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Prieta Rc crs ones SU nocd OT on) CO Td a CUCU a SIDADE({ | EU CR) DER) oe secon eeaipmge: Tatanme Seewst crmoccto none priate &commreont 2 Ange tb | 6248203 Fone ane wevpanbaedton an eso: 2 Unidade 1 eae ONO ae ramos comevar nosso percurso com algumas informa- ‘es que podem nos ajudar a pereeber alguns aspectos importantes do ato de eserever: ‘ILA fala ea escrita na historia da humanidade Falar e escrever sio dois meios distntos de expressio da linguagem verbal, essa capacidade de comunicagio to carac- teristicamente humana e que se materializa em milhares de linguas diferentes mundo afora. Dos dois, o meio de expresso primordial 6 fala. Iss0 significa dizer que, em qualquer lingua, fs pessoas interagem e concretizam seus enunciados usando sons produzidos pelo seu aparelho fonador. Este & um dado praticamente universal Algumas linguas, contudo, tem um segundo meio de expres silo, que apareceu apenas muito recentemente na longa histéria dda humanidade: a escrta, Ela foi criada ha cerca de mill anos ‘no Oriente Médio, numa civiizagao que se desenvelveu na che ‘mada Mesopotimia, entre os ros Eufrates e Tigre Boa parte das linguas do muni » no passado ou no pre sente, no conheceran ou nao conecem uma forma eserita, E Drincipalmente em razao disso que se diz quea fala € natural triad fumaniadec, sé onde sabemos et comsequencia do miment do grat de comple de gums vcd Naguels em que era pontel preserva de memoria todo 9 conlecimento do grupo e transite orale sg necesidade de da una forma esrita lingua, Naquelas em tue tal preservagioe tansmisso nao erum mais pons, Criu-setm meio de reid fala por sna Jesenbadon em suportes come bas de arg, pms, ppios permis (peles de ovinos) e papel. ye _Sea fala antcedesescrtanahistria da humanidade, asim também sedi na nossa hstviapeosoa. As eran falam bem antes decomecara aprender server Po wl don ois anos fala com autonomia mas bets poms para prendre escrve I pelos incon sian ‘Mais ainda: as eriangas adquirem a fala espontaneamente Nao é preciso ensing-las; basta que estejam imirsas no convivio ‘igrio com outros falantes. O dominio da eserita, ao contro, ro vem espontaneamente — & preciso ensin ar as eriangas aller ¢ a escrever. Na sociedade brasileira, infelizmente por Yazdes politica, isso nBo costuma ser feito com eliccia, de ‘modo que muitas criangas se tornam adultos que nio sabem eserever ou que praticam a escrita de modo rudimentar elon restrito, ainda que sejam falantes bastante competentes nas priticas orais do cotidiano, Assim, temos até aqui dois aspectos que se complementam: Tendo isso em conta, podemos melhor entender por que @ ato de escrever nos cobra esforyo e trabalho: eserita no fu imente, Apesar disso, éprfetamente possivel domi “Tae. medida que a dominamos, produzir texts com eficiencia epraer Leitura 1 \Vamos ler um texto sobre as origens da escrita. Em seguida, sequem algumas questdes 2 serem respondidas por voeé. [ANECESSIDADE ECONOMICA QUE LEVOU RO DDESENVOLVIMENTO DA PRIMEIRA FORMA DE ESCRITA Tin Harford Durante muito tempo, plo menos atémeados do sécul0 2, ntose Sabla certo por que es cllzagbesantigastinham desenvolvido tert. Tera side por aztes artistas ourelgjosas?Outalvezpara permit @comunicago com exéretos stants? Em 1928,0 mistriocreseusinda mal quando arquelogo aero Julius jordan desenterraauma vata blocs de tabuas de aria ie cnc mi anos de dade, 3595 tbuas era até mals antiga do (que amostras descobertas na Cina, no Eft ena Mesopotamia e Consnham gravacbes em uma escrcaabstrata, que depos fears canheeida como “cuneiorme’ ‘as dbus eam de Uruk, ur vlacelo da Mesopotémia nas margens fo rio Eufrates. Urak era pequena para os padres atuas, com ‘apenas alguns mihares de habtante, mas na época (por vata de 53500 a. era enorme, Essa grande cidade cru ums eserta que por anos Intrgou os estuciosos modernos. © que dam aqueles tragosabstratos? ee ‘CONTAGEM POR CORRESPONDENCIA -AsrunasdeUnuke outras aes mesopotdmicasestavam repetas de pequenos objetosdebarroem formato de cone, esfera ous tro. Um arqueslogochegou abrinear que pareclam supestros | Jordan fo mais parceptivoeescreveuem um periédico que Mas para que serviamy Ninguém conseguia resolver 0 quebra cabega elo menos aa arquedlogo francesa Denise Schmandt-Besserat "que, nos anos 1970, catalogoupegas semathantes encontradas na regi, desde a Turguiaao Paqusto, la acredtava que os obetos ‘inhamum propio em camumacontagam por correspondéncia. ‘As pegas com forma de pes seriam usadas para contr pes 35, ‘ecas em forma de pots, para contar pote, eassim por dante. A ‘ontagem por correspondénci simples: voce no precisa saber ‘onar, basta ohar para comparat das quantdadese verificar se io Ou nda as mesmas, ee ECONOMIA URBANA ‘Mas 2 pegas de Uruk foram maislonge:eram usadaspararegts: rar a contagem de varias quantdades diferentes e pociam Ser usads tanto paraaudeionar quanto para subtrar €bomlembrar \que Uruk era uma cidade grande, Uma economia urbana exige rnegoiar3o, planejamento e tibutaglo. Imagine os primeiros ‘ontadores do mundo sentados na portadoarmazémn do tempo, usando peas de pe para contr os sacos de gros que chegavam eepaream, Denise Schmandt-Sesserat destacououtracaracteisticarevoluco nia, As marcas abstratas nas tabuas cuneifermes combinavam ‘omas poses, Outros especialistas que se debrugaram sobre eas ‘ontaramissoporquea esctando pareiarepresentarimagens 4e algo conhecido. Mas Schmandi-Bessratpercebeu o que tha ‘acontecigo al As tSbuas eram usadas para registrar o vale Vern das pegas que, por corrspondéncis, marcavam o movimento de cvehas, 730s « potes de mel, ‘Taveras primeirastbues tvessem inclusive impressBesgravadas| eles pedrias pegaspressionadas contra obarro, At os contado: ‘es perceberem que cave fsse mals fl fzer marcas cm uma ‘una um antigo instrumento de insrigdo em dbus. A eserta ‘uneifarme era, portant, 3 imagem exiizada da impressio das esas que representavam determinadas commode, EQUIPAMENTO DE VERIFICAGAO Denise Schmandt-Besserat esaleu dois