You are on page 1of 12
Motivaca4o: por que faco o que faco? t Edward T. Welch’ O ser humano é complexo. J fomos comparados a icebergs (com a maior parte submersa) ¢ cebolas (com camadas mil tiplas). Vemos os comportamentos, mas nao as motivacées por trés desses com- portamentos. Um colega parece ser mui- to agradivel, mas usa de vocé para subir na carreira, Uma amiga parece nio cor- responder quando vocé confidencia um softimento, mas a verdade é que ela esté extremamente preocupada com nao di- zet algo errado que possa machucar vocé. Um jogador de futebol caminha pelo campo vangloriando-se como um gran- de homem quando, na verdade, acua submissamente de acordo com 0 que aprendeu de seu pai ~ “nunca dé mos tra de fraqueza’. Ninguém sabe que cle vive com medo do humor imprevisivel de seu pai "Thadugio e adaptapio de Monnex Why Ds IDs The Things I Det Publicado ean The Jounal of Biblical Coming 22, 1. 1, Fall 2008.'p. 48-56 Nossas agées em piblico dizem uma coisa; nossas intengées intimas dizem ou. tra, Auris de “o que fazemos” ~ nossas pa lavas ¢ agdes — esti o “por que fazemos” ~ nossas motivacées Talver voce jd tenha considerado al- guns “porqués” do seu comporcamento. '* Por que néo pedi informagées? + Por que me casei com essa pessoa? '* Por que acabei de apostar todo o meu salério na loteria? E, de vez em quando, algumas ques- tes mais profindas Ihe vém 4 ment. * Por que estou vivo? Qual é © props: sito da minha vida? * Ou, de uma mancira mais generali- zada, “Por que fago 0 que £30?” Estas perguntas geralmente surgem ‘quando nos arrependemos de alguma coisa que fizemos. Caso contrario, tendemos a deixé-las de lado. 134 Coletinca de Acontelbamento Biblice * Volume 3 As motivagées sto importantes Mesmo que nio pensemos nelas com frequéncia, nossas motivagées si0 impo tantes, Por isso gostamos de Robin Hood ¢ detestamos 0 Xerife de Nottingham. Robin Hood pode ter sido um fora da lei, ‘mas consideramos 0s scus motivos nobres. Se um marido fosse se encontrar com a melhor amiga de sua esposa para obter ideias para the dar um presente, nés 0 lou- varfamos. Mas se seu motivo fosse testar © terreno para um possivel “caso”, ele seria uum vilio. Os pais ndo estio interessados sim. plesmente na obediéncia mecinica ou ira- da de seus filhos, mas nas atitudes que cles manifestam — 0 que € outro nome para motivagao. Os pais se preocupam com aqquilo que seus filhos fazem — e por que © fazer, ‘Ou ainda, consideremos 0 dominio dos vicios. Independentemente de se tra tar de comida, sexo, drogas ou alcool, um vicio parece algo automatico. A pessoa vi- ciada esté presa, Perguntar © porqué seria téo tolo quanto perguntar “Por que vocé pegou um resfriado?” Mas mesmo aqui os motivos sio importantes. Por tris dos vi ios estio os desejos e as vontades. Os vi ciados podem ser escravos; contudo, até certo ponto, sua escolha foi voluntiria. Eles estio motivados a dar continuidade a seus vicios porque esses thes proporcionam con- forto, prazer, poder, alivio temporstio da dor, vinganga, autonomia € assim por di- ante. Ignorar estas possiveis motivagées deixaria as pessoas 4 mercé de seus anseios dominadores. Mesmo que estejam em abs- tinéncia ou pratique 0 autocontrole, seus cesforgos pessoais nao sio suficientes para mudar as motivagées fundamentais. Em outras palavras, as motivagées néo sio apenas importantes. Em muitas situ- agées, elas precisam ser expostas ¢ muda das, Se nossas motivagées nio mudarem, nés também néo mudaremos. Exemplos de motivagoes Uma lista de possiveis motivagées se- ria intermindvel, mas as mais comuns po- dem ser reduzidas a mais ou menos dex ou doze. Para descobrir suas motivaées, faca a si mesmo as seguintes perguntas: O ‘que me motiva? Por que fago 0 que fago? Ou melhor, pergunte-se: O que eu realmente (quero? Se eu nao tiver___, serei infeliz, Aqui estio algumas respostas tipicas: + Prazer + Liberdade/Autonomia + Poder + Pa + Amor/Intimidade + Felicidade + Conforto + Significado/Repuragio + Sentido + Respeito/Admiragio + Controle + Sucesso Vocé pode ter sido motivado uma vez fou outra por quase tudo que esté nesta lista, mas algumas pessoas tém suas moti- vagées preferidas +O homem que esté sempre atrasado indisponivel quando hé trabalho a ser feito pode estar motivado pelo confort. + A esposa que fica