You are on page 1of 36
SOM iniahid ColocSoPASSO-APASSO ‘GENGIAS SOCI'S PASSO-A-PASSO Diego: Celso Casto FILOSOFIA PASSO-A-PASSO Diego: Dens L Rosenfield PSICANALISE PASSO-A-PASSO Diregdo: Marco Antonio Coutinho Jorge cLe COPIAS fe COPIAS ee oul Ver lista de itulos no fra do volume Pedro Paulo Funari Sandra de Cassia Araijo Pelegrini Patriménio histérico e cultural 22 ediggo & ZAHAR isd enero Copyright © 2006, Pedro Paulo Funarie ‘Suncr de Cea Arab Plein Copyright desta edo © 209: Forge Zar Editor Lida. ua México 31 sabrlo 20031-144 Rio de Janeiro, R) tel: (21) 2108-0808 fx: (21) 2108-0800 ‘em je@aatcom br site wore zaharcombr “Todos or dirto esrvados A reprodustonioautoriada desta publics, no todo ‘ou em pate, constitu volcio de diets auras (Lei 9610/98) Grafaatalizada respetande 0 nove corde Ontogefco da Lingua Portugvess Eig anti: 2006 Composig: Top Tests Bighes Gifs Lda Iunpresso:Sermograf (Cap Segio Campante CaP. Catalogaao ma ferte Sinato Nacional ds ores eos, RI 1 rnp Peasant 39 | pomp Petrie nobis clear Pedeo Polo Funai | E22? sans de Cala ae Papin zed ooo | Sanit jorge Zahar Ed, 2008, (Ciinciasacinipto-2ps) ch biblograis | ISBN 978-657110.927-8 | 1, Patenbnio cura ~ Protea. 2 Conseraeo | ini 1 ele Sanda de Cain Arto 9621 | Tide TL See | a5 DU: 351853 | Sumario Introdugéo © patriménio, do individuo a coletividade A trajet6ria do patriménio no contexto mundial A preservacao do patriménio cultural na ‘América Latina Politicas patrimoniais no Brasil: impasses e realizagies AA gestéo do patriménio cultural no limiar do sécuio XI Referéncias e fontes Leituras recomendadas Agradecimentos Sobre as autores 10 29 8 56 a 7 a Introdugio Quando se comemorou, se assim podemos dizer, 0 quinto ‘centenério da chegada de Cabral 0 Brasil, em 2000, ojurista Joaquim Falcio constatou, com tristeza, que “patriménio historico virow sindnimo de igrejas barrocas, palicios ca- sas-grandes”. Tal queixa implicava que os indigenas,slém dos africanos de tudo que se refere& vida cotidian, no eram associados, por nés, ao patriménio. Como conse- quéncia, patriménio historico parecia ser algo distante, alheio, velho Essas primeiras impressOes podem ser contrastadas ‘como empenho das comunidades em preservareusar aqui- lo queconsideram seu patriménio, Em vériaspartesdo pais, entidades civis mobilizam-se para se apropriar dos seus bens cultuais, Fn cidades como Santana do PernafbaeSi0 Sebastido entre outras,surgem projetos de preservacio pa ‘timonial que contam com a participagio de criancas das comunidades locais. Como chegamos a ess situagio apa- rentemente contraditéria? Quais as perspectivas do patri- _mOnio em nosso pals? Essassioalgumas das perguntas que este volume pretende discutir. Para isso, comesaremos pe- los conceitosbisicose pelas origens histéricas do patrimd= ee no, anto no contexto mundial como no Brasil, Pretende- ‘mos que, 20 fina, o leitor nio apenas entenda melhor as discuss e pritcas referents ao patriménio como possa, individual ou coletivamente, contribuir para uma agdo pa. trimonial em beneficio de todos. © patriménio, do individuo a coletividade Hoje, quando falamos em patriménio, dus ideias diferen- Aes, mas relacionadas, vém 4 nossa mente. Em primeiro ugar, pensamos nos bens que transmitimos aosnossosher. deterioragio de imével, As caracterstias origins da constnugio induziram os arquitetos Jorge Carvajal, Patricia Fondello, José Romén Ruiz e Emilio Yanes, responséveis pelo projeto a preverem a necessidade deacompanhatnen {0 continuo por, no minimo,25 anos. programa de reabiltago do centrohistérico de Qui- to visou a revitalizar as atvidades comerciais¢ 0s servo tradicionais, garantndo o acesso da populagfo a0 patent nip edificado, Desenvolvido inicialmente com o apoio fi- 42 Pedro Paulo Funarie Sandra CA. Pelegrni nanceiro do BID (entre 1991 ¢ 1994), contemplowa reabili- taga0 dos edifcios piblicos, civis ereligiosos, o melhora- mento