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Capítulo 5. Charge
Capítulo 5. Charge
CRISTIANE SINISCALCHI
MANUAL DO SE LIGA
PROFESSOR
NA LÍNGUA
LEITURA, PRODUÇÃO
9
DE TEXTO E LINGUAGEM
o
ano
Componente curricular:
LÍNGUA PORTUGUESA
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Pré-requisitos
• EF67LP27
LO
• EF07LP12 CAPÍTU
• EF07LP13
5 CHARGE:
• EF67LP02
• EF67LP08
© MYRRIA
uma charge De quem é o texto?
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
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Leitura 2
© AMARILDO
De quem é o texto?
© AMARILDO
Autocaricatura de 2014.
O capixaba Amarildo
1 Para ler uma charge, é preciso conhecer aspectos da vida social do 1. O leitor precisa saber que
momento em que ela foi produzida. O que o leitor precisa saber para os usuários dos ônibus costu-
mam esperar longos interva-
ler essa charge? los de tempo entre a chegada
de um veículo e outro.
2 Por seu caráter conciso, as charges transmitem informações funda-
2a. A teia indica que o perso-
mentais com poucos recursos. nagem ficou muito tempo no
a) O que a teia de aranha informa sobre a situação retratada? ponto de ônibus.
2b. A teia de aranha constrói
b) A teia de aranha exemplifica o recurso do exagero. Explique quais a crítica e, simultaneamente,
são os objetivos desse recurso. produz o humor.
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© MYRRIA
a) Quem responde personagem mostrado na cena? O que explica seu Se essa charge
comentário no balão à direita? A resposta é dada pela Lua, que não quer fosse minha...
ficar na frente do sol manauense por ele ser muito forte.
b) As charges costumam abordar fatos políticos ou econômicos, sa- Copie o persona-
tirizar personalidades públicas, mostrar problemas cotidianos ou gem criado por Myrria
simplesmente tratar de eventos curiosos. Quanto aos interesses e insira-o em um novo
do chargista, existe semelhança entre essa charge e a estudada na contexto para criar
“Leitura 1”? Explique sua resposta. uma charge inédita.
c) O personagem dessa charge é idêntico àquele visto na charge da
4b. Não. A charge da “Leitura
“Leitura 1” e se repete em outras charges de Myrria. Quem ele 1” trata de um fato político,
representa? O homem comum. enquanto essa trata de uma
situação curiosa.
d) Que recursos Myrria emprega para adaptar o personagem a esse
novo contexto? A sombra do corpo, as gotas de suor e as linhas que representam transpiração constroem
a ideia de que o personagem está sob o forte sol de Manaus.
e) Que diferenças você observa na composição artística das charges
Questão 4e – Chame a atenção
de Myrria e de Amarildo? Sugestão: Amarildo detalha mais o cenário e as vestimentas, usa cores mais para o fato de Amarildo ser
fortes e aumenta o tamanho da cabeça dos personagens em relação ao corpo,
o que é menos perceptível no caso de Myrria. caricaturista.
Da observação para a teoria
O gênero textual charge refere-se a fatos de natureza política, social e Da observação para a teoria –
cultural recentes, que estão circulando em jornais e revistas. Para finalizar essa etapa, mos-
O humor produzido pela charge tem como objetivo o riso seguido de reflexão. tre charges recentes publicadas
O gênero exige um leitor que consiga reconhecer os fatos e as ideologias (pontos em jornais de sua região. Veja,
de vista) envolvidas neles para que possa entender a sátira e a crítica feitas pelo com os alunos, quais são os
produtor do texto. temas que mais mobilizam
esses artistas.
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Brasil quer meta de 95% de vacinação contra paralisia infantil após caso na Venezuela. G1.
Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/noticia/brasil-quer-meta-de-95-de-vacinacao-
contra-paralisia-infantil-apos-caso-na-venezuela.ghtml>. Acesso em: 21 set. 2018.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
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CHIKALA/SHUTTERSTOCK
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OMS descarta poliomielite em caso suspeito na Venezuela. Gauchazh. Disponível em: <https://
gauchazh.clicrbs.com.br/mundo/noticia/2018/06/oms-descarta-poliomielite-em-caso-
suspeito-na-venezuela-cjih7d9mg00et01lvz0yxd695.html>. Acesso em: 21 set. 2018.
