdo no que anterior mente denominamos “o apropriado” e é uma caracterfstica hu- ‘mana distintiva, embora nos animals superiores se possa obser- var uma certa “educacao" dos descendentes por parte de seus genitores. Ainda que seja dada, 0 sujelto pode apropriarse total ou parcialmente dessa heranca ou até mesmo desprezé-la, Tipos de herdnga genética 27 ‘odo ser humano é “produzido” e desenvolve-se a part de uma célula de materia viva denominada germe ou ovo. Para a constituigo desse ovo, tinico laco orgéinico de unio entre as, geracées, os genitores contribuiram com duas células reprodu- toras ou gametas: a mae com o dvulo eo pai com o espermato- z6ide, A nova eélula germinal resulta, assim, da unido de duas ccélulas distintal e de diferentes procedencias. Ima vez constitufda, a célula germinal comega a repro~ duzirse em cerca de 24 horas, isto €, a dividir-se em duas célu- las, as quais, por sua vez, dividem-se em outras e assim sucessi- ‘amente. A partir dessas divis6es celulares constitui-se um novo serhumano, | Na informagdo genética transmitida ao novo ser devemos distinguir uma heranga espectfica, uma heranga racial € uma 2 Cink devia/ Vian ene ne Fare do deren eranga individual, Em elacdo a essa distingao, G, kluckhohn?* 12 que em certo aspecto cada ser humano €|como os ou- 0s, como alguns ou como nenhum outro. ! (Alei da herariga espectfica-€ absolutal pois afirma que enhum ser dard nasclmento a outro que ndo seja de sua espé- ie. Apesar das mudangas que ocorrem em todas as espécies vivas, persiste nelas um estado de fixacdo. 2. TA’heranga Factalinos ¢orna semelhantes 4 determinados syrupos humanos. A diferenciagio étnica da espécie humana produz-se pela frequéncia com que um ou vérios genes apare- ‘com em um determinado grupo de pessoas. ‘As diferengas raclais estdo baseadas em um némero relax tivamente baixo de genes em relacdo aos milhares deles que formam o patriménio hereditério comum da espécie humana. Essa afirmacdo marca a existéncia da diferenca racial e também limite, As hipéteses que afirmam a existéncia de diferengas lectuais entre as ragas devidas a fatores genéticos carecem de sustentagao empirica, A heranca cultural, e ndo a genética, parece ser fundamental nas diferencas intelectuais, mais do que o hereditério rac 2, PAheranigataalvidiiallnos faz semelhantes a nossos pais e ascendentes, mas, por sua vez, nos torna seres Gnicos. A dotagio genética de cada ser humano ¢ diferente, sin- gular, exceto nos gémeos univitelinos, ou seja, aqueles proce- dentes de um mesmo ovo ou germe, que tém dotagao genética ‘ou gendtipo idéntico e um meio intra-uterino em comum, Todo individuo € portador de uma combinago genética especifica que pertence unicamente a ele, de modo que, além dessas ex- cegbes, no ha duas pessoas iguais, em termos genéticos, » Kwwooiony, Gel al. A perronalidade na nalurers, na socedade e na cular 3 Assim como a genética revela-nos uma tendéncia singu- larizante, mostra-nos que a quase-totalidade dos individuos um “exemplar” Gnico da espécie humana a partir do momento da concepgo, na qual se produz a combinacao cromossémica peculiar. Como conseqdéncia, diferentemente da heranga espectfi- ca, a heranca individual nao é absoluta, mas resulta ce maitiplas combinagSes genéticas, ex; idade individual caracteriza todas as espécies na escala dos seres ipalmente nos superiores e em especial no humano. Isso permite falar de um caréter indi e singularizante do'gendmahumano, O genoma, mais do que determinante de uma linha de desenvolvimento, & um esboco de possibilidades, Entre a he- ranga genética e sua realizagao final em estruturas ¢ fungdes