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Desenvolvendo as maquinas e preconizando a divisao do trabalho, ampliando a rede de transportes e estreitando as comunicacées, empregando um massivo exército industrial de mao-de-obra ¢ reduzindo os custos de producdo, a Revolucao Industrial lancou a base de um novo tempo, transformando profundamente nao s6 0 mundo das organizacées mas toda a sociedade. A economia deixou de ter uma base artesanal e manufatureira para se firmarna producao industrial e mecanizada. Com o nascimento das fabricas O QUEE PARADIGMA. Na linguagem usual, paradigma é visto como sin6nimo de modelo. Thomas Kuhn, grande estudioso da questao, considera paradigmas “realizag6es reconhecidas durante algum tempo por uma comunidade cientifica especifica, proporcionando os fundamentos para sua pratica posterior."* Trocando em mitidos, um paradigma é um modelo explica- tivo, que pode (ou ao menos deveria) ser continuamente reformulado. Assim, um novo paradigma ¢ aceito quando consegue explicar a reali- dade mais — ou melhor —do que paradigma em vigor. Para Kuhn, o desenvolvimento da ciéncia ocorre através de uma subs- tituigao de paradigmas, formando uma escada. Cada degraui represen- taria um paradigma, senco galgado gracas ao que foi desenvolvido no degrau anterior. Assim, por mais criticaveis que algumas teorias admi- nistrativas possam nos parecer hoje, na época em que foram criadas, elas certamente pareciam sero que havia de melhor —e por isso foram. adotadas e praticadas. Elas eram consoantes com a realidade em que foram criadas: seu momento histérico, seu contexto Politico-social, ‘seu nivel de comunicacées. E, gracas a elas, o conhecimento adminis- trativo pode evoluir. KUHN, Thomas S., A Estrutura das Revolucdes Clentificas. Sto Paulo: Editora Perpectiva 3*Edicdo, 1992. p29 13 GESTAO EMPRESARIAL REVOLUCAO INDUSTRIAL, A REVOLUCAO DA PRODUCAO, Considera-se em histéria a ocorréncia de duas revolugdes industriais, ambas originadas na Gra-Bretanha, tinico pais a cumprir uma série de condigoes basicas para ser o terreno fértil pioneiro para a eclosao da revolugao industrial. A Primeira Revolugao Industrial (1780/1840) foi uma profunda trans- formacao economica e social. O homem do campo e o antigo artesao, destituidos de qualquer coisa além de sua forca de trabalho, passaram a vendé-laao novo capitalista industrial. Além disso, os meios de pro- dugao e 0 proprio resultado dela nao mais pertenciam ao antigo tra- balhador autonomo e pequeno proprietério. A manufaturadealgodao, tipica dessa primeira fase, promovia a transformacao dos métodos tradicionais, coma difusdo de maquinas ea divisio do trabalho. Durante a Segunda Revolucao Industrial (1840/1895), 0 processo de industrializacao se alastrou da Gra-Bretanha para varios paises, pro- movida por um aprimoramento dos meios de transporte e pelo abun- dante capital acumulado na Inglaterra, avido por ser investido. Pro- vindo do comércio colonial em expansdo, do contraband, do trafico de escravos, da agricultura e da producao manufatureira, o capital britdnico encontrou nas estradas de ferro seu escoadouro natural. Ala- vancando os lucros com a explosao das comunicacdes e transagoes internas e externas facilitadas pela nova rede de transporte, a indus- trializacao na Gra-Bretanha atingiu seu auge. A revolucao dos meios de producao nao se apoiava mais no pioneiris- mo do setor téxtil mas na difuso de novas tecnologias e formas de organizacao, estimulada pela industrializacdo do setor de bens de ca- pital. Paralelamente, a afluéncia politica da burguesia era legitimada pela implantacao do sistema parlamentarista, resultado das revo- lugdes burguesas do século XVII. Era o poder do novo capital sobre- pujando a tradi¢ao hierarquica secular. A mecanizagao do trabalho passou a receber todas as atencdes das organizacdes emergentes. Aprimoramentos mecanicos e tecnolégicos da producao resultavam em maiores quantidades e menores custos, possibilitando reduzir os precos praticados e aumentar o mercado potencial da organizacao. A