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TÉCNICAS

RETROSPECTIVAS
E RESTAURO
Aula 08

2020_2
Professor Luiz Felipe César
Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Centro Universitário UNA
Campus Aimorés
D2_ ESTUDO DE EDIFICAÇÃO
Objetivo_ Reconhecer o patrimônio cultural edificado de Belo
Horizonte e seu entorno. Desenvolver pesquisa na área de patrimônio.
Procedimento_ Cada grupo de até 06 integrantes irá desenvolver um
estudo sobre bem imóvel (edificações, preferencialmente) tombado a
nível estadual (IEPHA/MG) em município da RMBH ou cidade natal de
algum dos integrantes.
Deverão realizar uma apresentação de slides e um relatório sobre o
bem escolhido, conforme normas da ABNT. Ambos devem ser
inseridos na pasta correspondente do Drive da turma até a data de
apresentação.
Data da Apresentação e Entrega_ 17/11
Tempo de Apresentação_ 10 minutos
Valor_ 20 pontos
D2_ ESTUDO DE EDIFICAÇÃO
O relatório deve conter:
0. Capa, Folha de rosto, Sumário, Introdução
1. Ficha técnica do bem: Nome, endereço, tipo de propriedade (pública, privada
particular, privada eclesiástica), responsável pelo bem, situação de ocupação (própria,
alugada, cedida, vaga, outros), níveis de proteção legal (mundial, nacional, estadual,
municipal).
2. Histórico do bem: o histórico em patrimônio é muito importante e deve estar bem
detalhado, incluindo intervenções e modificações formais / volumétricas / estilísticas
ocorridas na edificação ao longo do tempo (deve apresentar ainda documentação
histórica arquivística e fotográfica).
3. Entorno do bem: apresentar informações sobre a região onde se localiza, de forma
descritiva e com imagens (lote, implantação do bem, passeios, arborização, volumetria
do entorno, fluxo de veículos e pessoas, entre outros).
D2_ ESTUDO DE EDIFICAÇÃO
O relatório deve conter:
4. Estilo arquitetônico do bem e características formais e estilísticas que o ligam àquele estilo:
apresentar documentação fotográfica farta da edificação em seu estado atual, apresentando
fachadas, cômodos internos, detalhes construtivos e estilísticos, entre outros.
5. Justificativa histórico-cultural para o tombamento do bem: quais são os fatores que trazem
valor e significância ao bem histórica e culturalmente? Qual a sua relevância com base no(s)
seus(s) nível(eis) de tombamento?
6. Estado de conservação do bem: situação atual da conservação (bom, regular, precário),
principais patologias e danos verificados, possíveis agentes causadores destas patologias,
possíveis soluções para tais patologias, medidas de manutenção.
7. Considerações finais, anexos, apêndices e referências.
D2_ ESTUDO DE EDIFICAÇÃO
Regras ABNT (lembrar-se)
A. Fazer capa, folha de rosto, sumário, anexos, apêndices e
referências conforme ABNT.
B. Não realizar plágio das fontes pesquisadas. Desenvolver texto
próprio e utilizar as regras de citação (direta e indireta) para tratar
dos autores consultados ao longo do texto.
C. Inserir legendas com numeração e fonte das imagens.
D. Mapas devem apresentar norte, escala gráfica, legenda e
fonte.
E. Entregar o arquivo em formato “.pdf”. Entrega em formatos
abertos, que não sejam de impressão, gerarão desconto na nota.
D2_ ESTUDO DE EDIFICAÇÃO
Dicas de locais para pesquisa
Guia dos Bens Tomados. IEPHA / MG (enviarei por e-mail).
Listagem de Bens Tombados PBH (enviarei por e-mail).
Curral Del Rey. Disponível em: <http://www.curraldelrey.com/>.
Arquivo Público Mineiro. Disponível em:
<http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/>.
Bairros de Belo Horizonte. Disponível em:
<https://bairrosdebelohorizonte.webnode.com.br/>.
Guia do Bem. Disponível em: <https://guiadobem.org/>.
D2_ ESTUDO DE EDIFICAÇÃO
Grupos Período da edificação
- Tatiane, Marcella, Vitoria Delazari, Luiza - Colonial / Barroco
Mendes, Welberth e Jacqueline Leal
- Bruna Silva, Bruna Damasceno, Irina, Sarah, - Eclético
Fabricio e Sizenando
- Filipe Marques, David Carneiro, Elizeu Filipe,
Igor Bicalho, Luciana Castro, Camila Sales, - Art Déco
Julie Loft
- Julia Nigro, Isabella Marota, Maria Taina, Leda
Maria, Mariana Batista, Pedro Henrique - Eclético
-Maria Luiza, Cecília, Gabriel Benzaquen,
Pedro Menezes, Gabriela Oliveira, Juliana
Alves - Protomoderno
- Lincoln, Lucas Miranda, Giovanna, Bianca,
Bárbara Lopes, Gabriela Sabrina, Gabriel
- Moderno
Soares, Luan Augusto
ECLÉTICO
Contexto histórico
Início da República (1889) ao fim da primeira fase da
República do café com leite (1922).
Introdução de novas tecnologias e materiais que,
associados a um novo saber fazer, tornam viável o
desenvolvimento do estilo.
Fim do trabalho escravo e início da política imigrantista
com nova classe de trabalhadores remunerados e mais
especializados na construção civil.
Presença de instituições de ensino de ofícios, como o
Instituto Profissional Masculino do Rio de Janeiro.
Abertura do país ao capital externo e,
consequentemente, às novas tecnologias construtivas.
ECLÉTICO
Estrutura
Emprego do ferro (laminado ou fundido) e do aço,
em edifícios com estruturas mistas (alvenarias nas
paredes perimetrais e miolo de ferro).
A estrutura de ferro frequentemente ocultada pelas
alvenarias e, quando aparentes, têm um caráter
decorativo.
Paredes estruturais perimetrais feitas em tijolos
cerâmicos maciços, porém com espessuras
semelhantes, ainda, às do período colonial.