problemas de uma 6 vez 1s tdbuas de barro adornadas com a primeira esita abstrata do mundo no eram usedas para poesia ou para enviar mensagens a terra dstantes, Eas fram usadas como um pioneio sistema de ontabildae, Também eram usadas como os primelos contatos fesertes do mundo. ‘AcombinagSo de pecas etabuas de esrita cuneiform evou a tum dlspostvo brihnante: uma bola de argla oa chamads bulla. AS eras epresentando as obrigagSes de um acordo eram colocadas fo inerior da Bul, que era ento sada. A inscrigBes 6s pecas tram igualmentegravadosna parte externa do artefato, ‘hs bullos eram uma espécie de conratos em envelopes, que eram {echados por seguranga para que ostermas do acordonaofssem “aterados. A eszitana parte de fora. as peas dentro da bola de area deveram ser gua "Nao sabemos que po de acordo seiam — se eram eins rel ‘osos para 0 temple, impostos ou did particulares. Mas tals ragistrs eram ordens de compre e recibos que tornavam possvel ‘a complena vida 6a cidade ‘A mairia das transegbes hoje & baseada ery contatos escrito. ‘pbs de seguro, contas banca, ttuos do governo,agbes corporatvas. hipoteas so acordos eserits — eas ufos da Me- Sopotimia 30a primeira prove arqueobgia decontratos eseritos Cscontadoresde Uruk nos dram ainda cura novagao.Inicalmen- te para registrar cinco ovehasbastavasegravarcncosimbolos de ‘velhos. Nas tade, um sistema mais avangado envoWs 0 uso de Simbolos abstatos para diferentes nimeros: cnc trag0s para O ‘humera nce um ercuo para de, dos cculos tes traces pare 13, 0s ndmeroseram sempre usados paras refer & quantidade ‘e ago: no hava "der" —e sim “ez ovlhas Mas o sistema nu- tmérco era fort o suicente para expressar grandes quantidades a centenas ou mares. ‘Como um todo, ratou-se de um conjunte de conguistas. Os cdadBos ‘de Urukenfrentaram umenorme problema para qualquer economia moderne — como lidar com uma rede de obrigacbes © compro: rmissos a distncia entre pessoas que ndo se cnheciam bem. que | ff aher cae conics Resor et pola sgvna ti Bere soidade (iad Baio 2014 pa | des it 4 kb wold por uma razBo muito clara gerenclor a economs. ws docomporyusse eT Aeon oO (1) Otexto.comesa apresentando a seguinte questio geral: por ‘que as civilizagdes antigas tinham desenvolvde a escrta? ‘Quais foram as primeiras hipdteses levantadas para essa O texto sobre as tsbuas de Urukcorrobora essa afirmagio? pergunta? Por qut? (2) Em seguida, hd orelato de eventos que contribuiram para se encontrar uma resposta ' Complementando evento: descobertade suas de argila com eserit forme. le rita une Dos registros contabeis econtratuais, escrita logo passou ater muitas outrasfungbes socias: registrar as eis, os atos dos I (@ Quando e onde iso aconteceu? jovernantes as palavrassagradas, a poesia eas narrativasorais, (8) Quem fer essa descoberta? © pensamento dos filésoos, e assim por dante. 2 vets A desert de peqncs des om format de la amplificou enormemente as possibilidades da fala. E come, esfra ou clinro, {sso por sua grande qualidade: a permanéncia, Diferentemente (@) O que cram esses objtos segundo oarquedtogo lias da fala, que vai com 0 vento, a eserita dura enquanto durar Jordan? ‘seu suporte, Com isso, a escrita atravessa 0 tempo e 0 espago. Podamos saber hoje, por exemplo, 0 qve se esereveu milhares de anos. Pense no famoso Cédigo de Hamurabi tim dos primeirosregisros deli da hist. le foi escrito fiuma pedir, com carscteresconeiformes, na Babil6nia, por tolta de 1770. Est je a mostra no museu do Louvre, em is Eu objeto de sfisticada reallzago, que nos prate (@ Por im, ela percebeu uma segunda finaliade pata He ee Teri, dae s lade para Conheceras bases do sistema legal de una eivlizago jhe (8) Que finalidade teriam esses objetos, de acordo com a arquesloga Denise Schmandt-Besserat? (©) Aointuir tal finalidade, a que conclusto « arquedtoga chegou sobre o que aescrita cuneiforme das tabuas de argilaestava registrando? muito desaparecida ® ae a resposta que o trabalho dos arqueGlogos dew ‘Do mesmo modo, « escrita nos permite atravessar 0 espago. justo geral que retomamos em () 4 Por mais alto que gritemos, a nossa vor heya 6 a ali adiante, (Um dos estudiosos da histria da escrita,o linguista ale {Fi uma carta pode atravessar o mundo, Um e-mail, entdo, faz ‘mio Florian Coulmas, faz a seguinte afirmagao, em seu isso em fragao de segundos. 08 no tinham, me, por exemplo, Mas, apos uma conversa elefOnica, nossa rte das informagdes, Se a conversa for ‘muito importante, o melhor é mesmo anotar. Sempre recorret 10 escrito, clare, Ou por melo de aplicativos que registram ¢ {ransmitem fala, eseita, fotos, videos, tudo junto e misturado, inal, hi algum tempo é possivel armazenar a fala — num «seo, numa fita magnética e, mais recentemente, num compu. aor um smartphone. Nas conversas mediadas pela internet, Poxdemos misturar fala, escritac imagens. Mas, por mais ofa «ada que soja tecnologia, averdade é que todos esses recursos sao extensOes da boa evelha esrita isto da fixao, por melo desinais grafico, da fala humana, Por essa simples qualidade — a permanéncia —, a escrita conguistou o mundo, Parece ser tio Sbva sua Importncia gue 1s nem nos perguntamos mais para que ela seve. Noentanto, | sua invengto foi fundamental para a humanidade. Nosso tual «stigocivilicacional seria impossvel sem o ezistroc a ample ‘0 do conhecimento que a escrita permit, 8 Produgao escrita 1 4 Que tal fazermos agora um primeiro exerccio de eserta? ‘Sugerimos 0 sequinte ponto de partida para sua produgao Procure néo ultrapassar 130 palavras. Depois de escrito, compartlhe realmente com um colega, Provavelmente, voce também receberd de alguém um texto parecido, Leia-o e tente ‘compatur com o texto que vor’ escreveu, buscando semelhancas cediferengas de forma econteido, a ULE Peete a nmin peepee apie re ee meeN Pret Ebeprenentt 12. Falare escrever: atividades diferentes, Bis agora um dado que tem de estar muito clare para quem, std trabalbando para ampliar seu dominio da escrita Claro, pano defundo é 0 mesmo: a lingua. No10ss0 caso, ‘oportgués