mortificada por- ‘que uma visita surpresa viu sua casa Colerinen de Aconselbamento Biblico * Volume 3 135 sem arrumar é motivada pela boa reputasio. * O pai cujas criangas e esposa tém medo dele deseja poder + O adoleseente que se ittita com ho- sitio estabelecido para estar em casa 3 noite quer liberdade. + A mie que nunca deixa seus filhos com a babé deseja controle. Para complicar 0 quadro, um dnico comportamento pode ter motivagées miil- tiplas. O homem que se ausenta sem per- missio quando ha trabalho a ser feito pode ser preguigoso € motivado pelo conforto, mas pode também querer respeito, suces so ¢ significado. E possivel que ele evite 0 trabalho porque teme fracassar ¢ perder 0 respeito dos outros. Considere a adolescente que no quer prestar contas a ninguém a nao ser a ela ‘mesma, e resmunga toda vez que seus pais Ihe pedem alguma coisa. Sua vida interior go é assim tio simples. Ela anseia arden- temente por independéncia, pois os ou- tros pensario que ela é “legal” se nio der satisfagio aos seus pais. Tver ela seja ori- entada pelo desejo de ser amada ¢, entio, queira sair com os amigos para aumentar suas chances de encontrar um namorado. E até possivel que cla esteja dizendo a seus pais: “Vocés continuario a gostar de mim mesmo se eu nio for perfeita?” A esta altura, precisamos de orienta- sao segura. Sabemos que 0 assunto moti- vacio é importante, mas também sabemos que quanto mais examinamos este assun- 0, mais complexo ele se torna, Precisa mos das Escrituras para nos levar além de onde podemos ir por nds mesmos, Visto que as motivagées séo parte importante da Vida, temos expectativas de que a Palavra de Deus fale sobre elas, ¢ certamente fala. De fato, a Biblia inteira € um livro sobre motivasées Tudo estd relacionado ao coragao A palavra chave € coragdo. Na Biblia, 0 corasio é a fonte de toda motivasio hu- mana. £ a fonte da vida (Pv 4.23), a raiz que determina se 0 fruto da drvore seri bom ou ruim (Jr 17.5-8; Le 6.43-45). E © nosso eu verdadeiro. Aparecendo apro- ximadamente mil vezes na Biblia, a pala va coraséo pode ter uma gama variada de significados, mas na sua csséncia estio as nossas motivagées. Resumindo, a raiz motivadora do coragio € “EU QUERO". “Eu quero conforto, poder, prazer, con- role... a meu favor, contra Deus’. Por na- cureza, 0 coragio € egoista. Ele quer 0 que quet, quando quer. Ele nio quer os limi- tes de Deus nem tampouco seu direcio namento. Quando o coragéo é transfor~ mado por Deus, as motivagdes egoistas € contririas a Deus néo sio apagadas, mas gradualmente substituidas pelo desejo de amar a Deus e viver somente para Ele A primeira vista, esta descrigio pode parecer no se enquadrar na sua experién: cia pessoal. A vida ndo parece estar sem- pre relacionada com Deus. Algumas pes- soas nem mesmo ouviram falar do Deus verdadeiro: como pode, entéo, 0 seu com- portamento ter alguma coisa a ver com Ele? Entretanto, vou’ nio precisa estar ci- ente dos seus pensamentos para estar a favor ou contra Deus. Quando um adolescente viola uma ordem dos pais, nem sempre ¢ um ato de rebeldia contra eles. O adolescente quer simplesmente fazer 0 que quer! A 136 Coletinca de Acontelbamento Biblice * Volume 3 desobediéncia nao é “nada pessoal”, no en- tanto, ¢ pessoal. E um desejo de liberdade da autoridade paterna Considere a pornografia via internet. Para muitas pessoas, pode parecer apenas uma indulgéncia pequena, pouco mais que inocente. Pode nio ser honroso, mas nio parece ser contra alguém. Ninguém esta se machucando, ¢ € apenas um pequeno prazer. Mas a realidade é mais profunda do que isso: pessoas ficam feridas, e é con- tra 0 cénjuge. Trata-se de uma quebra dos votos feitos 3 esposa e da transferéncia tem- poritia da lealdade matrimonial. © aman- te da pornografia est dizendo que seus desejos ndo podem ser satisfeitos pela es- posa; portanto, ele pode ceder & traigio ‘mental para encontrar a satisfagio deseja~ da, Indo mais a fundo no coragio, tal com- portamento é contra Deus. Ele expressa que Deus & cego ou esté muito distance ‘Afinal, quem faria tal coisa se cresse que esta na presenga do Rei? © amante da pornografia esté dizendo implicitamente que Deus ¢ apenas uma pessoa, limitado no que faz. € onde pode estar. Além disso, quando Deus diz "Sede Santos como Eu sou Santo”, 0 