Imagem 01_ Exemplo de vedação em tijolos


maciços durante processo de restauro da
Escola Estadual Paula Rocha, Sabará, MG.
ECLÉTICO
Vedações
Nos interiores, além dos tijolos maciços, difunde-se o uso do
tijolo furado, mais leve que o anterior, além do estuque, com
uma trama de varas, dispensando os paus (como no pau-a-
pique colonial). A
Neste período inicial, o uso do concreto ainda é uma
exceção, de modo que passará a ser largamente empregado
apenas a partir da década de 1920 (especialmente com o
estilo Art Déco) e, mais futuramente, no aproveitamento de
todas as suas características plásticas pelos modernistas.
São criadas, entre os pavimentos, as chamadas lajes de B
abobadilhas, constituídas por vigotas de perfil “I” laminado e,
entre os vãos intermediários, preenchimento com tijolos
Imagens 02 e 03_ Esquema representativo
cerâmicos de dimensões especiais ou dispostos a cutelo, dos modelos de laje de edificações do
formando pequenas abóbadas. período eclético.
ECLÉTICO
Revestimentos
Revestimentos com camadas de emboço e reboco em
argamassa de cal, porém com cal de melhor qualidade
que no período colonial, produzida industrialmente.
Utilização de leite de cal na pintura. O cimento Portland
existe mais ainda é um produto mais caro, importado.
Pinturas com material aprimorado, com obtenção, por
processo industrial, de tintas já moídas, facilitando seu
emprego. Estas camadas passam a ser elementos
decorativos essenciais, típicos do estilo eclético. Exemplos:
pinturas decorativas, molduras murais; fingimento com
pinturas que imitam madeiras (para parecerem de espécies
mais caras) e mármores (sobre o estuque).

Imagem 04_ Fingimento ou escaiola em alvenaria


da Escola Estadual Paula Rocha, Sabará, MG.
ECLÉTICO
Revestimentos
O estuque consiste em uma argamassa de gesso, cal
ou cimento, ou uma combinação destes, com areia
(ou não) e água que pode receber, no caso de
relevos ou ornatos, um elemento estruturante como
pelos animais ou fibras vegetais até mesmo estruturas
em madeira e telas metálicas tipo deployée. Nos
ornatos externos, costumava-se utilizar o cimento
Portland, que possui cura rápida, boa trabalhabilidade
e compatibilidade com estruturantes metálicos.

Imagem 05_ Casa eclética do município de Amparo, SP, com


elementos decorativos na fachada. Instagram @casasdebh.
ECLÉTICO
Pisos
Os ladrilhos hidráulicos são placas de cimento e areia fina, prensadas individualmente. Sua
aplicação se dá principalmente nas áreas molhadas e também em áreas externas,
especialmente varandas e pátios. Suas medidas varias, tendo, em geral, 15 x 15 cm ou 20 x 20
cm. O assentamento é feito, em geral, com juntas muito pequenas ou sem juntas.