perspectiva empresarial passou a ser sis- temética, abrangente e de mais longo prazo. surgiu um primeiro paradigma de-administracao, defendendo racionalizacao da producao, divisao de tarefas em multiplas eta- pas, supervisao cerrada e obediéncia hierarquica “Para maiores detalhes, ver as obras de HosssaWN. E. J, Da Revolucao Industrial Inglesa ao Imperialismo, Rio de Janelro: Editora Forense Universitéria, 1978 e MANTOUX. Paul, A ‘Revolugao Industrial no Século xvut Sao Paulo: UxEsP/ Hucitec. “4 EVOLUCAO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS. Principios gerais da Teoria da Administracao Cientifica Na virada do século XIX, Frederick Taylordesenvolveu estudos a respeito de técnicas de racionalizacao do trabalho do operario (Piece Rating System, 1895 e Shop Management, 1903). Suas idéias preconizavam a pratica da divisao do trabalho, defendida anterior- mente por Smith e Babbage e ja adotada na época. Em 1911 Taylor publicou um estudo mais elaborado (Principles of Scientific Ma- agement). a partir de sua experiéncia em fabrica, generalizando-a como um modelo para a pratica da administragao. A caracteristica mais marcante do estudo de Taylor é a busca de uma organizacao cientifica do trabalho, enfatizando tempos e métodos e por isso é visto como o precursor da Teoria da Administracdo Cientifica. ‘TAYLOR, MECANICO E CONSULTOR Americano de familia enriquecida pelo comércio com a India, Frede- rick Taylor (1856-1915) interrompeu bruscamente seus estudos em Harvard e comecou a trabalhar como aprendiz.em uma fabrica de ami- gos da familia. Quatro anos depois ingressou na Midvale Steel Co., também de propriedade de conhecidos, desenvolvendo a carreira de mecanico enquanto estudava engenharia. Quando deixou a Midvale se tornou o primeiro engenheiro a desenvolver consultoria de empre- sas de forma independente.’ Obcecado por regras desde crianca, jé adulto o rigor de Taylor era tal, que a cada baile chegava a fazer uma lista das mogas atraentes e outra das nao-atraentes, de forma a poder repartir seu tempo entre elas, igualitariamente!® ‘Taylor viaa necessidade premente de aplicar métodos cientifi- cos a administracdo, para garantir a consecugao de seus objetivos de maxima producdo a minimo custo. Para tanto defendia os seguintes principios: +Selecao Cientifica do Trabalhador — O trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compativel com suas aptiddes. A maestria da tarefa, resultado de muito treino, é importante para o funciondrio (que é valorizado) e para a empresa (que aumenta sua produtividade). *AKTOUF, Omar, Le Management entre Tradition et Renouvellement. Canad, Boucherville: Gaetan Morin, 1989. *KAKAR, Sudhir, Frederick Taylor: A Study in Personality and Innovation. Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 1970. 15 (CESTAO EMPRESARIAL + Tempo-padrao—Otrabalhador deve atingirnominimoa pro- ducdo-padrao estabelecida pela geréncia. E muito importante contar com parametros de controle da produtividade, porque ‘coser humano é naturalmente preguicoso. Se o seu salario esti- ver garantido, ele certamente produzira o menos possivel. «Plano de Incentivo Salarial — A remuneracao dos fun- ciondrios deve ser proporcional ao numero de unidades pro- duzidas. Essa determinacao se baseia no conceito do Homo economicus, que considera as recompensas e sangées finan- ceiras as mais significativas para o trabalhador. + Trabalho em Conjunto — Os interesses dos funcionarios {altos salarios) e da administragao (baixo custo de producao) podem ser conciliados, através da busca do maior grau de eficiéncia e produtividade. Quando o trabalhador produz muito, sua remuneracao aumenta e a produtividade da empresa também. + Gerentes Planejam, Operarios Executam — O planeja- mento deve ser de responsabilidade exclusiva da geréncia, enquanto a execucao cabe aos operarios e seus supervisores. + Divisao do Trabalho — Uma tarefa deve ser dividida no maior numero possivel de subtarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa, maior sera a habilidade do operario em