brasileiro contempordneo, No entanto, cada ativida de tem suas particularidades, Quando escrevemos, seguimos uum conjunto de prinepios que nfo coincide com os da fala em muitos pontos essenciis. Muitas dessa diferengas decorrem do fato de que, na fala, sobretudo em uma conversa face a face, olho no oho, nosso interlocutor esté presente e, na escrita, nosso interlocutor est ausente, Mesmo quando usamos aplicativos de troca de men- saigens on-line, esas ferramentas s6 nos permitem saber que ‘pessoa do outro lado da tela est “digitando..” alguma coisa (0 que nos chega & apenas © produto, algo bem diferente deouvira fala em curso, Cuando estamos conversando, pademos interromper 0 ‘outro para pedir um esclarecimentos ou, por um movimento de cabega ¢ fae, podemos sinalizar que estamos diseordando do {que esta sendo dito. Essas ages podem alterar de imediato, 0 amo da conversa, No fundo, a conversa val se construindo A medida que i acontecendo. E bastante comum, por exemplo, comegarmos| 0 tratar de certo tema e repentinamente — ou porque somos Interrompidos, ou porque tm dos interlocutores se lembra de outro tépico qualquer — mudarmos de assunto.F isso virias vwves na mesma conversa. Na fala dialogal, nto hé necessa "amente unidade temética, e as partes vio se interligando na proprio andar da carruagem. Aconversa,em suma, nao depende dle uma organizagao prévia e controlada, 36 texto escrito, justamente pela auséncia do interlo- ccutor, exige de nés um planejamento prévio e uma execugo controladla, Antes de decolar, precisamos de um bom plano de oo, 8 medida que voamos, temos de i controlando os nossas Quando eserevemas um texto, assumimos, de lato, duas fangdes simultineas: temas de ser autor e, 20 mesmo tempo, Teitor. Ou sea, vamos construindo © texto e, ao mesmo tempo, ‘vamos nos pondo na posigo do leitor e avaliando 0 que estamos escrovendo. Fis algumas perguntas que devemos nos fazer: ‘Vamos ver isso na pritica, endo e analisando wm bom texto /@ veitura 2 ACHIADO MILENAR. Pesquisodoresdescabrem osas com insrgbes de 3.500enes po China ‘car viel Foianunciedara semanapassada uma descobertaque pode lncar rovasluzes sobre a origensdalingua esr, Arqueogoscineses tencontraram nes escavagBes de um antigo altar usado para Sar- fidos, na provincia de Shandong, leste da China, dois pedagos d= 5208 de ordeo onde fram esculidos eto caracteres, onside: ‘aos uma forma primitia de escrita china, unto cOm os oss0s, ‘Sesenterraram-se 360 pegas de cerdmica pertencentes & cultura {yes que vu em Shandong 3500 anos até 1s caracteres gravads nos oss0s em Shandong no soa forma (de esrita mls antiga do mundo, fram ancortrados mapas do mundo em aifabetocuneiforme com 4 500 anose vass com hier ifs egiplos da mesma dade, Sua mportinca est em fornecer pista sobre onascimento do Unica dessastrésescrites mienares fue continua sendo usada no mundo de hoje. Enguanto a escrit Cuneiform eo her ogifos egipcos desspareceram do usocorrente amo pasar do tempo, dando lugar alinguagens que desembocs Famnos atuaisalfabeos, a chinks continua sendo faladoeeserito por um quint da populagdo mundial ‘elhes pedacos de esqueleteconservads no subsolotém sido 8 fante sobre escritacinesa mals pesquseda pelos arqueSiogos Na chine Antig, os ossos de cordero era usados por asvinhose profetas para prev o futuro. Os 08805 eram postosnofogo|unto ‘om cascos de tartaruga até se quebrarem. pari das fssuras triads pelo calor, 0 adivinhosprevam chuvas guerra eo destino ‘oreo Durantea nasa Shang, quereinouna China por 650305, ‘apartirde 1751 3,08 es preocupados com futuro, mandavam ‘tus adinhos esculpit suas prevsbes nos oss0s semicarboniza- dos, se procedhmento 60 que forneceu 20s arquediogos os mas tnigos exempos da escrtachinesa. um trabalho fascnante, mas ‘nem sempre bem suceddo, Dos 10.00 caracteres ji encontrads ‘emossode cordlrona China, apenas 1000 foram decitados. Eire 15 to caractresescupidos nos oss08 desenterados na semana assala— cera de 200 anos mas antigo do que os encontrados a China anterimente —, dsj foram detrados.Umdeles Sum “de cabega para baxo, que fo identicado como o mimeo 6.0 jutro simbolo chines para a palavra “profeciat ‘Acserta €uma tecnologia reélativamente recente para ahumaridade (Os sereshumanosjtinhamha50.000anossuaformataaofbiea sual, 'massoh5.000comecaram escrever Sto dessa epocaosprimeitas Aocumentos escrtos, encontrads a regito do aque, onde fava 9 _antga Mesopotamia, Astereatvas maisematas que ohomem fer de cerca seatravs de smbolo stam de 0.0003 am desenhos deanimas ef guras geométrcas que possum sigicadolieal Por Ser a esc mals antiga aia em uso no planeta, a chinese éa que melhor guarda as cractersocas de ranepaso entre odesenho € ‘esrta madera, €em achados comocs oss de Shandong que os «estudosos procuram entender como ocorreupassapem dos antios 'deogramas para os cigs de esc conterporaneos, (fone: Resta vs Omag geet 14, 2000 eee Complete a ideia: Note que o texto se mantém fiel ao seu assunto, sem. interrupgbes e mudangas sibitas de rumo e sem repedi in formagoes jd dadas. Se voee estivesse relatando oralmente a alguém a descoberta apresentada no texto, ni falaria $6 0 ue dissesserespeito ao assunto, certo? Bastaria qui, no meio da conversa, seu interlocutor interrompesse 0 papo com um “Acho que vai chover.." Prontol Lé se fol a unidade temdtica A conversa € mesmo assim: vamos nos interrompendo mit dando de assunto com muita facilidade. AX esté 0 gostoso de ‘uma boa conversa —ela vai fluindo em muitas diveyées, sem necessidade de muita programacio, © textocserito, porta, ¢ prog nfunde ese chateia com facllidade se mado, porque Ietors Otextocomesaase dispersat a perderofoco eo rumo. Aescrita ‘caleituraexigem uma boa dose de concentrasso tematica. Estaé ‘uma dferenga importante entre a conversa face a face ea esrita, 2) 0 texto Achado milenar tem quatro parégrafos, ou sei, quatro blocos vsualmente destacados no conjanto grafico do texto, Vamos estudar 0 parégrafo em mais detalhes no segundo livro desta colegio. Por ora, vejamos do que trata cada um