das instalagdes urbanas ¢ da sinalizacio das ruas, 2 construgéo de inco estacionamentos para veiculos,o incre- mento de ecovias e do transporte coletivo,elimitou a con- taminagéo ambiental, a ocupagao indiscriminada ea profu- slo da criminalidade. © estabelecimento de um fundo de reabilitaglo © a liz de diferentes processos de “recuperacio” dos bens culturis, talvez tenham suscitado ao leitor mais duvidas do que cer- tl PatrimBnio Nstlcoe cultural 7 tezas. As préticas preservacionistas acionadas na América Latina mantém-se em sintonia com as politicasinternacio- nais de protegio, que enfrentam o desafio de associar @ preservacéo do patrim6nio cultural eda meméria social a0 desenvolvimento urbano. Mas, no caso latino-americano, (0s especialistas e deparam com outros impasses, agravados pela complexidade eextensio dos acervos debens,a disper- slo desse patrim6nio no vasto continente ameticano, as _urgéncias sociais ea escasez de recursos. Por certo, essas difculdades implicam agbes pontuais, -muitas vezes restritas a promulgagdo de eis decretos espe- cificos, que, por sua vez, ocasionam desequilibrisregionais «esociais. Todavia,nio podemos ignorar que zis obstéculos, justficados pelos entraves financeiros e pelas grandes dis- tncias a serem vencidas, dissimulam escolhas expressasem _projetos politicos historicamente consttuidos, nos quais se explicita os bens dignos de perenidade ¢ aqueles condena- dos 8 destruigo. ‘Assim, embora a implantagdo de eis voltadas para a defesa do patriménio hist6rico tenha representado um avango 0 campo da preservagdo da meméria social dos paises latinos, os fundamentos que informaram essasprit- cas iniciais acabaram provocando a expropriacio cultural da maior parcela da populagio, que nio se viureconhecida ‘nos majestosos exemplares da arquitetura pablice ow reli- giosa, O deslecamento observado no percurso da politica patrimonial resultado desenvolvimento da arqueoiogia his- {6rica, dos enfoques da antropologia ¢, sem dvd, daaber~ tura da historia a sueitossociais antes slenciados ou igno- se Pado Paulo Funari a Sandra CA, Pelegrini rados. Essa possibilidade certamente implicou a escotha de bens diversficados para celebrar a meméria social de dist tos segmentos étnicos presentes em nosso continente. No entanto, a observagao de algumas experiéncias de preservagdo ¢ a anilise dos compromissos firmados pelas instituigbes voltadas para a defesa do patriménio também podem ter sugerido questionamentos no campo da gestio patrimonial. ‘Se nos debrusarmos mais detidamente sobre 0s pa- ddrdes de recuperacdo patrimonial adotados nos miicleos hist6ricos de Lima e Quito, perceberemos que a diferenga ‘mais signficativa entre os dois casos reside no fato de que as autoridades equatorianas associaram a defesa do patrim6- nio a politica habitacional e 20 investimento turistico, pri- vilegiando a inclusio social. Talvez.o grande valor do proje- to se resuma & estratégia de reabilitagso adotada — um conceito de gestdo urbana balizado pela requalificacio da cidade, colocada em pritica por meio de intervencées mil- tiplas destinadas a valorizar as potencialidades socias, eco- ‘nomicas ¢ funcionais do logradouro. Para tanto, o programa investiu na recuperagio das identidades locais eno melho- ramento das condigoes fisicas do parque construfdo, sem negligenciar as caractersticas tipolégicas paisagisticas da area, restaurando, com isso, suas singularidades arquitet6- nicas eartistcas Sea estratégia de reabilitagdo parece contemplar satis- fatoriamente as necessidades de preservacio, que padrées de gestdo do patrimdnio seriam os mais adequados para sua implementagio? Esse assunto tem provocado inquietacdes | Patrimdnio histérico ecutral %0 entre os membros das instituisbes responsiveis pela rea- bilitagso dos sitios histéricos. Todos parecem buscar proto- tipos de intervenezo capazes de integrar 0 patriménio 3 indica da