desempenhé-la. Ao realizar um movimento simples repeti das vezes, 0 funcionario ganha velocidade na sua atividade, aumentando o numero de unidades produzidas elevando seu saldrio de forma proporcional ao seu esforco. + Supervisdo — Também deve ser funcional, ou seja, espe~ cializada por areas. A funcao basica do supervisor, como 0 prdprionome indica, é controlar o trabalho dos funcionarios, verificando o ntimero de unidades produzidas e o cumpri- mento da producao-padrao minima. + Enfase na Eficiéncia — Existe uma unica maneira certa de executar uma tarefa (the best way). Para descobri-la, a admi- nistragao deve empreender um estudo de tempos e métodbs, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores. 16 EVOLUGAO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS ADMINISTRAGAO: CIENCIA OU ARTE? Costuma-se considerar que um campo de estudos é uma ciénciaquan- do possui um corpo tedrico préprio, articulado de forma a indicar a seus seguidores como se portar em casos especificos, prevendo os resultados desse comportamento. Jéaarte é considerada uma habilidade, o desenvolvimento de atitudes ainda baseadas essencialmente na intui¢ao, noriscodeserem tomadas sem que seus resultados sejam previsiveis. Arte ¢a competéncia para conseguir um resultado concreto desejado,' Considerando-se esses aspectos, a administracao ainda se encontra em uma fase amalgamada de arte e ciéncia, seguindo essencialmente uma série de conceitos ideolégicos e reeditando modelos administra- tivos que parecem funcionar, para a partir disso comecar a fundar seu corpo teérico. A observacao da pratica da administragao vem fornecendo informagdes que, pouco a pouco, vao constituindo sua teoria. Os conhecimentos adquiridos, reformulados e complementa- dos pelos tedricos, séo entao postos em pratica, sendo confirmados ou retrabalhados. Oaspecto clentifico da administracdo, entretanto, deu seus primeiros 30s com os estudos de Taylor. Para crescer com personalidade propria, oatual conhecimento administrativo se apdia em um conjun- to de ciéncias afins: sociologia, economia, histéria, psicologia, estatis- tica. Isso confere a administracao seu carter multidisciplinar ou, de forma mais moderna, interdisciplinar, ja que essas diferentes disci- as sao integradas em um sé contexto. CONSIDERACOES ACERCA DA ADMINISTRACAO + Enfoque mecanicista do ser humano — A visao da organi zacao como uma maquina, que pode e deve seguir um proj to definido, recebe criticas ferozes de estudiosos da adminis- tracéo. A partir dessa concepgao, cada funciondrio é considerado uma mera engrenagem no corpo da empresa, tendo desrespeitada sua condicao de ser humano. + Homo economicus — O incentivo monetario, apesar de importante, nao se revela suficiente para promover a satis- facao dos trabalhadores. O reconhecimento do trabalho, os °Z, Harold, O'DONNELL, Cyril & WEIHRICH, Heinz, Administrapao— Fundamen Teoria da Ciéncia. Sio Paulo: Editora Pioneira, 14* Edicdo, 1986. 7 GESTAO EMPRESARIAL, incentivos morais e a auto-realizacao séo aspectos funda- mentais, que a administracao cientifica desconsidera. + Abordagem fechada — A administragao cientifica nao faz referéncia ao ambiente da empresa. A organizacao ¢ vista de forma fechada, desvinculada de seu mercado, tendo negli- genciadas as influéncias que recebe e impde ao que acerca. Superespecializacao do operdrio — Com a fragmenta¢a0 das tarefas, a qualificacao do funcionario passa a ser supér- flua. Ele passa a desenvolver tarefas cada vez mais repetiti- vas, monétonas ¢ desarticuladas do processo como um todo. A superespecializacao leva a alienagao do trabalhador, no melhor estilo retratado por Chaplin em Tempos Modernos. Exploracao dos empregados — Como decorréncia do estt- mulo A alienacdo do funcionario, da falta de consideragao de ‘seu aspecto humano e da precariedade das condicées sociais existentes & época (falta de legislacdo trabalhista digna, proibicdo de movimentos sindicais), a Administracao Cien- tifica legitima a exploracao dos operdrios, em prol dos inte- esses patronais. Taylor