dos parigrafos do texto, no interior do grande ‘assunto abordado. Complete os quadiros restantes 1 porégrato: ‘A descoberta por arqueélogos chineses de dois pedagos e oze0s de cordeiro nos quasestavam esculpdos oo ‘caracteres, uma forma primitive de escrita chinese 2° pardgrato: ‘nimportincia dessa descoberta: sto fornecids pitas sobre a nascimento da escrita chines @ Unica das mals antgas ainda em uso. 23° parégrafo: 4 pardgrafo: Ober ue cada pra tem eo pério ssn a ‘os outros, nem os repete.Afora isso, um ‘que no se mistura com ; panigrafo leva a outro, que Teva outro, que leva a outro, que. Quando conversamos face a face, nunca his uma sequde imerrupgaes © mesmo mudangas repentinas de assunto, Us bom texto eserito,além de se manter fel ao assunto, tem essa ‘outra caracteristica importante: uma sequéncia bem ordenada de informagoes. No texto que voc# acabou de ler, tudo gira em torno dos ‘s808 com os caracteres esculpides, mas o ator vai acrescen. tando informagdes & medida que o texto avanca para sitar 8 descoberta (apresentada no pargerafo 1) num quadro mais ammplo, destacando a sua importancia (pardgrafo 2), « sua historia (pardgrafo 3) e, por fim, a sua relagdo com a origem ¢ desenvolvimento da escrta (pardgrafo 4) Em vérios pontos desta colegio, especialmente no volume 2 (esto e discurso), nds vamos vltar a analisar, em detalhes, aspectos da construgdo planejada econtrolada dos textos escri, tos, Por enquanto, euardemos estes dois aspectosfundamentais: EE por que temos de planejar e controlar a escrita de am. texto? A resposta é simples e retoma o que jvimos: primeiro, porque a escrita néo flui espontaneamente: segundo, porque estamos escrevendo para um leitor ue nfo esté na nossa frente ©, muitas vezes, sequer existe cancretamente, oct pode estar se perguntande: como um leit pode néo existr concretamente? Isso significa que 0 texto nao ser Lido Por ninguém? Nao, nao ¢ isso. Vejamos. © texto Achado milenar, por exemple, certamente nao foi destinado a um individuo especfico. Nio foi escrito para al guém oui para um grupo determinado de pessoas que a jorna lista conhece & com quem interage pessoalmente no dia a dia Mas o jornalistatinha em mente uma espécie de interlocutor virtual ao eserever otextor um perfil deleitor de uma revista de informagio e citculagao semanal como a Revista Veja, suporte original do texto. Para ter sucesso com o seu texto, @ autor cer ‘amente precsou levarem conta, durante o provesso de eserita, as catacteristicas dese leitor em potencial, dstribuindo infor- ‘mages, selecionando palavras, adequando o seu estilo a esse Ieitorprestumido. Canvém desenvolvermos um pouco mais essa idea. Ela sera importante para nossa caminhada 13.0 itor presumido Aoplanejar um texto, temos, enti, alguns desafios bésioo, Primeiro de tudo, definir quem seré nosso leltor. Muitas vezes 6 uma pessoa bem conereta — um amigo, um parente, tum professor. Vocé @conlece, sabe o que ela pensa e tem ideia das informagies que voces eampartiJham. Pense, por exemplo, ‘numa carta para sew pai, numa mensagem para seu colega de «escola ou num trabalho para seu professor, ‘Ouiras vezes, a pessoa que tomamos como referencia 6 na verdade, um leitor méiio. Ito ¢, nfo é uma pessoa com nome cesobrenome, mas uma ideia de pessoa com certas caracteris: ticas, Porexemplo, alguém com formacdo univesitéria; ou um adolescente; ou uma erianga de aproximadamente 9 anos; ou (0s pals de uma familia de classe média, e assim por diante Na outra ponta, pense num jornaista escrevendo um editorial para o jornal em que trabalha; ou num profissional da sade escrevendo um folheto para adolescentes sobre a prevensio de Leitura 3 Vejamos mais um exemplo que mostra como, 20 ler, ccombinamos 0 que est dito no texto com nosso conheciment de munalo para construirmos sentido. Reprodurimos abaixo 0 primero pardgrafo de uma crn: cca do psicanalista Contardo Calligaris, publicada sob 0 ttle Leinura de carmaval Pace o Carnaval imerso numa tura um pouc insta sta do ‘ima gerab avez tenha sida de propdsto, para ser do contra. Ou toler uma lua flasca ja apenas mas uma fantasia fto& ‘quel, pla primera ver, opequenolvo de GeorgeStinresctore Nstoradordadeise dsiteraturs)sobre"Marin Heidegger (of ese alema, 1889-1979) pubicado emis ern 879(vking Press) (ome Fhage Pave, 1121) ee Observando 0 texto (1) autor comega informando aos leitores que passou o Car naval imerso numa letra insélita, Mais & frente, cle nos diz que foi um livro sobre um filosofo. Por que tal leltura, seria insta durante 0 Carnaval? 2) Osutordiz ques leitura que fez éum pouco insélita “Avista ‘do clima geral". Como podemos interpretar essa expressio ‘que aparece no texto entre parénteses? @)_ Blediz que talveztenha feito essa letura para ser do contra, Ser do contra em relagio a qué? @) Portim, cle diz que “talvez uma leitura filosfica sea apenas ‘mais uma fantasia". Que sentidos podemos atribulra essa afirmago do autor? Lembre-se de que ele € psicanalista Leitura 4 Leia agora os pargrafosabaixo. Els sto to lege para 6 voce quanto os textos anteriores desta unidade? Por gue? LUxivigBes dcidas posterores repeem sucesshamente os fone «lo, depos amério, e depois poésso,juntamente com os fone aluminate que a args por fim, que Saturada ixiviagao da ‘aulnta prende-se mas @ sca, ¢ no 80s 6xdos de aluminio ® ferro, Confirma-o 3 prépria cor dos Solos. s tonalidadesréseas © vermlhas so dervadas das hematitas hdratada. No cerrado, lem vitude da presenca de goethiae himus, oF slos vio or ‘nando runes (foe: 00DLAND Rober FEAL Mii G feted ceed. CO ente enquanto tal, 0 advente que se oculta ne desvelamente, 0 fundado que, como fundado e assim como obrado, funda 2 seu modo, a saber, obra, isto, causa. A decsio entre fundante ‘fundedo enquanto taisnao mantém apenas ambos separados, a os mantém na unigorecipraca, Os elementos sustentados a SeparagSo s30 de tal modo imbricados na dacisto que ndo Somente ser enguanto fundamenta funds 9 ente, mas que © lente por seu lado funda sua maneirao ser. causa-0 Tal colsa fo ente apenas