cidade. Nessa linha de abordagem, tem se va- lorizado a opcéo por medidas conjuntas, adequadas a0 en- volvimento de atorespiblicos e privados para garantir a sustentabiidade, 0 desenvolvimento ¢ a valrizago do pa- ‘eiménio, Esses precetos vém sendo debatidos desde longa data, como demonstram as recomendagbes contidas tanto ‘na Declarago de Lima, quanto na Declaragio da Cidade do México — documentos resultantes respecivamente dos congress realizados em novembro de 1997 e em abril de 2000, Por certo, a implementagao de politicas patrimoniais eve partir dos ansios da comunidade e ser nortada pela delimitagdo democritica dos bens reconhecidos como me- secedores de preservagio. Mas a selegdo dos bens a serem tombados precisa ~starinteprada aos marcos idemitéios reconhecides pela prépria comanidade na qual se inserem. Nesse ponto, a experiéncia participativa executada em ‘Cua, na Havana Velha, pode ser lembrada, poisas medidas implementadas promoveram 0 didlogo entre 0 velho eo novo ¢ 0 debate sobre as nevessidades socioculturais da populago. Desse modo, o velho centro de Havana foi rea- Dilitado, segundo Roberto Segre, mediante atribuigo de novos usos aos ambientes antigos, transformados em espa cosculturais, abrigos ou escolas. ‘As politcas preservacionistas adotades na AméricaLa tina apostam, cada vez mais, no envolvimento das comuni- 60 Pedro Paulo Funar e Sandra CA, Pelegrni dladesceminiciativasintegradas entre o pabico eo privado. ‘Masa globalzasao eas inovacoes tecnol6gicas da contem- poraneidade, somadas 0 amélgama cultural incorporadoa sociedade ltino-americana, continuam suscitando muitas contendas a serem superadas, Ficaremos contentes se lei- tura deste lio contribuir para uma compreensio mais ampla de patriménio e para a adocio de préticas sociais incusivas. i | i Referéncias e fontes Indicamos, a seguir, obras que substanciaram nossss consideragbes, de modo que o leitor posta aprofundar na feitura de textos com referencias adicionais. ‘A citagao de Joaquim Falcio foi retirada de seu artigo “A redugio do Brasil”, publicado na Fotha de S. Paulo (4/472000, Caderno A, p.3). A luta das comunidades pelo patriménio foi objeto de artigo no Estado de Minas (31/5/1998, p6-7). Os exemplos de Santana do Paraiba © Sao Sebastito foram retirados de O Estado de . Paulo, dos artigos “Menores carentes restauram Santana de Parnaiba” “Projet tra criangas das ruas eensina a preservaro patri- rménio” (27/6/1999 e 20/4/2002, respectivamente). 0 cariteraritocratica da sociedade romana que oFii- now o canceito de patrimonium &discutido em A vida quo- tidiana na Poma Antiga (Sao Paulo, Annablume, 2003), de Pedro Paulo Funari ‘O conceito de naglo esté bem desenvolvido em Natio- nalism (Oxford, Oxford University Press, 2005), de Steven Grosby. A cidadania moderna encontra-seno livro Histéria da cidadaria (Sto Paulo, Contexto, 2003), organizado por Jaime e Carla Pinsky. O caso das possessBes francesss na “América do Norte encontra-se em La question nationale au Québec (Pati, PUE, 1998), de Francoise Bpinette, 52 Pedro Paulo Fun sandra CA. Pelegrint As nagbes de habitus ¢ reprodugio por meio da escola foram esmiucadas por Christiane Chauviré e Olivier Fon- taine, em Le vocabulaire de Bourdieu (Paris, Ellipses, 2003). Deleuze ea educagao (Belo Horizonte, Auténtica, 2003), de Silvio Gallo, e Paredes que domesticam: Arqueologia da ar~ quitetura escolar capitalista (Buenos Aires, CHAAJUni- camp/Fapesp, 2002), de Andrés Zarankin,tratam dos ou- ‘0s autores citados no corpo do capitulo, 0 caso da unificacao italiana encontra-se bem desen- volvido na clissico do filésofo Benedetto Croce, Stora d Talia, dal 1871 al 1915 (Bari, Laterza, 1967). Os documentos na- zistas estio em Der nationalsozialismus Dokumente 1935- 1945 (Hamburgo, Fischer, 1957), editados comentados por Walther Hofer. O caso inglés, entre outros, é discutido em Archaeology under Fire, Nationalism, Politcsand