orginicas abre-se um proceso de desenvolvimento, pois 0 contedédo esbocado no genoma necessita de um mundo ou am- biente para ser realizado na fenogéneséide estruturas e fungdes. Mecanismos de transmissdo dos caracteres hereditarios No ndcleo de cada uma das células do corpo humano: existem 23 pares de estruturas, em forma de bastonetes, deno- minados cromossomos, Nessas estruturas encontram-se os genes, que contém a informagao codificada dos atributos ou caracteres hereditérios, » | | ( écido desaxirtibonucléico (DNA), juntamente com suas combinagdes com diferentes proteinas, ¢ 0 Acido ribonucl&ico (RNA) tém papel fundamental no processo de armazenamento € transmissto da informagdo hereditiria ‘A heranga genética depende essencialmente da capaci- {dade de cépla, de autoduplicaco ou de auto-reprodugo do uM i ‘aod vin inn ve maa srt dacannchinan ‘DNA. Quando uma célula se reproduz ou se divide, ocorre a {duplicagao exata de todos os seus genes. Cada uma das novas { células possui 0 mesmo material hereditério da célula-mée. A informaco genética esté contida nas moléculas de DNA, construdas em forma de dupla espiral, ou melhor, de dupla hélice. Portanto, os genes s4o por¢0es claramente delimi- tadas dessas macromoléculas de ONA, que contém a informa do necessdria para a produgo especifica de proteinas, por meio das quais intervém no surgimento dos diversos aracteres ou atributos. AAs caracteristicas organicas de um ser vivo ndo so her dadas dessa forma, mas como conseqléncia de umn processo de desenvolvimento iniciado e delimitado pela carga genética re- cebida (genoma). As teses preformacionistase epigenesistas corstituem duas tentativas, surgidas no decorrer da histéria do pensamento, de explicar o desenvolvimento humano. Antes da constituigdo da ciéncia genética, muitos pensa- dores adotavam as doutrinas preformacionistas, segundo as quais haveria no ventre materno sujeitos em miniatura, que iriam “au- mentando” até atingir as dimensdes adultas. As caracterfst seriam herdadas enquanto tais, ¢ 0 desenvolvimento ficar mitado a um aumento do jé pré-formado desde o principio, 'A epigénese supe a transmisséo nfo. de um padrio morfolégico como o homem em miniatura homdnculd), mas de um conjunto de instrugbes para desenvolver, com o fempo, tal padrao ou plano de construgdo. Aristételes expe a nocdo de epigénese ao considerar que a estrutura de um organismo adulto existe em forma potencial, no atual, no embrigo que comega a desenvolver-se. AAs teses preformacionistes foram abandonadas devido a0 avango da Embriologia e da Genética. Os cromossomos e a cé- lula germinal em sua totalidade so a fohte potencial que gu \da a informago necesséria para o desenvolvimento epigenst- 3s co do ser ite, Podemos exemplificar essa posigo com 0 seguinte texto do bidlogo Jean Rostand:” “{...) é necessario com- preender que, no germe, o ser humano sé esté predeterminado em poténcia. Nao hé no ovo nenhuma parte do novo ser, ne- nhum érgéo, mesmo que apénas em estado rudimentar ou esquematico, nem o mais potente microscépio poderia desco- brit algo que redordasse aproximadamente as formas ou 0 as- ecto de um ser humano", Retomando o tema da heranca genética dos pais, pode mos acrescentar que cada genitor contribui com um cromosso- mo de cada um dos 23 pares que se encontram no filho. No entanto, apesar dessa participagdo igualitdria de ambos, ndo se pode afirmar com certeza que pal e mae contribuem cada qual com 50% da informago herdada pelo filho. O ovo.inicial no se reduz-a cromossomos, pols também contém o Citoplasia) proveniente do évulo materno, no qual ha informacSo armaze- nada, Com