pode, na medida em que "a plenitude do ser fom MOOEGGER, Man. Corre ss. Estamos quase certos de que voce teve mais difeuldade ‘em compreender esses dois parigrafos do que os anteriores ‘inal, o que setiam solos brunos? E hematitas hidratadas? O ‘que seria prender-se mais silica do que aos 6xidos de alurinio te ferro, em se tratando da lixviagdo da calunita? A propésito,o {que seria calunita? E lixiviagao? (Ora, um texto sobre lixiviagdo (a dissolugdo eremogio dos consttuintes de rochas ¢ de solos), escrito numa linguagem superespecializada, requer um leitor também especializado, {Que traga consigo conhecimentos prévios para completar as {nformagoes ndo expliitase construir os sentidos pretendidos pelo texto, O mesmo vale para. texto do filésofo alemo Martin Heidegacr(o segundo pardgrafo, cujoassunto desafiamos voc a dizer qual é Para arrematar essa nossa discusso, vamos er um pequeno trecha do artign Letramentaeleitura:formando litoreserticos, escrito pela professora Delaine Cafiero, da Universidade Federal de Minas Gerais, Verifique se 0 que ela diz sobre letura coincide ‘1 nfo com o que dissemos anteriormente. Leitura 5 ‘Aeitura éum process cagnitvehstrco cultural e soil depo: ugdodesentdos sso significa due: oletor—umsujeto que tus Socahmente construndo expenéncias ehistrie — compreende 0 ‘que ests estrito a partir das laces que estabeleceentreas infor magies do texto seus connerimentes demundo. Ou sea, oletoré Sujet atvodo proceso. Nalltra, doageapenes deosiiando, Isto juntando letras, slabas,paavas, rases, porque er € muito ‘mais do que apenas decodifiar. Ler @atsbulr sentidos. E20 om preendero texto como um todo coerente itor pode Ser capaz dereflecsabre ele, decitclo, saber comousé-loem sua vide (Tone: RANGE, £880: 20008. oe ras eft Basia a, 23.0 problema das fake news Mais um dad importante sobre a letura precisa ser des- tacado: todo texto tem autor. Pode parecer ébvio. No entanto, nuitas vezes, esse fato passa despercebido dos leitores. (© autor pode ser desconhecido ou nao assinar0 texto, Mas cleestésempreli. Nao hé neutralidade completa na escrita, que serevela sempre subjetiva. Para lermos sem ingenuldade,é re- iso ter isso claro. Quem escreve ocupa um hugarde observago particular (no universa)olha erecorta o mundo sob determi nadas perspectivas; tem interesses,crencas e valores pessoais, ‘Tudo isso, de uma forma ou de outra flora na sua escrita, (autor pode transformar esteticamente sua visto de mundo ¢ criar uma obra de arte literéia: um romance, wm conto, um ppoema, uma pega de teatro; pode relatar um acontecimento de relevincia social e escrever,ento, uma noticia; pode construir ‘um argumento a favor ou contra uma idea eredigir, assim, usm artigo de opinigo ou um trabalho académico, Portant,atrs de cada texto, uma intengfo: o autor quer fazer arte transmit uma informasio, argumentar e assim por diante. Noeentanto,é possivel também que o autor tena aintengdo de enganar ou confundir seus kitores. Nos sitios anos, por ‘exemplo, as chamadas fake news (noticias falsas) viraram um tema constante dos debates pablicos. Vamos falar um powco sobre elas nesta ultima seglo da unidade. ‘Comecemos com algumas ponderagdes sobre o que sto fake news, a partir da leitura de um artigo do professor Pablo Ortelado, da Universidade de Sto Paulo (USP), publicado na Jimprensa. Nesse artigo, apresentado aqui em trés partes, 0 professor analisa as propostas que estavam na Camara dos De- pputados para punira divulgagso de noticias falsas e desenvolve ‘uma argumentagéo contréria tai propostas, considerando trés| aspectos:a dificuldade de definir que sio fake news, a quanti= dade de noticias que sto produzidas diariamente no Brasil ¢ 0 isco a liberdade de expressio embutido nas propostas, LeiLura 6 ‘RES DESAFIOS PARA REGULAR A ‘IRCULAGAO DE NOTICIAS FALSAS ablated A. Definigto ‘term fake news, em portugues nots flss, ganhoudifusdoem ‘ezembro ce 2016 no contextodacampanha presidenca america fe. E um terma quenasceu na coberturajoralstica ena dinamica do debate pole paris, nunca fo propriamente defini, Primer, otermo fo utlizad para se refer a stesmaliosos que romovem nformagio equvocadatravestia deornalsmo—stes {que secieteminacam no context dacampanhaeletoral americana, Princpaimente para aacaradversiios. Depo, o proprio Donald Trump passoua utlizarotermo para serefericavelculos da grande imprensa que fesiam matérias que elenzoconsideravaadequadas. (terme se tornou assim excessivamenteelistio, sendo utlzado tant para ereferiraoostdeum blog que promovia boat sobre Hillary Clon, camoparase refer a uma matéria vestgativa do NewYork Times. Para escopar da impreclsfo, alguns teéricos tém tentado dar consisténca 20 conceto, rcunscravendo o fendmeno aquelas ‘materias iverdicas que aparentam ser ruto de apuragojornals- thea ecu erro advém no de uma apuracSo ruim ou descuidada, ‘as de uma intengso malicosa (busca de lucro econémico ou ‘bene pic), Emibora essa defirisomals precisa sejamais ti ea ainda ¢incapsz ‘de darconta do fendmeno. Quasetod0s 0s ses aos quai queremos nos refer ao utara expresso “site de noias flsas apenas, ‘oczsonalmente produzem nota falas, no sentido circunscrito {dementias travesidas de nota ‘Amaior parte do que produsido regularmente pr esses es s30, rmatérias eceadas de pequenas distorGbes exageres, manchetes ‘apeltivas,sensaconalstar auem desacordo como text, espec logies apresentadas como faos, falas atribulgbese uma mirage «de outros pracedimentos defraud elogro, 0 uso do term "no problema que ¢mar emai nuongado Emborapossmoesuspetaruehémathag poli ouecont- CaportaseagurasGessesnotesenganosts il comprar Sine gaan qe nose ata apenar de er. Como, prix tea. seprar ua formato to deur apa, daquls que fo produdanenconsiments, deforma maleoss? Aken cs, qa ra de re que deve er bode algun po de sang? Um exgero spin os nos evra sess? Une {rae trac decontentelangade a manchet? Un expecbgs0 doresertoda demanea aparece um fata cence? Como sev, anh & dc de sr trade uma sre desses fepeclenes #80 também utlados pela chamace