amante da pornografia res- ponde “Nao” ou “Depois’. Ele responde a0 mandamento do Rei para praticar a pureza sexual como se fosse apenas uma sugesta Esses exemplos ilustram o fato de que tudo na vida é pessoal. Quer pensemos ‘ou nio de modo intencional neste assun- to, 0 fato é que conhecemos a Deus (Rm 1.21), Aquele que esquadrinha os coragbes (Jr 17.10). Nés nao temos apenas uma vaga ideia de que hé um deus ou um “po- der superior”. A Biblia diz. que em nossos coragées temos um conhecimento pessoal do Deus verdadeito. © problema é que nem sempre gostamos do Seu intrometi- mento ¢ Suas restrigBes nas nossas vidas, ¢ tentamos ignoré-1O ou evité-lO. Nés “de- temos a verdade” que conhecemos (Rm 1.18-21). Nem sempre somos cegos & nossa mo- tivagio orientada para Deus. Quando pas samos por tempos dificeis, encontramo- -nos dizendo: “Deus 0 que foi que eu fiz para merecer isso? Como 0 Senhor pode fazer isso comigo?” Os momentos mais Aiffceis revelam a quem somos leais. Vive~ mos para Deus ou para nds mesmos? Mes- mo no caso de um ateista, © coragio ori entado para Deus fica evidente. Os ateistas podem viver com um medo profundo da morte, revelando que, até certo ponto, 53 bem que um dia estario face a face com 0 Deus verdadeiro, Em busea de diregio, podem consultar alguém que Ihes leia a fo, reconhecendo tacitamente a existén- cia de um plano divino e com medo de que este possa nao ser favorivel a eles. Es ses comportamentos sio ecos de suas mo- tivagdes orientadas para Deus. Em seus coragées hi um compromisso de fé: “Eu vou viver independentemente de Deus em lugar de reconhecé-IO como Senhor” Com certeza, no estamos sempre ci centes dessas motivagbes, mas isso nao sig. nifica que clas ndo existem. E dificil ver- mos todas as nossas motivagées. Considere 10 caso dos israelitas em Niimeros 14, Eles tinham acabado de ver Deus operar mila- gtes impares ¢ haviam sido escolhidos como povo de Deus. Apés terem sido li- bertos da escravidio no Egito € verem destruido 0 exército do fara6, Deus thes concedeu uma terra nova ¢ fértil. 0. pro- bblema era que © povo que vivia naquela terra pensava que efa thes pertencia e nao estava disposto a desistir sem luta Colerinen de Aconselbamento Biblico * Volume 3 137 Os espias que foram observar a terra voltaram com relatérios diversos: a terra «xa ideal, mas © povo era muito poderoso. Ao receber esta noticia, os istaeitas recla- maram © murmuraram, “Levantou-se, pois, toda a congregacio, e gritou em vor alta; e © povo chorou aquela noite. Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Ario; ¢ toda a congrega- sao thes disse: Oxald tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou mesmo nesse deser- co” (Nm 14.1-2), Nesse caso, a reclamacio parece legf- tima. Moisés e Ario guiaram os israclitas para uma terra cheia de guerreiros pode- rosos, quando 0 povo estava mais acostu- mado a fazer tijolos do que a empreender guerras. Quem nio reclamaria? A motiva- sao deles era simples: eles queriam viver! Eles raciocinavam que a vida, mesmo na esctavidio, era melhor do que a morte. A maioria de nés concordaria com isso. Suas motivacées, porém, eram mais profundas. “Disse o Senhor a Moisés: Até quando me provocari esse povo e até quan- do nio crerio em mim, a despeito de to- dos os sinais que fiz no meio deles? Até quando sofrerei esta mé congregacio que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmuragées que os filhos de Israel pro: ferem contra mim’ (Nm 14.11,27) ‘Af esté a pergunta sempre presente no coragio: "A quem voce vai seguir ¢ reve- renciar? Em quem vai confiar?” O povo reclamava contra Deus. O proprio Deus era seu Lider, seu Pai, Aquele que havia prometido a terra ¢ que os lideraria na batalha. Ele jé havia derrorado os egipcios sem que os israclitas houvessem levantado a espada. Jé havia tomado conta de suas necessidades didrias, Nesse contexto, 0 porgué das reclamagées dos isralitas tinha tudo a ver com Deus. Conforme Moisés ja havia apontado em um episédio anterior, “As vossas murmuragées nao sio contra nés, « sim contra o Senhor” (Ex 16.8) Podemos parafrasear as motivagSes por tris das murmuragées: "Deus, nds nio pen- samos que 0 Senhor seja poderoso. Nao achamos que seja bom. O Senhor néo nos dew tudo quanto queremos ¢ quando 0 que~ remos”, Suas motivagées