Herita- _ge in the Eastern Mediterranean and the Middle East (Lon- res, Routledge, 1998), organizado por Lynn Meskell ‘A tradicio anglo-saxdnica do dircito patrimonial ests ‘bem representada por John Henry Merryman em “The na- tion and the object”, International Journal of Cultural Pro~ perty, 3, 1994, p.61-76. A tradigdo continental, derivada do direito romano, foi estudada por Dominique Audrerie em a notion et la protection du patrimoine (Pari, PUF, 1997) A legislagdo norte-americana é analisada em Assessing Site Significance, a Guide for Archaeologists and Historians (Wal- nut Creek, Altamira, 2000), de Donald L. Hardesty eBarba- 1a]. Little, Asieiscitadasno capitulo podem ser encontradas na Internet. PatrimBno histricoe cultural 6 A.citagao de Henry Cleereesté em um capitulo do livro Destruction and Conservation of Cultural Property (Londres, Routledge, 2001), organizado por Robert Layton, Peter G. Stone e Julian Thomas. O site da Unesco fornece dadosatuali- zados sobre ainsituigdo, as convengSes-e os sitios considera- dos pattimOnio da huraanidade.httpu/wowamesco.org. ‘As declaragies, cartas patrimoniais, leis e decretosre- ferentes ao patrimdnio cultural brasileiro foram disponibi- lizados no site htp://wwwiphan gov.br e no site da Unesco, citado acima, podendo ser encontrados em publicagbes «specificas como Legislagto brasileira de protegao aos bens culturais, organizado pelo Iphan e pelo MEC, ou na Const- tuigio da Repiblica Federativa do Brasil (Brasli, Senado Federal, 1988). ‘Aanilise dos casos da recuperagdo dos centroshistri- cos de Lima e Quito foi fundamentada nos seguintes traba- thos: La politique de estauration des centres hstoriquescom- re resource politique. La recouvrement du Centre Historique de Lima, Acteurs,Idées, Enjeux, de antoria de Stéphanie Ronda (Aix-en-Provence, monografia, 1997); obra edita- dapor Fernando Carrion, La ciudad construida. Urbanismo «en América (Quito, Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales/Junta de Andalucia! Rispergraf, 2001}; as diseus- ‘Ges propostas por Urpi Montoya Uriarteem“Intervenges recentes em centroshistéricos: as poiticas de recuperagéo dos centros histricos de Salvador, Lima e Quito” (Cader- 1nos do CEAS, n.208, novidez 2003). (Os comentrios sobrea gestdo do patrimOnio em Cus- Puerto Madero (Buenos Aires) e Cidade do 6% Pedro Paulo Funarie Sandra CA. Pelegrini ‘México apoiaram-se nas proposigoes de René Coulomb em 0s“ Modelos de gestén en los centros historicos de América Latina ye Caribe. En busca dela integridad, la gobernabili- dad democritica y a sostenibilidad”, artigo integrante do, livro supracitado de Fernando Carti6n. (Os comentarios de Roberto Segre sobre a preservacio nna América Latina podem ser encontrados no livro Arquite- tura e urbanism da revolugdo cubana (Si0 Paulo, Nobel, 1987) eno capitulo “Havana: 0 resgate social da meméria”, publicado em O direito a memeria. Patrimonio histrico cidadania (S40 Paulo, Departamento do Patrimonio Hist6- rico/Secretaria Municipal de Cultura/Prefetura de Sio Paulo, 1992), organizado por Maria Clementina Pereira da Cana. ‘A andlise da recuperagio das resdéncias tradicionais dde Quito fundamentou-se nas proposigdes de Rolando Tas- quer € E. Peralta, expressas no texto “Rescate de edifcacio- nes historias para la funciOn habitacional”, publicado no volume Gasasdel Ecuador I (Quito, Ediciones Trama, fd.) eno artigo de Sandra de Céssia Araijo Peleginiintitulado “Cultura epatriménio histrco. Estratégias de Fzeservacio ¢ reablitagio da paisagem urbana”, divulgsdo na revista Latinoamérica. Revista de Estudios Latinoamericanos, 38. (México, Universidad Nacional do México, 2004). {As impressbes de Paulina Burbano de Lara e demais informagoes sobre a recupera¢ao desse sitio integraram os textos que compuseram as -oletineas “Série Quito”, intitue Iadas Centro Histérico de Quito, Probleméticae perspecivas € Centro Histério de Quite. Sociedad e espacio urbano (Qui- Patriméno fistérico e cultural 6s 10, Direccién de Planificacién/ Municipio de Quito/Conse- jereria de Obras Pablicas y Transporte/junta de Andalucia! Ministério de Asuntos Exteriores de Espa, 1990 1993). A citasio da correspondéncia do vice-rei do Brasil D. André de Melo e Casto, consta do livro Proto ereviali- _2agao do patrimnio cultural no Basi uma tajetria.