4. O aumento Um novo fato surge na última cobertura: o caso de paralisia não se 5. Ele deveria ter
de casos de po- deu por conta da poliomielite. mencionado que
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
liomielite, pois
a notícia suge- havia a suspeita,
4. Compare as notícias lidas. Que informação imprecisa tinha sido e não a confirma-
ria haver vários, transmitida na notícia do dia 15 de junho?
quando, na verda- ção, de um caso
de, apenas uma 5. A última notícia corrige o que foi dito na primeira notícia (do dia de poliomielite e
criança estava 9 de junho). Como o produtor dessa notícia deveria ter procedido que estudos se-
sendo analisada. para evitar que seu texto divulgasse uma informação incorreta? riam feitos para
analisá-lo.
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Natália Cancian
DIDESIGN021/SHUTTERSTOCK
BRASÍLIA 19 jun. 2018 às 2h00
Natália CaNCiaN. Vacinação de crianças no país atinge índice mais baixo em 16 anos. Folha de
S.Paulo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/vacinacao-de-
criancas-no-pais-atinge-indice-mais-baixo-em-16-anos.shtml>. Acesso em: 3 jul. 2018.
7. O texto analisa os
6. A reportagem tem níveis de cobertura ao
como tema a imu- 6. Como a reportagem acima se relaciona às notícias anteriores? longo do tempo e trata
nização abaixo do 7. O gênero reportagem tem o objetivo de aprofundar e ampliar não apenas da taxa de
recomendável e o a investigação daquilo que é expresso nas notícias. Como isso vacinação referente
receio do retorno de se revela nesse texto? à poliomielite, como
doenças considera- também da de outras
das erradicadas. doenças.
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Cláudia Collucci
SÃO PAULO 19 jun. 2018 às 2h00
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Cláudia ColluCCi. Deixar de vacinar filhos é ilegal no Brasil. Folha de S.Paulo. Disponível
em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/deixar-de-vacinar-filhos-
e-ilegal-no-brasil-falta-mensagem.shtml>. Acesso em: 21 set. 2018.
8. O fato de que os pais, muitas vezes seguindo boatos, deixam de vacinar os filhos.
9. Sim. A informa- 10. A evidência de
ção de que a va- Diferentemente da reportagem anterior, essa é mais analítica e apre- que a vacinação é
cina recebida na senta um ponto de vista claro a respeito do fato. obrigatoriedade no
maternidade tem país, pois deixar
8. Segundo o texto, o que está determinando a redução do índice de
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
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Biblioteca cultural
O Museu Munch fica
em Oslo, na Noruega.
Você pode acessar o
site dessa instituição e
conhecer outras obras
do famoso pintor de
O grito em: <https://
munchmuseet.no/en/>.
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Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
GALVÃO BERTAZZI
a) Esse poema retoma a ideia central da quadrilha, uma dança típica 2a. A quadrilha é uma dança
das festas juninas. Que semelhança existe entre eles? marcada pela alternância
de parceiros, o que também
b) Com exceção de Lili, o que há de semelhante entre as histórias aparece no poema.
de amor vividas pelos personagens? 2b. As histórias não têm um
c) Observe a diferença nos nomes dos personagens. O que o uso final feliz, porque os persona-
gens amam pessoas que não
do sobrenome em “J. Pinto Fernandes” revela sobre ele? sentem o mesmo por eles.
d) Por que o poema revela uma visão pessimista sobre o amor? 2c. É, provavelmente, um ho-
2d. Porque a única pessoa a se casar é Lili, que parece escolher seu parceiro pela posição mem rico, com posição social
de destaque.
social e não por sentimento. Ela é justamente a personagem que “não amava ninguém”. 155
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Espinho na roseira/Drumonda
Tem espinho na roseira
Cuidado vai cortar a mão
Pedro Alcântara do Nascimento amava Rosa Albuquerque Damião
Biblioteca cultural
Pedro Alcântara amava Rosa, mas a Rosa não amava ele não
André Abujamra é
Rosa Albuquerque amava Jorge, amava Jorge Benedito de Jesus
um músico inventivo.