base nesses fatos, alguns pesquisadores falam de uma heranca/éxtiaerovidésOmica,,Portanto, embora a informa- Gao essencial da espécie e de duo esteja no niicleo celular @ provenha dos dois genitores, a heranca,extracromossbmica provém fundamentalmente da.mae. O espermatoz6ide contri- bbui com pouco ou nada pare o citoplasma do ovo ou zigoto, de modo que este é fundamentalmente similar ao do 6vulo, Aca bega do espermatozdide com seus cromassomos funde-se com © nticleo |do évulo e sua cauda desprende-se, na maloria dos casos, antes da penetraco, Devemos acrescentar que nas mitocondrias do ci iste DNA e, portanto, Informag&o genética: Essa heranga ge- nética progederia exclusivamente da mae, o que nos permite afirmar que se herda um maior némero de caracteristicas da mae do que do pai. Apesar disso, o significado da heranca ex- tracromossdmica € um tema que exige maiores pesquisas. "pose | a herencl humans Buenos As Ede, 1965p. 6 Os genes sao a informagao codificada em uma cadeia de fosfatos relacionados com acdcares. Cada um destes, por sua vez, enlaca-se com uma base, constituindo o par agtcar- base chamado nucleotideo. Hé quatro bases diferentes no DNA, que séo a guanina, a adenina, a timina e a citosina, De acordo com a base, formam-se quatro nucleot{deos, com os quais se “escrevem”, como se fossem letras, as instrugbes dos caracteres © conjunto de combinacdes possiveis dessas quatro ba- ses dos nucleotideos, colocadas em grupos de trés (tripletos ou cédons), forma o que se denomina cédigo genético ou chave genética. Esse cédigo.pode se expressar em tripletos de nucleotideos de DNA ou de nucleotideos de RNA complemen- tares, As combinagées ou informagées armazenadas no DNA” so transcritas ou sintetizadas no RNA, o qual leva a mensagem do niicleo celular para o citoplasma, onde se traduz de forma a estruturar 03 aminoscidos, base das diversas proteinas, tal como estavam nos genes (segmentos da cadeia de DNA) Entre as proteinas (cadeias de aminodcidos), as enzimas, que sao protetnas de elevada especificidade, tm papel funda- mental. Elas regulam as reagdes quimicas celulares, enquanto as roteinas estruturais mantém a consténcia de forma ou especi cidade'da célula, que esta em contfnuo fluxo de trarsformagbes. ‘As caracterlsticas espectticas de um determinado tipo de célula derivam da natureza das enzimas e proteinas que ela contém. Portanto, cada célula individualiza-se pelas suas protef- nas e € 0 que é, diferenciando-se de outras, pelas protefnas que a integram. As macromoléculas do DNA que compdem o nd= cleo celular sao “genott formagao armazena~ da de forma unidimensional. As macromoléculas das protefnas so “fenot{picas’, so a expressdo tridimensional e o desdobra- mento da informago nuclear (cf, neste mesmo capitulo, “Glos- sério de genética”, pp, 40-44), Essa interagao entre o DNA e as/ proteinas é a chave para a compreensio dé como Uma Célula (0 zigoto) origina células tao diferentes quanto neurdnios,| eritrécitos, hepatécitos, linfécitos, entre outras, isto 6, de com: 3” a (diviséo celular que trarsmite © mesmo patriménio genético “(genétipo) a cada|célula “filha” produz células de estrutura e fungao diferentes (fendtipo), A quantidadle de protefnas diferentes produzidas por um organismo manifesta a complexidade fenotipica. O genoma hu- mano pode armazenar em sua meméria os cédigos de cerca de 3 milhées de protefnas diferentes, embora as diversas células humanas produzam somente entre 30 mil e 50 mil delas © genoma humano iriclufdo em cada nécleo celular, de poucas micras cGbicas de volume, atinge, estendido linearmen- te, um comprimento aproximado