é normalmente visto como um cientista insensivel e desumano, que tratava os operarios como objetos de estudo isola- dos, em favor de estudos que favoreciam a elite empresarial Entretanto, poucos apontam a preocupacao de Taylor com o aumento da eficiéncia da produgao, buscando a reducao dos cus- tos nao apenas para elevar os lucros, mas também paraelevar a pro- dutividade dos trabalhadores, aumentando seus saldrios. Nao pode deixar de ser observado que, em uma época que ainda sofria 0s reflexos dos regimes feudal e escravocrata, as idéias de Taylor representavam um avanco na forma de encarar a participa¢ao do trabalhador no processo produtivo. Todavia, as constantes criticas aos métodos por ele utilizados levaram 0 Congresso norte-americano a convocé-lo a prestar depoimento a Camara dos Representantes, em 1912. Ble fol forca- doa se defender perante os congressistas, que acreditavam que suas idéias conduziriam a exploracao e a demissao dos traba- Thadores. Acompanhe um trecho desse depoimento: “A grande revolugao mental que ocorre na atitude mental das duas partes sob a administracao cientifica é representada pelo fato de que 18 EVOLUGAO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS ambos os lados tiram sous olhos da divisao do excedente, como questo dominante e voltam conjuntamente suas atengdes para 0 aumento do tamanho do excedente, até que este se torne tao grande, que passa a ser desnecessério brigar sobre como deve ser dividido. Comegam a perceber que quando param de brigar uns com os outros. © em vez disso lutam ombro a ombro na mesma diregao, o tamanho do excedente criado por sous esforgos conjuntos torna-se realmente assombroso. Ambos os lados reconhecem que quando substituem o antagonismo e o conflito por cooperacao amigavel e solidariedade tornam-se capazes, em conjunto, de aumentar tanto esse excedente, que passa a haver amplo espaco para um substancial aumento de saldrios para o trabalhador e aumento igualmente significativo dos lucros do industrial.” Além disso, por mais que se critique os estudos minuciosos de Taylor em tempos e métodos do processo produtivo, muitas de suas conclusdes continuam sendo validas e aplicéveis ao moder- no processo produtivo. A divisdo do trabalho em tarefas minimas, por exemplo, estimulou o desenvolvimento de estudos de tec- nologia e automagio industrial que, hoje, permitem que o trabalho humano soja utilizado em tarefas menos entediantes, poupando o trabalhador de realizar tarefas monétonas ¢ pessoalmente pouco enriquecedoras. OS SEGUIDORES DAS IDEIAS DE TAYLOR Muitos outros autores e pesquisadores desenvolveramasidéias defendidas por Taylor em seus estudos e praticas administrativas. Henry Ford é visto como um dos responséveis pelo grande salto qualitativo no desenvolvimento da atual organizacao empre- sarial.* Ciente da importdncia do consumo de massa, langou alguns princfpios que buscavam agilizar a produgdo, diminuindo mus custos e tempo de fabricacao: + Integracao Vertical e Horizontal — produgao integrada, da matéria-prima ao produto final acabado (integragao vertical) ¢ instalagaio de uma enorme rede de distribuigao (integragao horizontal). “KOONTZ, O'DONNELL & WEIHRICH, op. cit, pp.43-45. “SHAMMER, Michael & CHAMPY, James, Reengenharia. Rio de Janeiro: Editora Campus, 118 edo, 1904. (GESTAOEMPRESARIAL * Padronizagao — ao instaurar a linha de montagem e a padronizagao do equipamento utilizado, Ford obtinha agili- dade e redugao de custos, em detrimento da flexibilizagéio do produto. E anedota comum atribuir a Ford a idéia de que 0 consumidor podia escolher qualquer carro Ford, desde que fosse “de bigode preto”.” * Economicidade — redugio dos estoques ¢ agilizagao da pro- dugao. “O minério sai da mina sdbado e 6 entregue sob a forma de um carro, ao consumidor, na terga-feira a tarde.””