eram contra Deus. 0 evento pode ser esquematizado da seguinte forma Nossas circunstincias (As dificuldades do deserto) v Nossas palavras ¢ agées (Murmuragses reclamagées) Vv Nossas motivagées aparentes — desejos pessoais como significado, seguranga, ou amor (Nés preferimos viver no Egito a morrer no deserto”) Vv Nossas motivagées profundas — estamos a nosso favor ou a favor de (“Como Moisés ousa nao nos dar 0 ‘que queremos?") Vv Nossas motivagées mais profundas — estamos a nosso favor ou a favor de Deus? (Nés estamos irados com Deus’) Vv Alguns sugerem que o pensamento moderno tem tentado cortar a corda en- tre Deus ¢ nés, Contudo, por mais que se tente, nada pode nos distanciar do. nosso Criador. E isso € algo muito bom. 138 Coletinca de Acontelbamento Biblice * Volume 3 Idolos do coragéo Note como as Escrituras nos trazem constantemente de volta a variagbes da mesma pergunta. * Vocé ama 0 mundo ou Jesus? (Dr 6.5; Jo 2.15) + Vocé confia nas pessoas ou no Deus verdadeiro? (Jr 17.5-8) * Vocé adora idolos ou Deus? (2Rs 17.36) * Vocé vai servir a0 dinheito ou a Deus? (Mc 6.24) + Vocé obedeve ao diabo ou a0 Senhor? (Jo 3.10) + Vocé vive para sua prépria gléria ou para a gloria de Deus? (Rm 1.21-23) +0 seu tesouro esté no mundo ou em Cristo? (Me 6.21) * Vocé pertence ao diabo ou a De (Jo 8.44) © coragao esté sempre fazendo estas perguntas. De maneira bem elementar, estamos a favor de Deus ou contra Ele Nas Escrivuras, a maneira mais comum de descrever esta escolha € por meio da pergunta “Quem vocé adora?”. A escolha fica entre 0 Deus verdadeiro ou os idolos. A historia de Israel como um todo foi um conflito entre estas duas possibilidades (Ex 20.2-6; IRs 11,9-11; 19.10), Todo pe- cado pode ser resumido como idolatria (Dt 4.23). Apesar desta maneita de falar parecer antiga para nés, 0 que motiva nos- s0s coragbes hoje nao é diferente. Uma bus ca répida em nossos coragdes mostraré, com muita probabilidade, idolos antigos. A ilustraséo mais clara da idolatria moderna € a droga ¢ 0 alcoolismo. VA a uma reuniio de Aleodlatras Anénimos & voce ouviré a linguagem da idolatria. “An- tes de cu ser sébrio, nada se interpunha centre cue minha bebedeira, A bebida era meu cénjuge ¢ meu melhor amigo. Era a prioridade ntimero um. Era minha vida Eu a adorava’ A garrafa ou meus filhtos? Trata-se de uuma questéo de lealdade e adorasio. Vocé quase pode ver 0 viciado pegando seu ido- lo adorado ¢ curvando-se diante dele, pe- dindo-the que abengoe o dia, aumente a coragem e liberte da dor Aparentemente, o viciado é motivado pelo prazer que tem em sua droga. Olhan- do mais a fundo, é facil ver que se trata de juma questio de lealdade pessoal: cle esta contra seu cénjuge ¢ filhos ¢ a favor da sua droga. Mas a lealdade vai ainda além: 0 vieiado esté a favor de Deus ou dos ido- los? A quem ele adora? O {dolo neste caso € a bebida, mas ela ainda nio € 0 maior problema. © problema fundamental reside no coragio. Por meio dos nossos idolos, tentamos satisfazer os desejos do coragio. A bebida € uma maneira de obtermos o que quere- mos. O mesmo acontece com o dinheiro Até mesmo as pessoas podem ser objetos da nossa adoragio porque elas podem nos dar o poder, o amor ou o respeito que tan- to queremos. Todos os idolos sio objetos de afeigdes egocéntricas do corasio (Ez 14,3), Seja qual for o objeto da nossa con- fianga e do nosso amor, trata-se de um fdolo que substitui o verdadeiro Deus. Voltemos 3 lista das possiveis motivagées: + Prazer * Liberdade/Autonomia + Poder + Pa ‘+ Amor/Intimidade Colerinen de Aconselbamento Biblico * Volume 3 139 Felicidade Conforto Significado/Reputagio Sentido Respeito/Admiragio Controle Sucesso Muitas dessas coisas néo sio mas em si mesmas, mas quando as valorizamos mais do que a Deus, elas se tornam ido- los. O problema ago esté tanto em que- rermos essas coisas, mas em as querermos demais. Elas se tornam nosso alvo, nossa esperanga, nosso propésito. Sentimos que necessitamos delas. Quando estio fora do alcance, a vida parece sem sentido. Faca a si mesmo as seguintes pergun- {as para ver se as motivagées mais profun- das do seu coragio comegam a emergir. + Em que momentos a vida parece néo valer a pena? + 0 que vocé ama, odeia, espera, que, * Qual é 0 seu alvo? Quais séo os seus sonhos € as fantasias? + © que voeé teme? Com que se preocupa? +0 que sente que necessita? Onde en: conta refiigio, conforto, prazer ou seguranca? +O que define sucesso ou fracasso para * Quando vocé diz “Se apenas.” ("Se apenas meu marido fosse.”)