de 1,75 m. O genoma de uma bactéria como a Ischerichia coli chega a apenas Imm. Contudo,, hi espécies vegetals que possuem maior quantidade de DNA no ndcleo das células que o ser humano. Porém, 0 tainanho do genoma, ou a quantidade de informago possivel de codificar e armazenar, ndo 6 essencial, © que diferencia o ser humano dos ‘outros seres vivos € a qualidade da informacao contida na “memé: ria genética’, mais do que a capacidade de armazenamento del Dissemos acima que o ser humano produz entre 30 mil rojelnas, embora seu genoma admita o armazenamento de 3 milhdes, o que parece representar um excesso de capa dade de meméria. H4 no sistema de informacgo genético se- qUéncias que se repetem varias vezes (entre 3 e 10% do genoma sho seqti€ncias genéticas, repetidas), seqUéncias espacadoras, segmentos, és, entre outros. Isso explica a flexibilidade e a in- teracao dessa meméria genética; dessa forma, o genoma const tui um sistema, endo um mosaico de elementos descontinuos ¢ atémicos. Ha genés que agem sobre-outros. A informacao de cada gene subordina-se ao trabalho e ao estado desse sistema © genoma tem unia norma de reagio, uma gama de fendtipos possiveis, que se concretiza de acordo com as ci cunstanciaé do meio. O gene no contém o caréter fenotipico, apenas codifica a informagao das protefnas que intervém em sua construgo. Como conseqdéncia, ha uma interagao entre 0 genoma, o citoplasma.e o meio em geral. 38 Como mencionamos, a constituigio genética do filho yenétipo) fixa-se no momento da concepgio ou fecundacio, m que pai e mae contribuem com um cromossomo para cada uum dos 23 pares constitutivos, porém s6 a mde fomece os genes ‘ocondriais, Os genes herdados interagem de diversos modos, npondo-se uns aos outros (genes dor antes, genes recessivos) interagindo entre si, de tal forma que criam caractersticas in~ ries, A heranga genética do filho resulta dessa combina- (Gio e interacao da informaco genética dada pelos pais, As caractertsticas morfol lologicas resultantes da constituicao genética (gen6tipo) e de sua interagio com 0 melo recebem o nome de “fendtipo". © gendtipo e 0 fendtipo no coincidem e existe informacao herdada presente no gendtipo que nao vai se manifestar no fendtipo; além disso,|a interacdo bri diversos componentes do genétipo, agindo entre si, m icam a expressio fenotipica da caracteristica sobre a qual influem. Por esses motivos, os filhos ndo t8m necessariamente gran- des semelhancas com seus genitores. Dentro de um mesmo tron- co familiar hé diferencas devido a numerosas combinagbes possiveis entre os genes parentais. Além disso, é importante considerar que cada atributo fisico, por mais simples que seja, est vinculado a varios genes. Por exemplo, o grupo sangiifneo, que parece um dado de facil ansmissdio, requer mais de um par de genes. A altura de um individuo também estd relacionada com sua constituigo ge- nética total e resulta de uma complexa interagao de informa- 6es. Muitas doengas e malformacOes Hereditarias sdo causa~ das pela combinagio de varios genes alterados ou de alguns genes alterados com outros normais. O cardter dominante de muitos genes expressa-se apenas em determinadas condigdes do meio e associagées com outros genes (dominancia irregular). Tudo isso nos mostra 2 complexidade das combinacdes genéticas e de sua inter-relagao com o meio. 39 ‘loko v/v ene aes Fes odessa ie do organismo, Os estados prolongados de tensdo fa P” considera que o sistema imunol6gico é uma espé- 1m a ago dos agente patogénicos, e, se esses estados no cle de "sentido molecular’, compardvel & visio para a luz ou a ouvido para os sons. O