E o Benedito, Bendito Jorge, amava Lina que é casada com João É bastante conhecido
E o João, João sem dente, amava Carla, Carla da cintura fina no meio musical por
E a Carla, linda menina, amava Antônio Violeiro do Sertão compor trilhas sono-
ras para filmes e para
E o sertão vai virar mar programas televisivos
E o mar vai virar sertão como o Castelo Rá-tim-
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GALVÃO BERTAZZI
nem, em seus comentários, que
(1) Mona Lisa (1977), de Fernan-
do Botero, apresenta a principal
Investigue em característica do estilo do au-
ARTE tor – o trabalho com o volume,
Investigue em Arte – As obras são Mona Lisa, de Fernando Botero (1977), e as formas “rechonchudas”; (2)
Mona Lisas, de Vik Muniz, 1999.
A famosa tela Mona
Lisa, de Leonardo da Vin- Mona Lisas, de Vik Muniz, foi
4 Veja a seguir uma paródia do poema “Quadrilha”. ci, serviu como mote para feita com geleia de morango e
a produção de inúmeras pasta de amendoim, seguindo
obras intertextuais. Duas a tendência do artista de pro-
Outra Quadrilha bastante conhecidas são duzir com material inusitado. A
as obras produzidas por obra foi exposta inicialmente no
João colava de Teresa que colava de Raimundo que colava de Maria Masp, em São Paulo, e esteve em
Fernando Botero e Vik
que colava de Joaquim que colava de Lili que não colava de ninguém. várias exposições internacionais,
Muniz. Pesquise uma de-
João virou mendigo, Teresa indigente, Raimundo morreu de las na internet. Anote o reproduzida em fotografias.
burrice, Maria não passou no vestibular, Joaquim virou jumento e título, o nome do artista Se desejar, amplie a atividade.
Lili passou no concurso público juntamente com seu amigo Carlos e o ano da produção e A busca livre de imagens da
que não tinha entrado na história. faça um breve comentá- Mona Lisa na internet leva a
rio sobre as modificações muitas produções interessan-
Disponível em: <http://profirmeza.blogspot.com/search?q=quadrilha>.
propostas pelo artista. Se tíssimas, que podem motivar
4b. “Quadrilha” está sendo usado como coletivo de Acesso em: 21 set. 2018.
contraventores, já que se refere a estudantes que colam. possível, imprima uma observações produtivas. En-
reprodução da obra e tretanto, aparecem também
a) Por que é correto afirmar que esse poema é uma paródia do texto cole-a junto dos dados. imagens que não consideramos
de Drummond, enquanto “Espinho na roseira” não é? pertinentes à situação escolar e,
b) Nesse poema, a palavra “quadrilha” tem outro sentido. Qual? por isso, sugerimos a pesquisa
Se essa paródia com o seu acompanhamento:
Explique sua resposta. fosse minha...
use uma ferramenta de busca na
c) A paródia foi produzida por um professor. Como essa característica Nesta atividade, internet e vá projetando apenas
do produtor aparece nas escolhas que fez? você deve fazer uma as imagens adequadas. A Mona
d) Qual recurso comum na charge e em outros textos humorísticos paródia de “Quadri- Lisa aparece em produções de
foi empregado por ele? O exagero. lha”. Troque os per- Mauricio de Sousa, em peças
e) De que maneira o produtor da paródia homenageou o autor de sonagens, as ações, o publicitárias etc.
“Quadrilha”? Incluindo seu nome (Carlos). contexto etc.
4c. A paródia introduz o poema de Drummond no contexto escolar e oferece uma visão crítica
dos alunos que não estudam e preferem colar, prevendo consequências desastrosas no futuro.
157 Se essa paródia fosse minha –
A atividade pode ser feita em
duplas. Destaque as paródias
que construíram contextos
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interessantes com as modifica-
ções, como retomar uma obra
cinematográfica ou remeter a
uma situação da vida política
(corrupção, por exemplo) ou
social (fofoca, por exemplo).
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Momento de produzir
Planejando minha charge
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GALVÃO BERTAZZI
Momento de reescrever
Avaliando minha charge
A avaliação será feita em duplas. Troque sua produção com a de um colega, que,
em um primeiro momento, dirá o que entendeu de sua charge. Você, por sua vez,
confirmará esse sentido ou apresentará o pretendido. Em seguida, ele a avaliará
usando os critérios do quadro.
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se for o caso, refaça sua produção para aprimorar alguns aspectos. Lembre-se
de que a charge será exposta à comunidade escolar e, portanto, precisa ser um
trabalho caprichado. Não se esqueça de assinar o trabalho.
Momento de apresentar
Apresentando minha charge
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