? + Em que momentos vocé acha que Deus o desapontou? + Em que momentos vocé luta com amargura ¢ citime? O que esté que- rendo? + 0 que o dinheiro significa para vocé? (Note como o dinheiro pode satisfazer temporariamente todos esses desejos.) * Quando vocé costuma ficar deprimi- do (porque seu {dolo 0 deixou na mio)? #0 que voeé considera como seus di- reitos? Quando fica irado? “Estou furioso”, Estevio disse, pare- cendo um carro superaquecido, “Toda vez que 0 rapaz do escritério ao lado passa por mim, ele me langa um olhar de superiori- dade. Posso entender porque as pessoas se Estevio esté irado e controlado por seu colega de trabalho. Isso est ébvio. Mas por que Estevao esté irado? Sua ira tem a ver com aquilo que ele adora, Talvez ele adore ser respeitado, ¢ nao tem recebido 0 respeito que exige. Como resultado, ele sente raiva do seu colega de trabalho. Ele declara uma guerra! Contudo, mais do que isso, ele resiste a0 fato de que Deus usa pessoas dificeis para nos aperfeigoar. Ao invés de se submeter as decisées sobera- nas de Deus ¢ aprender a perdoar ¢ amar, Extevio diz: “Eu serei Deus, pelo menos neste caso”, Fle deseja governar. Aqui esté © principio geral: nossa ati- tude para com Deus fica exposta nos rela cionamentos humanos que sio mais dif ceis para nés. Se voct odeia alguém, voce odcia a Deus. Se nao perdoa, usurpa a autoridade de Deus de agir como juiz Por que idolos? © caso de Estevao oferece um vislum: bre do que ha por tras das motivayées idé- latras. Ele nos lembra que ninguém pre~ cisa nos ensinar sobre idolatria: nés a des- cobrimos por nés mesmos. Como os 140 Coletinca de Acontelbamento Biblice * Volume 3 israclitas, conhecemos 0 poder ¢ a gléria de Deus. Fomos ensinados explicitamen- te por Deus a nio adorar idolos, mas ain- da assim fazemos a nossa versio do bezer- ro de ouro (Px 32). O que nos impulsio- na a fazer isso? Como criaturas, fomos pla- nejados para confiar em alguma coisa além. de nés mesmos. Mas por que confiamos ‘em coisas que no parecem merecer nossa confiansa? Esteja preparado. As respostas nio sio bonitas, mas se aplicam a todos nds Somos orgulhosos. Isafas 2.6-22 reve- la que os idélatras sio arrogantes. Os idé: latras, mesmo quando demonstram reve réncia, sio “arrogantes", “orgulhosos", “al- tivos". Aparentemente, nossos idolos exal- tam a nés mesmos © nossos desejos; mes- mo em nossa idolatria, nfo queremos nada acima de nés mesmos. Em parte, escolhe- mos os idolos porque cremos que eles po- dem nos dar aquilo que queremos. O deus da droga da coragem, o deus do sexo pro: mete prazer, o deus da riqueza traz poder ¢ influéncia, Como os profetas de Baal, somos arrogantes o suficiente para crer que podemos manipular 0 idolo — seja por automutilagio ou outros meios ~ para que le nos sirva Ansiamos por autonomia, 0 que sig nifica que somos nés que damos as cartas. Os idélatras querem estabelecer as regras ¢ nio se submetem ao senhorio do Deus vivo, Bssa foi a esséncia do pecado origi- nal de Adio, Embora Deus tivesse falado com clareza, Adio quis delinear suas pré- prias diretrizes. Na idolatria, queremos estabelecer nosso universo paralelo, sepa ado do de Deus. Queremos ceder aos nossos desejos Tanto 0 orgulho como a autonomia apon- tam para o fato de que somos criaturas que querem alguma coisa. Queremos sempre mais (Ef 4.19). No Antigo Testamento, a idolatria estava sempre associada a orgias, bebedeiras outras formas de aucoindul- géncia (Px 32; 1Co 10.7), mas no Novo Testamento, a idolatria é descrita como ganancia, cobica (EF 5.5) ¢ desejo. Digo porém, andai no Espiti to € jamais satisfarcis & concupis- céncia da carne. (GI 5.16) entre as quais também todos nds andamos outrora, segundo as inclinagées da nossa carne, fazen- do a vontade da nossa care e dos pensamentos; ¢ éramos por natu- reza filhos da ira, como também os demais. (Ef 2.3) ‘5 quais, tendo-se tornado insensiveis, se entregaram A disso- lugio para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. (Ef 4.19) ‘Ao contririo, cada um € ten: tado pela sua propria cobiga, quan- do esta o atrai ¢ seduz. (Tg 