sistema imunolégico transmite para sistema nervoso central as mudangas no contetido “molecular do organismo ocorridas a cada momento, Por exem: iplo, as linfo¢inas liberadas devido a uma infec¢ao s4o transmis- soras da essen do distema imunol6gico, que induz o siste ma nervoso central a aumentar @liberacdo de calor por parte d ‘organismo (febre). Por sua vez, os linfécitos (principais célula do sistema imunolégico) séo capazes de receber informacio do | ‘yimento normal, tanto psicolégico quanto fisico, A preven- {ilo das doencas infantis nao se reduz & boa alimentagto e a infecg6es por meio de habitos de ordem e de limpeza. ta a0 novo ser um brio psiconeuroimunolégico capaz de respostas defen- lvas eficazes. 4 légico exercem as funcdes de defesa e de adaptagéo, formand um sistema integral de defesa. O sistema imunol6gico jé do mais cdnsiderado um sistema automatico, baseado apenas nai reacdes a estfmilos a 05, ¢ também nido pode ser cons! derado um sistema independente de qualquer outro contr além daquele que lhe é proprio. A Interligagio entre o sistema nervoso central e 0 siste 0 apropriado — experiéncias ‘circunstancias da vida F xc20 2 posterior famadurecimento)» . Com a palavra ‘Gpropriado', queremos nos teferir ao.que nismos fislol6gicos nos processos de adoecimento, estuda | _suclapessoa acquire na felago com o mundo pelo simples fato dos pela psiconeuroimunologia, so fundamen iroprio “€ o que pertence exclusivamente a alguém'. Desse vo- a unidade psique-soma. Por exemplo, conflitos e tensde ‘bulo derivam 0s termos “propriedade” e “proprietério’, entre emociojnais intensos e prolongados deprimem o sistema imu nolégico e tornam o organismo vulnerével. Nos momento: de tenso emocional, a adrenalina produzida prepara o orga: nismo para fugir ou para enfrentar o perigo, mas provoca um: redugo dos io, seu objeto sexual, sua pro! ser humano nao se torna adulto ou amadurecido de vel ou por acaso, mas necesita de expeiencis€ 21 Hau, NR. Conference on “Neuromedulation of Inmnity and hipese Supplement of inmunologh, po. 806-810 (1985). Se ! Podemos distinguir um meio externo, que abarca a total dade de forgas que agem sobre o organismo a partir de fora (no caso da vida intra-terina & a mf), de um meio interno, que envolve todas aquelas condigdes, no provenientes do entomno externo, que influem sobre 0 desenvolvimento e a acto dos Benes. Neste sentido, 0 citoplasma do ovo €0 meio interno com relacao aos genes do nacleo, mais s2o parte do meio genot Mais uma vez, lembramos a interpenetragao entre o “dado” (heranga e amadurecimrento) e 0 “apropriado”(experién. cia € meio). Hé autores que assinalam essa interpenetracao dei xando de lado ag ee de “meio” ou de “ambiente”, preferin- dlo 0 conceito de *atmosfera”, pois esta penetra completamente 10 sujeito até o amago. Cada pessoa apropria-se do ar que a Cerca por meio da respiracao, e 0 oxigénio é levaclo para a célu- Ja mais remota, © conceito de “meio” varia de uma posicéo a favor do individuo que cria seu proprio meio ao redor até outta para ¢ «qual oindividdo est subordinado ao melo, tomandoetan sce de segunda ordem. O homem como ser natural ye ws 's, como a ddlean-Jacques Rousseau que consideraremos adiante, referem-se 20 homem natural’ como aquele que vive isolado, em estado de bondade natu- ral, em contraposi¢ao aquele que, por viver em soctedade, Corrompeu-se devido & influéncia dela. Assim,.o cultural ¢ { socialmente adquitido ¢ cansicerado negativo, no genu no, -1im ideal imposto,.algo-artificial para.o homem, O ideal 6 ¢ homem em festado natural’ /e a influéncia do meio soctocultu. ral faz com que ele perca suas