* Frank Gilbreth (1868-1924). Seguindo uma trajetoria seme- Ihante, embora independente da de Taylor, Gilbreth abdicou de estudar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), para se tornar aprendiz de pedreiro. Dez anos depois, j4 superinten- dente-chefe da Whidden Company, deu inicio a uma carreira de consultor independente (1895). Defensor de grande parte dos princfpios da administracao cientifica, como a divisao do traba- Iho, 0 objetivo basico de Gilbreth era descobrir a melhor forma de trabalhar. Lillian Gilbreth, doutoranda em inglés, resolveu apés sou casamento com Frank mudar seus interesses académicos para a psicologia. Sua tese no assunto, The Psychology of Management, 6 um dos primeiros estudos acerca do homem na industria. Enquanto Frank defendia a eliminagao dos desperdicios como forma de aumentar a produtividade, Lillian considerava o ambi- ente e as oportunidades oferecidas aos trabalhadores essenciais para aprimorar a produtividade." Henry Gantt, que trabalhou com Taylor na Midvale Steel Company, talvez seja o mais conhecido dos seguidores de Tay- lor, por ter desenvolvido métodos gréficos para representar planos e possibilitar melhor controle gerencial. Destacou a importncia do fator tempo, do custo e do planejamento, para a realizagao do trabalho. O grafico de Gantt é uma técnica utiliza- “Ford “de bigode” ¢ 0 apelidodo famoso “modelo T” carro om ts volumes, tipico do inicio ‘Go stculo eproduzido apenas na cor preta. SCHIAVENATO,Idalberto, Teoria Geral da Administragao, So Paulo:Eaitora MacGraw-Hill +1878. p60. SWREN, Daniel A.. The Evolution of Management Thought. Nova York: The Ronald Press 1972. EVOLUGAO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS FORD, 0 PAIDO CARRO POPULAR Filho de imigrante irlandés, Henry Ford (1863-1947) iniciou sua car- reira como aprendiz de mecanico. Fascinado pelo motor a combustao, fundou a Detroit Automobile Company, que faliu dois anos depois. Em 1903 organizou, com um grupo de pequenos investidores, a Ford Motor Company. Em 1908 lancou o modelo T, o primeiro carro popu- Jar americano produzido em escala industrial, vendendo 10.000 unidades no primeiro ano e 250.000 em 1914. O volume de vendas permitia a Ford manter baixos precos, sem detrimento dos lucros. Aparentemente preconizando a futura participacao dos funcionarios nos lucros da empresa, Ford instituiu o saldrio minimo de USS 5 por dia para os que cumprissem alguns requisitos basicos."* ‘Além disso, Ford se mostrou adiante de seu tempo, quando conside- ravaos recursos humanos da empresa. Ele defendia a idéia de que ose- ‘gredo do sucesso est na habilidade de encarar os funciondrios como Seres humanos : “Em primeiro lugar, um empregador deve compreen- er as pessoas que trabalham para ele. Ele nao deve cometer 0 erro de ar neles como unidades ou ganhadores de salarios ou como sendo ‘entes dele mesmo, em qualquer aspecto. Se ele for obter seu me- trabalho e esforco, seu interesse e, consequentemente, os me- 1s resultados em seu negdcio, ele deve perceber que os seres ;nos que trabalham para ele tém as mesmas ambicdes e desejos ele. até hoje no planejamento, programagao e controle de ativi- € projetos, atualmente adaptada para sistemas computa- ais sofisticados."* iCOES GERENCIAIS — A TEORIA CLASSICA DE FAYOL, alelamente aos estudos de Taylor, o engenheiro francés Fayol (Administration Industrielle et Générale, 1916) de- principios semelhantes na Europa, baseado em sua expe- naaltaadministracao. Mas, enquanto os métodos de Taylor dados por executivos europeus, os seguidores da admi- o cientifica so deixaram de ignorar a obra de Fayol em pedia Americana, Nova York: Americana Corporation, 1970. Vol. 11. “How I made a success of my business”. in CHANDLER, Alfred. The lef Modern Systematic Management, Nova York: Arno Press, 1977, pp.447-448. =: informacdes acerca da elaboracio do grifico, bem como suas diversas aplt fndustral, recomenda-se CLARCK, Wallace, The Gantt Chart. Londres: Sit 'Sons Lid. Sed. Edition, 1957, 21 (GESTAOEMPRESARIAL 1949, quando foi finalmente publicada nos Estados Unidos. "* Ja desde a década de 1920 os Estados Unidos constituiam o maior reduto dos estudos em gestao empresarial. O atraso na difusao ge- neralizada das idéias de Fayol fez com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus principios. Fayol relacionou quatorze princfpios basicos, que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor, ja que vistos sob uma outra 6tica empresarial. A propria divisao do trabalho, tao ca- racteristica dos trabalhos de Taylor, era defendida por Fayol para cargos técnicos e também administrativos. Confira:'” 1. Divisao do Trabalho—aespecializacao dos funcionarios, dos executivos da administracao aos operarios da fabrica, favorece aeficiéncia na producao, aumentando a produtividade. 