1.14) Amados, exorto-vos, como pe- regrinos forasteiros que sois, a vos absterdes das paixées carnais que fazem guerra contra a alma. (1Pe 2.11) Estes versos nos lembram novamente que EU QUERO € a miisica do coragio humano. A arrogincia, a autonomia ¢ 0 desejo desenfreado habitam no interior do homem. A idolatria diz respeito ao eu ~ ‘os meus desejos, as minhas vontades. O meu propésito nio é exaltar o fdolo acima de mim, mas usar idolo para me dar 0 que eu quero. Quando estou com medo, olho para o idolo do dinheiro para me dar seguranga, Nao quero que dinheiro me governe; quero, sim, usé-lo para ob- ter 0 que eu quero. Quando quero prazer, Colerinen de Aconselbamento Biblico * Volume 3 un curvo-me diante de idolos como sexo, co: mida ou sono, © problema é que nunca me sinto satisfeito, quero sempre mais. Esta € a razio por que os idolos se multi- plicam, Nossos desejos sio insaciveis. Quando colocamos nossa confianga nos fdo- los, descobrimos que eles no sio capazes de satisfazer nossos descjos ou sustentar nossas esperangas. Estamos sempre em busca de mais. A multiplicagio dos deuses na mito- logia grega ou no hinduismo mostra o que vai em nossos coragies todos os dias. O co ragio é realmente, uma fibrica de (doles. Os crentes e os idolos Essa conversa sobre idolos parece ¢s- tranha para muitos crentes. Afinal, nio cemos idolos em nossas casas e jé declara- mos nossa lealdade a Jesus Cristo. Entre- tanto, no se esquesa de que a idolatria mora quietamente em cada coragéo. Os crentes ainda néo estio isentos de pecado, © que s6 acontecer’ quando Jesus Cristo retornar. Nesse meio tempo, nés lutamos, especialmente com nossas motivagdes € imaginagées. As adverténcias contra a ido- lattia e a hipocrisia sio dirigidas direta A idolatria crista é mais sutil do que franco abandono verbal de Cristo, Podemos apenas sentir que Cristo nio € suficiente. Nosso racioeinio diz que Fle ¢ suficiente para a salvagio eterna, mas seré que Ele pode me dar realmente as coisas que eu sinto que preciso como, por exemplo, dinheiro, ca samento ou prazeres pessoais? Entio, para estarmos seguros, dividimos nossa confian- sa entre Deus ¢ varios idolos. E como ter tum porta-felio variado em estoque. Enga- amos no imposto de renda, deseulpamos nossos relacionamentos sexuais pré-conju- sais ¢ evitamos as pessoas inconvenientes. ‘No parece tio ruim jé que nés no renun- ciamos a Cristo, mas esta confianga dividi- da equivale a um afastamento de Deus Mudanga de coragéio Quando enfrentamos esses fatos, tudo que podemos fazer € dizer: “OK, desist. Enganoso € 0 coragio, mais do que todas as cousas, € desesperadamente corrupto, quem 0 conhecers?” (Jr 17.9). Sou culpa- do”. E agora? Simplesmente esperamos pela volta de Cristo ou hé alguma coisa que podemos fazer? A resposta, evidentemente, & que de- vemos comegar de imediato a lutar contra © pecado. As Eserituras como um todo apontam pata isso, € 0 fato do Pai ter-nos mandado 0 Espirito Santo indica que te- mos munigio suficiente. Mas como lidar Consideremos nossos coragies. O ca- rminho para a mudanca passa sempre pelo coragio. Olhamos para os frutos em nos- sas vidas — os pecados grandes e peque- nos, as ansiedades e os medos, os desa- pontamentos ¢ os desesperos ~ ¢ pergun: tamos 0 que eles dizem a respeito do nos so relacionamento com Deus. Fazemos a rnés mesmos estas perguntas reveladoras: © que quero? No que acredito? Como isso atinge outras pessoas? No que confio? O que estou dizendo a respeito de Deus? Se ao examinarmos nossos coragbes encontrarmos pecado sexual, significa que cles estéo cheios de desejos. Cremos que Deus nao é bom ¢ nio se importa com nossas vidas. Cremos em nossos proprios atficios para encontrar satisfagio 12 Coletinca de Acontelbamento Biblice * Volume 3 Se encontrarmos ciimes, significa que nossos coragées creem que a vida esté naqui- Jo que as outras pessoas tém, Nao apenas queremos 0 que clas tém, mas gostarfamos {que elas nio tivessem o que tém. Vemos Deus como nosso offce-boy que nio nos entregou ‘© que queriamos ou mereciamos. Se encontrarmos desrespeito 3s auto ridades, nossos coragées estio dizendo que rngo queremos ninguém acima de nés mes- mos: nem pais, nem chefe, nem Deus. Se as eriangas brigam por um brinque- do, a mudanga nio acontece com desco- brirmos