qualidades ou nio as desen. volva, Essa posicao valoriza as culturas e organizacdes so as, que impediriam, em menor medida, o desen- volvimento humano, 66 Deacordo com essa posi¢ao, o desenvolvimento evolutivd uma transi¢ao do estado natural do individuo isolado (bebé) “para o de ser socializado, Nao considera que 0 filho, j4 na vida Gao de si e 20 nascer estabelece uma relagdo ie simbiose psicol6gica com ela @ insere-se em um meio fami- ‘Ou seja, no aceita que o ser humano vive em profunda comunh3o com outros seres humanos desde o ventre materno, Os estudos de Psicologia do Desenvolvimento nos mos- fam que 0 recém-nascido desenvolve-se em uma comunidade familiar, na qual possui uma discriminagio relativa, para ir aos ppoucos separando, diferenciando e consolidando sey ego. Ha um processo progressive de individuagio, O pensamento de Rousseau fundamentou filosoficamen- te essas teorias da Psicologia Evolutiva e Pedagégica, Ele mava que’*tudo esté bem.ao sairdas-maos do Autor da Nature- /za; tudo degenera.nas mos do-homen.3* | A influéncia dessa doutrina in vidualistanatufal ta So- bre as ciéncias anteriormente mencionadas evidencia-se nas posigdes que consideram a educacio para 0 desenvolvimento da personal fa de nio interferir ou de fazé-loo menos possivel; dar ampla liberdade & crianga para enfrentar ha, sem orientagSo, os estimulos e situagdes oferecidas pela vido; tratar de ndo frustrar nem cerceat as reagSes esponténeas da crianga; adotar atitudes benevolentes e de aceitagto tanto diante do certo quanto diante do errado. Enilo ov Da educaedo, Sto Paulo, DIFEL, 1979, o igs psicoeducativas de cardter romantico afir- mam que aquilo.que provém da crianga, que surge do interior -tiela,.é 0 fundamental’ Por conseguinte, o contexto fami escolar deve se limitar a assumir uma atitude tolerante que per- mita aflorar 0 bom interno da crianga e o mau fique sob um certo controle indireto dos pais e educadores, NeilP? é um re- presentante atual dessa visio educativa, a qual colocou em pré- tica em suas experiéncias na localidade de Summer! Dessas posigdes € possivel resgatar a luta e a afitmacso do direito de cada pessoa de dispor de seu destino. Porém, 0 homem isolado nao existe, Nem a sociedade nem a cultura so antagOnicas & natureza humana, O ser humano s6 pode se rea- lizar em um meio humano, em um meio social e cultural. Por i350, 0 melo fa ir @ persuadir fem impor. As normas soclais que expressam igdes ou kast ih alertam 0 individuo quanto a possiveis punig8es e facilitam-the um desenvolvimento orcenado. Um fatomarcante no debate sobre a importancia do meio jocultural para desenvolvimento humano foi o estudo das “criangas selvagens’, no inicio do século XIX, Jean Itard (1774- 1838), que erd professor de surdos-mudos, dedicou-se a realizar experiéncias com uma crianca selvagem. Victor foi encontrado ‘em Aveyron, com a idade de 12 ou 13 anos, em um estado, no ual esteve talvez desde seus primeiros meses de vida, de com- pleto abandono e caréncia de cuidados e vinculos com seres humanos. Surgiu a pergunta: encontrado o homem na- tural no contaminado pelos h s? Depois de uma lon- ga tarefa reeducativa que nzo atingiu a maioria dos objetivos pro- postos, Jean Itardl conclu: ¥O homem é atirado sabre a terra sem forcasfisicas e sem tas, incapacitado para obedecer por sis6as iar @ escolar pode orientar sem anular, ou su- Neu, A. Liber sem mado, Sto Paulo; rata, 1977, 6 ‘ie a n/n nent nn ene mens 1no primeiro posto no sistema dos seres; portanto, s6,no seio da sociedade pode encontrar o nivel eminente que lhe foi definido na natureza, Sem a civilizago, seria um dos animais mais de ‘e menos inteligentes; sem diivida, essa verdade foi bastante repe- tida, embora ainda nao tenha sido demonstrada com rigor.."