2, Autoridade e Responsabilidade — autoridade ¢ 0 direito dos superiores hierarquicos de dar ordens que serao su- postamente obedecidas; responsabilidade é a contrapartida da autoridade. 3. Unidade de Comando — um empregado deve receber ordens de apenas um superior, evitando contra-ordens. 4, Unidade de Direc&o— 0 controle tinico é possibilitado com a aplicacao de um plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos. 5. Disciplina — necessidade de se estabelecer normas de con- duta e de trabalho, validas para todos os funciondrios. A auséncia de disciplina joga a organizacao no caos. 6. Prevaléncia dos Interesses Gerais — os interesses gerais da corporacao devem prevalecer sobre os interesses indi- viduais. 7, Remuneracao — deve ser suficiente para garantir a satis- facdo dos funcionarios e da organizacao. 8. Centralizacao — as atividades cruciais da organizacao e a autoridade para a sua adocao devem ser centralizadas. 9. Hierarquia (Cadeia Escalar) — defesa incondicional da estrutura hierarquica, respeitando a risca uma linha de autoridade fixa. “SWANSON George Jr. Claude. Historia do Pensamento Administrativo, Sao Paulo: Editora Cultrix. 1972. © FAYOL, Henri, Administracao Industrial ¢ Geral: Previsao, Organizacio, Comando, \Cecrienacio ¢ Controle. Sio Paulo: Editora Atlas, Edicao, 1975, EVOLUGAO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS FAYOL, O VERDADEIRO PAI DA ADMINISTRAGAO? Ingressanclo como engenheiro de minas na Société Anonyme Com- ‘mentry-Fourchambault em 1860, Henri Fayol (1841-1925) foi nomea- doseu diretor em 1888, com a missao de reverter o quadro de faléncia da empresa, Mais do que recuperé-la, Fayol a transformou em um vas- to complexo metalurgico, aposentando-se em 1918, aos 77 anos, "4 sucesso era atribuido a sua forma abrangente e completa de pen- ‘Sar a empresa e os problemas basicos da administragao pratica. Sua ‘obra basica, Principios Gerais da Administracdo, compila suas con- ‘clusdes, abordando t6picos como as caracteristicas dos administra. dores, a importancia de seu treinamento, suas fungées basicas ¢ os icipios basicos da administracao. Buscou desenvolver a primeira eoria da administracao, defendendo que seu estudo tesrico deveria dera pratica da profissao. m funcio disso, dada sua percepcao dos problemas basicos da _| dministracdo moderna e a universalidade de seu principios gerais, guns autores véem em Fayol o verdadeiro pai da administracao."" 10. Ordem — deve ser mantida em toda a organizacao, preser- vando um lugar para cada coisa (pessoa) ¢ cada coisa (pes- soa) em seu lugar. 11. Eqiiidade — a justica deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devocao dos funcio- narios & empresa, 12. Estabilidade dos Funcionarios—aalta rotatividade do pes- soal tem conseqiiéncias negativas sobre o desempenho da organizacao e o moral dos trabalhadores. 13. Iniclativa— deve ser entendida como a capacidade de esta- belecer um plano e cumpri-lo. 14. Espirito de Corpo (“Sprit de corps”) — o trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicacao dentro das equipes. Os componentes de um mesmo grupo precisam ter conscién- cia de classe, para com isso defenderem seus propésitos. Ao lado dos principios gerais, Fayol enunciou as funcoes ecipuas da geréncia administrativa. O conjunto das funcdes admi- itivas forma o processo administrativo. A idéia de processo lui oaspecto dinamico da relagao entre as diferentes fungdes, com OONTZ, Harold, O'DONNELL, Cyril & WEIHRICH, Heinz, op. cit. (GESTAO EMPRESARIAL cadauma delas influenciando e sendo influenciada pelas demais. Sao elas: PLANEIAR — significa estabelecer 0s objetivos da organizacao, especificando a forma como serao atingidos. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de aces Pare atingir os objetivos tracados. Ba primeira das funcoes, ja que servira de base diretora a operacionalizagao das outras. CoMANDAR — significa fazer com que os subordinados exe- cutem o que deve ser feito. Pressupde que as relacoes hie- rarquicas estejam claramente definidas, ou seja. que forma cede icdministradores e subordinados se influenciam esteja explicita, assim como o graui de participacse & colaboracao de alia um para a consecucao dos objetivos definidos. Oncanizar — é a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materials, alocando- ce dia melhor forma, segundo o planejamento tracado. ContROLAR — controlar é estabelecer padrdes e medidas de Gesempenho que permitam assegurar que as atitudes adotadas seere mnais compativeis com 0 que a organizacao almeja. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizay a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regrasestabele- cidas e as ordens ditadas. CoorneNar — a implantacao de qualquer planejamento seria Kautavel sem a coordenacao das atitudes e esforcos de toda a organizacao (departamentos e pessoal), tendo em vista os obje- tivos tragados. CONSIDERAGOES ACERCA DA TEORIA CLASSICA «+ Obsessao pelo comando—tendo como sticaa visdo da orga: nizacao a partir da gerencia administrativa, Fayol centrou pau estudos na unidade do comando, na autoridade e na Tesponsabilidade. Em funcao disso, ¢ normalmente visto como obcecado pelo comando gerencial. + A empresa como sistema fechado — outta critice fre- qtientemente enderecada a administracao classica é que jonsiderava aempresa como umsistemafechado, Ora, a par {ie do momento em que o planejamento é defendido como Sendo a pedra angular da gestao empresarial, € dificil ima ginar quea organizacao seja vista como uma parte isolada do ambiente. EVOLUGAO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS. + Manipulagao dos trabathadores— assim como a adminis- tracao cientifica, a administracao classica foi tachada de ten- denciosa, desenvolvendo principios que buscavam, em tlti- ma instancia, explorar os trabalhadores. Entretanto, cabe diferenciar a elaboracao e o estudo dos principios e funcdes defendidos por Fayol da aplicacao, muitas vezes deturpada, que alguns empresédrios fizeram (e fazem) dos mesmos. CONTRAPONDO AS FUNCOES GERENCIAIS DE FAYOL AOS PRINCIPIOS CIENTIFICOS DE TAYLOR Enquanto Taylor estudava a empresa do ponto de vista do chao de fabrica para cima (privilegiando as tarefas da producao), Fayol estudava da administracao para baixo (privilegiandoas tarefas da ‘organizacdo), "ADMINISTRACAO ‘ADMINISTRAGAO CIENTIFICA CLASSICA Precursor Frederick Taylor Henri Fayol ‘Origem ‘Chao de fabrica Geréncia administrativa ‘Adogao de métodos Estrutura formal da empresa: racionaise padronizados; | adocéo de principios ‘maxima divisao administrativos pelos altos dotarefas. escaldes Enfoque Produgio Geréncia Detendo-se menos na organizacdo sistematica da empresa, a de Fayol recaiu sobre os principios da pratica administrativa, icando atencao especial as diversas funcdes administrativas, Nao é raro encontrarmos a utilizacao indistinta dos termos istracao cientifica e administracao classica. Entretanto, as rencas entre as duas sao patentes. * A administracdo cientifica surgiu no chao de fabrica. Con- formeo proprio nome indica, preconiza a adocao de métodos racionais e padronizados, a maxima divisao de tarefas e 0 enfoque centrado na produgao. * A administracdo cléssica, que teve origem na alta adminis- tragao, enfatiza a estrutura formal da organizacaio e a adocao de principios e fun¢des administrativas necessdrias a rea lizacao do trabalho. O sucesso do empreendimento, segundo Fayol, estd relacionado ao desempenho satisfatorio dessas fungées, em todos os setores da organizacao. 3

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