Imagem 06_ Fotografias de


pisos de ladrilho hidráulico.
Instagram @chaoqueeupiso.
ECLÉTICO
Pisos
Os pisos de madeira apresentam a inovação de
possuírem melhor aparelhamento entre peças e maior
refinamento nos detalhes e encaixes. Os tabuados de
madeira passam a ter suas larguras reduzidas de uma
média de 40 cm para 10 a 15 cm, empregando-se
materiais como pinho-de-riga, peroba do campo e ipê.
Já os parquets são compostos por pedaços de
madeira de tamanhos e formas variadas conformando
desenhos em mosaicos, geométricos, estrelas, gregas,
entre outros. Os tacos são constituídos por peças de
madeira com forma retangular, assentados um a um,
em espinha de peixe, xadrez, entre outros. As tabeiras
são acabamentos no perímetro do piso formadas por Imagens 07 e 08_ Piso em parquet (acima) e piso
em tabuado de madeira (abaixo) assentado em
madeiras de diferentes colorações. forma de espinha com tabeira lateral.
ECLÉTICO
Imagem 09_ Corte de um piso tabuado de madeira
(REIS FILHO, 1997).

Imagem 10 a 13_ Desenhos de pisos de tacos de madeira à esquerda e de parquets à direita (REIS FILHO, 1997).
ECLÉTICO
Forros
Assim como nos pisos, há maior racionalidade no processo construtivo de forros em
madeira. Os forros tabuados em madeira são tábuas aplainadas pregadas no barroteamento
do piso superior. Encaixes são mais elaborados. Nos forros tipo caixotão, os barrotes ficam
à vista, sendo cuidadosamente aparelhados e tendo suas arestas inferiores emolduradas. Os
xinxaréis são inseridos entre os barrotes, dividindo o pano do teto em caixotões. Estes
podem ser feitos também em estuque.

Imagens 14 e 15_ Exemplos de forros tipo


caixotões de madeira.
ECLÉTICO
Vãos e vedações
Com o uso do tijolo, há maior precisão métrica dos vãos e das
esquadrias. Difunde-se o uso de venezianas, que alcançam um
maior aspecto decorativo, com a combinação de almofadas,
molduras e entalhes.
Os vidros, que existem desde o início do século XIX, passam a ser
empregados em larga escala, em razão dos preços mais acessíveis
e maior importação. O uso do ferro em ferragens e até nas
esquadrias como um todo, assim como em grades e portões, é
também uma inovação.
O uso do modelo de janela com duas folhas de abrir, caixilhos de
vidro na parte superior e venezianas na parte inferior, com ou sem
bandeira, é bastante comum.
Imagens 16 e 17_ Vãos e vedações com venezianas e
enquadramentos em estuque em fachadas de edificações ecléticas
cariocas.
ECLÉTICO
Coberturas
Inovações consistem em peças aparelhadas de madeira para
o engradamentoe importação de folha-de-flanders e cobre
para a montagem de calhas, rufos e condutores, viabilizando
desenhos de telhados mais complexos, permitindo passagens
e poços de iluminação.
O uso do coroamento em platibanda com motivos e
ornamentos torna-se muito corriqueiro, a fim de esconder o
telhado.
Telhados mais reclinados utilizam até mesmo ardósia e
revestimentos metálicos, como cobre, zinco e chumbo,
surgindo as mansardas e torreões.

Imagens 18 e 19_ Platibanda decorada com balaustrada em edificação belorizontina


(acima) e presença de torreão em edificação eclética carioca (abaixo).
ECLÉTICO
Varandas e escadas
Edificações ecléticas costumam apresentar varandas laterais de acesso, acompanhadas de
escadas externas mais ou menos imponentes, constituídas em alvenaria, com balaustradas
externas e cobertura própria (em alguns casos, essa cobertura apresenta coroamentos em
lambrequim de ferro ou madeira, por exemplo).

Imagens 20 e 21_ Edificações ecléticas em Belo


Horizonte com presença de varandas laterais.
Destaque para coroamento em lambequim.
REFERÊNCIAS
MELO, Carina Mendes dos Santos; RIBEIRO, Rosina Trevisan
M. Técnicas Construtivas do Período Eclético no Rio de
Janeiro. Revista Brasileira de Arqueometria, Restauração e
Conservação, vol. 1, nº 3, p. 080-085, 2007.
Casas de BH. Perfil de Instagram @casasdebh.
Cão Que Eu Piso. Perfil de Instagram @chaoqueeupiso.

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