."° As experiéncias de reeducago de criangas abandonadas que foram.amamentadas e “criadas” por animais mamiferos mostram que sem um meio humano a crianca consegue apenas sobreviver, mas néo desenvolve a linguagem nem o pensamento, sua personalidade é muito rudimentar, Em um sentido inverso, as experiéncias de Kellog,!" que criou um chimpanzé como um dos membros da prépria familia, demonstram que nenhum ani- mal pode ser sociallzado em sentido humano e a linguagem tem um papel fundamental na socializagdo do sét humano, O homem como ser social : ‘Outras posigdes te6ricas consideram o homem mero ser social, sustentando que a personalidade é um produto social. Assim, 0 ambiente passa a ser 0 centro, o modelador do ser humano. Por exemplo, José Bleger nos diz. que “o conjunto das relag&es socials ¢ 0 que define o ser humano em sua personal dade; o meio ambiente do ser humano é um ambiente social, do qual provém os estfmulos fundamentais para a organizag3o de suas qualidades psicol6gicas’.** 108 I salvaje del Aveyron: psiquiatrla ‘Aires, Cento Eltor de Amésla Latina, 1978. p. 53 Kite) L.A. The ape and the child. New York, 1933, ro Edlbr de América 69 O psicélogo russo §. L. Rubinstein® considera que a im- ortincia atribufda a uma pessoa é determinada no tanto pelas propriedades dela em si, mas pela transcendéncia hist forgas socials das'quais & portadora. Uma pessoa mai: tante, mais plerjal quanto inais-representado estiver em sua rex {rag8o o que é comum a todos os seres humanos. Isso quer dizer que na represéntacad He si mesrho reflete-se nao tanto o pré- prio, mas 0 m pio 1omem nove encamado no proletariado. Nalconcepsao antrapolégica desses dois dltimos autores 1a No se autopossui, mas é apenas portadora das forcas Assim, avida interior é esvaziada;o ser humano passa a set fundamentalmente exterioridade, relagdes, vinculos e acaba diluindo-se no social. A personalidade passa 2 ser um reflexo do social, sem|consisténcia prépria, Autodeterminacao (determinagéo de si mesmo) O ser-humano como personalidade tem a qualidade de ser espiritual. Nao é o simples resultado de disposicdes heredi- tarlas eaq bes lo meio, mas tem em sua qualidade de sujei to a possibilidade dle adotar uma posigto diante do herdado do meio; desse moto, pode intervir de forma livre e criativa em sua agdo. Os organismos vivos, como ja assinalado, tém capacida- de de autonomia. Isso significa que seu proceso bi ldgico é resultante no s6 de forcas externas, mas também recebe a in- fluéncla de forcas endlégenas que agem com maior vigor 8 me. dida que avangamos na complexidade e perfeicto deles, S30 dotados de uma espontaneidade natural, | ‘tumor 5 La iota Mone, bos Unie, 156 1 ” ini sds arn Foot do doce ~ T ile ssa espontaneidade natura) of atividade impulsiva ests ida & autonomia de todo ser vivo e & chamada por alguns iberdade biol6gica”, Além disso, devido & sua inteligén © ser humano alcanga a liberdade de autodeterminagao ou berdade psicolégica, embora essa capacidade de autodeterm ago no seja absoluta. Essa capacidade de escolher também compreende'a pos- jade de criar motivos préprios e deixar de lado aqueles ue sio apresentados pelos impulsos ou necessidades internas, (ou por estimulos externas e valores sociais provenientes do meio. ividade deciséria e de A autodetéiminagio traz uma escolha, O ser humano tem a capacidade de decidir entre moti- ‘vos opostos por meio de um ato de autodeterminagfo. K. Lewin'* estuclou as tipologias dos conflitos e as dificuldades