quem comegou a briga. A mu- danga ocorre quando as criangas admitem que brigas ¢ contendas vém dos descjos aque lutam dentro de nés. De onde procedem guerras € contendas, que hé entre nds? De onde, senio dos prazeres que mi- licam na nossa carne? Cobigais e nada tendes; matais ¢ invejais, nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nio tendes por- que néo pedis; pedis ¢ nio rece- beis, porque pedis mal, para esban- jardes em vossos prazeres. Infigis, nao compreendeis que amizade do mundo é inimiga de Deus? Aque- le pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus. (Tg 4.1-4) Omit esses passos é alimentar o fariseu {que tem boa aparéncia exteios, mas eujo “oo- ragio esté longe de Mim” (Me 15.8). Todos nds podemos fazer 0 que & certo para proteger nossa reputagio, mas Deus quer mais. Ele no quer sacrificios e ofertas que fazem com que ppareyamos bons diante des outros, “Sactfici- 1s agradaveis a Deus sio o espirito quebran- ‘ado: coracio compungido € contrito nio © desprezarés, 6 Deus” (SI 51.17). Nés nos voltamos para o Deus trino € © conhecemos. Tendo olhado para nossos coragées, voltamo-nos para Jesus. A ver- dadeira mudanga tem lugar quando colo- ceamos nosso foco em conhever Aquele que verdadeiramente merece nossa adoragio (2Pe 1.3). Apesar de muitos de nds pen sarmos que mudanga comeca com um pla no ¢ uma série de passos, a verdadeira mudanga de coragio esté centrada em co- nhecer uma pessoa. Isso € verdade também para os relacio- namentos humanos. Se voeé pensar naquilo que 0 levou a mudangas em sua vida, & provivel que vocé descubra que algumas pessoas tiveram, geralmente, o papel de catalisadores. Talvez a presenga de uma pessoa durante tempos dificeis, uma pa- lavra de encorajamento quando vocé se senti desajustado, um amigo que ficou mais perto que um irmio, a corregio bran- da de um cénjuge ou uma pessoa cujo cardter ¢ vida foram inspiradores. Se as pessoas podem nos influenciar a tal pon- to, quanto mais podemos esperar que Deus nos mude! Esta € a razio do caminho para a mu- danga passar pelo coragio e continuar pelo evangelho, onde Deus escolheu revelar de ‘maneira completa a si mesmo, na morte € ressurreigio de Cristo. E em Jesus que Deus mostra enfim a Sua bondade, Seu poder ¢ Sua gloria, E é em Jesus que encontramos poder para mudar. Quando voeé for a Jesus, espere sur- presas. Vocé nao seré transformado por alguém comum. Depois de ver um pouco das motivagées dos nossos coragées, comece ppor ficar surpreso em saber que Jesus acci- tae perdoa todos os que vio a Ele. E isto que a cruz assegura. Nao é preciso fazer peniténcia, pois 0 perdio vem de Deus € Colerinen de Aconselbamento Biblico * Volume 3 13 € recebido como uma dadiva pela fé (Rm 1.17). Se 0 perdao viesse por meio de algo feito por nds, a gléria daquilo que Cristo fer ficaria diminufda. A gléria de Deus seria mediocre. Nao seria diferente de quando perdoamos as pessoas que fazem tuma resticuigio por uma ofensa cometida contra nés. Mas 0 perdio divino € dite rente de tudo quanto vocé jé experimen- tou. Ele foi estendido a nés enquanto ain- da éramos pecadores contra Deus, © néo simplesmente depois que tentamos refor- mar a nés mesmos. Devido a este amor ransbordante, nés podemos nos “achegar, portanto, confiadamente, junto 20 trono de grasa’ (Hb 4.16). E isso é apenas o come- go. Esse amor também muda a maneira de respondermos As circunstancias da vida. Vocé costuma resmungar e murmurar? Agora vocé jé sabe que isso € contra Deus. Agora vocé deve reconhecer que Ele € ge- neroso ¢ dé em abundancia. Vocé se en- trega a pecados que pensa estarem escon- didos? Agora vocé sabe que eles também so contra Deus. Vocé reconhece que Aquele que revela os coragées € quem vé toda a criagio a todo tempo (Sl 139) ‘Além disso, vocé O agradece por perdoi- lo e liberté-lo da escravidio do pecado. Vocé luta com medos? Agora sabe que Ele nunca o abandonaré nem esqueceré. Voce afirma que Ele é bom. Vocé quer dar as cartas em sua prépria vida, pelo menos em uma 4rea? Como Adio, talven voce esteja pensando que hi Vida longe do Doador da vida. Entio, olhe para a cruz novamente. Ela nio é sufici- ente para comprovar a misericérdia de Deus ¢ Seu grande amor para com vocé? Como vocé pode pensar que, depois de ter dado Seu tinico Filho, Deus seria