imprenss profesor pe Relendo o texto até aqui () O autor mostra que a expresso "jake news” se tornou ex- cessivamente elistica. Por qué? (2) Diante disso, alguns te6ricos tm tentado delimitar o con- ceito, Segundo eles, a que fendmeno se deveria aplicar a expresso? @)_ Mesmoassim, oautorconsidera que a expresso “jake news” ‘continua problemética. Por que? 0 texto tra7, om seguid,reflexdes sobre a quantidade de no- ticias que se produzem diariamente no Brasil, 0 que, po si, dif cua a verificagio da veracidade de todas asinformagées. Vamos. ba 2. xtensSo Ezsasconsideragdes nos levam ao segundo pont, 2 dimensso do fendmeno das notes falas. Nosso problema mio &spanat |. identcar erro, avalarograudo ere edeterminar a nteng30.0 problema é também de escala, © Bras tem hoje Wes agenias de verifeagdo de fats, o que no Jaro do melo se conhece como facr-checing: 35 agécias Lupa, ‘os FatosePblica Estamos falandodetrésinicativaspofssionas, vincuadas a International Fact Checking Network, com jomalisas eclusvamente dedcados 3 arefa de apurar everfiaroembasa ‘mento factual do que dese um police au do quealegou um ate. Se somarmos tudo o que as tes ncativas produaram na tina ‘semana, no chegamosadezverficagdes. Equant 0, odo da se produzemno Brasiide3000a5.000 netics depoltice nacional, {entre as matéras que so produzidas pla grande imprensa, pelo jornalsm egal epelaimprensaatrernatva, tanta ade esquerso, come ade deta, Adesproporgae entre tudo o quese produreaestrutura existent paraverfiar émuito grande Estamos falandodepelo menos 20 i ‘matéria por semana podendochegar aquase o dobro sso, contra uma estruturacsponiveleapazde erfiar apenas uma dezena, ou 2, 005 do total, Paraczer sem rodeis, éimpossivelvecificar com rigor as nots de politica queo Bras produz dlriamente. Para escapardesse problema, podemas supor uma abordagem diferente que enfatze ndo as matérias, mas os velculos respon- ves peas matéria, eid do ar os ste: que reiteradamerte produzem nota fleas, Mae a enfrentamas um outro desi Quando alhamos para a propriedade e pars o desenvolvimento desses stes engajados que promovem a desinfrmacéo, vemos ‘que frequentemente seus operadores tem um portfolio de varios dominios que vo utiizando e descartando quando passam ater problemas com a Justia ou quando as plataformas os punem. Vi ‘mos so recentemente quando o Facebook mudou seu agoritm ara degradar 0 desempeao de sites que tnham certasconducas ‘malcisas e em seguldavirlos operadores passaram a descartar ‘dominios antigos e migrar pare outros mais noves que contomam {35 exigéncias da plataforma. Com a hospedagem no exterioce2 dogo de servos de anorimizacio,estabelecer quem esté por tris de cada site de nis falsasndo rile seguramente toma, mais tempo do que» duagio do periods sletara ta Relendlo a segunda parte do texto (1) 0 autor afirma: “Para dizer sem radios, & impossivel eri ficar com rigor as noticias de politica que o Brasil produ diariamente™O que sustenta essa sua afirmagao? (@)_ Retirardoaros sites que reiteradamente produzem noticias falsas seria uma solueao plausivel para o problema das fake news? Por qué? O texto éconclutdo com observages sobre quem teria com: peténcia para regular a circulaedo das noticias falsas. Vamos Altura ba 3. Competéncia (Quer deveria ser responsive! pela reguasdo da crculago de no- thas flsas? As polis jude, como 2s polis cis e a Policia Federal?O uci, por meia dos tribunals letras? Uaforgata- refo,como se props incindo oexératoeosérgdos deintligcia? Crea que iio énecessiriodiscorter sobre ograve isc sberdade de express2a que consisteno Estado ter poder de defini qual nota legtima e qual ro é poder censurar ou perseguir 0 ‘mss 50 smpesmente nao condiecomumademocraca liberal, ‘em qualquer acepea0 do terme. |Além desseargumento de principio, ue devera se sufcent, hi ‘ainda outro, de natuezaprética © operatva. Dado os problemas Gesetinicao ede escopo, uma aordagem orentadaparaa sano (mutta, censura ou purge) seguiia apenas dos caminhos: sera Indcua ou cometeriaarbitraredades. Ou bem cometeria abuses reitrados buscando a eficéncia, ou seria culdadosa eesti que no teria comoprocessaro grande vlume do que é produ. Setvermas que escolherenre as principals propostas que esto Sobrea mesa, o melhor éndo fazer nada e far como estamos. O desafiaimposto pelos ses de naticias falas ndo tem solo el «ea abordagem mats adequado, que nc ransparéra, educagio ‘eautoregulagdo, apenas mitiga 0 problema, (Fat: de Pus 608) a lo a tere parte do texto (0 autor «sa dois argumentos para se posicionar cont se as propostas de regulagao de cireulagao das fake news. Quais so eles? (2) O autor conclu que, diante das propostas de regulament fo que estdo sendo discutidas, melhor énAo fazer nada « ficar como estamos’ Por qué? Outra vor sobre 6 tema, A partirda leitura do artigo do professor Pablo Ortellado, pudemos constatar as dificuldades de elaborar uma legislagao que co'ba a circulagSo das noticias falsas. O docente argu: rmenta: 0 problema nao é de fc solugao e a abordagem mais adequada, que inclui transparéncta, educagio e autorregula 80, apenas o mitiga, Entretanto, nds, que estamos inevitavelmente expostos a {nformagies falsas, precisamos desenvolvrestratépias de defe- sa, Veja o que diz sobre sso o jornalistae cientista social Diogo Anténio Rodriguez, criador do site Me Explica?, em entrevista comcedia 8 revista Vida simples: Leitura 7 [NRO ACREDITE EM TUDO 0 QUELE Pode parecer exogera, mas Bo Em tempos de comparthomento ol 0 informa, 0s for mts do que necessrio “Aro Hola -Asredes socials podem nos apoximar de pessoas que admiramos ‘ouque oram longe. bem como resgatar antiga amzades. tam bbém costumam ser uma toa fone de informagéa, desde que voce ‘cheque o quel@ antes dereplcar sso mesmo, € cada vez maior 2 ‘quantile de noticias falas conforme alertaojoralstae dentists soil Diogo Antonio Rodriguez. “As ments hoje podem chegar a mihares de pessoas. Vids podem ser aruinadas por conta de boatos. Pessoas adem st expostas a humihacbes publics ta. Diog #crador do Me Bxplca?