(Bra- sia, MEC/Sphan/Fundacio Nacional Pr-Memiéria, 1980, pl). ‘As agGes do Iphan foram esmiucadas pelo arquiteto Lauro Cavalcanti no artigo “O cidadéo modemno”,incluido no volume 24 da Revista do Patriménio Histricoe Artsico ‘Nacional ~Cidadania (Brasa, Iphan/MEC, 1996) ‘A mengio de jacques Le Goi dz respeito is asertivas do historiador francés expressas na obra A Histéria Nova (Sto Paulo, Martins Fontes, 1995), enquanto as matizes fraucesas dos critrios sletivos que pautaram a identifca- ‘0 do patrimdnio sio apontadas por Leonardo Benévolo ‘em Historia da arquitetura modema (Sto Pau, Perspective, 2001) einvestigadas por Yves Bruand no volume Aruitetu +a contempordnea no Brasil (Sao Paulo, Perspectva, 1997) As contribuigbes de Camillo itt podem ser observaas erm A construsao das idades segundo seus princpiosartstcos (a0 Paulo, Atica, 1992). Sobre otombamento do Terrero da Casa Branca, vale consultar 0 artigo do antropslogo Gilberto Velho, “Aniro- pologia e patriménio cultural", publicado na Revisia do Patrimenio Histércoe Arden Nacional, n.20 (1988). © conceito de “cidade espeticulo” foi cit por Nes tor Cancliniem Consumidoresecidadaos. Gonflitosmultcul- 65 Pedro Paulo Funarie Sandra CA. Pelegrini turais da globalizagao (Rio de Janeiro, UFRJ, 2001). As pa- lavras de Glauco Campelo constam de “Ages pelo patri- smonio", incluso em Urn olhar sobre a cultura brasileira, co- letinea com preficio do presidente Fernando Henrique Cardoso ¢ disponivel no site http:/Awww.minegov.br! textos/olhar/acoespatrimonio.htm. ont Leituras recomendadas Ostitulosa seguirsdo indicados paraosleitores que desejam_ aprofundar o estudo dos temas tratados. Ha diversas obras gerais sobre patriménio que constituem bons guias, tas ‘como El patrimdnio historico y arqueolégico: valor y uso, de Josep Ballart (Madri, Ariel, 1997), ¢ O que é patriménio historico?, de Carlos Lemos (S20 Paulo, Brasiliense, 2000), publicada originalmente em 1981 e ainda relevant. Alguns conceitos sobre identidades sociais io discuti- dos em Identidades, dscurso e poder: estudos da arqueologia contempordna, organizado por Pedro Paulo Funari, Char- les E. Orser e Solange Schiavetto (Sio Paulo, Annablume, 2005), com capitulos sobre © patrimdnio e seus usos. 0 patrimOnio subaquitico € discutide em Arqueologia até de- bain dégue, de Gilson Rambeli (Sio Paulo, Maranta, 2002). ‘Os principais temas patrimoniaise umaextersabiblio- sgrafia sobre o Brasil podem ser encontrados no artigo de Pedro Paulo Funari publicado em Portugal, “Os desafios da destruigao e conservagio do patriménio cultural no Brasil”, integrante do periédicn Trabalhos de antropologia etnolo- gia, nAl (Porto, 2001, p.23-32) Para alguns exemplos ¢: Portugal, vero artigo “Iden- tidades culturais urbanas em época de globalizagio", de Ant6nio Firmino da Costa, publicado na Revita Brasileira 68 Pedro Paulo Funar e Sanda CA. Pelegtini de Citncias Sociais, v.17, n.48 (Si0 Paulo, fev 2002), dispor nivel em http:/fwww-scielo.br. turismo cultural é estudado em Turismo e patrimé- rio cultural (S40 Paulo, Contexto, 2003), organizado por Pedro Paulo Funarie Jaime Pinsky, e em Patrimésio hists- rico e cultural (S40 Paulo, Aleph, 2002), de Haroldo Leitdo Camargo. (0s desafios da preservagao digital podem ser avaliados zo site www.unicamp br/siarq/doc_eletronico, com textos elinks sobreo tema. ‘Além do jé citado site da Unesco, s20 muito tteis os portais do Icomos, www.icomos.org, da Unio Mundial da Natureza, wwew.iucn.org, do