de escolha. Dessa forma, analisou trés modelos: atragdo-atraclo,releigho- rejeigdo e atracdo-rejeicao. | Gordon Allport formulou a hipétese da qutonomia fun- clonal dos motives, que so atuals e surgem de sistemas que 0s precederam, embora funcionalmente conservem cerla in- dependéncia em relagao a eles. A ljgacdo dos motivos com sua origem 6 de cardter histérico, e ndo funcional. Essa teoria da motivacao implica que o ser humano é capaz de autodeter- minarse € no é exclusivamente determinado por motives fi siol6gicos ¢ sociais Cada pessoa tem varias possibilidacles de desenvolvimen- to, embora ngo tenha tempo de realizar cacla uma delas. O drax ma evolutivo humane nio esté na simples aceitacdo do que se é no reconhecimento de limitacBes ¢ condicionantes, mas sim nna selecio e na decisio sobre as potencialidades que serdo cle- 975, * Lonny, K,Teota dlntica da personalidad Sto Pel, + Avo, G. Pesonalidade padres e desenvolvimento, Sto Paulo, EPU, 1973. y n senvolvidas. ‘As decisées e selegbes feitas na histbria pessoal formam a individualldade pessoal e sko fonte de diferenciacéo, de singularidade. A unidade e a integracdo naturel imperfeta do ser humano pode ser complementada e melhorada por meio do uso da liberdade de autodeterminacao. Qs animais sto atores, mas ndo autores do seu plano de vide nem de sua dirego ou sentido. Agem, mas ndo se autodi rigem. Executam 0 plano, vivem-no, so seus sujeitos, mas n&o o dirigem; essa Corelicdo apprece lentamente nos animals su- periores, O ser humano & concebido, nasce, cresce e morre como expresso de um plano de vida espectico ou forma humana, devido a0 qual s6 pode Viver como humano, H4, porém, um plano de vida singular, 9 qual deve elaborar. Cada pessoa con- duz a propria vidal e'd4 sentido a seus atos, sendo assim co- autora de sua vida, Recebe no plano especitico o sentido que deve ter seu dinamismo (0 dado), mas incorpora uma organiza- ‘Gao que vem de fora (0 apropriado) e é capaz de organizar sua aso por intermédio de sua inteligéncia. Isso significa conhecer, Bropor fins e meios adequados para sua ago, ser humano pode, pois, planejar, lade, 0 que the possibilita autodeterminar-se. desenvolvimento pessoal supde aceitar 0 dado, assumir as Obrigagbes inerentes' condi¢ao humana e a tarefa de ser esse individuo concreto, Esse caminho implica @ busca do aperiei- oamento, de forma que o ser humano aproprie-se do que é valioso em seu meio, ¢ um.exercicio inteligente de liberdade de autodeterminagao | I O ser humano tem naturalmente a possibilidade de auto- determinar-se, mas isso no significa que a exerga desde 0 ,€ sim que deve se desenvolver, Porém, nem todos os seres humanos nem em todos os momentos de sua vida exercem essa ossibilidade de autodeterminagao com o mesmo nivel de luci= dez consciente. Nascemos com a possibllidade de agir de modo livre, mas temos de sterar as condicbes que afetam a liberda- n * determinada momento e de determinada forma. Sig de psfquica, como a ignortncia, a desordem emocional, a fe+ queza da vontade, para tera capacidade real de agir livremen: te, Portanto, & preciso uma educagao para a liberdade, terior, em nossa vontade, que nos permite agir ou ndo em um cada pessoa possula si mesma, é dona des mesma, que existe uma unidade, uma organizaggo interior. £ essa liberdade int Bs ite © desenvolvimento da personalidade (cf, no t. 2, , “Terceiro paradoxo:lekiste-torha-se", pp. 216-228) i Zo que giram A seguir, apresentamos t@s textos de eyed 9 eg ion em tomo dos nicleos teméticos deste capttblor "dado", priado” e a autodeterminacao, n

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