¢meexpica com), plataforma de Jrmakema explicate pla atratamentes meicos.defensor {a importance de checarmos toda nasia que nes 6 apresentada cde manera chamative (0 queé.a chamada pés-verdade? “Pes verdade” é um termo que entrou na mada. Ele descreve a idea de um munde em que, mls importante que lata fats, & Ser convincent. Iso aconteceria devo d iculdade de saber a verdade sobre qualquer assunto.A internet seria a culpada denos inundar com informagbes,trnandoa vericaglo de qualquer ipa deverdade impossie ‘come isso surglu? Ezze terme comegou a aparecer na internet de mancia espont ‘ea es tornou um chavo par falar da mundo em que viveros. essencial saber que, de fato, 0 mundo est repeto de informa: Bes e-mais importante, falas, 0 Tato de existe um term como ésverdode mostra que estamos com difiuldade de entender © ‘oneestulzar os acontecmentos. Hoje, recebemas dversosmate rai pelo cella, multas vezesvndos de familiares, flando sobre _aszuntosvrados, Nagrandemairia das vezs, mpossivel saber ‘Se a informagio & verdadeira, Como estamos multo ocupados, ‘acabamos no pensando muito raguioe, na divs, repassamos ‘contedo, ssa uma das manera pelasquasajudamos acons- true aps verdade, Deveros checar tudo 0 que lemos? Pode parecer euros, mas ideal serla que checissemes tu, CComoizeo¢impossivl os joralistas so, em eoriaos responsi ves por fareriero. Mas um dos problemas que enfrentamos agora { que, na prétiea, qualquer um pode publicar © que quiser, sla verdade, sja mentira. Basta ter uma conexdo com a internet E muita gente e aproveita dessa facildade para manipula a popu: ago. Exitem indices sso, no Bras eno exterior. Um exerplo + @binterferéncia da Russia nas elelgbes americanas(ée 2016), um ‘caso que ext sendo investiga. ‘0 que povdemos fazer para checar minimamente maga? Ester vriastécnicas cet. Em primero haga no acedite em onteddos que chegam sem ins Essa riager aconsegue elinnar Uns 60% das noticias flsas, Mesmo que eita um dk ole co Cuidado seeled mesma doveicula queda representa Diversossits onfundem as pessoa usando names de jorais erevstsfamos0: Com pequensvaragdes para pega” 05 lefores. Quando esiver lendo a matria orginal no link procureler texto até of Muito gente usa uma velhaténiea ce maujornaismo, osersacionls para espalharinformaggesfalsas usando uma matéria verdad, ‘Quando voce texto, no encontratalinformacio ai Sevocé nao outer se um site ¢crfivel lhe outas materia. Veja se ele fala dle outras aztuntes, seuss manchetes sensadonaistasecatast- ase sim, desonfie reste atencBo também ac usb de adjetvos, es so um sina de que ou 0 texto €opinativo, ou est tentando ‘manipula sua oindo, Texts nformativos tam adjtivos ‘quale as consequanclas de compartiharinverdades? \nformagdesfaleas podem até matar. Em 2014 no GuaujsSP) uma pégina de Facebook asplhou um rtvatofalado de uma mulher ‘que supostamente save criancas em rituals de magia negra. Uma trulhe fol confunda com oetratae, apesa de no ter qualquer tela com e556 tipa de rit, oinchadae morru.Imagineisso rua ezcala de mihares de pessoas. Podemos tomar decisis er radasarespeito do ness vote, pademasacusar pessoas por imes ‘que elas nto cometeram,Especialstas afrmam que Donald Trump = benefiou de noticias falsas para ganar aeleiao prsidencal os EUA em 2016 emborando se possaatbuirsuailéie apenas ‘alsso, Outro caso famaso cdo referendo a respelo do Breit os eitores brittnicos foram conultads se queriam ourdo a rei ‘a do pals a Unio Europea, que também vu uma inundago de ‘adios falsos sobre a economia britnia, que podem ter indvaido muita gente a votar pela aida do Reino Unio da Uno Europea ‘que consethos voeé dala para evtar que as mentiras se pro- paguem? ‘Acho que as pessoas deveriam ter mais calma na hora em que recebem algo, princpalmente em aplcatwos.e mensagens, como 9 WhatsApp De ‘que éverdader m olhar para aguilo de manelra criea "Onde posso encontrar umafonte cntivelp ‘hecar 50” Dig que, geralmente, e algo parece bom demats ara ser verdade, geralmente esse algo # mentira. Conteddos ‘que dizem exatamente aquilo que a gente pensa podem ser ar ‘adihas, Sempre tome cuidado com o que todo munca dz que verdad, Multas vezes a certeza das pessoas no se bazeia em {atos, Todos temos 9 dieito de ter opindo, mas nio podernos, sar mentras para confrmar nosso ponto de sta. Outra coisa lmportante¢ sempre procurar le Jornats,reustas, blogs estes {que fazem jornalsma de verdad. Os joralstas so proisionas treinadosepreparados par procurar fates, confirms cont Jos a nds. Parece uma cosa fc de ser feta, mas no €. Leva tempo, custadlnheroeénecessrioter pessoas que sabem fazer Isso, Dernove,escrever na internet qualquer um consegue Fazer Joralismo €outra historia. En6s, hoje precisamos de jormalistas mais do que nunc. (foetuses 612/27 panier pig ulesmintiseamparnlan cleo digo ot cede erties eastegrimsdpy es Reso 018) Relendo a entrevista o a ° o ° Como o entrevistado explica 0 surgimento do terme “pés- werdade"? ‘Segundo ele, devemos checar tudo 0 que lemos. Que pro: ccedimentos ele sugere para isso? (Que recomendagies ele dé aos Ieitores para evitara propa a¢do de noticias falsas? Por queérelevante ter cuidadoem no repassar noticias false? Relela as seguintes afirmacoes do entrevistada e responda, a nossas questoes: (@)°0 fato de existirum termo como pés-werdade mostra que ‘estamos com dificuldade de entender e contextualizar + A que acontecimentos ele ests se referindo? (0) “Presteatengio também ao uso de adjetvos: 4 Porque ele faz essa xlago? (0) *Muitas wezes, a certera das pessoas ndo se baseia em fatos: 4 Qual a consequéncia disso para n6s etores? Produgao escrita TL Agora hora de voce esrever um texto sabre o proble ma das fake news, Para tanto, voltaremos a um dos principais motes desta unidade: a inter-relacdo entreleitura e escrita, Por certo, a leitura do artigo do professor Pablo Or tellado e 2 entrevista com o jornalista Diogo Anténio Ro driguez foram relevantes para a construgdo de sua opini&o sobre as formas de combate as noticias falsas. Entretanto, {quanto mais vocé ler