mes- quinho com voeé agora? © poder para mudar vem & medida que conhecemos a Deus. Busque-O. Aprenda a respeito de Deus com outras pessoas. Ore que voce possa conhecé-1O. Se voeé o fizer, irg conhecé-IO porque Deus se deleita em nos revelar a Sua Pessoa. “Para que 0 Deus de nosso Se anhor Jesus Cristo, 0 Pai da Gléria, vos conceda espitito de sabedoria ¢ de revelagio no pleno conheci- mento dele” (Ef 1.17) a fim de poderdes compre- ender, com todos os santos, qual & a largura, € 0 comprimento, © a altura, ¢ a profundidade, ¢ conhe- cer 0 amor de Cristo que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda plenitude de Deus” (Ef 3.18,19). Confiamos e obedecemos. O conheci- mento crescente de um amigo ou do cén- juge leva-nos a agir com amor. Semelhan- temente, nosso conhecimento pessoal de Deus nos compele a agit. Leva-nos a con- fiar ¢ a obedecer. Quando Estevio, o homem irado, re- conhecer que seu proprio coragio esté fa zendo exatamente aquilo de que ele acusa seu companheito de trabalho, ¢ apés per ceber que sua dificuldade esté mais na sua falta de confianga em Deus do que no com- portamento de seu companheiro, ele po- dderd dar passos concretos em amor € obe- digncia para corrigir os problemas. Por exemplo, se sua atitude para com seu com- panheiro chegou a ser piblica ele deve pedir perdio. “Eu estive pensando o quan. to estou centrado em mim mesmo. Tenho certeza de que vocé tem visto isto tam- bém e quero pedir perdao por isso. Por favor, avise-me se eu me comportar assim novamente”. Estevio poderia também 14 Coletinca de Acontelbamento Biblice * Volume 3 meditar em Joao 13, onde Jesus lava os pés dos discipulos, como meio de encontrar orientagao para a vida crista. Com esta pas- sagem em mente, ele poderia pedit as ora- bes de outras pessoas. O propésito de con- siderar as motivages nio é apenas adquitir insights, mas também crescer € mudar ‘© padrio das Escrituras é claro. Suas -uitas histérias revelam nossos coragées ¢ nos apontam para o Deus que perdoa, persuade, toma iniciativa e persevera, De- pois de ter visto quem Deus € ¢ 0 que Ele faz, encontramos um "pois" Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados: e andai em amor, como também Cristo vos amou, ¢ se entregou a si mesmo por nés, como oferta ¢ sactificio a Deus em aroma suave (Ff 5.1,2) ‘Uma ver que O conhecemos, quere- mos segui-lO. Como Ele nos amou tanto, queremos saber como amé-IO de mancira semelhante. Tudo 0 que acompanha 0 “pois” é a explicagdo de Deus a respeito de como podemos ami-l. Nés O amamos, por exemplo, deixando a mentira ¢ falan- do a verdade (Ef 4.25), nio pecando em nossa ira (Ef 4.26), perdoando aos outros como fomos perdoados (Le 7.36-50), tra balhando ao invés de roubar (Ef 4.28), amando 0s amigos ¢ inimigos (Rm 12. 21), ficando contentes em qualquer cir- cunstincia (Fl 4.12), lutando por domi- nio-proprio e crescendo em paciéncia, gen- tileza e alegria (GI 5.23). De todas essas ‘manciras, amamos ¢ honramos nosso Pai Celeste, ‘As pessoas sio deveras complexas. De- baixo da superficie da vida existe um co- ragio que est sempre ativo, procurando por objetos em que possa confiar (Le 24.25; Rm 10.10). O coragio tem pro: pésitos (Pv 20.5; Dn 1.18), inclinagées (Bc 10.2), intengées (Hb 4.12), imagi- ages ¢ estratégias (Pv 6.18), desejos (SI 10.3; Tg 4.1) e cobiga (IJo 2.16; EF 4.19), Diante de tanta complexidade, nao € sur- esa que nossos coragSes no sejam sem pte compreendidos de imediato pelos ou: twos e nem mesmo por nés (Me 15.8; 1Co 4.5; Pv 16.2; Jr 17.9). Como o fundo de ‘um poso ou as raizes de uma drvore, nos- sos coragses tendem a ficar escondidos rnunea podemos conhecer inteiramente sua profundidade. No entan nio precisa ser um ise. Precisa apenas de dis posicéo para dizer: “Sonda-me, 6 Deus” (SI 139.23). Nao fique t4o preocupado se sentir que esta somente arranhando a superficie, Mais importante que conhe- cer suas motivagdes € conhecer a Deus, € Deus é muito generoso em Se revelar a si mesmo. Ele deve ser seu foco principal. Devemos passar mais tempo olhando para Cristo do que inspecionando nossos pré- prios coragées. Porque se estivermos cres- cendo no conhecimento de Deus, sere- mos transformados ~ no mais profundo do coragio. Colerinen de Aconselbamento Biblico * Volume 3 145

You might also like