Conselho Internacional dos Museus, www.icom.org, da Organizagio das Cidades Patei- monio da Humanidade, www.ovpm.org,¢ da International Law Association, wwwila-hqorg (Cultural Heritage Lav); no Brasil, ha informagDes em links de www.historiaehisto- ria.combr, -Asestreitas relagdes entre arte e patriménio podem ser aprofundadas no artigo de Sandra de Céssia Aragjo Pelegri- ni, “Hist6ria, cultura e patrimdnio. Os solares urbanos do século XIX", publicado na revista Varia Histéria, n.29 (Belo Horizonte, UFMG, 2003, p.64-76). Qutraboa fonte de con- sulta sobre o tema é a Revista do Patriménio Histérico € Artistico Nacional, publicada pelo Iphan/MEC. Dela, em particular, destacamos o artigo de Claudia Girgo, divulgado em 2001, no niimero 29, As abordagens realizadas por Francoise Choay em A alegoria do patrimonio (S80 Paulo, Edunesp, 2001) e por | | Patric histéric e cultural o Marcia Scholz de Andrade Kersten em Os rtuais do tom- ‘bamento ea escrita da histéria (Curitiba, UFPR, 2000) cons- tituem obras referencias sobre os temas debatides neste livro. Uma discussie ampla eatual das problemas do patri- ‘ménio no continente americano pode ser encontrada em varios escritos do soci6logo Fernando Carrién, em especial Centroshistoricos de América Latina y Caribe (Quito, Unes- cofFlacso, 2001). Agradecimentos ‘Agradecemos o apoio institucional do Niicleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, CNPq, Fapesp, Universidade Es- tadual de Maringé e aos colegas do International Journal of Cultural Property assim como a Josep Ballat, Haroldo ‘tao Camargo, Fernando Carrién, Celso Castro, Henry Clee- ‘re, Raquel dos Santos Funai, Bérbara Littl, Clay Mathers, Lynn Meskell, P.J. O'Keefe, Lyndel Prott, José Remesal, ‘Alia Lopes da Silva, Silvia Helena Zaniatoc Andrés Zaran- kin. A responsabilidade pelas ideias, naturalmente restrin- {ge-se aos autores. 0 Sobre os autores PEDRO PAULO FUNARI nasceu em $io Paulo, Graduou-se ‘em hist6ria, obteve o mestrado em antropologia social ¢ 0 doutorado em arqueologia, sempre na Universidade de So Paulo. Obteve a livre-docéncia em histéria pela Unicamp, ‘onde é hoje professor titular. E pesquisador associado da Mlinois State University e da Universitat de Barcelona, pro- fessor do programa de pés-graduagio em arqueologia da USP e coordenador associado do Nucleo de Estudos Estra- tégicos da Unicamp. Atua, ainda, como pesquisador do Niicleo de Estudos ¢ Pesquisas Ambientais (Nepam/Uni- camp) ¢ do doutorado em ambiente ¢ sociedade, além de liderar © grupo de pesquisa do CNPq sediado no Niiceo de Estudos Estratéyicos da Unicamp. Publicou mais de duzen- tos artigos ciemtficos em revistas académicas brasileiras e estrangeiras ¢ também dezenas de livros, muitos dees no exterior. E um estudioso do patriménio e membro do con- setho editorial da revista fnternational Journal of Cultural Property, assim como atuante na preservacao digital Seu e-mail éppfunari@uol.com.br. SANDRA CASSIA ARAU}O PELEGRINI é natural de So Paulo. Graduou-se em historia na Universidade Estadual Paulista, ‘obteve 0 mestradio em historia e sociedade na mesma uni- n 72 Pedro Paulo Funar e Sandra CA. Pelegrini versidade ¢ o doutorado em hist6ria socal na Universidade deSio Paulo. Desenvolveu os estudas de pés-douiorado na Unicamp sob a tutela do professor Pedro Paulo Funai. Como docente do Departamento de Histéria da Universi dade Estadual de Maringé (UEM), atua nos cursos dearqu- ‘tetura.e urbanismo eno ensino de gradiuacio emestrado em hhist6ria. Trabalha em comissBes mmunicipais de cultura em- penhadas na defesa do patrimOnio cultural na regizo do norte do Parané, Como uma das coardenadoras do Progra- ima de Estudos ¢ Pesquisas do Espago Urbano ds UEM e ‘como pesquisadora do Nacleo de Estudos Estratégicos da = Unicamp, tem aprofundado as reflexdes em toro da me- méria ¢ do patriménio cultural. Publicou varios artigos

You might also like