sobre esse assunto, mais vai expan- Gir seu conhecimento e avivar sua criticidade acerca da {questéo, Consequentemente, seu dominio da escrita sobre ‘tema vai se ampliar. Afinal, é pela leitura de bons textos escritos (¢ falados) que nossas formas de interpretacéo dos acontecimentos sociais se estendem e passamos a ter algo consistente a ser dito por escrito, Pediremos, ent8o, que vacé pesquise na internet bons. ‘textos que o ajudem a confirmar, ampliar ov mesmo re valiar 03 argumentos do professor e do jornalista sobre as, formas de combate as fake news. Como ponto de parti, vamos sugerir a leitura de trés textos jornalisicos, cujos links estao disponibilizados 2 seguir. £ importante, porém, que vocé também faca a sua propria pesquisa. é Apds a letura de diferentes informages e opinides sobre 0 tema em pauta,escreva um texto em que océ responda asaguinte pergunta: Seu lakorpresumido & slim que desconheceo tema, Porno cabert a voctapesentar& el idteamente on reno da ft nes sts onsequlnciasnacntemporeidade, antes mesmo delangarefundaneta eu pnto de va sobre aetao Faga de conta que se testo vai sr diulgado num jr- nal menea de sua facldage ov unversidade, destiad aos tstudantes de graduagio Ele ced publado en uma pégina ira cla Opio dont’ dedeadn trea sobre elas. . mearauess soe Leitura 8 E pai findar esta unidade, nada mais justo do que uma & cronica do escritor Ruber Alves sobre o segredo da letura, Leiuira delete, sem atividades de compr Vamos 1a? 08 0 FEITIGO Dos LVROS. etasche estaacert:“De mani cedo, quando o da nasce quando tudo esta nascendo ler um fro ésimplesmente algo depravado.” foquesita ao andar pelasmanhis plosmaravihosos caintosda Fazenda Santa Ele, da nsttutoAgronéico de Campinas. Procure teaquecerme de tuo quel nos lives €precso que cabecsestea ‘ala de pensamentos para que os olhospossam ver, -Apreniss endo Alberto Caer, especial inigualivel na iil arte ce vr. Dia ele que pensar & estar doente dos hos.” Mas meus esforgs ta fustrades. As coisas que ej sdo como obeljo o principe ela wo acordando os poemas que aprend de core {ue agora estdo adormecdos na minha memérl, Assim, 20 030, pensar da vedo une ono pensar da poesia penso que 0 meu mundo seria muito pobre se em mim nao es tiessem os fwvos que ll e ame. Pols, se no saber, somente 35 ‘cosas amades s8o guardadas na meméria posi, lugar dabeleza, “auilaquea memérieamou fea eterno fal como disse Adis Prado, amige querda. Os ivras que amo nao me dexam. Caminharn amigo. Hé livras que maram na cabeca e vo se desgastendo famotempo Esses, eudeixaem casa, Mas hos vros quemoram no corpo. Esss so eterramente overs. Como no amr, ua vez ho cegs De nova, de novo, de novo. Lm amigo me telefonou Tha uma case em Cabo Frio. Corwidou ime. Gost. Mas meu srrgo entortu quando ele disse: "VBo ‘também cinco adolescentes.” Adolescente podem seruma alegre Mas podem se também uma perturbago para o esprit, Assim, resolvitomar minhas prvidénels, Compre! ume arma deamansat ‘adolescentes Um vr Uma versB0condensadada Osi, 2 an- Ustcas wagens de Uses de volta & casa por mares traces. Primero cla: praia: almoco; sono. L pels cinco os dorminhocos acordaram,semteroquefaze Eantesquetivessem ideas propre, tu tome! 2 iniatve, Com vor autoitirl,crghme a eles, ainda Sob oefeto do torpor“, voces... venham cna sala. Quero thes ‘mostrar umacisa Ni consuteasbases,Teriasidoterivel. Uma (deci democriica das bates opti por ligaraeleviszo. Caro, ‘Como poderiam decidir por uma coisa que ignoravam? Peguel 0 lvroe comecei altura ‘Ao espanto ina segue sénco eaten, Vi pelos seus hos, {que fi estavamn sob o dominio do encartamento, ai para frente foi uma coisas. No me devo, Por onde quer que eu oss, Lavinnam eles coma ate na mo, pend que alesse mas [Nem na praia me deram descanso, Essa experénda me fez pensar que deve have algo errado a afirmagio que sempre serepete de que os adolescentes no g0=- tam da letura, Se que, como regra, no gostam de ler O que no 6a mesma coisa que no gostar da letra, Lembro-me da excola riméria que requente. Hava uma aula delitura. Era a aula que mais amavamos. & professor la para que nés owsssemes. Lau todo 0 Monte Labato leu aqueles livros que se lia naqueles tempos: Hea Poiana, ha do eso, ‘Quando a aula terminaa, ea a tristeza. Mas © hom mesmo & que no haviaprovas ou avalagées. Era prazer puro. €estava certo. Porque esse 0 objetivo 6a Iteratura:prazer. O que os exames vestlularestentam fazer transfrmara iteratura em informacbes ‘que podem ser armavenadas na cabes3, Mas olugar da teratura nde €acabera: éo coragdo.Alteratura & feta comas palawras que desejam mararnocorpo. Somente asim la provoca as transformagSes alquimicas que desea realizar. Se do concordam, quelelam GuimarSes Rosa, que dia que teratura 6 eligana de que se fro sangue do coragao humano. {Quando minha fina estva send introdulda na iteratura, 0 pro ‘essor hes deu come dever de casaler char um ro chatssmo. Sofrimento dos adolescents, safrmentoparaos pas. ApuravisSo 4o lio provocava uma preguica imense, squelapreguiga que Barthes decarou ser essencialdexperincia escolar, cre carta ‘elcada a0 professor lembrando-the que Borges hava decarado ‘que nig hava ratio para se lerum lyre que ndo a prazer quand 1 mihares de vrs que do prazer. Sugershecomegarpor algo mais préximo da condigia emotive dos jvens. Ele meespondeu como discus de esquerds, que sempre ‘eve mada do prazer:“O meu objeto & praduzir a canscénca era.” Quando eu Iss, perce que ndo haviaesperanca. 0 professor ndo sabia oesencil No sabiaque literatura nao € para pros consléncia criea, 0 eseritor nda esreve com intengbes uatco peagiicas, le escreve para produ prazer. Para fazer amor, strever ers formas de fazer amor. por so que os amocespobres em teratura ousdo de vida curt, ‘ou sio de vida longa eteiosa...arodiando as palawras de Jesus “nems6 debe transas vvero amor, mas detoda palawra que 8 das mos dos exeritores.” F fo em mo a essas medtacbes que, sem que eu 0 esperasse forme revelado osegredo da leitur.

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